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1 Larissa Menezes – semiologia i EXAME DO APARALHO RESPIRATÓRIO TOPOGRAFIA TORÁCICA Vias aereas superiores: condicionam o ar e umidificam e filtram o ar Vias aereas inferiores: conduzir o ar para a superficie alveolar, local em que a transferencia gasosa ocorre entre o gás inspirado e o sangue dos capilares alveolares Zona condutora: composta por vias respiratorias que apresentam paredes espessas o bastante para não possibilitar difusao de gases para o parenquima pulmonar adjacente; incluem a traqueia, os bronquios e os bronquiolos membranosos (não contem cartilagem). Essas vias, associadas a arterias e veias pulmonares, vasos linfaticos, nervos, tecido conjuntivo dos espaços peribronquicos e perivasculares, septos interlobulares e pleura constituem a porçao não parenquimatoda do pulmão Zona de transiçao: realiza funçoes condutoras e respiratorias e consiste em bronquiolos respiratorios e ductos alveolares → bonquiolo membranoso ate o alveolo Zona respiratoria propriamente dita: composta somente de alveolos e tem funçao exclusivamnte respiratoria OBS: Zona de transição + Zona respiratoria = parenquima pulmonar NOTA: Glote divide VASuperior da VAInferior OBS: Traqueia e brônquios principais: os sons respiratórios percebidos sobre a traqueia e brônquios apresentam uma qualidade diferente dos sons respiratórios auscultados sobre o parênquima pulmonar. A traqueia bifurca-se em brônquios-fonte principais na altura do ângulo esternal, na região anterior, e do processo espinhoso de T IV, a parte posterior. 2 Larissa Menezes – semiologia i OBS: Triângulo de segurança: drenagem torácica, marcada pela borda anterior do musculo grande dorsal, borda lateral do peitoral maior e uma linha horizontal que passa pelo mamilo Linha medioesternal: da fossa supraclavicular ao apêndice xifoide, dividindo o tórax em duas metades Linha esternal lateral Linha paraesternal: inicia-se na articulação esternoclavicular, percorrendo toda a borda esternal Linha hemiclavicular: linha vertical que passa pelo ponto médio entre as articulações esternoclavicular e acromioclavicular Linha axilar anterior: descende pela borda do musculo peitoral maior Linha axilar media: descende a partir do vértice da axila Linha axilar posterior: segue o bordo inferior do musculo latíssimo do dordo Linha vertebral: percorre as apófises espinhosas Linha escapular: passa medialmente ao bordo interno da escapula em posição anatômica Linha paravertebral ou paraespondileia: paralela e equidistante das linhas vertebral e escapular Os limites inferiores do pulmão variam de acordo com a linha que tomamos por referência: 6º arco costal na LHC, 8º arco na LAM e 10º na linha paravertebral. Já a pleura tem seus limites no 8º, 10º e 12º arcos costais na LHC, LAM e Paravertebral, respectivamente. Os vértices pulmonares se estendem por cerca de 2cm acima do bordo superior da clavícula. 3 Larissa Menezes – semiologia i Supraclavicular: acima da clavícula Infraclavicular: abaixo da clavícula Interescapular: entre as escapulas Infraescapular: abaixo das escapulas Bases pulmonares Campos pulmonares superior, médio e inferior no pulmão direito e superior e inferior no esquerda Ao auscultar o pulmão direito anteriormente praticamente não tem nada do lobo inferior, muito do superior e do médio. Enquanto no pulmão esquerdo a maior parte da ausculta é do lobo superior. 4 Larissa Menezes – semiologia i Ao auscultar o pulmão direito lateralmente o anterior é basicamente lobo superior e médio, enquanto o posterior é lobo inferior. A única parte posterior do lobo superior é o seu ápice. Ao auscultar o pulmão esquerdo lateralmente a parte posterior é praticamente o lobo inferior, só o ápice continua sendo lobo superior. Ao auscultar o pulmão no dorso não tem tanta interferência do lobo médio. O ápice é do lobo superior e praticamente todo parte é do lobo inferior. OBS: Tórax posterior ausculta com o paciente sentado e tórax anterior com o paciente deitado. RESPIRAÇÃO A respiração é basicamente um ato automático, controlado por centros respiratórios no tronco encefálico que produzem o impulso neuronal para os músculos respiratórios. O diafragma é o principal músculo da inspiração. Durante a inspiração, o diafragma se contrai, desce e expande a cavidade torácica, comprimindo o conteúdo abdominal e empurrando para fora a parede abdominal. Os músculos da caixa torácica também expandem o tórax, especialmente os Mm. escalenos, que vão das vértebras cervicais até as duas primeiras costelas, e os músculos intercostais paraesternais, que apresentam um trajeto oblíquo desde o esterno até as costelas. À medida que o tórax se expande, a pressão intratorácica diminui, “puxando” o ar da árvore traqueobrônquica para os alvéolos (sacos aéreos distais), preenchendo os pulmões em expansão. O oxigênio difunde-se para os capilares pulmonares adjacentes, enquanto o dióxido de carbono difunde-se do sangue para os alvéolos. Na expiração, a parede torácica e os pulmões retraem-se, o diafragma relaxa e eleva-se passivamente. Enquanto o ar flui para fora do corpo, o tórax e o abdome retornam a suas posições de repouso. 5 Larissa Menezes – semiologia i Durante a prática de exercícios físicos e para determinadas doenças, faz-se necessário um esforço respiratório adicional, e os músculos acessórios são recrutados. Os músculos esternocleidomastóideos e escalenos passam a ser visíveis. Os músculos abdominais auxiliam na expiração. SINTOMAS FREQUÊNCIA RESPIRATÓRIA: • Normal: 14 a 20 incursões por minuto • Sempre procure sinais de dificuldade respiratória no paciente! • Cianose indica hipóxia • Baqueteamento digital ocorre em pacientes com bronquiectasia, cardiopatias congênitas, fibrose pulmonar, fibrose cística, abscessos pulmonares e neoplasias malignas • Uso da musculatura acessória na DPOC indica dificuldade respiratória • Desvio lateral da traqueia: pneumotórax, derrame pleural ou atelectasia DOR TORÁCICA: • Traqueia, brônquios, pulmões e pleuras • Traqueítes e bronquites, neoplasias, pneumonias, embolia pulmonar, infarto pulmonar, câncer de pulmão, pleurites, pneumotórax espontâneo, traumatismo torácicos ORIGEM DA DOR TORÁCICA CAUSAS CORRELATAS Miocárdio Angina do peito, infarto do miocárdio, miocardite Pericárdio Pericardite Aorta Aneurisma dissecante da aorta Traqueia e brônquios calibrosos Bronquite Pleura parietal Pericardite, pneumonia, pneumotórax, derrame pleural, embolia pulmonar Parede torácica, incluindo o sistema musculoesquelético e a pele Costocondrite, herpes- zoster Esôfago Esofagite de refluxo, espasmo esofágico, laceração esofágica Estruturas extratorácicas: pescoço, vesícula biliar, estomago Artrite cervical, cólica biliar, gastrite O punho cerrado sobre o esterno sugere angina de peito; o dedo apontado para uma região de hipersensibilidade na parede torácica sugere dor musculoesquelética; o movimento da mão na direção do pescoço para o epigástrio sugere pirose. OBS: O tecido pulmonar propriamente dito não apresenta fibras álgicas. A existência de dor em condições como pneumonia ou infarto pulmonar é, em geral, consequência de inflamação da pleura parietal adjacente. TOSSE: • É uma resposta reflexa a estímulos que irritam receptores localizados na laringe, na traqueia ou nos brônquios calibrosos. Ou inflamação da mucosa respiratória e compressão ou tensão nas vias respiratórias por tumor ou aumento de linfonodos peribrônquicos. • Frequência • Intensidade • Tonalidade • Expectoração: volume, cor, odor – abscesso pulmonar o odor é mais forte - , transparência, consistência • Relações com decúbito (se melhoraou piora) • Período do dia: sinusite geralmente a tosse é quando deita para dormir; bronquiectasias paciente tosse quando 6 Larissa Menezes – semiologia i acorda porque acumula secreções a noite toda) • Tosse aguda: menos de 3 semanas, por infecções virais das vias respiratórias superiores, bronquite aguda, pneumonia, insuficiência cardíaca ventricular esquerda, asma e corpo estranho • Tosse subaguda: entre 3 e 8 semanas, tosse pós-infecciosa por sinusite bacteriana ou asma • Tosse crônica: superior a 8 semanas, por gotejamento pós-nasal, asma, refluxo gastresofágico, bronquite crônica e bronquiectasia • Expectoração (escarro) mucoide: translucida, branca ou acinzentada • Expectoração purulenta: amarelada ou esverdeada • Expectoração de odor fétido: abscesso pulmonar por anaeróbios • Expectoração viscosa: fibrose cística • Grandes volumes de escarro purulento: bronquiectasia ou abscesso pulmonar HEMOPTISE: • Eliminação de sangue pela boca passando através da glote • Origem brônquica: sangramento volumoso e vermelho vivo • Origem alveolar: sangramento de menor quantidade porque a pressão da vascularização no alvéolo é menor; pode ter aspecto espumoso; edema agudo de pulmão • A hemoptise é rara em lactentes, crianças e adolescentes; mas é comum na fibrose cística. • O sangue proveniente do estômago é, em geral, mais escuro que o sangue originário das vias respiratórias e pode estar misturado a partículas alimentares. • Principal causa é a bronquiectasia que é uma sequela da TB SIBILÂNCIA: • Chiado • Mais frequente na expiração • Dispneia • Resulta da redução do calibre da arvore brônquica, devido principalmente a espasmo → significa broncoespamos • Os sibilos sugerem obstrução parcial das vias respiratórias por secreções e inflamação tecidual na asma ou consequente a um corpo estranho. • Asma, bronquites, reações alérgicas, TB, neoplasias malignas CORNAGEM: • Sinal de obstrução da via aérea alta • Dificuldade inspiratória por redução do calibre das veias respiratórias superiores, na altura da laringe, e que se manifesta por um ruído (estridor) e tiragem • O paciente para facilitar a entrada do ar, desloca a cabeça para trás, em extensão forçada → hiperextensão cervical que provoca abertura das vias aéreas superiores • Laringite, difteria, edema da glote e corpos estranhos Difilcudade inspiratória Redução do calibre das vias aéreas superiores Laringe Cabeça para trás 7 Larissa Menezes – semiologia i DISFONIA: • Rouquidão • Laringite alérgica/viral, BK, TU, paralisia de cordas vocais, TU de mediastino TÉCNICAS DE EXAME Vale a pena examinar a região posterior do tórax e dos pulmões com o paciente sentado, e a região anterior do tórax e dos pulmões com o paciente em decúbito dorsal. Prossiga de maneira ordenada: inspeção, palpação, percussão e ausculta. Tente visualizar os lobos subjacentes e compare um lado com outro, de modo que assimetrias sejam identificadas mais facilmente. Em pacientes do sexo masculino, o roupão pode ser aberto de modo a expor todo o tórax. Em pacientes do sexo feminino, a parte anterior do tórax deve ser coberta enquanto é examinado o dorso. Já durante o exame da região anterior, o roupão deve cobrir o hemitórax direito durante o exame do hemitórax esquerdo e vice-versa. • Com o paciente sentado, examine a região posterior do tórax e dos pulmões. Os braços do paciente devem ficar cruzados à frente do tórax, com as mãos repousando, se possível, nos ombros opostos respectivos. Essa posição afasta as escápulas e aumenta o acesso aos campos pulmonares. Em seguida, solicite ao paciente que se deite • Com o paciente em decúbito dorsal, examine a região anterior do tórax e dos pulmões. Essa posição facilita o exame nas mulheres, porque as mamas podem ser deslocadas com mais facilidade. Alguns especialistas preferem examinar tanto a região anterior como a posterior do tórax com o paciente sentado. Essa técnica também é satisfatória • Quando os pacientes não conseguem ficar sentados, peça ajuda de modo que o exame da região posterior do tórax possa ser feito na posição sentada. Se isso for impossível, vire o paciente para um lado e, em seguida, para o outro. Percuta a região superior do pulmão e ausculte os dois pulmões em cada posição. Como a ventilação é relativamente maior no pulmão que fica por baixo, a chance de auscultar sibilos ou estertores anormais é maior nesse pulmão INSPEÇÃO ESTÁTICA: • Avaliar e descrever • Forma do tórax: elíptico (normal), tonel, quilha/cariniforme (peito de pombo), chato, cifoescoliotico, lordotico • Cicatrizes: drenos, toracotomias, escrófulas • Abaulamentos: pulsáteis – aneurisma e não pulsáteis – tumores, cistos • Erupções cutâneas 8 Larissa Menezes – semiologia i • Gânglios hipertrofiados: Sinal de Troisier (linfonodomegalia supraclavicular e isolada = gânglio de Virchow – nos canceres torácicos e abdominais, principalmente, estomago) • Ginecomastia: cirróticos, TB com intensa desnutrição – não dolorosas, hidroclorotiaziada – dolorosa) → câncer de mama com dispneia é indicativo de metástase do pulmão • Circulação colateral tipo cava superior ou braquiocefalico: rede venosa muito desenvolvida na parede torácica anterior. • Musculatura acessória: formato do tórax com deformidades e assimetrias DINÂMICA: • Observar • Frequência: ➢ No adulto: 12 a 20 irpm ➢ Dispneia: respiração difícil ➢ Ortopneia: impede o paciente de ficar deitado ➢ Taquipneia ➢ Bradipneia ➢ Trepopneia: dispneia em decúbito lateral (derrame pleural) quando o paciente deita do lado são porque dificulta a expansão do pulmão bom. Melhora quando ele deita do lado que tem a patologia ➢ Platipneia: dispneia na posição ortostática (hipovolemia, síndrome hepatopulmonar, mixoma atrial) ➢ Apneia: ausência de respiração • Coloração: cianótico ou normocorado • Ruídos audíveis • Musculatura acessória: retrações dos espaços intercostais, supraclavicular e fúrcula esternal • Ritmos: ➢ Cheyne-Stokes: pausas de apneia seguidas de movimentos respiratórios que se elevam gradativamente para depois diminuírem pouco a pouco. Patológicos: IC, lesões no SNC (traumatismo), tumores cerebrais, intoxicação por morfina. Fisiológicos: crianças e idosos. → pacientes tem um período de apneia e nesse momento aumento dos niveis de CO2, que sinaliza ao SNC que precisa respirar e ele começa aumentar as incursões respiratórias, quando o cérebro relaxa entra em apneia novamente mantendo um ciclo vicioso ➢ Bior: irregular, com pausas de apneia completamente aleatórias. Meningites, lesões bulbares. → é 9 Larissa Menezes – semiologia i anárquico, não segue um padrão, segue períodos de apneia com incursões intensas, apneia, incursões intensas ou curta sem um padrão de repetição ➢ Kussmaul: inspirações profundas e ruidosas seguidas de pausas e expirações rápidas e breves. Cetoacidose diabética. → paciente faz uma inspiração (subindo), faz apneia (linha reta acima), para de respirar, depois expira (linha descendo), faz apneia novamente (linha abaixo), inspira e assim segue ➢ Simetria: o padrão normal respiratório deve ser simétrico. Assimetrias: pneumectomia, derrames pleurais de grande volume e neoplasias ➢ Abdominal ou torácica ou toracoabdominal: abdominal é tipo respiratório que predomina em homens e crianças, torácico predomina nas mulheres. OBS: Tipo respiratório inverso abdominal ou de Duchenne: durante a expiração, o tórax se retrai e o abdome se dilata. Comum em pericardites. OBS: Hipoperfusão → Dedos em baquetas de tambor (baqueteamento digital – parte distal mais arredondada), unhas em vidro de relógio(unha com concavidade – déficit de perfusão periférica crônica porque prioriza o pouco oxigênio que sai do pulmão para órgãos nobres, como DPOC, dificuldade na oxigenação) → Desconfia de problemas de oxigenação no pulmão 10 Larissa Menezes – semiologia i PALPAÇÃO Dor ventilatória dependente: problema na pleura, pulmão Dor de causa muscular: dor aparece a palpação TEMPERATURA CUTÂNEA ENFISEMA SUBCUTÂNEO LINFONODOS ELASTICIDADE: • Posiciona as mãos do examinador em pontos diametralmente opostos (anteroposterior ou laterolateral) e faz pressão simétrica simultânea. • É inversamente proporcional a resistência oferecida pela parede torácica • Fisiológicas: aumentada em crianças e diminuída em idosos • Patológicas: ➢ Diminuição bilateral: DPOC (enfisematosos), TB crônica ➢ Diminuição unilateral: síndromes de derrame pleural, massas extensas pulmonares ➢ Aumento bilateral: osteomalácia, raquitismo em atividade ➢ Aumento unilateral: pneumotórax não hipertensivo EXPANSIBILIDADE: • Faz inspiração profunda • Mobilidades da parede anterior, ápices, dorso e bases pulmonares • Coloque os dedos polegares ao longo de cada margem costal, com suas mãos acompanhando a parte lateral da caixa torácica. Ao posicionar as mãos, faça-as deslizar um pouco para dentro, no intuito de levantar pregas cutâneas frouxas entre os polegares. Peça ao paciente para inspirar profundamente. Observe se há divergência dos polegares enquanto o tórax se expande, tentando perceber a amplitude e a simetria do movimento respiratório • Exame normal: movimentações simétricas ou aproximadamente iguais • Ápices pulmonares: manobra de Ruault ➢ Sinal de Ruault: assimetria de amplitude • Dorso: deve ser examinado no sentido craniocaudal, observa-se a simetria da prega cutânea entre os polegares formada na expiração e desfeita na inspiração • Bases pulmonares: manobra de Lásegue → na região da 10ª costela faz a prega e segura com os dedos nas laterais da caixa torácica do paciente, quando ele faz uma inspiração profunda a mão vai junta e a prega se desfaz, indicando uma boa expansibilidade 11 Larissa Menezes – semiologia i FRÊMITO TORACOVOCAL: • Fala o 33 • Sensação tátil da voz do paciente através da palma da mão do examinador colocada sobre diversos pontos do tórax → vibração que sente com a palma da mão, foge dos locais com ossos, ou seja, da escapula (faz entre a escapula e a coluna e acima da escapula) e costelas • Não deve ser simultânea, mas sempre comparativa contralateralmente! • Utilização da parte mais dura da palma da mão nas costas do paciente fazendo pressão e pedir para ele falar “33”, tem que sentir o som reverberando na mão. Se tiver algo entre o parênquima pulmonar e a mão, como um derrame pleural ou pneumotórax, esse som não é transmitido tão bem e a mão não percebe os frêmitos. Liquido dentro do parênquima pulmonar propaga melhor o som, o frêmito está aumentando, percebe o som reverberando mais • Usa a ponta dos dedos ou a face palmar • O lado direito pode ser discretamente mais intenso (maior diâmetro do brônquio direito e maior proximidade com a traqueia) • Costuma estar diminuído ou ausente sobre a região precordial • Deve incluir a região anterossuperior do tórax, já que os lobos superiores são anteriorizados • Aumento de FTV: condensação pulmonar, TB, pneumonias, hemorragia ou neoplasias infiltrativas • Diminuição ou abolição de FTV: derrames pleurais, pneumotórax, obstrução brônquica, DPOC, fibrose e tumores pleurais 12 Larissa Menezes – semiologia i GÂNGLIOS: • Linfonodo de Irish: linfonodo axilar esquerdo aumentado, caracteristicamente, no adenocarcinoma gástrico • Linfonodo de Virchow: linfonodo suprclavicular esquerdo aumentado em neoplasias abdominais, tipicamente, estomago, pâncreas e fígado. SENSIBILIDADE: • Procurar pontos dolorosos à pressão que podem estar relacionados com órgãos intratorácicos ou a própria parede PERCUSSÃO Penetração: 5-7 cm Pede aos pacientes que cruzem os braços colocando as mãos sobre os ombros Não “bate” por cima da escapula ou vertebras nem do esterno → evita os ossos! Compara os hemitórax direito e esquerdo e vertical dentro do mesmo pulmão Sempre comparar os lados! A percussão do tórax deve seguir a mesma sequência topográfica da palpação do FTV O coração produz normalmente uma região de macicez à esquerda do esterno, que vai do 3º ao 5º espaços intercostais. Percuta o pulmão esquerdo lateralmente a essa área. 13 Larissa Menezes – semiologia i Macicez substitui a sonoridade pulmonar quando líquido ou tecidos sólidos substituem o conteúdo aéreo do pulmão, ou ocupam o espaço pleural. Como o líquido pleural desce, em geral, para a parte mais baixa do espaço pleural (a região posterior no paciente em decúbito dorsal), somente um derrame volumoso é detectado na região anterior. Nas mulheres, para melhorar a percussão, afaste delicadamente a mama com a mão esquerda enquanto percute com a direita. A macicez da pneumonia do lobo médio direito ocorre geralmente por trás da mama direita. A nota de percussão anormal pode passar despercebida, caso não se afaste a mama durante o exame. DIRETA: • Percute diretamente com os dedos • Percussão das clavículas na avaliação dos ápices pulmonares INDIRETA: • Dedo médio na região a ser examinada e percute com o dedo da outra mão (digitodigital) preferencialmente sobre a interfalangiana distal do dedo apoiado. Os outros dedos não podem estar em contato com o corpo. O antebraço da mão que percute deve permanecer imóvel o máximo possível • Devem ser feitas duas percussões de cada vez OBS: Otopercussão de Von Plesch: no ápice deve apoiar a ponta do dedo médio na região supraclavicular e flexiona-lo de maneira a formar um ângulo de 90º com sua falange proximal e com o dedo da outra mão percutir a interfalangiana proximal deste SOM ATIMPÂNICO OU CLARO OU PULMONAR: • Som normal do pulmão • Oco axilar por ser uma aérea torácica com uma camada muscular fina • “Som puro” em pulmões sem patologias SOM MACIÇO: • Ausência de ar e algo denso no local percutido • Percussão de órgãos maciços como o fígado ou coração • Patologicamente: pneumonia, processo de hepatização do parênquima pulmonar e atelectasia SOM TIMPÂNICO: • Presença de ar • Percussão do estomago vazio • Som normal das alças intestinais • Patológico: pneumotórax hipertensivo 14 Larissa Menezes – semiologia i SOM SUBMACIÇO: • Som na percussão da transição entre o pulmão e o fígado • “Mistura” de sons maciço e atimpânico • Portadores de DPOC SOM HIPERRESSOANTE: • Pacientes com enfisema pulmonar • Som de transição entre o atimpânico e timpânico OBS: A macicez substitui a ressonância (som claro atimpânico) quando líquido ou tecido sólido substituem o pulmão cheio de ar ou, então, ocupam o espaço pleural situado embaixo dos dedos que realizam a percussão. Os exemplos incluem: pneumonia lobar, na qual os alvéolos são preenchidos por líquido e células sanguíneas; e acúmulo pleural de líquido seroso (derrame pleural), sangue (hemotórax), pus (empiema), tecido fibroso ou tumor. O achado de macicez torna o diagnóstico de derrame pneumônico e de derrame pleural 5 a 18 vezes mais provável, respectivamente. OBS: A hipersonoridade generalizada pode ser auscultada sobre as regiões pulmonares hiperinsufladas da DPOC ou asma. A hipersonoridade unilateral sugere um grande pneumotórax ou, possivelmente, uma grande bolha preenchida por ar no pulmão. DESCIDA DO DIAFRAGMA OU EXCURSÃO DIAFRAGMÁTICA: • Primeiro, determine o nível de macicez diafragmática durante a respiração tranquila. Mantendo o dedo plexímetro acima e paraleloao nível esperado de macicez, percuta no sentido caudal em etapas progressivas até que a macicez substitua nitidamente a ressonância. Confirme esse nível de mudança percutindo próximo à metade do hemitórax e, também, em uma região mais lateral. • Observe que, com essa técnica, é possível identificar o limite entre o tecido pulmonar ressonante e as estruturas infradiafragmáticas de som mais maciço. Não se percute o diafragma. É possível inferir a localização provável do diafragma considerando o nível de macicez. • Em seguida, faça uma estimativa da excursão diafragmática pela determinação da distância entre os níveis de macicez na expiração completa e na inspiração plena, normalmente em torno de 3 a 5,5 cm AUSCULTA A ausculta pulmonar é a técnica de exame mais importante para avaliar o fluxo de ar pela árvore traqueobrônquica. Juntamente com a percussão, ela ajuda a avaliar as condições dos pulmões e do espaço pleural. A ausculta compreende: (1) ouvir os sons gerados pela respiração; (2) pesquisar ruídos adventícios; e, (3) se houver a suspeita de anormalidades, auscultar os sons da voz falada ou 15 Larissa Menezes – semiologia i sussurrada do paciente durante sua transmissão através da parede torácica Os sons respiratórios são auscultados com o diafragma do estetoscópio após orientar o paciente a respirar profundamente com a boca aberta. Se auscultar ou suspeitar de sons anormais, ausculte áreas adjacentes para determinar a extensão de qualquer anormalidade. Ausculte cada ponto pelo menos durante um ciclo respiratório OBS: Um ruído mais evidente na parte anterior que posterior, é sinal de lobo superior ou médio Variações de sopro glótico (de Beau), murmúrio vesicular (som normal da respiração no tórax) e possíveis ruídos MESMA SEQUÊNCIA DA PERCUSSÃO! É SEMPRE COMPARATIVA! Murmúrio vesicular: som suave e grave. É auscultado durante toda a inspiração, continua sem pausa pela expiração e, em seguida, desaparece em torno do terço inicial da expiração • Murmúrio vesicular diminuído: fibrose pulmonar ou DPOC • Murmúrio vesicular abolido: pneumectomizados, derrame pleural ou pneumotorax Respiração broncovesicular: que compreende sons inspiratórios e expiratórios de mesma duração, por vezes separados por um intervalo de silêncio. As diferenças de tom e intensidade costumam ser mais facilmente detectadas durante a expiração Respiração brônquica: sons mais fortes, ásperos e agudos, com um breve intervalo de silêncio entre os componentes inspiratório e expiratório. Os sons expiratórios duram mais tempo que os inspiratórios. É ideal uma respiração profunda Pede ao paciente que respire pelo nariz, se ouve algum ronco pode ser de transmissão de alguma obstrução da via aérea superior, então repete o exame pedindo que o paciente respire pela boca, se o som sumir era de alguma obstrução da via aérea superior, se continuar ele é proveniente das vias aéreas inferiores. 16 Larissa Menezes – semiologia i É importante pedir para o paciente tossir ao ouvir ronco/creptaçoes, se o som sumir é porque liquido que estava era o catarro que foi mobilizado e deixou de obstruir as vias aéreas e conclui-se que tem algo naquele parênquima OBS: Atrito pleural é uma crepitação, SONS CONTÍNUOS: • Sibilos: ➢ Agudos, semelhante a um assobio ou chiado, contínuos ➢ Gerado pela passagem de ar em brônquios e bronquíolos estreitados ➢ Predominam na expiração ➢ Asma, DPOC, bronquite e asma cardíaca OBS: Paciente com asma e sibilo expiratório é a primeira fase da obstrução. Ao passar a ter sibilo inspiratório e expiratório já é mais grave. Ao não ter mais sibilos, é o silencio respiratório e a obstrução é tão grande que é quase total. • Roncos: ➢ Graves, semelhantes ao roncar ou ressonar das pessoas ➢ Predominam na inspiração ➢ Secreção em grandes vias aéreas ➢ Intensidade alterada após tosse ou expectoração ➢ Caracteriza onde está ouvindo ➢ Ao ouvir pede ao paciente que respire com a boca, se continuar ouvindo vai na traqueia e vê se o ronco está mais alto para garantir que é um achado pulmonar e garantir que não é um ronco de transmissão SONS DESCONTÍNUOS: • Estertores finos (creptantes): ➢ Agudos, audíveis ao final da inspiração ➢ Curta duração ➢ Não se alteram com a tosse ➢ Final da inspiração ➢ Liquido ou exsudato nos alvéolos (intralveolares) ➢ Proveniente do parênquima pulmonar mais periférico • Estertores grossos (bolhosos): ➢ Graves, extralveolares, audíveis no inicio da inspiração e em toda expiração ➢ Proveniente dos brônquios ➢ Abertura e fechamento de vias aéreas com secreção ➢ A tosse modifica ➢ Inicio da inspiração e toda a expiração ➢ Não se modifica com a mudança de posição ➢ Predominam em todas as áreas do tórax SOPROS: • Sopro tubário: ➢ Sopro glótico transmitido pelas condensações pulmonares de intensidade e tonalidade mais elevadas na expiração, quando há brônquios permeáveis até o foco de condensação ➢ Clássico de condensações pulmonares ➢ Timbre tubário (comparado a soprar um tubo) • Sopro pleural: ➢ Sopro tubário com intensidade menor e tonalidade mais aguda pela camada liquida de permeio (derrame pleural) entre o pulmão condensado e a parede torácica • Sopro cavitário: ➢ Sopro tubário modificado ➢ Tonalidade baixa, grave e timbre rude, áspero ➢ Intensidade maior na expiração ➢ Interposição de uma cavidade contendo ar e formando uma caixa de ressonância, situada entre a zona pulmonar condensada e a parede torácica. • Sopro anfórico: ➢ Outra modificação do tubário ➢ Timbre metálico, baixa tonalidade e pouco intenso ➢ Comparável a soprar dentro de uma garrafa contendo um pouco de liquido ➢ Pneumotórax, grandes cavernas e, raramente, grandes derrames pleurais AUSCULTA DA VOZ NORMAL: 17 Larissa Menezes – semiologia i • Pede ao paciente que fale uma frase, uma palavra ou um número, enquanto ausculta sua parede torácica. Normalmente não consegue distinguir nenhuma silaba da fala, se conseguir perfeitamente ou de algumas silabas é patológico • Broncofonia: ➢ Sons vocais que são mais altos e mais claros que o normal ➢ A voz ainda é confusa ➢ Identificação apenas de algumas silabas da fala do paciente ➢ Hepatizações pulmonares, sendo um sinal equivalente ao sopro tubário • Pectorilóquia: ➢ Semelhante a broncofonia ➢ Distingue bem todas as silabas ➢ Compreende-se perfeitamente a fala do doente • Egofonia: ➢ Qualidade anasalada, caprina ➢ Solicita que o paciente diga “T”. Normalmente será ouvido um som de E longo e abafado ➢ Derrame pleural de médio volume, em algumas pneumonias, algumas cavernas e no hidrotorax não muito abundante ➢ É basicamente a broncofonia com interposição de liquido entre a condensação e a parede torácica ➢ Corresponde ao sopro pleural • Voz anfórica ou anforofonia: ➢ Vibrante e com sonoridade metálica ➢ Grandes cavernas e pneumotórax ➢ Equivale ao sopro anfórico AUSCULTA DA VOZ BAIXA: • Cochicada, sussurrada • Pectorilóquia afônica: ➢ Pectorilóquia na ausculta da voz sussurrada ➢ Sinal mais precoce que a broncofonia ➢ Pectorilóquia ou sopro tubário das condensações pulmonares NOTA: CONSOLIDAÇÃO = PNEUMONIA (liquido no parênquima). Estertores crepitantes ‘são como plásticos bolhas estourando. O derrame tem liquido, mas não propaga o som porque o som sai de dentro do pulmão e tem uma parede de liquido entre o pulmão e a caixa torácica. TÉCNICAS ESPECIAIS AVALIAÇÃO CLÍNICA DA FUNÇÃO PULMONAR: • Teste de fácil realização e basta ter um corredor com 3 metros • Determina “a distancia que o paciente consegue caminhar rapidamente em uma superfície dura e reta durante um período de 6 min” e possibilita uma avaliação globaldos sistemas pulmonar e cardiovascular, das unidades neuromusculares e do metabolismo muscular TEMPO EXPIRATÓRIO FORÇADO: • Avalia a fase expiratória da respiração, que se mostra geralmente mais lenta nas doenças pulmonares obstrutivas • Solicite ao paciente que respire fundo e, em seguida, expire o mais rápida e completamente possível com a boca aberta. Ausculte sobre a traqueia, com o diafragma de um estetoscópio, e marque o tempo de expiração audível. Tente obter três leituras consistentes, viabilizando um curto descanso entre os esforços, caso necessário • Quando os pacientes com mais de 60 anos de idade apresentam tempo expiratório forçado entre 6 e 8 segundos duplica a probabilidade de eles terem DPOC; se for superior a 8 segundos, a probabilidade quadruplica IDENTIFICAÇÃO DE FRATURA DE COSTELA: • A compressão anteroposterior do tórax possibilita diferenciar a fratura de uma lesão dos tecidos moles. Com uma das mãos sobre o esterno e outra sobre a 18 Larissa Menezes – semiologia i coluna torácica, comprima o tórax. Essa manobra provoca dor? Onde? • A piora da dor localizada (distante de suas mãos) sugere fratura de costela, em vez de uma simples lesão dos tecidos moles. REGISTRO DO EXAME FÍSICO/TÓRAX E PULMÕES “Tórax simétrico, com boa expansão. Pulmões ressonantes. Murmúrio vesicular; ausência de estertores, sibilos ou roncos. Diafragmas descem 4 cm bilateralmente.” “Tórax simétrico com cifose moderada, aumento do diâmetro anteroposterior (AP) e expansão diminuída. Pulmões estão hiper ressonantes. Sons respiratórios diminuídos, com retardo na fase expiratória e sibilos expiratórios difusos. Redução do frêmito; ausência de broncofonia, egofonia ou pectorilóquia afônica. Diafragmas descem 2 cm bilateralmente.” → Esses achados sugerem DPOC 19 Larissa Menezes – semiologia i SÍNDROMES DO APARELHO RESPIRATÓRIO SÍNDROMES BRÔNQUICAS: Redução (asma, DPOC - por hipersecreção brônquica, edema de mucosa, espasmos do brônquio) ou dilatação (bronquiectasia) do calibre dos brônquios; qualquer infecção traqueobrônquicas. ASMA: • Inspeção: ➢ Aumenta FR • Palpação: ➢ Menor expansão bilateral ➢ Menor FTV • Percussão: ➢ Hipersonoridade • Ausculta: ➢ Sibilos ➢ Roncos (depende da quantidade de secreção) ➢ Estertores grossos ou bolhosos ➢ MV diminuído (murmúrio vesícular = som claro pulmonar = som proveniente da respiração normal na ausculta diminuído → redução de calibre de brônquios e não de alvéolos, diminui o fluxo de ar e ele se acumula no alvéolo – acumulo periférico torna o som claro pulmonar mais intento) BRONQUITE CRÔNICA DA DPOC: • Produção excessiva de muco • Tosse produtiva com expectoração mucopurulenta de pequeno volume • Alterna períodos de piora e melhora clinica • Inspeção: ➢ Aumenta FR • Palpação: ➢ Menor expansão bilateral ➢ Menor FTV • Percussão: ➢ Hipersonoridade • Ausculta: ➢ Sibilos ➢ Roncos ➢ Estertores grossos ou bolhosos ➢ MV diminuído BRONQUIECTASIA: • Dilatação irreversível dos brônquios (destruição da parede) • Tosse produtiva com expectoração mucopurulenta abundante, principalmente pela manhã, hemoptises frequentes • Inspeção: ➢ Aumenta FR • Palpação: ➢ Menor expansão bilateral ➢ Menor FTV • Percussão: ➢ Hipersonoridade • Ausculta: ➢ Sibilos ➢ Roncos ➢ Estertores grossos ou bolhosos ➢ MV diminuído INFECÇÕES BRÔNQUICAS/BRONQUITES: • Causada por vírus e/ou bactérias • Cefaleia, febre com desconforto retroesternal, rouquidão, tosse seca ou produtiva • Inspeção: ➢ Dispneia na inspeção • Palpação: ➢ FTV normal ou diminuído • Percussão: ➢ Normal ou hipersonoridade • Ausculta: ➢ Sibilos 20 Larissa Menezes – semiologia i ➢ Roncos ➢ Estertores grossos ➢ MV diminuído com expiração prolongada SÍNDROMES PARENQUIMATOSAS SÍNDROME DE CONSOLIDAÇÃO PULMONAR: • Pneumonias, infarto pulmonar, TB • Dispneia, dor torácica, tosse produtiva • Inspeção: ➢ Expansibilidade diminuída • Palpação: ➢ FTV AUMENTADO (muito característico de consolidação pulmonar) → aumento da densidade pulmonar e a vibração se propaga melhor no meio denso • Percussão: ➢ Submacicez ou macicez • Ausculta: ➢ Respiração brônquica ➢ MV diminuído ➢ Estertores finos ➢ Pectorilóquia (ressonância vocal – ausculta da voz, o paciente também fala 33 e ausculta com nitidez o que foi falado porque o pulmão toca a parede torácica) NO RX: Síndrome de consolidação pulmonar, nesse caso pneumonia. ATELECTASIA: • Desaparecimento do ar dos alvéolos sem que o espaço seja ocupado por células ou exsudato • Neoplasias ou corpos estranhos • Dispneia, tosse seca • Inspeção: ➢ Retração do hemitórax ➢ Tiragem • Palpação: ➢ Expansibilidade diminuída ➢ FTV diminuído ou abolido • Percussão: ➢ Submacicez ou macicez • Ausculta: ➢ Som broncovesicular ➢ Diminuição do MV ENFISEMA PULMONAR: • Hiperaeraçao → Aumento anormal dos espaços aéreos distais ao bronquíolo terminal (destruição das paredes dos alvéolos, formam espaços maiores onde se acumula o ar) • Dispneia • Inspeção: ➢ Expansibilidade diminuída 21 Larissa Menezes – semiologia i ➢ Tórax em tonel (aumento do diâmetro anteroposterior) • Palpação: ➢ Expansibilidade diminuída ➢ FTV diminuído (mais ar, mas menor fluxo) • Percussão: ➢ Hipersonoridade a medida que a doença se agrava • Ausculta: ➢ MV diminuído ➢ Fase expiratória prolongada (acumulo de CO2, ar tem dificuldade de sair, síndrome brônquica associada) ➢ Ressonância vocal diminuída CONGESTÃO PASSIVA DOS PULMÕES: • Insuficiência ventricular esquerda, estenose mitral (normalmente consequência de cardiopatia) • Dispneia, tosse seca ou com expectoração rosa • Inspeção: ➢ Expansibilidade normal diminuída • Palpação: ➢ Expansibilidade e FTV normal ou aumentado • Percussão: ➢ Submacicez nas bases • Ausculta: ➢ Estertores finos ➢ Ressonância vocal normal ESCAVAÇÃO OU CAVERNA PULMONAR: • Consequência de eliminação de parênquima em uma área que sofreu necrobiose • Abscessos, neoplasias, micoses, TB • Tosse seca com expectoração purulenta ou hemóptica • Inspeção: ➢ Expansibilidade diminuída na região afetada • Palpação: ➢ Expansibilidade diminuída ➢ FTV aumentado se houver secreção/condensação • Ausculta: ➢ Sonoridade normal ou timpânico ➢ MV diminuído no local afetado ➢ Ressonância vocal aumentada se tiver condensação SÍNDROMES PLEURAIS O acumulo de liquido/ar impede o pulmão de tocar a parede torácica, o que impede que a vibração chegue na mão O comprometimento ou “retardo” unilateral do movimento respiratório indica doença pleural causada por asbestose ou silicose SÍNDROME PLEURÍTICA: • Pleurites: inflamação dos folhetos pleurais • TB, pneumonias, doença reumática, viroses e neoplasias da pleura e pulmão • Pleurite aguda: dor pleurítica e atrito pleural • Produção de liquido que afasta os folhetos pleurais, causando desaparecimento da dor pleurítica e do atrito pleural • Dor torácica ventilatório dependente • Inspeção: ➢ Expansibilidade diminuída • Palpação: ➢ Expansibilidade e FTV diminuídos • Percussão: ➢ Sonoridade normal ou submacicez • Ausculta: ➢ Atrito pleural, principal dado semiológico SÍNDROME DE DERRAME PLEURAL: • Pleurites, pneumonias, neoplasias, colagenoses, síndrome nefrotica, insuficiência cardíaca • Dispneia, tosse, dor torácica • Expansão posterior do tórax assimétrica • Inspeção: ➢ Expansibilidade diminuída22 Larissa Menezes – semiologia i • Palpação: ➢ Expansibilidade diminuída ➢ FTV abolido na área de derrame (o liquido impede que a vibração chegue na mão) • Percussão: ➢ Macicez • Ausculta: ➢ MV abolido na área de derrame PNEUMOTÓRAX: • Ar no espaço pleural • Lesão traumática, ruptura de bolha subpleural • Sintomas: dispneia, dor torácica • Inspeção: ➢ Normal ou abaulamento dos espaços intercostais • Palpação: ➢ Expansibilidade e FTV diminuídos • Percussão: ➢ Hipersonoridade ou som timpânico • Ausculta: ➢ MV diminuído ➢ Ressonância vocal diminuída ou abolida OBS: Pneumotórax + Derrame pleural (abaulamento no local do derrame pela pressão do liquido) OBS: OBS: Os derrames pleurais podem ser transudatos, encontrados na atelectasia, na insuficiência cardíaca e na síndrome nefrótica; ou exsudatos, observados em numerosas condições, inclusive pneumonia, TB, embolia pulmonar, pancreatite e processos malignos. 23 Larissa Menezes – semiologia i DOENÇAS DOS BRÔNQUIOS, DOS PULMÕES E DAS PLEURAS ASMA BRÔNQUICA: • Doença inflamatória crônica • Hiper responsividade das vias respiratórias inferiores: aumento da secreção de muco, edema e constrição espasmos do brônquio • Reversível espontaneamente ou com tratamento • Interação entre fatores genéticos e ambientais (poeira doméstica) • Hipersecreção de muco, destruição dos cílios/aparelho mucociliar da parede do brônquio (cílios atuam na filtração do ar e ajudam na eliminação do muco) • Tosse seca ou produtiva (na produtiva a expectoração mucosa ou mucopurulenta se infecção bacteriana secundaria), chiado ou sibilo, dispneia recorrente com piora noturna, aos exercícios físicos, à infecções virais, à exposição a alérgenos, à fumaça de cigarro, às alterações climáticas, ao estresse ou à emoções • Espirometria (exame para diagnostico) na crise ou com broncodilatador e espirometria fora da crise. A espirometria é uma obstrução ao fluxo aéreo, caracterizada por redução do volume expiratório forçado (VEF1) e obstrução ao fluxo que desaparece ou melhora significamente após o uso de brondilatador • História de atopia e sintomas recorrentes DPOC: • Caracterizada por obstrução crônica e progressiva do fluxo expiratório • Resposta inflamatória anômala • Inflamação e destruição do tecido pulmonar, hipersecreção de muco e fibrose • Principal causa é exposição ao tabaco, mas envolve predisposição genética (então nem só tabagistas vão ter) • Tem 2 tipos de pacientes: ➢ Enfisematoso (pink puffer – PP): soprador rosado, mais magro ➢ Bronquitico crônico (blue bloater – BB): pletórico cianótico, predomina a bronquite, obeso, tórax em tonel • Diagnostico: espirometria (avaliação funcional do grau de acometimento), RX de tórax (aumento dos espaços intercostais – decorrente da hiperaeração/expansão/distensão da parede torácica), TC de tórax, exames hematológicos • Retração anormal dos espaços intercostais ocorre na asma grave, na DPOC ou na obstrução das vias respiratórias superiores • Os pacientes com DPOC grave preferem sentar inclinados para frente, com os lábios franzidos durante a expiração e os braços apoiados sobre os joelhos ou em uma mesa. ENFISEMA PULMONAR: • Por ação de quimiocinas, os linfócitos são atraídos para os pulmões e junto com macrófagos e células epiteliais liberam proteases que degradam a elastina, levando ao aumento do conteúdo aéreo dos espaços alveolares • É um tipo de DPOC • Hipoxemia, coloração da pele pode ter cianose de extremidade, pode ter dedo em baqueta de tambor (por hiperperfusão periferica crônica) • Tosse crônica, seca ou com expectoração principalmente matinal, agravamento lento e progressivo da dispneia, tórax em tonel, fase expiratória prolongada, hipersonoridade à percussão, FTV diminuído e MV diminuído PNEUMONIAS: • Adquiridas na comunidade (PAC): ➢ Ocorre fora do ambiente hospitalar OU manifesta-se nas primeiras 48 horas de internação hospitalar • Nasocomial ou hospitalar: ➢ Relacionada com os cuidados de saúde (PRCS – ocorre após 48 horas da internação hospitalar) ou associação à ventilação mecânica (PAVM – surge 48 24 Larissa Menezes – semiologia i a 72h após intubação endotraqueal e suporte ventilatório invasivo) • Tríade sintomática principal: dor torácica, tosse produtiva e dispneia • Febre, calafrios, astenia, anorexia, mialgia, sudorese • É uma síndrome de consolidação pulmonar • Inspeção: expansibilidade diminuída • Palpação: FTV aumentado • Percussão: submacicez ou macicez • Ausculta: estertores finos, pectorilóquia • Avaliação completa do paciente: idade, dados epidemiológicos, antecedentes, identificação de comorbidades (rinite, sinusite, diabetes, etc) • Exames de imagem: o padrão radiográfico mais frequente nas pneumonias são as opacidades alveolares (infiltrações parenquimatosas) • Exames complementares: não retardar o inicio do tratamento aguardando exames para identificação da causa, exames de escarro, hemocultura, lavado broncoalveolar • Diagnostico diferencial: tumores malignos, TB pulmonar, edema pulmonar, atelectasia pulmonar, colecistite aguda, abscesso subfrenico e pancreatite aguda • Avaliação da gravidade: diretrizes brasileiras → Escore CURB-65 ➢ C = confusão mental ➢ U = ureia > 50 mgdl ➢ R = FR > ou igual a 30 ipm ➢ B = pressão arterial sistólica < 90 mmHg ou diastólica < ou igual 60 mmHg ➢ Idade > ou igual a 65 anos TUBERCULOSE PULMONAR: • Transmissão por via respiratória • A maioria das pessoas com infecção pelo bacilo da TB não desenvolve a doença • Agente etiológico: Mycobacterium tuberculosis – bacilo de Koch • Grupo etário entre 45 e 59 anos e gênero masculino apresentam maiores incidências • Fatores que facilitam o desenvolvimento da TB: desnutrição, alcoolismo, idade avançada, diabetes, infecção pelo HIV, medicamentos imunossupressores • Sinais e sintomas: tosse, hemoptise, dor torácica, febre vespertina, perda de peso, fraqueza e astenia • Diagnostico: exame obrigatório é a baciloscopia (pesquisa do bacilo álcool- acidoresistente – bacilo de Koch, detecta o bacilo com cerca de 70% dos casos), RX de tórax (opacidades alveolares heterogêneas), hemograma (leucocitose e anemia) • Coleta do escarro: deve ser feita preferencialmente pela manhã, precedida de movimentos inspiratórios profundos, seguidos de tosse PNEUMONIAS VIRAIS X BACTERIANA 25 Larissa Menezes – semiologia i • Virais: ➢ 30% de todas as enfermidades respiratórias ➢ Estão mais sujeitos ás pneumonias virais: cardiopatas, tabagistas, imunocomprometidos ➢ Sintomas mais sistêmicos como febre, dor, mialgia, astenia ➢ As vezes a tosse pode ser produtiva e a expectoração é mucoide, transparente e de pequeno volume OBS: COVID-19 a) Rx no leito b) Paciente em pé RESUMO Inspeção: • Estática e dinâmica (pedir ao paciente para inspirar profundamente) com o paciente sentado. • Verificar a FR, tipo de respiração (Kussmaul, Blot, Cheyne-Stokes) • Presença de abaulamentos, cicatrizes (toracotomias, esternolomias) • Tipo de tórax (tonel, sino, escavatum, pombo). Palpação: 26 Larissa Menezes – semiologia i • Expansibilidade: manobras de Ruault (ápice), 1/3 medio e Laségue (bases) • Elasticidade: A-P e L-L • FTV: 33 descer em grega, delimitar as bases com a borda ulnar da mão e medir com fita métrica do ângulo da escapula, parede lateral (mão na cabeça), ápices (dedos juntos) e parede anterior Percussão: • Descer em grega, confirmar as bases do pulmão, parede lateral, ortopecussão de Von Plesch (ápices) e parede anterior • Percutir diretamente clavicular e esterno • Sinal de Craven = dor esternal na leucose Ausculta: • Pedir ao pacienteque respire um pouco mais rápido e um pouco mais profundo que o normal, com a boca aberta • Murmúrio vesicular, sons adventícios (estertores crepitantes, subcrepitantes, roncos e sibilos) • Ausculta da voz sussurrada (falar 33 baixinho) – broncofonias
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