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(Lei Nº 13.869/19) @Elisastudies._ • Introdução É o ato ilícito, por meio do qual um agente público ou pessoa investida em função pública atua dolosamente em excesso de poder ou desvio de finalidade e, desse modo, atenta contra os direitos subjetivos de outrem. Ou seja, é o ato humano de se prevalecer de cargos para fazer valer vontades particulares. • Sujeito Ativo A Lei nº 13.869/2019 define os crimes de abuso de autoridade, cometidos por: - Agente público, seja ele servidor ou não, que, no EXERCÍCIO de suas funções ou a PRETEXTO de exercê-las, abuse do poder que lhe tenha sido atribuído. • SUJEITOS DO CRIME − Crimes próprios: Os crimes previstos na Lei nº 13.869/2019 são próprios, ou seja, só podem ser praticados por “agentes públicos”, nos termos do art. 2º. É sujeito ativo do crime de abuso de autoridade, qualquer agente público, seja servidor público ou não, da administração direta, indireta ou fundacional, de qualquer dos Poderes, da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios e de Território. • Agente Público Reputa-se agente público, para os efeitos da Lei de abuso de autoridade: Todo aquele que exerce, ainda que transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, nomeação, designação, contratação ou qualquer outra forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função em órgão ou entidade da Administração Pública direta, indireta ou fundacional, de qualquer dos Poderes, em todas as esferas. RESUMO • Qualquer forma de investidura; • Alcança militares, membros do MP, Tribunais e conselhos de contas; • Exercício transitório ou sem remuneração. OBS.: Rol exemplicativo. A Lei traz um rol exemplificativo de sujeitos ativos. Assim, podem ser sujeitos ativos dos crimes de abuso de autoridade, dentre outros: I- servidores públicos e militares ou pessoas a eles equiparadas; II- membros do Poder Legislativo; III- membros do Poder Executivo; IV- membros do Poder Judiciário; V- membros do Ministério Público; VI- membros dos tribunais ou conselhos de contas. OBS.: Aplicação no que couber, do CPP e da Lei nº 9.099 (Juizado Especial Criminal). • Ação Penal Pública Incondicionada Admite-se ação penal Privada Subsidiária da Pública, com o prazo de 6 meses a partir da inércia do MP. § 2º A ação privada subsidiária será exercida no prazo de 6 (seis) meses, Lei contado da data em que se esgotar o prazo para oferecimento da denúncia. Todos os crimes previstos na Lei nº 13.869/2019 são de ação penal pública incondicionada: Art. 3º Os crimes previstos nesta Lei são de ação penal pública incondicionada. Mesmo que o caput do art. 3º da Lei não previsse isso, a ação penal seria pública incondicionada por força do art. 100 do Código Penal. Ação penal privada subsidiária da pública O § 1º do art. 3º da Lei nº 13.869/2019 prevê o seguinte: § 1º Será admitida ação privada se a ação penal pública não for intentada no prazo legal, cabendo ao Ministério Público aditar a queixa, repudiá-la e oferecer denúncia substitutiva, intervir em todos os termos do processo, fornecer elementos de prova, interpor recurso e, a todo tempo, no caso de negligência do querelante, retomar a ação como parte principal. Trata-se da chamada ação penal privada subsidiária da pública. O Ministério Público tem um prazo previsto na lei para o ajuizamento da ação penal pública. Se o membro do Parquet não oferece a denúncia neste prazo, o ordenamento jurídico permite que o ofendido (a vítima) tome a providência que o MP deveria ter feito e ofereça a ação penal em nome próprio. Neste caso, o ofendido apresenta uma queixa-crime substitutiva (supletiva) da denúncia. EX.: Imagine que João foi vítima de abuso de autoridade praticado pelo Delegado; o MP não oferece a denúncia no prazo legal; João (ofendido) poderá suprir essa inércia do MP propondo uma queixa que substituindo a denúncia que deveria ter sido oferecida pelo Parquet. Isso é chamado de ação privada subsidiária da pública. O prazo para o oferecimento da denúncia está previsto no art. 46 do CPP: − estando o réu preso, será de 5 dias, contado da data em que o órgão do Ministério Público receber os autos do inquérito policial; − se o réu estiver solto ou afiançado, o prazo é de 15 dias. OBS.: Ação privada subsidiária é instrumento para suprir eventual inércia do MP, não para se contrapor à providência adotada pelo órgão ministerial. • Finalidade específica Abusar do poder para: − Prejudicar OUTREM; − BENFICIAR a si mesmo ou a outrem; − Mero capricho; − Satisfação pessoal. OBS.: Só há crime na modalidade DOLOSA. OBS.: A Divergência na interpretação da lei ou na avaliação de fatos e provas NÃO configura abuso de autoridade. • Efeitos da Condenação 1º Obrigação de reparar o dano. (Efeito Automático) 2º Inabilitação para o exercício de cargo, mandato ou função pelo prazo de 1 a 5 anos. 3º Perda do cargo, mandato ou função pública. OBS.: 2º e 3º são efeitos extrapenais, tais efeitos não são automáticos, recai apenas sobre os réus reincidentes. • Sanções de natureza civil e administrativa (Art. 6º ao 8º) As penas previstas nesta lei serão aplicadas independentemente das sanções da natureza civil ou administrativa. Notícia de crimes: se constituir infração administrativa deve-se informar à AUTORIDADE COMPETENTE. Se o juízo criminal decidir sobre a existência ou autoria do fato, tais elementos NÃO mais poderão ser questionados no âmbito civil ou administrativo. Se a sentença penal reconhecer EXCLUDENTE DE ILICITUDE: Estado de Necessidade, Legítima Defesa, Exercício Regular de Direito e Estrito Cumprimento do Dever Legal. Fará COISA JULGADA nas searas civil e administrativo disciplinar. OBS.: As responsabilidades civil e administrativa são independentes da criminal. • Penas Restritivas de Direito Substitutiva da privativa de liberdade: 1º Prestação de serviço a comunidade; 2º Suspensão do exercício das funções pelo prazo de 1 a 6 meses, com perda dos vencimentos e vantagens. OBS.: O 2º era hipótese de sanção na esfera ADM. E o prazo anterior, era de 5 a 180 dias. São aplicadas AUTÔNOMAS e CUMULATVAMENTE. OBS.: Crimes de abuso de autoridade que NÃO admitem a substituição: ART. 13; ART. 22, §1º, I; ART. 24. • Crimes − DELITOS MENOS GRAVES: Detenção de 6 meses a 2 anos + multa. Aplica-se a lei nº 9.099. − DELITOS MAIS GRAVES: Detenção de 1 a 4 anos + multa. OBS.: Não tem pena de reclusão.
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