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TCE FINAL PSICOLOGIA CLÍNICA

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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE CAMPINAS
CENTRO DE CIÊNCIAS DA VIDA
FACULDADE DE PSICOLOGIA
WESLE RODRIGUES PEREIRA
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE ESTÁGIO
CAMPINAS
2020 
WESLE RODRIGUES 
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE ESTÁGIO
Relatório apresentado às disciplinas de Estágio Básico V- Psicologia na Saúde/Clínica: Psicologia Clínica Institucional Humanista e Estágio Específico Il-Práticas em Psicologia na Saúde/Clínica: Psicologia Clínica Institucional Humanista, do Centro de Ciências da Vida, da Pontifícia Universidade Católica de Campinas. Responsável pela disciplina: Prof.ª Dra. Tatiana Slonczewski. 
PUC-CAMPINAS
2020
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO
1.1 Conceitos Fundamentais e Ideia de Psicoterapia para ACP (Abordagem Centrada na Pessoa)................................................................................................3
1.2. Normal e patológico na visão da ACP................................................................5
1.3. Atendimento Remoto e Pandemia.....................................................................7
1.4. Atendimento nos Contextos Serviço-Escola de Psicologia e Ambulatório.........8 
2. OBJETIVOS.......................................................................................................11
3.DESCRIÇÃO DE CAMPO...................................................................................11
A- Serviço-Escola de Psicologia.............................................................................11
3.1 História do Serviço............................................................................................11
3.2 Descrição Física e localização..........................................................................12
3.3 Funcionários do Serviço...................................................................................13
3.4 Horário de Funcionamento...............................................................................14
3.5 Adaptações do Serviço Durante a Pandemia pela COVID-19..........................14
3.6 Casos Atendidos no Serviço-Escola de Psicologia..........................................15
B- Descrição do Ambulatório de Psiquiatria Infantil da Puc-Campinas.................36
3.7 Casos Atendidos no Ambulatório de Psiquiatria Infantil..................................37
C- Reuniões clínicas..............................................................................................39 
D- Treinamento para Iniciar Semestre...................................................................42
E- Treinamento para Iniciar Atendimento Remoto.................................................42 
F- Treinamento para Monitoramento......................................................................42
G- Articulações.......................................................................................................43
H- Projeto para Serviço-Escola de Psicologia da Puc-Campinas..........................43
I. Preenchimento dos formulários..........................................................................44
4. ANÁLISE............................................................................................................44
5.CONCLUSÃO.....................................................................................................52
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..................................................................53
1. INTRODUÇÃO
1.1.Conceitos Fundamentais e Ideia de Psicoterapia para ACP (Abordagem Centrada na Pessoa)
Criada por Carl Rogers, a Abordagem Centrada na Pessoa (ACP) nasce nos Estados Unidos da América, na década de setenta, inserindo na corrente da Psicologia Humanista uma nova modalidade de atuação. O autor entende que todo ser humano é dotado de liberdade e de poder de escolha (SANTOS, 2004). 
Antes de chegar a essa nomenclatura supracitada, a proposta teórica de Rogers passou por diferentes modificações nas denominações de acordo com seus interesses e foco de estudo ao longo de sua vida. Em 1940, ficou conhecida como “Psicoterapia Não-Diretiva” que resumidamente é marcada pela neutralidade do terapeuta que intervia o mínimo possível; em 1950, “Fase Reflexiva” é a fase da Terapia Centrada no Cliente, nisso, o terapeuta passa a ter um papel mais ativo tendo o cliente como foco maior de sua atenção; e “Fase experiencial” cujo foco maior passou a ser na experiência vivida do cliente, do psicoterapeuta e entre ambos. Nos anos setenta, o autor direcionou seu foco para trabalhos relacionados à questões coletivas e atividades de grupos (MOREIRA, 2010).
Diante do que foi exposto, a Abordagem Centrada na Pessoa de Rogers (1980) parte do pressuposto de que todo indivíduo tem uma capacidade inata para autorregulação e desenvolvimento de suas potencialidades, dadas as condições facilitadoras do meio que podem se fazer presente nas diferente relações. Esse pressuposto é denominado “tendência atualizante” e para sua facilitação na relação terapêutica, são necessárias três atitudes consideradas necessárias e suficientes para mudança psicológica: 1) “aceitação positiva incondicional”, que se resume em uma consideração genuína pelo cliente e suas experiências, por isso, se trata de uma aceitação da parte do terapeuta para toda e qualquer expressão do cliente, ou seja, o cliente pode ser o que realmente quer ser no momento e se o terapeuta não agir com preconceito isso facilita o processo de mudança. 2) a “empatia”, que é a capacidade de captar com precisão os sentimentos que o cliente vivencia. Trata-se de uma escuta ativa e sensível, diante disso, possibilita ao cliente que ele ouça cuidadosamente o fluxo de suas experiências internas. 3) “autenticidade ou congruência”, que se refere a habilidade do terapeuta simbolizar corretamente suas experiências no contato com o cliente, comunicando-as devidamente. Sendo assim, quanto mais o terapeuta for autêntico e transparente, maior a probabilidade do cliente crescer de modo construtivo. Quando se permite que os sentimentos fluam abertamente na relação, as resistências são quebradas de forma que o cliente tende a comunicar a experiência vivida tal como ela é. 
A tendência atualizante é o âmago central da ACP e está presente até mesmo nas condições mais desfavoráveis que uma pessoa pode viver, de modo que, o indivíduo sempre caminhará em direção à totalidade e realização das suas potencialidades (ROGERS, 1980).
Uma vez que faz parte da corrente humanista, a psicoterapia à luz dos pressupostos da ACP lança mão do método fenomenológico para a compreensão do indivíduo. Para Husserl [s.d] apud Santos (2004) a fenomenologia é um método de investigação que visa apreender o fenômeno, ou seja, as coisas como elas realmente são. Para tanto, é necessário suspender todo conhecimento prévio sobre o conteúdo, melhor dizendo, colocar em suspenso os valores, crenças, juízos e teorias a respeito, de forma a favorecer que o fenômeno seja revelado à consciência em sua essência. 
Sendo assim, na psicoterapia o papel do terapeuta é ver o mundo através do ponto de vista do cliente, é compreendê-lo a partir da consciência que ele tem de si no mundo. O objetivo do terapeuta é se ater à experiência global de seu cliente e se distanciar do diagnóstico e dos sintomas, que na verdade, não definem o cliente, pois só fazem parte como um dos aspectos/características da sua experiência de vida. Desse modo, o foco está na relação e, segundo Rogers, a partir do princípio da não diretividade, a compreensão empática fornece para o cliente elementos que o conduzem à auto-direção, de modo a levá-lo em contato com sua estrutura interna (self) e reorganizar cada vez mais seu modo de funcionamento no mundo (SANTOS, 2004).
Em resumo, a ACP apresenta uma redefinição do papel do terapeuta, que agora não enfatiza sua atuação somente em técnicas e instrumentos, mas sim em atitudes transportadas para a relação vistas como chave para o processo de mudança (SANTOS, 2004).
1.2. Normal e patológico na visão da ACP
Embora Rogers não tenha se dedicado a quadrosde transtornos mentais de forma aprofundada, não foi possível se distanciar desse tema, pois ao referir-se aos conceitos de tendência atualizante e a ideia de um pleno funcionamento, subentende-se que se pode atingir um nível saudável. A sua linha de pensamento compreende que o foco precisa ser na relação de pessoa-a-pessoa, considerando a totalidade organísmica do cliente e não se dedicar às categorias classificatórias (SOUZA; CALLOU; MOREIRA, 2013).
Segundo Souza, Callou e Moreira (2013) a classificação psicopatológica existe, mas não é saudável que a comunicação tenha como ponto de partida o diagnóstico. Sendo assim, é necessário sair do fato (do objeto) e mergulhar na relação intersubjetiva entre o cliente e o psicoterapeuta. Um exemplo prático dessa ideia, é ao se deparar com um cliente com alucinações. A visão do autor preconiza a importância de exceder o mero significado do que está sendo apresentado e verbalizado (que é a alucinação), mobilizando o olhar centralizado nos sentimentos (medo, incompreensão, etc) que estão por trás desse fenômeno, e que talvez nas outras relações não tenham sido compreendidos.
Tatossian (1979/2006) apud Souza, Callou e Moreira (2013) corrobora essa ideia ao pensar numa perspectiva de psicopatologia fenomenológica, que discute que a importância está em compreender como esse fenômeno se manifesta para a pessoa e o significado dessa experiência para ele.
Rogers [s.d], apud Souza, Callou e Moreira (2013) interpreta os sintomas como expressões das experiências da pessoa com o transtorno. Apontam que o contato com alguém a partir desse olhar objetivo e reducionista, leva a um afastamento da ideia de que a doença não define o sujeito e que apenas está fazendo parte da sua dimensão existencial.
Rogers (1977) em seu livro “De Pessoa Para Pessoa” elaborado com Barry Stevens conclui que as patologias correspondem a um funcionamento incongruente e inautêntico, logo, não existe uma boa comunicação entre o self e o organismo. Destarte, o não-saudável é visto quando o cliente se defende de algumas experiências, talvez por se tratar de uma ameaça, não permitindo a simbolização na consciência. É um movimento de não conceber algumas experiências como parte da sua dimensão existencial.
Outro fator apontado por Rogers (1977), é que patológico pode ter relação com as introjeções de valores. Trata-se do conceito de valor relacionado a aceitação ou negação de experiências que gostaria de viver. Esse pensamento pode ser melhor compreendido, ao se pensar no indivíduo que dirige a sua vida calcada nos valores externos, mas que nem sempre é a experiência pessoal que deseja. No entanto, talvez por esperar uma aceitação e consideração do outro, opta em ser dirigido por esses valores que não satisfaz aquilo que seu self deseja.
Rogers (1977) entende esse movimento como um remorso, ou seja, quando a pessoa investe tempo realizando o que o outro acha que é melhor, e não o que a própria pessoa pensa a respeito. Ocorre uma luta entre o que é preciso ser feito, e o que se quer fazer. É como se o cliente não fosse o arquiteto de si mesmo, deixando-se ser moldado em conformidade com uma exigência que vem de fora. Um exemplo que pode corroborar essa reflexão, é o de um jovem cliente que está cursando um determinado curso na faculdade para atender às exigências dos pais, quando em seu íntimo o seu interesse é por outra área do saber.
Na compreensão do autor, o saudável se dá quando o cliente passa a ter uma comunicação mais íntima com ele próprio, ou seja, avança no sentido de permitir que seus sentimentos, desejos e experiências se mostrem à consciência. Dessa forma, fica clara essa transição de atitudes antes calcadas nos valores externos para experiências com valores que sente em si mesmo no presente. 
Souza, Callou e Moreira (2013) concordam que o caminho para o saudável, se alicerça no fato do cliente começar a tornar-se quem ele é, aceitando experiências que antes não concebia como pertencentes ao seu self. Rogers e (1977) acrescenta uma compreensão de liberdade, mas no sentido fenomenológico, isto é, liberdade de começar a escolher e refletir sobre o que ser e fazer. Ressalta-se que o caminho para o saudável está imbricado às atitudes facilitadoras do terapeuta como já fora discutido anteriormente. Desse modo, quando o terapeuta ouve e aceita os seus sentimentos e os sentimentos do cliente, abre-se um caminho para que o cliente aos poucos, seja capaz de ouvir a si mesmo e reconhecer sentimentos que ainda não reconheceu como existentes em si, à medida que aprende a ouvir e aceitar a si mesmo.
1.3. Atendimento Remoto e Pandemia
O atendimento remoto foi autorizado pelo Conselho Federal de Psicologia em 2018, no Brasil, para que o psicólogo faça atendimento online é necessário que ele esteja cadastrado junto ao Conselho e siga as disposições do Código de Ética Profissional. O atendimento remoto permite que mais pessoas tenham acesso a psicoterapia, maior disponibilidade e flexibilidade dos atendimentos, vantagens econômicas e aumento da demanda. Concomitantemente, exige um treinamento específico, habilidades com tecnologia, e pode propiciar dificuldades com a comunicação, dificultando a percepção do terapeuta (FLEURY, 2020).
Para realizarem o atendimento nesta modalidade, os profissionais além de terem o cadastro ativo no CRP de referência, também precisam se cadastrar em um site específico chamado e-psi e, como dito anteriormente, embora o atendimento psicoterapêutico remoto seja permitido desde o ano de 2018, poucos profissionais faziam o uso desse sistema para realizar os atendimentos. No entanto, devido a pandemia o número de profissionais que passaram a atuar de maneira remota aumentou consideravelmente, Lima e Cardim (2020), expõem que entre março e abril foram realizadas 51.747 novas solicitações de profissionais que queriam atender de forma online, esse número é muito superior às 30.677 solicitações que haviam sido feitas de 2018 a fevereiro desde ano.
Uma das primeiras consequências causada pela pandemia foi o grande crescimento de problemas relacionados à saúde mental, paralelamente a isso, os serviços públicos que prestavam esse tipo de apoio à população foram fechados a fim de cumprir os decretos municipais e federais que propunham o isolamento social como forma de evitar o contágio pelo vírus. Frente a essa situação, com os serviços públicos fechados, os serviços da rede privada tiveram um grande aumento na procura principalmente de pessoas que queriam dar continuidade no tratamento e isso justifica o aumento de profissionais que buscaram se cadastrar para fazer esse tipo de atendimento (VIANA, 2020).
Atender de forma virtual exige um contrato terapêutico diferente. É necessário informar o cliente de que o atendimento deve ser feito em um ambiente silencioso, sem a presença de pessoas e que deve interromper o uso de ferramentas e meios de comunicação que lhe permitam o contato com o exterior. O terapeuta deve se atentar a proporcionar o ambiente mais acolhedor possível, fazendo com que o uso das telas interfira menos no atendimento. É importante que detalhes voltados à postura, como as expressões faciais, do cliente e seu ambiente sejam observados (FLEURY, 2020).
1.4. Atendimento nos Contextos Serviço-Escola de Psicologia e Ambulatório 
A inauguração dos serviços de Clínica-Escola nas universidades no Brasil está diretamente relacionada com a inserção do curso de Psicologia e a regulamentação da profissão de psicólogo. A psicologia foi regulamentada em 27 de Agosto de 1962 pela Lei n° 4.119. Após esse evento, surgiram os serviços-escola, instalados com o objetivo principal de atender à necessidade de formação dos alunos nos cursos de Psicologia. Além disso, também adquiriu um papel social, visto que possibilita à população carente um atendimento psicológico acessível (AMARAL, 2012).
Dessa forma, um serviço-escola de qualidade precisa ser capaz de realizar seus três objetivos de forma integrada, permitindo capacitar alunos para o mercado de trabalho, atender ao sofrimento psíquicoda população e possibilitar a construção de conhecimento por meio de pesquisas científicas e atividades de extensão (Boeckel, 2010). Em relação à formação, esta depende de uma articulação entre teoria e prática, e através disso, os discentes descobrem como atuar de forma crítica e reflexiva frente aos problemas em diferentes contextos e na construção de estratégias de ação e projetos de intervenção que atendam às necessidades sociais, políticas e culturais atuais. Logo o que se espera não são profissionais que sejam mais que meros técnicos ou “aplicadores” de conhecimentos, mas que se encontrem capacitados para o exercício criativo do saber psicológico (BOECKEL, 2010).
O uso do termo clínica-escola veio a ser substituído por serviço-escola a partir do 12° Encontro de Clínicas-Escola do Estado de São Paulo em 2004. Essa mudança tinha como objetivo ampliar a conduta de intervenção do psicólogo para além da clínica, seguindo o desenvolvimento da profissão (AMARAL, 2012).
Os serviços-escola evoluíram ao longo de sua história e ampliaram os seus modos de acolher e fazer intervenções terapêuticas, mas justamente para atender à demanda da população que recebe é que é preciso conhecê-la, saber quem são, o que desejam, de onde vêm (VIOL, 2015). Esse movimento de conhecer mais sobre a população e suas necessidades específicas deve ser um exercício constante assim como de pesquisar e se atualizar sobre as inovações da área. A partir disso, o serviço deve rever as atividades oferecidas por ele e adaptá-las quando necessário, implantar novas atividades, acompanhar a evolução do funcionamento de serviços companheiros e favorecer para maior inserção social da Psicologia (AMARAL, 2012). Essa não deve ser uma tarefa apenas dos responsáveis pelo serviço, mas também dos estagiários que fazem parte dessa equipe.
Os estagiários, não devem ter um olhar fechado apenas para sua experiência e deveres acadêmicos, pois, acima de tudo, ele tem um dever ético e social com seus clientes, com a população da região e com a equipe do qual faz parte. Dessa forma, além dos atendimentos, das reuniões e supervisões, o estagiário deve manter um olhar ampliado sobre seu cliente e repassar essas informações ao serviço, mas acima de tudo, ele deve traçar estratégias que venham a favorecer positivamente o processo terapêutico dos clientes, afinal buscar inovações e melhores condições de atendimentos para o serviço é tarefa de todos da equipe (AMARAL, 2012). Referente a isso, Guimarães, Oliveira e Yamamoto (2013), pontuam sobre a importância de uma atuação contextualizada historicamente e socialmente amparada na política de Humanização do SUS, que propõe um atendimento específico às necessidades de cada paciente. A qual identifica os limites da atuação e valoriza o cuidado multidisciplinar como um cuidado mais amplo às necessidades. 
Considerando que a psicologia tem ocupado um espaço social em diferentes instituições como os ambulatórios, escolas, empresas, dentre outras, as autoras Santello e Zaith (2012) compreendem que o objetivo do psicólogo no campo institucional é o da psico-higiene, contribuindo para promoção da saúde e do bem estar da instituição e seus integrantes. Bleger (1984) apud Santello e Zaith (2012) acrescenta que a promoção do bem estar se dá a partir das relações intra e interpessoais, intra e intergrupais. Considerados serviços de média complexidade, os ambulatórios de saúde mental com o passar do tempo têm sido um lugar importante de atuação dos profissionais de psicologia. (GUIMARÃES; OLIVEIRA; YAMAMOTO, 2013).
O papel do psicólogo no contexto do ambulatório é disponibilizado por um trabalho multidisciplinar visando contribuir com sua diferente forma de olhar e compreender o indivíduo. O trabalho da psiquiatria tradicional no ambulatório se define por um olhar mais centrado no diagnóstico e nas intervenções medicamentosas e considera-se que há sucesso no tratamento quando há remissão dos sintomas e controle da crise (COSTA-ROSA, 2006 APUD GUIMARÃES; OLIVEIRA; YAMAMOTO, 2013). A psicologia visa a autonomia do sujeito e busca compreender a pessoa como um todo, isto é, os aspectos envolvidos na dinâmica familiar, a forma como o cliente lida com o diagnóstico e sintomas, quais os possíveis impactos biopsicossociais enfrentados pelo indivíduo, dentre outras. (GUIMARÃES; OLIVEIRA; YAMAMOTO, 2013).
Ainda segundo Guimarães, Oliveira, Yamamoto (2013) a abertura dos ambulatórios possibilitou uma alteração no cuidado da rede que anteriormente era pautada na lógica curativista e calcada nas internações. Dessa forma ampliou-se as demandas existentes no consultório e as possibilidades de atuação do psicólogo, já que este inicialmente ganhou espaço por falta de psiquiatras. Mesmo havendo frequentemente nas unidades ausência de atividades em equipe, hoje, nos ambulatórios com a inserção de psicólogos, há a possibilidade de ofertar uma ampla gama de serviços, como:
Atendimento individual (consulta, psicoterapia, dentre outros), atendimento grupal (grupo operativo, terapêutico, atividades socioterápicas, grupos de orientação, atividades de sala de espera, atividades educativas em saúde), visitas domiciliares por profissional de nível médio ou superior e atividades comunitárias, especialmente na área de referência do serviço de saúde. (Ministério da Saúde, 2010, pp. 1-2 apud GUIMARÃES; OLIVEIRA; YAMAMOTO, 2013) 
2.OBJETIVO
Descrever, compreender e analisar as prática psicológica clínica realizada durante o primeiro e segundo semestre de 2020, supervisionado nas disciplinas Estágio Básico IV Psicologia na Saúde/Clínica: Psicologia Clínica Institucional Humanista, Estágio Específico I Práticas em Psicologia na Saúde/Clínica: Clínica Institucional Humanista, Estágio Básico V Psicologia na Saúde/Clínica: Psicologia Clínica Institucional Humanista e Estágio Específico II Práticas em Psicologia na Saúde/Clínica: Clínica Institucional Humanista.
3.DESCRIÇÃO DE CAMPO
A- Serviço-Escola de Psicologia:
O campo de referência em que o trabalho foi realizado é o Serviço de Psicologia da Pontifícia Universidade Católica de Campinas. Que tem como objetivo a formação profissional e o desenvolvimento das capacidades e competências dos alunos de psicologia no que diz respeito à prática da profissão, em especial, da área clínica, para a realização dos estágios obrigatórios. A seguir serão apresentadas algumas de suas características.
3.1 História do Serviço
O serviço-escola de Psicologia da PUC Campinas foi inaugurado em 1967, época em que atendia pelo nome de Clínica-Escola e se localizava no centro da cidade. A ideia surgiu de uma demanda do próprio curso, que tinha iniciado apenas três anos antes, em 1964, e precisava de um local onde os alunos pudessem colocar na prática as teorias aprendidas na sala de aula. No início, os serviços prestados tinham caráter particular, ou seja, os clientes que frequentavam a clínica precisavam pagavam pelos atendimentos prestados e esse valor era utilizado para compra de materiais. Além disso, o serviço tinha uma visão mais voltada aos indivíduos, sem muita consideração aos modelos sociais, o que era tendência predominante da psicologia na época. (ALMEIDA, YOSITUGU; 2017)
Em 1987, a clínica escola passou a receber recursos da prefeitura, podendo então oferecer alguns serviços públicos, mas ainda tendo um caráter particular (pago) presente. No entanto, 4 anos depois, em 1990, a clínica se torna integralmente conveniada ao SUS. Em 2001 a clínica foi transferida para o campus II, no Ambulatório de Especialidades do Hospital e Maternidade Celso Pierro, desde então o serviço demonstrou caráter de “portas abertas”, isto é, ele acolhe a todos que demonstram interesse em ser atendido, com ou sem encaminhamentos prévios. As vagas disponíveis estão direcionadas de acordo com a capacidade assistencial do local. O serviço oferece atendimento desde o público infantil até idosos, estabelecendo certa preferência aos moradores das regiões Noroeste e Sudeste de Campinas, e disponibiliza programas como: acolhimento, avaliaçãopsicológica, avaliação individual ou grupal e programa de grupos abertos. (ALMEIDA, YOSITUGU; 2017)
3.2 Descrição Física e localização
Atualmente, o Serviço está localizado no prédio do Ambulatório de especialidades, no campus II da PUC-Campinas, na Avenida John Boyd Dunlop s/n no Bairro Jardim Ipaussurama, na região Noroeste de Campinas- SP.
Em relação à sua estrutura física, o local tem 770m², e conta com 12 salas para atendimento individual, sete salas para atendimentos em grupo e uma sala para atendimento de casal. Há uma sala de espera para os clientes com cerca de 20 cadeiras, um bebedouro, um banheiro feminino e um masculino, duas mesas pequenas ao centro com quatro cadeiras cada uma, para as crianças. A sala de espera se conecta com o espaço da recepção através de duas grandes janelas, que permite que os clientes dialoguem com os funcionários da clínica. A recepção é composta por uma bancada com dois computadores, armários de arquivos, duas mesas com telefones e um espaço com brinquedos, que contém diversos jogos e brinquedos.
Há também a sala de espera dos estagiários que contém, com armários, uma mesa ao centro com seis cadeiras, e, em lados opostos da sala, duas bancadas de pedra também com cadeiras. Ao fundo da sala há uma estante com caixas lúdicas de clientes. O serviço também conta com uma sala de reuniões, que possui uma mesa grande ao centro e dois computadores, sala de instrumentos psicológicos, sala de estudos, sala de computadores, sala das psicólogas assistenciais, sala da responsável técnica, sala da assistente social e 13 salas de supervisão.
3.3 Funcionários do Serviço
O serviço é composto pelos estagiários de oitavo período que realizam os acolhimentos, os estagiários de décimo período que podem realizar acolhimentos, avaliação contextual, projetos de intervenção e grupos terapêuticos. A equipe é composta pela Responsável Técnica Karine Santiago, as psicólogas assistenciais Márcia Cristina Capparelli Fonseca, Graziella Gamper Nunes, Helena Maria Nader e Adelita Costa e uma assistente social, Isis.
Os funcionários da recepção do Serviço são: Ronaldo, Adrielli, Gabriela no período da manhã e tarde, Edvânia no período da tarde e noite e Bruno no período da noite.
	EQUIPE TÉCNICA 
	 HORAS SEMANAIS 
	Karine Santiago Oliveira
	30 horas semanais - dia
	Marcia Cristina Fonseca Lambert
	20 horas semanais - dia
	Graziella Gamper Nunes
	30 horas semanais - tarde/noite
	Helena Maria Costanzi Nader
	20 horas semanais - dia
	Adelita Cabrera Costa
	20 horas semanais - noite
	EQUIPE DA RECEPÇÃO
	HORAS SEMANAIS
	Andrielly Caroline dos Santos
	40 horas semanais - dia
	Ronaldo S. Koziel
	40 horas semanais - dia
	Edivania Gomes da Silva
	30 horas semanais - tarde/noite
	Gabriella S. Ferreira Pedroso
	25 horas semanais - noite
	ASSISTENTE SOCIAL
	HORAS SEMANAIS
	Isis Messias
	30 horas semanais - dia
	Edivania Gomes da Silva
	30 horas semanais - dia
3.4 Horário de Funcionamento
O serviço funciona de segunda à sexta-feira das 8:00hs às 22:00hs. Sendo que os horários para acolhimento são de Segunda-feira às 8:00hs e 18:00hs, Quarta-feira às 8:00hs e Sexta-feira às 8:00hs e a assistente social de segunda, quarta, quinta e sexta-feira das 8:00hs às 14hs:15min e de terça-feira das 14:00hs às 20hs:15min. 
3.5 Adaptações do Serviço Durante a Pandemia pela COVID-19
Com o início da pandemia do COVID-19 o serviço precisou realizar algumas adaptações quanto às atividades prestadas, atendendo as normas de segurança estabelecidas pelo ministério da saúde. Dessa forma, a grande maioria dos atendimentos passaram a acontecer em formato online, através da plataforma SKYPE. Os clientes, que por algum motivo não podiam fazer o atendimento online, passavam por uma triagem para verificar a possibilidade de serem atendidos presencialmente. Em caso de grupo de risco, a pasta era fechada temporariamente.
Para os atendimentos presenciais a sala de espera apresentava cadeiras organizadas de forma intercalada entre disponíveis e indisponíveis para sentar, além de um recuo de um metro da janela que conecta a sala de espera com a recepção. A mesa pequena para as crianças foi retirada. O ambiente era higienizado constantemente e por todo local havia placas com orientações sobre o uso obrigatório de máscaras.
As salas de atendimento também foram divididas em horas pares e ímpares, uma vez que a sala estivesse em uso, a sala usada anteriormente era higienizada e preparada para o próximo atendimento. O estagiário deveria manter a sala bem ventilada e usar máscara e protetor facial.
Referente a sala dos estagiários, essa teve as cadeiras reduzidas pela metade e foram redivididas pela sala. As salas de supervisões foram fechadas e as atividades passaram a acontecer em formato online pela plataforma TEAMS ou CANVAS.
3.6 Casos Atendidos no Serviço-Escola de Psicologia
No Serviço-Escola de Psicologia da Puc-Campinas foram atendidos os seguintes casos: 
Caso 1
PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE CAMPINAS 
CENTRO DE CIÊNCIAS DA VIDA 
FACULDADE DE PSICOLOGIA 
SERVIÇO DE PSICOLOGIA/SAÚDE CLÍNICA 
_________________________________________________________________ 
 
I - RELATÓRIO PSICOLÓGICO SEMESTRAL 
Como finalização do processo terapêutico semestral 
 
II – IDENTIFICAÇÃO 
 
Nome: Alexandre Albuquerque 
Data de nascimento: 12/01/2002 - Idade: 18 anos e 8 meses 
Local de nascimento: Campinas –SP. 
Escolaridade: Ensino médio completo 
Ocupação: Estudante 
Estado civil: Solteiro 
Nome da Escola: Associação de Educação do Homem de Amanhã (AEDHA). 
Período: Matutino 
Contraturno: Aguardando início de estágio 
 
III – SOLICITANTE 
Nome: Serviço-Escola de Psicologia da PUC-Campinas. 
 
IV – FINALIDADE 
Acadêmica. 
 
V – AUTORES 
Nome do(a) aluno(a): Wesle Rodrigues Pereira 
RA: 15617517 
Nome do Supervisor responsável: Tatiana Slonczewski 
CRP: 06/56275 
 
VI – DESCRIÇÃO DA DEMANDA 
Cliente faz acompanhamento psicológico no Serviço-Escola de Psicologia da Puc-Campinas desde agosto de dois mil e dezenove, com queixas de alterações do humor e estados depressivos. Declara que buscou espontaneamente pelo atendimento após receber informações sobre o serviço em uma ação de saúde mental organizada no centro de Campinas. 
 
VII – PROCEDIMENTO 
No primeiro semestre de dois mil e vinte, foram previstos quatro encontros com duração de cinquenta minutos cada, mas apenas três deles ocorreram, sendo divididos da seguinte forma: 
	18/02/2020 
	O terapeuta não realizou o atendimento. 
	25/02/2020 
	Acolhimento incluindo uma entrevista semiestruturada com o objetivo de colher dados referentes às mudanças nos contextos socioeconômico, escolar, relacional e de saúde. Foi realizado também um novo contrato terapêutico. 
	05/03/2020 
	Psicoterapia individual (Evolução Terapêutica). 
	12/03/2020 
	Psicoterapia individual (Evolução Terapêutica). 
 
Em consequência da Pandemia COVID-19, depois da segunda semana do mês de abril as atividades foram suspensas, mas cliente foi informado através de contato telefônico no dia 16/03/2020. 
Os atendimentos foram realizados de acordo com os preceitos da ACP (Abordagem Centrada na Pessoa). 
 
 
VIII – ANÁLISE 
 
A Abordagem Centrada na Pessoa preconiza que todo indivíduo tem uma capacidade inata para autorregulação e desenvolvimento de suas potencialidades, dadas as condições facilitadoras do meio. Esse pressuposto é denominado “tendência atualizante” e para sua facilitação na relação terapêutica, são necessárias três atitudes consideradas necessárias e suficientes para mudança psicológica: “aceitação positiva incondicional”, que se resume em uma consideração genuína pelo cliente e suas experiências; a “empatia”, que é a capacidade de captar com precisão os sentimentos que o cliente vivencia; e por fim, “autenticidade ou congruência”, que se refere a habilidade do terapeuta simbolizar corretamente suas experiências no contato com o cliente, comunicando-as devidamente. 
No decorrer dos atendimentos, Alexandre se apresenta ao mundo não conseguindo trazer uma experiência de si própriodescolada do diagnóstico parecendo precisar do apoio do sintoma para mostrar quem ele é. Nesse sentido, buscava validar suas atitudes comparando-as aos sintomas e parecia construir uma identidade atrelada a isso, por exemplo, quando comenta de sua instabilidade afetiva no sentido de experienciar ódio e amor por uma mesma pessoa, considerando este um atributo ao mesmo tempo algo que o que também define o transtorno emocional que ele teria, ou também, quando explica que dá risadas descontextualizadas e se vê fazendo comentários de a teor erótico, que segundo ele é de forma desregulada. 
 
IX – CONCLUSÃO 
 
Ao ser contatado, cliente optou pela não continuidade dos atendimentos, seja de presencial ou online. Diante disso, a pasta foi encerrada. Conclui-se que é importante que cliente dê continuidade aos atendimentos de serviço de saúde mental e o mesmo informou durante os atendimentos que está em acompanhamento psiquiátrico regular junto a UBS de referência. 
Hipóteses diagnósticas: CID 10, F33 (Transtorno Depressivo Recorrente) e F31, (Transtorno Afetivo Bipolar). 
Este documento não poderá ser utilizado para fins diferentes do apontado no item ‘identificação’, possuindo caráter sigiloso, tratando-se de documento extrajudicial. Seus autores estão isentos da responsabilidade dada ao relatório por parte da pessoa, grupo ou instituição, após sua entrega em entrevista devolutiva”. 
Ressalta-se a validade temporal determinada do presente relatório, considerando o caráter dinâmico de seu objeto de estudo e dos contextos com os quais este se relaciona. 
 Campinas, 8 de outubro, de 2020.    
__________________  
Estagiário: Wesle Rodrigues   
RA:  15617517  
  
____________________  
Supervisor: Tatiana Slonczewski    
CRP: 06/56275  
Caso 2:
PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE CAMPINAS 
CENTRO DE CIÊNCIAS DA VIDA 
FACULDADE DE PSICOLOGIA 
SERVIÇO DE PSICOLOGIA/SAÚDE CLÍNICA 
_________________________________________________________________
I - RELATÓRIO PSICOLÓGICO SEMESTRAL 
Como finalização do processo terapêutico semestral 
 
II – IDENTIFICAÇÃO 
 
Nome: Christiano Batista 
Data de nascimento: 26/07/1977 - Idade: 43 anos e 4 meses 
Local de nascimento: Campinas-SP. 
Escolaridade: Ensino Médio Completo 
Ocupação: Vendedor 
Estado civil: Casado 
Nome do cônjuge: Priscila Batista 
Data de nascimento: Idade: Dado não fornecido
Ocupação: Dado não fornecido
III – SOLICITANTE 
Nome: Serviço-Escola de Psicologia da PUC-Campinas. 
 
IV – FINALIDADE 
Acadêmica. 
 
V – AUTORES 
Nome do(a) aluno(a): Wesle Rodrigues Pereira 
RA: 15617517 
Nome do Supervisor responsável: Tatiana Slonczewski 
CRP: 06/56275 
 
VI – DESCRIÇÃO DA DEMANDA 
Cliente buscou o Serviço-Escola de Psicologia da Puc-Campinas espontaneamente, por indicação da esposa que também é usuária do serviço. A queixa trazida é sobre conflitos no relacionamento conjugal. Relata também, que a troca de emprego e diminuição de sua renda é motivo para a intensificação desses conflitos. 
VII – PROCEDIMENTO 
No primeiro semestre de dois mil e vinte, foram realizados três sessões presenciais com duração de aproximadamente cinquenta minutos cada, das quais, o paciente se ausentou em uma. Já no segundo semestre, foram previstas realizadas dezessete sessões online via plataforma Skype, das quais terapeuta desmarcou duas e cliente se ausentou em seis. 
	17/02/2020 
	Acolhimento e entrevista semiestruturada, a fim de compreender melhor a queixa e as condições sociais, familiar, relacional e de saúde. Foi realizado também um novo contrato de atendimento. 
	03/03/2020 
	Psicoterapia individual (Evolução Terapêutica). 
	12/03/2020 
	Cliente não compareceu. 
	24/06/2020 
	Retomada dos atendimentos e preenchimento do Protocolo de Monitoramento. 
	18/08/2020 
	Psicoterapia individual (Evolução Terapêutica).  
	25/08/2020 
	Terapeuta cancelou atendimento. 
	01/09/2020 
	Psicoterapia individual (Evolução Terapêutica). 
	08/09/2020 
	Cliente não compareceu. 
	10/09/2020 
	Psicoterapia individual (Evolução Terapêutica). 
	15/09/2020 
	Cliente não compareceu. 
	22/09/2020 
	Psicoterapia individual (Evolução Terapêutica).  
	29/09/2020 
	Cliente não compareceu. 
	06/10/2020 
	Cliente não compareceu. 
	13/10/2020 
	Psicoterapia individual (Evolução Terapêutica).  
	20/10/2020 
	Cliente não compareceu. 
	28/10/2020 
	Cliente não compareceu. 
	03/11/2020 
	Psicoterapia individual (Evolução Terapêutica).  
	11/10/2020 
	Psicoterapia individual (Evolução Terapêutica).  
	17/10/2020 
	Psicoterapia individual (Evolução Terapêutica).  
	25/11/2020 
	Terapeuta desmarcou atendimento. 
	02/12/2020 
	Cliente não compareceu. 
	04/12/2020 
	Cliente não compareceu. 
Em virtude da Pandemia COVID-19, as atividades foram suspensas a partir do dia 16/03/2020 e cliente foi informado pelo serviço. 
Os atendimentos foram realizados de acordo com os preceitos da ACP (Abordagem Centrada na Pessoa). 
 
VIII – ANÁLISE 
A Abordagem Centrada na Pessoa preconiza que todo indivíduo tem uma capacidade inata para autorregulação e desenvolvimento de suas potencialidades, dadas as condições facilitadoras do meio. Esse pressuposto é denominado “tendência atualizante” e para sua facilitação na relação terapêutica, são necessárias três atitudes consideradas necessárias e suficientes para mudança psicológica: “aceitação positiva incondicional”, que se resume em uma consideração genuína pelo cliente e suas experiências; a “empatia”, que é a capacidade de captar com precisão os sentimentos que o cliente vivencia; e por fim, “autenticidade ou congruência”, que se refere a habilidade do terapeuta simbolizar corretamente suas experiências no contato com o cliente, comunicando-as devidamente. 
 Christiano parece estar constantemente pedindo para que as pessoas à sua volta o valorizem, o respeitem e o reconheçam. É como se não tivesse um senso firme de self por se esforçar em fazer o que é significativo para o outro e efetivamente não tem qualquer significado para ele. Isso é percebido na forma como ele se relaciona com a esposa, com que age de forma apreensiva para não cometer qualquer tipo de “erro” (sic) e, quando comete, parece ser muito intensa a forma como ele tenta ser ou fazer aquilo que ele supõe que ela espera dele. É como se ele experienciasse uma espécie de exigência sem fim, sempre em busca de satisfazer o desejo do outro em relação a ele. Com isso as suas funções psicológicas acabam empobrecendo, porque o seu desempenho está sempre voltado a satisfazer as necessidades percebidas no outro e não a sua própria. 
Com os seus pais o cliente busca igualdade no tratamento que eles tem com a outra filha. Essa ideia pode ser corroborada também na forma em que ele se compara com a esposa ao dizer que ela tem “pulso firme e é enérgica” (sic) e, que segundo ele, não consegue ser como ela. Parece que há uma forte tendência em supervalorizar os atributos de personalidade que ele considera desejáveis para a sociedade e que reconhece em algumas das pessoas ao seu redor, desvalorizando a si próprio em comparação a elas, o que tem sido motivo de grande sofrimento para ele. Paradoxalmente a mudança psicológica só ocorre quando o indivíduo é capaz de aceitar a si próprio e seus atributos e não quando os nega ou os desvaloriza. Sendo assim, o cliente passa a ter mais dificuldade de aprender sobre si próprio e ser como ele é perante a sociedade. 
Outra questão que merece destaque é fato de ele se relacionar com o mundo de forma a valorizar a importância de desempenhar os papeis de pai e marido. Essa ideia fica evidente nos assuntos trazidos por ele na maior parte dos atendimentos, que quase sempre giram em torno da preocupação com a relação que tem com a esposa e filhos. No processo terapêutico o papel preponderante do cliente tem sido a dificuldade da aceitação de si, nisso o terapeuta buscou orientá-lo a entrarem contato com sua estrutura interna por meio da empatia e da aceitação positiva incondicional. 
 
IX – CONCLUSÃO 
Considerando-se aspectos ainda a ser trabalhados para o pleno desenvolvimento psicológico do cliente, recomenda-se a continuidade do atendimento individual no Serviço de Psicologia da Puc-Campinas. Cliente foi avisado sobre a necessidade de manifestar interesse nas datas informadas pelo serviço. 
 Hipótese diagnóstica CID 63.0. Outros problemas relacionados com grupo primário de apoio, inclusive com a situação familiar. 
Este documento não poderá ser utilizado para fins diferentes do apontado no item ‘identificação’, possuindo caráter sigiloso, tratando-se de documento extrajudicial. Seus autores estão isentos da responsabilidade dada ao relatório por parte da pessoa, grupo ou instituição, após sua entrega em entrevista devolutiva”. 
Ressalta-se a validade temporal determinada do presente relatório, considerando o caráter dinâmico de seu objeto de estudo e dos contextos com os quais este se relaciona. 
 
Campinas, 25 de novembro, de 2020. 
   
__________________  
Estagiário: Wesle Rodrigues   
RA:  15617517  
  
____________________  
Supervisor: Tatiana Slonczewski    
CRP: 06/56275 
 
 
 
 
 
 Caso 3:
PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE CAMPINAS 
CENTRO DE CIÊNCIAS DA VIDA 
FACULDADE DE PSICOLOGIA 
SERVIÇO DE PSICOLOGIA/SAÚDE CLÍNICA 
_________________________________________________________________
I - RELATÓRIO PSICOLÓGICO SEMESTRAL 
Como finalização do processo terapêutico semestral 
 
II – IDENTIFICAÇÃO 
 
Nome: Janete de Jesus Camargo 
Data de nascimento: 17/ 03/1978 - Idade: 42 anos e 8 meses 
Local de nascimento: Capivari-SP. 
Escolaridade: Ensino Médio Completo 
Ocupação: Empregada Doméstica (diarista) 
Estado civil: Casada 
Nome do cônjuge: Cláudio de Camargo 
Data de nascimento: Dado não fornecido Idade: Dado não fornecido
Ocupação: Desempregado 
 
III – SOLICITANTE 
Nome: Serviço-Escola de Psicologia da PUC-Campinas. 
 
IV – FINALIDADE 
Acadêmica. 
 
V – AUTORES 
Nome do(a) aluno(a): Wesle Rodrigues Pereira 
RA: 15617517 
Nome do Supervisor responsável: Tatiana Slonczewski 
CRP: 06/56275 
 
VI – DESCRIÇÃO DA DEMANDA 
Cliente buscou faz o Serviço-Escola de Psicologia da Puc-Campinas de forma espontânea, apresentando queixas de conflitos na relação com esposo e com filho. Declara também ser a única provedora da casa e que isso a tem sobrecarregado. 
 
VII – PROCEDIMENTO 
No primeiro semestre de dois mil e vinte, foram realizados dois atendimentos presenciais com duração de aproximadamente cinquenta minutos cada. Já no segundo semestre, foram realizadas vinte sessões online via plataforma Skype. Ressalta-se que neste último semestre as sessões iniciaram com frequência de uma vez por semana, porém em um período mais crítico do caso foram necessárias duas sessões semanais. 
	12/03/2020 
	Acolhimento e entrevista semiestruturada, a fim de compreender melhor a queixa e  as condições sociais, familiar, relacional e de saúde. Foi realizado também um novo contrato de atendimento. 
	09/03/2020 
	Psicoterapia individual (Evolução Terapêutica). 
	20/08/2020 
	Retorno dos atendimentos e preenchimento do Protocolo de Monitoramento. 
	27/08/2020 
	Psicoterapia individual (Evolução Terapêutica). 
	03/09/2020 
	Psicoterapia individual (Evolução Terapêutica).  
	10/09/2020 
	Psicoterapia individual (Evolução Terapêutica). 
	03/09/2020 
	Psicoterapia individual (Evolução Terapêutica) 
	10/09/2020 
	Psicoterapia individual (Evolução Terapêutica). 
	17/09/2020 
	Psicoterapia individual (Evolução Terapêutica).  
	24/09/2020 
	Psicoterapia individual (Evolução Terapêutica).  
	01/10/2020 
	Psicoterapia individual (Evolução Terapêutica).  
	08/10/2020
	Psicoterapia individual (Evolução Terapêutica).  
	16/10/2020
	Psicoterapia individual (Evolução Terapêutica).  
	23/10/2020
	Psicoterapia individual (Evolução Terapêutica). Cliente não compareceu. 
	27/10/2020
	Psicoterapia individual (Evolução Terapêutica).  
	29/10/2020
	Psicoterapia individual (Evolução Terapêutica).  
	05/11/2020
	Psicoterapia individual (Evolução Terapêutica).  
	12/11/2020 
	Psicoterapia individual (Evolução Terapêutica).  
	19/11/2020 
	Psicoterapia individual (Evolução Terapêutica).  
	26/11/2020 
	Psicoterapia individual (Evolução Terapêutica).  
	01/12/2020 
	Psicoterapia individual (Evolução Terapêutica). 
	04/12/2020 
	Devolutiva. 
 
 
Em virtude da Pandemia COVID-19, as atividades foram suspensas a partir do dia 16/03/2020 e cliente foi informado pelo serviço. 
Os atendimentos foram realizados de acordo com os preceitos da ACP (Abordagem Centrada na Pessoa). 
 
 
VIII – ANÁLISE 
A Abordagem Centrada na Pessoa preconiza que todo indivíduo tem uma capacidade inata para autorregulação e desenvolvimento de suas potencialidades, dadas as condições facilitadoras do meio. Esse pressuposto é denominado “tendência atualizante” e para sua facilitação na relação terapêutica, são necessárias três atitudes consideradas necessárias e suficientes para mudança psicológica: “aceitação positiva incondicional”, que se resume em uma consideração genuína pelo cliente e suas experiências; a “empatia”, que é a capacidade de captar com precisão os sentimentos que o cliente vivencia; e por fim, “autenticidade ou congruência”, que se refere a habilidade do terapeuta simbolizar corretamente suas experiências no contato com o cliente, comunicando-as devidamente. 
Janete parece viver uma dificuldade de aceitação de sua realidade atual e deixa claro que os caminhos que ela escolhe não levam ao lugar que ele deseja estar. Por exemplo, ela atualmente está casada com uma pessoa com transtorno mental e tem um filho com transtorno mental, mas tem dificuldade para aceitar e seguir as recomendações feitas pelos profissionais que os assistem. Ela se coloca numa posição de controle e cuidado, mas se sente insatisfeita com isso por sentir que não tem recursos pessoais para dar conta dessa tarefa, uma vez que afirma preferir que alguém cuidasse dela e não o contrário. 
 Outra questão a ser citada é o fato de ela parecer justificar as próprias atitudes e atitudes dos filho e do esposo, baseando-se no diagnóstico, como se este os isentasse de cumprir seus compromissos junto a escola ou trabalho e de assumir as próprias responsabilidades na qualidade da relação familiar e afazeres domésticos. 
Cliente relata também a insatisfação quanto ao que ela denomina “trocas de papéis” (sic) no ambiente familiar, uma vez que assume o papel de provedora, enquanto o marido não trabalha e se dedica a maior parte do tempo ao video game. Ao mesmo tempo que ela reivindica melhores condições da relação entre eles, ela também se coloca numa posição permissiva e com dificuldades para fazer valer suas próprias necessidades. 
É como se, em alguns momentos, ela vivesse em uma relação simbiótica com o esposo, a ponto de assumir responsabilidades que deveria assumir e de justificar todo e qualquer erro que ele cometa, passando a procurar emprego por ele e a se preocupar em explicar os motivos pelos quais ele não permanece nos empregos encontrados. 
Ela parece ter grande dificuldade de reconhecer e aceitar esta sua forma de relacionar-se com o parceiro, em momentos de frustração entra em conflito com ele e também com suas próprias necessidades, desesperando-se ou adotando uma postura agressiva. Segundo ela, as conversações em família são baseadas em gritos e hostilidade, e o casal dificilmente chega a um acordo quanto às regras de casa e educação do filho. Atualmente, a sua dinâmica psicológica interna e qualidade de seu contato com mundo não tem lhe permitido uma mudança satisfatória de sua condição de sofrimento existencial, uma vez que parece não entrar em contato com as suas próprias necessidades e dificuldades a cada momento e não estabelecer os limites adequadosàs agressões vividas em sua relação familiar/conjugal e às suas próprias responsabilidades no cuidado a cada um dos indivíduos da família. 
 
IX – CONCLUSÃO 
 
Conclui-se que, apesar de serem identificadas as dificuldades supracitadas, cliente tem realizado um movimento inicial de se questionar e refletir sobre suas escolhas e consequências dessas escolhas. Sendo assim, é indicada à continuidade no atendimento no Serviço de Psicologia da Puc-Campinas. Cliente foi avisada sobre a necessidade de manifestar interesse nas datas informadas pelo serviço. 
Este documento não poderá ser utilizado para fins diferentes do apontado no item ‘identificação’, possuindo caráter sigiloso, tratando-se de documento extrajudicial. Seus autores estão isentos da responsabilidade dada ao relatório por parte da pessoa, grupo ou instituição, após sua entrega em entrevista devolutiva”. 
Ressalta-se a validade temporal determinada do presente relatório, considerando o caráter dinâmico de seu objeto de estudo e dos contextos com os quais este se relaciona. 
 Campinas, 04 de dezembro, de 2020. 
												 
__________________  
Estagiário: Wesle Rodrigues   
RA:  15617517  
  
____________________  
Supervisor: Tatiana Slonczewski  
  
CRP: 06/56275 
 
 
 
Caso 4
PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE CAMPINAS 
CENTRO DE CIÊNCIAS DA VIDA 
FACULDADE DE PSICOLOGIA 
SERVIÇO DE PSICOLOGIA/SAÚDE CLÍNICA 
_________________________________________________________________
I - RELATÓRIO PSICOLÓGICO SEMESTRAL 
Como finalização do processo terapêutico semestral 
 
II – IDENTIFICAÇÃO 
 
Nome: João Lucas Conceição Martins 
Data de nascimento: 06/ 03/2011 - Idade: 9 anos e 7 meses 
Local de nascimento: Campinas-SP. 
Escolaridade: 3° ano do ensino fundamental 
Ocupação: Estudante 
Estado civil: Solteiro 
Filiação 
Nome da mãe: Maria Janice Conceição Martins 
Data de nascimento: 13/06/1978 - Idade: 42 anos e 4 meses 
Ocupação: Doméstica (diarista)
Nome do pai: Dado não fornecido pela mãe 
Data de nascimento: Dado não fornecido pela mãe- Idade: Dado não fornecido pela mãe 
Ocupação: Dado não fornecido pela mãe 
Nome da Escola: Escola Estadual Major Adolpho Rossin 
Período: Diurno 
Contraturno: Frequentou PROGEN até início da pandemia 
 
 
III – SOLICITANTE 
Nome: Serviço-Escola de Psicologia da PUC-Campinas. 
 
IV – FINALIDADE 
Acadêmica. 
 
V – AUTORES 
Nome do(a) aluno(a): Wesle Rodrigues Pereira 
RA: 15617517 
Nome do Supervisor responsável: Tatiana Slonczewski 
CRP: 06/56275 
 
VI – DESCRIÇÃO DA DEMANDA 
Cliente faz acompanhamento desde de dois mil e dezessete no Serviço de Psicologia da Puc-Campinas. A mãe buscou o atendimento por encaminhamento da escola, que refere que a criança apresenta dificuldades de alfabetização e de memorização, troca letras e números. A mãe descreve, também, que ele tem uma escrita espelhada e tem dificuldade de atenção e raciocínio. 
VII – PROCEDIMENTO 
No primeiro semestre de dois mil e vinte, foram realizados dois encontros presenciais com duração de cinquenta minutos cada. Já no segundo semestre, foram realizadas quatro tentativas de contato telefônicos e, as articulações de caso descritas a seguir: acesso à pasta no ambulatório de Psiquiatria Infantil da Puc-Campinas, reunião com a enfermeira chefe do Centro de Saúde Rossin e reunião com psicóloga do Centro de Saúde Rossin. 
	18/02/2020 
	Acolhimento e entrevista semiestruturada com a mãe, a fim de compreender melhor a queixa e as condições sociais, escolar, familiar, relacional e de saúde. Foi realizado também um novo contrato de atendimento. 
	10/02/2020 
	Psicoterapia individual (Evolução Terapêutica) 
	18/08/2020 
	Tentativa de contato telefônico 
	19/08/2020 
	Tentativa de contato telefônico 
	23/08/2020 
	Tentativa de contato telefônico 
	26/08/2020 
	Tentativa de contato telefônico 
	23/09/2020 
	Acesso à pasta no Ambulatório de Psiquiatria Infantil da Puc-Campinas, para saber se está em acompanhamento. 
	21/10/2020 
	Reunião com enfermeira chefe do Centro de Saúde Rossin, com objetivo de propor visita domiciliar e apoio matricial. 
	29/10/2020 
	Reunião com psicóloga do Centro de Saúde Rossin. 
 
Em virtude da Pandemia COVID-19, as atividades foram suspensas a partir do dia 16/03/2020 e cliente foi informado pelo serviço. 
 
VIII – ANÁLISE 
Não foi possível realizar uma análise do caso porque não há dados suficientes. 
IX – CONCLUSÃO 
Em virtude das ausências e impossibilidade das respostas aos contatos caso foi encerrado e encaminhado para a UBS de referência. Hipótese diagnóstica CID Z55.0: Problemas relacionados à educação e alfabetização. 
 Este documento não poderá ser utilizado para fins diferentes do apontado no item ‘identificação’, possuindo caráter sigiloso, tratando-se de documento extrajudicial. Seus autores estão isentos da responsabilidade dada ao relatório por parte da pessoa, grupo ou instituição, após sua entrega em entrevista devolutiva”. 
Ressalta-se a validade temporal determinada do presente relatório, considerando o caráter dinâmico de seu objeto de estudo e dos contextos com os quais este se relaciona. 
 Campinas, 8 de outubro, de2020. 
   
__________________  
Estagiário: Wesle Rodrigues   
RA:  15617517  
  
____________________  
Supervisor: Tatiana Slonczewski  
  
CRP: 06/56275 
Caso 5
PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE CAMPINAS 
CENTRO DE CIÊNCIAS DA VIDA 
FACULDADE DE PSICOLOGIA 
SERVIÇO DE PSICOLOGIA/SAÚDE CLÍNICA 
_________________________________________________________________
I - RELATÓRIO PSICOLÓGICO SEMESTRAL 
Como finalização do processo terapêutico semestral 
II – IDENTIFICAÇÃO 
Nome: Shirley Justino Leal 
Data de nascimento: 10/ 05/1979 - Idade: 41 anos e 6 meses 
Local de nascimento: Dado não fornecido pela cliente 
Escolaridade: Ensino Médio Completo 
Ocupação: Vendedora 
Estado civil: Divorciada 
 
III – SOLICITANTE 
Nome: Serviço-Escola de Psicologia da PUC-Campinas. 
 
IV – FINALIDADE 
Acadêmica. 
 
V – AUTORES 
Nome do(a) aluno(a): Wesle Rodrigues Pereira 
RA: 15617517 
Nome do Supervisor responsável: Tatiana Slonczewski 
CRP: 06/56275 
 
VI – DESCRIÇÃO DA DEMANDA 
Cliente buscou faz o Serviço-Escola de Psicologia da Puc-Campinas mediante encaminhamento do neurologista do Hospital Ouro Verde em março de 2017. Shirley relata apresentar como queixa conflitos no seu relacionamento amoroso. 
 
VII – PROCEDIMENTO 
No primeiro semestre de dois mil e vinte, foram realizados quatro atendimentos presenciais com duração de aproximadamente cinquenta minutos cada, das quais a cliente se atrasou em uma. Já no segundo semestre, foram propostas onze sessões online via plataforma Skype, das quais cliente se ausentou em sete. 
	18/02/2020 
	Acolhimento e entrevista semiestruturada, a fim de compreender melhor a queixa e  as condições sociais, familiar, relacional e de saúde. Foi realizado também um novo contrato de atendimento. 
	10/03/2020 
	Psicoterapia individual (Evolução Terapêutica). 
	24/06/2020 
	Retomada dos atendimentos e preenchimento do Protocolo de Monitoramento. 
	25/06/2020 
	Psicoterapia individual (Evolução Terapêutica). 
	20/08/2020 
	Cliente não compareceu. 
	27/08/2020 
	Psicoterapia individual (Evolução Terapêutica). 
	03/09/2020 
	Psicoterapia individual (Evolução Terapêutica) 
	10/09/2020 
	Psicoterapia individual (Evolução Terapêutica). 
	16/09/2020 
	Cliente não compareceu. 
	23/09/2020 
	Psicoterapia individual (Evolução Terapêutica).  
	30/09/2020 
	Cliente não compareceu. 
	07/10/2020 
	Cliente não compareceu. 
	14/10/2020 
	Cliente não compareceu. 
	21/10/2020 
	Cliente não compareceu. 
	28/10/2020 
	Cliente não compareceu. 
	25/11/2020 
	Articulação final do caso com a UBS de referência. 
 
 
Em virtude da Pandemia COVID-19, as atividades foramsuspensas a partir do dia 16/03/2020 e cliente foi informado pelo serviço. 
Os atendimentos foram realizados de acordo com os preceitos da ACP (Abordagem Centrada na Pessoa). 
 
VIII – ANÁLISE 
A Abordagem Centrada na Pessoa preconiza que todo indivíduo tem uma capacidade inata para autorregulação e desenvolvimento de suas potencialidades, dadas as condições facilitadoras do meio. Esse pressuposto é denominado “tendência atualizante” e para sua facilitação na relação terapêutica, são necessárias três atitudes consideradas necessárias e suficientes para mudança psicológica: “aceitação positiva incondicional”, que se resume em uma consideração genuína pelo cliente e suas experiências; a “empatia”, que é a capacidade de captar com precisão os sentimentos que o cliente vivencia; e por fim, “autenticidade ou congruência”, que se refere a habilidade do terapeuta simbolizar corretamente suas experiências no contato com o cliente, comunicando-as devidamente. 
Parece que cliente se relaciona com o mundo enfatizando a importância de um relacionamento amoroso em sua experiência de vida. Essa ideia é corroborada na seguinte fala: “a carência é algo que mexe muito comigo” (sic). Percebe-se um conflito e dificuldade em entender o tipo de relação que ela deseja ter e o tipo de relação que o outro oferece. Segundo ela, seu desejo é ter alguém presente no cotidiano, mas o ex-companheiro não era presente da forma que ela esperava. Não obstante, Shirley faz um movimento saudável quando decide romper essa relação mesmo que a faça “sofrer” (sic), pois segundo ela, foi a forma mais apropriada para aprender valorizar a si mesma. 
Percebe-se que ela está num estado de incongruência quando realiza compras de forma compulsiva para depois se “sentir bem” (sic). Parece que sua atitude de comprar compulsivamente é uma forma de ela não entrar em contato com sua estrutura interna, com o que sente e com o que lhe preocupa. Dito isso, é como se esse comportamento estivesse refletindo um mecanismo de resistência ao acesso daquilo que tenta se mostrar à consciência e que precisa de atenção, por exemplo a sua necessidade de afeto, sua solidão e o luto pelo pai. 
Outro questão que merece destaque é o fato de ela sentir medo de dirigir o carro ou a moto depois de quase ter vivenciado um acidente no trânsito. È como se ela nesse momento buscasse uma autoproteção baseada na sua concepção da realidade atual como algo ameaçador gerador de perdas e sofrimento, e assim passasse a evitar ansiosamente quaisquer experiências do quotidiano que desafiassem a possibilidade de seu controle. 
Dada a baixa assiduidade da cliente às sessões, não foi possível uma análise mais aprofundada dos conteúdos narrados. 
IX – CONCLUSÃO 
Dada a baixa assiduidade da cliente a pasta foi encerrada no Serviço-Escola de Psicologia da Puc-Campinas. Em contato para articulação do caso com a UBS, a responsável informa que a cliente frequenta a unidade, mas não apresenta o interesse da continuidade do suporte em saúde mental. Hipótese diagnóstica: CID Z73.0 (problemas relacionados com a organização de seu modo de vida). 
 Este documento não poderá ser utilizado para fins diferentes do apontado no item ‘identificação’, possuindo caráter sigiloso, tratando-se de documento extrajudicial. Seus autores estão isentos da responsabilidade dada ao relatório por parte da pessoa, grupo ou instituição, após sua entrega em entrevista devolutiva”. 
Ressalta-se a validade temporal determinada do presente relatório, considerando o caráter dinâmico de seu objeto de estudo e dos contextos com os quais este se relaciona. 
 
Campinas, 25 de Novembro, de 2020. 
   
__________________  
Estagiário: Wesle Rodrigues   
RA:  15617517  
  
____________________  
Supervisor: Tatiana Slonczewski  
  CRP: 06/56275 
 
 
B- Descrição do Ambulatório de Psiquiatria Infantil da Puc-Campinas
O Ambulatório de Psiquiatria Infantil está localizado no prédio do Ambulatório de Especialidades, no Campus II da PUC-Campinas na Avenida John Boyd Dunlop, s/n Jardim Ipaussurama, Campinas- SP, Cep: 13034-685. 
O objetivo do serviço é atender e acompanhar os casos encaminhados pela rede. O prédio conta com uma estrutura planejada para atendimentos ambulatoriais de diversas áreas da atuação da saúde, como neurologia, fonoaudiologia, psicologia, dentre outras. Entretanto, no setor de Psiquiatria Infantil as salas não são estruturadas de acordo com o público, porque as salas são utilizadas por profissionais de outras áreas da medicina em diferentes horários. Porém, durante os atendimentos são utilizadas 3 salas (7, 8 e 9), sendo uma para discutir os casos com o professor responsável e as outras duas para atendimentos propriamente ditos.
A equipe do serviço de Psiquiatria Infantil conta com: 1 Docente especialista em Psiquiatria Infantil (Dr. Osmar Henrique Della Torre); aproximadamente 18 internos graduandos em medicina, sendo que são divididos em 3 grupos de 6, isto é, cada grupo é escalado para determinado dia de atendimento; 2 residentes, 5 estagiários de psicologia e 2 recepcionistas. O serviço atende de segunda à quarta-feira das 8:00 às 17:00 hs.
Toda a equipe (exceto as recepcionistas) se reúne semanalmente às quartas-feiras para discutir casos e ampliar o conhecimento referente a diversos transtornos que são de interesse da psiquiatria e da psicologia.
A clientela é um grupo bastante heterogêneo. Embora seja um ambulatório de psiquiatria infantil, há pacientes que já são adultos mas continuam com o tratamento nesta mesma modalidade porque a equipe acredita ser mais viável a continuidade no acompanhamento. A clientela também se distingue em categorias de classificação sindrômica, isto é, atende pacientes com Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH); Síndrome do Espectro do Autismo (TEA); Transtorno Depressivo; dentre outras.
A presença do estagiário em campo iniciou dia 17/02/2020, mas foi interrompida dia 16/03/2020 em virtude da pandemia COVID-19. A partir do dia 21/09/2020 o serviço retornou com os atendimentos. Ao total foram 9 participações. Os atendimentos e participações no Ambulatório de Psiquiatria Infantil da Puc-Campinas foram realizados com a presença de estagiários internos da medicina junto ao estagiário de psicologia. Após cada atendimento o caso era discutido com o professor psiquiatra para depois realizar um feedback com os clientes (cuidador e usuário) e fazer as recomendações necessárias. 
3.7 Casos Atendidos no Ambulatório de Psiquiatria Infantil
 Durante o período de estágio foram atendidos os seguintes casos:
R. G. G. S., pasta 1041659, de 2 anos e 5 meses com a hipótese diagnóstica F84.3-Transtorno do Espectro Autista. Cliente apresenta dificuldades na fala e demonstra interesse por objetos em movimentos rotatórios. No decorrer da consulta, R. se movimentou por toda a sala, fez contato visual e se comunicou com o estagiário e, quando demonstrou interesse por algum objeto da sala tentou conduzir o estagiário pelas mãos em direção ao mesmo. Ressalta-se que ele tem habilidade para jogos no celular. O que mais chamou a atenção foi o fato da mãe parecer preocupada em como lidar com isso diante do posição do esposo, que não acredita que o filho tenha algum tipo de dificuldade ou atraso. 
R. G. B., pasta 356840, de 11 anos com hipóteses diagnósticas F 90.0, Distúrbios da Atividade e da Atenção; CID. F 84.0, TEA (transtorno do espectro autista); e CID. F 91.3, TOD (transtorno opositivo desafiador). Cliente apresentava comportamentos de agressividade na escola, dificuldades escolares e no sono. O que mais chamou atenção, foi a experiência positiva que ele vivenciou em seu desenvolvimento acadêmico depois de iniciar os estudos de forma remota, pois segundo relato da mãe o fato de repetir a vídeo-aula facilita nesse processo.
T. S. R., pasta 932843, de 19 anos com hipóteses diagnósticasF 95.0, Tiques Transitórios; G 40.0, Epilepsia e síndromes epilépticas idiopáticas definidas por sua localização (focal) (parcial) com crises de início focal; F 70.0, Retardo Mental Leve - menção de ausência de ou de comprometimento mínimo do comportamento. A experiência que ficou marcada dessa cliente foi o fato de ela dizer que não se sente confortável quando a mãe conta sobre sua vida para os estagiários, é como se ela ela estivesse reivindicando que ela mesma poderia fazê-lo.
V. C., pasta 54059, de 10 anos com as hipóteses diagnósticas F 98.0, Outros transtornos comportamentais e emocionais com início habitualmente durante a infância ou a adolescência; F 70.0, Retardo mental leve - menção de ausência de ou de comprometimento mínimo do comportamento. Cliente apresenta limitações na aprendizagem, prejuízos na atenção, alucinação auditiva e agressividade. Aponto como experiência o sentimento de empatia por essa criança porque segundo o relato do pai, a mãe biológica não deu conta de cuidar da filha, mas a o mesmo tempo, esse sentimento de empatia se estende para a mãe que se encontra em sofrimento por um possível sentimento de impotência. 
I. C. S., pasta 122002, de 17 anos, com a hipótese diagnóstica F41 (Transtorno Misto Ansioso e Depressivo). Cliente relata ter episódios de tristeza e comportamentos de isolamento social. Segundo ela, os sintomas apareceram depois de ter sofrido uma tentativa de abuso sexual na escola. A experiência mais marcante neste caso é o fato da cliente ter o sentimento de que está sendo um peso para as pessoas ao seu redor. 
L.H.T.M., pasta 862355, de 5 anos, com hipótese diagnóstica F92.3-TOD (Transtorno Opositor Desafiador). Cliente apresentava comportamentos de agressividade na escola e em demais ambientes. Durante sessão, manifestou comportamento de birra gritando e esmurrando a avó. Nessa dinâmica foi percebido um pouco do que essa avó e neto vivenciam no cotidiano e o quanto parece cansativo experienciar isso.
M.A.B., pasta 15931, de 23 anos, com hipóteses diagnósticas F72.0-Retardo Mental Grave; F40.0-Epilepsia e F.41.1-Ansiedade Generalizada.e. O que mais chamou atenção foi a quantidade de medicamentos que essa cliente faz uso (9 no total) e dificuldade que a mãe estava vivenciando em ter que decidir de era mais viável encaminhar a filha para uma instituição que funciona como uma casa de repouso para então conseguir se desenvolver, porque a mãe era única cuidadora e precisava preparar a filha para o mundo, caso ela viesse faltar.
P.R., pasta 929488, de 9 anos com a hipótese diagnóstica F90.0-TDAH (Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade). Durante atendimento a criança se mostrou opositora na relação com a mãe e, o que mais marcou nesta cliente foi seu relato de que se sente excluída pelos seus pares na escola.
A.L.R.M., pasta 426862, de 12 anos com hipótese diagnóstica Episódio Depressivo Remissivo. A experiência com este atendimento foi impactante, porque nas sessões anteriores, era a mãe quem trazia a filha e, a mão não deixava a criança se expressar. Neste dia, o pai a acompanhou pela primeira vez depois de ter ganhado uma causa judicial pela guarda da filha. Durante o atendimento percebeu-se que a relação entre pai e filha acontecia de maneira espontânea e, em seguida, depois da equipe conversar a sós com a adolescente, esta revelou que sua mão a incentivava a dizer mentiras nas sessões anteriores. 
J. V., pasta: 44007, de 18 anos com hipóteses diagnósticas F90.0 - Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH), F91.3- Transtorno Desafiador Opositor. Cliente apresenta queixas de dificuldades de leitura e escrita, bem como, dificuldades de atenção e na memória. Demonstra ter uma perspectiva de futuro porque comenta que quer trabalhar para ter seu próprio meio de sustento e quer encontrar uma namorada. 
C- Reuniões clínicas 
Ocorreram também participações em reuniões clínicas semanais junto à equipe do Ambulatório de Psiquiatria Infantil da Puc-Campinas. Cada encontro foi coordenado por diferentes profissionais que compunham a equipe, por isso, ora um dos residentes apresentavam estudos de caso, ora um dos professores especialistas na área contribuíram com estudos sobre temas específicos, bem como, estudo de casos. As reuniões deram início em 09/02/2020 e foram suspensas dia 16/03/2020 em função da Pandemia COVID-19. Porém a partir do dia 28/04/2020 a equipe retomou os encontros de forma remota. Após o dia 02/09/2020 abriu-se a possibilidade da participação presencial tomando as medidas de proteção e prevenção conforme recomendadas pela Organização Mundial da Saúde. Ao todo o estagiário participou de 15 reuniões. 
No decorrer dos encontros foram discutidos os seguintes casos de clientes com as seguintes hipóteses diagnósticas: I) 19/02/2020- Foi discutido sobre o tema TEA (Transtorno do Espectro Autista). Foi enfatizado a respeitos das principais características, comorbidades e etiologia. II) 04/03/2020- Foi apresentada uma breve introdução de como se faz um diagnóstico psiquiátrico. III) 11/03/2020- Foi abordado um panorama histórico da história da psiquiatria, considerando desde os primórdios com a segregação da sociedade até a desospitalização (retirada dos manicômios) para que o paciente tivesse o contato com o meio social. Foi discutido também, as diferenças entre os manuais de classificação (DSM-5 e CID-10).
IV) 29/04/2020- Foi discutido um caso clínico que a equipe apontou como hipótese diagnóstica é o Transtorno de Estresse Pós-Traumático (TEPT). Foi pontuado quais são as características que definem esse diagnóstico segundo o DSM-5 e quais as possibilidades de tratamento.
V) 06/05/2020- Foi apresentado um caso com hipótese diagnóstica de Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC) ou uma Psicose. Cliente apresentava comportamentos de repetição (obsessão) de checar se as pessoas ao seu estão vivas, bem como, o medo de que um papel que ele escreveu coisas de cunho sexual sobre a irmã fosse encontrado por alguém, mesmo que esse papel já tenho sido rasgado e jogado no lixo por ele mesmo.
VI) 11/06/2020- Foi discutido sobre as emergências psiquiátricas. A equipe abordou questões relacionadas sobre qual a ferramenta para se analisar o estado mental, quando e como medicar, mencionou também a identificação dos perfis mais comuns de pacientes que chegam à emergência, dentre outras coisas. 
VII) 26/08/2020- Transtorno de Ajustamento F43.2 ou Luto Z63.4. No que diz respeito a Transtorno de Ajustamento, foi discutido que a pandemia pode ter sido um fator que se somou às vicissitudes que a cliente tem passado e possivelmente tenha provocado um desajustamento, porém, no que se refere ao luto, foi pontuado como uma experiência de profunda dor humana. Enquanto a equipe discutia, foi refletido sobre o cuidado que é preciso ter em não patologizar algo que é um processo humano e, se é humano cada indivíduo o vivencia de forma subjetiva.
 VIII) 02/09/2020- PANDAS, uma doença autoimune associada ao TOC (Transtorno Obsessivo Compulsivo). A experiência de participar desse encontro acrescentou em conhecimento, pois o termo se apresentou como algo novo referente às classificações conhecidas pelo estagiário. 
IX) 09/09/2020- TAB (Transtorno Afetivo Bipolar) e Delirium. O que ficou dessa experiência é tentativa de tentar compreender como é a relação dessa cliente com mais esse fenômeno que foi agregado à sua subjetividade.
X) 16/09/2020-Foram apresentados dados epidemiológicos sobre suicídio no Brasil e no mundo, fatores de riscos e protetores, sinais e sintomas e, alguns resultados de estudos que começaram se posicionar em relação aos possíveis fatores neurobiológicos e psicológicos. A equipe discutiu também sobre a importância de validar o vazio existencial do cliente o que remete a uma aceitação positiva incondicional. 
XI) 23/09/2020- Cliente com hipótese diagnóstica de encefalite autoimune, que é uma inflamação no cérebro provocada quando o sistema imune ataca as própria célulascerebrais. O que mais chamou a atenção durante a discussão, foi a forma como os professores abordaram sobre a importância de fazer uma investigação mais pormenorizada antes de se apressar em dar um diagnóstico.
XII) 30/09/2020- O tema pontuado foi sobre transtornos mentais durante a gestação. O que mais chamou a atenção durante as discussões, foi o fato da equipe pensar junto quais são os fatores de riscos e benefícios da medicação durante esse período tão vulnerável. Nesse sentido, foi pontuado também a importância do suporte social e orientação psicoeducacional. 
XIII) 07/10/2020-Foi apresentado um guia de sobrevivência que é imprescindível para saber lidar com os casos psiquiátricos mais frequentes nos prontos socorros. Nesta palestra, foi mencionado quais os medicamentos mais utilizados nos casos mais comuns. Embora a prescrição de medicamentos não seja a especialidade do profissional de psicologia, conjectura que essa experiência pode auxiliar ter compreender melhor o funcionamento e possíveis efeitos em um cliente que está sob o uso do medicamento. 
XIV) 14/10/2020-O tema desta reunião foi sobre psiquiatria forense e dependência. O Dr. Eduardo apontou as diferenças entre crime culposo, voluntário e premeditado. Expôs que para a lei dos tóxicos não há imputabilidade de pena em casos de embriaguez voluntária, culposa e premeditada. Porém, existe imputabilidade se o indivíduo for embriagado por um ato fortuito como por exemplo, inalar alguma substância contra a vontade e acabar cometendo um crime.
XV) 18/11/2020- Foi apresentado um caso com hipótese diagnóstica é de síndrome neuroléptica maligna. Acontece quando existe uso excessivo de medicamentos neurolépticos ou antipsicóticos acarretando um estado mental alterado, hiperatividade, hipertermia e rigidez muscular. O tratamento aconselhável é a suspensão dos medicamentos, hidratação e uso de benzodiazepínicos como o amantadina
 D- Treinamento para Iniciar Semestre
No dia 10/02/2020 aconteceu um treinamento presencial com todos estagiários e equipe gestora do Serviço-Escola de Psicologia da Puc-Campinas. O objetivo foi apresentar as novas mudanças e exigências do CFP (Conselho Federal de Psicologia) em relação à padronização dos documentos necessários para registro de todo o processo ocorrido nesse contexto. 
E- Treinamento para Monitoramento
Dia 08/062020 ocorreu um treinamento para que estagiários se preparassem para o monitoramento dos pacientes no contexto de pandemia. Foi orientado sobre os objetivos do formulário e a forma de obtenção dos dados que foram por meio de ligação telefônica. Nem todos os estagiários puderam realizar as ligações porque dependiam do plano da sua operadora, diante disso, foi proposto para que a recepção do serviço agendasse um horário no ? acessar essa plataforma.
F- Treinamento para Iniciar Atendimento Remoto 
No dia 17/08/2020 houve um treinamento online com a psicóloga responsável técnica do serviço para orientar os estagiários a como conduzir os atendimentos remotos. Foi ressaltado sobre a importância de manter o sigilo e que para isso era recomendado que fosse reservado um espaço privado durante os atendimentos. Foi discutido também sobre as dificuldades que poderiam aparecer relacionadas a como se fazer presente através de um câmera e do contratempos enfrentados devido à questões da tecnologia.
G- Articulações
Foram realizadas também quatro articulações com diferentes instituições para que dois clientes não permanecessem desassistidos por não se adaptarem aos atendimentos de modalidade online. Para o caso do cliente João Lucas, o estagiário realizou duas articulações com Centro de Saúde Rossin: 1.participou de uma reunião junto à enfermeira chefe; 2. Participou de outra reunião com a psicóloga e a pediatra; Foi necessário também articular com o Ambulatório de Psiquiatria da Puc-Campinas. Cliente foi encaminhado para o projeto SABIÁ (Saber Interdisciplinar em Aprendizagem), mas caso a instituição não dê conta da demanda, a psicóloga de referência do centro de saúde oferecerá um suporte psicológico para a família. 
 Para o caso da cliente Shirley Justino, estagiário realizou uma articulação com o Centro de Saúde Perseu junto à enfermeira chefe do local. Como cliente já havia um histórico de desinteresse pelo serviço de saúde mental neste serviço, então a profissional não pode oferecer nenhum tipo de suporte. 
H- Projeto para Serviço-Escola de Psicologia da Puc-Campinas
Foi elaborado pelo estagiário junto à professora supervisora, uma proposta de projeto para a Clínica de Psicologia da Puc-Campinas. O projeto teve como objetivo uma roda de conversa com os alunos estagiários do oitavo período para o desenvolvimento de competências referentes ao tema “Como manter o desenvolvimento infantil saudável durante a pandemia”. Para tanto, o estagiário apresentou um vídeo informativo que ele elaborou para pais, com as recomendações de rotinas que auxiliam nesse processo de desenvolvimento infantil, de modo que os alunos pudessem refletir e criar estratégias de atividades socioeducativas com essa temática para o público que busca atendimento no serviço. O vídeo apresenta compreensões sobre o nível de atividade infantil na idade pré- escolar e escolar e traz, também, esclarecimentos para que os familiares/pais compreendam melhor como ocorre o processo do desenvolvimento global da criança.
I. Preenchimento dos formulários.
No fim do primeiro semestre de 2020, o estagiário junto à equipe de psicologia do serviço-escola realizou o preenchimento dos formulários com os clientes a fim de obter informações referentes ao estado de saúde, dos impactos da pandemia em diferentes contextos e possibilidade de acesso para dar continuidade aos atendimentos psicoterápicos de forma remota. 
4. ANÁLISE
As atuações e intervenções foram fundamentadas sob os preceitos da Abordagem Centrada na Pessoa (ACP). Em cada um desses espaços, foi possível experienciar a empatia e a aceitação positiva incondicional. Para Rogers (1980) a empatia é definida como a capacidade de se colocar no lugar do outro, já a aceitação positiva incondicional, como uma consideração genuína pelo cliente e suas experiências.
No ambulatório, foi identificado os sofrimento não só dos usuários do serviço, mas também, dos cuidadores que muitas das vezes se mostravam com dificuldades em lidar com os transtorno do(a) filho(a). Sendo assim, a atitude do estagiário foi a de enxergar o mundo desses clientes a partir do ponto de vista deles, bem como, a de aceitá-los com as suas diferentes formas de expressões, seja de cansaço por ter dificuldades em saber lidar com filho, frustração por não aceitar a história de vida da criança, etc. 
Foi percebido o estigma que as crianças carregam por se apresentarem com um transtorno psiquiátrico e foi identificado também que os cuidadores passam a levar consigo uma parcela desse estigma. Por exemplo, algumas crianças narraram sobre a rejeição vivenciada na escola e com os pares e, alguns cuidadores/pais relataram das inúmeras vezes que foram convocados à escola ou das vezes que evitaram participar de certas reuniões em família porque sentiam que o filho era um incômodo. Goofman apud Cavalcante (2012) entende que o estigma produz novos comportamentos que não tem relação com a doença em si, mas acarreta sentimento de inferioridade e provoca prejuízo nas relações. Segundo este autor o cuidador da criança com transtorno também recebe um estigma de cortesia e passa a sofrer com isso. Foi possível experienciar de perto e se colocar no lugar do sofrimento enfrentado por essas famílias e usuários, em virtude de todo processo desde a hipótese diagnóstica, descoberta, início do tratamento e desafios enfrentados daí por diante. 
 Não obstante, havia também cuidadores que pareciam lidar de forma saudável e equilibrada com a situação presente. Esses pais interagiram de forma respeitosa e demonstraram um razoável conhecimento sobre a situação do filho, porque sabiam dos efeitos dos medicamentos, resultados de melhoras e pioras

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