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Holocausto Brasileiro

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Sociedade Unificada de Ensino Augusto Motta
Centro Universitário Augusto Motta
Estágio Básico I
Relatório: Holocausto Brasileiro
Discente: Thais dos Santos Martins Vieira.
Matrícula: 19103130
Docente: Ana Paula Silva Magalhães
Turma: Estágio Básico I Noite
Código: PSI0501N
Outubro 2020
Outubro 2020
No dia 21 de outubro, assistimos ao documentário Holocausto Brasileiro e confesso que fiquei muito impresionada com tudo que eu vi.
Só de imaginar que durante décadas, milhares de pacientes foram internados à força, sem diagnóstico de doença mental, num assombroso hospício na cidade de Barbacena, em Minas Gerais. Ali eles foram torturados, violentados e mortos sem que ninguém se importasse com seu destino.
Entrar na Colônia era como decretar uma sentença de morte. Lá eles ficavam sem remédios, comida, roupas e infraestrutura, os pacientes ficavam debilitados. Ficavam nus e descalços na maior parte do tempo. Ao invés de enfermeiros tinham guardas. Os internos defecavam em público e se alimentavam das próprias fezes. Faziam do esgoto que cortava os pavilhões a principal fonte de água. “Muitas das doenças eram causadas por vermes das fezes que eles comiam. A coisa era muito pior do que parece. Segundo o relatos, chegaram a ver alimentos sendo jogados em cochos e os pacientes avançando para comer, como animais. O que acontecia lá é a desumanidade, a crueldade planejada. Havia um total desinteresse pela sorte. Basta dizer que os eletrochoques eram dados indiscriminadamente. Às vezes, a energia elétrica da cidade não era suficiente para aguentar a carga. Muitos morriam, outros sofriam fraturas graves”, revela o psiquiatra e escritor Ronaldo Simões Coelho, 80 anos, que trabalhou na Colônia no início da década de 60 como secretário geral da recém-criada Fundação Estadual de Assistência Psiquiátrica, substituída, em 77, pela Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig).
Os pacientes da Colônia, em sua maioria, dormiam no “leito único”, denominação para o capim seco espalhado sobre o chão de cimento, que substituía as camas.
Existia uma expressão de “trem de doido”, que hoje tem conotação positiva em Minas Gerais, tem origem na primeira metade do século passado, quando trens de todas as partes do Brasil chegavam a Barbacena com os vagões de carga cheios de pacientes para a colônia.
Uma cena que chamou atenção foi a que colocavam os pacientes mortos numa carrinho de mão e levavam para o cemitério, lá eram enterrados de qualquer jeito sem interesse da família e que ela muitas vezes não queria saber de seu familiar que foi abandonado lá. Outra cena chocante foi saber que os corpos eram vendidos para a faculdade usar como estudo.
Segundo a jornalista Daniela Arbex em 1961 o Colônia tinha cinco mil “pacientes”. Fundado em 1903, com capacidade para 200 leitos, a instituição começou a inchar em 1930 e atingiu o status de maior hospício do país durante o Estado Novo. Àquela altura, a clínica e a medicina não eram preocupações para a administração do hospital. Para o Colônia, eram enviadas “pessoas não agradáveis” como adversários políticos, putas, homossexuais, mendigos, pessoas sem documentos e todo tipo de párias sociais. Estima-se que 70% dos pacientes não tinham diagnóstico de doença mental.
“Pelo menos 60 mil pessoas morreram entre os muros da Colônia. Em sua maioria, elas eram internadas à força. Nos períodos de maior lotação, 16 pessoas morriam a cada dia, vítimas de inanição e do eletrochoque. Ao morrer, davam lucro, pois seus corpos eram vendidos às faculdades de medicina. Foram 1.853 corpos vendidos para 17 faculdades de medicina até o início dos anos 1980. Quando houve excesso de cadáveres e o mercado encolheu, os corpos foram decompostos em ácido, no pátio da Colônia, diante dos pacientes, e suas ossadas foram comercializadas”, disse a jornalista.

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