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Linguagem neutra (linguistica II) original

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MAPA – Material de Avaliação Prática da Aprendizagem
	Acadêmico: CAMILA SOUZA SILVA 
	R.A. 200089765
	Curso: LICENCIATURA EM LETRAS – INGLÊS E PORTUGUÊS 
	 Disciplina: LINGUISTICA II
	Valor da atividade: 3,5
	Prazo: 12/11/2021
Ao analisar a sociolinguística educacional no ensino de língua portuguesa consiste em uma forma de combate ao preconceito linguístico no campo da escola. Desmistificar a ideia do falar ”errado” e do falar “certo” requer o conhecimento sobre os contextos de uso, a região, e a sua comunidade linguística.
A importância da sociolinguística no ambiente educacional e no ensino da língua portuguesa ajuda a perceber as diferenças linguísticas que existem no âmbito social. É comum haver práticas que resultam em preconceito linguístico pelo fato de desconhecer a sociolinguística educacional ou até possuir preconceito por considerar o senso comum de que o estudo é a favor do ‘’falar errado’’.
A sociolinguística educacional vem possibilitando o respeito entre as pessoas de forma que se abrange, a língua está em constante mudança, dependendo do tempo e da região.
Nem toda a pessoa irá falar o português culto (padrão) a todo momento. Nesse   sentido: “Nem sempre variedades de prestígio, com alta cotação de mercado, são necessariamente assimiladas pelos falantes” (MOLLICA,2003. P.30).
Sendo assim: o contexto do uso da língua vai depender da situação a qual o falante está, seja ela formal ou informal.
Como o próprio Marcos Bagno cita:
“Não existe erro de português. Existem diferenças de uso ou alternativas de uso em relação à regra única proposta pela gramática" (Bagno, 1999, p.142).
 
Nos últimos tempos, o uso de pronomes e adjetivos neutros vem ganhando força e voz entre usuários das redes sociais e também fora do universo online. Não tem como falar de pronome neutro e linguagem não sexista sem pensar na questão das pessoas não-binárias (as que não se identificam nem com o gênero masculino, nem com o feminino), transexuais, entre outros.
A linguagem neutra é uma variação linguística criada pela comunidade não-binária para atender sua necessidade de um pronome que fuja o binário pré-estabelecido na língua portuguesa. Por não ser oficial, essa linguagem pode ser vista como inadequada em contextos formais, mas não existe nada de errado em usá-la normalmente.
Não-binárias são pessoas trans que não se identificam completamente e/ou exclusivamente com um dos gêneros binários (homem ou mulher). A disforia de gênero é um desconforto que pessoas trans sentem em relação a coisas que remetam a um gênero que não é o seu.
Não se defende que a norma padrão deve deixar de ser ensinada, ela precisa ser ensinada, o que se defende é a importância de conhecer a sociolinguística educacional de forma que professores e alunos convivam com as diferentes interações linguísticas. Isso inclui a idade, espaço social entre outros com o objetivo de promover respeito entre diferentes vocábulos que são usados no processo interativo, pois a língua portuguesa é bastante rica nesse aspecto. Assim, ressalto que conhecer a sociolinguística educacional, partindo da escola, é um grande início de promover o respeito entre os estudantes e com quem faz parte do círculo social diário fora da escola.
O que se propõe na fala que Gabriel apresentou na atividade de produção textual, que ele perceba que essa expressão em determinados contextos de uso não é correta. No contexto que foi apresentado para ele produzir exige uma linguagem mais formal como na realização de um vestibular, uma apresentação de um seminário entre outros. Em caso de contextos que não exijam essa padronização de linguagem, pode-se utilizar linguagem neutra, como, conversa em sala de aula, entre colegas, ou até mesmo em uma reunião entre amigos, conversas em chats.
Mas enquanto na língua portuguesa não se aceita esse tipo de contexto, utilizar assim a norma padrão. Em mudanças de línguas precisa ter calma, pois tudo é demorado, mas nada impossível pois a língua vive em constante mudança.
A linguagem neutra é uma proposta que já está sendo usada por uma parcela da população com o objetivo de proporcionar inclusão social. Ela possui finalidade parecida, mas esse termo não é sinônimo de linguagem inclusiva.
A linguagem neutra, portanto, seria um acontecimento natural. “É um fenômeno inerente à realidade linguística, no sentido de que a língua muda, na medida em que os falantes, por vezes de forma mais consciente, por vezes de forma menos consciente, sentem a necessidade da mudança linguística, a fim de significar e, portanto, constituir a realidade à sua volta.

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