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Avaliação da Inteligência • O que é inteligência? - Inteligência é a capacidade mental que, através do uso de processos metacognitivos, permite raciocinar, planejar, compreender causas e efeitos das situações, pensar de maneira abstrata e aprender. - Além disso, é a capacidade de adaptação à ambientes circundantes, que podem exigir diferentes adaptações. - A inteligência é estrutural, pouco modificável e está relacionada com velocidade, fluência e precisão. A inteligência é relativamente estável e dinâmica, pois é delimitada pelo potencial biológico e marcada pela apropriação cultural. Ademais, é considerada um fenótipo, ou seja, é um produto dos genes (genótipo) e das circunstâncias do meio ambiente. Metacognição é pensar sobre o pensamento. É ser capaz de, por exemplo, refletir sobre a sua habilidade de raciocínio • Relação da inteligência com a cognição: - A cognição é um processo mental de aquisição do conhecimento, a qual permite que a inteligência seja desenvolvida. Esta se dá através de habilidades como a percepção, a atenção, a memória, o raciocínio e a criatividade. - Dessa forma, a inteligência é estrutura para a cognição. • Vertentes no estudo da inteligência 1- Enfoque evolutivo/psicogenético: - Estuda a inteligência no processo de crescimento e desenvolvimento individual, isto é, como a inteligência evolui. (Se desenvolve até que idade? Há declínios?) - Tem Piaget como principal representante - Este utilizou o método qualitativo, o qual é clínico subjetivo, não padronizado e sem controle. - Se preocupou com as mudanças ocorridas durante o desenvolvimento cognitivo. Para exemplificar... - Uma criança com deficiência intelectual possui a inteligência comprometida e, consequentemente, as habilidades cognitivas estarão comprometidas. - Uma criança com dislexia não possui a inteligência comprometida, mas algumas habilidades cognitivas estão - Concluiu que a inteligência evolui de forma natural, por meio da relação sujeito-objeto e através de quatro estágios. Sendo estes: → Sensório motor (0-2 anos) → Pré-operacional (2-7 anos) → Operacional (7-11 anos) → Formal (após os 12 nos) - Defende o fator biológico, ou seja, há um aparato biológico pronto para ser desenvolvido. - Inteligência- forma de adaptação biológica do indivíduo ao ambiente. - O funcionamento intelectual possui três características, sendo elas: assimilação, acomodação e adaptação. → Assimilação: incorporação dos elementos do meio nos esquemas que o sujeito já dispõe. Quando há assimilação, o sujeito face a uma nova realidade não modifica as suas estruturas. Ex: esquema de sucção, suga o seio e a chupeta → Acomodação: os esquemas de ação e do pensamento se modificam em contato com o objeto. Ex: começar a comer de colher: o esquema de sucção não serve mais e precisa ser modificado para à alimentação com colher. → Adaptação: equilíbrio entre assimilação e acomodação 2- Enfoque diferencial/psicométrica: - Estuda a estrutura da inteligência - Inteligência é passível de ser medida e mantém certa estabilidade ao longo do tempo. - Estuda a estrutura das aptidões que usa as diferenças entre as pessoas no rendimento cognitivo. - Usado o método quantitativo, ou seja, buscam mensurar constructo da inteligência, a fim de diferenciar Como consigo medir e identificar que a inteligência de uma pessoa em relação a outra é diferente. - Galton observou as diferenças individuais, mas para a mensuração são necessárias medidas quantitativas - Cattell, nos EUA, foi o 1° a introduzir o termo “teste mental”. Interessado em realizar medidas sensoriais. - Binet, na frança, elaborou a 1° escala de desenvolvimento mental, para diferencial crianças com DM e crianças normais - 1905 → Escala de Binet e Simon, que era avaliado o nível mental das crianças. → Nessa época já havia a preocupação de obter normas de desempenho – descobrir a média de acertos para então determinar se os indivíduos estavam acima ou abaixo da média. → Terman adaptou a escala e pela 1° vez foi possível obter o QI • 2.1- Teoria bifatorial: - Teoria do fator g e fatores específicos, proposta por Spearman - Todas as habilidades humanas têm um fator geral (fator g) e um específico (fator e) → Fator g: energia mental subjacente e constante a todas as operações psíquicas, ou seja, utilizamos esse fator geral em todas as nossas habilidades específicas. - Aparato biológico e genético que limita o nível intelectual - É o que determina o quanto o sujeito vai desenvolver uma habilidade específica - Do ponto de vista fisiológico: energia mental - Do ponto de vista psicológico: capacidade de apreensão do significado da informação; capacidade de resolver problemas novos sem treinamento prévio, capacidade inata de estabelecer relações. → Fator e: próprios de cada habilidade em particular. instrumentos através do quais se opera a energia mental. Por meio das habilidades específicas o fator geral opera → O indivíduo nasceria com um nível predeterminado de inteligência que permanece constante ao longo do desenvolvimento (determinado pelo g) → Porque uma pessoa mais inteligente do que outra (g superior) seja menos capaz em uma determinada área. → tem ligação com os fatores específicos → algumas pessoas possuem habilidades mais desenvolvidas para área de humanas ou exatas → essas habilidades são particularizadas, específicas, independentes • 2.2- Teoria Multimodal da inteligência de Thorndike: - A Inteligência não poderia ser considerada única como propôs Spearman. - Uma pessoa inteligente teria apenas maior número de ligações nervosas do que uma pessoa pouco inteligente - A inteligência é constituída por grande número de ligações nervosas específicas e independentes. - Há diferentes tipos de inteligência: 1. Inteligência abstrata: capacidade de lidar com símbolos e ideias 2. Inteligência mecânica (ou concreta): habilidade para entender e lidar com objetos concretos. 3. Inteligência social: habilidade de entender e trabalhar satisfatoriamente com pessoas → Os testes de inteligência medem a inteligência abstrata • 2.3- Teoria das capacidades mentais de Thurstone - A inteligência é composta de habilidades diferenciadas e específicas. - A quantidade das capacidades é relativa a cada pessoa - Uma pessoa que tenha quantidade maior em uma capacidade em relação às outras lhe permitiria ter bons resultados nas tarefas em que essa capacidade seja de importância básica. → Capacidades Mentais Primárias: Compreensão verbal, fluência verbal, aptidão numérica, velocidade perceptiva, memória, raciocínio, dedução, indução • 2.4- Trabalho norte americano após 1945 (Guilford) - Nega a existência do fator g - As capacidades mentais podem variar quanto: 1. Operações cognitivas (memória, pensamento convergente etc.) 2. Ao tipo de material ou conteúdo (figuras, símbolos, semânticapalavras ou letras, comportamentos) 3. Ao produto da informação que está sendo processada (única palavra ou ideia, classes, relações) • 2.5- Modelos hierárquicos da inteligência: - Teoria de Horn e Cattell → Inteligência Fluida (Gf): A capacidade de raciocinar sobre conteúdos abstratos - Refere-se à solução de problemas novos e demonstração de flexibilidade e adaptação em tarefas que dependem minimamente de treinamento e experiência de aprendizagem. → Inteligência Cristalizada (Gc): A capacidade de resolver problemas conhecidos ou familiares - Relacionada com a solução de problemas e demonstração de conhecimentos, estando dependente das experiências educacionais e dos conhecimentos adquiridos pelo indivíduo ao longo da vida. - Horn expandiu o modelo original e mais 10 habilidades foram adicionadas: raciocínio fluido;compreensão-conhecimento; processamento visual; processamento auditivo; velocidade de processamento; memória de curto prazo; armazenamento e recuperação a longo prazo; rapidez para a decisão correta.; leitura-escrita e conhecimento quantitativo. • 2.6- Teoria dos Três Estratos das Aptidões Cognitivas (modelo hierárquico) - 3° estrato: fator g → Relacionado com tarefas de indução, raciocínio, visualização, compreensão da linguagem e medidas de velocidade de processamento e informação e capacidade de memória de trabalho. - 2°. estrato: 8 fatores amplos → 1. inteligência fluida; 2. inteligência cristalizada; 3. memória geral e aprendizagem; 4. percepção visual; 5. percepção auditiva; 6. habilidade de recuperação; 7. velocidade cognitiva; 8. velocidade de processamento - 1° estrato → Inúmeras aptidões específicas mais fortemente relacionadas a cada fator do segundo estrato • 2.7- Teoria das Capacidades Cognitivas de Cattell Horn-Carroll (CHC) - Mantem as 10 capacidades gerais de HornCattell - Relaciona a essas 10 capacidades a maioria das capacidades específicas da Camada I proposta por Carrol Enfoque experimental/cognitiva: - Sternberg um dos principais representantes - Busca saber como as habilidades cognitivas se processam - Ênfase nas formas como as pessoas representam e processam mentalmente as informações - Se preocupam tanto com os componentes estruturais, quantos com os funcionais no processamento mental das informações: → Componentes estruturais: limites de cada uma das capacidades como memória de trabalho, longo prazo, percepção e etc → Componentes funcionais: operações realizadas como os processos e estratégias. - Ênfase na Estrutura e no Funcionamento da inteligência A inteligência fornece meios para nos governar, de forma que nossos pensamentos e ações se organizam para atender nossas necessidades internas e as do meio - Considera as diferenças individuais em relação às habilidades, motivações e tomada de decisões. - Os estudos realizados dentro dessa abordagem podem ser agrupados: 1. Estudos centrados nos mecanismos básicos (correlatos fisiológicos) → Estudos com a finalidade de investigar a base biológica da inteligência (o que se aproxima da noção do fator g visto do ponto de vista fisiológico). → Ideia básica - A inteligência depende diretamente da eficiência neural do cérebro → Ligação de determinadas partes do cérebro e funções cognitivas Teoria das Inteligências Múltiplas: Visão pluralista da inteligência, sendo tais inteligências expressões da interação entre fatores genéticos e culturais. 2. Estudos orientados para os componentes cognitivos → Como se dá o ato inteligente → Identificar os processos mentais requeridos para a execução de tarefas → Identificar os componentes cognitivos subjacentes à cada tarefa 3. Estudos voltados para aplicação do conhecimento adquirido em situações concretas (realização de tarefas) → Aplicação do conhecimento adquirido em situações concretas → Identifica os processos que explicam as diferenças de desempenho no mundo real (inteligência prática) → Técnicas e testes de simulação de problemas da vida real → Fornece alternativas de avaliação que reflitam o caráter mais flexível do comportamento intelectual, em contraste com a visão tradicional de inteligência fixa. 4. Treino Cognitivo → Identificar estratégias do processamento de informação para intervenção psicológica e educacional. → Programas de Treino Cognitivo: programas propõem a possibilidade de mudança da inteligência. Finalidade de promover o desenvolvimento cognitivo tanto a nível preventivo quanto de superação das dificuldades de aprendizagem.
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