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Patologias da Tireóide

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A TIREÓIDE 
ASPECTOS ANATÔMICOS 
Glândula endócrina. 
Responsável pela produção dos 
hormônios T3 e T4. 
Localizada na porção anterior do 
pescoço → abaixo e anteriormente a 
laringe. 
Formada por dois lobos laterais, 
conectados por um istmo. 
ASPECTOS HISTOLÓGICOS 
A glândula apresenta uma cápsula de 
tecido conjuntivo que é rica em 
capilares sanguíneos (fenestrados). 
A cápsula divide a glândula em 
lóbulos (septos de tecido conjuntivo) 
compostos por 20 a 40 folículos que: 
→ Estão uniformemente distribuídos 
por um septo fibroso e estreito. 
→ São revestidos por um epitélio 
cuboide ou colunar, composto por 
células foliculares. 
→ Dentro dos folículos há um 
colóide repleto com 
tireoglobulina (Tg), onde é 
armazenado T3 e T4. 
→ Entre os folículos estão as células 
C (parafoliculares), que 
sintetizam calcitonina. 
o Estas apresentam o 
citoplasma mais claro. 
o Calcitonina: hormônio 
hipocalcemiante por inibir 
a reabsorção óssea. 
TIPOS DE CÉLULAS 
FOLICULARES 
Células foliculares colunares: maior 
atividade secretora de hormônios. 
Células foliculares achatadas: 
menor atividade secretora de 
hormônios. 
HORMÔNIOS TIREOIDIANOS 
Eixo hipotálamo-hipófise-tireoide: 
→ TRH 
→ TSH 
→ T3, T4 
HORMÔNIO LIBERADOR DE 
TIREOTROFINA (TRH OU TRF) 
Hormônio que estimula a hipófise a 
liberar o TSH. 
Produzido pelo hipotálamo. 
HORMÔNIO ESTIMULANTE DA 
TIREOIDE (TSH) 
Hormônio tireotrófico, também 
chamado de tireotrofina. 
→ “Trofismo para a tireoide” 
Estimula a tireoide a produzir 
tiroxina (T4) e triiodotironina (T3). 
Produção de TSH se dá através do 
TRH. 
O aumento na concentração de T4 e 
T3 reduz a secreção de TSH (feedback 
negativo). 
TRIIODOTIRONINA (T3) E 
TIROXINA (T4) 
Proporção de produção na tireoide: 
T4 : T3 (20 : 1) 
T4 é produzido na tireoide. 
T3 → 20% proveniente da tireoide / 
80% pela conversão do T4 (fígado e 
rim). 
Na periferia, a maioria do T4 livre se 
transforma em T3. 
30% de T4 é convertido em T3 → 
desiodase tipo 1 e desiodase tipo 2. 
40% de T4 é convertido em T3r (T3 
inativo) → desiodase tipo 3. 
T3 é 4x mais ativo que T4. 
→ Os receptores celulares têm bem 
mais afinidade por T3. 
→ As proteínas sanguíneas se ligam 
a T4 mais fixamente que a T3 
(mais difícil de ir para o sítio de 
ação). 
A maioria do T3 e T4 liberado na 
circulação sanguínea estão ligados a 
proteínas plasmáticas circulantes, 
como: 
→ Globulina ligadora de hormônio 
tireoidiano (TBG) 
→ Transtiretina 
→ Albumina 
SÍNTESE E LIBERAÇÃO DOS 
HORMÔNIOS TIREOIDIANOS 
Etapas principais da síntese: 
1. Síntese da tireoglobulina 
2. Captação de iodeto circulante 
(iodo) 
3. Oxidação do iodeto intracelular 
4. Iodação das moléculas de tirosina 
da tireoglobulina 
Etapa 1: 
→ A síntese da Tg irá acontecer no 
RER e no complexo de golgi das 
células foliculares. 
o Carboidrato é adicionado à 
proteína tirosina, 
formando a tireoglobulina. 
o Ela deixa o complexo de 
golgi no interior de 
vesículas que se juntam à 
membrana e liberam a 
tireoglobulina para o 
lúmen do folículo. 
Etapa 2: 
→ Captação de iodeto circulante 
pelas células foliculares. 
→ Iodeto intracelular é oxidado pela 
enzima peroxidase tireoidiana e 
H2O2. 
Etapa 3: 
→ Iodo oxidado é transportado para 
a cavidade do folículo. 
→ Esse transporte é feito pela 
molécula pendrina. 
Etapa 4: 
→ No interior do colóide ocorre a 
iodação (organificação) das 
moléculas de tirosina da 
tireoglobulina. 
→ Primeiramente ocorre a formação 
de MIT e DIT. 
→ MIT + DIT → T3 
→ DIT + DIT → T4 
→ Os hormônios formados no 
colóide ficam armazenados no 
folículo aguardando o estímulo 
certo para a sua liberação. 
Observação: conteúdo do colóide = 
tireoglobulina, iodo oxidado, MIT, 
DIT, T3 e T4. 
Etapa 5: 
→ Células foliculares da tireoide 
captam coloide por endocitose. 
→ Essas vesículas vão ser digeridas 
nos lisossomos. 
→ T4 e T3 são liberadas no 
citoplasma. 
→ MIT e DIT restantes são liberados 
no citoplasma e sofrem ação da 
enzima deiodinase, clivando 
essas moléculas e reciclando iodo 
e tirosina. 
DISFUNÇÕES: 
AUMENTO DOS NÍVEIS 
CIRCULANTES DE HORMÔNIOS 
TIREOIDIANOS 
Pode ser causado por: 
→ Fonte extratireoidiana 
→ Liberação excessiva do hormônio 
tireoidiano pré-formado 
(hormônio que estava estocado no 
colóide) 
→ Hiperfuncionamento da glândula 
= hipertireoidismo 
Observação: sempre que for 
hipertireoidismo terá tirotoxicose. 
TIROTOXICOSE 
• Definição: 
Estado hipermetabólico causado 
por níveis circulantes elevados de T3 
e T4 livres. 
Hipertireoidismo é somente uma das 
causas (embora a mais comum) da 
tirotoxicose. 
As três causas mais comuns de 
tirotoxicose estão também associadas 
ao hiperfuncionamento da glândula e 
incluem o seguinte: 
→ Hiperplasia difusa da tireoide 
associada à doença de graves 
(85% dos casos) 
→ Bócio multinodular 
hiperfuncionante 
→ Adenoma hiperfuncional da 
tireoide 
 
• Curso clínico: 
Estado hipermetabólico induzido: 
→ Pelo excesso de hormônio 
tireoidiano 
→ Sistema nervoso simpático 
estimulado (receptores B-
adrenérgicos) 
Níveis excessivos do hormônio 
tireoidiano resultam em um aumento 
na taxa metabólica basal. 
Exemplo = perda de peso aumentada 
apesar do apetite aumentado. 
• Atividade metabólica: 
Aumento do número e a atividade das 
mitocôndrias. 
Aumento do transporte ativo de íons 
através das membranas celulares: 
aumento da bomba de sódio potássio, 
aumenta o metabolismo da célula e 
produz calor. 
Crescimento esquelético excessivo: 
estimula a maturação dos ossos, 
tornando a criança 
consideravelmente alta em idade 
precoce. 
Estimulação do metabolismo de 
carboidratos: captação rápida da 
glicose pelas células, aumento da 
glicólise. 
Estimulação do metabolismo das 
gorduras. 
Efeito nas gorduras plasmáticas e 
hepáticas. 
Redução do peso corporal. 
Observação: o resultado final desses 
processos é o aumento da taxa 
metabólica basal. 
• Sistema cardiovascular: 
Vasodilatação. 
Circulação da pele: pele quente e 
ruborizada por causa do fluxo 
sanguíneo aumentado e da 
vasodilatação periférica para 
aumentar a perda de calor; sudorese 
aumentada. 
Coração: 
→ Efeito direto na excitabilidade do 
coração, o que eleva a FC 
→ Aumento no débito cardíaco 
→ Arritmias (fibrilação atrial) 
→ Taquicardia, palpitações e 
cardiomegalia são comuns 
→ Disfunção ventricular esquerda 
reversível e insuficiência cardíaca 
→ Superatividade do SNS → 
aumento no tônus beta 
adrenérgico 
Pressão arterial: aumento da pressão 
sistólica. 
• Sistema neuromuscular: 
Superatividade do SNS. 
Insônia, paranoia, ansiedade, 
hiperatividade, incapacidade de 
concentração. 
Efeito na função dos músculos: 
→ Um leve aumento → faz com que 
os músculos reajam com vigor. 
→ Um grande aumento → os 
músculos ficam enfraquecidos 
devido ao excesso de catabolismo 
proteico. 
Tremor muscular leve: diferente do 
Parkinson ou de calafrios; atividade 
aumentada das sinapses neuronais 
que controlam o tônus muscular. 
Mudanças oculares: devido a 
superestimulação simpática do 
músculo levantador da pálpebra 
superior. 
• Sistema digestório: 
Apetite maior. 
Aumento da secreção digestiva. 
Hiperestimulação sistêmica do 
intestino: aumento da motilidade do 
trato gastrointestinal (diarreias 
frequentes). 
• Sistema ósseo: 
Causa saída de cálcio dos ossos – o 
que é lançado no sangue e eliminado 
pela urina (Rarefação óssea). 
Osteoporose – risco aumentado de 
fraturas em pacientes com 
hipertireoidismo crônico. 
• Sistema respiratório: 
Aumenta o metabolismo – aumenta o 
consumo de O2 e a eliminação de CO2. 
Dilatação brônquica. 
• Outros: 
Onicólise: conhecida como unha de 
plummer; unhas que se separam do 
leito ungueal, podendo ficar mais 
levantadas. 
TEMPESTADE TIREOIDIANA 
Também chamada de crise 
tireotóxica. 
O paciente apresentaum 
hipertireoidismo grave, não 
controlado. 
O paciente tem a tirotoxicose 
provocada pelo hipertireoidismo. 
Essa tempestade tireoidiana acontece 
quando há um aumento dos níveis de 
catecolaminas produzidas pela 
glândula adrenal (epinefrina, 
norepinefrina). Elas podem aumentar 
por conta de cirurgias, infecções, 
estresse, interrupção de 
medicamentos antitireoidianos e etc. 
A FC, PA e temperatura corporal 
sobem a níveis perigosamente altos. 
Se não for tratado a tempo, o paciente 
pode morrer por arritmia cardíaca, 
portanto se trata de uma emergência 
médica. 
DIAGNÓSTICO DE 
HIPERTIREOIDISMO 
• Mensuração da concentração 
sérica de TSH 
Os níveis se encontram diminuídos 
em todos os estágios, por conta do 
feedback negativo (altos níveis de T3 
e T4 → diminuição de TRH e TSH). 
Exceção: hipertireoidismo associado 
a hipófise (distúrbio secundário) → os 
níveis de TSH estão normais ou 
aumentados, pois o feedback negativo 
não funciona. 
Observação: aumento normal no 
TSH após a administração de TRH → 
exclui o hipertireoidismo secundário. 
• Valor baixo de TSH que é 
confirmado com: 
T4 livre aumentado. 
T3 aumentado (“toxicose de T3”): os 
níveis de T4 livres podem estar 
diminuídos, por isso é importante 
mensurar T3 (significa que muito T4 
foi convertido). 
BÓCIO 
Aumento físico da tireoide. Não 
necessariamente está relacionado 
com hipertireoidismo. 
DOENÇA DE GRAVES OU BÓCIO 
DIFUSO TÓXICO 
Bócio = aumento físico da tireoide. | 
Difuso = por toda a tireoide. | Tóxico 
= pois há aumento de T3 e T4. 
Causa mais comum de 
hipertireoidismo endógeno. 
Caracterizada por uma tríade de 
achados clínicos: 
→ Hipertireoidismo: aumento 
hiperfuncional difuso da tireoide. 
→ Oftalmopatia infiltrativa com 
exoftalmo resultante (olhos 
esbugalhados). 
→ Dermopatia infiltrativa localizada 
(mixedema pré-tibial): presente 
em uma minoria de pacientes. 
Características: 
→ 10x mais frequente em mulheres 
do que em homens. 
→ Idade entre 20 a 40 anos. 
→ Paciente agitado, inquieto, com 
pele quente e úmida. 
→ Nervosismo, insônia, transpiração 
excessiva, intolerância ao calor, 
fadiga fácil, fraqueza muscular, 
perda de peso, aumento do 
apetite, hiperdefecação, sintomas 
oculares. 
→ Exoftalmia é um dos sinais 
característicos da doença. 
Observação: a exoftalmia é agravada 
em fumantes. O tabagismo agrava o 
quadro clínico e diminui a resposta 
aos tratamentos. 
→ Doença autoimune de etiologia 
não esclarecida. Certamente 
multifatorial e com evidente 
predisposição genética. 
 
• Hipersensibilidade do tipo II 
Nesse caso, os anticorpos (IgM e IgG) 
interferem em funções celulares e 
causam doença sem ocorrer lesão 
tecidual (não danificam o tecido, mas 
estimulam a função celular). 
Patogenia: 
Nesse caso, o receptor de TSH está 
atuando como um antígeno. 
Interrupção da autotolerância aos 
autoantígenos tireoidianos (receptor 
de TSH). 
Formação de anticorpos contra os 
receptores de TSH. 
Imunoglobulinas estimuladoras da 
tireoide → se ligam ao receptor de 
TSH e mimetizam a ação do TSH, 
aumentando a liberação de 
hormônios tireoidianos. 
Imunoglobulinas estimuladoras da 
tireoide do crescimento → 
direcionadas para o receptor de TSH, 
provocam a proliferação do epitélio 
folicular tireoidiano. 
Imunoglobulinas inibidoras da 
ligação do TSH → evitam que o TSH 
se ligue ao seu receptor nas células 
epiteliais tireoidianas. Dependendo 
do tipo de imunoglobulina: 
→ Estimulação da atividade das 
células epiteliais tireoidianas. 
→ Inibir a função tireoidiana: alguns 
pacientes com a doença de Graves 
podem ter episódios de 
hipotireoidismo (raro). 
Observação: o paciente vai produzir 
muito T3 e T4, vai inibir o eixo (TSH 
baixo) e mesmo assim vai ter T3 e T4 
alto. 
• Oftalmopatia Infiltrativa 
Processo inflamatório na região da 
órbita. 
Receptores de TSH que se encontram 
nos fibroblastos e nos músculos da 
órbita. 
Anticorpos liberam citocinas que 
estimulam: 
→ Proliferação fibroblástica 
→ Síntese de proteínas da matriz 
extracelular 
→ Aumentam a expressão do 
receptor de TSH da superfície 
Tudo isso irá gerar: 
→ Edema dos músculos da órbita 
→ Proptose do olho (exoftalmia) 
→ Diplopia (percepção de 2 imagens 
de um único objeto) 
→ Congestão + edema conjuntival e 
periorbitário 
 
• Alterações macroscópicas 
Glândula tireoide simetricamente 
aumentada por causa da hipertrofia 
e hiperplasia difusas das células 
epiteliais foliculares da tireoide. 
Bócio é difuso, não nodular, dando à 
glândula aspecto carnoso homogêneo. 
Termo tóxico significa que 
acompanha hipertireoidismo. 
• Alterações microscópicas 
Processo inflamatório. 
Folículos pequenos, contendo pouco 
ou nenhum colóide, ou com colóide 
pálido → pois as células foliculares 
estão com atividade elevada, então 
não armazenam conteúdo e liberam 
tudo para a corrente sanguínea. 
Folículos linfóides com centros 
germinativos. 
Aumento das células foliculares → alta 
atividade. 
• Diagnóstico: 
Níveis elevados de T3 e T4 livres. 
Níveis diminuídos de TSH. 
Presença de TRAb (anticorpo 
antirreceptor do TSH). 
Captação de iodo radioativo está 
aumentada e o mapeamento do 
radioiodo mostra captação difusa de 
iodo (iodo é o contraste utilizado no 
exame) → devido ao estímulo 
contínuo dos folículos tireoidianos 
pelas imunoglobulinas estimuladoras 
da tireoide. 
HIPOTIREOIDISMO 
DEFINIÇÕES 
Trata-se da alteração na produção de 
níveis adequados do hormônio 
tireoidiano, causado por qualquer 
desarranjo estrutural ou funcional. 
É um distúrbio razoavelmente 
comum, cuja prevalência aumenta 
com a idade, sendo 10x mais comum 
em mulheres do que em homens. 
Resultado de um defeito em algum 
lugar do eixo hipotalâmico-
hipofisário-tireoidiano. 
É dividido nas categorias: 
• Primária: surge de uma 
anormalidade intrínseca na 
própria tireoide. É responsável 
pela grande maioria dos casos de 
hipotireoidismo e pode ser 
acompanhado por um aumento no 
tamanho da glândula tireoide 
(bócio), e que pode ter origem 
congênita, adquirida ou 
autoimune. 
• Secundária: resultado de uma 
doença hipofisária ou 
hipotalâmica (na hipófise ou no 
hipotálamo). 
HIPOTIREOIDISMO PRIMÁRIO 
• Hipotireoidismo congênito: 
Bócio desormonogenético: o 
paciente apresenta erros inatos do 
metabolismo tireoidiano, podendo 
ocorrer em qualquer um dos passos 
que levam à síntese do hormônio da 
tireoide. Pode estar deficiente: 
→ Transporte do iodo para dentro 
dos tirócitos 
→ “Organificação” do iodo (ligação 
do iodo aos resíduos de tirosina 
da proteína de armazenamento, 
tiroglobulina) 
→ Acoplamento de iodotirosina para 
formar T3 e T4 hormonalmente 
ativos 
Exemplos = (1) Mutações no gene da 
peroxidase tireoidiana (TPO) são a 
causa mais comum; (2) Síndrome de 
Pendred: hipotireoidismo e surdez 
sensorineural. É causada por 
mutações no gene SLC26A4, que tem 
como produto a pendrina, é um 
transportador de ânions expressado 
na superfície apical dos tirócitos e no 
ouvido interno e é responsável pelo 
transporte de iodo para o interior do 
folículo tireoidiano. 
Deficiência endêmica de iodo na 
dieta. 
Ausência completa de parênquima 
tireoidiano (agenesia tireoidiana). 
Glândula pode estar grandemente 
reduzida em tamanho (hipoplasia 
tireoidiana). 
Síndrome da resistência ao 
hormônio tireoidiano: 
→ É um distúrbio autossômico 
dominante raro 
→ As mutações herdadas no 
receptor do hormônio tireoidiano 
suprimem a habilidade do 
receptor de se ligar ao hormônio 
tireoidiano 
→ Pacientes demonstram resistência 
generalizada ao hormônio 
tireoidiano 
→ Há altos níveis de T3 e T4 
circulantes, visto que, a hipófise 
também é resistente à 
retroalimentação dos hormônios 
tireoidianos, assim, os níveis de 
TSH também tendem a ser altos 
 
• Hipotireoidismo adquirido: 
Pode ser causado por:→ Deficiência de iodo na dieta 
→ Ablação (retirada) induzida por 
cirurgia 
→ Radiação do parênquima da 
tireoide 
→ Drogas: dadas intencionalmente 
para diminuir a secreção da 
Kreoide (como metimazol e 
propiltiouracil) ou agentes usados 
para tratar condições não-
tireoidianas (como lítio, ácido p-
aminosalicílico) 
→ Iodeto em altas concentrações: 
ele limita o seu próprio transporte 
e inibe de forma aguda e 
transitoriamente a síntese de 
iodotirosinas e iodotironinas (o 
efeito de Wolff-Chaikoff), 
apresentando um importante 
efeito clínico da concentração de 
iodo no plasma elevada consiste 
na inibição da liberação de 
hormônio tireoidiano (a ação é 
rápida e eficaz na tireotoxicose 
grave) 
 
• Hipotireoidismo autoimune: 
É a causa mais comum de 
hipotireoidismo em áreas do mundo 
com iodo suficiente. 
Maioria dos casos ocorre por 
tireoidite de Hashimoto. 
Pode ocorrer isoladamente ou em 
conjunto com a síndrome 
poliendócrina autoimune (APS). 
HIPOTIREOIDISMO SECUNDÁRIO 
É causado pela deficiência de TSH e, 
muito mais raramente, pela 
deficiência do TRH. 
Causas: 
→ Qualquer uma das causas do 
hipopituitarismo: trauma, tumor 
hipofisário, tumores não 
hipofisários e necrose hipofisária 
pós-parto (a hipófise é muito 
requisitada durante a gravidez e 
aumenta muito de tamanho, e, 
caso se tenha alguma hemorragia 
durante o parto, interfere 
diretamente na vascularização da 
hipófise, gerando uma necrose) 
→ Danos hipotalâmicos causados 
por trauma, tumores, terapia de 
radiação e doenças infiltrativas 
Curso clínico: 
→ Estado hipometabólico induzido 
pela redução de hormônio 
tireoidiano. Níveis reduzidos do 
hormônio tireoidiano resultam 
em uma menor taxa metabólica 
basal. 
Sistema cardiovascular: 
→ Circulação da pele: pele fria e 
ressecada, com sensibilidade 
exagerada ao frio. 
→ Coração: diminuição dos 
batimentos cardíacos. 
→ Dispneia 
→ Pressão arterial: aumento da 
pressão diastólica. 
Sistema nervoso: 
→ Cansaço, depressão, sono: 
hormônios tireoidianos agem nos 
sistemas noradrenérgico e 
serotoninérgico. 
→ São importantes para: libido, 
humor, memória, raciocínio e 
sono-vigília. 
Sistema endócrino: 
→ Apetite alterado (reduzido) 
→ Aumento de peso 
→ Ciclo menstrual alterado 
o Frequentemente, causa: 
menorragia e 
polimenorreia, isto é, 
sangramento menstrual 
excessivo e frequente, 
respectivamente 
o Estranhamente, em outras 
mulheres pode causar 
ciclos menstruais 
irregulares e, 
ocasionalmente, até 
mesmo amenorreia 
(ausência de sangramento 
menstrual) 
o Aumenta prolactina = não 
há ovulação 
o Efeito da fase lútea = 
diminuição da fase lútea 
(progesterona baixa) 
→ Colesterol elevado 
→ Tornozelos e rosto inchados 
→ Unhas e cabelos ásperos, secos e 
quebradiços, com perda de cabelo 
e diminuição da síntese proteica 
Sistema digestório: 
→ Prisão de ventre/constipação: 
diminuição do peristaltismo 
intestinal. 
Sistema respiratório: 
→ Rouquidão: mixedema ou mesmo 
à paralisia de pregas vocais. 
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS 
CLÁSSICAS DE 
HIPOTIREOIDISMO 
• Cretinismo: 
Trata-se do hipotireoidismo 
desenvolvido no período de 
desenvolvimento fetal ou infância. 
Causas: 
→ Deficiência de iodo (cretinismo 
endêmico) 
→ Erros inatos no metabolismo que 
interferem com a biossíntese dos 
níveis normais do hormônio 
tireoidiano (bócio 
desormonogenético) 
→ Ausência congênita da tireoide 
(cretinismo congênito) 
A tireoide é a primeira glândula 
endócrina a se desenvolver, com 
formação iniciada cerca de 24 dias 
após a fecundação. Na sétima semana, 
ela tem sua forma e localização 
definitivas, com formação dos 
folículos tireoidianos na 11a semana 
e produção hormonal de TSH e 
tiroxina na 20a semana, atingindo 
níveis adultos em torno da 35a 
semana. 
A identificação da presença de 
receptores de T3 no cérebro fetal por 
volta da décima semana e a 
observação da primeira fase de 
rápido desenvolvimento cerebral no 
segundo trimestre, período no qual o 
suprimento de hormônios 
tireoidianos se faz principalmente às 
custas da passagem materna, 
sugerem que baixas concentrações 
maternas de T4 podem resultar em 
déficit neurológico irreversível na 
criança. 
Características clínicas incluem: 
→ Desenvolvimento prejudicado do 
sistema esquelético e do sistema 
nervoso central 
→ Estatura baixa 
→ Língua projetada 
→ Retardo mental grave 
→ Características faciais grosseiras 
A gravidade do prejuízo mental no 
cretinismo parece estar relacionada 
com o tempo em que a deficiência 
tireoidiana ocorre no útero. Se há 
uma deficiência tireoidiana materna 
antes do desenvolvimento da 
glândula tireoide fetal, o retardo 
mental é grave. A redução nos 
hormônios tireoidianos maternos 
mais tardiamente na gravidez, após o 
desenvolvimento da tireoide fetal, 
permite o desenvolvimento normal 
do cérebro. 
Um neonato sem tireoide: 
→ Pode ter aparência e função 
normais, por ter recebido alguma 
quantidade (embora geralmente 
insuficiente) de hormônio 
tireoidiano materno, durante a 
vida uterina. 
→ Algumas semanas após o 
nascimento, os movimentos do 
neonato passam a ser lentos, e o 
seu desenvolvimento físico e 
mental fica bastante retardado. 
O tratamento do neonato com 
cretinismo é feito, em qualquer 
momento, com quantidades 
adequadas de iodo ou tiroxina, 
geralmente provoca a normalização 
do crescimento físico. 
A menos que o cretinismo seja 
tratado a partir de algumas semanas 
após o nascimento, o 
desenvolvimento mental permanece 
retardado de forma permanente. Esse 
estado ocorre devido a retardo do 
crescimento, ramificação e 
mielinização das células neuronais do 
sistema nervoso central e nesse 
momento crítico de desenvolvimento 
das capacidades mentais. 
A ausência de hormônio tireoidiano 
durante o período de neurogênese 
ativa (até 6 meses após o parto) 
resulta em deficiência intelectual 
irreversível (cretinismo) e é 
acompanhada de várias alterações 
morfológicas no encéfalo, sendo que 
essas alterações morfológicas graves 
decorrem: de um distúrbio na 
migração neuronal, da 
desorganização das projeções 
axônicas e de uma redução da 
sinaptogênese. 
A suplementação de hormônio 
tireoidiano iniciada durante as 
primeiras 2 semanas de vida pós-
natal pode impedir o 
desenvolvimento dessas alterações 
morfológicas. 
O crescimento esquelético da criança 
com cretinismo é caracteristicamente 
mais inibido que o do tecido mole. 
Resultado dessa 
desproporcionalidade do 
crescimento: 
→ Tecidos moles apresentam 
probabilidade de crescer 
excessivamente, dando à criança 
uma aparência obesa, estrutura 
brevilínea e baixa estatura. 
→ A língua se torna tão grande, em 
relação ao crescimento 
esquelético, que obstrui a 
deglutição e a respiração, 
induzindo uma respiração gutural 
característica, que, por vezes, 
sufoca a criança. 
 
• Mixedema: 
Também conhecida por Doença de 
Gull. 
Trata-se do hipotireoidismo 
prolongado que se desenvolve em 
crianças mais velhas ou em 
adultos. 
Manifestações clínicas variam com a 
idade de início da deficiência: 
→ Crianças mais velhas apresentam 
sinais e sintomas intermediários 
entre aqueles dos cretinos e 
aqueles de adultos com 
hipotireoidismo 
→ Adulto tem a condição aparecendo 
insidiosamente e pode levar anos 
para alcançar o nível de suspeita 
clínica 
Os aspectos clínicos são 
caracterizados por lentidão das 
atividades física e mental. 
Sintomas iniciais incluem: fadiga 
generalizada, apatia e preguiça 
mental. 
Mimetiza a depressão nos estágios 
iniciais da doença. 
Aspectos clínicos: 
→ Funções de linguagem e 
intelectuais se tornam lentas 
→ Pacientes são apáticos, 
intolerantes ao frio e 
frequentemente estão acima do 
peso 
→ Constipação e sudorese diminuída 
→ A pele desses pacientes é fria e 
pálida devido à redução do fluxosanguíneo 
→ Débito cardíaco reduzido 
contribui para o encurtamento da 
respiração e a capacidade de 
exercício reduzida. Os hormônios 
tireoidianos regulam a transcrição 
de genes sarcolêmicos, como as 
ATPases de cálcio, cujos produtos 
codificados são críticos para a 
manutenção do débito cardíaco 
eficiente. 
→ Promoção de um perfil 
aterogênico com aumento dos 
níveis de colesterol total e 
lipoproteína de baixa densidade 
(LDL), provavelmente 
contribuindo para as taxas de 
mortalidade cardiovascular. 
Aparência física: flacidez sob os 
olhos e o inchaço da face. Por motivos 
não explicados, a quantidade muito 
elevada de ácido hialurônico e sulfato 
de condroitina, ligados a proteínas, 
forma um excesso de gel tecidual nos 
espaços intersticiais, aumentando a 
quantidade total do líquido 
intersticial. Como o líquido em 
excesso trata-se de um gel, é 
essencialmente imóvel, e o edema é 
pouco deprimível. 
Histologicamente, há um acúmulo de 
substâncias matriciais, como 
glicosaminoglicanos e o ácido 
hialurônico, na pele, no tecido 
subcutâneo e em vários pontos 
viscerais, resultando em: 
→ Um alargamento e engrossamento 
das características faciais 
→ Aumento da língua 
→ Edema pouco depressível 
→ Aprofundamento da voz 
DIAGNÓSTICO 
Avaliação laboratorial: é papel vital 
no diagnóstico, devido à natureza não 
específica dos sintomas. Pacientes 
com aumento inexplicado no peso 
corporal ou hipercolesterolemia 
devem ser avaliados para um 
potencial hipotireoidismo. 
A mensuração dos níveis séricos de 
TSH é o teste de mapeamento mais 
sensível. O nível de TSH está 
aumentado no hipotireoidismo 
primário, sendo resultado da perda 
da inibição retroativa do TRH. O nível 
de TSH não está aumentado em 
pessoas com hipotireoidismo 
secundário, decorrente de doença 
hipotalâmica ou hipófise primária. 
Os níveis de T4 estão diminuídos em 
indivíduos com hipotireoidismo de 
qualquer origem. 
TIREOIDITES 
TIREOIDITE DE HASHIMOTO 
É a causa mais comum de 
hipotireoidismo em áreas do mundo 
onde os níveis de iodo são suficientes. 
Ocorre a falência gradual da tireoide 
devido à destruição autoimune da 
glândula tireoide. 
Não se sabe muito bem sua origem, 
porém, é sabido que possui um forte 
componente genético. 
Há uma suscetibilidade aumentada 
em polimorfismos à genes associados 
à regulação imunológica mais 
significativa, como polimorfismos do 
antígeno associado ao linfócito T 
citotóxico 4 (CTLA4), que apresenta 
nível reduzido da proteína ou de sua 
função (é um regulador negativo das 
respostas da célula T), afetando 
diretamente na glândula. 
Patogenia: 
→ A tireoide tem as células 
foliculares, que envolvem o 
folículo. 
→ Os pacientes com essa condição 
têm uma produção de anticorpos 
contra essas células foliculares, se 
ligando a elas. Então, tem um 
reconhecimento pelas células NK, 
resultando na destruição das 
células foliculares. 
→ Outra possibilidade é o 
reconhecimento das células 
foliculares por parte dos linfócitos 
T como antígenos, havendo a 
secreção de interferon-gama, que 
ativa macrófago e lesa as células 
foliculares. 
→ Por fim, as células T CD8 
reconhecem as foliculares no 
receptor FAS, sendo uma ligação 
com o FAS-L (receptor da célula), 
sendo citotóxica para as células 
foliculares. 
→ Independente da via, a destruição 
das células foliculares resulta na 
diminuição da síntese de T3 e T4, 
causando o hipotireoidismo. 
Alterações macroscópicas: 
→ A tireoide está um pouco 
aumentada de volume (portanto, 
mostra bócio), mas geralmente o 
aumento é discreto (causado pelas 
células inflamatórias). 
→ Geralmente, possui uma cor mais 
acastanhada (por conta do 
colóide). No paciente com 
tireoidite de Hashimoto, tem uma 
destruição das células foliculares, 
então, elas são substituídas por 
um intenso infiltrado linfocitário 
formando folículos linfóides com 
centros germinativos. 
Alterações microscópicas: 
 
→ Observa-se um intenso infiltrado 
inflamatório, que podem se 
organizar e forma2r folículos 
linfóides (redondinhos com áreas 
brancas de produção de 
anticorpos). 
→ Os folículos tireoidianos são 
destruídos, mas sobram algumas, 
que possuem filtrado inflamatório 
ao redor. Os que sobram possuem 
uma luz muito pequena. 
 
→ Folículos são atróficos e contêm 
pouco ou nenhum coloide. 
→ Os folículos linfóides são células 
inflamatórias que se organizam e 
possuem produção de anticorpos, 
com uma hipotrofia dos folículos 
tireoidianos e com proliferação 
fibrosa. 
Semelhanças com a doença de Graves, 
mas na tireoidite de Hashimoto: 
→ Infiltrado é mais intenso 
→ Células foliculares são menores 
→ Células foliculares sem aspecto 
sugestivo de hiperatividade 
funcional, ou seja, um epitélio 
mais cúbico 
Alguns folículos tireoidianos atróficos 
são revestidos em muitas áreas por 
células epiteliais, chamadas de células 
de Hürthle, que apresentam um 
citoplasma abundante, eosinofílico e 
granular. Trata-se de uma resposta 
metaplásica do epitélio folicular 
cuboide baixo normal à lesão em 
andamento. 
Em amostras de biópsia aspiradas 
com uma agulha fina, a presença de 
células de Hürthle em conjunto com 
uma população heterogênea de 
linfócitos é característica da tireoidite 
de Hashimoto. 
Curso Clínico: 
Tem-se o aumento indolor da 
tireoide, geralmente associado a 
algum grau de hipotireoidismo, em 
uma mulher de meia-idade. 
É simétrico e difuso, mas em alguns 
casos pode ser suficientemente 
localizado para provocar uma 
suspeita de neoplasia. 
Uma tireoidite linfocítica, como a 
tireoidite de Hashimoto, pode 
inicialmente gerar aumento 
tireoidiano, mas a atrofia 
eventualmente ocorrerá, com o 
resultante hipotireoidismo. 
Hipotireoidismo se desenvolve 
gradualmente e pode ser precedido 
por tirotoxicose transitória, visto que 
se tem a destruição dos folículos e, 
assim, liberação dos hormônios T3 e 
T4, uma liberação secundária dos 
hormônios tireoidianos 
(“hashitoxicose”). Os níveis de T3 e 
T4 livres estão elevados, o TSH está 
diminuído e a captação de iodo 
radioativo está diminuída. 
Tem-se a manutenção do 
hipotireoidismo, em que os níveis de 
T3 e T4 caem acompanhados por um 
aumento compensatório no TSH. 
Ainda com esse aumento de TSH, os 
níveis de T3 e T4 não sobem por se 
ter uma inflamação branda na 
tireoide que não permite que ocorra a 
síntese destes hormônios. 
Exames complementares: guiado 
pela suspeita de hipertireoidismo 
associado a dosagens séricas de: TSH, 
T4 livre, T3 e anticorpos 
antitireoperoxidase (anK-TPO), sendo 
este último: 
→ Exame detecta autoanticorpos 
contra uma enzima específica da 
tireoide 
→ Valores altos indicam lesão 
autoimune da glândula 
→ Podem ser observados na 
tireoidite de Hashimoto e na 
doença de Graves, mas os títulos 
mais altos ocorrem na tireoidite 
de Hashimoto (já que o anticorpo 
é mais alto por se contra as 
próprias células) 
Risco aumentado de desenvolver: 
→ Outras doenças autoimunes: 
endócrinas (diabetes tipo 1 ou 
adrenalite autoimune) ou não-
endócrinas (lúpus eritematoso 
sistêmico, miastenia grave e 
síndrome de Sjögren) 
→ Linfomas não-Hodgkin de 
células B: linfomas de MALT. 
TIREOIDITE LINFOCÍTICA 
(INDOLOR) SUBAGUDA 
Trata-se de uma tireoidite indolor, 
com aumento bocioso. 
Apresenta um hipertireoidismo leve, 
com aumento bocioso da glândula, ou 
de ambos, em que se tem um período 
transitório de tireotoxicose 
seguido de hipotireoidismo 
autolimitado. 
Maior frequência ainda é 
controvérsia: adultos de meia-
idade/mulheres (livro Robbins) ou 
crianças e adolescentes (livro 
Bogliolo). 
Patogenia: 
É uma variante da tireoidite de 
Hashimoto, em que os pacientes têm: 
→ Anticorpos antiperoxidase 
tireoidiana circulantes 
→ Histórico familiar de outros 
distúrbios autoimunes 
Cerca de 50% dos casos à evolução 
paraa própria tireoidite de 
Hashimoto. Alguns pacientes, sem 
explicação, conseguem regenerar as 
células foliculares (teve tiroxicose do 
mesmo jeito, mas há uma 
recuperação posterior) 
1/3 casos pode evoluir para 
hipotireoidismo aparente ao longo do 
tempo, visto que, a histologia da 
tireoide semelhante à da tireoidite de 
Hashimoto. 
Alterações macroscópicas: 
→ Aumento simétrico leve, em que a 
tireoide aparece normal no exame 
macroscópico. 
→ Dependência da intensidade do 
processo inflamatório e/ou 
fibrose. 
Alterações microscópicas: 
→ Infiltração linfocítica 
→ Centros germinativos 
hiperplásicos 
→ Ruptura de folículos 
→ Diferentemente do que ocorre na 
síndrome de Hashimoto: fibrose + 
metaplasia das células de Hürthle 
não são características 
proeminentes 
Curso clínico: 
Podem apresentar: 
→ Bócio indolor 
→ Hipertireoidismo aparente 
→ Ambos 
Alguns pacientes: mudam de um 
estado hipertireoidiano para o 
hipertireoidismo antes da 
recuperação. 
TIREOIDITE GRANULOMATOSA 
Conhecida como tireoidite de De 
Quervain. 
É comum entre as idades de 40 e 50 
anos. 
Afeta com mais frequência as 
mulheres (4x mais) do que os 
homens. 
Patogenia: 
Causas: 
→ Algumas desconhecidas 
→ É mais provável por uma infecção 
viral proveniente do trato 
respiratório superior, 
apresentando associação com 
coxsackievírus, caxumba, 
sarampo, adenovírus e outras 
doenças virais 
Formam-se antígenos que estimulam 
os linfócitos T citotóxicos os quais 
danificam as células foliculares. 
A resposta imunológica é iniciada 
pelo vírus e não é autoperpetuante, 
sendo um processo que é limitado, 
diferentemente da reação autoimune 
que se retroalimenta. 
Geralmente, é focal, tendo regiões que 
sofrem inflamação, lesão tecidual, 
tentativa de recuperação e fibrose do 
tecido. 
Alterações microscópicas: 
Evolução: 
→ Inicialmente à folículos são 
destruídos e substituídos por 
neutrófilos formadores de 
abscessos (é o acúmulo de 
exsudato formado por neutrófilos, 
destruindo tecidos e formação de 
cavidades novas). 
→ Fase mais adiantada apresenta 
linfócitos, plasmócitos, 
macrófagos e células gigantes de 
corpo estranho, que vão 
envolvendo coloide = granuloma. 
→ Estágio mais tardio à infiltrado 
inflamatório crônico e com 
formação de fibrose. Se a fibrose 
for muito intensa o paciente tem 
hipotireoidismo, por destruição 
da glândula com substituição do 
tecido. 
 
Alterações macroscópicas: 
→ Aumento unilateral ou bilateral da 
glândula. 
→ As áreas atingidas são amarelo-
esbranquiçadas e firmes, em 
contraste com as regiões normais 
(marrons e flexíveis). 
→ Substituição do parênquima por 
tecido fibroso, por se ter uma 
lesão intensa do tecido. 
Curso clínico: 
→ Inflamação tireoidiana e o 
hipertireoidismo são transitórios, 
geralmente diminuindo em 2 a 6 
semanas, mesmo se o paciente 
não for tratado (autolimitado). 
→ Possui níveis séricos altos de T3 e 
T4 e níveis séricos baixos de TSH. 
→ Após a recuperação, geralmente 
em 6 a 8 semanas, a função 
tireoidiana normal retorna, se não 
apresentar áreas muito grandes 
de fibrose. 
→ Se a área de fibrose for muito 
grande, evolui para 
hipotireoidismo. 
BÓCIO 
DEFINIÇÃO 
Toda vez que se falar de bócio refere-
se ao aumento da tireoide. 
Existem bócios que podem ser 
causados pela tireoidite, doença de 
Graves ou outras eutis. 
BÓCIO DIFUSO NÃO TÓXICO 
(SIMPLES) 
Ocorre o alargamento da glândula 
inteira sem a produção de 
modularidade. 
Os folículos aumentados estão 
repletos de coloide, sendo também 
chamado de bócio coloidal. 
Não é tóxico, então, o paciente não 
tem hipertireoidismo (sem alteração 
dos hormônios T3 e T4). 
Pode ser: bócio endêmico e bócio 
esporádico. 
• Bócio endêmico: 
É aquele presente em mais de 10% da 
população em dada região. 
Causas: 
→ Ocorre em áreas geográficas onde 
o solo, a água e o suprimento de 
comida contêm baixos níveis de 
iodo. 
→ Populações nativas que 
sobrevivem de alimentos 
bociogênicos, como a raiz de 
mandioca que contém um 
tiocianato (= no caso de 
perclorato contaminante) que 
inibe o transporte de iodo para 
dentro da tireoide. 
Gera: 
→ Síntese diminuída do hormônio 
tireoidiano 
→ Aumento compensatório no TSH 
→ Hipertrofia e hiperplasia das 
células foliculares. Quando o 
aporte de iodo é baixo, ocorre 
redução na produção dos 
hormônios tireoidianos, o TSH é 
secretado em excesso, e a tireoide 
torna-se hiperplásica e sofre 
hipertrofia (aumenta número de 
células e tamanho das células = 
bócio) 
Cerca de 50 miligramas de iodo por 
ano são necessários para a formação 
de quantidade adequada de hormônio 
tireoidiano. 
→ Certas regiões do mundo, como 
nos Alpes Suíços, nos Andes e na 
região dos Grandes Lagos nos 
Estados Unidos, existem 
quantidade insuficiente de iodo 
no solo, de modo que os alimentos 
não possuem sequer essa 
minúscula quantidade. 
→ Nos tempos anteriores ao sal de 
cozinha iodado, muitas pessoas 
que viviam nessas áreas 
desenvolviam tireoides 
extremamente aumentadas, 
chamadas bócios endêmicos. 
 
• Bócio esporádico: 
Ocorre menos frequentemente do que 
o bócio endêmico, com uma 
preponderância feminina e tem o pico 
de incidência na puberdade ou em 
adultos jovens, quando ocorre um 
aumento da demanda fisiológica por 
hormônios. 
Causas: 
→ Ingestão de substâncias que 
interferem com a síntese do 
hormônio tireoidiano. Exemplos = 
repolho, couve-flor, couve-de-
bruxelas, nabos e mandioca. 
→ Defeitos enzimáticos hereditários 
que interferem com a síntese do 
hormônio tireoidiano, como no 
bócio desormonogenético. 
→ Na maioria dos casos, causa não 
está aparente. 
Fases: hiperplásica e involução 
coloide. 
Fase hiperplásica: tem a diminuição 
de T3 e T4, com aumento de TSH e, 
assim, hiperplasia e hipertrofia. A 
tireoide aumentada e estimulada 
torna-se notavelmente eficiente na 
extração de traços residuais de iodeto 
do sangue. O paciente tem um 
episódio de hipotireoidismo, então, 
ocorre esse aumento de TSH. Uma 
baixa de iodo na dieta continuada faz 
com que as células foliculares de iodo 
não consigam se proliferar (elas são 
células estáveis, que só proliferam de 
forma limitada com estimulação), 
assim, ocorre o hipotireoidismo com 
bócio, sem acumular coloide no 
tecido. 
→ A glândula difusa e 
simetricamente aumentada, com 
100 a 150 g. 
→ Os folículos revestidos por uma 
grande quantidade de células 
colunares, que podem se 
acumular e formar projeções 
similares àquelas vistas na doença 
de Graves. Este acúmulo não é 
uniforme através da glândula e, 
então, alguns folículos estão 
enormemente distendidos, 
enquanto outros permanecem 
pequenos. 
Involução coloide: a glândula fica 
rica em colóide, com epitélio 
achatado e cuboidal e a superfície de 
corte da tireoide é geralmente 
marrom, transparente e translúcida. 
Resulta da aumenta da ingesta de 
iodo ou alteração alimentar e da 
diminuição da demanda de 
hormônios tireoidianos. 
 
Curso clínico: a grande maioria dos 
pacientes são eutireoideas, que 
apresentam níveis de T3 e T4 
normais e TSH sérico está geralmente 
elevado ou no limite máximo do 
normal. Suas manifestações clínicas 
estão primariamente relacionadas 
com os efeitos de massa da glândula 
tireoide aumentada. 
• Bócio multinodular: 
Aumento mais irregular da tireoide, 
sendo um resultado de episódios 
recorrentes de hiperplasia e 
involução, por se gerar uma 
irregularidade no crescimento da 
glândula. 
Todos os bócios simples de longa 
duração se convertem em bócios 
multinodulares. No crescimento, a 
glândula fica mais sujeita a traumas, 
formando os nódulos. 
Patogenia: estresse físico 
(hiperplasia folicular irregular, 
geração de novos folículos, acúmulo 
desigual de coloide) → ruptura de 
folículos e vasos, hemorragias, 
cicatrização, algumas vezes 
calcificações→ com a cicatrização a 
nodularidade aparece. 
Algumas células em um folículo têm 
vantagem no crescimento. Células → 
anormalidades genéticas intrínsecas 
→ clones de células proliferantes à 
formação de um nódulo → 
crescimento contínuo e autônomo, 
sem um estímulo externo. 
Uma minoria substancial de pacientes 
apresenta um nódulo autônomo, que 
pode se desenvolver em um bócio de 
longa duração e produzir 
hipertireoidismo. 
→ Nódulos autônomos clinicamente 
aparentes possam se desenvolver 
em aproximadamente 10% dos 
bócios multinodulares em 10 anos 
de acompanhamento. 
→ Um subgrupo de nódulos 
tireoidianos autônomos sofre 
mutações que afetam proteínas da 
via de sinalização do TSH, com 
uma ativação constitutiva desta 
via. 
Produzem os aumentos mais 
extremos da tireoide, podendo ser 
mais frequentemente confundidos 
com o envolvimento neoplásico. 
Como derivam do bócio simples, o 
bócio multinodular ocorre tanto na 
forma esporádica quanto na 
endêmica, na mesma distribuição 
entre homens e mulheres e tem 
presumivelmente as mesmas origens. 
A diferença é que acaba afetando 
indivíduos mais velhos porque é 
complicação tardia. 
Alterações macroscópicas: 
multilobulada, assimetricamente 
aumentada e pode alcançar um peso 
de mais de 2.000g. 
→ Bócio pode envolver um lobo 
muito mais do que o outro, 
causando uma pressão lateral nas 
estruturas da linha média, tais 
como a traqueia e o esôfago. 
Quando bócio cresce atrás do 
esterno e das clavículas, diz-se 
que é bócio intratorácico ou bócio 
mergulhante. 
→ Outras alterações macroscópicas é 
que se observam nódulos 
irregulares contendo quantidades 
variáveis de coloide marrom e 
gelatinoso. 
→ As lesões mais antigas 
apresentam áreas de: fibrose, 
hemorragia, calcificações e 
mudança cística. 
Alterações microscópicas: 
→ Os folículos estão ricos em coloide 
e revestidos por um epitélio 
achatado e inativo. 
→ Observam-se áreas de hiperplasia 
folicular. 
→ Em contraste com os neoplasias 
foliculares, a cápsula proeminente 
entre os nódulos hiperplásicos e o 
parênquima tireoidiano residual 
não está presente. 
 
→ Observa-se na imagem um nódulo 
hiperplásico, com parênquima 
tireoidiano residual comprimido 
na periferia, ausência de uma 
cápsula proeminente (é presente 
na neoplasia), uma característica 
distinguível das neoplasias 
foliculares. 
 
→ Alguns folículos são bem maiores 
que o normal e contêm abundante 
coloide, enquanto há folículos que 
lembram folículos normais são 
pequenos. 
→ Existem traves de tecido fibroso 
que dão à glândula aspecto 
nodular. 
→ As células foliculares podem ser 
colunares, achatadas ou cúbicas, 
indicando variação na atividade 
funcional. 
Curso clínico: 
→ Efeitos cosméticos: uma massa 
muito grande. 
→ Efeitos de massa da glândula 
aumentada: obstrução das vias 
aéreas, disfagia, compressão dos 
grandes vasos no pescoço e no 
tórax superior = síndrome da veia 
cava superior. 
→ A maioria dos pacientes é 
eutireoidea, ou seja, que possuem 
T3 e T4 normais. 
→ Uma minoria substancial de 
pacientes possui nódulo 
autônomo (funcionais que geral 
hipertireoidismo) pode se 
desenvolver em um bócio de 
longa duração = síndrome de 
Plummer. Não é acompanhada 
pela oftalmopatia infiltrativa e 
dermopatia da doença de Graves. 
Nódulos dominantes em um bócio 
multinodular podem se apresentar 
como um “nódulo tireoidiano 
solitário”, em que se mimetiza uma 
neoplasia tireoidiana. Pode ser 
realizada, para uma diferenciação: 
→ Biópsia por aspiração com agulha 
fina 
→ Mapeamento de radioiodo: uma 
captação de iodo desigual 
(incluindo, se for o caso, o nódulo 
autônomo “quente” = produz T3 e 
T4) ou envolvimento difuso do 
parênquima (= mistura da 
hiperplasia e dos nódulos 
involutivos no bócio 
multinodular) 
Glândula tireoidiana apresentando 
múltiplas áreas com captação menor 
do que o restante do parênquima, ou 
seja, nódulos hipocaptantes ou frios = 
compatível com bócio (as células não 
trabalham o suficiente). 
Se o distúrbio subjacente for 
suficientemente grave (isto é, um 
defeito congênito da biossíntese), as 
respostas compensatórias podem ser 
inadequadas para superar o 
comprometimento da síntese 
hormonal, resultando em 
hipotireoidismo com bócio. 
O grau de aumento tireoidiano é 
proporcional ao nível e à duração da 
deficiência hormonal tireoidiana. 
NEOPLASIAS 
Critérios clínicos que fornecem 
pistas da natureza de um 
determinado nódulo tireoidiano: 
• Nódulos solitários, em geral, são 
mais susceptíveis de serem 
neoplásicos do que os nódulos 
múltiplos (maior chance de ser 
bócio multinodular). A chance de 
malignidade não aumenta com o 
número de nódulos. 
• Nódulos em pacientes jovens são 
mais susceptíveis de serem 
neoplásicos do que os 
encontrados em pacientes mais 
velhos. 
• Nódulos em homens são mais 
susceptíveis de serem neoplásicos 
do que os de mulheres. 
• O histórico de tratamento por 
radiação da cabeça e do pescoço 
está associado a uma incidência 
aumentada de malignidade 
tireoidiana. 
• Nódulos funcionais que captam 
iodo radioativo nos estudos de 
imageamento (nódulos quentes) 
são significativamente mais 
susceptíveis de serem benignos 
do que malignos. 
A avaliação morfológica de um 
determinado nódulo tireoidiano, por 
aspiração com agulha fina ou estudo 
histológico do parênquima 
tireoidiano cirurgicamente ressecado, 
que fornece a informação mais 
definitiva sobre sua natureza. 
Sinais e história de risco de 
malignidade: 
História clínica Sinais clínicos 
Irradiação prévia 
na região cervical 
Nódulo de 
crescimento 
rápido 
Paciente < 20 ou 
> 60 anos 
Nódulo de 
consistência 
endurecida e/ou 
irregular 
Sexo masculino Fixação no tecido 
adjacente 
História familiar 
de câncer de 
tireoide 
Linfoadenomegalia 
ipsilateral 
Mudança na voz 
ou deglutição 
Paralisia da corda 
vocal ipsilateral 
O nódulo pode ser classificado de 1-5, 
de acordo com características e se há 
a necessidade da PAAF (punção de 
agulha fina), aliado com o ultrassom, 
dividindo em benigno, não suspeito, 
pouco suspeito, moderadamente 
suspeito ou altamente suspeito, de 
acordo com a categoria TI RADS de 
2017. 
ADENOMAS 
São tipicamente massas benignas 
solitárias, discretas e derivadas do 
epitélio folicular e, por isso, são 
conhecidos como adenomas 
foliculares. 
O termo "adenoma" definido pela 
Organização Mundial de Saúde 
consiste em um: "tumor bem 
encapsulado mostrando diferenciação 
das células foliculares”. 
São geralmente solitários e 
apresentam uma cápsula fibrosa 
bem definida. Se não tivesse a 
cápsula seria um bócio multinodular. 
Em geral, os adenomas foliculares 
não são precursores dos carcinomas, 
sendo apenas algumas alterações 
genéticas compartilhadas e suportam 
a possibilidade de que pelo menos um 
subgrupo de carcinomas foliculares 
surja em adenomas preexistentes. 
Grande maioria: não funcionantes = 
sem sintomatologia. 
Minoria: produz hormônios 
tireoidianos, chamados de adenomas 
funcionais (“adenomas tóxicos”). É 
independente da estimulação do TSH, 
havendo uma autonomia tireoidiana 
que causa tirotoxicose clinicamente 
aparente. 
O adenoma é uma neoplasia benigna, 
originada da proliferação de uma 
única célula, portanto, monoclonal 
(célula folicular cria autonomia na 
proliferação). O bócio nodular é uma 
hiperplasia, em que várias células 
proliferam em resposta a influências 
hormonais. 
Patogenia: 
A minoria (<20%) dos adenomas 
foliculares não funcionantes. 
Caso apresentem mutações de RAS ou 
PI3KC ou carregue um gene fusionado 
PAX8-PPARG serão apresentadas 
alterações genéticas compartilhadas 
com os carcinomas foliculares. 
Adenomas tóxicos: são mutações 
somáticas da via de sinalização do 
receptor de TSH (TSHR ou GNAS). 
Essas mutações de ganho-de-função 
em um dosdois componentes deste 
sistema de sinalização fazem com que 
as células foliculares secretem o 
hormônio tireoidiano, 
independentemente da estimulação 
do TSH (“autonomia Kreoidiana”), 
resultando num hipertireoidismo em 
que o nódulo tireoidiano é “quente” 
na imagem. 
As mutações em TSHR ou GNAS são 
raras nos carcinomas foliculares. Os 
adenomas tóxicos não parecem ser 
precursores de malignidade. 
Alterações macroscópicas: 
Lesão: solitária, esférica, encapsulada 
e medem cerca de 3 cm de diâmetro 
(alguns são um pouco maiores, 
podendo ter≥10 cm em diâmetro), 
cor varia de branco-acinzentado a 
vermelho-pardocento (dependendo 
da celularidade do adenoma e seu 
conteúdo coloidal), bem demarcada 
do parênquima tireoidiano 
circundante (células neoplásicas são 
demarcadas do parênquima adjacente 
por uma cápsula bem definida e 
intacta). 
Estas características são importantes 
para se fazer a distinção dos bócios 
multinodulares. 
As diferenças para os bócios 
multinodulares são que estes (bócios) 
contém: múltiplos nódulos em sua 
superfície lesionada, mas o paciente 
pode se apresentar clinicamente com 
um nódulo dominante solitário. 
Pode-se apresentar, tanto no bócio 
quanto no adenoma, áreas de fibrose 
(no bócio separa os nódulos e no 
adenoma reveste o nódulo como um 
todo), hemorragia, calcificação e 
mudanças císticas. 
Alterações microscópicas: 
É constituído por folículos pequenos, 
muito menores que o normal e 
geralmente sem colóide. 
O tumor é delimitado por uma 
cápsula fibrosa. 
Não há atipias celulares, mitoses ou 
necrose. 
Não há infiltração neoplásica da 
cápsula nem de vasos, o que é o único 
critério seguro para se diferenciar 
adenoma de adenocarcinoma. 
O tecido tireoidiano em volta do 
tumor sofre atrofia por compressão. 
Os adenomas podem ser 
histologicamente indistinguíveis dos 
nódulos hiperplásicos observados nos 
bócios nodulares, sendo a melhor 
maneira de diferenciá-los é na 
macroscopia. 
Observa-se na imagem que: 
→ O tumor é bem delimitado do 
tecido tireoidiano circunjacente 
por cápsula fibrosa de espessura 
variável. 
→ O tecido neoplásico é mais 
compacto que o tecido tireoidiano 
normal. 
→ Os folículos tireoidianos próximos 
ao tumor são de diâmetro 
irregular e contêm coloide. 
 
Há áreas onde: 
→ As células neoplásicas tendem a 
arranjar-se em folículos, imitando 
a estrutura básica do tecido 
tireoidiano normal. 
→ Os folículos têm diâmetro e 
quantidade de coloide variáveis. 
Em outras áreas; 
→ Arranjo folicular, mas os folículos 
não contém coloide. 
→ As células são cúbicas ou 
colunares baixas, com núcleo 
redondo e cromatina densa, mas 
bem distribuída. 
→ Não há pleomorfismo, 
hipercromatismo ou figuras de 
mitose. 
 
Ainda em outras áreas: luz folicular é 
diminuta ou inexistente, dando ao 
tecido aspecto sólido, em que não há 
colóide. Este padrão conhecido como 
adenoma fetal, sendo o aspecto da 
tireoide no feto, quando os folículos 
ainda não formaram luz. 
Diagnóstico diferencial entre 
adenoma e carcinoma da tireoide 
baseia-se em cuidadoso exame 
histológico do espécime cirúrgico, em 
que se procura invasão da cápsula ou 
de vasos. São os únicos critérios 
seguros, pois pleomorfismo ou 
mitoses não são confiáveis. 
Curso clínico: 
A grande maioria dos adenomas não 
sofre malignização, já que os 
carcinomas parecem originar-se já 
como tais, e não a partir de 
adenomas. 
Muitos adenomas foliculares se 
apresentam como massas indolores 
unilaterais, que são frequentemente 
descobertas durante um exame físico 
de rotina. 
Grandes massas podem produzir 
sintomas locais, como dificuldade de 
engolir. 
Adenomas não-funcionais: captam 
menos iodo radioativo do que o 
parênquima tireoidiano normal e 
geralmente aparecem com nódulos 
frios em relação ao tecido tireoidiano 
adjacente. Até 10% dos nódulos frios 
eventualmente se mostram malignos 
na análise histológica. 
Adenomas tóxicos: são ativos e 
tratam-se de nódulos quentes. 
Malignidade é rara nos nódulos 
quentes. 
Devido à necessidade de se avaliar a 
integridade capsular, o diagnóstico 
definitivo do adenoma somente pode 
ser feito após um exame histológico. 
Os adenomas suspeitos da tireoide 
são, portanto, removidos 
cirurgicamente para excluir a 
malignidade. 
Os adenomas foliculares têm 
excelente prognóstico não recorrem 
ou não dão metástases. 
CARCINOMAS 
A maioria dos carcinomas 
tireoidianos (exceto carcinomas 
medulares) derivam do epitélio 
folicular tireoidiano, sendo sua 
grande maioria formada por lesões 
bem definidas. 
São relativamente raros, 
predominando no sexo feminino. 
O principal fator predisponente é 
radiação, particularmente na infância. 
Os principais subtipos de carcinoma 
tireoidiano são: 
→ Carcinoma papilar (>85% dos 
casos) 
→ Carcinoma folicular (5% a 15% 
dos casos) 
→ Carcinoma 
anaplásicos/indiferenciados (<5% 
dos casos) 
→ Carcinoma medular (5% dos 
casos) 
CARCINOMAS PAPILARES 
São a forma mais comum, com 
frequência maior entre 25 e 50 anos 
de idade. 
Pode ser único ou múltiplo, 
encapsulado ou não. 
É muito mais provável em indivíduos 
expostos a altas doses de radiação 
ionizante. 
 
 
Patogenia: 
Existem várias vias de sinalização 
dentro da célula que podem causar 
alterações que gerem carcinomas. 
 
Alterações macroscópicas: 
As lesões podem conter áreas de 
fibrose e calcificações, são 
frequentemente císticas e podem ser 
solitárias ou multifocais. 
Alguns tumores podem estar bem 
circunscritos e até mesmo 
encapsulados ou infiltrar no 
parênquima adjacente com margens 
mal definidas. 
Alterações microscópicas: 
Podem apresentar papilas 
ramificadas, com uma haste 
fibrovascular e coberta por células 
epiteliais cuboides. 
Os núcleos das células contêm: 
→ Cromatina finamente dispersa, 
sendo opticamente clara ou vazia 
= núcleo de vidro moído/ claro/ 
fosco ou olho da órfã Annie. 
 
→ Invaginações do citoplasma. Em 
um corte transversal, tem-se a 
aparência de inclusões 
intranucleares 
(“pseudoinclusões”) ou sulcos 
intranucleares. 
 
Observam-se estruturas 
concentricamente calcificadas 
chamadas de corpos de psamonas, 
que são uma forte indicação de que a 
lesão é um carcinoma papilar. 
Corpos de psamonas: estruturas 
calcificadas; são exclusivas de 
carcinoma papilar. 
 
Existem focos de invasão linfática 
pelo tumor, estando frequentemente 
presentes. O envolvimento de vasos 
sanguíneos é relativamente raro, 
particularmente em lesões menores. 
Estima-se que metástases para os 
linfonodos cervicais adjacentes 
ocorram em mais da metade dos 
casos. 
O diagnóstico de carcinoma papilar é 
feito com base nas características 
nucleares, mesmo na ausência da 
arquitetura papilar; 
Há mais de uma dúzia de variantes 
histológicas de carcinoma papilar que 
podem: 
→ Mimetizar outras lesões da 
tireoide 
→ Abrigar implicações prognósticas 
distintas 
→ Variante mais comum é a variante 
folicular 
Variação folicular: pode surgir sem 
o aspecto papilífero, mas constituindo 
folículos com a característica de fenda 
e núcleo claro. 
 
→ O diagnóstico histológico é dado 
pela análise dos núcleos (que é 
característico do carcinoma 
papilar). 
→ É mais frequentemente 
encapsulada 
→ Apresenta incidência de 
metástases nos linfonodos + 
extensão extratireiodiana 
menores do que os carcinomas 
papilares convencionais 
Curso clínico: 
São nódulos tireoidianos 
assintomáticos, geralmente frios à 
cintilografia. 
Primeira manifestação pode ser uma 
massa em um linfonodo cervical. 
Geralmente um nódulo simples. 
Nódulo que se move livremente 
durante a deglutição. 
Sintomas: rouquidão, disfagia, tosse 
e dispnéia nos casos avançados. 
Apresentam excelente prognóstico, 
sendo a taxa de sobrevivência por 10 
anos em mais de 95%. 
Crescimento lento, com baixo grau de 
malignidade.Metástase a distância em 5%: 
pulmões (70%), ossos (20%) e SNC 
(10%). 
Pacientes eutireoidianos (nódulos 
frios).

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