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Doenças Prevalentes e Agravos na População Feminina

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Saúde da Mulher 
 
Camilla Marcelino 
 
 
 
 
 
Doenças Prevalentes e Agravos na População 
Feminina/Afecções Uterinas e Mama 
- A capacidade de uma pessoa ter uma vida plena 
e participar integralmente na sociedade, depende 
em grande parte da sua condição de saúde. 
- É essencial que a sociedade crie uma população 
que se preocupe com essas mulheres e seus 
familiares para boas escolhas para o estilo de 
vida. 
- O que acontece no mundo reflete na vida da 
mulher. 
- A mulher se conheceu a partir da década de 80, 
quando foi deixado de ser vergonha “aparecer”. 
PRINCIPAIS SINAIS E SINTOMAS 
1. Dor pélvica. 
2. Sangramento vaginal. 
3. Secreção/corrimento vaginal/leucorreia. 
4. Amenorréia. 
5. Prurido vulvar. 
6. Dispaurenia. 
7. Ardência. 
8. Úlceras e erosões vulvares ou vaginais. 
9. Dor mamária. 
10. Galactorréia. 
11. Infertilidade. 
 
1. Mucorréia. 
2. Vulvovaginites. 
3. Cervicites. 
- Nem sempre o fluxo genital é sinônimo de 
patologia e nem toda patologia é infecciosa: 
precisa assim ter um olhar criterioso e integral a 
saúde da mulher para que possa fazer uma 
demanda/encaminhamento adequado. 
 
- Diagnóstico: exame especular – variável nas 
mulher (fisiologias distintas). Sofre influências 
tanto hormonais como orgânicas e psíquicas. 
- Observar ausência de inflamação vaginal e áreas 
de epitélio endocervical: secretando muco claro e 
límpido (clara de ovo, sem cheiro e cor). 
- Parede vaginal da mulher sadia apresenta 
aspecto rosa-pálido. 
- Tornando-se mais clara e fino na pós-
menopausa e vinhosa durante a gestação: parede 
vaginal. 
- Esta observação macroscópica é importante: em 
caso de fluxo vaginal aumentado sendo a 
coloração se mantém, é baixo risco de infecção. 
- Conteúdo vaginal fisiológico: 
• Fluidos tubário e endometrial, muco 
cervical, células descamadas da vagina, 
transudato das paredes vaginais, das 
glândulas sebáceas da vulva e Bartholin, 
lactobacilos em abundância. 
• A quantidade média diária é de 3-5 
gramas. O pH vaginal é mantido ácido 
para uma boa saúde vaginal, em torno de 
3,8 a 4,2 – por ação da microbiota vaginal, 
através da conversão de glicogênio em 
ácido láctico. A flora vaginal faz essa 
conversão por conta própria. 
• Período ovulatório pode ocorrer a 
exteriorização de corrimento de aspecto 
claro, mucoso, abundante e com alto grau 
de filância (muco mais elástico): altos 
níveis de estrogênio nesse período. 
• Este constitui o Método de Billings para 
controle da natalidade (planejamento 
reprodutivo). 
• Após esse período, a secreção se torna 
mais espessa, leitosa, devido ao excesso de 
SECREÇÃO VAGINAL 
1 – MUCORRÉIA 
Saúde da Mulher 
 
Camilla Marcelino 
 
 
 
 
 
Doenças Prevalentes e Agravos na População 
Feminina/Afecções Uterinas e Mama 
descamação do epitélio vaginal induzido 
pela progesterona. 
- Exame microscópico a fresco: células sem 
alterações inflamatórias, número normal de 
leucócitos e abundantes lactobacilos. 
- Tratamento: sempre tranquilizar a mulher e 
explicar a fisiologia adequada da genitália. 
- Mucorréia intolerável: encaminhar para 
exame de colposcopia (exame especular que pode 
ser aplicado produtos químicos para melhor 
visualização do colo, podendo ou não fazer 
biópsias). Características como: desconfortável, 
muito molhado, odor, ... 
 
- Característica: fluxo vaginal aumentado, 
prurido e irritação. 
- Podem estar associadas a odor desagradável e 
intenso desconforto. 
- Prurido vulvar pode manifestar-se isoladamente, 
porém, quando associado a outros sintomas 
crônicos como queimação, dor ou irritação, 
chama-se vulvodínia. 
- Significado: infecções da vulva e vagina. 
- Etiologia: fungos, bactérias, protozoários e 
vírus. 
- Fatores predisponentes: hábitos 
inadequados de higiene, atividade sexual insegura 
(sem preservativo), doenças sistêmicas, idade, 
gravidez, paridade, cirurgias, uso de fármacos e 
duchas vaginais (aquilo que está na parede 
vaginal/colo do útero pode ter uma ascendência e 
prejudicar anexos ginecológicos). 
- Vaginites atrófica, química, irritativa e 
alérgica: verifica o quadro clínico das 
vulvovaginites sem que identifique um agente 
infeccioso. 
▪ Vaginite atrófica: déficit de estrogênio, 
ocorrendo frequentemente após o parto e 
menopausa, havendo melhora com a 
reposição estrogênica. 
▪ Nos processos químicos, traumáticos ou 
alérgicos: tratamento com identificação e 
exclusão do agente causador – deve ser 
feito boa anamnese. 
- Sintomas: 
1. Corrimento vaginal/Leucorréia. 
▪ Relacionado a mudança da coloração do 
corrimento vaginal: branco, amarelo ou 
esverdeado. 
▪ Acomete em todas as idades. 
▪ Diagnóstico clínico. 
▪ Frequentemente associado ao prurido 
vulvar. 
▪ Pesquisar causa. 
2. Prurido vulvar. 
▪ Queixa frequente. 
▪ Pode acompanhar diferentes lesões: canal 
aberto para infecções. 
▪ Geralmente associado à vulvodínia e 
leucorréia. 
▪ As vezes de difícil diagnóstico e 
tratamento: tem que identificar de onde 
vem essa coceira. 
▪ Infecciosa: vaginose bacteriana, 
candidíase, tricomoníase, herpes, HPV, 
verminose (oxiuríase), pediculose e 
escabiose. 
▪ Alérgica: irritação por uso de sabonetes, 
talcos, perfumes, sabonetes íntimos, roupa 
sintética/justa e medicações tópicas. 
▪ Traumática: acidentes e cirurgias. 
3. Secreção Vaginal e Prurido Vulvar: 
Propedêutica. 
▪ Anamnese bem realizada. 
▪ Exame físico completo. 
▪ Exame microscópico: a fresco, 
bacterioscópico e Papanicolau. 
▪ pH vaginal: feito com uma fita que mede o 
pH da vagina. 
▪ Cultura da secreção vaginal. 
▪ Testes sorológicos. 
- Dentro das vulvovaginites tem-se: 
a. Vaginoses bacterianas. 
2 – VULVOVAGINITES 
Saúde da Mulher 
 
Camilla Marcelino 
 
 
 
 
 
Doenças Prevalentes e Agravos na População 
Feminina/Afecções Uterinas e Mama 
b. Tricomoníase. 
c. Vulvovaginite fúngica. 
d. Cervicite. 
A) VAGINOSE BACTERIANA 
- Infecção polimicrobiana: Gardnerella 
vaginalis + bactérias anaeróbias e queda dos 
lactobacilos produtores de peróxido de 
hidrogênio. 
- Há maior alcalinização do pH vaginal e aumento 
na produção de aminas: a cadaverina. O odor 
fétido é devido a volatilização das aminas. 
- Responsável por 50% das infecções genitais 
baixas. 
- Discreta resposta inflamatória. 
- Complicações como o parto prematuro e a 
doença inflamatória pélvica (DIP): mulheres 
gravidas devem também devem fazer preventivo. 
- É pouco frequente na pós-menopausa e infância. 
- Quadro clínico: 
 
▪ Leucorréia abundante, homogênea, 
branco-acinzentado, de odor fétido, com 
pequenas bolhas, associado a disúria 
(dificuldade para urinar/ardência), 
dispaurenia (dor nas relações sexuais), 
prurido e colpite discreta. 
- Diagnóstico: 
▪ 3 dos seguintes critérios: 
1) Características clínicas do corrimento. 
2) pH vaginal > 4,5. 
3) Teste das aminas positivo (solução de 
hidróxido de potássio a 10%): odor 
desagradável – peixe podre. 
4)Exame microscópico demonstrando as 
células-chave “Clue-cells”. 
▪ Exame bacterioscópico com coloração pelo 
método de Gram. 
 
▪ Clue-cells: células vaginais recobertas de 
Gardnerella vaginalis que aderem a 
membrana celular, tornando seu contorno 
granuloso e impreciso. 
- Tratamento: 
▪ As opções terapêuticas: foco na 
restauração da flora vaginal fisiológica e 
na eliminação ou diminuição das bactérias 
patogênicas: 
A) Derivados imidazólicos: 
- Metronidazol: 400mg por via oral de 
8/8h durante 5 a 7 dias. 
- Metronidazol: 2,5g por via oral em dose 
única. 
- Tinidazol: 2,0g por via oral, dose única. 
- Secnidazol: 2,0g por via oral, dose única. 
- Metronidazol gel: 1 aplicador vaginal (5g 
durante 7 dias. 
- Durante o uso dos imidazólicos, a 
ingestão de álcool é proibida. Os efeitos 
colaterais de maior frequência são náusea, 
vômitos e anorexia. 
B) Clindamicina cápsula: 
- 300g porvia oral de 12/12h durante 7 
dias. 
- Clindamicina creme vaginal: 1 aplicador 
vaginal (5g durante 7 dias). 
- Durante o uso pode haver ocorrência de 
náuseas e diarreia. 
C) Tianfenicol granulado: 
Saúde da Mulher 
 
Camilla Marcelino 
 
 
 
 
 
Doenças Prevalentes e Agravos na População 
Feminina/Afecções Uterinas e Mama 
- 2,5g por via oral, uma vez ao dia durante 
dois dias. 
- Tianfenicol cápsulas: 2,5g por via oral (5 
cápsulas de 500mg), uma vez ao dia 
durante dois dias. 
▪ Durante o tratamento para vaginose 
bacteriana também é preconizado para 
parcerias sexuais. 
- Orientações de enfermagem: 
▪ Abstinência sexual vaginal/anal. 
▪ Medidas para alívio: higiene genital mais 
frequente (não se higienizar toda hora, 
mas para se lavar 3 vezes ao dia – manhã, 
tarde e noite). 
▪ Evitar uso de roupas que reduzam a 
ventilação e que aumentem a umidade 
local. 
▪ Uso de roupas de algodão. 
▪ Evitar uso de talco ou produtos 
perfumados. 
▪ Não recomendado o uso de protetores de 
calcinha. 
▪ Uso de sabonetes íntimos de farmácia no 
máximo 3 vezes por semana, em dias 
intercalados. 
B) TRICOMONÍASE 
- Causado por Trichomonas vaginalis: 
protozoário anaeróbio, flagelado e com 
movimento contínuo característico. 
- Não é observado a nível especular. 
- 10/15% dos corrimentos vaginais infecciosos. 
- Transmissão: principalmente sexual. 
- Capacidade de ascensão para o trato genital 
superior, veiculando outros agentes patogênicos 
como micoplasmas, Neisseria gonorrhoeae, 
Chlamydia trachomatis, causando infecções mais 
graves: proibido o uso de duchas genitais 
(auxiliam a adquirir doenças no trato genital 
superior). 
- Quadro clínico: 
▪ Corrimento vaginal (coloração amarelada 
ou amarelo-esverdeada, bolhoso e, as 
vezes odor fétido). 
▪ Ardor, prurido intenso e irritabilidade 
vaginal. 
▪ Hiperemia e edema vulvar. 
▪ Disúria: dor ao urinar. 
▪ Polaciúria: aumento da urina. 
▪ Dispareunia: dor nas relações sexuais. 
▪ Dor suprapúbica. 
▪ Colo com aspecto “tigróide” à colposcopia, 
após aplicação de lugol (solução 
iodoiodetada): teste de Schiller. 
 
- Diagnóstico: 
▪ pH vaginal em torno de 5 a 7. 
▪ Teste das aminas fracamente positivo. 
▪ Exame a fresco do conteúdo vaginal 
diluída em soro fisiológico (presença de 
organismos flagelados, ovóides e móveis). 
▪ Bacterioscopia com coloração pelos 
métodos de Gram. 
▪ Culturas em meios específicos. 
▪ Técnica de biologia molecular. 
- Tratamento: 
A) Derivados imidazólicos: 
- Metronidazol: 500mg, via oral, 12/12h 
durante 7 dias. 
- Secnidazol ou Tinidazol: 2g, via oral em 
dose única. 
- Associação: metronidazol em gel a 
0,75%, um aplicador vaginal (5g) ao deitar 
durante 7 dias. 
B) O tratamento dos parceiros é 
obrigatório. 
- Homem funciona como reservatório da 
infecção e muitas vezes assintomáticos. 
Saúde da Mulher 
 
Camilla Marcelino 
 
 
 
 
 
Doenças Prevalentes e Agravos na População 
Feminina/Afecções Uterinas e Mama 
C) A falha terapêutica pode estar associada 
à reinfecção por falta de tratamento das(s) 
parceria(s) sexual(s). 
- Orientações de Enfermagem: 
▪ Higiene pessoal mais frequente. 
▪ Uso de roupas que facilitem a ventilação 
local: nada de jeans. 
▪ Uso de roupas mais folgadas e de algodão. 
▪ Abstinência de bebida alcoólica durante o 
tratamento e até 24h após a sua conclusão. 
▪ Abstinência sexual durante o tratamento. 
▪ Orientar ingestão de medicamentos às 
refeições: por conta da melhor absorção. 
C) VULVOVAGINITE FÚNGICA 
- Candidíase/Monilíase vaginal. 
- A Candida albicans é um fungo geralmente 
presente no trato gastrointestinal e região 
perianal. 
- Entre 85 a 90% da flora vaginal fúngica é 
constituída por Candida albicans: cresce bem no 
meio ácido da vagina, podendo colonizá-la. 
- O controle do seu crescimento depende da 
presença de outros microrganismos na flora 
vaginal fisiológica. 
- Geralmente aparece quando ocorre um 
desequilíbrio entre os integrantes desta flora 
vaginal. 
- Fatores predisponentes: 
▪ Gravidez: por razões hormonais. 
▪ Diabetes. 
▪ Aumento de glicogênio nas células 
epiteliais. 
▪ Uso de contraceptivos de alta dosagem. 
▪ Imunodepressores. 
▪ Antibióticos de amplo espectro. 
▪ Duchas vaginais (tiram a microbiota da 
vagina), vestuário inadequado (como 
protetor de calcinha). 
- Quadro clínico: 
 
▪ Intenso prurido vulvar. 
▪ Corrimento branco: inodoro de aspecto 
grumoso (coalhada). 
▪ Exame ginecológico: hiperemia e edema 
vulvar, fissuras e maceração local (casos 
mais intensos- destruição do tecido do 
colo do útero). 
▪ Intensidade da infecção: ardor vulvar, 
disúria e dispareunia. 
- Diagnóstico: 
▪ Exame microscópico a fresco. 
▪ Bacterioscopia com coloração pelo método 
de Gram. 
▪ Cultura em meio específico. 
▪ Padrão-ouro para diagnóstico da 
candidíase vaginal é a identificação de 
hifas ou esporos no exame a fresco. 
- Tratamento: 
A) Derivados imidazólicos tópicos: 
- Nitrato de Isoconazol: creme 1%, 5g ao 
dia ou óvulo vaginal de 600mg em dose 
única. 
- Terconazol: creme vaginal a 0,8g, 5g ao 
dia, durante 5 dias. 
- Tioconazol: creme vaginal a 6,5%, 5g em 
uma única aplicação vaginal. 
- Clotrimazol: creme vaginal a 1%, 5g ao 
dia por 5 dias. 
- Miconazol: creme vaginal a 2%, 5g ao dia 
por 5 dias. 
- Butoconazol: creme vaginal a 2%, 5g ao 
dia por 5 dias. 
- Nistatina 100.000 UI creme vaginal 
durante 14 dias. Mais utilizada!! 
Saúde da Mulher 
 
Camilla Marcelino 
 
 
 
 
 
Doenças Prevalentes e Agravos na População 
Feminina/Afecções Uterinas e Mama 
B) Derivados imidazólicos sistêmicos: 
- Fluconazol: 150mg em dose única. 
- Cetoconazol: 2 comprimidos de 200mg, 
dose única, 1 vez ao dia por 5 dias. 
- Itraconazol: 2 comprimidos de 100mg, 
dose única, 12/12h por 1 dia. 
C) Recorrente: 
- Etapa inicial: remissão clínica e 
micológica da doença. Tópico – 
fluconazol 14 dias / sistêmico com 
150mg a cada 2 dias por 6 dias (mais 
utilizado) e itraconazol 200mg por 14 dias. 
- Tratamento supressivo por 6 meses: 
tópico – clotrimazol vaginal 500mg/sem e 
itraconazol 50-100mg/dia. 
- TRATAR PARCEIRO! 
D) Espécie não-albicans: 
- Nistatina creme vaginal: 5g/noite ou 
cápsulas vaginais de ác. Bórico 600mg/dia 
por 14 dias. 
E) Gestação: 
- Qualquer formulação tópica de longa 
duração após 3° trimestre. 
- Em caso de recorrência manter tópico até 
o término da gestação. 
- Orientações de Enfermagem: 
▪ Vestuário e higiene íntima adequados. 
▪ Não realizar ducha vaginal. 
▪ Redução na ingestão de hidratos de 
carbono. 
▪ Nos casos de candidíase recorrente - 4 ou 
mais episódios devidamente 
comprovados no período de 1 ano: 
investigar fatores de risco, como diabetes 
mellitus e estados de imunossupressão. 
▪ O tratamento para a parceira sexual deve 
ser instituído nos casos comprovados de 
candidíase vulvovaginal recorrente. 
▪ A prevenção salienta a correta higiene e o 
uso de roupas íntimas de algodão, 
evitando calor e umidade na área genital. 
▪ Medidas de sexo seguro. 
▪ Evitar uso de talco ou outros produtos 
perfumados. 
▪ Evitar uso abusivo de antibióticos. 
3 e D) CERVICITE OU ENDOCERVICITE 
 
- Inflamação do colo do útero: 18-25 anos. 
- A cervicite crônica/aguda: alteração no colo 
do útero e acomete em maior proporção mulheres 
após o parto e que usam pílula. 
- Causa: IST – gonorreia, herpes, clamídia e 
infecções bacterianas. 
- Sensibilidade por produtos químicos, como os 
dos espermicidas das camisinhas e lubrificantes. 
- Casos assintomáticos: importante que os 
exames ginecológicos para que não haja o avanço 
do quadro de inflamação e possíveis complicações 
– fertilidade. 
- A maioria das mulheres não apresenta sintomas 
relacionados com a doença ou estes são 
inespecíficos. 
- Sintomas: dor intensa na região abdominal, 
dispareunia, febre, menstruação irregular e 
secreçãovaginal espessa. 
- O diagnóstico da doença: por meio de exames 
ginecológicos, sendo o principal deles o 
Papanicolau. 
- Tratamento: 
▪ Uso de antibióticos específicos contra as 
bactérias causadoras da infecção. 
▪ Abstinência sexual. 
▪ O parceiro da paciente também deve ser 
examinado para realizar o tratamento. 
 
1. Sangramento Uterino. 
2. Endometriose. 
3. Mioma Uterino. 
AFECÇÕES DO ÚTERO 
Saúde da Mulher 
 
Camilla Marcelino 
 
 
 
 
 
Doenças Prevalentes e Agravos na População 
Feminina/Afecções Uterinas e Mama 
4. Pólipos Endometriais. 
5. Distopias. 
6. Cisto de Ovário/Síndrome dos Ovários. 
7. Doença Inflamatória Pélvica. 
1 – SANGRAMENTO UTERINO ANORMAL (SUA) 
- O SUA é um sintoma de algum afecção 
uterina, não um diagnóstico!! 
- Acomete Todas As faixas etárias, desde a 
adolescência até a perimenopausa. 
- Padrões anormais de sangramento: 
▪ Dismenorreia: menstruação dolorosa 
(cólica). As dores podem sobrevir antes e 
durante a menstruação. 
▪ Hipermenorreia: menstruação dura mais 
de 7 dias, com intervalos regulares (ciclo 
de 28/30 dias). 
▪ Hipomenorreia: menstruação dura menos 
de 2 dias. 
▪ Oligomenorreia: diminuição da 
quantidade do fluxo menstrual. 
▪ Opsomenorreia: diminuição da frequência 
dos ciclos. Mais de 35 dias sem menstruar 
– aproximando da menopausa. 
▪ Espaniomenorreia: intervalo entre os 
ciclos superiores a 2/3 meses. 
▪ Menóstase: suspensão brusca da 
menstruação, antes do tempo normal – 
emocional/hormonal. 
▪ Menorragia: aumento quantitativo dos 
sangramentos menstruais (aumento 
superior a 80mL). 
▪ Polimenorreia: “ciclos curtos”. Menores 
que 21 dias – geralmente de causa 
hormonal. 
▪ Metrorragia: sangramento fora do período 
menstrual, intervalos irregulares, 
frequentes, com volume e duração 
variáveis. 
▪ Spotting: sangramento de escape (entre 
ciclos regulares) – contraceptivos. 
- Causas orgânicas e disfuncionais: 
AMENORREIA 
- Ausência de menstruação no período da 
menarca. 
a) Primária: não ocorrência da menarca (primeira 
menstruação) aos 14 anos em meninas sem 
desenvolvimento de caracteres sexuais 
secundários (mamas, pelo pubianos), ou aos 16 
anos em meninas com desenvolvimento de 
caracteres sexuais secundários. 
b) Secundária: ausência de menstruação por 6 
meses ou por uma período equivalente a 3 ciclos 
habituais, em mulher que habitualmente 
menstruava. Acontece muito com mulheres que 
tomaram anticoncepcionais em longos períodos, 
como mais de 15/20 anos. 
- Pode ser fisiológica (gestação, lactação, 
menopausa) ou patológica, sendo apenas um 
sintoma de várias condições clínicas possíveis: 
investigar. 
2 – ENDOMETRIOSE 
- Tecido endometrial com características idênticas 
às da cavidade uterina, desenvolve-se fora do 
útero: trompas, ovários, pulmões, fígado e 
intestino. 
- Pode ter características genéticas, 
hormonais ou ambientais. 
- O útero é formado por duas camadas: 
endométrio (interna) e miométrio (camada mais 
interna deste musculo uterino). A endometriose é 
relacionada a essas camadas uterinas. 
Saúde da Mulher 
 
Camilla Marcelino 
 
 
 
 
 
Doenças Prevalentes e Agravos na População 
Feminina/Afecções Uterinas e Mama 
- Os sinais e sintomas dependerão da 
localização: dismenorreia, dispareunia, dor 
pélvica e infertilidade (dependendo do grau). 
- Na endometriose, os fragmentos de endométrio 
dispostos fora do útero, também respondem à 
ação hormonal e aumentam de tamanho. 
- Essas partes não são eliminadas na 
menstruação, podendo ocorrer um pequeno 
sangramento todo mês nestes locais (por 
exemplo, nas trompas). 
 
- Esse processo contínuo pode causar inflamação 
seguida de fibrose, que poderá levar a aderências 
idênticas a “correias” que ligam os órgãos 
pélvicos: NÃO existe cura para a doença – 
resposta hormonal. 
ADENOMIOSE 
- A adenomiose (ou endometriose interna) é o 
crescimento anormal do endométrio até o 
miométrio, onde se observam focos anormais até 
uma profundidade de 3mm na musculatura lisa 
uterina. 
- Frequente em mulheres com idade acima dos 40 
anos: exposição hormonal feminino. 
- Sintomas: cólicas uterinas intensas, 
metrorragia, dispareunia, constipação e dor ao 
evacuar. 
3 – MIOMA UTERINO 
- Patologia benigna que acomete as mulheres 
no período reprodutivo. 
- Sangramento acima do padrão fisiológico 
do ciclo menstrual. 
- São tumores benignos derivados da série 
mesenquimatosa, e que se originam nas células 
musculares do miométrio. 
- Iniciam-se como nódulos esféricos, massas róseo 
esbranquiçadas e consistência firme/elástica. 
- Podem variar em seu crescimento segundo a 
localização e as pressões a que são submetidos. 
 
- De acordo com sua localização são classificados 
em: 
a) Corporais: localizados em sítios distintos do 
corpo uterino. 
b) Cervicais: no colo do órgão – incomuns. 
▪ Os corporais dependem da influência 
hormonal do ovário, enquanto os 
cervicais, não - causas desconhecidas. 
▪ A localização mais frequente é no corpo 
uterino (onde há mais frequência dos 
hormônios femininos). 
▪ Em média 5% se localizam no colo uterino. 
- Classificação: 
a) Intramurais: tem relação com a infertilidade. 
Desenvolvem-se na parede do útero e se 
expandem para dentro. 
b) Subserosos: desenvolvem-se abaixo da camada 
externa do útero, menos risco de infertilidade. 
c) Submucosos: estão abaixo do endométrio. Os 
que causam mais sangramento e tem relação com 
a infertilidade. 
- Não existe uma relação direta entre mioma e 
infertilidade. O mioma pode dificultar a gestação 
e a mulher pode engravidar após sua retirada. Às 
vezes, o mioma sozinho não é responsável pela 
infertilidade, deve-se avaliar como: taxas 
hormonais, fertilidade masculina. 
Saúde da Mulher 
 
Camilla Marcelino 
 
 
 
 
 
Doenças Prevalentes e Agravos na População 
Feminina/Afecções Uterinas e Mama 
 
- Sinais e sintomas: 
 
▪ Pode ser assintomático. 
▪ Achado num exame ginecológico de 
rotina, detectando uma formação nodular. 
▪ Dependendo do tamanho e localização, a 
paciente refere os seguintes sintomas: 
1. Sangramento genital aumentado (com 
presença de coágulos). 
2. Dor pélvica + cólicas no período 
menstrual e pré-menstrual. 
3. Peso no baixo ventre. 
4. Constipação por compressão do 
intestino (porção retal). 
5. Dispareunia. 
6. Massa palpável no abdômen, quando 
em decúbito. 
7. Compressão da bexiga. 
8. Fluxo está aumentado = quadro de 
anemia. 
9. Abortamentos, deformidade anatômica 
uterina, prematuridade, descolamento de 
placenta. 
10. Tendem a diminuir de tamanho na 
menopausa: pela influência hormonal. 
11. Aumentam com a gravidez. 
- Tratamento: 
▪ Miomectomia (extirpação do mioma). 
▪ Histerectomia subtotal (retirada com 
útero com preservação do colo). 
▪ Histerectomia total (retira do útero). 
▪ Embolização (preservação do útero): 
menos invasiva, feita através de um 
cateter. 
4 – PÓLIPOS ENDOMETRIAIS 
- Diagnóstico: 
▪ Queixas frequentes de SUA, de forma 
discreta, podendo chegar à hemorragia 
intensa, infertilidade (dependendo da 
quantidade de pólipos e localização) e 
sangramento pós-menopausa. 
- Neoformações da mucosa endometrial, 
revestidas por epitélio com quantidade variável de 
glândulas, estroma e vasos sanguíneos. 
- São lesões benignas com baixo potencial de 
malignização. 
- Podem ser pequenos ou ocupar toda a cavidade 
uterina. 
- Na pós-menopausa, podem ser assintomáticos 
ou podem estar relacionados a sangramento em 
torno 1/3 dos casos (não tem nutrição hormonal). 
- Tratamento: medicamentos hormonais e 
cirurgia. 
 
5 – DISTOPIAS 
- Deslocamento parcial ou total de um órgão, de 
sua posição habitual. 
- Geralmente o deslocamento do útero não ocorre 
de maneira isolada: acompanhado pelo 
deslocamento de outros órgãos pélvicos, como 
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Camilla Marcelino 
 
 
 
 
 
DoençasPrevalentes e Agravos na População 
Feminina/Afecções Uterinas e Mama 
bexiga, reto, alças intestinais e uretra = 
PROLAPSO GENITAL. 
- Causas: deficiência dos ligamentos, na 
inadequada sustentação do assoalho pélvico, no 
aumento da pressão intra-abdominal, maior peso 
do útero, na diminuição do estrogênio após a 
menopausa. 
- Tipos: 
▪ Cistocele: prolapso da parede vaginal 
anterior – envolve bexiga e uretra. 
▪ Retocele: prolapso da parede posterior da 
vagina – envolve o reto. 
▪ Enterocele: prolapso que envolve a saída 
do intestino pela vagina. 
▪ Prolapso uterino: deslocamento do útero 
pelo intróito vaginal. 
- Classificação: 
▪ Grau 1: deslocamento não chega ao 
intróito vaginal. 
▪ Grau 2: deslocamento chega ao intróito 
vaginal. 
▪ Grau 3: deslocamento ultrapassa o intróito 
vaginal – mais incomodo pela 
exteriorização do órgão pela vagina. 
- Cuidados de enfermagem em casos NÃO 
cirúrgicos: 
▪ O conhecimento da anatomia e da 
fisiologia, puberdade ao climatério, é 
essencial para o cuidado de enfermagem. 
▪ Depende da sintomatologia: em sintomas 
leves ou mesmo inexistentes estimula-se 
os exercícios perineais. 
▪ Enfatizar a importância da reposição 
hormonal prescrita pelo médico se for o 
caso. 
▪ Estimular a fisioterapia com exercícios 
pélvicos, cones vaginais. 
- Exercícios Perineais-Kegel: 
 
▪ Bexiga sem nenhum volume de liquido e a 
paciente mantém a contração dos 
músculos do assoalho pélvico durante o 
período de 10 segundos, posteriormente 
relaxa os músculos seguindo uma ordem 
de 10 repetições, 3 vezes ao dia. 
▪ Deitada ou sentada. 
- Exercícios Perineais-Cones Vaginais: 
 
▪ Técnica intracavitária, constituído por um 
conjunto de 5 pesos diferentes. Introduz 
na vagina para fortalecimento do assoalho. 
▪ Varia de 20 a 70 gramas. 
▪ Os cones vaginais promovem um ganho de 
força e resistência muscular por meio do 
recrutamento da musculatura 
pubiococcígea e auxiliar periférica – maior 
conscientização perineal. 
- Cuidados de enfermagem em casos NÃO 
cirúrgicos: 
▪ Encorajar a paciente a expressar os 
sentimentos, especialmente sobre a 
maneira de ver a si mesma, 
proporcionando melhora na autoestima. 
- Orientar quanto ao uso de pessários 
(removível, colocado na vagina para suportar as 
paredes vaginais/útero), dando ênfase a avaliação 
periódica: 
▪ Componentes de uso ginecológico 
produzidos com silicone, utilizados no 
tratamento conservador do: prolapso 
uterino, prolapso da vagina após remoção 
do útero e prolapso da bexiga. Existem em 
diferentes modelos/tamanhos cada um 
tendo indicação para cada tipo de 
prolapso. 
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Camilla Marcelino 
 
 
 
 
 
Doenças Prevalentes e Agravos na População 
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▪ Os pessários são orientados pelo 
fabricante a serem retirados todos os dias 
para lavagem com água corrente e sabão 
neutro. 
- Cuidados de enfermagem em casos NÃO 
cirúrgicos: 
 
▪ Ensinar a esvaziar a bexiga antes de 
inserir e ao retirar. 
▪ Ensinar uma posição confortável para 
introdução e remoção. 
▪ Para a introdução, dobrá-lo após ter sido 
lubrificado com solução aquosa. 
▪ Com uma mão, abrir a vagina e com a 
outra introduzir o pessário com 
movimentos delicados (deve ficar abaixo 
do colo cervical e atrás do osso púbico). 
▪ Quando colocado em posição correta, ele 
deve ficar indolor e confortável. 
▪ Para removê-lo, introduzir os dois dedos 
dentro da vagina, prendendo-o em garra e, 
girando e puxando para baixo até tirá-lo. 
▪ Orientar para lavar o pessário com água e 
sabão, enxaguando-o bem. 
6 – CISTO DE OVÁRIO 
- É um tumor com conteúdo liquido, semilíquido 
ou pastoso. 
- Podem ocorrer em um ou ambos os ovários. 
- Sintomas: sensação de peso no abdômen, dor 
no baixo ventre e atraso menstrual. 
- Não leva a infertilidade: a dificuldade de 
engravidar é devido às alterações hormonais que 
levaram ao surgimento do cisto. 
- Tratamento: hormonal ou cirúrgico – excisão 
do cisto de ovário ou ooforectomia. 
 
- É um conjunto de alterações 
morfofisiológicas dos ovários, com 
repercussão no ciclo menstrual e na capacidade 
reprodutiva. 
- A etiologia da doença não está bem estabelecida, 
mas podem responder pela ocorrência da 
síndrome: 
a) Falhas de ação enzimática no metabolismo 
dos esteroides ovarianos. 
b) Alterações do eixo hipotálamo-hipofisário. 
c) Anomalias cromossômicas. 
d) Obesidade. 
e) Fator emocional. 
f) Alteração das suprarrenais. 
- Sintomatologia: 
▪ Infertilidade: pela ação hormonal. 
▪ Ciclos anovulatórios: ausência de 
ovulação. 
▪ Amenorréia, oligomenorreia. 
▪ SUA. 
▪ Hirsutismo: aumento de pelos no rosto. 
▪ Desconforto abdominal. 
- Diagnóstico: 
▪ Anamnese: exame ginecológico e 
complementares. 
- Tratamento: 
▪ Clínico: anticoncepcionais (reduzir as 
questões de ovulação, para os cistos 
deixarem de ser nutridos), redução do 
peso e psicoterapia (o emocional altera os 
hormônios). 
▪ Cirúrgico: ressecção. 
SÍNDROME DOS OVÁRIOS POLICÍSTICOS 
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Camilla Marcelino 
 
 
 
 
 
Doenças Prevalentes e Agravos na População 
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7 – DOENÇA INFLAMATÓRIA PÉLVICA (DIP) 
- Engloba o conjunto de doenças inflamatórias do 
trato genital feminino superior. 
- O termo DIP é utilizado para incluir a infecção 
da cérvix (cervicite), útero (endometrite), trompas 
(salpingite) e ovários (ooforite). 
- Atinge a mulher jovem ao redor dos 20 a 35 
anos, sexualmente ativa. 
- Causa altos índices de gravidez ectópica (fora do 
útero), dor pélvica crônica e infertilidade. 
- Etiologia: 
▪ A causa mais comum é a transmissão 
sexual (Chlamydia trachomatis/ 
Neisseria gonorrhea), mas também pode 
surgir após procedimentos ou eventos 
ginecológicos (causas que podem estar 
relacionadas a infecção): 
a) Parto. 
b) Aborto. 
c) Inserção de um DIU. 
d) Biópsia de endométrio. 
e) Histeroscopia. 
f) Curetagem uterina. 
- Sintomas: 
▪ Leucorreia, usualmente com coloração, 
odor fétido e consistência alterada. 
▪ Dor abdominal baixa, que se inicia logo 
após o período menstrual. 
▪ Febre (pela infecção), calafrios, 
dispareunia ou sangramento menstrual 
irregular. 
▪ Pode ser aguda ou crônica. 
- Aguda: 
▪ Início logo após as menstruações. 
▪ Dor abdominal intensa no baixo ventre 
que aumenta progressivamente. 
▪ Desconforto que aumenta com a 
movimentação cervical (toque 
ginecológico). 
▪ Podem ocorrer vômitos. 
▪ Febre alta, leucocitose e corrimento 
purulento abundante da cérvix. 
▪ Sangramento irregular. 
 - Crônico: 
▪ Pode se seguir a uma crise aguda com 
subsequente formação de cicatrizes, 
aderências tubárias e pélvicas, dor crônica, 
irregularidades menstruais e possível 
infertilidade. 
▪ Os abcessos podem se desenvolver nas 
trompas, ovários ou pelve. 
- No caso dos abcessos, pode ocorrer uma 
pequena perfuração, esta pode se fechar e há boa 
resposta a antibióticos. Os abcessos que não 
respondem, necessitam de remoção cirúrgica. 
- Uma perfuração grande de um abcesso anexial 
representa uma emergência cirúrgica, 
rapidamente progredindo para o padrão 
caraterístico de dor abdominal intensa no baixo 
ventre, peritonite generalizada, náusea, vomito e 
choque secundário à peritonite e endotoxemia: 
toxina é parte integrante da membrana externa de 
algumas bactérias e só é libertada após destruição 
da membrana externa da bactéria das Gram 
negativas. 
- Diagnóstico: 
▪ Exame físico: presença e as características 
do corrimento, dor a palpação abdominal 
e dor à palpação/mobilização do útero 
(movendo-se a cérvix ou palpando-se os 
anexos, produz-se dor intensa). 
▪ Alguns exames laboratoriais como 
hemograma, teste de gravidez, pesquisa de 
clamídia e gonococo, exame a fresco do 
conteúdo vaginal e ecografia pélvica 
auxiliam na confirmação. 
- Tratamento: 
▪ Não complicada deve ser no âmbitoambulatorial com o uso de antibióticos e 
acompanhamento regular da paciente. 
▪ A DIP complicada requer hospitalização e 
terapêutica antibiótica endovenosa 
seguida por complementação oral. 
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Camilla Marcelino 
 
 
 
 
 
Doenças Prevalentes e Agravos na População 
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▪ A DIP aguda necessita de tratamento 
imediato e vigoroso para interromper a 
infecção e impedir a infertilidade. 
▪ Os ATBs devem ser introduzidos logo após 
a obtenção das amostras para cultura e 
testes de sensibilidade. 
- Cuidados de enfermagem: 
▪ Observar quantidade, cor, odor do 
corrimento. 
▪ Avaliação adequada dos sinais vitais. 
▪ Evitar reinfecção: evitar transmissão da 
infecção, orientado a pacientes manusear 
com cuidado os absorventes e objetos, 
lavar bem as mãos com água e sabão. 
▪ A prevenção inclui comportamento sexual 
seguro, estimulando o uso de 
preservativos. 
 
 
1. Mastalgia. 
2. Displasia mamária. 
3. Cisto mamário. 
4. Tumor benigno da mama. 
5. Fibroadenoma. 
1- MASTALGIA 
- Dor cíclica: piora da dor no período pré-
menstrual. 
▪ Frequentemente bilateral, acomete 
principalmente os quadrantes superiores 
laterais das mamas. 
▪ Pode ter irradiação para o braço. 
▪ Geralmente está associada a espessamento 
mamário. 
- Dor acíclica: sem relação com o ciclo 
menstrual. 
▪ Decorrente de afecções mamárias 
específicas (processos inflamatórios e 
mastites, traumas, cicatrizes). 
▪ Afecções relacionadas à parede torácica, 
como mialgias e lesões musculares, 
neurites, dores ósseas e articulares 
(Síndrome de Tietze), dermatites e flebites 
(Síndrome de Mondor). 
2 – DISPLASIA MAMÁRIA 
- A dor é cíclica e depende da ação dos hormônios 
ovarianos sobre a mama tornando-a túrgida e 
dolorida principalmente no período pré-
menstrual. 
- A mulher que tem muitas gestações e 
amamentações, em geral não refere dor mamária. 
 
3 – CISTO MAMÁRIO 
- É uma lesão completamente benigna e consiste 
no acumulo de liquido sem maior significado 
dentro da mama. 
- São facilmente palpados, de consistência 
amolecida e podem atingir grandes volumes. 
➢ Tratamento das alterações 
funcionais benignas das mamas: 
- A explicação sobre o que é o quadro e 
transmissão de tranquilidade e confiança é 
suficiente. 
- Estimular frequência das consultas 
ginecológicas. 
- Recomenda-se o uso de sutiãs com alças largas, 
do tipo esportista que fixam melhor as mamas. 
4 – TUMORES BENIGNOS DA MAMA 
 
ALTERAÇÕES FUNCIONAIS BENIGNAS DAS 
MAMAS 
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Doenças Prevalentes e Agravos na População 
Feminina/Afecções Uterinas e Mama 
5 – FIBROADENOMA DE MAMA 
- Nódulo de origem e evolução benigna que 
aparece geralmente entre 15 e 25 anos de idade. 
- De 1 a 2cm, duro, móvel, único, não doloroso e 
bem delimitado. 
- Consistência dura e elástica, móvel à palpação, 
de superfície lobulada, é bem delimitado, indolor 
e geralmente único. 
- Sem potencial de malignização. 
- Certos tipos de câncer, chamados tumores 
circunscritos, podem simular um fibroadenoma 
sendo, portando, prudente confirmação 
histopatológica. 
- Tratamento: retirada por meio de pequena 
cirurgia, com incisão na região periareolar. 
- Em jovem, com ultrassonografia de aspecto 
benigno e punção aspirativa afastando células 
malignas, pode-se optar por conduta observadora.

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