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As Psicoterapias - Abordagem Sistemica (Final)

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FACULDADE PERNAMBUCANA DE SAÚDE 
GRADUAÇÃO EM PSICOLOGIA 
 
 
 
 
 
 
 
AS PSICOTERAPIAS: ABORDAGEM SISTÊMICA 
 
 
 
JULIO FLAVIO MENDES E SILVA 
MARIA FERNANDA DOS SANTOS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
RECIFE 
2021 
JULIO FLAVIO MENDES E SILVA 
MARIA FERNANDA DOS SANTOS 
 
 
 
 
 
 
 
 
AS PSICOTERAPIAS: ABORDAGEM SISTÊMICA 
 
 
Este presente trabalho foi proposto pela 
Professora Maria Valéria de Oliveira Correia 
Magalhães, tutora dos Seminários 
Multiprofissionais como requisito para a 
construção da avaliação do Módulo I. 
 
 
 
 
 
 
 
 
RECIFE 
2021 
SUMÁRIO 
 
 
I. INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 4 
II. JUSTIFICATIVA ................................................................................................... 10 
III. DESENVOLVIMENTO .......................................................................................... 11 
IV. CASO CLÍNICO .................................................................................................... 15 
V. CONCLUSÃO ....................................................................................................... 17 
VI. REFERÊNCIAS ..................................................................................................... 18 
 
 
Página 4 / 18 
 
 
I. INTRODUÇÃO 
 
A base do pensamento Sistêmico, ganha direcionamentos e reconhecimento na metade 
século 20. Mas, foi na década de 30 houveram mudanças paradigmáticas das percepções 
mecanicistas para as ecológicas e até hoje essas alterações tem acontecido de forma 
lentificada, tendo retrocessos e alguns avanços nos diferentes campos da ciência. O 
desenvolvimento do Pensamento Sistêmico se deu a partir da Teoria Geral dos Sistemas, da 
Cibernética e da Teoria da Comunicação que são pilares e limites paradigmáticos para a 
Teoria Sistêmica. 
Antes de ser formulado a base da teoria sistêmica houveram alguns percussores históricos 
do século XVII, tais quais, o modelo de conhecimentos mecanicista que construía o 
entendimento de que o mundo seria como uma máquina. Além disso, o conhecimento químico 
se expandia através das grandes descobertas mostrando que os processos químicos auxiliavam 
para o funcionamento dos organismos vivos por meio da respiração que seria uma forma 
especial de oxidação. Em XVIII conhecimentos da biologia traçavam rumos iniciais através 
da morfologia que veio para explicar o estudo da forma biológica a partir de um ponto de 
vista dinâmico e ao avançar os estudos no século XX surgiu a Biologia Organísmica ou 
Organicismo como um movimento de oposição ao Mecanicismo e que se delineia como forte 
influência na construção do Pensamento Sistêmico. Segundo as concepções Organísmica 
“...as propriedades essenciais de um organismo pertencem ao todo, de maneira que nenhuma 
das partes as possuem, pois, tais propriedades surgem justamente das interações entre as 
partes. Portanto, as propriedades das partes podem ser entendidas apenas a partir da 
organização do todo. O Organicismo coloca o foco no entendimento das relações 
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organizadoras sendo que a concepção de organização foi aperfeiçoada posteriormente com o 
conceito de auto-organização” (GOMES, 2014). 
Em 1920 os pensamentos biológicos estavam ampliando os conhecimentos e tirando o 
foco da visão mecanicista. E através disso a Ecologia, uma das vertentes do Pensamento 
Sistêmico, emerge da Escola Organísmica da Biologia quando os estudiosos começaram a 
estudar comunidades de organismos. E assim, o foco dos estudos foram as relações que 
interligam os organismos. Através disso, concepção de ecossistema reestruturou todo o 
pensamento ecológico e construíram uma abordagem sistêmica da ecologia. Ainda sobre 
influências do pensamento da época o filósofo Christian Von Ehrenfels enfatizou que o todo 
é maior do que a soma das partes, e esse princípio tornou-se central na Teoria Sistêmica. 
Por volta da década de 1920, no início da carreira como biólogo em Viena, o austríaco 
Ludwig Von Bertalanffy começa as lançar críticas a predominância do enfoque mecanicista 
tanto na teoria quanto na pesquisa científica. Em 1940, Bertalanffy apresenta a Teoria Geral 
dos Sistemas, e o matemático norte-americano Norbert Wiener inicia a elaboração da 
Cibernética. Ambas as teorias tiveram desenvolvimento paralelo no século XX e configuram 
os limites paradigmáticos para a Teoria Sistêmica, em conjunto com a influência da Teoria 
da Comunicação Humana, criada por Gregory Bateson e Paul Watzlawick. 
A Teoria Geral dos Sistemas é também conhecida por Teoria Sistêmica. No entanto, elas 
são diferentes, visto que a Teoria Geral dos Sistemas é mais ampla e abarca todas as áreas do 
conhecimento (Física, Química, entre outras). Já a Teoria Sistêmica está mais voltada para a 
área da Psicologia. E é o biólogo Bertalanffy que confere importância ao Pensamento 
Sistêmico como um movimento científico por meio de suas concepções de sistema aberto e 
de sua Teoria Geral dos Sistemas. Através de suas pesquisas os organismos vivos foram 
entendidos como sistemas abertos que não podem ser descritos pelas perspectivas da 
termodinâmica clássica (ou seja, sistemas fechados em estado de equilíbrio térmico ou 
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próximo dele). “Os sistemas abertos podem se alimentar de um contínuo fluxo de matéria e 
de energia extraídas e devolvidas ao meio ambiente. Mantêm-se, portanto, afastados do 
equilíbrio em um estado quase estacionário ou em equilíbrio dinâmico” (CAPRA, 2006). 
Na década de 1940, aportes teóricos se articularam à Teoria Geral dos Sistemas com o a 
Cibernética e a Teoria da Comunicação, referenciadas nas obras como fundantes da Teoria 
Geral dos Sistemas. E a partir disso o objetivo da Teoria Geral dos Sistemas se constituí em 
estudar os princípios universais aplicáveis aos sistemas em geral, sejam eles de natureza 
física, biológica ou sociológica. 
Ainda na década de 40, a prática terapêutica era orientada pela Psicanálise, havia uma 
construção hegemônica de que o comportamento do ser humano era regido e organizado por 
forças intrapsíquicas. Mas, a partir da Segunda Guerra a teoria sistêmica começa a ganhar 
forças no cenário por conta das consequências advindas das guerras, houve um movimento 
de união das famílias e tornaram-se mais fortes as críticas à Psicanálise pois foi percebido que 
a psicanalise deixava um desfalque no entendimento do sujeito, isso porque, não abarcava os 
contextos ambientais. É nesse momento que a Teoria Sistêmica começa a reacender pois 
modifica o foco que havia nas clinicas e dá ao indivíduo sentido para as suas relações, dando 
ênfase aos sistemas humanos, ou seja, o que antes era intrapsíquico passa a ser interrelacional 
diante da teoria sistêmica. 
A Psicologia Sistêmica, como falado anteriormente, é uma corrente baseada na Teoria 
Geral de Sistemas desenvolvida por Bertalanffy na segunda metade do século XX. 
Paralelamente a isso, o início da terapia sistêmica está associado ao antropólogo Gregory 
Bateson, que se uniu a outros pesquisadores, como Jackson, Haley e Weakland, para analisar 
o sistema comunicacional das famílias esquizofrênicas. Assim, fundamentada na Teoria Geral 
dos Sistemas proposta por Bertalanffy, na Cibernética de Wiener e na Teoria da 
Comunicação, formulada por Bateson e Watzlawick, surge a prática sistêmica. Segundo 
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Capra (1996) “...o forte apoio subsequente vindo da Cibernética, as concepções de 
Pensamento Sistêmico e de Teoria Sistêmica tornaram-se partes integrais da linguagem 
científica estabelecida, e levaram a numerosas metodologias e aplicações novas”. 
A Psicologia Sistêmica enfatiza as propriedades do todo que resultam da interação dos 
diferentes elementos do sistema. Assim, para essa abordagem, o importante é o que surge da 
interação entre as pessoas. E ainda, estuda os fenômenos de relaçãoe comunicação nos 
grupos, analisando as relações e os componentes que emergem a partir deles. Essa abordagem 
parte das pessoas individuais, que se inter-relacionam entre si em diferentes coletivos 
entendidos como sistemas. Dessa forma, cada grupo/coletivo em que cada pessoa se relaciona 
é um sistema diferente: familiar, profissional, doméstico, como outros. 
Essa corrente leva em consideração os distintos âmbitos em que as pessoas se movem, 
pois, a maneira como cada indivíduo se relaciona com o ambiente ao seu redor determina seu 
desenvolvimento e seu crescimento pessoal. Por isso, a Psicologia Sistêmica pode ser aplicada 
tanto a casais, equipes de trabalho e famílias quanto a pessoas individuais. 
De acordo com a Perspectiva Sistêmica, os sistemas devem ser vistos como estruturas 
organizadas hierarquicamente que precisam ser analisadas em sua totalidade: desde os 
aspectos macro, como a ordem social, passando por níveis intermediários, como as culturas 
das comunidades locais, até atingir um nível mais proximal (ou de microanálise), como as 
escolas e a família (SIFUENTES, DESSEN & OLIVEIRA, 2007). 
Conforme Grandesso (2000), a mudança de foco do intrapsíquico para o interrelacional 
representou uma transformação à medida que passou a configurar outro sistema de 
pressupostos para problemas humanos e das práticas da Psicologia. A ênfase passa a ser dada 
aos contextos e formula-se a postulação de uma causalidade circular retroativa e recursiva 
para os fenômenos, o que favoreceu a abertura do campo da psicoterapia para a 
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interdisciplinaridade e ampliou as fronteiras para a compreensão da pessoa humana para além 
do psicológico. 
O Pensamento Sistêmico passa a ser o substrato de propostas de intervenção para a clínica 
de família, trazendo um novo olhar para o contexto familiar. A adoção da Perspectiva 
Sistêmica implica em entender a família como um sistema complexo, composto por vários 
subsistemas que se influenciam mutuamente, tais como o conjugal e o parental (KREPPNER, 
2003). 
Os benefícios da adoção da epistemologia sistêmica pelos profissionais de saúde também 
é algo importante de se evidenciar. A compreensão da complexidade do processo saúde-
doença leva os profissionais a reconhecer a necessidade da atuação interdisciplinar para a 
construção efetiva de atenção integral à saúde, em conformidade com os princípios 
fundamentais do Sistema Único de Saúde. Dito isso, o Pensamento Sistêmico pode funcionar 
como uma base para o profissional refletir, flexibilizar e contextualizar suas práticas, 
possibilitando que as mesmas respondam de forma eficiente às demandas da atenção básica. 
Nesse sentido, pensar sistemicamente transcende a atuação profissional, enriquece e 
amplia a visão e a atuação como cidadãos, o que possibilita a reflexão e o diálogo em torno 
dos problemas sociais e comunitários de modo mais abrangente e contextualizado (GOMES, 
2014). 
No campo da Psicologia, a escuta terapêutica de acordo com a Perspectiva Sistêmica, é 
considerada uma estratégia para considerar seres humanos de forma que as ações sempre 
partam do contexto e sejam dirigidas para o contexto. O profissional de Psicologia, nesse 
cenário, desempenha um papel de mediador e catalisador das potencialidades e dos recursos, 
tanto das pessoas em si como da comunidade, na satisfação das necessidades e na melhora da 
qualidade de vida. O psicólogo, juntamente aos demais profissionais da equipe de saúde, 
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coordena ações que levem à ampliação da situação apresentada, criem contextos de autonomia 
e favoreçam a mudança (VASCONCELLOS, 2010). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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II. JUSTIFICATIVA 
 
A Psicologia Sistêmica é a ciência que analisa os diversos aspectos ambientalistas dos 
sistemas. Além disso, sua base teórica se constituiu através de teorias existentes da época, 
sofrendo influências de grandes descobrimentos do meio da física, química e principalmente, 
biologia. 
Neste contexto, o presente trabalho adveio da demanda em apresentar a abordagem e com 
isso explicar os princípios mais importantes sobre a Teoria Sistêmica, assim como sua origem 
histórica, teórica, seus conceitos e princípios. No intuito de fazer com que o conhecimento 
dessa abordagem ganhe proporções. Este trabalho foi sustentado a partir de pesquisas de 
artigos científicos e vídeos que traçavam a relevância desta abordagem. 
 
 
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III. DESENVOLVIMENTO 
 
Sistema é uma palavra que deriva do grego “synhistanai” que traz por significado 
“colocar junto”. A organização sistêmica se dá através de um contexto que visa alinhar a 
natureza das relações. Sabendo-se que para essa abordagem um sistema estará dentro de outro 
sistema. Sendo assim, “cada um dos sistemas forma um todo com relação as suas partes e 
também é parte de um todo.” 
Dentro do entendimento sistêmico, há três critérios fundamentais: O primeiro é à 
mudança das partes para o todo, no sentido que, há propriedades essenciais que são do todo, 
mas que o ser na sua individualidade não possui porque há propriedades que surgem por causa 
das relações criadas entre cada indivíduo que contribuirá para formar o todo. O segundo 
critério é o pensamento contextual que se desenvolve a partir do que se tem por propriedade 
de cada pessoa, não explicará o todo, esse critério considera o contexto tendo um viés 
ambientalista o foco será dado as relações e não ao objeto pois estes serão entendidos como 
redes dessas relações “O mundo material é visto como uma teia dinâmica de eventos inter-
relacionados” (Vasconcellos, 2010). O terceiro e último critério se refere as mudanças de uma 
ciência com um foco mais objetivo para uma ciência que se amplia para os questionamentos 
abarcando a compreensão das descrições dos fenômenos naturais. 
Bertalanffy reitera que sistema é como um complexo de elementos em interação e uma 
característica importante é que para o biólogo a relação entre os componentes contribui para 
a interdependência de cada elemento, dando forma ao que este chama de sistema. Segundo, 
Costa (2010) “a Teoria Geral dos Sistemas combina conceitos do Pensamento Sistêmico e da 
Biologia.” 
A abordagem da Teoria Geral dos Sistemas teve como suporte teórico três eixos: a 
primeira que se desenvolveu paralelamente a Teoria Geral dos Sistemas que foi a Cibernética 
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desenvolvida por Norbert Wiener teve início na Segunda Guerra mundial, pois nesta época as 
pesquisas avançavam e a ideia desenvolvida por Winner, junto a engenheiros e pesquisadores 
era de apropriar máquinas que tivessem performance de funções humanas. E ainda seguindo 
essa lógica foi nesse momento que surgiu o conceito de feedback, também chamado de 
realimentação ou retroação este que foi desenvolvido na busca de explicar que poderia haver 
correções nas falhas que surgissem nas máquinas computadorizadas e eram ferramentas 
essenciais, pois o intuito era criar uma analogia entre o funcionamento do sistema nervoso e 
as maquinas de computação. A Teoria da Comunicação que organiza o processo de 
comunicação humana abrange uma complexidade de fatores, tais como conteúdo, forma e 
linguagem, os quais estão sempre presentes nos processos inter-relacionais, a Teoria da 
Comunicação humana, na sua origem, engloba três dimensões: a sintaxe, a semântica e a 
pragmática. E por fim a Teoria Geral dos Sistemas desenvolvida organizada por Bertalanffy 
que visa estudar os princípios universais aplicáveis aos sistemas, a interação/relação ou dos 
componentes, a interdependência dos elementos. 
Sendo assim, o viés da Sistêmica coloca que os sistemas são estruturas organizadas 
hierarquicamente as quais precisam ser analisadas no seu funcionamento total, desde 
parâmetros macro tendo em vista ordem social, passando por intermediário, a exemplo das 
culturas de cada comunidade, até o nível entendido como microanáliseque são as famílias e 
escolas. 
E é através disso que os fenômenos não podem ser considerados isoladamente, e sim, 
como parte de um todo. Sendo assim, o todo emerge além da existência das partes e "as 
relações são o que dá coesão ao sistema todo, conferindo-lhe um caráter 
de totalidade ou globalidade, uma das características definidoras do sistema." 
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Nesse viés, há seis conceitos básicos que dão estrutura a Teoria Geral do Sistema que são: 
globalidade, não-somatividade, homeostase, morfogênese, circularidade e equifinalidade 
(Vasconcellos, 2010). 
Na Globalidade, todos os sistemas funcionam como um todo coeso e mudanças em uma 
das partes provocam mudanças no todo. 
A Não-somatividade afirma que o sistema não é a soma das partes, devendo-se considerar 
o todo em sua complexidade e organização; assim, embora o indivíduo faça parte da família, 
ele mantém sua individualidade. 
A Homeostase é o processo de autorregulação que mantém a estabilidade do sistema 
preservando seu funcionamento. 
A Morfogênese é o processo oposto a homeostase, ou seja, é a característica dos sistemas 
abertos de absorver os aspectos externos do meio e mudar sua organização. 
A Circularidade, também chamada de causalidade circular, bilateralidade ou não-
unilateralidade, diz respeito à relação bilateral entre elementos, sendo que esta relação é não 
linear e obedece a uma sequência circular. 
A Equifinalidade, refere que em um sistema aberto, o resultado de seu funcionamento 
independe do ponto de partida, ou seja, o equilíbrio é determinado pelos parâmetros do 
sistema; 
Além disso, há o conceito de Retroalimentação ou feedback que emergiu na cibernética, 
o qual garante a circulação de informações entre elementos do sistema. A retroalimentação 
pode ser negativa, o que acontece quando esse mantém a homeostase, ou positiva, ocorre 
quando o sistema responde pela mudança sistêmica. 
A Teoria Geral dos Sistemas, a partir do que Bertalanffy desenvolveu ofereceria um 
arcabouço conceitual abrangente capaz de unificar várias disciplinas científicas que, naquele 
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momento, estavam isoladas e fragmentadas. E assim essa base teórica teria por proposta uma 
ciência da totalidade, da integridade ou de entidades totalitárias. E a busca do biólogo era 
colocar como foco o deslocamento da constituição das entidades para a organização dos 
sistemas e para o conceito de interação (Grandesso, 2000). 
E o conceito de interação gera realimentações (feedbacks) podendo esta interação ser 
positiva ou negativa, criando assim uma autorregulação regenerativa, que, por sua vez, cria 
novas propriedades, as quais podem ser benéficas ou maléficas para o todo independente das 
partes. E é a partir disso que surge a palavra sinergia que é a interação dos elementos do 
sistema. Em contraponto a sinergia há a entropia é a desordem ou ausência de sinergia. Um 
sistema pára de funcionar adequadamente quando ocorre entropia interna. Os sistemas 
orgânicos em que as alterações benéficas são absorvidas e aproveitadas sobrevivem, e os 
sistemas onde as qualidades maléficas ao todo resultam em dificuldade de sobrevivência 
tendem a desaparecer caso não haja outra alteração de contrabalanço que neutralize aquela 
primeira mutação. Assim, de acordo com Bertalanffy, a mudança permanece ininterrupta 
enquanto os sistemas se autorregulam e se retroalimentam (Vasconcellos, 2010). 
 
 
 
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IV. CASO CLÍNICO 
 
Nesse caso trata-se de Laura, jovem de 28 anos e mãe de Alice e Pedro. Em relato, queixa-
se de dificuldades para lidar com alguns comportamentos apresentados por Alice. Segundo 
relatou a cliente, Alice se recusava a cumprir regras, e havia passado a demonstrar 
dificuldades na interação com outras pessoas. Desse modo, o pedido de consulta estava 
pautado notadamente em Alice como "paciente identificada". 
A entrevista inicial ocorreu com mãe e filha no setting terapêutico, no sentido de 
investigar a queixa trazida pela família. Na maior parte do atendimento, Laura permitiu que 
Alice explorasse o espaço à sua maneira, sem tentar colocar qualquer limite. A criança, por 
sua vez, interagia no sentido de "roubar a cena", concentrando as atenções de todos somente 
para ela. Além disso, emergiram relatos sobre a união conjugal de Laura e Marcelo, bem 
como sobre o recasamento e a chegada do novo filho de Pedro. 
Assim, já nesse primeiro contato, buscou-se ampliar o foco, lançando luz às variáveis do 
contexto, ao invés de explorar exclusivamente o que motivou o pedido por consulta (Tilmans-
Ostyn & Meynckens-Fourez, 2000). Evidenciou-se que Laura relacionava as manifestações 
comportamentais de Alice a aspectos que envolviam as suas próprias práticas parentais, a 
relação conjugal com Marcelo e a relação coparental com Pedro. 
Adicionalmente, a cliente referiu também seu desconforto por ainda depender 
financeiramente de sua mãe, Isabel, mesmo já desenvolvendo atividades laborais na área em 
que concluiu o ensino superior. Dessa forma, como emergiram importantes conteúdos 
atinentes à conjugalidade, à coparentalidade e à diferenciação da família de origem, sugeriu-
se a modalidade de terapia sistêmica individual (Boscolo & Bertrando, 2013), a qual foi aceita 
por Laura. 
Página 16 / 18 
 
Os demais encontros ocorreram somente com a cliente, com exceção de apenas um, em 
que Marcelo esteve presente, mediante convite das coterapeutas e da equipe. No entanto, as 
pessoas da rede de relacionamentos da cliente foram incluídas virtualmente no processo 
terapêutico, para manter o enfoque sistêmico, mesmo nos atendimentos individuais (Kung, 
2000; Sydow et al., 2010). 
Em linhas gerais, os objetivos do processo terapêutico foram: compreender aspectos 
transgeracionais que influenciavam os relacionamentos estabelecidos por Laura; favorecer a 
diferenciação da cliente em relação à sua família de origem; propiciar o estabelecimento de 
fronteiras mais nítidas entre os subsistemas familiares; fortalecer a qualidade da 
conjugalidade de Laura e Marcelo; estimular o compartilhamento, por Laura e Pedro (díade 
coparental), da responsabilidade pelo processo de cuidar e de educar a filha; promover 
práticas parentais mais positivas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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V. CONCLUSÃO 
 
Nesse viés, a partir do que foi abordado a Teoria Sistêmica traça um amplo estudo sobre 
o ambiente e as interrelações. Foi desenvolvida pelo biólogo Ludwig von Bertalanffy, 
que alargou a base teórica da sua abordagem junto a Cibernética, e posteriormente a 
Teoria da comunicação e a Teoria Geral dos Sistemas. 
Além de trazer os critérios fundamentais da Sistêmica, ainda foi revisitado os conceitos 
dessa abordagem que são globalidade, a não-somatividade, homeostase, morfogênese, 
circularidade, equifinalidade, retroalimentação/feedback que são estruturais para essa 
abordagem. Sendo, assim é através das contribuições dessa abordagem que o objeto de 
estudo em relação ao sujeito passa do intrapsíquico para o interrelacional. O Pensamento 
Sistêmico é uma teoria que pode ser utilizada em diversos contextos, de modo a realizar 
diferentes intervenções contribuindo para modificar os padrões de interação 
disfuncionais, visando um sistema saudável. 
Por fim, a articulação dos estudos por artigo e o entrelaçamento com o caso clínico 
possibilitou uma ampliação dos conhecimentos dessa abordagem, contribuindo para que 
aja maiores discussões sobre a Teoria Sistêmica que é uma abordagem ainda é pouco 
explorada. 
 
Página 18 / 18 
 
VI. REFERÊNCIAS 
 
1. CAMICIA, Edgmara Giordani; SILVA, Stefany Bischoff da; SCHMIDT, Beatriz. 
Abordagem da transgeracionalidade na terapia sistêmica individual: Um estudo de 
caso clínico. Pensando famílias, v. 20, n. 1, p. 68-82, 2016. 
 
2. DE VASCONCELLOS, Maria José Esteves. Pensamento sistêmico: o novo 
paradigma da ciência. Papirus Editora, 2003. 
 
3. GALERA,Sueli Aparecida Frari; LUIS, Margarita Antonia Villar. Principais 
conceitos da abordagem sistêmica em cuidados de enfermagem ao indivíduo e sua 
família. Revista da Escola de Enfermagem USP, São Paulo, v. 36, n. 2, p. 141-147, 
2002. DOI: 10.1590/s0080-62342002000200006. 
 
4. GOMES, Lauren Beltrão et al . As origens do pensamento sistêmico: das partes para 
o todo. Pensando fam., Porto Alegre , v. 18, n. 2, p. 3-16, dez. 2014 . Disponível 
em <http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1679-
494X2014000200002&lng=pt&nrm=iso>. acessos em 18 ago. 2021. 
 
5. GRANDESSO, Marilene A. Sobre a Reconstrucao Do Significado: Uma. Casa do 
Psicólogo, 2000. 
 
6. KREPPNER, Kurt. Social relations and affective development in the first two years 
in family contexts. Handbook of developmental psychology, p. 194-214, 2003. 
 
7. SIFUENTES, Thirza Reis; DESSEN, Maria Auxiliadora; OLIVEIRA, Maria 
Cláudia Santos Lopes de. Desenvolvimento humano: desafios para a compreensão 
das trajetórias probabilísticas. Psicologia: Teoria e Pesquisa, v. 23, p. 379-385, 
2007.

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