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Erro e dolo

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Para que o negócio jurídico seja valido, é necessário que a vontade seja manifestada livre e espontaneamente. Art. 178 Se essa vontade não corresponde ao desejo do agente, o negócio jurídico pode se tornar suscetível de nulidade ou anulação. Neste sentido o erro e o dolo constituem espécies de vícios passíveis de anulação do negócio jurídico. 
	Os defeitos do negócio jurídico costumam ser classificados em vícios de consentimento (erro, dolo, coação, estado de perido, lesão) e vícios sociais (fraude contra credores). 
Os intitulados vícios de consentimento provocam uma manifestação de vontade não correspondente ao íntimo e verdadeiro querer do agente, criando assim, uma divergência, entre a vontade manifestada e a real intenção de quem a exteriorizou. Ou seja, a vontade não é expressa de maneira absolutamente livre.
Art. 138. São anuláveis os negócios jurídicos, quando as declarações de vontade emanarem de erro substancial que poderia ser percebido por pessoa de diligência normal, em face das circunstâncias do negócio.
Art. 171. Além dos casos expressamente declarados na lei, é anulável o negócio jurídico:
I - por incapacidade relativa do agente;
II - por vício resultante de erro, dolo, coação, estado de perigo, lesão ou fraude contra credores.
O erro como defeito negocial
Quando o agente desconhece a realidade (ignorância) ou a representa de forma equivocada (erro propriamente dito), incide a possibilidade de anulação do negócio jurídico realizado, desde que o equívoco na formação ou manifestação de vontade seja conhecido ou ao menos passível de conhecimento pela parte que a recebe.
Diante da figura do erro, a vontade é em si deturpada ou não é externada em sintonia com a real intenção do declarante. A falsa percepção da realidade, aqui, é fruto do engano surgido na mente do próprio indivíduo que declara sua vontade, sem que tenha ele sido induzido por outrem a idealizar a equivocada aparência sobre as circunstâncias do negócio visado. 
Exemplo: Pessoa que compra um anel imaginando ser feito de prata quando na verdade se trata de bijuteria. 
Portanto o erro é a falsa percepção da realidade. O erro permite a anulação do negócio jurídico na medida em que influencia na formação da vontade do agente, que se tivesse noção exata da realidade; não manifestaria sua vontade ou a faria de uma forma diferente. 
Conforme descrito no art. 138 somente o erro substancial pode ser passível de anulação do negócio jurídico. 
Classificação do erro
	O erro pode ser substancial ou acidental. 
Erro substancial: ocorre quando, se conhecesse perfeitamente a realidade, o sujeito sequer teria realizado o negócio jurídico. 
Erro acidental: ocorre quando o perfeito conhecimento da realidade não impediria o sujeito de realizar o negócio jurídico; apenas o fazendo de forma distinta. 
	O erro pode ser de fato ou de direito 
Erro de fato: é o desconhecimento dos fatos que importam para formação da vontade do sujeito. 
Erro de direito: é o desconhecimento ou ignorância da lei que se mostra pertinente para a formação da vontade. 
No que se refere a gravidade do erro ele pode ser escusável ou inescusável. 
O erro será escusável se outra pessoa que se encontrasse na situação do sujeito igualmente seria levado a crer um falso estado das coisas. 
O erro será inescusável se qualquer pessoa com um padrão médio de diligência poderia compreender que a realidade era distinta daquilo que foi percebido. 
Art. 139. O erro é substancial quando:
I - interessa à natureza do negócio, ao objeto principal da declaração, ou a alguma das qualidades a ele essenciais;
II - concerne à identidade ou à qualidade essencial da pessoa a quem se refira a declaração de vontade, desde que tenha influído nesta de modo relevante;
III - sendo de direito e não implicando recusa à aplicação da lei, for o motivo único ou principal do negócio jurídico.
características do erro substancial: As hipóteses de erro substancial estão enumeradas no art. 139, do CC e segundo Carlos Roberto Gonçalves o erro substancial se caracteriza por uma das seguintes modalidades:
	Error in negotio: É aquele em que uma das partes manifesta a sua vontade pretendendo e supondo celebrar determinado negócio, e na verdade, realiza outro diferente. É um erro sobre categoria jurídica. 
Exemplos são os das pessoas que empresta uma coisa e a outra entende que houve doação.
b) Error in corpore: É o que incide sobre a identidade do objetivo. A manifestação recai sobre objeto diverso daquele que o agente tinha em mente. 
Exemplos: um comprador, que acredita estar a adquirir um terreno supostamente valorizado, em rua bem situada, mas na verdade, tem pouco valor, pois a rua tem o mesmo nome, mas localizada em outro lugar.
	Error in substantia: Ocorre quando o motivo determinante do negócio é a suposição de que o objeto possui determinada qualidade, que, posteriormente se verifica inexistir. Neste caso, o erro não recai sobre a identidade do objeto, que é o mesmo que se encontrava no pensamento do agente. 
Exemplos: quando uma pessoa adquiri um quadro com alto valor, na persuasão de se tratar de original, quando não passa de cópia.
d) Error in persona: Pode referir-se tanto à identidade quando às qualidades da pessoa. Exige-se, no entanto, para ser invalidante, que tenha influído na declaração da pessoa. Essa modalidade de erro pode ocorrer em relação ao destinatário da manifestação de vontade como também ao beneficiário. Tem especial importância no casamento e nas liberalidades, como na doação e nos testamentos, além de contrato de sociedade e prestação de serviços.
e) Erro juris ou erro de direito: É o falso conhecimento, ignorância ou intepretação errônea da norma jurídica aplicável a situação concreta. Todos os exemplos recai sobre qualquer elemento ou circunstância do negócio jurídico, como objeto, pessoa e qualidade.
Dolo
Dolo é o expediente ardil que uma das partes se utiliza, para de modo malicioso enganar outro contratante, tendo como objeto, benefício a si ou a terceiro, levando-o a emitir uma declaração de vontade equivocada e não condizente com sua real intenção.
O Código Civil trata do dolo dos art. 145 a 150. Os dispositivos trazem os principais conceitos como o dolo principal, acidental, omissão dolosa, cometido por terceiro, de representação e negócios bilaterais com intenção reciprocamente dolosa.
Dolo principal 
Conforme art. 145 do Código Civil o dolo só anula o negócio jurídico quando for causa determinante da declaração de vontade, ou seja, caso não fosse à existência do convencimento astucioso, o negócio não teria sido concretizado.
Dolo acidental
O Código Civil é literal ao caracterizar o dolo acidental, conforme art. 146 consiste em situações em que o negócio seria realizado embora de outro modo. Diz respeito às condições do negócio e não a substância do ato, ainda de acordo com o este dispositivo, só se obrigará a satisfação das perdas e danos, não podendo o negócio ser anulado.
Omissão dolosa
Em ressonância ao princípio da probidade e da boa-fé objetiva, o Código Civil eleva a omissão à condição de dolo.
Nestes casos uma das partes intencionalmente omite qualidade essencial do objeto. A omissão intencional é um expediente ardiloso, e não se confunde com o erro, pois mesmo mantendo-se em silêncio, o agente atua com o intuito de promover o engano da outra parte.
Dolo cometido por terceiro
Dispõe o art. 148 do Código Civil que o dolo de terceiro só anula o negócio jurídico, quando dadas às circunstâncias, o contratante beneficiado dele soubesse ou devesse ter conhecimento.
Conforme ensinamento de Clovis Bevilaqua:
o dolo do estranho vicia o negócio, se, sendo principal, era conhecido de uma das partes, e esta não advertiu a outra, porque, neste caso, aceitou a maquinação, e dela se tornou cúmplice, respondendo por sua má-fé”.
Entretanto, se a parte beneficiada não sabia da trama empregada por terceiro, não se anulará o negócio jurídico. Não há fundamentos para que o ato de um estranho, do qual nem se tivesse notícia, pudesse ter o condão de anular o negócio jurídicopraticado de boa-fé entre os contratantes.
Neste caso a parte prejudicada poderá pleitear perdas e danos contra o terceiro que cometeu o ilícito.
Dolo por representação
Vejamos a distinção entre os efeitos do dolo cometido por representante legal e representante convencional.
Dispõe o art. 149 que o dolo do representante legal só obriga o representado a responder até a importância do proveito que teve, enquanto a do representante convencional acarreta a responsabilidade solidária.
Isto é razoável, pois o representante legal não é escolhido pelo representado, atuando como curador ou tutor, são pessoas a quem a lei impõe uma obrigação de cuidado, dado a incapacidade fática de seus protegidos.
No caso do representante convencional, existe a escolha do representado, que outorga poderes a outem para realização de negócios jurídicos com o mundo externo, como existe a criação espontânea de riscos, ficarão ampliadas suas obrigações.
Negócios bilaterais com intenção reciproca dolosa
Por fim resta-nos a análise do art. 150, seu conceito funda-se no princípio de que ninguém pode se valer de sua própria torpeza, dai surge a assertiva de que se ambas as partes procedem com dolo, nenhuma poderá se valer da anulação do negócio jurídico.
Tal interpretação reflete os vetores interpretativos das relações privadas, diga-se novamente boa-fé objetiva, pois o ordenamento só dará instrumento de proteção aos que são leais a sua causa.
Art. 146. O dolo acidental só obriga à satisfação das perdas e danos, e é acidental quando, a seu despeito, o negócio seria realizado, embora por outro modo.

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