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APOSTILA GERIATRIA 2021_39ccbb9e969c4eead2f8bdac533f7b84

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GERIATRIA 
 
 
 
 
 
 
2021 
 
 
Prof. J. Júnior D. Queiroz 
 
 
2 
Sumario: 
 
 
 
1 Introdução a geriatria ................................................................................................... 03 
2 Aspectos biopsicossociais do processo de envelhecimento ........................................ 05 
3 O processo de envelhecimento .................................................................................... 07 
4 Principais alterações patológicas do idoso ................................................................... 12 
 4.1 Cardiovasculares ............................................................................................. 12 
 4.2 Pulmonares ...................................................................................................... 15 
4.3 Geniturinárias ................................................................................................... 16 
4.4 Gastrointestinais .............................................................................................. 22 
4.5 Músculo - esqueléticas .................................................................................... 27 
4.6 Distúrbios da visão ........................................................................................... 32 
4.7 Distúrbios da audição ...................................................................................... 33 
4.8 Neurológicas .................................................................................................... 34 
4.9 Transtornos psiquiátricos ................................................................................. 40 
5 Assistência ao idoso ..................................................................................................... 44 
6 Violência contra o idoso ................................................................................................ 58 
7 O lazer do idoso ............................................................................................................ 66 
8 Política nacional de saúde do idoso ............................................................................. 71 
9 Referencias ................................................................................................................... 76 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3 
1 INTRODUÇÃO A GERIATRIA: 
 
Conceitos: 
 
Medicina geriátrica ou Geriatria: 
 
É o ramo da medicina que foca o estudo, a prevenção e o tratamento de doenças e da 
incapacidade em idades avançadas. 
 
Geriatras: 
 
São médicos especializados no cuidado com o idoso e têm a sua formação variável em 
diferentes países, mas geralmente esta passa por uma formação generalista (medicina interna, 
medicina de família). 
 
O envelhecimento: 
 
Pode ser explicado por dois conceitos distintos: 
 
 Conceito Simplista: 
 
É o processo pelo qual o jovem se transforma em idoso. 
 
 Conceito Biológico: 
 
São fenômenos que levam à redução da capacidade de adaptação as sobrecargas funcionais. 
 
De acordo com a cronologia, em países em desenvolvimento o idoso é o indivíduo que tem 60 
anos de idade ou mais. 
 
E em países desenvolvidos, o indivíduo que tem 65 anos de idade ou mais. 
 
Os indivíduos considerados muito idosos são aqueles que possuem 80/85 anos de idade ou 
mais. 
 
A Organização Mundial da Saúde normatizada a idade de 65 anos para pessoas provenientes 
tanto de países desenvolvidos como em países em desenvolvimento com o intuito de permitir 
comparações mais diretas entre países. 
 
A capacidade funcional ao longo da vida vai reduzindo, na terceira idade é importante manter 
independência e prevenir incapacidade, por isso, reabilitar e garantir qualidade de vida. 
 
O processo natural de envelhecimento associado às doenças crônicas é o responsável pela 
limitação do idoso. 
 
Nesta fase da vida é importante focar sempre na prevenção, pois nem sempre o indivíduo irá 
manifestar sintomas de doença, até o idoso aparentemente saudável requer cuidados, pois as 
manifestações de doenças nos idosos são: 
 
 Atípicas; 
 Sub-clínicas; 
 os sintomas são inespecíficos e geralmente não relatados. 
 
As principais ocorrências no idoso são: 
 
• Instabilidade; 
• Incontinência; 
• Iatrogenia; 
• Imobilidade; 
• Insuficiência: 
 
 
4 
o Imobilidade; 
o Insuficiência cognitiva; 
o Iatrogenia; 
o Instabilidade; 
o Quedas; 
o Incontinência; 
o Delírio; 
o Demência; 
o Depressao. 
 
Objetivos da Geriatria: 
 
• Manutenção da Saúde em idades avançadas. 
• Manutenção da funcionalidade. 
• Prevenção de doenças. 
• Detecção e tratamento precoce . 
• Máximo grau de independência . 
• Cuidado e apoio durante doenças terminais. 
• Tratamentos seguros. 
 
Prevenção de doenças nos idosos: 
 
 O planejamento para a prevenção de doenças nos idosos consiste em: 
 
• Corrigir os hábitos deletérios: 
• Alimentação não balanceada; 
• Inatividade física; 
• Tabagismo; 
• Obesidade; 
• Abuso de drogas 
• Postergar diagnósticos e tratamento adequado das doenças; 
• Usar medicamentos racionalmente: 
• Prescrição consciente; 
• Início e término; 
• Respeito à orientação; 
• Uso x abuso; 
• Evitar auto-medicação; 
• Efeitos “mágicos”; 
• Equilibrar os ambientes emocionais; 
• Ampliar a rede de suporte social (rede de apoio); 
• Não deixar que o idoso crie expectativas: 
• Rejeitar a fantasia do “rejuvenescimento ou da eterna juventude”; 
• Estimular a prática de atividade física aeróbica: 
• Aumento de resistência, força e flexibilidade; 
• Unir os benefícios físicos aos sociais; 
• Adequar o ambiente doméstico: 
• Diminuindo assim o risco de acidentes como quedas e suas conseqüências, muitas 
vezes de prognóstico sombrio; 
• Educar: 
• Os cuidadores dos idosos dependentes; 
• Reconhecer o seu adoecimento; 
• Estar atento aos sinais de maus tratos e denunciá-los; 
 
Gerontologia: 
 
É estudo interdisciplinar que investiga os fenômenos relacionados com o envelhecimento 
humano: 
 
 Fisiológicos; 
 Psicológicos; 
 
 
5 
 Sociais; 
 Culturais. 
 
O aumento da expectativa de vida (ou esperança de vida) e o envelhecimento da população 
mundial têm preocupado cada vez mais cientistas, intelectuais e formuladores de políticas 
públicas. 
 
O crescimento da gerontologia nos últimos anos é um reflexo dessas transformações. 
 
 
2 ASPECTOS BIOPSICOSSOCIAIS DO PROCESSO DE ENVELHECIMENTO: 
 
Introdução: 
 
O Brasil apresentou nos últimos anos um processo de envelhecimento populacional 
significativo, resultante da queda da taxa de natalidade e redução dos índices de mortalidade. 
 
O Brasil tem cerca de 179 milhões de habitantes, sendo 9,5% da população com mais de 60 
anos. 
 
Historicamente este processo é claro: 
 
 Em 1900 a população com 60 anos ou mais era de 3,3%; 
 Em 1940 era de 4,1%; 
 Em 1980 de 5,4%; 
 Em 1997 de 8,6%. 
 
A estimativa existente é que o país tenha cerca de 32 milhões de habitantes acima de 60 anos, 
com 8,1 % desta população entre 60 e 69 anos e 5,7% com 70 anos ou mais. 
 
O crescimento proporcional será maior nas faixas etárias mais avançadas (80 anos ou mais). 
 
Estatísticas: 
 
O número médio de anos de vida esperados ao se alcançar 60 anos vem aumentado 
progressivamente, caracterizando o envelhecimento populacional: 
 
 Em 1997 era de 15,74 anos para homens e 19,05 para mulheres; 
 Em 2003 era de 16,21 anos para os homens e 19,78 anos para as mulheres em média. 
 
O Índice de Envelhecimento, que representa o número de idosos para cada 100 indivíduos 
jovens, também explicita este processo. 
 
 Em 1997 era de 28,1%; 
 Em 1999 era de 30,7%; 
 Em 2001 de 35,4%. 
 
A partir do Censo 2000 (IBGE) pode-se apontar algumas características da população acima 
de 60 anos, distribuição por sexo, estado civil e escolaridade: 
 
 Observa-se um predomínio feminino: 
o Viúvas; 
o Urbanas; 
o Com escolaridade baixa. 
 
O fato de a mulher ter uma maior longevidade a coloca numa posição de grande exposição a 
deficiências físicas e mentaise às doenças degenerativas. 
 
Estes dados as colocam em situação de especial necessidade de suporte. 
 
 
 
6 
As Mudanças na Sociedade: 
 
As transformações na sociedade brasileira como a preponderância de famílias nucleares, as 
migrações, as separações de casais e a maior inserção da mulher no mercado de trabalho, 
trazem conseqüências importantes para o idoso, já que a família continua sendo a principal 
fonte de suporte social. 
 
Do ponto de vista estritamente econômico indica que as famílias que incluem idosos estão, em 
média, em melhor condição econômica que as demais. 
 
As altas taxas de desemprego e subemprego das populações mais jovens colocam os idosos 
freqüentemente na situação de provedores de apoio material para as gerações subseqüentes. 
 
Os benefícios da aposentadoria, incluindo dos trabalhadores rurais, apesar de exíguos, são 
importantes inclusive pela sua regularidade. 
 
Em um terço das famílias que incluíam idosos em sua composição, estes contribuíam com 
cerca de 50% da renda familiar. 
 
Além disto, existe uma proporção de adultos vivendo em famílias chefiadas por idosos, o que 
representa um movimento de retorno para a casa paterna ou materna como estratégia de 
sobrevivência. 
 
Observa-se que 64,5% das pessoas de referência nos domicílios (os chamados “chefes de 
família”) eram maiores de 60 anos, entre estes 63,2% eram homens e 36,8 % mulheres. 
 
Situação Econômica: 
 
A chamada linha da pobreza desconsidera hábitos e necessidades específicas desta 
população, não servindo como base para uma análise real da sua situação. 
 
Seu cálculo não considera a maior prevalência de: 
 Doenças crônicas; 
 O conseqüente consumo maior de medicamentos; 
 A necessidade de cuidado por situações de dependência física ou mental. 
 
Os indicadores de saúde desta população mostram que a mortalidade e a morbidade 
aumentam com a idade e são devidas predominantemente às doenças degenerativas. 
 
As doenças do aparelho circulatório, as neoplasias e as doenças do aparelho respiratório são 
as principais causas de óbito em maiores de 60 anos, sendo porém ainda alta a proporção de 
óbitos por causas mal definidas, o que reflete a precária assistência médica e a reduzida 
qualidade da informação. 
 
A influência do nível sócio-econômico e as condições da saúde nas populações com mais de 
65 anos, sugerem a existência de uma associação entre menor renda per capita domiciliar e 
pior condição de saúde e menor uso de serviço de saúde. 
 
Os idosos com menor renda relataram pior percepção de sua saúde, tiveram perda de 
capacidade funcional por problemas de saúde ou estiveram acamados em período recente, 
além de terem maior dificuldade em realizar atividades físicas. 
 
Os gastos com saúde serão progressivamente maiores com o envelhecimento populacional. 
 
Porém, grandes gastos não garantem a melhoria da qualidade de vida dos idosos, sendo 
necessário trabalhar para a mudança nos princípios que regem a atenção à saúde do idoso. 
 
Estudos mostram que idosos internados em hospitais gerais não recebem assistência médica e 
psicossocial de acordo com suas necessidades: 
 As questões típicas da idade não são identificadas ou tratadas adequadamente. 
 
 
7 
3 O PROCESSO DE ENVELHECIMENTO: 
 
Introdução: 
 
Por se tratar de um processo comum a praticamente todos os seres vivos, o envelhecimento 
deveria ter suas bases fisiológicas melhor conhecidas, à semelhança dos outros fenômenos 
orgânicos que caracterizam a concepção, o desenvolvimento e a evolução dos habitantes 
deste planeta, em especial do ser humano. 
 
O envelhecimento do organismo como um todo está relacionado com o fato das células 
somáticas do corpo irem morrendo uma após outra e não serem substituídas por novas como 
acontece na juventude. 
 
O motivo é que para a substituição poder acontecer as células somáticas têm de se ir dividindo 
para criarem cópias que vão ocupar o lugar deixado vago pelas que morrem. 
 
Em virtude das múltiplas divisões celulares que a célula individual registra ao longo do tempo, o 
telómero (extensão de DNA que serve para a sua proteção) vai diminuindo até que chegar a 
um limite crítico de comprimento. 
 
Ponto em que a célula deixa de poder dividir-se, envelhece e morre. 
 
Como conseqüência ocorre: 
 A diminuição: 
o Do número de células do organismo; 
o Das funções dos tecidos, órgãos e do próprio organismo; 
 O aparecimento das chamadas doenças da velhice. 
 
Conceitos: 
 
Envelhecimento: 
 
 O envelhecimento pode ser entendido como a conseqüência da passagem do tempo 
ou como o processo cronológico pelo qual um indivíduo se torna mais velho. 
 
 Envelhecimento representa o conjunto de modificações que acontecem no organismo, 
a partir do nascimento e como conseqüência do tempo vivido. 
 
No ser humano caracteriza-se por um processo biopsicossocial de transformações, ocorridas 
ao longo da existência, suscitando: 
 
 A diminuição progressiva de eficiência de funções orgânicas (biológica); 
 Criação de novo papel social que poderá ser positivo ou negativo de acordo com os valores 
sociais e culturais do grupo ao qual o idosos pertence (sócio-cultural); 
 Aspectos psíquicos vistos tanto pela sociedade quanto pelo próprio idoso (psicológico). 
 
Senescência: 
 
 É o processo natural de envelhecimento ou o conjunto de fenômenos associados a 
este processo. 
 
 Senescência celular: 
 
É o fenômeno em que células isoladas demonstram uma habilidade limitada de se dividirem em 
um meio de cultura, bem como as alterações bioquímicas (elucidadas ou não) associadas a 
esta limitação. 
 
 
 
 
 
 
8 
 Senescência orgânica: 
 
É o envelhecimento do organismo como um todo, ligado, entre outros fenômenos, ao 
envelhecimento celular. 
 
O envelhecimento do organismo é geralmente caracterizado pela diminuição da capacidade de 
responder a desafios à função orgânica. 
 
Senilidade: 
 
Também denominado envelhecimento patológico, e que é entendido como os danos à saúde 
associados com o tempo, porém causados por doenças ou maus hábitos de saúde. 
 
Alterações do envelhecimento fisiológico: 
 
 Água corporal: 
o Água corporal redução de 52%; 
o Redução do reflexo da sede 
 
 Massa muscular: 
o Sarcopenia: redução de 20% a 30% da massa muscular. 
 
 
 
 Gordura: 
o Aumento de 20-30% na gordura corporal total. 
 
 Massa óssea: 
o Redução do conteúdo mineral ósseo. 
 
 Estatura: 
o Redução de cerca de 1cm para homens e 1,5cm para mulheres por década a partir 
dos 40-50 anos. 
 
 Índice de Massa Corporal: 
o Índice de Quetelec: Kg/altura(m2) 
o IMC para idosos, segundo Lipschitz: 
 Eutrofia: 22 – 27 
 Subnutrição: <22 
Fatores: 
Hormonais; 
Nutricionais; 
Imunológicos; 
Metabólicos. 
 
Fibra muscular 
Unidades motoras 
Atrofia muscular 
Massa muscular Força muscular 
Sarcopenia 
Atividade 
física 
Fraqueza Imobilidade 
Incapacidade e perda de independência 
 
 
9 
 Obesidade: >27 
 
 Sistema digestório: 
o Alterações na cavidade oral; 
o Perda do paladar; 
o Redução da inervação do esôfago; 
o Redução na secreção de lípase e insulina pelo pâncreas; 
o Diminuição da metabolização de medicamentos pelo fígado; 
o Dificuldade de esvaziamento da vesícula biliar; 
o Discreta diminuição da absorção de lipídeos no intestino delgado; 
o No cólon observa-se: 
 O enfraquecimento muscular; 
 Alteração da peristalse e dos plexos nervosos da musculatura do esfíncter 
externo; 
o No reto e ânus são observadas: 
 Alterações com espessamento e alterações do colágeno e redução de 
força muscular, que diminuem a capacidade de retenção fecal volumosa. 
 Alterações de elasticidade retal e da sensibilidade à sua distensão. 
 
 Nutrição: 
o Sensação de saciedade precoce; 
o Elevação do limiar de percepção dos sabores doces e salgados; 
o Desordem de mastigação; 
o Xerostomia: também conhecida como boca seca ou secura da boca. 
 A xerostomia pode causar: 
 Dificuldade em falar e comer; 
 Halitose; 
 Aumento de cáries dentárias pois o efeitode proteção da saliva 
não está presente; 
 Torna a mucosa oral mais vulnerável a infecções 
 
 Termorregulação: 
o Dificuldade de produção e conservação de calor; 
o Diminuição de transpiração; 
o A temperatura basal é menor. 
 
 Sistema imunológico: 
o A deterioração da função imunológica associada ao processo de envelhecimento 
se denomina imunosenescência, que contribui de maneira importante a maior 
morbimortalidade observada em adultos mais velhos, com maior incidência de 
infecções do trato respiratório e urinário; 
o Maior incidência de infecções; 
o Diminuição da resposta vacinal em idade avançada; 
o Presença de co-morbidades que prejudicam a resposta imune. 
 
 Pele e anexos: 
o Redução do folículo piloso; 
o Redução de 60% da produção das glândulas sebáceas e diminuição das glândulas 
sudoríparas; 
o Redução do crescimento das unhas, pêlos e cabelos que se tornam finos e 
rarefeitos; 
o Adelgaçamento em torno de 20% da espessura da pele (derme), da celularidade e 
da irrigação celular. 
 
 Cérebro: 
o Dificuldade de assimilar novas informações; 
o Habilidades de raciocínio diminuídas; 
o Mais lentos para responder algumas tarefas cognitivas; 
o Mais suscetíveis ao rompimento da informação que adultos mais jovens; 
 
 
10 
o Dentre as modificações mais importantes na estrutura e funcionamento 
cerebral, pode-se destacar: 
 Atrofia: diminuição de peso e volume; 
 Hipotrofia dos sulcos corticais; 
 Redução do volume do córtex; 
 Espessamento das meninges; 
 Redução do número de neurônios; 
 Diminuição de neurotransmissores. 
 
Área Cortical: Função: 
Córtex Pré-frontal Resolução de problemas, emoção, raciocínio. 
Córtex de Associação Motora Coordenação de movimentos complexos 
Córtex Motor Primário Produção de movimentos voluntários 
Córtex Sensorial Primário Recebe informação tátil do corpo 
Área de Associação Sensorial Processa informação dos sentidos 
Área de Associação Visual Processa informação visual complexa 
Córtex Visual Detecta estímulos visuais simples 
Área de Wernicke Compreensão de linguagem 
Área de Associação Auditiva Processamento de informação auditiva complexa 
Córtex Auditivo Detecta qualidades básicas do som (tom, intensidade) 
Centro da Fala (Área de Broca) Produção e uso da fala 
 
 Visão: 
o Presbiopia: dificuldade de visão para perto; 
o Alterações degenerativas da estrutura do olho que leva a: 
 Diminuição visual; 
 Aumento da sensibilidade à luz; 
 Perda da nitidez das cores e da capacidade de adaptação noturna. 
o A deterioração visual se deve a modificações fisiológicas e alterações 
mórbidas. Os transtornos mais comuns que afetam os idosos são: 
o A catarata; 
o A degeneração macular; 
o O glaucoma; 
o A retinopatia diabética. 
 
 Audição: 
o Presbiacusia: perda de audição resultante da disfunção dos componentes do 
sistema auditivo; 
o Perda da discriminação dos sons mais baixos; 
o Maior acúmulo de cerume no ouvido pela alteração na função glandular; 
o As alterações vasculares também alteram a audição; 
o São comuns os estados vertiginosos e zumbidos. 
 
 Sistema cardiovascular: 
o Dentre as modificações mais importantes na estrutura e funcionamento 
cardiovascular, pode-se destacar: 
 Aumento de gordura; 
 Espessamento fibroso; 
 Substituição do tecico muscular por tecido conjuntivo; 
 
 
11 
 Calcificação do anel valvar; 
o As paredes do ventrículo esquerdo aumentam de espessura, e ocorre depósito 
de colágeno, da mesma forma, a aorta se torna mais rígida; 
o Nas artérias, ocorre: 
 Acúmulo de gordura (aterosclerose); 
 Perda de fibra elástica e aumento de colágeno. 
o A função cardiovascular fica prejudicada, diminuindo a resposta de elevação 
de freqüência cardíaca ao esforço ou estímulo, aumentando a disfunção 
diastólica do ventrículo esquerdo e dificultando a ejeção ventricular. 
o Ocorre a diminuição da resposta às catecolaminas e a diminuição a resposta 
vascular ao reflexo baroreceptor. 
o Ocorre maior prevalência de hipertensão arterial sistólica isolada com maior 
risco de eventos cardiovasculares . 
 
 Sistema respiratório: 
o A musculatura da respiração enfraquece com o progredir da idade resultando 
na redução das pressões máximas inspiratórias e expiratórias com um grau de 
dificuldade maior para executar a dinâmica respiratória, devido: 
 Ao enfraquecimento dos músculos esqueléticos; 
 Ao enrijecimento da parede torácica; 
o Na parede torácica ocorre: 
 Aumento da rigidez; 
 Calcificação das cartilagens costais; 
 Calcificação das articulações costais; 
 Redução do espaço intervertebral; 
o Quanto ao funcionamento do Sistema Respiratório ocorre: 
 Redução da força dos músculos respiratórios: 
 Redução da taxa de fluxo expiratório; 
 Redução da pressão arterial de oxigênio 
o O único músculo que não costuma ser afetado pelo envelhecimento é o 
diafragma que, no idoso, apresenta a mesma massa muscular que indivíduos 
mais jovens. 
 
 Sistema urinário: 
o Ocorre uma diminuição de função renal em cerca de 50% aos 80 anos. 
o A atrofia da uretra, com enfraquecimento da musculatura pélvica associado à 
perda de elasticidade uretral e de colo vesical favorecem: 
 O aumento de freqüência e urgência urinária; 
 Incontinência urinária de esforço. 
o A incontinência urinária é definida como eliminação involuntária de urina, em 
local e momento inadequado. 
 Não se trata de uma doença, mas sim de um sintoma. 
 Este problema aumenta com a idade, apesar do envelhecimento em si 
não ser causa de incontinência urinária. 
 
 Sistema reprodutor: 
o Feminino: 
 Atrofia da vulva; 
 Diminuição de gordura subcutânea, dos pêlos; 
 Achatamento dos grandes lábios; 
 Hipoestrogenismo: diminuição dos níveis de estrógenos; 
 Atrofia do útero e ovários; 
 Redução da produção de secreções vaginais; 
 Atrofia das glândulas mamárias e substituição por tecido adiposo; 
 Enfraquecimento dos ligamentos de Cooper responsáveis pela 
sustentação das mamas; 
 Tônus diminuído da musculatura pulbococcígena com relaxamento da 
vagina e períneo o que contribui para: 
 Sangramento vaginal; 
 Dispareunia (dor durante a relação sexual) 
 
 
12 
 Orientar o exercício da musculatura do assoalho pélvico 
(Kegel): 
o Contrair por 5 segundos a musculatura e descansar 10 
segundos; 
o Repetir 30 a 80 vezes por dia. 
o Masculino: 
 Redução na função das células da parede dos túbulos seminíferos; 
 Redução no número de espermatozoides; 
 Redução gradual na produção de testosterona; 
 Aumento do peso e do tamanho da próstata; 
 Pode haver dificuldade de micção 
 
 
4 PRINCIPAIS ALTERAÇÕES PATOLÓGICAS DO IDOSO: 
 
4.1 Cardiovasculares: 
 
 Hipertensão e crise hipertensiva: 
 
Não consegue-se explicar precisamente o por que da pressão de uma pessoa subir, por que 
alguns indivíduos são controlados com um remédio e alguns precisam de várias medicações, 
ou por que é necessário mudar diversos hábitos para tratar desse problema. 
 
A hipertensão arterial (pressão alta) é uma doença muito freqüente, ocorrendo nas diversas 
partes do mundo, em pobres ou ricos, brancos ou negros e em jovens ou em pessoas idosas, 
embora possa apresentar características especiais em cada situação. 
 
Devido a características próprias do envelhecimento, as pessoas idosas são mais sensíveis à 
elevação da pressão que, principalmente nesta faixa de idade, traz muitos riscos à saúde e 
inclusive à vida. 
 
As pessoas idosas apresentam mais doenças crônicas e morrem mais por problemas do 
coração. 
 
Pesquisas revelam que muitas pessoas, inclusive com mais de 60 anos, desconhecem ser 
hipertensas ou não estão recebendo tratamento apropriado, principalmente pela falta de 
compreensão do problema e a ausência de sintomas na maioria dos casos. 
 
É muito importante reconhecer a presença de hipertensão arterial, orientar adequadamente a 
pessoa e auxiliar no tratamento de forma mais eficaz, na assistência à saúde da pessoa idosa. 
 
Quando se diz que a pressão de alguém é alta, significaque a pressão nas artérias está 
elevada. 
 
Hipertensão arterial é o nome da condição clínica que se apresenta como a tendência à 
elevação da pressão em certas pessoas. 
 
É uma doença que precisa ser reconhecida e adequadamente tratada. 
 
Diagnóstico: 
 
A única forma de determinar o nível da pressão arterial é através de sua medição, por meio de 
aparelhos específicos. 
 
Existem os digitais vendidos em farmácias ou lojas especializadas, que podem ser 
manuseados pela própria pessoa, familiares ou cuidadores. 
 
Entretanto, toda pessoa idosa deve passar regularmente por uma avaliação do profissional de 
saúde para medida adequada da pressão arterial, com o aparelho chamado 
esfigmomanômetro. 
 
 
13 
Somente após uma análise apropriada será possível afirmar se a pessoa está com os níveis 
elevados e é hipertensa. 
 
Toda pessoa idosa deve contar com médico que a assista, a fim de realizar consultas 
periódicas para diagnóstico, além de revisão e controle de eventuais problemas encontrados. 
 
Cuidados a serem observados na aferição da pressão arterial: 
 
 Não beber café ou fumar cigarro 30 minutos antes de ter a pressão aferida; 
 Ir ao banheiro antes da verificação; 
 Antes do teste, ficar sentado confortavelmente por, pelo menos, 5 minutos; 
 Vestir algo com mangas curtas de maneira que o braço fique descoberto; 
 Fazer pelo menos duas medidas, com intervalo de dois minutos ou mais entre elas; 
 Fornecer o resultado da medida da pressão em números. 
 Algumas pessoas costumam apresentar pressão alta durante a consulta devido à 
ansiedade, o que pode ocorrer comumente em pessoas idosas. 
o Essa condição é conhecida como hipertensão da bata branca e deve ser 
avaliada apropriadamente, para evitar tratamentos ou ajustes desnecessários 
de medicação. 
o Medidas em ambientes diferentes do consultório ou a realização da 
monitorização ambulatorial da pressão arterial (MAPA), podem auxiliar a 
detectar tal situação. 
 
Classificação da hipertensão arterial: 
 
Pressão Sistólica: Pressão Diastólica: Tipo de Hipertensão Arterial: 
Menor que 130 Menor que 85 Normal 
Entre 130 e 139 Entre 85 e 89 Pré-hipertensão 
Entre 140 e 159 Entre 90 e 99 Hipertensão leve (estágio 1) 
Entre 160 e 179 Entre 100 e 109 Hipertensão moderada (estágio 2) 
Maior que 180 Maior ou igual a 110 Hipertensão grave (estágio 3) 
Maior ou igual a 140 Menor que 90 Hipertensão sistólica isolada 
 
Quadro clínico: 
 
As manifestações, quando presentes, estão relacionadas à lesão de órgãos importantes: 
 
 Coração: 
o A irrigação das artérias coronárias pode apresentar obstrução, 
ocasionando: 
 Angina; 
 Infarto do miocárdio 
 O infarto pode levar à morte súbita ou a diversas complicações 
com limitações na qualidade de vida. 
o Sobrecarga cardíaca, ocasionando a insuficiência cardíaca; 
 Rins: 
o Todo o funcionamento renal pode ser comprometido contribuindo para o 
descontole da hipertensão; 
 Cérebro: 
o Risco de acidente vascular encefálico (isquêmico ou hemorrágico) o que 
leva à perda de sua função resultando em conseqüências graves ou até a 
morte. 
o Perdas cognitivas com redução: 
 Da memória; 
 Do raciocínio; 
 Da capacidade de realizar tarefas e atividades do dia a dia; 
 
 
14 
 Olhos: 
o O comprometimento dos vasos da retina pode levar à perda transitória ou 
definitiva da visão; 
 Artérias periféricas: 
o Obstruções as artérias das pernas que dificultam a deambulação e causam 
dor. 
 
Tratamento: 
 
 Manter um peso saudável; 
 Realizar atividades físicas regularmente; 
 Seguir um programa alimentar apropriado; 
 Ingerir alimentos com menos sódio; 
 Reduzir o consumo de bebidas alcoólicas; 
 Não fumar; 
 Usar regularmente os medicamentos prescritos; 
 Realizar consultas e acompanhamento regular com o médico; 
 Orientar a: 
o Sempre que possível aferir a pressão em casa ou em postos de saúde nos 
intervalos da consulta; 
o Anotar a data e os valores em um caderno ou impresso específico, que deverá 
ser levado na próxima avaliação. 
 
 Hipercolesterolemia: 
 
É o aumento dos níveis do colesterol LDL no plasma sanguíneo. 
 
O colesterol é uma substância gordurosa encontrada em todas as células no nosso corpo. 
 
É essencial para: 
 Formação das membranas celulares; 
 Síntese de hormônios, como: 
o Testosterona; 
o Estrogênio; 
o Cortisol; 
 Produção de bile que esta relacionada com digestão de alimentos gordurosos; 
 Formação da mielina (bainha que recobre os nervos); 
 Metabolização das vitaminas A, D, E e K. 
 
Tipos de colesterol: 
 
 VLDL (Very low-density lipoprotein) 
 LDL (Low-density lipoprotein): 
o Conhecido como “colesterol ruim”; 
o Transporta colesterol e um pouco de triglicerídeos do sangue para os tecidos. 
 HDL ( High-density lipoprotein): 
o Conhecido como “colesterol bom”; 
o Retira colesterol dos tecidos e transporta para o fígado que vai excretá-lo nos 
intestinos. 
 
Valores: 
 
LDL: 
 Menor que 100 mg/dL: Ótimo 
 Entre 101 e 130 mg/dL: Normal 
 Entre 131 e 160 mg/dL: Normal/alto 
 Entre 161 e 190 mg/dL: Alto 
 Maior que 190 mg/dL: Muito alto 
 
 
 
15 
 
HDL: 
 Menor que 40 mg/dL: Baixo (ruim) 
 Entre 41 e 60 mg/dL: Normal 
 Maior que 60 mg/dL: Alto (ótimo) 
 
 Diabetes: 
 
Em jejum, o níveis de glicose no sangue devem estar abaixo do 100 mg/dL. 
 
Quando a glicemia em jejum encontra-se entre 100 e 125 mg/dL, este paciente apresenta 
glicemia de jejum alterada, também chamada de hiperglicemia não diabética ou pré-diabetes. 
 
Quando a glicemia em jejum encontra-se acima do 126 mg/dL em pelo menos 2 análises de 
sangue coletadas em momentos diferentes, temos critério para o diagnóstico do diabetes. 
 
 
4.2 Pulmonares: 
 
 DPOC: 
 
A Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC) é uma doença caracterizada por limitação do 
fluxo aéreo que não é totalmente reversível. 
 
A limitação do fluxo aéreo é geralmente progressiva e associada a uma resposta inflamatória 
anormal do pulmão a partículas ou gases nocivos 
 
 Bronquite Crônica: 
 
Presença constante ou por aumentos recorrentes das secreções brônquicas, suficientes para 
causar expectoração durante 3 meses por ano, em dois anos sucessivos, afastadas outras 
causas. 
 
Objetivos da conduta na DPOC: 
 Prevenir a progressão da doença; 
 A redução da exposição à: 
o Fumaça do tabaco; 
o Poeiras; 
o Produtos químicos ocupacionais; 
o Poluição extra e intra-domiciliar; 
 Aliviar os sintomas; 
 Melhorar a tolerância a atividades físicas; 
 Melhorar o estado da saúde; 
 Prevenir e tratar exacerbações; 
 Prevenir e tratar complicações; 
 Reduzir a mortalidade; 
 Minimizar os efeitos colaterais do tratamento; 
 Redução dos Fatores de Risco; 
o A cessação do tabagismo. 
 
 Pneumonia: 
 
Forma clássica de apresentação não é a mais freqüente. 
 
A febre pode estar ausente em 20% dos casos sobretudo nos pacientes idosos. 
 
Apresenta-se com: 
 Queda do estado geral; 
 Desorientação ou piora de uma condição subjacente; 
 
 
16 
 Insuficiência cardíaca; 
 
Diagnostico: 
 
 Radiografia: 
o Imprescindível no manejo das pneumonias; 
o Elemento diagnóstico; 
o Avaliação da extensão do comprometimento pulmonar e de sua gravidade; 
o Identificação de complicações; 
o Monitorização da evolução; 
o Resposta ao tratamento; 
 
Tipos de pneumonia: 
 
 Pneumonia típica: 
o Tem como padrão a pneumonia pneumocócica; 
o Manifesta-se por infecção da via aérea superior, seguida de: 
 Febre alta; 
 Calafrio; 
 Dor pleurítica; 
 Tosse com expectoração purulenta ou ferruginosa; 
 Sinais de toxemia; 
 
 Pneumonia atípica: 
o Tem como padrão a pneumonia por micoplasma: 
o Caracterizada por uma apresentação subaguda com: 
 Tosse não-produtiva; 
 Cefaléia; 
 Mialgia; 
 Diarréia 
 Sintomas de vias aérea 
 
 
4.3 Geniturinárias: 
 
 Alterações do sistema genital feminino: 
o ↓ progressiva do tamanho dos ovários; 
o Urgência miccional; 
o Tubas uterinas tornam-se filiformes; 
o Útero regride a tamanho pré-púbere; 
o Endométrio e a mucosa do colouterino se atrofiam; 
o Vagina + curta e menos elástica e menos lubrificada; 
o Dispaurenia; 
 
 Alterações do sistema genital masculino: 
o ↓ da produção de espermatozódes (40 anos); 
o Declínio da produção de testosterona gradual (entre 55 e 60 anos); 
o ↓ da libido; 
o Ereção mais flácida; 
o Maior tempo para alcançar o orgasmo; 
o ↓ nº de ereções noturnas involuntárias; 
o ↑ do período refratário das ereções; 
o Redução do líquido ejaculatório; 
 
 Disfunção erétil: 
o Transtornos vasculares: 
 Síndrome da Insuficiência Venosa (causa + frequente); 
o Medicamentos: 
 HAS; 
 Ansiolíticos; 
 
 
17 
 Diuréticos; 
 Antidepressivos; 
 Antipsicóticos; 
 Digoxina; 
 Estrógenos; 
o Transtornos Metabólicos /Endócrinos: 
 Doenças da tiróide; 
 DM; 
o Tóxicos: 
 Álcool; 
 Tabagismo; 
o Transtornos neurológicos: 
 AVE; 
 Epilepsia Temporal; 
o Patologias Sistêmicas: 
 IRC; 
 DPOC; 
 ICC; 
 Cirrose 
 Câncer; 
o Psíquicas: 
 Depressão 
 Climatério: 
 
Período de transição da etapa reprodutiva para não reprodutiva. 
 
Relaciona-se com a deficiência do hormônio estrogênio, que vai diminuindo nesse período. 
 
Fases do climatério: 
 Perimenopausa: 
o Início: aproximadamente 45 anos. 
o Antes da parada definitiva da menstruação que já se apresenta irregular. 
o É nessa fase que surgem os primeiros sintomas 
 Menopausa: 
o Ausência de menstruação por um período de 12 meses consecutivos, em 
função da perda da atividade ovariana ocorre por volta dos 51 anos 
 Pós-menopausa: 
o Acontece depois da parada menstrual definitiva e seguirá pelo resto da 
vida da mulher. 
o A conseqüência da queda da produção de estrógeno na pós-menopausa 
causa redução da secreção vaginal, provocando secura, irritação, prurido e 
dor nas relações sexuais. 
Sintomas: 
 Ondas de calor (fogachos), principalmente no colo e no rosto 
 Suor noturno; 
 Secura vaginal; 
 Diminuição da libido; 
 
 Andropausa: 
 
É conhecida como menopausa masculina. 
 
Também chamada de Androclise ou Deficiência androgênica do envelhecimento masculino. 
 
Ocorre na faixa etária dos 50 anos, devido à diminuição do tamanho dos testículos e 
conseqüente queda da produção de testosterona. 
 
 Alterações do sistema urinário: 
o Alterações renais: 
 Redução do peso renal (cerca de 30%); 
 
 
18 
 Redução do nº de glomérulos 
 Espessamento da membrana basal 
 Redução da filtração glomerular; 
 Esclerose dos vasos renais. 
o Repercussões clínicas: 
 Insuficiência Renal aguda; 
 Redução da excreção de drogas, com necessidades de ajustes 
posológicos: 
 Risco de incontinência urinária; 
 No homem: 
 Aumento da próstata eleva riscos de infecção e incontinência 
 
 Infecção do trato urinário: 
 
É a invasão do sistema urinário, previamente estéril, por bactérias ou mesmo por fungos e vírus. 
 
Os indivíduos não envelhecem todos da mesma forma. 
 
O envelhecimento humano é um processo lento, gradativo, individual e diversificado; sofrendo 
influência de: 
 Fatores genéticos; 
 Hábitos de vida; 
 Alimentação; 
 Ambiente; 
 Doenças preexistentes. 
 
As características principais da velhice são a redução da capacidade de adaptação ambiental, 
a diminuição da velocidade de desempenho e o aumento da suscetibilidade a doenças. 
 
Processos infecciosos em pessoas idosas são bastante freqüentes, em especial a infecção do 
trato urinário (ITU). 
 
A infecção bacteriana do trato urinário, sintomática ou assintomática, é a infecção mais 
freqüente, independentemente do sexo, acometendo aproximadamente 20% das mulheres e 
10% dos homens idosos. 
 
Esta prevalência praticamente duplica após os 80 anos, podendo alcançar cerca de 50% das 
pessoas idosas debilitadas ou hospitalizadas 
 
Classificação das infecções urinárias: 
 
 Bacteriúria assintomática: Presença de bactérias na urina mas sem sintomas; 
 Cistite: inflamação ou infecção da bexiga; 
 Uretrite: inflamação ou infecção da uretra, 
o Causada por agentes relacionados às doenças sexualmente transmissíveis; 
 Prostatite: inflamação ou infecção da próstata por agentes infecciosos; 
 Pielonefrite aguda (PNA): infecção bacteriana aguda do rim 
o É acompanhada de sintomas locais e sistêmicos de infecção. 
o É uma infecção é grave e necessita intervenção médica o mais rápido possível; 
 ITU recorrente ou recidivada: é aquela ITU que reaparece após a cura aparente ou 
depois de terminar o tratamento. 
o Pode ocorrer após algumas semanas do fim do tratamento, especialmente em 
mulheres. 
o Mais de 80% de todas recorrências são por reinfecção. 
 
Etiologia: 
 
O agente bacteriano mais comum nas infecções de urina é a Escherichia coli (90%). 
 
Geralmente esta bactéria se encontra no intestino. 
 
 
19 
 
Pessoas com incontinência fecal ou com má higienização apresentam ainda mais 
possibilidades de infecção por essa bactéria. 
 
Fatores de risco: 
 
 Insuficiência hormonal; 
 Baixa imunidade relacionada à idade; 
 Problemas na função ou na anatomia do trato geniturinário; 
 Incontinência urinária (perda incontrolada de urina); 
 Imobilidade; 
 Pouca ingestão de líquidos ou desidratação; 
 Deficiências nutricionais; 
 Hábitos precários de higiene; 
 Doenças preexistentes; 
 Uso de: 
o Sondas vesicais; 
o Fraldas 
o Absorventes 
o Calças plásticas; 
o Urolitíases; 
o Deformidades na bexiga; 
o Diabetes mellitus; 
o Uso prévio ou irregular de antibióticos; 
 Na mulher: 
o Enfraquecimento dos músculos da pelve; 
o Redução da capacidade da bexiga e da secreção vaginal; 
o Contaminação por fezes; 
o Menopausa; 
o Atrofia do tecido da uretra pela queda dos níveis hormonais; 
 No homem: 
o Hiperplasia prostática; 
 Dificulta o esvaziamento da bexiga 
 Favorece a permanência de urina por mais tempo e a proliferação 
bacteriana. 
Quadro clinico: 
 
 Disúria (dor a micção com ardência e queimação); 
 Urgência miccional; 
 Polaciúria (freqüência miccional aumentada); 
 Oligúria (urina em pequena quantidade); 
 Sensação de não esvaziamento da bexiga; 
 Febre; 
 Incontinência urinária (perda involuntária de urina). 
 
As pessoas idosas podem não apresentar os sintomas típicos da doença, sendo observados 
outros sintomas que não são freqüentes em jovens como: 
 Mal-estar indefinido; 
 Falta de apetite; 
 Fraqueza; 
 Calafrios; 
 Confusão mental. 
 
Diagnóstico: 
 
 História clínica; 
 Exame físico; 
 Exames laboratoriais: 
o Sumário de urina: demonstra pus, sangue ou aglomerados bacterianos; 
 
 
20 
o Cultura da urina: demonstra qual bactéria é a causadora da infecção e 
permitirá a realização do antibiograma; 
o Antibiograma: fornece a indicação dos antibióticos que serão eficazes no 
tratamento e os antibióticos a que as bactérias já são resistentes; 
 Exames de imagem: 
o Ultra-sonografia; 
o Tomografia computadorizada; 
o Ressonância magnética. 
 
Prevenção: 
 
 Ingerir bastante líquido (média de 2 litros por dia); 
 Evitar reter a urina, urinando sempre que a vontade surgir; 
 Praticar relação sexual protegida; 
 Urinar após relações sexuais; 
 Evitar o uso indiscriminado de antibióticos, sem indicação médica. 
 Para as mulheres: 
o Limpar-se sempre no sentido antero-posterior após usar o toalete; 
o Lavar a região perianal após as evacuações; 
o Evitar o uso de absorventes internos; 
o Evitar a realização de “duchas” e “chuveirinhos”; 
o Evitar o uso constante de roupas íntimas de tecido sintético, dar preferência 
pelas de algodão; 
o Usar roupas leves para evitar transpiração excessiva na região genital; 
 
 Hiperplasia prostática benigna: 
 
A hiperplasia prostática benigna (HPB) histologicamente é um processo caracterizado pelo 
aumento do número das células do epitélio e do estroma prostático. 
 
Esse aumento inicia-se na zona periuretral da próstata como resultado da: 
 Proliferação das células do epitélio e do estroma; 
 Alteração da morte programada das células (apoptose) que leva ao seu acúmulo. 
 
Fatores de risco: 
 
 A presença de testículos funcionantesna juventude e a idade são os principais fatores. 
 O risco aumenta quando há parentes de primeiro grau acometidos. 
 Medicamentos como: 
o Antidepressivos; 
o Descongestionantes nasais; 
o Anti-histamínicos; 
 A cirrose hepática parece atuar como um fator protetor contra a HPB por causar uma 
diminuição nos níveis de testosterona plasmática. 
 Fatores como raça, religião, condição social, tabagismo e obesidade não se mostraram 
significativos no desenvolvimento da doença. 
 
Quadro clinico: 
 
Os sintomas da hiperplasia prostática podem ser divididos em: 
 Sintomas de esvaziamento ou obstrutivos: 
o Resultantes do efeito mecânico da próstata sobre a uretra: 
 Hesitação miccional; 
 Esforço miccional; 
 Jato fraco; 
 Jato entrecortado; 
 Gotejamento terminal; 
 Sensação de esvaziamento vesical incompleto. 
 Sintomas de armazenamento ou irritativos: 
 
 
21 
o Surgem por reação do músculo detrusor à obstrução uretral: 
 Polaciúria; 
 Nictúria, 
 Urgência miccional acompanhada ou não por perdas 
 Dor suprapúbica. 
 
Complicações: 
 
Além das alterações na qualidade de vida causados pelos sintomas da hiperplasia prostática, 
podem surgir complicações como: 
 Retenção urinária aguda; 
 Litíase vesical, causada pela: 
o Estase urinária 
o Impossibilidade de expulsar cálculos que migraram dos rins; 
 Infecções urinárias decorrentes da: 
o Presença de urina residual na bexiga 
o Colonização prostática; 
 Falência do músculo detrusor: 
o Acúmulo de colágeno; 
 Hematúria: 
o Ruptura de vasos da mucosa uretral que reveste a próstata; 
 Insuficiência renal: 
o Comprometimento dos óstios ureterais. 
 
 Insuficiência Renal: 
 
É perda Súbita da função renal. 
 
Pode ser classificada em: 
 Insuficiência renal aguda (IRA); 
 Insuficiência renal crônica (IRC). 
 
Fatores de risco: 
 
O idoso possui grande risco para desenvolver IRA, por está sujeito a varias disfunções: 
 Desidratação; 
 Diabetes mellitus que provoca inflamação das arteríolas renais; 
 ICC; 
 Aterosclerose; 
 Intoxicação por drogas. 
 
Categorias da IRA: 
 Pré-renal (30 a 40 %): 
o Queimaduras; 
o Desidratação; 
o Sangramentos; 
o Diabetes mellitus. 
 Renal (50%): 
o Danos renais por toxinas ou medicamentos; 
 Pós-renal (5 a 10%): 
o Causas no trato urinário; 
o Obstrução do fluxo urinário; 
o Infecção; 
o Pielonefrite. 
 
 
 
 
 
 
 
22 
4.4 Gastrointestinais: 
 
 Hérnia de hiato: 
 
A hérnia de hiato ocorre quando uma parte do estômago se projeta para a cavidade toráxica 
por meio de uma abertura no diafragma. 
 
O diafragma é o músculo que separa o tórax do abdômen utilizado na respiração. 
 
Etiologia: 
 
Não são claras as causas que levam ao desenvolvimento da hérnia de hiato, acredita-se ser 
resultado do enfraquecimento tecidual permitindo que o estômago invagine-se através do 
diafragma. 
 
Suspeita-se que o aumento pressão sobre o estômago possa contribuir para o 
desenvolvimento da hérnia de hiato. 
 
Fisiopatologia: 
 
O diafragma é um grande músculo em forma de cúpula que separa a caixa torácica do 
abdômen. 
 
O conteúdo do esôfago passa para o estômago por meio de uma abertura no diafragma 
chamada hiato. 
 
As hérnias de hiato ocorrem quando o tecido muscular em torno do hiato esofágico enfraquece, 
e o fundo do estômago invagina-se através do diafragma para o interior da cavidade torácica. 
 
Quadro clinico: 
 
A hérnia de hiato por si só raramente causa sintomas. 
 
As hérnias de hiato pequenas geralmente são assintomáticas. 
 
As hérnias maiores podem causar: 
 Pirose (azia): 
o Costuma piorar ao pessoa deitar-se ou curvar-se para frente; 
 Eructação (arrotos) 
 Disfagia (dificuldade para deglutir) 
 Fadiga 
 Precordialgia (dor no peito) 
o A dor e o desconforto são normalmente causados pelo refluxo gastro-
esofágico de suco gástrico, ar ou bile. 
 
Diagnóstico: 
 
A hérnia de hiato é frequentemente descoberta durante um exame de rotina ou procedimento 
para determinar a causa da azia, dor no peito ou dor abdominal: 
 Raio X do trato digestivo superior; 
 Endoscopia do trato digestivo superior 
 
Tratamento: 
 
Os objetivos do tratamento da hérnia de hiato são o alívio dos sintomas e a prevenção de 
possíveis complicações. 
 
A redução do refluxo gastroesofágico para aliviar a dor. 
 
Podem ser prescritos medicamentos para pirose que: 
 
 
23 
 Neutralizam a acidez estomacal; 
 Diminuem a produção de ácido 
 Fortalecem o esfíncter esofágico inferior impedindo o ácido de retornar pelo esôfago. 
 
A cirurgia é geralmente reservada para situações de emergência e para pacientes que não 
obtiveram sucesso com o tratamento medicamentoso. 
 
Cirurgia de reparação de hérnia hiatal é freqüentemente combinada com cirurgia para a doença 
do refluxo gastroesofágico. 
 
Complicações: 
 
Hérnia de hiato não tratada pode levar a complicações como: 
 Aspiração pulmonar; 
 Sangramento lento; 
 Anemia ferropriva (hérnia grande); 
 Obstrução e isquemia herniária. 
 
 Xerostomia: 
 
A xerostomia (boca seca) esta associada a diminuição ou ausência da produção de saliva 
pelas glândulas salivares. 
 
O termo xerostomia é usado para designar a sensação de boca seca provocada por fatores 
diversos como: 
 Desidratação; 
 Ronco; 
 Hábito de respirar pela boca; 
 Tabagismo; 
 Alcoolismo; 
 Má higiene bucal; 
 Longos períodos falando. 
 
Quando ocorre queda expressiva ou interrupção na produção de saliva, os termos adequados 
são hipossalivação ou hipossialia podendo indicar: 
 Doenças nas glândulas salivares; 
 Diabetes mellitus 
 Síndrome de Sjögren. 
 Efeitos colaterais de medicamentos: 
o Antidepressivos; 
o Antialérgicos; 
o Diuréticos; 
o Anti-hipertensivos 
o Radioterapia na região da cabeça e do pescoço 
 Envelhecimento 
 Estresse. 
 
 Os Idosos possuem maior risco de desenvolver boca seca. 
 
Em condições normais as glândulas salivares produzem de um litro a um litro e meio de saliva 
por dia. 
 
A saliva contém água, enzimas, minerais, aminoácidos e tem por função: 
 Proteger contra infecções virais; 
 Controlar a proliferação bacteriana; 
 Limpar a cavidade oral; 
 Prevenir: 
o Cárie; 
o Halitose 
 
 
24 
o Infecções do sistema respiratório; 
o Importante para: 
 Digestão dos alimentos; 
 Desenvolvimento do paladar e da fala. 
Quadro clinico: 
 
São sinais da xerostomia, da hipossialia, ou hipossalivação: 
 Disfagia (dificuldade para deglutir); 
 Lábios secos e rachados; 
 Na língua ocorre: 
o Sensação de ardência; 
o Dor; 
o Hiperemia; 
o Fissuras; 
 Aumento do número de cáries dentárias; 
 Saburra (placa bacteriana na parte posterior da língua); 
 Haliose; 
 Irritação orofaríngea; 
 Dislalia (dificuldade para falar). 
 
Diagnóstico: 
 
Boca seca é sinal de que algo no organismo está em desequilíbrio e precisa ser corrigido. 
 
O diagnóstico considera: 
 Sinais clínicos da xerostomia; 
 Sialometria: 
o Exame simples, rápido, indolor e de baixo custo; 
o Analisa a quantidade e a qualidade da saliva produzida num período 
determinado de tempo. 
 
Tratamento: 
 
O tratamento de xerostomia está relacionado com a causa do distúrbio, sendo recomendado: 
 Ingerir dois litros de água por dia; 
 Caprichar na higiene oral; 
 Evitar consumo: 
o Bebidas alcoólicas 
o Alimentos condimentados 
 Não fumar. 
 Uso de saliva artificial em spray ou gotas: 
o Aplicada duas ou mais vezes por dia 
o Evitar complicações provocadas pela xerostomia. 
 
Recomendações: 
 
A Boca seca num dia muito quente ou depois de exercícios físicos extenuantes não é motivo 
para preocupação, podendo ser corrigida com: 
 Ingestão de líquidos; 
 Dieta adequada. 
 
Caso o sintoma seja crônico deve-se procurar um médico ou odontólogo para identificar a 
causa do distúrbio e encaminhar o tratamento. 
 
 Ulceras pépticas: 
 
As úlceras pépticas são feridas abertas que se desenvolvem no revestimento interno do 
esôfago, estômago e no duodeno. 
 
 
 
25 
Dependendo da área em que ocorre úlcera péptica, elarecebe um nome diferente. 
 
o Úlceras gástricas: ocorrem dentro do estômago 
o Úlceras esofágicas: ocorrem dentro do esôfago 
o Úlceras duodenais: ocorrem na porção inicial do intestino delgado 
 
 
Fisiopatologia: 
 
Os revestimentos do estômago e do intestino delgado são protegidos por uma secreção 
mucóide contra os ácidos irritantes produzidos pelo estômago. 
 
Se o muco protetor parar de funcionar ou deixar de ser produzido corretamente resulta em uma 
gastrite que se não tratada evolui para uma úlcera. 
 
A maioria delas ocorre na primeira camada do revestimento interno 
 
Etiologia: 
 
A causa mais comum dessa lesão é a infecção do estômago pela bactéria Helicobacter pylori. 
 
A maioria das pessoas com úlceras pépticas tem essas bactérias vivendo em seus tratos 
gastrointestinais, mas não é porque alguém as tem presentes em seu organismo que elas vão, 
necessariamente, desenvolver úlceras. 
 
As úlceras pépticas também podem ser causadas pelo uso excessivo de: 
 Analgésicos; 
 Medicamentos para tratar osteoporose; 
 Suplementos de potássio. 
 
Fatores de risco: 
 
Alguns fatores de risco que contribuem para o idoso a desenvolver úlceras pépticas: 
 Consumo excessivo de álcool; 
 Uso regular e excessivo de medicamentos; 
 Fumo; 
 Tratamento de uma condição de saúde mais grave; 
 Tratamento radioterápico comum para a maioria dos tipos de câncer. 
 
 Doença de Crohn: 
 
É uma doença inflamatória grave que se comporta como uma colite ulcerativa podendo afetar 
qualquer parte do trato gastrointestinal predominantemente a porção inferior do intestino 
delgado (íleo) e intestino grosso (cólon) são as regiões mais acometidas. 
 
É uma doença crônica provocada por desregulação do sistema imunológico. 
 
A Doença de Crohn inicia-se na segunda e terceira décadas de vida, porem pode afetar 
qualquer faixa etária. 
 
A Doença de Crohn acomete todas as camadas teciduais do intestino podendo haver 
segmentos de intestino saudáveis entre os segmentos do intestino doente. 
 
Dependendo da região afetada, a Doença de Crohn pode ser chamada de: 
 Ileite; 
 Enterite regional; 
 Colite. 
 
 
 
 
 
26 
 Obstipação e fecaloma: 
 
A Obstipação intestinal, também chamada de constipação é um problema comum em pessoas 
idosas. 
 
Cerca de 40% das pessoas idosas sofre com a obstipação intestinal. 
 
É uma situação que prejudica a qualidade de vida e provoca grande desconforto. 
 
A freqüência de evacuações é muito variável de pessoa para pessoa, podendo ser considerado 
normal de 3 evacuações ao dia até 3 evacuações por semana, daí a importância de se 
conhecer o comportamento intestinal normal da pessoa idosa concluir o diagnostico. 
 
A freqüência de evacuações pode variar numa mesma pessoa, de acordo com a alimentação, a 
disponibilidade de sanitários e seu estado emocional. 
 
Quando o idoso apresenta obstipação, ocorre a eliminação de fezes endurecidas, através de 
grande esforço para evacuar, numa freqüência inferior a 3 vezes por semana, em alguns casos 
torna-se idosas necessario remover manualmente as fezes para se obter alívio. 
 
Etiologia: 
 
São muitas as causas da obstipação intestinal não sendo provocada por doença grave, pois a 
movimentação intestinal no idoso é mais lenta que no jovem. 
 
Na maioria das vezes a obstipação é provocada por erros alimentares, por alimentação pobre 
em fibras ou baixo consumo de água. 
 
Podendo ser provocada por outras causas: 
 Problemas hormonais; 
 Doenças renais; 
 Tumores no intestino; 
 Hemorróidas ou fissuras no ânus; 
 AVE; 
 Doença de Parkinson; 
 Depressão; 
 Ansiedade; 
 Diabetes 
 Medicamentos alteram o funcionamento intestinal: 
o Antiácidos; 
o Suplementos de cálcio e ferro; 
o Antidepressivos; 
o Anti-histaminicos e anti-alérgicos; 
o Hipotensores; 
o Analgésicos; 
o Laxantes quando usados abusivamente. 
 
Quadro clinico: 
 
 Alteração do calibre das fezes; 
 Dor ao evacuar; 
 Presença de sangue nas fezes; 
 Dor abdominal intensa; 
 Aumento do tamanho do abdome; 
 Náuseas; 
 Vômitos. 
 
 
 
 
 
27 
Complicações: 
 
 Anorexia (perda do apetite); 
 Perca de peso; 
 Hemorróidas; 
 Fissuras no ânus; 
 Diverticulite (formação de pequenas bolsas que podem romper-se ou inflamar-se). 
 
Tratamento: 
 
A primeira abordagem no tratamento da obstipação é aumentar o consumo de líquidos (1,5 a 2 
litros por dia) e alimentos com fibras nas refeições: 
 Frutas; 
 Vegetais verdes; 
 Arroz integral; 
 Aveia; 
 Farelo de trigo; 
 Soja; 
 Feijão; 
 Ervilhas; 
 Lentilha. 
 
O tratamento com fibras deve ser realizado por 2 a 3 semanas para avaliar a resposta. 
 
Exercícios físicos também é uma forma de prevenir e tratar a obstipação. 
 
Estimular freqüentemente o idoso ir ao vaso sanitário logo ao acordar ou 5-10 minutos após 
uma refeição. 
 
Idosos acamados deve-se estimular a ida ao banheiro pois a evacuação em fraldas favorece a 
obstipação por ser mais difícil evacuar na posição deitada. 
 
As vezes é necessário o uso de medicamentos para tratar a obstipação. 
 
Devendo ser receitados por médicos, pois apresentam potenciais efeitos colaterais: 
 Diarréia; 
 Desidratação; 
 Redução da absorção de vitaminas; 
 Alteração do funcionamento de nervos do intestino; 
 Incontinência fecal; 
 Flatulência; 
 Dores abdominais; 
 Sensação de inchaço. 
 
Pode ser necessário a realização do enema para casos selecionados. 
 
 
4.5 Músculo-esqueléticas: 
 
As afecções músculo-esqueléticos são comuns em idosos. 
 
Diversas doenças causam artralgia, dorsalgia e lombalgia (nem toda dor é reumatismo) e antes 
de utilizar qualquer medicamento sem indicação, a dor deve ser avaliada pelo médico. 
 
É comum as pessoas com doenças reumáticas apresentarem artrite caracterizada por eritema 
e edema articular com limitação dos movimentos da articulação acometida, acompanhado de 
rigidez matinal que após um período de 30 minutos retornam a função normal. 
 
 
 
 
28 
 Osteoartrite ou Artrose : 
 
A osteoartrite ou de artrose é a doença mais comum em idosos. 
 
A osteoartrite provoca um desgaste da cartilagem articular que protege as extremidades 
ósseas levando a sua destruição, quando isso acontece os ossos entram em contato entre si, 
formando pequenos nódulos nas articulações das mãos ou proeminências na coluna vertebral. 
 
Quadro clinico: 
 
A osteoartrite é uma doença muito dolorosa e pode causar dificuldades: 
 Na caminhada; 
 Na movimentação do corpo para subir e descer escadas; 
 Realizar trabalhos domésticos. 
 
Aumentando o risco para quedas o que favorece diversas complicações como as fraturas. 
 
A dor é lenta, progressiva e pode acompanhar estalidos das articulações. 
 
A osteoartrite pode atacar uma ou mais articulações nas mãos, punhos, quadris, joelhos ou 
coluna. 
 
Tratamento: 
 
Não existe cura ou tratamento específico. 
 
É indicado: 
 Aplicação de crioterapia nas crises; 
 Analgésicos; 
 Antinflamatórios; 
 Fisioterapia; 
 Acupuntura; 
 Redução do excesso de peso com acompanhamento nutricional e a reeducação 
alimentar. 
 
 Omalgia (dor no ombro): 
 
A dor no ombro é comum em idosos que: 
 Realizam atividades domésticas; 
 Fazem trabalhos pesados; 
 Sofreram traumas; 
 Patologias que irradiam para o ombro. 
 
O ombro é formado por uma articulação e vários músculos a inflamação em qualquer desses 
músculos ou tendões podem levar a dor. 
 
A inflamação pode ser causada pelo uso exagerado do ombro em atividades praticadas por 
algumas profissões: 
 Lavadeiras; 
 Passadeiras; 
 Costureiras. 
 
Pode ocorrer um desgaste no músculo ou tendão, causando um rompimento parcial ou total. 
 
Quadro clinico: 
 
O tendão funciona como um elástico que prende o músculo, e quando se rompe, o músculo 
encurta, podendo causar alteração dos movimentos e dor. 
 
 
 
29 
O paciente pode apresentar: 
 Dificuldade para: 
o Estender roupas; 
o Pentear cabelos; 
o Vestir-se. 
 Perda de mobilidade; 
 Rigidez articular; 
 Dificuldade para dormir no lado afetado.É importante investigar a dor pois a dor no ombro pode indicar patologias em outro órgão ou 
sistema, por exemplo a dor que ocorre em uma crise de colecistite é refletida no ombro. 
 
Tratamento: 
 
O tratamento da omalgia depende de sua causa. 
 
A fisioterapia é importante para fortalecimento dos músculos do ombro. 
Quando ocorre a ruptura aguda de um músculo a cirurgia no ombro tornar-se necessária. 
 
 Lombalgia: 
 
A dor lombar é extremamente comum no idoso, muitas vezes se iniciando-se na adolescência 
por problemas posturais e sobrecarga muscular. 
 
Cerca de 50% dos idosos, em algum momento da vida, queixa-se de dores nas costas. 
 
Etiologia: 
 
São diversas as causas da lombalgia: 
 Hérnia de disco; 
 Osteoartrite; 
 Distensão muscular; 
 Infecção; 
 Fratura por osteoporose; 
 Câncer; 
 Psicossomática; 
 Erros de postura. 
 
A hérnia de disco pode, além da dor pode causar parestesia nas pernas ou braços. 
 
Tratamento: 
 
O tratamento da lombalgia nem sempre é feito com antiinflamatórios. 
 
O principal objetivo é: 
 Aliviar a dor (analgésicos); 
 Reabilitar a postura (RPG: reabilitação postural global) ; 
 Fortalecer a musculatura (hidroginástica). 
 
Prevenção: 
 
 Ao sentar na cadeira: 
o Manter o dorso apoiado 
o À mesa o cotovelo deve ficar na mesma altura; 
 Ao dormir: 
o Deitar-se de lado com um pequeno travesseiro entre as pernas; 
o Utilizar travesseiro adequado para o pescoço; 
 Ao limpar a casa: 
o Evitar carregar pesos somente de um lado do corpo; 
 
 
30 
o Aumentar o tamanho do cabo para utilizar vassouras; 
 Guardar os utensílios mais usados em armário na altura dos braços; 
 Ao executar tarefas que exijam a posição em pé, como lavar e passar roupas ou 
lavar a louça, apoiar um dos pés em um degrau; 
 Evitar saltos altos; 
 Utilizar calçados com saltos baixos e de base quadrada. 
 
 Gota (artrite gotosa): 
 
É uma doença reumática ocasionada pela deposição de monourato de cálcio originado do 
ácido úrico que quando em excesso causa acúmulo nas articulações dos: 
 Pés; 
 Cotovelos; 
 Pavilhão auditivo; 
 Tendões. 
O ácido úrico é derivado do metabolismo de alimentos como: 
 Carnes vermelhas; 
 Cerveja; 
 Tomate; 
 Frutas cítricas; 
 Grãos. 
 
Esse depósito provoca um processo inflamatório desencadeando um ataque de dor lancinante. 
 
Acomete mais os homens de meia idade e indivíduos que sofrem de doenças como: 
 Hipertensão arterial; 
 Obesidade; 
 hipercolesterolemia. 
 
O indivíduo que possui ácido úrico elevado deve controlar sua alimentação e muitas vezes 
utilizar medicamentos para diminuir seus níveis na corrente sanguínea. 
 
A gota não tem cura, mas pode ser controlada e as crises espaçadas com o tratamento 
adequado. 
 
Se não tratada pode ocasionar deformidade da articulação acometida e levar à incapacidades 
funcionais permanentes. 
 
 Fibromialgia: 
 
Patologia não progressiva que causa dor difusa em vários pontos do corpo prejudicando o sono 
e provocando fadiga. 
 
Não existem exames laboratoriais que comprovem a doença. 
 
O tratamento consiste em adaptar o idoso a realização de suas tarefas através de: 
 Atividade física leve e constante; 
 Promover o trabalho muscular contínuo. 
 
Os medicamentos visam promover: 
 Relaxamento muscular 
 Melhora dos sintomas depressivos associados. 
 
Nas crises dolorosas deve-se evitar atividades físicas para controle do quadro agudo. 
 
 Osteoporose: 
 
A osteoporose é uma doença esquelética caracterizada por um osso mais fraco e quebradiço 
devido a diversos fatores predisponentes: 
 
 
31 
 Idade; 
 Alimentação; 
 Baixa exposição solar; 
 Menopausa; 
 Imobilização; 
 Alcoolismo; 
 Tabagismo. 
 
Fisiopatologia: 
 
Como o osso é um tecido em constante renovação com o aumento da idade é esperado que 
ocorra um desequilíbrio deste processo promovendo mudanças na qualidade do osso em 
virtude de fatores como: 
 Menor velocidade de formação óssea; 
 Maior velocidade de desgaste; 
 Menor absorção de vitamina D; 
 Menor ingestão de cálcio; 
 Doenças da tireóide 
 Uso de corticóides. 
 
Quadro clinico: 
 
A osteoporose é uma doença assintomática geralmente é diagnosticada tardiamente, muitas 
vezes quando o idoso sofre uma fratura. 
 
É mais freqüente entre as mulheres, porem está havendo aumento desta doença em homens 
visto que 25% das fraturas de quadril ocorrem em homens. 
 
A imobilização piora a osteoporose, pois o indivíduo que fica acamado ou restrito a uma 
cadeira de rodas tem este processo acelerado. 
 
Sua maior complicação é a fratura deixando o idoso imobilizado ou causando prejuízos em 
suas funções. 
 
A prevenção e detecção precoce da osteoporose pode minimizar estas complicações. 
 
Diagnóstico: 
 
O melhor método para o diagnóstico, avaliação do risco de fraturas e acompanhamento 
evolutivo da osteoporose é a densitometria óssea da: 
 Coluna lombar; 
 Fêmur. 
 
Tratamento: 
 
A ingestão diária de alimentos ricos em vitamina D e cálcio em doses de 1500 mg/dia como: 
 Peixes gordurosos; 
 Gema do ovo; 
 Cogumelos; 
 Fígado; 
 Leites, pães e cereais enriquecidos com vitamina D. 
 
Exposição solar de braços e pernas feita pela manhã ou final da tarde. 
 
Os medicamentos utilizados no tratamento da osteoporose devem ser tomados com um copo 
d’água em jejum. 
 
 
 
 
 
32 
 
4.6 Distúrbios da Visão: 
 
A visão é um dos sentidos mais afetados no processo de envelhecimento. 
 
O olho humano é afetado de forma interna e externa por estar exposto à luz, vento, poeira, 
produtos e situações diversas, inclusive doenças do organismo. 
 
 Alterações visuais no processo de envelhecimento: 
 
As principais alterações da visão com o envelhecimento são: 
 Diminuição da acuidade visual; 
 Diminuição do campo visual periférico; 
 Lentidão na adaptação ao claro-escuro 
 Diminuição na acomodação; 
 Diminuição na noção de profundidade; 
 Diminuição na discriminação das cores; 
 Diminuição da captação das formas em movimento; 
 Diminuição da capacidade de se adaptar ao ofuscamento; 
 
 Catarata senil: 
 
É uma patologia visual com incidência de 90% dos casos dos distúrbios da visão em idosos e 
representa o maior número de tratamentos cirúrgicos executados em todo o mundo. 
 
Uma vez operado, o paciente recupera a visão. 
 
A degeneração macular senil é outra causa de cegueira da população idosa ainda não 
existindo prevenção ou tratamento efetivo. 
 
O glaucoma é outro distúrbio grave que por não apresentar sintomas torna difícil seu 
diagnóstico, sendo detectado tardiamente, quando o paciente começa a não enxergar bem por 
causa de outros distúrbios oculares. 
 
 Retinopatias: 
 
As principais doenças sistêmicas acometem o olho afetando a retina e ocasionando as 
retinopatias são: 
 Diabetes; 
 Hipertensão; 
 Lupus eritematoso; 
 Insuficiência renal; 
 Tumores cerebrais. 
 
 Síndrome da disfunção lacrimal (Olho seco): 
 
A disfunção lacrimal ocorre por vários fatores: 
 Envelhecimento; 
 Genética; 
 Alterações hormonais; 
 Alterações da tireóide. 
 
Na disfunção lacrimal a parte externa da córnea não é suficientemente hidratada com o filme 
lacrimal. 
 
Com as alterações e doenças o globo ocular não é protegido de forma natural tornando-se 
desidratado, pois o filme lacrimal esta reduzido ou não é formado. 
 
Para reverter a desidratação ocular e hidratar o globo ocular é necessário: 
 
 
33 
 A cura ou a estabilização das doenças; 
 Hidratá-lo artificialmente com o uso de colírios. 
 
 Presbiopia (vista cansada): 
 
O sistema acomodativo do olho começa a ser comprometido progressivamente a partir dos 40 
anos dificultando a visualização de objetos a curta distancia, esta disfunção é conhecida como 
presbiopia. 
 
Esta acomodação torna-se possível com a mudança na forma do cristalino tornando-se mais 
espesso e curvo para focalizar objetos próximos, e mais delgado para focalizar objetos 
distantes. 
 
Para focalizar objetos próximos ocorre um maior esforço na musculatura ocular para mantero 
cristalino curvo e com a idade este cristalino perde gradativamente sua flexibilidade dificultando 
a acomodação. 
 
 
4.7 Distúrbios da audição: 
 
As principais manifestações otológicas do envelhecimento são as relacionadas com a orelha 
interna. 
 
A presbiacusia é a alteração mais comum do sistema otológico no idoso, porem a maioria dos 
indivíduos com mais de 40 anos de idade apresenta graus variáveis de perda da audição 
sensorineural nas freqüências acima de 2 kHz, evoluindo com progressão lenta. 
 
No Brasil existe prevalência de perda auditiva entre idosos que varia de 19,2% a 82,7%, 
dependendo da amostra investigada e dos critérios diagnósticos utilizados. 
 
Diversos fatores podem contribuir para a perda auditiva dentre eles estão: 
 Poluição ambiental; 
 Tabagismo; 
 Estresse emocional; 
 Fatores genéticos; 
 Dieta; 
 Hipercolesterolemia; 
 Arteriosclerose. 
 
O sistema vestibular também pode ser afetado pelo processo de envelhecimento. 
 
A tontura e a vertigem são as principais queixas entre idosos, com uma prevalência entre 19% 
a 30% podendo as causas desses sintomas estar ligadas a uma patologia sistêmica. 
 
 Presbiacusia: 
 
A presbiacusia é uma perda auditiva sensorineural bilateral, simétrica, de início e progressão 
gradual associada com a idade ocorrendo após os 65 anos e após a exclusão de qualquer 
outra causa de perda auditiva. 
 
A perda auditiva em idosos não é apenas resultado do envelhecimento, mas de outros 
processos patológicos associados ao declínio dos limiares auditivos. 
 
Quadro clinico: 
 Hipoacusia sensorineural progressiva para freqüências altas (agudos) após 40 anos. 
 Dificuldade de distinguir os sons em ambientes ruidosos. 
 Hipoacusia bilateral e simétrica. 
 
Tratamento: 
 Próteses auditivas. 
 
 
34 
 
 Surdez súbita: 
 
 É a Hipoacusia sensorineural súbita dos sons menores que 30dB ocorrendo 
unilateralmente em 98% dos casos. 
 
Etiologia: 
 Idiopática 
 Viral: 
o Herpes simples (HSV); 
o Citomegalovírus; 
o HIV; 
o Rubéola; 
o Caxumba; 
 Circulatória: 
o Insuficiência vertebrobasilar (IVB); 
o Arteriosclerose; 
 Autoimune: 
o Lupus; 
o Síndrome de Sjogren (afeta as glândulas exócrinas); 
o Retocolite ulcerativa (RCU); 
o Neoplásica: 
 Neurinoma acústico; 
 Leucemia; 
o Traumática: 
 Perda auditiva induzida por ruído (PAIR); 
 Fratura de osso temporal 
o Metabólica: 
 Diabetes 
 Insuficiência renal. 
 
Quadro clinico: 
 
 Hipoacusia sensorineural unilateral (98% dos casos); 
 Tonturas (40% dos casos); 
 Vertigem; 
 Plenitude auricular; 
 Cefaléia. 
 
 
4.8 Neurológicas: 
 
 Alterações do nível de consciência: 
o Alerta: atende prontamente; 
o Letárgico: sonolento, responde adequadamente porem lentamente; 
o Obnubilado: sonolento, desperta c/ estímulo sonoro 
o Torpor: acorda c/ dificuldade, agressivo 
o Semicomatoso: responde aos estímulos dolorosos 
o Coma: não responde, hipotônico 
 
 Cefaléia: 
o De tensão: 
 Dor compressiva; 
 Localizada nas regiões: 
 Frontal; 
 Temporal; 
 Occipital; 
 Ocasionada por estresse: 
 Emocional; 
 
 
35 
 Físico; 
o Hipertensiva: 
 Dor insidiosa 
 Fisgadas 
 Região occipital; 
o Vascular: 
 Enxaqueca; 
 Complexo sintomático; 
o Febril: 
 Dor pulsalte; 
 Generalizada ou localizada nas regiões: 
 Frontal; 
 Occipital; 
o Das meningites: 
 Dor súbita; 
 Generalizada; 
 Rigidez cervical; 
 Fotofobia; 
o Na hemorragia subaracnóide: 
 Súbita; 
 Inicia-se na região occipital e torna-se generalizada; 
 Inconsciência; 
 Êmese; 
 Rigidez cervical. 
 
 Demência: 
 
É um comprometimento cognitivo geralmente progressivo e irreversível. 
 
As funções mentais anteriormente adquiridas são gradualmente perdidas. 
 
Com o aumento da idade a demência torna-se mais freqüente. 
 
Acomete 5 a 15% das pessoas com mais de 65 anos e aumenta para 20% nas pessoas com 
mais de 80 anos. 
 
Etiologia: 
 
As causas de demência incluem: 
 Lesões e tumores cerebrais; 
 Síndrome da imunodeficiência adquirida (AIDS); 
 Álcool; 
 Medicamentos; 
 Infecções; 
 Doenças pulmonares crônicas; 
 Doenças inflamatórias; 
 Doenças degenerativas primárias do sistema nervoso central (SNC) 
 Doença vascular. 
 
Fatores de risco: 
 Idade avançada; 
 História de demência na família; 
 Sexo feminino. 
 
Classificação: 
 
As demências são classificadas em vários tipos de acordo com o quadro clínico as mais 
comuns são: 
 
 
36 
 Demência vascular; 
 Demência tipo Alzheimer. 
 
Quadro clinico: 
 Alterações na: 
o Memória; 
o Linguagem; 
o Orientação; 
 Perturbações comportamentais: 
o Agitação; 
o Inquietação; 
o Andar a esmo; 
o Raiva; 
o Violência; 
o Gritos; 
o Desinibição sexual e social; 
o Impulsividade; 
o Alterações do sono; 
o Pensamento ilógico; 
o Alucinações. 
 
Tratamento: 
 
Cerca de 10 a 15% dos pacientes com sintomas de demência apresentam condições tratáveis 
como: 
 Doenças sistêmicas: 
 Doenças cardíacas; 
 Renais; 
 Endócrinas; 
 Deficiências vitamínicas; 
 Uso de medicamentos; 
 Doenças psiquiátricas (depressão). 
 
 Demência vascular: 
 
É o segundo tipo mais comum de demência. 
 
Apresenta as mesmas características da demência tipo Alzheimer mas com um início abrupto e 
um curso gradualmente deteriorante. 
 
Pode ser prevenida através da redução de fatores de risco como: 
 Hipertensão; 
 Diabetes; 
 Tabagismo; 
 Arritmias. 
 
O diagnóstico pode ser confirmado por técnicas de imagem cerebral e fluxo sangüíneo cerebral. 
 
 Síndrome de Benson (Síndrome de Atrofia Cortical): 
 
A Síndrome de Benson ou também chamada Síndrome de Atrofia Cortical, é uma desordem 
degenerativa rara que acomete os idosos. 
 
A sua freqüência é desconhecida. 
 
A doença da Atrofia Cortical refere-se a uma síndrome clínica onde o processamento visual de 
ordem superior é interrompido devido a uma patologia neurodegenerativa. 
 
Quadro clinico: 
 
 
37 
 
Os pacientes apresentam manifestações simultâneas : 
 Graves comprometimentos visuais de ordem progressiva; 
 Agnosia óptica: 
o Incapacidade de reconhecer e identificar: 
 Objetos; 
 Familiares (prosopagnosia); 
 Pessoas 
 Ataxia (incapacidade de coordenar os movimentos); 
 Apraxia (incapacidade de executar movimentos familiares qualificados): 
o Oculomotora (incapacidade de executar movimentos voluntários com os olhos); 
o Ideomotora (incapacidade de planejar ações motoras complexas); 
 Alexia (perda da compreensão da linguagem escrita); 
 Agrafia (incapacidade de escrever); 
 Acalculia (incapacidade de realizar operações aritméticas); 
 Desorientação comportamental; 
 Desorientação ambiental. 
 Mantem-se preservadas: 
o Memória; 
o Linguagem; 
o Percepção; 
o Julgamento. 
 
Diagnóstico: 
 
 Ressonância magnética encefálica mostra: 
o Atrofia bilateral nas áreas: 
 Temporal; 
 Parietal; 
 Occipital; 
o É mais grave no hemisfério direito. 
 Tomografia computadorizada de emissão fóton única (SPECT) ou de emissão de 
positrons (PET) mostram: 
o Áreas do cérebro com hipometabolismo posterior. 
 
Tratamento: 
 
O tratamento da Síndrome de Benson baseia-se em: 
 Ajudas visuais 
 Tratamentos antidepressivos como paliativos. 
 
 Doença de Pick (demência pré-senil): 
 
A doença de Pick é caracterizada como uma demência pré-senil onde o comprometimento 
cérebral e a idade de aparecimento dos sintomas assemelha-se aos primeiros estágios da 
síndrome de Alzheimer. 
 
Quadro clinico: 
 
O início da doença de Pick é geralmente insidioso e os sintomas incluem: 
 Falha na: 
o Atenção; 
o Concentração: 
 Esquecimentos; 
 Aparente falta de interesse; 
 Desorganização: 
o Intelectual; 
o Cognitiva; 
 Alterações: 
 
 
38 
o Caráter; 
o Afetividade; 
 Perda de memória; 
 Demência. 
 Perda de espontaneidade e de iniciativa; 
 Incapacidade de realizar atividades como: 
o Cuidar-se; 
o Alimentar-se 
o Cuidados higiênicos; 
 Regressão aos níveis infantis de: 
o Linguagem; 
o Labilidade emocional; 
 Estereotipias de: 
oConduta; 
o Comportamentos; 
o Desorientação completa; 
o Desaparecimento da memória; 
o Afasia (incapacidade de articular as palavras); 
o Alexia (perda da compreensão da linguagem escrita); 
o Agrafia (incapacidade de escrever); 
o Dispraxia (dificuldade de planejar e coordenar os movimentos do corpo); 
o Ataques epilépticos; 
o Em estado terminal apresenta: 
 Imobilidade no leito 
 Dependência total. 
 
 Síndrome de Alzheimer: 
 
É caracterizada por um início gradual e pelo declínio progressivo das funções cognitivas. 
 
A memória é a função cognitiva mais afetada, mas a linguagem e noção de orientação do 
indivíduo também são afetadas. 
 
Quadro clinico: 
 
Inicialmente, a pessoa pode apresentar uma incapacidade para aprender e evocar novas 
informações. 
 
As alterações do comportamento envolvem: 
 Depressão; 
 Obsessão: 
o Pensamento; 
o Sentimento; 
o Idéia ou sensação intrusiva e persistente 
 Desconfianças; 
 Surtos de raiva com risco de atos violentos. 
 
A desorientação leva a pessoa a andar sem rumo podendo ser encontrada longe de casa em 
uma condição de total confusão. 
 
Aparecem também alterações neurológicas como problemas: 
 Na marcha; 
 Na fala 
 No desempenhar uma função motora 
 Na compreensão do que lhe é falado. 
 
Diagnostico: 
 
O diagnóstico clinico é feito pela exclusão de outra causa provável do quadro clinico através: 
 
 
39 
 História do paciente; 
 Exame clínico; 
 Técnicas de imagem cerebral: 
 Tomografia computadorizada; 
 Ressonância magnética. 
 
O diagnóstico conclusivo só é realizado post-mortem, através de biópsia cerebral, na qual 
aparecem alguns sinais característicos e exclusivos da doença. 
 
Tratamento: 
 
O tratamento é paliativo com a utilização de medicações para manejo da agitação e das 
perturbações comportamentais. 
 
Não há prevenção ou cura conhecidas. 
 
 Doença de Parkinson: 
 
Doença degenerativa progressiva descrita por James Parkinson em 1817 que provoca a morte 
gradual dos neurônios provocando: 
 Tremores; 
 Rigidez; 
 Bradicinesia (lentidão dos movimentos); 
 Instabilidade postural 
 Dificuldades na marcha. 
 
Fisiopatologia: 
 
Os neurotransmissores são substancias encarregadas de enviar os impulsos nervosos para 
que o organismo execute suas funções corretamente. 
 
A dopamina e a acetilcolina são os neurotransmissores responsáveis pelos movimentos e 
quando estão em equilíbrio os estímulos nervosos para que ocorra um determinado movimento 
são transmitidos através das células nervosas sem problemas. 
 
Quando a doença de Parkinson se instala as funções cerebrais são prejudicadas alterando o 
equilíbrio fisiológico entre a dopamina e a acetilcolina provocando a desordem dos impulsos 
nervosos para a execução dos movimentos. 
 
Etiologia: 
 
 Idiopática; 
 Genética; 
 Uso abusivo de medicamentos bloqueadores da dopamina: 
o Cinarizina: Stugeron; 
 Traumas cranianos repetitivos : 
o Lutadores de boxe; 
 AVE isquêmico; 
 Intoxicações exógenas: 
o Manganês; 
o Derivados de petróleo; 
o Inseticidas; 
 
Quadro clinico: 
 
 Tremor em repouso; 
 Rigidez; 
 Bradicinesia; 
 Hipocinesia; 
 
 
40 
 Postura fletida; 
 Perda dos reflexos posturais; 
 Freezing (fenômeno de parada); 
 Alterações do humor. 
 
Tratamento: 
 
Atualmente não existe cura para o Parkinson, o tratamento visa controlar os sintomas para 
evitando a evolução do quadro clinico por meio de: 
 Medicamentos: 
o Levodopa; 
o Antidepressivos; 
 Fisioterapia; 
 Prática de exercícios físicos: 
o Caminhada; 
o Corrida; 
o Natação. 
 
 
4.9 Transtornos psiquiátricos: 
 
A velhice é um período normal do ciclo vital caracterizado por mudanças: 
 Físicas; 
 Mentais; 
 Psicológicas. 
 
É importante reconhecer estas mudanças pois algumas alterações nesses aspectos não 
caracterizam necessariamente uma doença. 
 
Alguns transtornos são mais comuns em idosos como: 
 Transtornos depressivos; 
 Transtornos cognitivos; 
 Fobias; 
 Transtornos por uso de álcool; 
 Risco de suicídio 
 Risco de desenvolver sintomas psiquiátricos induzidos por medicamentos. 
 
Fatores psicossociais de risco: 
 
 Perda de papéis sociais; 
 Perda da autonomia; 
 Morte de amigos e parentes; 
 Saúde em declínio; 
 Isolamento social; 
 Restrições financeiras; 
o Redução do funcionamento cognitivo: 
o Capacidade de compreender; 
o Pensar de uma forma lógica; 
o Prejuízo na memória. 
 
 Esquizofrenia e outras psicoses: 
 
Começa no final da adolescência ou idade adulta jovem e persiste por toda a vida: 
 20% das pessoas com esquizofrenia não apresentam sintomas ativos aos 65 anos; 
 80% mostram graus variados de comprometimento. 
 
Quadro clinico: 
 
A doença torna-se menos acentuada à medida que o paciente envelhece. 
 
 
41 
 
Os sintomas incluem: 
 Retraimento social; 
 Comportamento excêntrico; 
 Pensamento ilógico; 
 Alucinações; 
 Afeto rígido. 
 
Tratamento: 
 
Os idosos com esquizofrenia respondem bem ao tratamento com drogas antipsicóticas que 
devem ser prescritas com cautela pelo médico. 
 
 Depressão: 
 
A depressão que inicia nessa faixa etária é caracterizada por vários episódios repetidos 
podendo estar associada com uma doença física e com uso de medicamentos. 
 
Quadro clinico: 
 
Os sintomas incluem: 
 Redução da energia e concentração; 
 Problemas com o sono especialmente despertar precoce pela manhã e múltiplos 
despertares; 
 Diminuição do apetite; 
 Perda de peso 
 Queixas somáticas (ênfase aumentada): dores pelo corpo. 
 Dificuldades de memória (síndrome demencial da depressão). 
 
 Transtorno bipolar do humor: 
 
Os sintomas da mania em idosos são semelhantes ao dos adultos mais jovens incluindo: 
 Euforia; 
 Humor expansivo e irritável; 
 Necessidade de sono diminuída; 
 Fácil distração; 
 Impulsividade; 
 Consumo excessivo de álcool; 
 Comportamento hostil e desconfiado. 
 
Quando um primeiro episódio de comportamento maníaco ocorrer após os 65 anos, deve-se 
alertar para uma causa orgânica associada. 
 
 Transtorno delirante: 
 
A idade de início ocorre por volta da meia-idade mas pode ocorrer em idosos. 
 
Quadro clinico: 
 
Os sintomas são: 
 Alterações do pensamento de natureza persecutória: 
o Crêem que estão sendo espionados, seguidos, envenenados ou de algum 
modo assediados. 
 Tornar-se violentos contra seus supostos perseguidores; 
 Trancarem-se em seus aposentos; 
 Viverem em reclusão. 
 Hipocondria: 
o Acreditar ter uma doença fatal. 
 Estresse físico ou psicológico em indivíduos vulneráveis e pode ser precipitado por: 
 
 
42 
o Morte do cônjuge; 
o Perda do emprego; 
o Aposentadoria; 
o Isolamento social; 
o Circunstâncias financeiras adversas; 
o Patologias debilitantes; 
o Cirurgia; 
o Comprometimento visual; 
o Surdez. 
 
Diagnostico: 
 
As alterações do pensamento podem acompanhar outras doenças psiquiátricas que devem ser 
descartadas como: 
 Demência; 
 Alzheimer; 
 Transtornos por uso de álcool; 
 Esquizofrenia; 
 Transtornos depressivos; 
 Transtorno bipolar. 
 
 Transtornos de ansiedade: 
 
Incluem: 
 Transtornos de pânico; 
 Fobias; 
 Transtorno obsessivo compulsivo (TOC); 
 Ansiedade generalizada; 
 Estresse agudo; 
 Estresse pós-traumático. 
 
Os transtornos de ansiedade começam no início ou no período intermediário da idade adulta, 
mas alguns aparecem pela primeira vez após os 60 anos. 
 
Em idosos a fragilidade do sistema nervoso autônomo pode explicar o desenvolvimento de 
ansiedade após um estressor importante. 
 
O transtorno de estresse pós-traumático é mais severo nos idosos que em indivíduos jovens 
em vista da debilidade física concomitante nos idosos. 
 
Quadro clinico: 
 
 Obsessões: 
o Pensamento; 
o Sentimento; 
o Idéia ou sensação intrusiva e persistente; 
 Compulsões: 
o Comportamento consciente e repetitivo como: 
 Contar; 
 Verificar as coisas repetidamente; 
 Evitar; 
 Pensamento para anular uma obsessão 
o Desejo excessivo por: 
 Organização; 
 Rituais;