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ATIVIDADE DISCURSIVA - Modelo Multiportas e Meios Integradores de Resolução de Conflitos

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ATIVIDADE DISCURSIVA - MODELO MULTIPORTAS E MEIOS INTEGRADORES DE RESOLUÇÃO DE CONFLITOS
A morosidade do judiciário não é um fator recente na justiça brasileira, há anos ouve-se falar do abarrotamento de processos judiciais em tramite nas comarcas de todo o país. O Estado, através do Poder Judiciário, exerce a função de dar fim aos conflitos existentes que demandam uma solução jurídica e, muitas vezes, tais conflitos se dilatam num embate de anos.
Sobre o processo exacerbado da judicialização, alguns pontos devem ser levados em consideração. Ora, é fato que quanto mais pessoas propuserem demandas judiciais perante o Poder Judiciário, mais processos tramitarão. Consequentemente, mais tempo levarão para terminar. Quanto mais os processos demoram, maior será o número de pessoas desestimuladas a buscar a efetivação dos seus direitos. Não obstante, o tempo que um advogado dispende para defender os interesses de um cliente no Judiciário é infinitamente maior do que negociando.
Os chamados meios alternativos de solução de conflitos são sugestões de resolver um conflito que não são impostas diretamente perante o Poder Judiciário. Elas podem até mesmo ter participação do Judiciário, porém, a decisão final acerca da solução não será dada por um magistrado, como ocorre em uma audiência de conciliação após o ajuizamento de uma ação judicial, por exemplo.
A mediação é mais uma das conhecidas modalidades de resolução de conflitos e que, por vezes, acaba sendo mais efetiva dentro do direito de família. O CNJ[footnoteRef:1] conceitua a mediação como sendo: [1: CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA. Disponível em: <https://www.cnj.jus.br/programas-e-acoes/conciliacao-e-mediacao/> Acesso em: 20 out de 2021.] 
A Mediação é uma forma de solução de conflitos na qual uma terceira pessoa, neutra e imparcial, facilita o diálogo entre as partes, para que elas construam, com autonomia e solidariedade, a melhor solução para o problema. Em regra, é utilizada em conflitos multidimensionais, ou complexos. A Mediação é um procedimento estruturado, não tem um prazo definido, e pode terminar ou não em acordo, pois as partes têm autonomia para buscar soluções que compatibilizem seus interesses e necessidades.
A mediação pode ser considerada como a interferência de um terceiro em uma negociação, sendo que este terceiro tem poder limitado, ajudando as partes a chegarem a um acordo voluntariamente, podendo estabelecer ou fortalecer relacionamentos de confiança, minimizando custos e os danos psicológicos[footnoteRef:2].	 [2: MOORE, Christopher W. O Processo de Mediação: estratégia práticas para resolução de conflitos. Tradução de Magda França Lopes. 2. ed. Porto Alegre: Artmed, 1998, p. 28] 
Não obstante, a mediação pode ser realizada entre pessoas físicas ou jurídicas, tornando-se assim uma ferramenta de estimado apoio, para findar os longos e desgastantes processos se se arrastam por anos e anos no judiciário. Muito bem conceitua Adolfo Braga[footnoteRef:3], de uma forma mais abrangente a mediação: [3: BRAGA NETO, Adolfo. Os advogados, os conflitos e a mediação. In: OLIVEIRA, Ângela (Coord). Mediação Métodos de resolução de controvérsias. São Paulo: LTr, n. 1, p.93-100, 1999, p. 93.] 
 
Mediação é uma técnica não-adversarial de resolução de conflitos, por intermédio da qual duas ou mais pessoas (físicas, jurídicas, públicas, etc.) recorrem a um especialista neutro, capacitado, que realiza reuniões conjuntas e/ou separadas, com o intuito de estimulá-las a obter uma solução consensual e satisfatória, salvaguardando o bom relacionamento entre elas.
Embora seja muito parecida com a Conciliação, o Código de Processo Civil, em seu artigo 165, faz uma diferenciação entre mediadores e conciliadores judiciais, veja-se:
Art. 165. Os tribunais criarão centros judiciários de solução consensual de conflitos, responsáveis pela realização de sessões e audiências de conciliação e mediação e pelo desenvolvimento de programas destinados a auxiliar, orientar e estimular a autocomposição.
§ 1º A composição e a organização dos centros serão definidas pelo respectivo tribunal, observadas as normas do Conselho Nacional de Justiça.
§ 2º O conciliador, que atuará preferencialmente nos casos em que não houver vínculo anterior entre as partes, poderá sugerir soluções para o litígio, sendo vedada a utilização de qualquer tipo de constrangimento ou intimidação para que as partes conciliem.
§ 3º O mediador, que atuará preferencialmente nos casos em que houver vínculo anterior entre as partes, auxiliará aos interessados a compreender as questões e os interesses em conflito, de modo que eles possam, pelo restabelecimento da comunicação, identificar, por si próprios, soluções consensuais que gerem benefícios mútuos.
 Conforme se observa pela redação do artigo supracitado, o papel do conciliador será atuar preferencialmente nos conflitos em que não há qualquer vínculo ou relação pessoal entre as partes, apenas o litígio. Já o mediador vai atuar preferencialmente nas relações onde já existe um vínculo pessoal entre as partes, de forma a propor um reestabelecimento do diálogo, intermediando as conversas para que seja possível propor uma solução ao caso concreto.
Os chamados “processos autocompositivos” compreendem tanto os processos que se conduzem diretamente ao acordo, como é de forma preponderante a conciliação, quanto às soluções facilitadas ou estimuladas por um terceiro – geralmente, mas nem sempre, denominado “mediador”. Em ambos os casos, existe a presença de um terceiro imparcial, e a introdução deste significa que os interessados renunciaram parte do controle sobre a condução da resolução da disputa.
Além disso, em todos os processos autocompositivos as partes podem continuar, suspender, abandonar e retomar as negociações. Como os interessados não são obrigados a participarem da mediação, permite se encerrar o processo a qualquer tempo. Apesar de o mediador exercer influência sobre a maneira de se conduzirem as comunicações ou de se negociar, as partes têm a oportunidade de se comunicar diretamente, durante a mediação, da forma estimulada pelo mediador. Assim como na negociação, nenhuma questão ou solução deve ser desconsiderada. O mediador pode e deve contribuir para a criação de opções que superam a questão monetária ou discutir assuntos que não estão diretamente ligados à disputa, mas que afetam a dinâmica dos envolvidos. Por fim, tanto na mediação, quanto na conciliação, como na negociação, as partes não precisam chegar a um acordo, as partes têm ainda a possibilidade de encerrar a mediação a qualquer hora sem sofrerem maiores prejuízos, pois este é um processo não vinculante.

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