Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Clara Rosa Muniz Martins Ectoscopia ➔ Avaliação global do doente ➔ Primeira etapa do exame físico ➔ Técnicas básicas do exame físico – inspeção, palpação, percussão e ausculta. Inspeção: avaliação minuciosa aos detalhes do paciente • Expressão fácil, humor, postura e condicionamento corporal, condições de pele, movimentos oculares, cor da orofaringe, simetria torácica, altura das pulsações jugulares, contorno abdominal, edema dos membros inferiores e marcha. Palpação: pressão exercida pelos dedos ou polpas digitais palmares para avaliar elevação, depressão, calor ou hipersensibilidade cutânea, linfonodos, pulsos, contornos e dimensões de órgãos e massas e crepitações das articulações. Percussão: Movimento feito pelos dedos e que se assemelham a um golpe para desencadear uma onda sonora. Ausculta: Avaliação de sons de diversas áreas corporais com auxílio do estetoscópio. ➔ Obtenção de dados gerais sobre o paciente independente de suas queixas. ➔ A avaliação de ser crânio-caudal. O que se observa na ectoscopia? 1. Estado geral Avaliação subjetiva do conjunto de dados apresentados pelo paciente: - Bom estado geral - Estado geral regular ou levemente comprometido - Estado geral ruim ou muito comprometido 2. Mucosa/ cor e estado de hidratação Avaliação feita com ajuda inspeção e palpação. O paciente pode apresentar-se: ● Normocorado, hipocorado e hiperemia conjuntival ● Ictérico ou anictérico ● Cianótico ou acianótico ● Com umidade normal ou mucosas secas Desidratação ➔ Leve - Paciente alerta - Olhos normais ou um pouco fundos - Boca normal ou ligeiramente seca - Ausência de sinais de pregas cutâneas - Urina normal ou pouco diminuída - Em lactentes: Fontanelas normais ou pouco fundas ➔ Moderada - Paciente apresenta-se irritado - Olhos fundos - Boca seca com saliva espessa - Sinais de pregas cutâneas discretas - Urina diminuída - Em lactentes: Fontanela funda ➔ Clara Rosa Muniz Martins - Paciente prostrado - Olhos muito fundos - Boca muito seca e sem saliva - Pregas cutâneas acentuadas - Em lactentes: Fontanelas muito fundas e choro sem lágrimas 3. Pele Observa a pele do rosto e suas características: - Umidade, se há ressecamento - Temperatura da pele - Eventuais lesões - Inspecionar e palpar cabelo e as unhas 1 Clara Rosa Muniz Martins ● Na pele e nas unhas podem ser observados sinais que indicam manifestações clínicas de doenças sistêmicas. - Cianose: coloração azulada nos pés e unhas - Icterícia: Coloração amarelada 4. Medidas antropométricas Peso, altura, circunferência abdominal , relação cintura quadril e índice de massa corporal. ➔ IMC ➔ Concentração e distribuição de gordura corporal Ginecóide: Gordura de distribui no formato pera → Gordura subcutânea Andróide: Gordura se distribui em forma de maçã → Gordura visceral, subcutânea e intra-abdomia l → relacionada ao surgimento de diabetes tipo 2, hipertensão arterial e infarto do miocárdio. ➔ IAQ (índice abdômen-quadril) Circunferência abdominal (homens: até 102 cm; mulheres: até 88 cm) ➔ ICQ: Relação cintura-quadril - mulheres menor que 0,8 e homens menor que 0,9 ➔ Observar estado de magreza Magreza constitucional → Normal, traço genético Magreza patológica → Consequência de doenças Caquexia → Magreza extrema Desnutrição → pele seca e rugosa ao toque → Hipotrófico – Eutrófico – Hipertrófico 5. Desenvolvimento físico Considera-se a altura, idade, sexo e estrutura somática. ➔ Hábito grácil Baixos peso e altura, constituição frágil, musculatura delgada, ossatura frágil ➔ Infantilismo Retardo no desenvolvimento puberal, manutenção das características infantis. ➔ Hiperdesenvolvimento Aumento proporcional de estatura e peso. ➔ Acromegalia Estatura aumentada, grande desenvolvimento de cabeça, mento, fronte, pés e mãos, voz grossa e pastosa. ➔ Gigantismo Grande estatura com membros alongados. ➔ Nanismo acondroplásico Redução desproporcionada de membros em relação ao tronco e cabeça, musculatura desenvolvida. Pernas curtas e arqueadas. Genitália normal. ➔ Nanismo hipofisário Baixa estrutura. Membros proporcionais a membros e cabeça. ➔ Nanismo raquítico Mau desenvolvimento de tronco e musculatura. Apresenta Escoliose, cifose, pernas arqueadas. ➔ Cretinismo/ Idiotia Baixa estatura global associada a hipodesenvolvimento mental. 6. Fácies Conjunto de dados visuais formados por traços anatômicos, fisiológicos e ou patológicos que formam uma expressão atípica, ou que pode ser enquadrada com típica (patológica). ➔ Atípica Pessoa que apresenta fisionomia normal/ comum. ➔ Hipocrática Falta de gordura facial, pele escurecida, boca entreaberta, lábios afilados, olhos fundos e parados. ➔ Renal Rosto pálido, edemaciado, sobretudo palpebral. ➔ Leonina / lucio Grosseira, pele espessa, lepromas de tamanhos variados, , madarose, ausência de supercílios, barba escassa, nariz espesso e largo. Rosto liso, brilhante, Lepra Bonita. ➔ Adenoideana Nariz pequeno e afilado, boca entreaberta. ➔ Parkinsoniana Olhar fixo, sem expressão ou supercílios elevados, fronte enrugada, expressão de espanto, fisionomia de máscara. ➔ Depressão 2 Clara Rosa Muniz Martins Pouca expressividade, olhar cabisbaixo, sulco nasolabial acentuado, aparência triste, moral abatida. ➔ De Down Rosto arredondado, olhos amendoados, prega cutânea (epicanto) tornando os olhos oblíquos, olhos distantes um do outro (hipertelorismo), braquicefalia, orelhas pontiagudas. ➔ Cushingóide/ Lua cheia Rosto arredondado, ruborizado, acentuação dos sulcos nasolabiais, papada, acne. ➔ Acromegálica Arcadas salientes, da bossa frontal, proeminência malar, aumento da mandíbula, lábios e orelhas, “olhos pequenos”. ➔ Mixedematosa Rosto arredondado, edemaciado, pouca expressão, pele seca, acentuação dos sulcos, nariz e lábios grossos, pálpebras enrugadas e infiltradas, madarose. ➔ Basedowiana Rosto emagrecido, exoftalmia, olhos vivos, brilhantes, fisionomia de espanto, presença de bócio. ➔ Paralisia facial periférica Assimetria, impossibilidade de fechar as pálpebras, repuxamento da boca (lado são), apagamento do sulco nasolabial, ausência de rugas no lado afetado ➔ Miastênica Ptose palpebral, testa franzida levanta a cabeça para ver. ➔ Deficiência mental Traços faciais apagados e grosseiros, boca constantemente entreaberta, e com salivação, estrabismo, olhos vagos, sem fixarem-se em nada específico. ➔ Esclerodérmica Imobilidade facial, endurecimento da pele, repuxamento dos lábios, afinamento do nariz, imobilização das pálpebras, fisionomia parada, imutável e inexpressiva. ➔ Etílica Olhos avermelhados, rubor facial, hálito etílico, voz pastosa, sorriso indefinido. 7. Atitudes do paciente ➔ Voluntárias Atitude ortopnéica: alívio gravitacional da dispnéia Atitude genupeitoral (prece maometana): facilita o enchimento do coração no derrame pericárdico Atitude de cócoras: Reduz o retorno venoso e congestão de VD (cardiopatia cong cianótica) Atitude parkinsoniana: semiflexão da cabeça e tronco para reordenar o centro de gravidade Atitude em decúbito: lateral: dor pleurítica – Dorsal: com flexão de pernas e coxas sobre o abdome (dor pélvica) - Ventral (dor de cólica) ➔ Involuntária Atitude passiva: Não reage à posição no leito. Ortótono: retificação de tronco e membros Opistótono: contratura em arco da mm lombar e paravertebral (tétano, meningite e raiva) Empróstomo: arco com concavidade para a frente Pleurostótono: curvatura lateral Posição em gatilho: hiperextensão da cabeça, flexão das pernas sobre as coxas e encurvamento do tronco com concavidade para frente. 8. Nível de consciência Entre o estágio de vigilância ou plena consciência e o estado de coma profundo é possível distinguir diversas fases intermediárias em uma graduação cujo indicativo é o nível da consciência. Sempre que houver qualquer grau de alteração do nível de consciência, deve-se observar: ➔ Perceptividade ➔ Reatividade ➔ Deglutição ➔ Reflexo Há 4 graus de coma: 3 Clara Rosa Muniz Martins 1. Leve, vígil – leve comprometimento da consciência, atende a ordem simples e responde perguntas pessoais.2. Médio – perda d e consciência quase total, responde apenas a estimulação dolorosa enérgica e os reflexos tendinosos, cutâneos e pupilar se encontram preservados. 3. Profundo – completa perda de consciência, perda da capacidade de deglutir água e não responde a nenhum tipo de estímulo . 4. Depassé – total comprometimento, inclusive perda das funções vitais. ➔ Escala de Glasgow Usada para simplificar e quantificar os transtornos da consciência em paciente com traumatismo cranioencefálico. 9. Fala e linguagem Disfonia – alteração do timbre da voz, que se torna rouca ou bitonal, Dislalia – alterações menores da fala, como a troca de letras → disfunção das cordas vocais. Disritmolalia – distúrbios no ritmo da fala (gagueira ou taquilalia →Alteração no ritmo da fala). Disartria – decorre de alterações dos músculos da fonação, na coordenação cerebral, hipertonia ou perda de controle piramidal (paralisia pseudobulbar) → alteração na articulação de palavras. Disfasia – perturbação na elaboração cortical da fala, pode ser sensorial (não entende o que é dito a ele) ou de expressão motora (entende, mas não consegue se expressar). Disgrafia – perda da capacidade de escrever. Dislexia – perda da capacidade de ler. Afonia - perda total da linguagem. Dislalia - Perturbação da palavra falada sem que as causas estejam localizadas no sistema nervoso. 10. Frequência cardíaca Através do pulso radial a está entre 60 e 100 bpm - Bradicardia: > 60 bpm - Taquicardia: < 100 bpm 11. Frequência respiratória Normalmente entre 12 e 20 ipm. Eupneia – normal • Taquipneia – acima de 20 ipm • Bradipneia – abaixo 12 ipm • Apneia – parada da respiração • Ortopneia – dificuldade de respirar na posição deitada • Dispneia – respiração ampla e desconfortável 12. Temperatura corporal Temperaturas normais: Axilas: 35,5 a 37 °C Bucal: 36 a 37,4 °C Retal: 36 a 37,5 °C • Febre leve – 37,5 • Febre moderada – 37,5 a 38,5 • Febre alta ou elevada – 38,5 Devem ser analisadas na febre: início, intensidade, duração, modo de evolução e término ➔ Sinal de Lenander – quando a temperatura retal é maior que 1°C comparada a axilar, relacionada a inflamação intra -abdominal . 13. Pressão arterial - Aferir nos dois membros superiores e em posições diferentes. → Se cair mais de 20 sitoles ou mais de 10 diástoles com a mudança de posição → Hipotensão postural que se dor em jovem ele deve está desidratado, e paciente com fístula arteriovenosa não pode medir no lado da fístula. ➔ Valor normal em adultos: 90x60 - 120x80 – 139x89 mmHg 14. Marchas patológicas Pode ocorrer devido: - Alterações no revestimento cutâneo dos pés - distúrbios do sistema vascular (claudicação intermitente) - Alterações no aparelho locomotor - Alterações no SNP e SNC - Alterações nas raízes nervosas e medulares. 4
Compartilhar