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DOENÇAS DA TIREOIDE

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Julia Paris Malaco – UCT16 
SP2 – doenças da tireoide 
 
Anatomia 
 
A glândula tireoide consiste em dois lobos laterais 
volumosos conectados por um istmo 
relativamente fino, geralmente localizados abaixo 
e anteriormente à laringe. A tireoide é dividida em 
lóbulos, compostos de 20 a 40 folículos 
uniformemente distribuídos, por um septo fibroso e 
estreito, revestidos por um epitélio cuboide a 
colunar e repletos com tiroglobulina PAS-positiva. 
Em resposta aos fatores hipotalâmicos, o TSH 
(tireotrofina) é liberado pelos tireotrofos da adeno-
hipófise para dentro da circulação. 
 
Suas relações anatômicas são: 
 Ao lado passa o nervo laringeo-recorrente 
 Fica logo atrás da traqueia (se cresce pode 
causar compressão da traqueia, se crescer 
exageradamente pode comprimir o esôfago) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fisiologia 
 
A síntese dos hormônios da tireoide ocorre nos 
folículos tireoideanos (também chamados de 
ácinos), estruturas esféricas cujas paredes são 
compostas por uma camada única de células 
epiteliais. O centro oco de cada folículo é 
preenchido com uma mistura pegajosa de 
glicoproteínas, denominada coloide. O coloide 
mantém um suprimento de 2 a 3 meses de 
hormônios da tireoide. As células foliculares que 
cercam o coloide sintetizam uma glicoproteína, 
chamada de tireoglobulina, e enzimas para a 
síntese dos hormônios da tireoide. 
 
A unidade morfofuncional na tireoide é o folículo 
tireoidiano, todo o folículo é rodeado por 
capilares. Em volta do folículo tireoidiano estão 
presentes as células parafoliculares, que são as 
células C, que também produzem calcitonina – 
 
Este hormônio promove a absorção de cálcio pelo 
sistema esquelético e inibe a reabsorção de osso 
pelos osteoclastos. 
A tireoide é altamente vascularizada. 
Dentro das células foliculares está presente o 
coloide, que concentra grande quantidade de 
 
iodo. Essa célula possui uma bomba (bomba 
sódio-iodeto) que permite a entrada do iodeto na 
célula, ao entrar ele sofre alguns processos através 
da TPO (enzima tireoperoxidase), esses processos 
são: 
 Oxidação 
 Organificação 
 Acoplamento do iodo 
Se não ocorrer esses processos não ocorre a 
formação do hormônio tireoidiano. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O iodo ao ser ingerido, fica na corrente 
circulatória como iodeto, e a partir da bomba de 
sódio-iodeto, ele entra na célula, ocorrendo: 
A primeira fase - oxidação - onde o iodeto 
encontra o TPO: iodeto + TPO  iodo. 
Esse iodo já dentro da célula, se junta também ao 
TPO e realiza a segunda fase - organificação – essa 
fase ocorre da seguinte forma: a célula por si só já 
tem a presença de tireoglobulina com seus 
radicais tirosil dentro dela, o iodo junto com o TPO, 
Julia Paris Malaco – UCT16 
ele consegue se ligar aos radicais tirosil. O iodo + 
TPO ligado ao tirosil forma o complexo MIT e DIT, 
ligados a tireoglobulina: iodo + TPO + tirosil  MIT, 
DIT, tireoglobulina. 
A substancia inteira formada dentro da célula 
durante a segunda fase (MIT, DIT e tireoglobulina, 
sai da célula e vai para o coloide. O coloide está 
cheio de moléculas separadas de tireoglobulina, 
MIT, DIT e etc. Quando o complexo cai no coloide, 
a TPO realiza a terceira fase - acoplamento – a 
enzima tireoide peroxidase remove um elétron do 
iodo e adiciona o iodo à tirosina na molécula de 
tireoglobulina. A adição de um iodo à tirosina cria 
a monoiodotirosina (MIT). A adição de um 
segundo iodo cria a di-iodotirosina (DIT). MIT e DIT, 
então, sofrem uma reação de acoplamento. Uma 
MIT e uma DIT combinam-se para formar o 
hormônio da tireoide tri-iodotironina, ou T3 
(observe a mudança de tirosina para tironina no 
nome). Duas DIT unem-se para formar a 
tetraiodotironina (T4 também conhecida como 
tiroxina). também conhecida como tiroxina): TPO 
acopla DIT + MIT formando T3, e DIT + DIT formando 
T4. 
O T3 e T4 formados ainda estão ligados a 
tireoglobulina. 
 
Quando o corpo precisa do hormônio tireoidiano, 
a célula (folículo tireoidiano) capta parte do 
coloide, fazendo uma endocitose (retira um 
pedaço dele). Ao fazer isso, o lisossomo 
intracelular vai pegar esse pedaço que foi tirado 
do coloide e quebrar a ligação separando a 
tireoglobulina dos hormônios T3 e T4, mandando 
eles para a circulação enquanto a tireoglobulina 
permanece dentro da célula para começar um 
novo ciclo 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
É lançado muito mais T4 do que T3 (20x mais): o T3 
é o hormônio tireoidiano ativo, a o T4 não. Então o 
T4 precisa ser convertido em T3 na periferia para 
ter a ação do T3 e funcionar, essa conversão é 
feita pela desiodinase tipo 1. 
 
 Existem medicações que inibem TPO 
impedindo todas a fazes e não ocorrendo a 
formação de hormônio, usados no tratamento 
do hipertireoidismo 
 Doença de Hashimoto é uma doença que 
possui o anticorpo anti-TPO, ou seja inibe o TPO 
impedindo toda a formação dos hormônios, 
por isso o paciente com Hashimoto tem 
hipotireoidismo 
 O TSH estimula todo o ciclo porque o folículo 
tireoidiano possui receptores de TSH. Existe 
uma medicação (carbonato de lítio, usado na 
psiquiatria) que interage na função do TSH e 
acaba prejudicando na função hormonal 
podendo levar a hipotireoidismo porque 
acaba inibindo o estimulo necessário do TSH 
para estimulação das células da tireoide 
 
 
 O eixo 
Hipotálamo libera o TRH  estimulo chega a 
hipófise que libera TSH  chega a tireoide que 
libera T3 e T4. 
Ao excesso de T3 e T4 ocorre um feedback 
negativo que avisa ao hipotálamo para diminuir a 
liberação de TRH. 
 
O controle da secreção dos hormônios da tireoide 
segue o padrão hipotalâmicohipofisário-glândula 
endócrina periférica típico. O hormônio liberador 
de tireotrofinas (TRH) do hipotálamo, controla a 
secreção do hormônio da adeno-hipófise, 
tireotrofina, também conhecida como hormônio 
estimulador da tireoide (TSH, do inglês, thyroid-
stimulating hormone). O TSH, por sua vez, atua na 
glândula tireoide para promover a síntese 
hormonal. Os hormônios da tireoide geralmente 
atuam como um sinal de retroalimentação 
negativa para evitar a hipersecreção. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Julia Paris Malaco – UCT16 
Se o problema ocorre diretamente na tireoide 
(seja por doença ali ou alguma outra alteração 
direta da tireoide), teremos um hipertireoidismo 
primário, onde a própria doença faz com que 
ocorra a produção dos hormônios, sem controle 
da própria tireoide – T3 e T4L alto, TSH baixo – 
porque vai estar ocorrendo liberação de T3 e T4 
em excesso e ainda mandando estimulo para o 
feedback negativo no hipotálamo  hipófise, 
então eles vão diminuir a liberação de TSH mas T3 
e T4 vão continuar sendo liberados por conta da 
doença que está fazendo isso. 
 
Se o problema ocorre na hipófise (doença, tumor 
ou qualquer alteração direta da hipófise), teremos 
um hipertireoidismo secundário – T3 e T4L alto, TSH 
alto – a doença na hipófise vai sem querer 
estimular muito a liberação de TSH sem controle, o 
que consequentemente libera mais T3 e T4, 
mesmo com o feedback negativo, não sera o 
suficiente para inibição do TSH que esta ocorrendo 
por conta da doença, fazendo com que os dois 
fiquem altos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Então, liberação de TSH pela hipófise 
estimulando a tireoide e liberando T3 e T4. 
 T4 é liberado 20x mais que T3. 
 T4 é convertido em T3 na periferia pela enzima 
desiodinase tipo 1. 
 
Existem situações clinicas e farmacológicas que 
inibem a desiodinase tipo 1 (principalmentes 
respostas inflamatórias ocorrendo no paciente) 
impedindo a conversão periférica de T4 em T3. 
Nesses casos, ocorre um desvio que leva o T4 a 
sofrer ação da desiodinase tipo 3, sendo 
convertido em RT3 (T3 reverso), que é 
biologicamente sem função (essecaso pode ser 
chamado de síndrome do eutireoideo doente, 
síndrome do T3 reverso). 
Isso ocorre principalmente nessas situações: uso 
de propiltiuracil, uso de iodo e amiodarona, uso de 
propranolol, uso de glicocorticoides, inflamação, 
sepse. 
 
 Unidade funcional da tireoide? Folículo 
tireoidiano 
 Hormônio que estimula tireoide? TSH 
 Enzima mais importante na produção de T3 e 
T4? TPO 
 Qual hormônio tem mais ação biológica? T3 
 Enzima que converte T4 e T3? Desiodinase tipo 
1 
 Drogas que inibem o TPO? Propiotiuracil e 
metimazol 
 Drogas que inibem desiodinase tipo 1? 
Glicocorticoide, amiodarona, iodo, 
propranolol, inflamação, sepse 
 
 
 Funções dos hormônios da tireoide 
O hormônio tireoidiano tem diversos efeitos 
celulares, incluindo a regulação positiva do 
catabolismo de carboidratos e lipídios e a 
estimulação da síntese proteica em uma ampla 
variedade de células. O resultado final desses 
processos é um aumento na taxa metabólica 
basal. Uma das funções mais importantes do 
hormônio tireoidiano é seu papel fundamental no 
desenvolvimento cerebral do feto e do recém-
nascido. 
 
A ação principal dos hormônios da tireoide nos 
adultos é prover substrato para o metabolismo 
oxidativo. Os hormônios da tireoide são 
termogênicos e aumentam o consumo de 
oxigênio na maioria dos tecidos. O mecanismo 
exato não está claro, mas é parcialmente 
relacionado às mudanças no transporte de íons 
através das membranas mitocondrial e celular. Os 
hormônios da tireoide também interagem com 
outros hormônios para modular o metabolismo das 
proteínas, dos carboidratos e dos lipídeos. 
 
Nas crianças, os hormônios da tireoide são 
necessários para a expressão plena do hormônio 
do crescimento, ou seja, eles são essenciais para 
o crescimento e o desenvolvimento normais, 
principalmente do sistema nervoso. Nos primeiros 
anos após o nascimento, a mielina e a formação 
de sinapses requerem T3 e T4. Estudos citológicos 
sugerem que os hormônios da tireoide regulam a 
montagem dos microtúbulos, uma parte essencial 
do crescimento neuronal. Os hormônios da 
tireoide também são necessários para o 
crescimento ósseo adequado. 
 
As ações dos hormônios da tireoide são, em 
grande parte, observáveis nas pessoas que 
secretam muito ou pouco hormônio. Os efeitos 
fisiológicos que são sutis em pessoas que 
apresentam secreção hormonal normal se tornam 
exagerados nos pacientes com disfunções 
endócrinas. Pacientes com excesso ou deficiência 
dos hormônios da tireoide podem apresentar 
Julia Paris Malaco – UCT16 
diminuição da tolerância ao calor ou ao frio e 
distúrbios de humor, além de outros sintomas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Tireotoxicose X hipertireoidismo 
 
A tirotoxicose é um estado hipermetabólico 
causado por níveis circulantes elevados de T3 e T4 
livres. Como essa condição é causada mais 
comumente pelo hiperfuncionamento da 
glândula tireoide, é frequentemente conhecida 
como hipertireoidismo. No entanto, em certas 
condições o suprimento excessivo está mais 
relacionado com a liberação excessiva do 
hormônio tireoidiano pré-formado (p. ex., na 
tireoidite) ou com uma fonte extratireoidiana, do 
que com o hiperfuncionamento da glândula. 
Logo, falando estritamente, o hipertireoidismo é 
somente uma (embora a mais comum) das causas 
da tirotoxicose. 
Tireotoxicose: não é uma doença da tireoide e 
nem da hipófise, mas sim um excesso de hormônio 
presente na periferia (por exemplo uma 
intoxicação exógena de iodo, fazendo uma 
intoxicação, ou uma inflamação da tireoide que 
pode expor o coloide e “vaza” T3) 
Hipertireoidismo: hiper função da tireoide, doença 
em si, alto patológico seja da tiroide ou da hipófise 
 
 
 
 
 
Hipertireoidismo 
 
 Doença de Graves: Disturbio auto imune 
 Bócio Multinodular tóxico: Doença idoso - 
Causa desconhecida 
 Adenoma Tóxico (Doença de Plummer): 
Mutação de um grupo de folículo tireoidiano 
 
 Clínica 
Insônia, nervosismo, intolerância ao calor, perda 
de peso, polifagia, hiperdefecação, tremor, 
taquicardia, queda de cabelo, pele quente e 
úmida. 
 
As manifestações clínicas do hipertireoidismo são 
variáveis e incluem mudanças conhecidas como 
estado hipermetabólico induzido pelo excesso de 
hormônio tireoidiano e pela superatividade do 
sistema nervoso simpático (i.e., um aumento no 
“tônus” β-adrenérgico). 
 
Os níveis excessivos do hormônio tireoidiano 
resultam em um aumento na taxa metabólica 
basal. A pele dos pacientes tirotóxicos tende a ser 
macia, quente e ruborizada por causa do fluxo 
sanguíneo aumentado e da vasodilatação 
periférica para aumentar a perda de calor. A 
intolerância ao calor é comum. A sudorese é 
aumentada por causa dos altos níveis de 
calorigênese. 
A taxa metabólica basal aumentada também 
resulta em perda de peso aumentada a despeito 
do apetite aumentado. 
 
As manifestações cardíacas estão entre as mais 
precoces e mais consistentes características do 
hipertireoidismo. Os indivíduos com 
hipertireoidismo podem ter um aumento do débito 
cardíaco, decorrente tanto da contratilidade 
aumentada do coração quanto da necessidade 
periférica de oxigênio aumentada. Taquicardia, 
palpitações e cardiomegalia são comuns. As 
arritmias, particularmente fibrilação atrial, ocorrem 
frequentemente e são mais comuns em pacientes 
idosos. 
Alguns indivíduos com tirotoxicose desenvolvem 
disfunção ventricular esquerda reversível e 
insuficiência cardíaca “de baixo débito”, 
conhecidas como miocardiopatias tirotóxica ou 
hipertireoidiana. 
 
No sistema neuromuscular, a superatividade do 
sistema nervoso simpático produz tremor, 
hiperatividade, labilidade emocional, ansiedade, 
incapacidade de concentração e insônia. 
Fraqueza muscular proximal e massa muscular 
diminuída são comuns (miopatia tireoidiana). 
Julia Paris Malaco – UCT16 
 
Mudanças oculares frequentemente chamam a 
atenção para o hipertireoidismo. Um olhar fixo e 
arregalado e movimento lento da pálpebra 
superior estão presentes por causa da 
superestimulação simpática do levantador de 
pálpebra superior. No entanto, a oftalmopatia 
tireoidiana associada à proptose é vista somente 
na doença de Graves. 
 
No sistema gastrointestinal, a hiperestimulação 
sistêmica do intestino resulta em hipermotilidade, 
má absorção e diarreia. 
 
O sistema esquelético também é afetado. O 
hormônio tireoidiano estimula a reabsorção óssea, 
aumentando a porosidade do osso cortical e 
reduzindo o volume do osso trabecular. O efeito 
final é a osteoporose e um risco aumentado de 
fraturas em pacientes com hipertireoidismo 
crônico. Outros achados incluem atrofia do 
músculo esquelético, com infiltração gordurosa e 
infiltrados linfocíticos intersticiais focais; dilatação 
hepática mínima devida às alterações adiposas 
nos hepatócitos; e hiperplasia linfoide 
generalizada e linfadenopatia em pacientes com 
doença de Graves. 
 
O termo tempestade tireoidiana é usado para 
designar um início abrupto de hipertireoidismo 
grave. Esta condição ocorre mais comumente em 
pacientes com doença de Graves subjacente e 
resulta provavelmente de uma elevação aguda 
nos níveis das catecolaminas, que pode ser 
encontrada durante infecção, cirurgia, 
interrupção de medicamentos antitireoidianos ou 
qualquer forma de estresse. Os pacientes estão 
frequentemente febris e apresentam taquicardia 
fora da proporção da febre. 
A tempestade tireoidiana é uma emergência 
médica: Um número significativo de pacientes 
não tratados morre de arritmias cardíacas. O 
hipertireoidismo apatético se refere à tirotoxicose 
ocorrendo em idosos, nos quais a idade 
avançada e as várias comorbidades podem 
ofuscar as características típicas do excesso de 
hormônio tireoidiano visto em pacientes mais 
jovens. 
 
 Diagnóstico 
Um valor baixode TSH é geralmente confirmado 
com a mensuração do T4 livre, o qual está 
esperadamente aumentado. Em um paciente 
ocasional, o hipertireoidismo resulta 
predominantemente de níveis circulantes de T3 
aumentados (“toxicose de T3”). Nestes casos, os 
níveis de T4 livres podem estar diminuídos e a 
mensuração direta do T3 sérico pode ser útil. 
 
Em casos raros de hipertireoidismo associados à 
hipófise (secundários), os níveis de TSH estão 
normais ou aumentados. A determinação dos 
níveis de TSH após a injeção do hormônio liberador 
de tirotrofina (teste de estimulação do TRH) é 
usada na avaliação dos casos de hipertireoidismo 
com mudanças equivocadas no nível sérico basal 
de TSH. Um aumento normal no TSH após a 
administração de TRH exclui o hipertireoidismo 
secundário. 
 
Uma vez que o diagnóstico de tirotoxicose tenha 
sido confirmado por uma combinação de ensaios 
de TSH e níveis do hormônio tireoidiano livre, a 
mensuração da captação do iodeto radioativo 
pela glândula tireoidiana pode ser valiosa na 
determinação da etiologia. Por exemplo, pode 
haver captação difusamente aumentada em 
toda a glândula (doença de Graves), captação 
aumentada em um nódulo solitário (adenoma 
tóxico) ou uma captação diminuída (tireoidite). 
 
Doença de graves 
 
 Doença auto imune – TRAb + (anticorpo anti-
receptor de TSH) 
 Acomete mais mulheres, pega dos 20 a 50 
anos 
 Fisiologicamente, TSH atua no seu receptor. 
Na doença de graves, o receptor do TSH está ali 
mas quem atua nele é o TRAb e não o TSH. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A doença de Graves é caracterizada pela 
interrupção da auto tolerância aos autoantígenos 
tireoidianos, de modo mais importante o receptor 
de TSH. 
O resultado é a produção de múltiplos 
autoanticorpos, incluindo: 
 Imunoglobulinas estimuladoras da tireoide: O 
anticorpo IgG se liga ao receptor de TSH e 
mimetiza a ação do TSH, estimulando a adenil 
ciclase e aumentando a liberação de 
hormônios tireoidianos. Quase todos os 
indivíduos com a doença de Graves têm níveis 
detectáveis deste autoanticorpo. A 
imunoglobulina estimuladora da tireoide é 
relativamente específica para a doença de 
Julia Paris Malaco – UCT16 
Graves, em contraste com os anticorpos para 
a tiroglobulina e a peroxidase tireoidiana. 
 Imunoglobulinas estimuladoras do 
crescimento da tireoide: Também 
direcionadas para o receptor de TSH, as 
imunoglobulinas estimuladoras do 
crescimento da tireoide têm sido implicadas 
na proliferação do epitélio folicular tireoidiano. 
 Imunoglobulinas inibidoras da ligação do TSH: 
Estes anticorpos antirreceptores de TSH evitam 
que o TSH se ligue normalmente ao seu 
receptor nas células epiteliais tireoidianas. 
Fazendo isso, algumas formas de 
imunoglobulinas inibidoras da ligação do TSH 
mimetizam a ação do TSH, resultando na 
estimulação da atividade das células epiteliais 
tireoidianas, enquanto outras formas podem, 
na verdade, inibir a função tireoidiana. Não é 
comum encontrar a coexistência de 
imunoglobulinas estimulatórias e inibitórias no 
soro de um mesmo paciente, um achado que 
poderia explicar por que alguns pacientes 
com a doença de Graves têm episódios de 
hipotireoidismo. 
 
A doença de Graves é a causa mais comum de 
hipertireoidismo endógeno. 
Ela é caracterizada por uma tríade de achados 
clínicos: 
 Hipertireoidismo decorrente de aumento 
hiperfuncional difuso da tireoide. 
 Oftalmopatia infiltrativa com exoftalmo 
resultante. 
 Dermopatia infiltrativa localizada, algumas 
vezes chamada de mixedema prétibial, que 
está presente em uma minoria de pacientes. 
 
Manifestações típicas 
 Bócio difuso: reação antígeno anticorpo em 
toda a tireoide 
 Exoftalmia (oftalmia de graves): o volume dos 
tecidos conjuntivos retro-orbitais e dos 
músculos extraorbitais está aumentado. Essas 
alterações deslocam o globo ocular para a 
frente e podem interferir com a função dos 
músculos extraoculares. 
o Infiltração marcante do espaço 
retroorbital por células mononucleares, 
predominantemente células T; 
o edema inflamatório e inchaço dos 
músculos extraoculares; 
o acúmulo de componentes da matriz 
extracelular, especificamente 
glicosaminoglicanos hidrofílicos, como o 
ácido hialurônico e o sulfato de 
condroitina; 
o números aumentados de adipócitos 
(infiltração gordurosa). 
 A superatividade simpática produz um olhar 
fixo e arregalado e pálpebra superior lenta. 
 Mixedema pré tibial: processo inflamatório que 
causa alteração – se apresenta como um 
espessamento escamoso e um endurecimento 
 Baqueteamento digital e unhas de plummer 
 O aumento da tireoide pode ser 
acompanhado pelo fluxo sanguíneo 
aumentado através da glândula hiperativa, 
frequentemente produzindo um “bruit” (sopro 
vascular) audível e frêmitos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A doença de Graves (hipertireoidismo) e a 
tireoidite de Hashimoto (hipotireoidismo) 
representam os dois extremos dos distúrbios 
tireoidianos autoimunes 
 
Morfologia: A glândula tireoide está, em geral, 
simetricamente aumentada por causa da 
hipertrofia e hiperplasia difusas das células 
epiteliais foliculares da tireoide. 
 
Diagnóstico 
 Função tireoidiana 
o T4L alto (não é necessário pedir T3) 
o TSH suprimido (muito baixo) 
 Na dúvida pedir anticorpo anti-receptor de 
TSH (TRAb), presente em 100% dos casos 
 Exame complementar 
o Cintilografia da tireoide – captação difusa 
o RAIU 24h 
Devido ao estímulo contínuo dos folículos 
tireoidianos pelas imunoglobulinas estimuladoras 
da tireoide, a captação de iodo radioativo está 
aumentada e o mapeamento do radio-iodo 
mostra captação difusa de iodo. 
 
 
 
 
 
 
Julia Paris Malaco – UCT16 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Tratamento: medicamentoso, radioblaçao, 
cirurgia. 
A doença de Graves é tratada com 
bloqueadores-β, os quais são direcionados para os 
sintomas relacionados com o aumento do tônus β-
adrenérgico (p. ex., taquicardia, palpitações, 
tremulação e ansiedade) e por medidas 
objetivando a diminuição da síntese do hormônio 
tireoidiano, como a administração de tionamidas 
(p. ex., propiltiouracil), ablação por radio-iodo e 
intervenção cirúrgica. 
 
Hipotireoidismo 
 
As doenças da tireoide incluem condições 
associadas à liberação excessiva de hormônios 
tireoidianos (hipertireoidismo), aquelas associadas 
à deficiência do hormônio tireoidiano 
(hipotireoidismo) e as lesões de massa da tireoide. 
 
O hipotireoidismo é causado por qualquer 
desarranjo estrutural ou funcional que interfira com 
a produção de níveis adequados do hormônio 
tireoidiano. 
 
Dependendo da origem do hipotireoidismo: se ele 
surge de uma anormalidade intrínseca na própria 
tireoide ou se ocorre como resultado de uma 
doença hipofisária ou hipotalâmica. O 
hipotireoidismo primário é responsável pela 
grande maioria dos casos de hipotireoidismo e 
pode ser acompanhado por um aumento no 
tamanho da glândula tireoide (bócio). O 
hipotireoidismo primário pode ser congênito, 
adquirido ou autoimune. 
 
Primário 
 
 congênito, adquirido ou autoimune): 
decorrente de problemas diretos na tireoide 
 
Hipotireoidismo congenito (primario) 
 Deficiência endêmica de iodo na dieta. 
 erros inatos do metabolismo tireoidiano (bócio 
desormonogenético). Qualquer um dos 
múltiplos passos que levam à síntese do 
hormônio da tireoide pode estar deficiente, 
como transporte do iodo para dentro dos 
tirócitos, organificação do iodo (ligação do 
iodo aos resíduos de tirosina da proteína de 
armazenamento, tiroglobulina) e 
acoplamento de iodotirosina para formar T3 e 
T4 hormonalmente ativos. 
 Mutações no gene da TPO: causa mais 
comum de bocio disormonogenetico. 
 Síndrome de Pendred (gene SLC26A4): 
hipotireoidismo associado a surdez congenita. 
o a pendrina, é um transportador de ânions 
expressado na superfície apicaldos tirócitos e 
no ouvido interno. 
o a pendrina é uma proteina encontrada na 
superficie apical do tireoicito, que forma o 
foliculo tireoidiano que tem funçao de fazer 
mobilizaçao do iodo para que o mesmo possa 
ser liberado no coloide, sem a pendrina o iodo 
não consegue chegar ate la. Nessa sindrome 
ocorre inatividade da pendrina, deixando o 
iodo em niveis normais na corrente sanguinea 
mas impedindo que ele chege ao coloide 
consequentemente impede a formaçao de T3 
e T4. 
 Agenesia e hipoplasia tireoidiana 
 Mutações na linhagem germinativa do TSH 
 Síndrome da resistência ao hormônio 
tireoidiano: distúrbio autossômico dominante 
raro, causado por mutações herdadas no 
receptor do hormônio tireoidiano, que 
suprimem a habilidade do receptor de se ligar 
ao hormônio tireoidiano. Os pacientes 
demonstram resistência generalizada ao 
hormônio tireoidiano, a despeito dos altos 
níveis de T3 e T4 circulantes. Já que a hipófise 
também é resistente à retroalimentação dos 
hormônios tireoidianos, os níveis de TSH 
também tendem a ser altos. 
Hipotireoidismo adquirido (primario) 
 Ablação induzida por cirurgia ou radiação do 
parênquima da tireoide. 
 Drogas (metimazol, propiltiouracil, lítio, ácido 
p-aminosalicílico). 
 
Hipotireoidismo autoimune (primario) 
O hipotireoidismo autoimune é a causa mais 
comum de hipotireoidismo em áreas do mundo 
com iodo suficiente. A grande maioria dos casos 
de hipotireoidismo autoimune é decorrente da 
tireoidite de Hashimoto. Anticorpos circulantes, 
incluindo anticorpos antimicrossomais, 
antiperoxidase tireoidiana e antitiroglobulina, são 
encontrados neste distúrbio e a tireoide está 
geralmente aumentada (bociosa). O 
hipotireoidismo autoimune pode ocorrer 
isoladamente ou em conjunto com a síndrome 
poliendócrina autoimune (APS), tipos 1 e 2. 
 
Julia Paris Malaco – UCT16 
Secundário 
 
 doença hipofisária ou hipotalâmica - 
problemas no eixo 
 O hipotireoidismo secundário (ou central) é 
causado pela deficiência de TSH e, muito mais 
raramente, pela deficiência do TRH. Qualquer 
uma das causas do hipopituitarismo (p. ex., 
tumor hipofisário, necrose hipofisária pós-
parto, trauma e tumores não hipofisários) ou 
de danos hipotalâmicos por tumores, trauma, 
terapia de radiação ou doenças infiltrativas 
pode causar hipotireoidismo central. 
Clínica do hipotireoidismo 
 
 Cretinismo 
O cretinismo se refere ao hipotireoidismo que se 
desenvolve no período da lactância. 
 
As características clínicas do cretinismo incluem 
desenvolvimento prejudicado do sistema 
esquelético e do sistema nervoso central, 
manifestado por retardo mental grave, estatura 
baixa, características faciais grosseiras, língua 
projetada e hérnia umbilical. A gravidade do 
prejuízo mental no cretinismo parece estar 
relacionada com o tempo em que a deficiência 
tireoidiana ocorre no útero. Normalmente, 
hormônios maternais, inclusive T3 e T4, atravessam 
a placenta e são críticos para o desenvolvimento 
cerebral do feto. Se há uma deficiência 
tireoidiana materna antes do desenvolvimento da 
glândula tireoide fetal, o retardo mental é grave. 
Em contraste, a redução nos hormônios 
tireoidianos maternos mais tardiamente na 
gravidez, após o desenvolvimento da tireoide 
fetal, permite o desenvolvimento normal do 
cérebro. 
 
 Mixedema 
Hipotireoidismo que se desenvolve em crianças 
mais velhas ou em adultos. 
 
Os aspectos clínicos do mixedema são 
caracterizados por lentidão das atividades física e 
mental. 
 fadiga generalizada 
 apatia e preguiça mental - o que pode 
mimetizar a depressão nos estágios iniciais da 
doença. 
 As funções de linguagem e intelectuais se 
tornam lentas. 
 Intolerancia ao frio 
 frequentemente acima do peso. 
 A atividade simpática diminuída resulta em 
constipação e sudorese diminuída. 
 A pele desses pacientes é fria e pálida devido 
à redução do fluxo sanguíneo. 
 O débito cardíaco reduzido provavelmente 
contribui para o encurtamento da respiração 
e a capacidade de exercício reduzida - Os 
hormônios tireoidianos regulam a transcrição 
de diversos genes sarcolêmicos, como as 
ATPases de cálcio, cujos produtos codificados 
são críticos para a manutenção do débito 
cardíaco eficiente. 
 Além disso, o hipotireoidismo promove um 
perfil aterogênico – aumento dos níveis de 
colesterol total e lipoproteína de baixa 
densidade (LDL) –, provavelmente 
contribuindo para as taxas de mortalidade 
cardiovascular adversa nesta doença. 
 
Morfologia: Histologicamente há um acúmulo de 
substâncias matriciais, como os 
glicosaminoglicanos e o ácido hialurônico, na 
pele, no tecido subcutâneo e em vários pontos 
viscerais. Isso resulta em edema não depressível, 
um alargamento e engrossamento das 
características faciais, aumento da língua e 
aprofundamento da voz. 
 
Diagnóstico: A mensuração dos níveis séricos de 
TSH é o teste de mapeamento mais sensível para 
este distúrbio. O nível de TSH está aumentado no 
hipotireoidismo primário como resultado da perda 
da inibição retroativa do TRH e da produção de 
TSH pelo hipotálamo e pela hipófise, 
respectivamente. O nível de TSH não está 
aumentado em pessoas com hipotireoidismo 
decorrente de doença hipotalâmica ou hipófise 
primária. Os níveis de T4 estão diminuídos em 
indivíduos com hipotireoidismo de qualquer 
origem. 
 
Tireoidite de hashimoto 
 
A tireoidite de Hashimoto é caracterizada por 
falência gradual da tireoide devido à destruição 
autoimune da glândula tireoide. 
 
A tireoidite de Hashimoto e a doença de Graves 
são os dois distúrbios mediados imunologicamente 
mais comuns da tireoide. 
 
Este distúrbio é mais prevalente entre 45 e 65 anos 
de idade e é mais comum em mulheres do que 
em homens. 
 
A suscetibilidade aumentada da tireoidite de 
Hashimoto está associada a polimorfismos em 
múltiplos genes associados à regulação 
imunológica, sendo o mais significativo a ligação 
Julia Paris Malaco – UCT16 
aos polimorfismos do antígeno associado ao 
linfócito T citotóxico 4 (CTLA4). O CTLA4 é um 
regulador negativo das respostas da célula T e, 
não surpreendentemente, os polimorfismo do 
gene CTLA4 resultam em nível reduzido da 
proteína ou de sua função e estão associados a 
uma predisposição para a doença autoimune. 
 
Outro determinante genético da suscetibilidade 
para a tireoidite de Hashimoto, recentemente 
descrito, é o polimorfismo funcional no gene da 
proteína tirosina fosfatase-22 (PTNP22) que 
codifica uma tirosina fosfatase linfoide, também 
conhecida por inibir a função da célula T. A 
suscetibilidade a outras doenças autoimunes, 
como diabetes tipo 1, tem sido associada a 
polimorfismos tanto no CTLA4 quanto no PTNP22. 
 
 Patogenia 
Doença de Hashimoto é uma doença que possui 
o anticorpo anti-TPO, ou seja inibe o TPO 
impedindo toda a formação dos hormônios, por 
isso o paciente com Hashimoto tem 
hipotireoidismo. 
 
A tireoidite de Hashimoto é causada por uma 
interrupção na auto tolerância aos autoantígenos 
tireoidianos. Isso é exemplificado pela presença 
de autoanticorpos circulantes contra a 
tiroglobulina e a peroxidase tireoidiana na grande 
maioria dos pacientes com Hashimoto. 
 
A indução da autoimunidade tireoidiana é 
acompanhada por uma depleção progressiva 
dos tirócitos por apoptose e substituição do 
parênquima tireoidiano por infiltração celular 
mononuclear e fibrose. 
 
Múltiplos mecanismos imunológicos podem 
contribuir para a morte da célula tireoidiana, 
inclusive: 
 Morte celular mediada por célula T citotóxica 
CD8+: as células T citotóxicas podem causar 
destruição dos tirócitos. 
 Morte celular mediada por citocinas: a 
ativação excessiva de células T leva à 
produção de citocinas inflamatórias TH1, 
como o interferon-γ na glândula tireoide, 
resultando em recrutamento e ativação de 
macrófagos e danos aos folículos. Ligação de anticorpos antitireoidianos 
(anticorpos antitiroglobulina e antiperoxidase 
tireoidiana) seguida por citotoxicidade 
mediada por célula, dependente de 
anticorpos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Morfologia: A tireoide está, com frequência, 
difusamente aumentada. 
A cápsula intacta e a glândula estão bem 
demarcadas das estruturas adjacentes. A 
superfície de corte é pálida, 
amareloamarronzada, firme e um tanto nodular. 
 
O exame microscópico revela uma infiltração 
extensiva do parênquima por um infiltrado 
inflamatório mononuclear contendo pequenos 
linfócitos, plasmócitos e centros germinativos bem 
desenvolvidos. 
 
Os folículos tireoidianos são atróficos e são 
revestidos em muitas áreas por células epiteliais 
distinguidas pela presença do citoplasma 
abundante, eosinofílico e granular, chamadas de 
células de Hürthle. Estas são uma resposta 
metaplásica do epitélio folicular cuboide baixo 
normal à lesão em andamento. Em amostras de 
biópsia aspiradas com uma agulha fina, a 
presença de células de Hürthle em conjunto com 
uma população heterogênea de linfócitos é 
característica da tireoidite de Hashimoto. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Julia Paris Malaco – UCT16 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Na tireoidite de Hashimoto “clássica”, o tecido 
conjuntivo intersticial está aumentado e pode ser 
abundante. Uma variante fibrosa é caracterizada 
por atrofia folicular tireoidiana grave e fibrose 
densa “semelhante a queloide”, bandas largas de 
colágeno acelular abrangendo o tecido 
tireoidiano residual. Na tireoidite de Hashimoto a 
fibrose não se estende além da cápsula da 
glândula. O parênquima tireoidiano 
remanescente demonstra características de 
tireoidite linfocítica crônica. 
 
 Clínica 
 Aumento indolor da tireoide. 
 O aumento da glândula é geralmente 
simétrico e difuso, mas em alguns casos pode 
ser suficientemente localizado para provocar 
uma suspeita de neoplasia. 
 O hipotireoidismo se desenvolve 
gradualmente - Em alguns casos, no entanto, 
ele pode ser precedido por tirotoxicose 
transitória causada pelo rompimento dos 
folículos tireoidianos, com a liberação 
secundária dos hormônios tireoidianos 
(“hashitoxicose”). Durante esta fase, os níveis 
de T3 e T4 livres estão elevados, o TSH está 
diminuído e a captação de iodo radioativo 
está diminuída. Com a manutenção do 
hipotireoidismo, os níveis de T3 e T4 caem 
acompanhados por um aumento 
compensatório no TSH. 
 Indivíduos com tireoidite de Hashimoto estão 
sob risco aumentado de desenvolver outras 
doenças autoimunes, tanto endócrinas 
(diabetes tipo 1, adrenalite autoimune) 
quanto não-endócrinas (lúpus eritematoso 
sistêmico, miastenia grave e síndrome de 
Sjögren). Eles também estão sob risco 
aumentado de desenvolver linfomas não-
Hodgkin de células B, especialmente linfomas 
da zona marginal do tecido linfoide associado 
à mucosa (linfomas de MALT). 
 
Tireoidite subaguda 
(granulomatosa) 
 
Este distúrbio é mais comum entre as idades de 40 
e 50 e, como outras formas de tireoidite, afeta 
significativamente com mais frequência as 
mulheres do que os homens 
 
Acredita-se que a tireoidite subaguda seja 
disparada por uma infecção viral. A maioria dos 
pacientes tem um histórico de infecções do trato 
respiratório superior logo antes do início da 
tireoidite. A doença tem uma incidência sazonal, 
com as ocorrências tendo pico no verão, e grupos 
de casos têm sido relatados em associação com 
coxsackievírus, caxumba, sarampo, adenovírus e 
outras doenças virais. Embora a patogenia da 
doença não esteja clara, um modelo sugere que 
ela resulta de uma infecção viral que leve à 
exposição a um antígeno tireoidiano ou viral, o 
qual é liberado secundariamente aos danos no 
tecido hospedeiro induzidos pelo vírus. Este 
antígeno estimula os linfócitos T citotóxicos, os 
quais danificam então as células foliculares 
tireoidianas. Em contraste com a doença 
tireoidiana autoimune, a resposta imunológica é 
iniciada pelo vírus e não é autoperpetuante, logo 
o processo é limitado. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Julia Paris Malaco – UCT16 
Morfologia: A glândula pode estar unilateral ou 
bilateralmente aumentada e firme, com cápsula 
intacta. Ela pode ser levemente aderente às 
estruturas circundantes. Em um corte, as áreas 
envolvidas são firmes e amarelo-esbranquiçadas e 
se sobressaem da substância tireoidiana marrom, 
normal e mais flexível. 
Histologicamente, as alterações são pontuais e 
dependem do estágio da doença. No início da 
fase inflamatória ativa, folículos espalhados 
podem ser inteiramente destruídos e substituídos 
por neutrófilos formadores de abscessos. 
Posteriormente, os aspectos mais característicos 
aparecem na forma de agregados de linfócitos, 
macrófagos ativados e plasmócitos próximos aos 
folículos tireoidianos colapsados e danificados. 
Células gigantes multinucleadas envolvem grupos 
nus ou fragmentos de coloide, daí a designação 
tireoidite granulomatosa. Em estágios mais tardios 
da doença, um infiltrado inflamatório crônico e 
fibrose podem substituir o foco da lesão. Estágios 
histológicos diferentes são, às vezes, encontrados 
na mesma glândula, sugerindo ondas de 
destruição ao longo de um período de tempo. 
 
 Clínica 
 A tireoidite granulomatosa (de Quervain) é a 
causa mais comum de dor tireoidiana. 
 Há um aumento variável da tireoide. 
 A inflamação tireoidiana e o hipertireoidismo 
são transitórios, geralmente diminuindo em 2 a 
6 semanas. 
 Níveis séricos altos de T3 e T4 e níveis séricos 
baixos de TSH durante esta fase. 
 A captação de iodo radioativo está 
diminuída. 
 Retorno da função tireoidiana (6 a 8 semanas) 
 
Tireoidite linfocítica (indolor) 
subaguda 
 
A tireoidite linfocítica subaguda, que também é 
chamada de tireoidite indolor, geralmente chama 
a atenção clínica por causa do hipertireoidismo 
leve, do aumento bocioso da glândula, ou de 
ambos. Embora ela possa ocorrer em qualquer 
idade, é mais frequentemente observada em 
adultos de meia-idade e é mais comum em 
mulheres. 
 
Um processo da doença, semelhante à tireoidite 
indolor, pode ocorrer durante o período pósparto 
em mais de 5% das mulheres (tireoidite pós-parto). 
As tireoidites indolor e pós-parto são variantes da 
tireoidite de Hashimoto, já que a maioria dos 
pacientes tem anticorpos antiperoxidase 
tireoidiana circulantes ou histórico familiar de 
outros distúrbios autoimunes. Um terço dos casos 
pode evoluir para hipotireoidismo aparente ao 
longo do tempo, e a histologia da tireoide 
também é rememorativa da tireoidite de 
Hashimoto. 
 
Morfologia: Exceto por um possível aumento 
simétrico leve, a tireoide parece normal no exame 
macroscópico. 
As características histológicas mais específicas 
consistem em infiltração linfocítica com centros 
germinativos hiperplásicos no parênquima 
tireoidiano e ruptura espalhada e colapso dos 
folículos tireoidianos. 
 
Diferentemente do que ocorre na síndrome de 
Hashimoto franca, a fibrose e a metaplasia das 
células de Hürthle não são características 
proeminentes. 
 
 Clínica 
 Indivíduos com tireoidite indolor podem 
apresentar bócio indolor, hipertireoidismo 
aparente ou ambos. 
Alguns pacientes mudam de um estado 
hipertireoidiano para o hipotireoidismo antes da 
recuperação. 
A tireoidite pósparto pode se parecer com a 
doença de Graves, cuja incidência também está 
aumentada na condição de gravidez. 
 
Oftalmopatia infiltrativa e outras manifestações da 
doença de Graves são, contudo, ausentes na 
primeira. Como declarado, até um terço dos 
indivíduos afetados eventualmente progridem 
para o hipotireoidismo aparente em um período 
de 10 anos.

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