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SIMULADO CONSTRUÇÃO DO PENSAMENTO PERGUNTA 1 "Daí que os alvos da nova “perseguição neoliberal às bruxas” sejam os coletivos feministas, homossexuais, transexuais, indígenas ou negros, que encarnam no imaginário conservador a possibilidade de uma autêntica transformação micropolítica. Se desenha aqui a paisagem que Guattari e Deleuze haviam conjecturado como uma terrível e insólita encarnação 'do fascismo democrático'." Partindo da ideia da análise do “golpe neoliberal” no Brasil, Suely Rolnik chama a atenção para a aparição de uma nova e insuspeitada aliança entre: RESPOSTA: O neoliberalismo financeiro e as forças reativas conservadoras. Para Suely Rolnik, a inesperada aliança das forças neoliberais e conservadoras tem a ver com o fato de ambas compartilharem a mesma moral e o mesmo modelo de identificação subjetiva: o inconsciente colonial- capitalístico. PERGUNTA 2 "Em sua investigação, Nietzsche estabelece apenas duas morais: uma moral do senhor (que está em consonância com os valores da Terra, nada dóceis, mas terríveis) e uma moral do escravo (que quer também dominar). Não sendo capaz de agir afirmativamente, o escravo reage. Ressentido, ele quer vingar-se do senhor, dando início a uma revolta na moral." Para a filosofia nietzschiana, o conceito de ressentimento é entendido como uma força niilista que age sobre as dimensões psíquicas, afetivas, políticas e éticas. Nessa perspectiva, o ressentimento seria uma força niilista: RESPOSTA: Reativa. Dentro desse contexto, o ressentimento é visto como força reativa. Segundo o filósofo alemão, essas forças reativas são aquelas que se voltam para o interior do próprio indivíduo e, ao operarem desse modo, acabam impedindo a externalização de seus impulsos vitais, gerando um modo de existência chamado por ele de doentio. PERGUNTA 3 "Quando ainda era estudante de filosofia, lembro de um colega perguntar a um professor sobre a razão pela qual não estudaríamos, em nosso curso, filosofia chinesa, indiana, africana, entre outros. 'Simplesmente porque não há', foi a resposta. Em todo lugar que não tivesse sido marcado pelo 'milagre grego' o que haveria era a prevalência do mito. Razão, logos, era uma invenção grega que nos havia salvo, 'nós, os ocidentais', da cegueira do pensamento mítico e de seus limites à autorreflexão. Essa razão, esse logos seria não apenas uma capacidade argumentativa de dar e reconhecer razões, mas uma forma de vida capaz de racionalizar processos sociais em direção à realização de uma sociedade livre composta por sujeitos autônomos ('autonomia': mais uma invenção pretensamente grega). Assim, não apenas a razão seria o presente do ocidente ao mundo, mas também a liberdade. Demorou muito tempo até que eu fosse capaz de perceber o quanto essa pretensa especificidade da filosofia no ocidente era um dos mais brutais dispositivos coloniais já inventados, era o núcleo de um dos mais resilientes processos identitários que conhecemos. Pois, se a Europa com sua matriz grega era um mar de filosofia cercada de mito por todos os lados, então qual destino teríamos todos a não ser querermos nos tornar 'bons europeus' e a abraçar os processos de 'modernização' que começaram em seu solo, a nos abrirmos à 'maturidade' de sua forma de vida? Outras formas de pensamento poderiam nos oferecer belos mitos, ensinamentos morais edificantes, mas muito pouco a respeito de processos concretos de emancipação e interação racional com o mundo." O texto lança uma reflexão sobre o modo como o pensamento e, consequentemente, seu estudo, foram consolidados pela filosofia eurocêntrica. Propõe, também, uma análise crítica quando constata que a filosofia ocidental se caracteriza por: RESPOSTA: Um profundo processo de colonização identitária. Todos esses dispositivos de pensamento eram peças de um profundo processo de colonização identitária que visava não apenas jogar na invisibilidade formas outras de vida, mas, principalmente, impedir que essa experiência de descentramento produzida pelo contato com a alteridade implicasse um processo efetivo de transformação do pensamento. PERGUNTA 4 Texto I "O esforço dos filósofos Deleuze e Guattari em tentar definir como o pensamento vem se constituindo, e quais véus vêm retirando na intenção de tornar cada vez mais claro o modo como o pensamento se produz, se articula e se renova. O pensamento destacado pelos filósofos abandona a condição arborescente impregnada na história da filosofia desde o seu surgimento. Ultrapassa a condição de que tudo sustenta, cria, para ocupar o lugar de figuras rizomáticas, descentralizadas, conectas. O pensamento parece aqui escapar da sua condição quase sempre totalizante e adquirir um caráter criador, livre e inventivo, retratado na figura do rizoma." Texto II "Diferentemente das árvores ou de suas raízes, o rizoma conecta um ponto qualquer com outro ponto qualquer, e cada um de seus traços não remete necessariamente a traços de mesma natureza, ele põe em jogo regimes de signos muito diferentes, inclusive estados de não-signos. O rizoma não se deixa reduzir nem ao Uno nem ao múltiplo [...]. Ele não é feito de unidades, mas de dimensões, ou antes, de direções movediças. Não tem começo nem fim, mas sempre um meio, pelo qual ele cresce e transborda. Ele constitui multiplicidades." Em ambos os textos, os autores se posicionam sobre a tentativa de criar outra relação de entendimento para o modo como o pensamento humano vem se constituindo. A comparação dos dois textos permite inferir que: RESPOSTA: Atribuem múltiplas direções para os processos cognitivos do pensamento. O pensamento, para os autores, é desestruturante e livre; ele ultrapassa os seus próprios limites ao negar a condição de conferência e a condenação de sempre obedecer a um “o que é”. Deleuze e Guattari emprestam a figura rizomática (grande raiz) ao pensamento para expulsá-lo definitivamente do terreno das representações e estendê-lo à dimensão das multiplicidades. PERGUNTA 5 "Pergunta: Tanto na Espanha quanto na Argentina (e no Brasil) as instituições parecem querer enterrar a filosofia. No entanto, você sente que as pessoas têm fome dessa matéria? Resposta: Sim. A filosofia começa a ter maior difusão e circulação fora dos formatos institucionais tradicionais, nas margens. É interessante essa virada. Pergunta: Quando você fala de margens, entendo que fala sobre redes, do YouTube, do Twitter... Esses canais podem realmente ser um baluarte do pensamento emancipador? Parecem mais a concretização de uma hegemonia. Resposta: Óbvio, óbvio, o que acontece comigo é que não quero restringir a filosofia a uma única linguagem. Sua pergunta surge porque me perguntam constantemente sobre a relação entre a filosofia e as redes. Não é o único lugar nem o melhor. Faz parte do processo ver como nas redes se pode gerar sua oportunidade. Se fazer filosofia nas redes é repetir frases toscas filosóficas, não é filosofia. Em formatos como o Twitter, colocar um ensaio em dois milhões de tuítes não é filosofia. É preciso descobrir como provocar a partir de sua própria linguagem. É preciso retomar as origens." O texto aponta uma tentativa de atualização da Filosofia por meio das redes sociais. De acordo com o filósofo Darío Sztajnszrajber, fenômeno da divulgação filosófica na Argentina, pode-se inferir que é preciso retomar as origens na atualidade, pois: RESPOSTA: A Filosofia não resolve problemas, ela os cria para questionar as respostas estabelecidas. De acordo com Darío Sztajnszrajber, a Filosofia não faz perguntas para encontrar respostas. Ela as faz para questionar as respostas estabelecidas. Não resolve problemas, ela os cria onde se diz que não faz falta. PERGUNTA 6 "Nietzsche vê como a confiança na religião desapareceu. Como, então, a ciência trouxe muitas utilidades consigo no particular, conquistou-se, com isto, confiança nela e gostar-se-ia de se submeter a ela completamente, tal como se havia submetido anteriormenteà religião. Aqui, o que impele é o ímpeto ao asseguramento: há nele 'aquele sentido para a verdade, que é no fundo o sentido para a segurança' (4, 33). Essa 'vontade de verdade, que é no fundo o sentido para a segurança, emerge do medo diante da incerteza' (14, 17). A vontade de verdade é aqui 'meramente a exigência de um mundo do que permanece' (16, 83). A fraqueza deseja convicções e as quer sob a forma de uma certeza científica (que tem como tal uma essência radicalmente diversa, uma essência que coloca sempre uma vez mais em questão e nunca toca o todo); ela quer um acréscimo de força no saber científico, não a satisfação de um interesse material ou de uma paixão ilimitada pela verdade." Considerando as informações apresentadas, avalie as asserções a seguir e a relação proposta entre elas. I. "O século XIX é marcado por uma grande euforia moderna, a euforia de uma crença na ciência do futuro, que narrava uma paixão pelo futuro, por um futuro melhor e diferente." (MOSÉ, V. Especial: Nietzsche no Café filosófico. YouTube. 31/03/2017.) PORQUE II. "Nietzsche, pensador desse período, se destacou-se por ter sido extremamente crítico à história da filosofia e por verificar que sua época depositou o máximo de crença numa ciência idealizada que resolveria todos os nossos problemas." (MOSÉ, V. Especial: Nietzsche no Café filosófico. YouTube. 31/03/2017.) A respeito dessas asserções, assinale a opção correta. RESPOSTA: As asserções I e II são proposições verdadeiras e a II é uma justificativa correta da I. O século XIX foi marcado pela crença em uma ciência que resolveria todos os problemas. Para Viviane Mosé, Nietzsche, que foi um pensador desse período, já alertava que a ciência não resolveria todos os problemas, muito menos a Filosofia. As adversidades da vida são inimagináveis, surgem de modo constante e inesperado.
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