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Parasitoses intestinais: 13/10 - Dr. Antenor. Definição: - Infecção intestinal produzida por protozoários ou helmintos. - No mundo, afeta 1 bilhão de pessoas. - PREVALÊNCIA NO BRASIL: o último grande levantamento foi em 2005 que analisou os 26 trabalhos mais relevantes e revelou… • 15 a 20% prevalência geral das parasitoses. • 15% em lactentes. • 23 a 66,3% em escolares. • 15 a 37% casos de poliparasitoses. Epidemiologia: - No Brasil: parasitoses intestinais mais frequentes. • Helmintos: Ascaris, Trichuris trichiura, Ancilostomídeos, Strongyloides e Oxyurus. • Protozoários: Giardia e Entamoeba histolytica. • Poliparasitismo: comum nos desnutridos. Parasitoses intestinais: - TRANSMISSÃO: • Pele: contato com o solo contaminado. • Boca: direta (pessoa a pessoa) ou indireta (água e alimentos contaminados). - INCIDÊNCIA: • Universal. • Endêmicas em algumas regiões. • Fatores socioeconômicos, culturais e ambientais. • Idades mais jovens. - PROFILAXIA: • Melhorar saneamento (água e esgoto tratados). • Promover educação sanitária. • Elevar nível socioeconômico e cultural. • Tratamento individual e coletivo (ex criança com psoríase, tratamos ela e seus contactantes próximos). Sintomas: - De forma geral: são assintomáticas. - A presença de sintomas tem relação com a gravidade. • Fatores ligados ao hospedeiro: - Estado nutricional. - Comprometimento imunológico. - Idade. • Fatores ligados ao agente: - Virulência do parasita. - Fase do ciclo. - Intensidade da infestação. - Migrações anômalas (cada parasita tem um ciclo próprio, mas eles podem acabar migrando para locais habitualmente incomuns). - Quanto sintomáticas podem surgir sintomas inespecíficos (podem confundir com outras patologias): Catarina Alipio XXII-B Página 37 • Manifestações gerais: febre, astenia, anorexia, irritabilidade, dificuldade de aprendizagem, crescimento e desenvolvimento insatisfatório. • Manifestações digestivas: diarreia, constipação, náuseas, vômitos, dor abdominal. • Manifestações pulmonares: tossem dispneia, sibilos. • Manifestações alérgicas: prurido, urticária, asma. - Sinais de alerta e/ ou específicos (chamam atenção para outro diagnóstico). Diagnóstico: - Visualização do parasita a olho nu nas fezes da criança. - Protoparasitológico das fezes (PPF): 3 amostras pois aumenta a chance de positividade. • Positividade = 1 amostra positiva em 50% das vezes, já 3 amostras positivam em 60 a 90% das vezes. - Tamisação das fezes (peneiragem): ex tênia que elimina pedaços do parasita. - Swab anal (oxiuríase). - Biópsia da válvula retal (ex: esquistossomose). - Biópsia duodenal (ex: giardíase/ amebíase). Tratamento: - Buscar drogas mais eficácias para o parasita em si. - Tolerância pelo paciente. - Custo. - Simplicidade de administração. Protozoários: 1. Entamoeba histolytica: Amebíase. 2. Dientamoeba fragilis: Dientamebíase. 3. Giardia lamblia: Giardíase. 4. Balantidium coli : Balantidíase. 5. Criptosporidium sp: Criptosporidíase. 6. Isospora belli : Isosporíase. Giardíase: - Flagelo: para se movimentar. - Cistos nas fezes formadas. - Trofozoítas nas fezes líquidas. - Trofozoíta no vilo intestinal: • Ventosa ventral que se fixou na mucosa. • Não é invasivo (fica colado na superfície). • Ventosa causa pequenas lesões nas vilosidades (lesões diretas). • Barreira mecânica que impede absorção pelas vilosidades (síndrome da má absorção). . • Compete com o hospedeiro pelos nutrientes (competitivo = desnutrição). Catarina Alipio XXII-B Página 38 - Características: • Protozoário flagelado (duodeno e porções altas do jejuno). • Trofozoíta tem uma ventosa ventral (barreia mecânica), causa as fezes líquidas. • Cisto é a forma infectante (saí nas fezes formadas), causa fezes normais. - Transmissão fecal oral. • Direta: pessoa a pessoa. • Indireta: água e alimentos contaminados. - Epidemiologia: • Alta incidência em crianças até 3 anos. • Alta prevalência em crianças com DPC. • Brasil: endêmica e com prevalência maior na região sul. - Patogenia: • Traumática (lesão nas vilosidades). • Mecânica (barreira mecânica para absorção de nutrientes). - Forma um pseudomembrana. - Síndrome de má absorção. • Competitiva (por nutrientes do hospedeiro). - Costuma cometer partes mais altas do intestino. - Quadro clínico: • Normalmente assintomática. • Se sintomática: ‣ Dor abdominal em cólica. ‣ Anorexia. ‣ Náuseas e vômitos. ‣ Resto alimentar (= má absorção). ‣ Diarreia aguda (auto limitada) ou crônica (contínua ou intermitente), aquosa e aa vezes com restos alimentares. - Diagnóstico: • Diagnóstico clínico é presuntivo. • Diagnóstico laboratorial: fezes a fresco ou coradas. - Nas fezes formadas buscar cistos. - Nas fezes líquidas buscar os trofozoítas. • Aspirado duodenal: buscar trofozoítas. • Em casos mais extremos, biópsia duodeno-jejunal: buscar trofozoítas. - Ciclo do protozoário: • Os cistos são ingeridos pela água ou alimentos contaminados. • No intestino delgado do hospedeiro formam os trofozoítos. • Cistos e trofozoítos são eliminados nas fezes. • Apenas os cistos são capazes de sobreviver fora do corpo do hospedeiro e então contaminam alimentos e água. Catarina Alipio XXII-B Página 39 Amebíase: - Família entamoebidade: das espécies só tem 2 espécies patogênicas, e as restantes são comensais (importante na prática diária, para saber se faz mal ou não a espécie da ameba). ‣ Se vier no parasitológico entamoeba histolytica é obrigatório fazer a diferenciação com a entamoeba dispar, pois uma é patológica outra não, e elas possuem morfologia semelhante. • Entamoeba: - Entamoeba histolytica. - Entamoeba dispar (1997). - Entamoeba hartmanni. - Entamoeba coli. • Iodameba: iodameba butschilli. • Endolimax: endolimax nana. • Dientamoeba: dientamoeba fragilis. - Epidemiologia: • Distribuição universal (endemias). • Na criança: comum após os 2 anos de idade. - Transmissão fecal - oral: dieta ou indireta. - Formas: • Entamoeba histolytica pode ter um ciclo intestinal sem causar danos, mas eles pode seguir um ciclo grave invasivo, se aderindo à mucosa e avançando para submucosa, por ação de enzimas proteolíticas formando úlceras, podendo atingir vasos sanguíneos (fezes com sangue, enterorragia), e até perfurar o intestino (= peritonite). • Ou seja, ela é invasiva. • Pode ir para cérebro, pulmão e outros sítios. - Ciclo vital: cisto —> trofozoítia —> cistos. • Cisto = forma infectante. • Trofozoíta = forma invasiva (magna) que penetra na parede intestinal por ação de enzimas proteolíticas. Catarina Alipio XXII-B Página 40 - Grandes vacúolos, macronúcleo, pseudópodos = ameba. - Etiopatogenia: • Costuma acometer partes mais baixas do intestino (íleo e intestino grosso). • Úlceras a mucosa e submucosa intestinal (perfuração = peritonite). • Podem atingir paredes vasculares (= hemorragias e disseminação). - Quadro clínico: • Geralmente assintomática. • Quando sintomática: - Forma intestinal: • Colite amebiana não desintérica: surtos de diarreia com ou sem muco, com período de fezes normais. • Colite amebiana desintérica: febre, vômitos, dor abdominal, tenesmo, aumento no nº de evacuações, fezes com muco e sangue, enterorragias graves. - Extraintestinal: • Forma hepática: abcesso amebiano (cor de chocolate, hepatomegalia, fígado doloroso à palpação). • Pulmões. • Cérebro. - Diagnóstico: • Diagnóstico clínico não há sinal patognomônico (é presuntivo história + EF). • Diagnóstico laboratorial: - Exame de fezes (a fresco ou coradas): • Fezes formadas = cistos. • Fezes diarreicas = trofozoítos. • Retossigmoidoscopia: visualiza a úlcera e colhe material. • Reaçõessorológicas: imunoeletroforese, hemaglutinação indireta e determinação de IgG por imunidifusão em gel. • Pesquisa do parasita em tecidos e exsudatos: nas formas extraintestinais. • Cintilografia, ecografia, tomografia, RNM. Balantidíase: - Balantidum coli: estágio invectivo = cistos. - Grande, ciliado, com grandes vacúolos, forma cística e trofozoíta. - Transmissão: • Suínos (principal reservatório). • Ingestão de alimentos ou água contaminados com fez de suínos. - Geralmente assintomática mas pode adquirir formas graves. - Se o indivíduo lida com porcos (reservatório do protozoário), pensar em balantidíase. - Patogenia: • Pode viver no intestino sem causar danos. • Às vezes pode desenvolver a capacidade invasora (pela hialuronidase), produzindo abcessos e úlceras na mucosa intestinal, semelhantes ao quadro de amebíase. • Complicações graves: desinteria fulminante, perfuração intestinal, hemorragias e choque. Catarina Alipio XXII-B Página 41 - Diagnostico clinico é difícil decorrente do quadro clínico semelhante a amebíase. - Ciclo vital: • Ingestão de cistos através de água ou alimentos contaminados. • Vão para o intestino delgado e se transformam em trofozoítas e se multiplicam. • Elimina cistos nas fezes. - Quadro clínico: • Quando presente é semelhante ao da amebíase. • Forma aguda ou disentérica é a mais grave (dor abdominal em cólica, tenesmo, fezes com muco e sangue). - Diagnóstico: • Clínico é difícil de ser feito, suspeita-se caos a pessoa lide com suínos. • Laboratorial - exame de fezes (a fresco ou coradas): • Fezes formadas = cistos. • Fases diarreicas = trofozoíta. Dientamebíase: - Transmissão desconhecida (fecal oral). - Não forma cistos. - Divisão binária. - Atinge do ceco até o reto. - Quadro agudo: • Diarreia. • Dor abdominal. • Náuseas e vômitos. • Anorexia. - Quadro crônico: • Períodos de fezes amolecidas. - Exame de fezes que vai dar o diagnóstico. Nematelmintos: 1. Ancylostoma duodenale - Ancilostomíase. 2. Necator americanus – Ancilostomíase. 3. Ascaris lumbricoides – Ascaridíase. 4. Tricocefalus trichiurus (Trichuris trichiura) – Tricuríase. 5. Enterobius (Oxyurus) vermicularis – Enterobíase (Oxiuríase). Catarina Alipio XXII-B Página 42 6. Strongyloides stercoralis – Estrongiloidíase. Tricuríase: - Trichuris trichiura ou Tricocephalus trichiurus. - Ciclo puramente intestinal mas não invasivo. - Contaminação através de água e alimentos contaminados, ou através da mão (ingere o ovo contendo o embrião). - Habita regiões mais baixas do intestino: intestino grosso, especialmente o ceco. - Ciclo vital: ovo - larva - adulto - ovo. - Forma de contágio fecal oral. - Transmissão direta ou indireta. - Forma infectante = ovos. - Características: • Adulto 30 a 50mm (visível a olho nu) em forma de chicote. • Extremidade cefálica filiforme penetra na mucosa intestinal. • Diariamente muda de lugar (fixando-se em locais diferentes). • Ele é espoliador (ingere até 0,05 ml de sangue por dia) = anemia, ele se alimenta de sangue, fica sugando da mucosa. - Patogenia: • Ação espoliadora. • Ação traumática: erosões até ulcerações múltiplas. • Ação tóxico alérgica: eosinofilia (crises de urticária). - Epidemiologia: • Frequência paralela ao áscaris. • Maior prevalência nas crianças em idade escolar. - Quadro clínico: • Geralmente assintomático e depende da intensidade da infestação (grave): • Manifestações gerais e digestiva vagas e pouco característica. • Quadro grave: - Diarreia crônica. - Causa importante de enterorragia na criança. - Anemia ferropriva. - Prolapso retal (mucosa prolatada, edemaciada, ulcerada e com vermes a ela fixada). - Parasita fixado na mucosa. Catarina Alipio XXII-B Página 43 - Ovo em forma de bandeja. - Parasita com forma de chicote, porção cefálica mais filiforme que penetra na mucosa gerando lesões. - Diagnóstico: • Diagnóstico clínico: geralmente assintomático, quadro inespecífico, prolapso retal (grave). • Diagnóstico laboratorial/ de imagem: - Exame de fezes: pesquisa de ovos e parasitas. - Hematológica: anemia hipo/mico e eosinofilia. - Retossigmoidoscopia: visualização e coleta de parasitas. Enterobiose: - Prurido anal, não é invasivo, mas pode se disseminar para outros locais. - A contaminação pode ser por água ou alimentos contaminados ou através das mãos. • Ovo dá origem ao embrião que se forma em larva, vai para região em torno do apêndice e habita essa região (pode dar apendicite). • A fêmea gravida migra para região perianal (= prurido = coça —> contamina a mão —> contamina outras pessoas contamina agua, contamina ela mesma). - Fêmea é maior (~1 cm) e é visível a olho nu na região perianal. • Na menina, ánus e vagina são próximos, e ela pode migrar para vagina (vulvovaginite, endometrite, salpingite). - Enterobius vermicularis (oxiurus vermicularis): • Filiforme de cor amarelo esbranquiçada. • Fêmea de 8 a 13 mm. • Habita o ceco, cólons, apendice e reto. - Forma infectante = ovos embrionados. - Transmissão: períneo - mão - boca. - Patogenia: discreta. • Mucosa intestinal: processo irritativo/ inflamatório com ulcerações e pequenas hemorragias. • Migração ectópica: vulvovaginite, cervicite, endometrite, salpingite, apendicite. • Traumatismos/ escoriações perianais pelo ato de coçar. - Epidemiologia: • A transmissão facilitada em locais com grande número de pessoas em relação ao espaço disponível. • Comum em vários membros da família (tratamento coletivo). - Quadro clínico: • Pode não haver sintomatologia evidente. Catarina Alipio XXII-B Página 44 • Prurido anal ou vulvar (noturno = insônia e irritabilidade). • Escoriações na região perianal. • Corrimento vaginal. • Visualização do parasita na região perianal ou nas fezes. - Diagnóstico: • Não costuma pedir exames de fezes (vem negativo). • Dados clínicos e epidemiológicos. • Suspeitou = pede swab anal com fita gomada (pesquisa de ovos). • Exame de fezes geralmente negativo. Ascaridiáse: - Comprido, cilíndrico, porção cefálica que se fixa na mucosa. - Habita jejuno e íleo. - Até 500 vermes. • Macho = 15 a 30 cm. • Fêmea = 20 a 49 cm. - Transmissão direta ou indireta. - 25% da população mundial. - Lactentes e pré escolares. - Ciclo vital: ovos (boca) - larvas (intestino - circulação - pulmões) - adulto (intestino) - ovos. • Pessoa se contaminou/ ingeriu com o ovo —> intestino —> larva —> penetra na mucosa e vaso —> ascende pela circulação —> chega nos capilares perialveolares —> rompe eles —> rompe o alvéolo —> sobre a arvore brônquica —> é deglutido —> se forma na forma adulta —> vai para o intestino —> sai nas fezes —> contamina. - Patogenia: • Forma de larva: lesões alveolares e irritação da arvore brônquica. • Verme adulto: - Ação mecânica: sub oclusão/ ou oclusão por bolo de ascaris que pode obstruir o intestino. - Ação traumática e espoliadora: fixação intermitente da mucosa intestinal (traumatismos e perda sanguínea). - Ações tóxicas: alergênico em todo ciclo vital, reações de hipersensibilidade de pele e pulmões (IgE e IgG). - Quadro clínico: infestações mais intensas que aparecem a sintomatologias, nas Catarina Alipio XXII-B Página 45 infestações mais leves não costuma ter sintomatologia. • Verme adulto: - Infestações mais intensas (crianças desnutridas): irritabilidade, anorexia, náuseas e vômitos, dor periumbilical, diarreia, meteorito, flatulência. - Manifestações alérgicas (asma e urticária). - Eliminação do verme pela boca, ânus e nariz. • Forma larvária: - Lesão dos pulmões pode gerar sintomas que confunde com pneumonia intersticial, asma brónquica e sintomas gerais. - Síndrome de Loeffler: • Leucocitose comeosinofilia. • Sintomas pulmonares. • Alterações radiológicas. - Complicações: • Semi ou oclusão intestinal: - Obstrução da junção íleo cecal por bolo de áscaris. - Acomete crianças de 1 a 5 anos. ✓ Dor abdominal em cólica. ✓ Distensão abdominal. ✓ Vômitos. ✓ Parada na eliminação de gases e fez. ✓ Tumoração palpável na região periumbilical e hipocôndrio D. ✓ Pode haver saída de vermes pelas VAS ou nas fezes. • Migração dos vermes (tropismo por orifícios): - Em casos graves para árvore biliar, ducto pancreático, trompa de eutáquio (= colangite, abcesso hepático, pancreatite, asfixia, apendicite). • Perfuração intestinal (rara) = peritonite. - Se o tratamento clínico não for eficaz, podemos partir para cirurgia. - Diagnóstico: • Diagnóstico clínico: eliminação dos vermes adultos. • Diagnóstico laboratorial: - Escarro e suco gástrico (larvas). - Hematológicos (eosinofilia). - PPF (pesquisa de ovos). - Rx de abdome, simples ou contrastado com bário (imagem em miolo de pão, imagem negativa dos vermes). - Tratamento da suboclusão ou oclusão intestinal: • Piperazina (não usa mais das 2012 devido toxicidade): a ideia era “anestesiar” o verme. • Hidratação parenteral + aspiração nasogástrica por 48 a 72 horas. • Óleo mineral para lubrificar o parasita para ser eliminado por SNG de 15 a 30 ml 2/2 horas. • Caso não funcione: enema com solução salina hipertônica ou gastrorfina (contraste hiperosmolar) = aumenta Catarina Alipio XXII-B Página 46 água na luz intestinal, desidrata o parasita e facilita a eliminação dele. • Aguardar eliminação dos parasitas e depois tratar a parasitose. • Se não fizer efeito também = tratamento cirúrgico. Ancilostomíase: - Necatoríase, Amarelão, Opilação, Uncinaríase etc… • Necator americanus: África e Américas (via percutânea). • Ancylostoma duodenale: Europa e Ásia (via percutânea e ovos). - Diferenciação das duas espécies sem importância prática. - Habitat = intestino grosso (7 a 13 mm). - Visível a olho nu, transmissão pela pele (larva penetra pela pele e atinge a circulação, sobe a circulação —> pulmão —> rompe alvéolos —> intestino —> fezes e contamina). - Lâminas afiadas, para se fixar na mucosa intestinal, elimina anticoagulante para fazer sugação de sangue (avidez por sangue, espoliação por sangue maior que os outros). • Anemia ferropriva = pálido, anêmico, fraco… - Pessoas que costumam andar descalços: lavradores, oleiros, crianças. - Ciclo vital: • Fezes = eliminação de ovo embrionário. • No solo úmido ocorre a eclosão de ovo com liberação da larva. • Contaminação (penetração na pele). • Sangue/ fígado/ coração/ pulmão. • Pulmões: passa para o intestino delgado, transforma-se em vermes adultos. As suas bocas são dotadas de placas cortantes que lesam o intestino, ocasionando perda de sangue e ferro, deixando o indivíduo anêmico (amarelão). • Reprodução sexuada no interior do intestino delgado com eliminação de ovo através das fezes, fechando o ciclo. - Patogenia: • Forma infectante (Necator): larva. - Fase invasiva: pele (eritema e edema). - Fase de migração larvária pulmonar: alvéolos e capilares pulmonares causando lesões. Catarina Alipio XXII-B Página 47 - Fase de fixação do verme adulto na mucosa intestinal: • Abocanham o epitélio = erosão e ulceração. • Inoculam substância anticoagulante no ponto de fixação da mucosa. • Anemia = 0,1 a 0,3 ml/ dia de sangue que ele suga. - Quadro clínico: • Geralmente assintomático (poucos parasitas e bem nutridos), e se sintomático, apresenta sintomas gerais. • Quadros graves: muitos parasitas e desnutridos. • Cutâneo: prurido intenso, erupção papulovescular. • Pulmonar: semelhante à ascaridíase (síndrome de Loeffler). • Digestivo: inespecífico e depende da carga parasitária (náuseas, vômito, diarreia, obstrução, dores abdominais, anorexia, geofagia). • Hematológico: quadro clínico de anemia ferropriva. - Diagnóstico: • Diagnostico clínico: - Anemia hipocrômica e micorcítica sem perda evidente de sangue e ferro e sem deficit alimentar de ferro. - Procedência de áreas endêmicas. - Perversão do apetite. • Diagnóstico laboratorial: - Exame de fezes: pesquisa de ovos e larvas. - Hemograma: anemia hipo/ micro e eosinofilia. - Pesquisa de sangue oculto nas fezes (positiva). Estrongiloidíase: - Paciente elimina pelas fezes pelo meio ambiente a larva, o ovo e fêmea estão no intestino - No intestino, a fêmea penetra na mucosa, libera os ovos que se transformam em larvas e são eliminados para o ambiente. - Larva do meio ambiente penetra pela pele —> circulação —> pulmão —> rompe alvéolos —> deglutida —> intestino —> ovo, replicação —> larva —> eliminação. - A contaminação não é pelo ovo, é pela larva (a larva que é eliminada e contamina as pessoas). - Ciclo vital: • Larvas filarióides (solo-pele-circulação – pulmões - deglutição) - adulto (fêmea no intestino delgado: ovos - larvas Catarina Alipio XXII-B Página 48 rabdiformes) - solo: larvas rabdiformes - larvas filarióides. • Infecção pelo nematóide Strongyloides stercoralis. • Fêmea tem 2mm. • Habitat: mucosa do duodeno e jejuno proximal. • 20% de prevalência no BRA. • Maior prevalência dos 5 aos 20 anos. - Patogenia: • Destruição tecidual de pele, intestino delgado e pulmões. • Forma disseminada (grave) em imunodeprimidas e desnutridos: - Presença de larvas em gânglios linfáticos fígado, vesícula biliar, miocárdio e LCR. - Quadro clínico: • Manifestações digestivas: dor abdominal, vômitos, náuseas, diarreia, desconforto abdominal, má absorção. • Sintomas cutâneos: erupção eritemopapular pruriginosa. • Manifestações broncopumonares: tosse, expectoração, dispneia, crise asmatiforme, síndrome de Loeffler. • Formas disseminadas: desnutridos e imunodeprimidas (instalação violenta do quadro clínico). - Diagnóstico: • Diagnóstico clínico: - Suspeita de infecção por enterobactérias, sepse por gram negativos, hospedeiro de baixa resistência com quadros abdominais graves. • Diagnóstico laboratorial: - Fezes: pesquisa de larvas. - Urina, líquido pleural e escarro: pesquisa de larvas. - Endocospia e biópsia jejunal: pesquisa de larvas. - Hemograma: eosinofilia em 10 a 50%. Síndrome de Loeffler: - Aparece naquelas que tem ciclo pulmonar (ascaridíase, estrongiloidíase, ancilostomíase, necatoríase, esquistossomose). - Quadro clínico: quadro espástico com tosse, hemoptise, dispneia, estertores, sibilos, mal estar, cefaleia, prostração e febre, associados a eosinofilia. - Laboratório: eosinofilia sanguínea importante. - Imagem (raio X): com infiltrado pulmonar intersticial e alveolar, localizar ou difuso, migratório e fugaz. Platelmintos: 1. Schistossoma mansoni: Esquistossomose mansônica. 2. Taenia solium : Teníase. 3. Taenia saginata : Teníase. 4. Hymenolepsis nana : Himenolepíase. 5. Diphyllobothrium latum: Difilobotríase. Esquistossomose mansônica: - Macho, fêmea, caramujo, cercária (forma infectante do homem), miracídio (forma infectante do caramujo Biophalaria). - Fezes eliminadas pelo meio ambiente = contamina o caramujo = na lagoa, contamina outro humano. Catarina Alipio XXII-B Página 49 - Para que haja contaminação: • Existência de indivíduos infectados eliminando os ovos pelas fezes. • Presença do hospedeiro intermediário (caramujo). • Coleções de água parada não profunda. - Epidemiologia: • Brasil de 8 a 10 milhões de infectados. - Forma infectante: cercarias. - Forma de contágio pela pele e mucosas. - Habita em sigmoide e reto, pulmões e fígado. ‣ Água: eclosão de ovo embrionado com liberação de miracídios. ‣ Miracídios: penetram em um caramujo do gênero Biomphalaria, reproduzem assexuadamente com produção de cercárias. ‣ Cercárias: pele—> sangue —> fígado —> transformação em adultos —> intestino —> reprodução sexuada —> ovo embrionado — > eliminação de fezes. - Apresentação: • AGUDA: prurido e pápulas eitematosas (local de penetração), febre, mal estar, dor abdominal, diarreia hepatoesplenomegalia, leucocitose, eosinofilia. - Síndrome de loeffler. • CRÔNICA: - Intestinal: sintomas vagos. - Hepatointestinal: lesões hepáticas discretas, fígado palpável. - Hepatoesplênica: má digestão, plenitude, flatulência, dor, emagrecimento, hepatoesplenomegalia, hipertensão portal, varizes esofágicas, hemorragias, ascite, edema. - Cardiopulmonar: tosse seca ou com laivos de sangue, dispneia, cor pulmonale. - Diagnóstico: • Exame de fezes: seriados até 3 meses após a exposição. • Hemograma: leucocitose (50.000 mm3) com eosinofilia intensa (20-70%) e plaquetopenia. • Provas de função hepática. • Biópsia retal: positividade de 80%. • Intradermo reação: positividade de 90% (está ou foi infectado). • Testes sorológicos (baixa especificidade e sensibilidade). Teníase: - Pode ser causada pelos dois. - Cisticercose causada pela tenia solium. Catarina Alipio XXII-B Página 50 - Adquire através da ingestão do cisticerco (carne contaminada). • O cisticerco no intestino do homem se transforma na forma adulta, é eliminado e no solo (anéis grávidos) forma os ovos. • O animal ingere os ovos —> mucosa do estômago —> circulação —> músculo do animal —> se transforma em cisticerco —> homem se contamina comendo a carne do animal. • Quando o homem ingere o ovo ao invés do cisticerco gera então a cisticercose e não mais a teníase —> ovo na mucosa do estômago forma o embrião —> atinge circulação = cisticercose (Tenha sollium). - Transmissão: ingestão de carne com cisticerco. • Taenia saginata = carne de gado. • Taenia solium = carne de porco. • No intestino, podem viver de 3 a 25 anos. - Hospedeiro definitivo = homem. - Habitat = intestino delgado. - Ingestão de carne: • Cisticerco: adulto (intestino delgado) - solo (anéis grávidos (ovos) - embrião (estômago, circulação) - músculo (cisticerco). - Ruptura de anéis grávidos no intestino = pode dar auto contaminado. • Ovos detectados no exame de fezes. - Ruptura de anéis grávidos no esfíncter anal = pode dar auto infecção. • Ovos aderidos na região perianal (swab anal). - CISTICERCOSE: ingestão dos ovos. • Formas de contágio: - Ingestão dos ovos: ovos - embrião - cisticerco. - Auto infecção: • Interna: refluxo de proglotes grávidos para o estômago. • Externa: mãos levam ovos do ânus para a boca. • Maior gravidade = se atingir globo ocular e SNC (neurocisticercose). - Epidemiologia: • Distribuição universal maior em adultos. • São destruídos em meio químico (salmoura). - Patogenia: alimentam-se por osmose (competem com o hospedeiro por nutriente), aproveitando o material já digerido. - Quadro clínico: • Geralmente assintomático. • Quando presente, sintomas gerais (fome intensa, inapetência, dores abdominais de caráter de fome, constipação, diarreia, perda de peso). Catarina Alipio XXII-B Página 51 - Diagnóstico: • Diagnóstico clínico: difícil mas pedaços do parasita podem ser vistos nas proglotes nas fezes. • Diagnóstico laboratorial: - Tamisação (peneiragem fecal): pesauida de proglotes em fezes de 24 horas. - Exame de fezes pode dar negativo. • Ausência de ovoposição na luz intestinal. • Morfologia do ovo não possibilita a identificação da espécie. - Swab anal: pesquisa de ovos aderidos na região anal. Himenolepíape: - Rato e insetos (pulgas e coleópteros) = hospederos intermdiários. - Infecção parasitária por cestóides do gênero Hymenolepsis. • Tênia anã (3 a 5 cm). • Espécies: - A Hymenolepsis nana = forma patogênica. - Hymenolepsis diminuta = sem significado patológico. - Ovoposição no íleo: podem ser encontrados centenas a milhares no íleo terminal (por ruptura da proglote no intestino = elimina ovos nas fezes = no exame de fezes buscamos os ovos). - Ciclo vital: • Ingere o ovo —> embrião —> penetra na mucosa do ID —> lava cisticercoide —> perfura mucosa intestinal —> luz intestinal —> adultos —> ovoposição —> ovos liberados na fezes. - Homens ratos e insetos são hospedeiros intermediários e definitivos. - Pulgas e coleópteros são hospedeiros intermdiários. - Ovo (boca): embrião (mucosa intest. delgado): larva cisticercóide (vilosidade– luz Intestinal): adulto (oviposição - íleo):ovos (fezes). - Transmissão: • Direta: pessoa a pessoa (ovos). • Indireta: - Ingestão de material com fezes humanas ou de ratos contendo ovo. - Ingestão de insetos (larvas) em farinhas e cereais. - Epidemiologia: • Frequente em crianças. • No BRA mais comum no sul. - Quadro clínico: • Geralmente assintomática. • Semelhante à teníase intestinal. - Diagnóstico: • Clínico: difícil, sintomatologia escassa e inespecífica. • Laboratorial: exame de fezes (ovos). Difilobotríase: - Diphyllobothrium Tatum (tênia longa). • Até 15 cm de comprimento. • Proglotes. - Relação com peixe de água doce. Catarina Alipio XXII-B Página 52 - Transmissão: ingestão de carne crua ou mal cozida de peixes de água doce (truta, enguia, salmão). - Patogenia: • Anemia megaloblástrica (competido por absorção de B12 no jejuno). - Quadro clínico: • Geralmente assintomática. • Às vezes sintomas inespecíficos. Sinais de alerta específicos: ‣ Diarreia crônica, distensão abdominal = guadíase, amebiáse, tricocefalíase maciça. ‣ Vômitos = giadíase e estrongiloidíse. ‣ Prurido anal ou vulvar, corrimento vaginal, irritabilidade, sono intranquilo = oxiuríase. ‣ Prolapso retal = tricocefalíase. ‣ Eliminação de vermes adultos = ácaris, enteróbios. ‣ Sub oclusão intestinal = árcaris. ‣ Eliminação de proglotes = teníase. ‣ Sangue nas fezes = ancilostomíase, estrongiloidíase, amebíase, tricocefalíase maciça. ‣ Anemia ferropriva = ancilostomíase, tricocefalíase. ‣ Eosinofilia sanguínea = ancilostoma, estrongiloide, ascaris, tricocefalíase. ‣ Síndrome de Loeffler = ascaris, ancilostomose, estrongiloide, esquistossomo. Tratamento: - Protozooses: • Giadíase: - Metronidazol 5 a 7 dias. - Nitaxosanida 3 dias. - Tinidazol dose única. - Secnidazol 2 dias. • Amebiáse: - Metronidazol 7 a 10 dias. - Tinidazol 3 a 5 dias. - Secnidazol dose única. - Helmintíase: • Mebendazol 2x/ dia por 3 dias e repetir após 10 a 14 dias. • Albendazol dose única. • Tiabendazol 3 dias e repetir após 7 dias. • Ivermectina dose única ou por 2 dias. • Praziquantel dose única. • Nitaxosamida 3 dias. Criptosporidiose: - Hospedeiros: mamíferos, aves, peixes e répteis. - Contaminação: fezes de homem e animais com oocistos. - Transmissão: direta, indireta ou sspiração de oocistos. - Quadro clínico: mais grave em crianças pequenas, desnutridos e imunodeprimidos. • Imunocompetentes: assintomático ou diarréia autolimitada. • Às vezes febre, dor abdominal, vômitos e desidratação. • Imunodeprimidos: diarréia acuosa recorrente ou persistente, má absorção e até óbito. - Diagnóstico: Oocistos em exames de fezes. Isoporíase: - Isospora belli. - Hospedeiro definitivo: Homem. - Transmissão: ingestão de água e alimentos contaminados com oocistos. Catarina Alipio XXII-B Página 53 - Quadro Clínico: diarréia aguda autolimitada com febre, anorexia, náuseas e vômitos. - Tratamento: sintomático. - Imunodeprimidos com diarréia crônica grave: Sulfametoxasol-trimetroprim. Catarina Alipio XXII-B Página 54
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