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Ana Luiza Spiassi Sampaio @anassampaioo Sinais e sintomas da tuberculose • A infecção tuberculosa pode evoluir ou não para a doença tuberculosa ➝ quando os mecanismos de defesa são capazes de deter o processo de adoecimento, ela funciona como amplificadora da resposta imune nas infecções subsequentes (imunidade adquirida); o Os macrófagos pulmonares ativados pelo BK na primoinfecção têm a capacidade de processar e apresentar os antígenos do bacilo aos linfócitos T, fazendo com que, num novo contato com o agente agressor, a resposta imune celular seja mais rápida e efetiva; • Infecção tuberculosa em infectado pelo HIV: o vírus da aids compromete o sistema imune, favorecendo o desenvolvimento de doenças infecciosas ➝ facilita o desenvolvimento da tuberculose primária e a disseminação hematogênica do bacilo, aumentando a possibilidade de reativação endógena; • Tuberculose primária: o Pode ser apenas ganglionares, ou envolvere gânglios e pulmão; o Formas clínico-radiológicas do comprometimento pulmonar: pneumônicas, bronco-pneumônicas, cavitárias ou atelectásicas; o Tuberculose miliar: consequente à disseminação hematogênica; apresenta lesões granulomatosas pequenas e difusas que atingem pulmões e outros órgãos; o Meningoencefalite tuberculosa: acomete o SNC; o Se apresenta de forma insidiosa e lenta; o Paciente apresenta-se irritadiço, com febre baixa, sudorese noturna, inapetência e exame físico inexpressivo; • Tuberculose de reinfecção endógena: as defesas imunes são efetivas e conseguem deter a infecção inicial, mas a doença desenvolve-se posteriormente, a partir de um foco latente; • Tuberculose de reinfecção exógena: consequente a uma nova infecção, na qual o sistema de defesa não foi capaz de deter sua progressão, será chamada tuberculose de reinfecção exógena; o As formas de reinfecção comprometem frequentemente o pulmão ➝ as lesões são circunscritas, têm evolução mais arrastada e maior reação inflamatória do tipo hipersensibilidade, caracterizada por cavitação e fibrose; ▪ Mais comum nos ápices pulmonares ➝ maior concentração tecidual de oxigênio, necessário ao desenvolvimento do bacilo; ▪ Lesão cavitaria: consequência da liquefação e drenagem do conteúdo caseoso de uma lesão granulomatosa ➝ a drenagem dá lugar a uma cavidade pulmonar (caverna tuberculosa); • Forma clínica extrapulmonar: decorrente da disseminação dos bacilos pelas correntes sanguínea e/ou linfática, a partir do foco de inoculação inicial no pulmão; o Desenvolve-se em regiões/órgãos com maior suprimento sanguíneo - córtex renal e cerebral, ossos longos, vértebras e adrenais; Ana Luiza Spiassi Sampaio @anassampaioo o Via linfohematogênica: responsável pela maioria das formas extrapulmonares da doença, uma vez que é o caminho natural do bacilo após sua entrada no organismo: tuberculose ganglionar, renal, adrenal, óssea, menigoencefálica, genital feminina; o Via hematogênica: ▪ Por contiguidade: responsável pelas formas pleural ➝ a partir do pulmão; pericárdica ➝ a partir de gânglios mediastinais; peritoneal ➝ a partir de gânglios mesentéricos, alças intestinais ou trompas (por ruptura de pequenos divertículos) e algumas formas de tuberculose cutânea; intra-canalicular ➝ comprometimento de diferentes locais do pulmão, através da árvore brônquica; trato urinário inferior e sistema genital masculino ➝ a partir do rim; endométrio e peritônio ➝ a partir das trompas; o Geralmente, é paucibacilar, de instalação insidiosa e de evolução mais lenta; o Sintomatologia dependerá do órgão ou sistema acometido; o Pleural: disseminação hematogênica; dor tipo pleurítica, de instalação súbita ou insidiosa, podendo acompanhar-se de tosse seca e dispnéia, essa última dependente do volume do derrame pleural; febre e adinamia; o derrame é unilateral e de volume moderado ou grande; o Ganglionar periférica: compromete os gânglios da cadeia cervical, em especial os anteriores, e com um leve predomínio à direita; frequente entre mulheres e infectados pelo HIV; gânglios têm crescimento lento e, no início, são indolores e móveis (na evolução, aumentam de volume e tendem a coalescer, formando uma massa que se torna aderente aos planos superficial e profundo); a massa ganglionar pode fistulisar, drenando material seroso ou purulento por longos períodos (escrófula ou escrofuloderma); o Sistema nervoso central: consequente à disseminação hematogênica; pode apresentar- se sob a forma de meningoencefalite ou de tuberculoma intracraniano; causa aumento da permeabilidade capilar, acúmulo de células no local da lesão, produção de exsudato, edema e fibrose; pode haver lesão vascular com trombose e consequentemente infartos, obstrução à livre circulação do líquor, com hidrocefalia e hipertensão intracraniana; cefaleia, alterações de comportamento, diminuição do nível de consciência e confusão mental; convulsões, vômitos, alterações visuais e de fala; ▪ Exame físico: há sinais de irritação meníngea, comprometimento de pares cranianos, (principalmente 4º, 2º, 3º, 6º e 8º pares), além de evidências de alterações cerebelares; pesquisa dos tubérculos coroides na retina é importante - sinal muito sugestivo de tuberculose; edema de papila sugere hipertensão intracraniana; o Sistema urinário: disseminação linfo- hematogênica; comprometimento bilateral, mas quase sempre assimétrico; disúria, polaciúria e hematúria; dor lombar consequente da distensão da cápsula renal; urgência urinária; o Óssea: resultante do processo de hipersensibilidade; osteomielite; pode evoluir para artrite; os ossos mais comprometidos são as vértebras, seguidas das epífises dos ossos longos; joelho e quadril são as articulações preferencialmente afetadas; dor e aumento do volume articular; a dor é de instalação insidiosa e lentamente progressiva o Oftálmica: resultante do processo de hipersensibilidade; apresentação histológica semelhante à do processo granulomatoso, porém não é possível visualizar o bacilo; cerato-conjuntivite flictenular; o Intestinal: resultante da disseminação hematogênica; úlceras, perfuração e fístula de alça, bem como hiperplasia com consequente obstrução; lesão perfurante é mais comum no duodeno; o Cutânea: consequentes a reações de hipersensibilidade; não se encontra o bacilo na lesão; eritema nodoso, tuberculíde papulonecrótica, eritema endurecido de Bazin, líquen escrofulosorum e lúpus miliaris dissematus faciei; Ana Luiza Spiassi Sampaio @anassampaioo o Tuberculose de pericárdio: pode resultar tanto da ruptura dos gânglios mediastinais como da disseminação hematogênica; pericardite; o Tuberculose de laringe: rara; extensa tosse; sintomas infecciosos, disfonia, odinofagia e disfagia; • Tuberculose latente: existe uma infeção por tuberculose, mas as bactérias permanecem inativas e não causam sintomas; não é contagiosa; tuberculose inativa ou tuberculose infeção; • Tuberculose ativa: contagiosa; o Sinais e sintomas: ▪ Tosse com duração de três ou mais semanas; ▪ Expetoração com sangue; ▪ Dor no peito ou dor com respiração ou tosse, vulgarmente definida como “pontada” e “dor nas costas”; ▪ Perda de peso involuntária; ▪ Fadiga (cansaço); ▪ Febre, embora o doente com tuberculose nem sempre tenha febre associada; ▪ Suor noturno (transpiração durante a noite); ▪ Arrepios; ▪ Perda de apetite; ▪ Rouquidão ou dor de garganta (tuberculose laríngea). • Tuberculose cavernosa: ocorre necrose extensa nos locais atingidos ➝ o material necrótico se liquefaz e é drenado por um brônquio ➝ cavitações (cavernas tuberculosas); o Com a fibrose que se forma na sua parede e no parênquima adjacente, às vezes podem surgir outras lesões pulmonares (obstrução brônquica, bronquiectasia,enfisema cicatricial etc.). • Tuberculose apical: a reativação dos bacilos dá origem a granulomas produtivos, granulomas produtivo-caseosos e nódulos fibrocalcificados; o Quanto maior a carga de bacilos e a intensidade de hipersensibilidade do hospedeiro, maior a extensão de necrose dos granulomas ➝ material necrótico se liquefaz e é drenado por brônquio, formando cavitações (cavernas tuberculosas); o Com a morte dos bacilos e o controle da multiplicação bacteriana, o granuloma sofre reparação das reações inflamatórias ➝ colagenização ➝ lesão entra então em processo de cicatrização, hialinização e calcificação;
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