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Lara Fernandes – Enfermagem UFRJ – Cuidados I • Quanto mais extensa a família maior tende a ser os conflitos, pois são pessoas com personalidades distintas e existe uma cobrança, principalmente quando é um cuidado a pessoa idosa. SITUAÇÕES QUE TENDEM A MOBILIZAR MAIS AS FAMÍLIAS • Doença crônica: principalmente a família que mora no mesmo domicilio tende a se mobilizar para que o familiar compareça as consultas, para que a medicação seja garantida; • Adoecimento da criança: pode gerar uma instabilidade na família, principalmente no casal, por conta de questões culturais, a mãe geralmente é a que vai cuidar da criança, principalmente em casos de hospitalizações. • Necessidade de hospitalização: principalmente se for idoso ou criança. A família precisa se mobilizar para acompanhar, como prevê o estatuto. Quando é um adulto ou um jovem hospitalizado, a família se mobiliza para visitação. • Necessidade de cuidado no domicilio: a família se mobiliza como um todo, as vezes há necessidade de mudança de casa, por exemplo, um idoso que vive em uma casa com escadas e encontra-se com sequelas de um AVE, o acesso é dificultado, então algum filho se mobiliza para levá-lo em sua casa que é térrea. A FAMÍLIA EM SITUAÇÃO DE ADOECIMENTO • A doença irá afetar os membros da família de formas diferentes, nem todos terão a mesma reação/ação/atitude dentro da família. • Quanto maior as situações de doença, maiores tendem a ser as demandas estruturais e sentimentais, ás vezes há toda uma organização estrutural porém esquecemos que precisamos organizar mentalmente e sentimentalmente para vivenciar a situação de doença. • Existem os casos de mudança de papéis: a filha passa a cuidar da mãe. • No momento da visita hospitalar é importante entender como a família vem entendendo a doença, quais as questões, o que ela espera, como tem se preparado... principalmente de for uma doença crônica ou que necessitará de cuidados no domicílio. • É importante entender a estrutura e o funcionamento da família, nós como enfermeiros podemos ajudar e mediar essas situações, tanto no ambiente hospitalar quanto no ambiente comunitário através da VD ou nas consultas ambulatoriais. • É preciso acolher a família. O CUIDAR DA FAMÍLIA NA PRÁTICA CLÍNICA • No Brasil não há uma prática extensiva de HOME CARE, as famílias assumem o cuidado na maioria das vezes. • No que se refere a papéis, temos a mulher como a principal cuidadora, até mesmo por conta do extinto maternal. • É importante o profissional saber a história da família, o contexto, por exemplo: crianças que são filhas de pais separados, é importante compreender que dependendo da situação pode haver conflito. • Entender o papel que cada membro da família tem na unidade familiar para que possamos gerenciar e fazer as nossas orientações, assim não orientar uma pessoa que não está preparada para aquilo naquele momento. • Entender qual é o problema atual e trabalhar com os potenciais, é melhor a gente trabalhar com o que é possível do que ficar listando os problemas, por exemplo: a família não tem carro, mas o vizinho se disponibilizou, então inclui-se o vizinho na lista de cuidador. Cuidado à família Lara Fernandes – Enfermagem UFRJ – Cuidados I • É preciso avaliar quais são as respostas da família e ajudar a traçar planos de cuidado no domicílio. • Elaborar hipóteses, elaborar intervenções, elaborar novidades, conhecer os limites e as possibilidades. OS NOVE PONTOS • Nesse exercício a gente precisa unir 9 pontos com 4 retas, essas retas saem dos pontos. • Pensando em cuidado e família, a gente precisa sair dos pontos, explorar e ampliar. • Está passando por uma situação problemática e só consegue enxergar o problema? Para, respira e saia do problema, amplie, explore. • É preciso ajudar as famílias a saírem dos pontos, as vezes o cuidador não consegue enxergar que ele pode chamar um irmão para cuidar, nem que seja durante um sábado pela manhã, para que ele possa sair, realizar alguma atividade etc. • Ao ver um cuidador sobrecarregado precisamos ajuda- lo a ampliar e explorar. • A família é dinâmica, mas também organizada e aberta, permitindo trocas, contribuições, entradas e saídas. • O cuidador que hoje é cuidador, amanhã pode não ser, ele pode ser substituído por uma irmã, uma prima, cunhado etc. • Pela questão cultural, a mulher é a principal cuidadora, muitas das vezes a gente elimina os homens da tarefa de cuidar e isso sobrecarrega as mulheres que geralmente cuidam dos filhos, do lar e do pai que está doente. • É preciso ajudar essas famílias a pensar como os homens podem ajudar no cuidado, incluindo todos os membros independente do gênero. FAMÍLIAS INDICADAS PARA AVALIAÇÃO E INTERVENÇÃO • A família está passando por sofrimento físico, emocional, físico ou espiritual ou ruptura decorrente de uma crise (doença aguda, doença terminal, lesão, óbito). • A família está vivenciando um sofrimento emocional, físico ou espiritual ou ruptura causada por um marco de desenvolvimento (nascimento, casamento, saída do filho mais novo da casa). • A família define a doença ou problema como uma questão familiar (exemplo: envelhecimento, doença crônica). • A família identifica a criança ou um adolescente com dificuldades (exemplo: medo do tratamento do câncer). • A família está enfrentando situações sérias o suficiente para ameaçar a relação de seus membros (doença terminal, por exemplo). • Um membro da família está para ser hospitalizado para tratamento de saúde mental ou psiquiátrico. • Uma criança da família está para ser hospitalizada. • Nenhuma pessoa é a mesma após um nascimento, após um óbito, após casamento, pois são eventos que marcam o indivíduo. • É importante ver como a família define a doença ou esse problema que eles estão vivenciando, sempre pela perspectiva deles, nunca diga para uma família “eu sei o que você está passando”, não sabe, pois o tempo das pessoas e das famílias são diferentes. • É preciso avaliar, ter compaixão com membros da família que não sabem agir em situação de doença, entender o motivo de não conseguir ajudar e saber qual era a relação que a pessoa tinha com o indivíduo que está doente.
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