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1- Teorias do desenvolvimento infantil e

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11/08/2021 AVA UNINOVE
https://aapa.uninove.br/seu/AAPA/topico/container_impressao.php 1/13
Teorias do desenvolvimento infantil e
aprendizagem da escrita
DISCUTIR DIVERSAS CONCEPÇÕES SOBRE O DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA QUE TÊM
INFLUENCIADO AS PRÁTICAS DOS (AS) ALFABETIZADORES (AS) E APRESENTAR DADOS CONCEITUAIS
SOBRE O DESENVOLVIMENTO INFANTIL, EM SUA RELAÇÃO COM O PROCESSO DE ALFABETIZAÇÃO.
AUTOR(A): PROF. THIAGO LAURITI
AUTOR(A): PROF. NADIA CONCEICAO LAURITI
Legenda: PROFESSORA ENSINANDO UM GAROTO A ESCREVER
Neste tópico, vamos entender como as teorias do desenvolvimento infantil inatista, ambientalista e
interacionista podem interferir no modo como os (as) alfabetizadores (as) conduzem a sua prática em sala
de aula.
11/08/2021 AVA UNINOVE
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Ao longo da leitura do texto apresentado a seguir, você vai perceber claramente as diferenças entre as
concepções apresentadas.
Vamos ao trabalho!
 
Concepções de ensino-aprendizagem e alfabetização
 
Sabemos que por trás de toda ação pedagógica há sempre uma concepção de ensino-aprendizagem que a
sustenta. A ação do alfabetizador, portanto, não é neutra, por mais que ele não tenha consciência das ideias
que servem de base para a sua prática. É necessário, assim, conhecer essas concepções para entender o
porquê das diferentes formas de alfabetizar, bem como as teorias que as fundamentam.
As pesquisas atuais mostram que o desenvolvimento do ser humano ocorre como um processo de
apropriação da experiência histórico social, isto é, a aprendizagem acontece por meio da interação social
entre o indivíduo (a criança) e o contexto sócio-histórico (isto é, o meio social em que a criança vive e sua
história de vida) em que se está inserido. Essa concepção, entretanto, nem sempre esteve presente, pois os
fatores internos (biológicos) e externos (o meio social) do homem, em outros tempos, eram considerados
isoladamente.
No inatismo, valorizavam-se somente os fatores internos-biológicos. Mais tarde, no ambientalismo (ou
empirismo), passaram a ser valorizados os fatores externos – o ambiente. Atualmente, pela teoria
interacionista, reconhece-se que o desenvolvimento humano é resultante da interação desses dois fatores
(interno e externo).
Vamos conhecer mais detalhadamente essas teorias.
 
A concepção inatista
 
Como o próprio nome sugere os inatistas valorizam apenas os fatores hereditários, inatos, genéticos e
biológicos, vale dizer, enfatizam as características e os dons que a criança traz quando nasce.
Assim, as influências histórico-sociais do ambiente em que a criança está inserida, segundo os inatistas,
não interferem na sua aprendizagem, porque ela já traz consigo características definidas desde o seu
nascimento que vão sendo desenvolvidas naturalmente com a maturação.
Essa concepção trouxe graves consequências para a prática da alfabetização, já que ela isenta a escola e o
professor de qualquer responsabilidade pela condução do processo.
Se a criança não aprender, a justificativa é sempre invariavelmente a mesma: “não aprende porque não
herdou o dom dos pais”, “já nasceu sem essa pré-disposição”. Culpabiliza-se, assim, a própria criança por
não aprender.
Por essa razão, as características individuais da criança e suas dificuldades no processo de alfabetização
(como agressividade ou falta de interesse ou de atenção) são vistas como traços inatos que dificilmente
serão superados pela ação educativa.
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O alfabetizador que se reconhece nessa teoria implicitamente admite que ele e a escola não têm muito a
fazer, já que a aprendizagem da criança dependerá dos traços de comportamento que ela traz desde o
nascimento.
A concepção inatista presente na formação de muitos educadores tem contribuído para rotular as crianças
como incapazes e não para identificar e analisar os elementos que realmente dificultam a aprendizagem
delas.
Certamente você já terá ouvido ao longo de sua história como aluno (a) ou como professor (a) o eco de
vozes proverbiais nas quais você reconhecerá o ranço da concepção inatista:
 
“Tal pai, tal filho”.
“Pau que nasce torto, morre torto”.
“Esse menino não dá para as letras, é igual ao pai”.
“Ah... esse aluno não vai dar em nada como o seu irmão”.
“Ele não vai aprender, basta conhecer a família”.
 
Uma vez rotuladas dessa forma, essas crianças acabam acreditando que são incapazes e nunca mais se
livram dessa marca que comprometerá o seu projeto de vida.
 
A concepção ambientalista (também chamada de empirista, comportamentalista ou behaviorista)
 
A formação inicial de professores durante muito tempo foi influenciada também pelos pressupostos da
teoria ambientalista.
Essa concepção valoriza a “empiria”, isto é, a experiência pela qual a criança passa no ambiente em que
vive. Por essa visão o conhecimento vem de fora da criança (vem do professor ou dos livros) e a fonte do
aprendizado está nas estimulações que o meio oferece.
Para os ambientalistas, a criança é vista como “uma folha em branco” e cabe ao professor (a) transmitir os
conhecimentos e à criança recebê-los de forma passiva. Educar alguém seria, assim, moldar o seu
comportamento, seu caráter, seu conhecimento por etapas determinadas pelo (a) professor (a) e por meio
de treinamento. Os empiristas acreditam que para aprender o aluno precisa memorizar com o objetivo de
fixar as informações que são oferecidas pelo professor, geralmente de forma fragmentada e linear (do
simples para o complexo). Todos os alunos devem aprender da mesma forma e na mesma velocidade. É
valorizada a quantidade de informações que e depositada nas aulas: a chamada “educação bancária”. 
            
SAIBA MAIS 01
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Aprofunde seu conhecimento sobre o conceito de “educação bancária” visitando o Instituto Paulo
Freire - http://www.paulofreire.org/ (http://www.paulofreire.org/)
Para o ensino da língua escrita utilizam-se cartilhas com textos artificiais que não existem fora da escola e
que são utilizados apenas como pretexto para exercícios de repetição e fixação.
Os ambientalistas acreditam que a criança aprende por etapas que são determinadas pelos professores e por
meio de treinamento intenso. O papel do professor (a) seria, então, o de estimular a criança a responder
aquilo que está sendo pedido, sem questionar.  É o adulto que controla tudo o que a criança aprende e por
meio de avaliações periódicas o professor verifica se a criança absorveu corretamente as informações.
Esse modelo define aprendizagem como “a substituição de respostas erradas por respostas certas”. A
hipótese implícita a essa concepção é que basta o aluno memorizar e acumular informações para aprender.
As cartilhas que trabalham com essa concepção veem a língua escrita como espelho da língua falada e,
geralmente, utilizam palavras-chave e famílias silábicas “treinadas”, exaustivamente, para ajudar a criança
a descobrir a regra de geração do sistema alfabético, isto é, que “b” com “a” forma “ba” e por aí afora.
Para se acomodar aos princípios dessa teoria, o processo de alfabetização passa a investir na cópia, na
escrita sob a forma de ditado, na memorização pura e simples, no treino da memorização a curto prazo para
que o aluno reconheça as famílias silábicas quando o professor toma a leitura. Essa forma de trabalhar
relaciona-se à crença de que é preciso aprender a ler e a escrever mecanicamente dentro do sistema
alfabético, para depois chegar-se a uma leitura compreensiva que constrói o sentido dos textos escritos.
Se você já atuou diretamente com crianças, certamente deve ter percebido que as crianças podem aprender
de diferentes formas e, às vezes, elas nos surpreendem com a criatividade de suas proposições e perguntas
que mostram que elas são capazes de criar, compreender, raciocinar, imaginar,contestar, fazer inferências e
levantar hipóteses de acordo com sua lógica. A concepção ambientalista desconsidera todas essas
características da criança.
Você deve estar percebendo que as duas concepções discutidas até agora podem marcar a forma como o
processo de alfabetização é conduzido em sala de aula, em relação à interação professor-aluno, à escolha do
material didático e às estratégias utilizadas para ensinar.
Essas teorias não deram conta de explicar o desenvolvimento da criança, pois a consideravam como um ser
passivo cuja função seria apenas desenvolver talentos inatos ou como um ser moldado pelos estímulos do
ambiente. Assim, no início do século XX, dois pesquisadores em educação – Piaget (1896-1980) e Vygotsky
(1896-1934) alteraram as concepções anteriores, valorizando tanto os fatores internos maturacionais
(inatos) quanto as influências externas do ambiente no desenvolvimento da criança.
  A partir dos estudos desses dois representantes do interacionismo, desenvolvem-se duas concepções de
ensino-aprendizagem que apresentam muitas semelhanças e algumas diferenças que discutiremos a seguir.
 
A concepção interacionista
 
http://www.paulofreire.org/
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Para os interacionistas, o homem está em permanente construção, relacionando-se com o mundo, a partir
da reformulação de conhecimentos já constituídos. Acreditam que pela interação com parceiros mais
experientes e com o objeto do conhecimento, a criança vai ininterruptamente desenvolvendo-se e
construindo suas características e seu conhecimento. A palavra interação sugere que a criança deve ter uma
relação ativa com o meio.
O interacionismo apresenta duas correntes teóricas:
 
1. A concepção interacionista-construtivista
 
O principal representante dessa corrente é Jean Piaget que defende a ideia de que o desenvolvimento da
criança ocorre por estágios sucessivos que não podem ser pulados, pois decorrem do amadurecimento do
seu sistema nervoso e das suas experiências com o ambiente físico e social.
Um conceito fundamental para entender o pensamento de Piaget é o de erro construtivo. Para o
pesquisador, o erro é positivo e faz parte do desenvolvimento cognitivo da criança. Ele é visto como uma
hipótese levantada pela criança para resolver um problema. Demonstra que ela está usando uma lógica
própria para dar respostas aos seus conflitos cognitivos e utilizando seus próprios procedimentos para
testar suas hipóteses. Trata-se, na verdade, de um esforço que a criança faz para aprender.
Claro está que isso não significa que a criança deva aprender sozinha ou que ela seja impedida de errar. A
intervenção pedagógica do professor é sempre necessária. Essa construção pela criança não ocorre por si
mesma, no vazio, mas a partir de situações didáticas nas quais ela possa agir sobre o objeto do seu
conhecimento e pensar sobre ele, recebendo ajuda, sendo desafiada a refletir e interagindo com outras
pessoas.
Você já deve ter ouvido exemplos análogos, quando crianças utilizam as formas verbais “di” (ao invés de
“dei”), “fazi” (ao invés de “fiz”), “gosti” (ao invés de “gostei”), por influência da conjugação de verbos como,
“comi”, “vi” e “bebi”. Como no exemplo anterior, aqui as crianças utilizam uma lógica própria para flexionar
o tempo verbal por associação com aquilo que elas já conhecem.
De acordo com Piaget, o desenvolvimento cognitivo ocorre por meio de sucessivos desequilíbrios e
equilibrações que acontecem da seguinte maneira:
Diante de um desafio criado por alguma alteração no meio ambiente, o estado de harmonia é rompido,
gerando um conflito. Para equilibrar-se novamente, a criança utiliza dois mecanismos ao mesmo tempo,
apesar de eles serem opostos.
Pela assimilação, a criança consegue sobrepor (classificar) novos eventos aos esquemas já existentes.
Assim, a criança usa as estruturas que já possui, incorporando os elementos do meio externo (objeto,
acontecimento, etc).
Pela acomodação ocorre a modificação de um esquema ou de uma estrutura, em decorrência das
características do objeto do conhecimento a ser assimilado. Essa acomodação pode criar um novo esquema
no qual é possível encaixar o novo estímulo ou modificar um já existente no qual esse estímulo possa ser
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incluído.
Assim, após a assimilação, a criança tenta encaixar o estímulo no esquema e, então, ocorre a acomodação
que é determinada pela ação do sujeito sobre o objeto do conhecimento ao tentar assimilá-lo.
Essa interação perdura ao longo de toda a vida em todos os níveis do desenvolvimento intelectual e
comportamental e a junção entre esses dois mecanismos define o conceito conhecido como adaptação.
É importante ressaltar que para Piaget o sujeito aprende ativamente em todas as fases da vida. Ele procura
entender e dar sentido a tudo o que ocorre a sua volta, mas isso não ocorre de maneira direta pelo simples
contato com os objetos. Essa construção depende de serem acionados os esquemas de assimilação, vale
dizer, os esquemas de ação (tentar alcançar, balançar, sugar) ou operações mentais (classificar, estabelecer
relações, fazer inferências, classificar) que também são ações que se operam no plano mental. Esses
esquemas vão se modificando progressivamente, conforme se desenvolve o processo de maturação biológica
e se ampliam as transmissões culturais e as experiências interpessoais.
 
 2. A concepção sócio-interacionista (sócio-histórica ou sócio-cultural)
 
O principal representante dessa concepção é o russo Lev Vygotsky, para o qual a construção do
conhecimento ocorre pela interação social entre o indivíduo (a criança) e o contexto sócio-histórico em que
ele se insere. É por meio da interação estabelecida com outras pessoas do seu contexto cultural e de sua
participação em práticas sociais que a criança vai internalizando as formas de pensar e de agir já
consolidadas pela experiência da comunidade em que ela está inserida.
Uma diferença existente em relação às ideias de Piaget refere-se à negação de que o desenvolvimento
ocorre por estágios sequenciais, porque, para Vygotsky, o pensamento da criança vai se desenvolvendo e
tornando-se mais complexo, à medida que ela interage com seu meio e amplia seu potencial de linguagem e
de pensamento.
Você já deve ter percebido também que, para Piaget, a construção do conhecimento ocorre por uma ação
individual enquanto para Vygotsky, por uma ação coletiva conjunta, já que interagindo com seres da mesma
espécie, a criança desenvolve habilidades e competências humanas que permitem que ela possa participar
do universo simbólico da cultura e compartilhar com a história. Essa internalização ocorre em um longo
processo de reelaboração que, gradativamente, vai modificando sua forma de pensar, agir e sentir.
  Para Vygotsky, a qualidade da interação, mediação ou intervenção pedagógica feita pelo professor é
determinante para a aprendizagem da criança. Para explicar como isso ocorre, ele formula o conceito de
zona de desenvolvimento proximal, entendido como a zona de intersecção entre a zona de desenvolvimento
real e potencial.
 Para você entender melhor o conceito, observe a figura que apresentamos a seguir:
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Legenda: ZONAS DE DESENVOLVIMENTO DE VYGOTSKY
Você deve estar percebendo que para que o professor faça intervenções potenciadoras, isto é, intervenções
que permitam o desenvolvimento da criança, é necessário que ele planeje boas situações didáticas de
alfabetização que considerem o que a criança já consegue fazer sozinha e o que ela pode vir a fazer com
diferentes níveis de ajuda (professor e parceiros mais experientes). É nesse espaço que ele deve investir
para mediar a aprendizagem do aluno. Isso requer a habilidade do professor para organizar atividades,
sequências didáticase projetos que auxiliem no desenvolvimento de cada criança.
Diante do exposto, torna-se claro que a construção do conhecimento na alfabetização não ocorre por si
mesma e no vazio, mas por um modelo de ensino apoiado na resolução de problemas, a partir de situações
nas quais o aluno possa agir em situações de práticas sociais de uso da escrita, pensar sobre como ela se
organiza, recebendo ajuda, sendo desafiado a refletir pela interação com outras pessoas. Quanto maior for o
acesso à cultura escrita promovida por boas situações didáticas, maiores serão as possibilidades de uma
alfabetização com sucesso.
Por meio deste breve panorama teórico que tematiza as diferentes concepções que envolvem a criança e seu
desenvolvimento, você futuro professor (a) terá elementos para pensar sobre a sua prática, identificar
caminhos e selecionar as estratégias mais adequadas para o seu trabalho.
Para relembrar o que discutimos nesta aula, apresentamos a seguir um mapa conceitual com os principais
conceitos das diferentes concepções:
MAPA CONCEITUAL COM OS PRINCIPAIS
CONCEITOS DA AULA
CONCEPÇÃO INATISTA
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• Valorização de fatores genéticos e hereditários
• Dons inatos
• Acúmulo de conhecimentos que desenvolvem talentos
• Prontidão, aptidões definidas desde o nascimento
• Rotulação das crianças
 
CONCEPÇÃO AMBIENTALISTA, EMPIRISTA, COMPORTAMENTALISTA OU BEHAVORISTA
• Valorização do ambiente (fatores exógenos)
• Estimulações do meio como fonte de aprendizado
• O conhecimento vem de fora (professor, livros...)
• O professor transmite e o aluno recebe o conhecimento passivamente
• Educar e moldar o comportamento
• Treinamento, memorização, modelos
• Estímulo-resposta
• Não se leva em conta a singularidade da criança
• Passividade da criança (Educação Bancária)
 
CONCEPÇÃO INTERACIONISTA – CONSTRUTIVISTA
• Jean Piaget (1896 – 1980)
• Valorização da maturação biológica (fator interno)
• Desenvolvimento segue uma sequência fixa e universal
• A construção do conhecimento ocorre na e pela ação do sujeito sobre o objeto
• A criança parte da visão individual que vai sendo socializada.
• Desenvolvimento é mais importante que aprendizagem
• Valoriza menos a interação social
• Pensamento não depende da linguagem, mas da coordenação dos esquemas sensório-motores
• Erro construtivo é expressão de uma lógica diferente da criança
• Desequilibração e equilibração
 
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CONCEPÇÃO SÓCIO-INTERACIONISTA (OU SÓCIO-HISTÓRICA, OU SÓCIO-CULTURAL
• Valorização da interação social (fatores externos)
• Construção do conhecimento depende da interação social entre o indivíduo e o contexto sócio-
histórico
• O desenvolvimento ocorre do social para o individual (internalização)
• A construção do conhecimento ocorre pela interação da criança com o outro
• Desenvolvimento e aprendizagem influenciam-se mutuamente
• O desenvolvimento varia de acordo com as experiências no ambiente social
• A linguagem depende do pensamento e vice-versa
• O biológico atua inicialmente, mas é substituído pelas influências histórico-sociais
• Zona de desenvolvimento proximal
DE OLHO NA PRÁTICA: ATIVIDADES
INTEGRADORAS
1) De acordo com o que foi discutido nesta aula, elabore um texto explicativo sobre como a criança
se apropria da linguagem e dos fenômenos sociais presentes no seu mundo?
2) Resgate de memória que concepção de ensino-aprendizagem esteve presente no seu processo de
alfabetização. Elabore um texto descritivo sobre essa lembrança.
ATIVIDADE FINAL
A teoria interacionista acredita que a criança aprende por etapas
determinadas pelo professor por meio de treinamento. Dessa forma, a
prática pedagógica estaria voltada para a aquisição de determinados
valores e conhecimentos pré-estabelecidos. Essa concepção propõe que
o meio é responsável pela formação do sujeito e cabe ao adulto
controlar tudo o que a criança vai aprender. Pode-se dizer que essa
ideia está:
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A. Correta
B. Incorreta
C. Parcialmente correta
D. Parcialmente incorreta
A teoria interacionista-construtivista de Piaget e a teoria
sociointeracionista de Vygotsky aproximam-se no que se refere à
construção do conhecimento, pois ambos valorizam os fatores da
maturação biológica, isto é, os fatores internos do indivíduo. A
afirmação acima está
A. Correta
B. Incorreta
C. Parcialmente correta
D. Parcialmente incorreta
O conceito de "erro construtivo" de Jean Piaget é aquele que mostra que
a criança elabora hipóteses, ou seja, que ela está seguindo suas
concepções para testar e experimentar essas hipóteses. Trata-se do
esforço que a criança faz para aprender. Identificado esse "erro
construtivo", ele deve ser corrigido não como uma recriminação, mas de
uma forma que torne possível a criança pensar sobre ele para suplantá-
lo. Pode-se dizer que a afirmação acima está:
A. Correta
B. Incorreta
C. Parcialmente correta
D. Parcialmente incorreta
REFERÊNCIA
ELIAS, Marisa Del Cioppo. De Emilio a Emilia - A trajetória da Alfabetização. São Paulo: Scipione, 2000.
FERREIRO, Emilia; TEBEROSKY, Ana. Psicogênese da Língua Escrita. Porto Alegre: Artes Médicas, 1985.
_____________. Reflexões sobre Alfabetização. São Paulo: Cortez/Autores Associados, 1985.
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LAURITI, Nádia C. Fundamentos da Alfabetização. São Paulo: Uninove, 2011.
LAURITI, Nádia. C. ; MOLINARI, Simone. Garbi. S. (Org.) . Pedagogia de A a Z - Perspectivas da
Alfabetização. 1ª. ed. Jundiaí: Paco Editorial, 2013. 
PIAGET, Jean. A equilibração das estruturas cognitivas. Rio de Janeiro: Zahar, 1975.
_____________; INHELDER, Bärbel. A psicologia da criança. São Paulo: DIFEL, 1982.
VYGOTSKY, Lev. S. A Formação Social da Mente. São Paulo: Martins Fontes, 1991.
___________. Pensamento e Linguagem. São Paulo: Martins Fontes, 1993. 
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