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Livro COMUNICAÇÃO JURIDICA Unidade III

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LINGUAGEM E COMUNICAÇÃO JURÍDICA
Unidade III
5 ESTRATÉGIAS EFICIENTES DE LEITURA E ESCRITA
O gênero discursivo jurídico é constituído por textos de toda sorte e exige uma carga de leitura 
constante. Do início ao fim do processo, a leitura nessa área é de fundamental importância, pois é a 
partir da leitura que o sujeito pode fazer importantes interpretações, e estas serão norteadoras das 
decisões que orientarão todo o percurso argumentativo do processo.
5.1 Leitura
Quando pensamos em leitura, temos o hábito de pensar em um leitor e em um texto escrito, que 
é uma imagem que se consolida em nosso imaginário em função de vivermos em uma cultura de 
auditório, na qual o professor fala, o autor escreve e o aluno e o leitor recebem o texto passivamente.
 Observação
A colonização brasileira se deu com a catequização dos índios por 
padres jesuítas. A cultura de auditório instaura e perpetua as relações de 
dominação que se confirmam na própria enunciação da aula, na medida em 
que aquele que tem o direito de falar é quem domina o saber e é legitimado 
pela instituição. Os alunos, por outro lado, se mantêm prontos para receber 
o que o mestre escolhe ensinar.
A primeira coisa que temos de considerar é o texto como discurso, como lugar no qual a língua 
significa pela materialidade histórica e o discurso se instaura enquanto efeito de sentido. O discurso, 
diferentemente do texto, não se prende aos limites da página, tampouco é escrito ou oral, necessariamente. 
O discurso não se restringe ao espaço físico que ocupa.
Temos ainda que abandonar a ideia de que o leitor é um mero receptor, que se limita a um lugar passivo no 
qual somente recebe o texto, sujeitando‑se ao autor como se este fosse uma autoridade máxima. A capacidade 
de o leitor interagir com o texto, de dar sentido a ele e de perceber o que ele significa não pode ser ignorada. Não 
é o autor que dá sentido ao texto, tampouco ele pode controlar o sentido do seu dizer. Os efeitos de sentido do 
discurso se instauram na relação interlocutor/leitor, atravessam o texto e dão sentido a ele.
Assim, em uma perspectiva discursiva de leitura, o leitor é o interlocutor. Ele interage efetivamente 
com o texto porque questiona as posições do sujeito enunciador/autor. Na verdade, o interlocutor é 
constitutivo do próprio momento de elaboração do texto, uma vez que é parte do imaginário do sujeito, 
que assume a posição de enunciador e que pode, ou não, ser o autor.
34
Unidade III
Temos um interlocutor virtual presente no imaginário do sujeito enunciador que, na elaboração do 
próprio texto, se relaciona com o interlocutor, pressupondo suas dúvidas, supondo suas interferências, 
imaginando sua rejeição às propostas que lhe apresenta, argumentando e contra‑argumentando ao 
longo de todo texto.
Ainda que o sujeito enunciador não conheça a identidade de seu interlocutor, sabe prever seus 
caminhos, porque o imaginário lhe permite compreender os sentidos que se misturam.
 Observação
Quando o interlocutor se inscreve como tal, ele se permite interagir 
com o texto e seu autor, passa a questionar os fundamentos dos quais 
o autor se vale para sustentar suas teses, lê com a devida criticidade e 
alcança uma compreensão aguçada. Esse movimento de leitura pode 
levar o interlocutor a procurar outras fontes para melhor compreender o 
tema, o que lhe proporcionará uma leitura diversificada e compreensão 
mais abrangente.
O texto se vale da língua verbal, não verbal, escrita ou oral, formal ou informal e materializa as 
relações de poder próprias da sociedade. Desde as nossas primeiras experiências como autores, somos 
soterrados por regras de autoria na voz de nossos pais e professores.
O autor é aquele que assume o lugar social que a posição de autor lhe reserva, é o responsável pela 
autoria e regulado pelo princípio de autoria. Ao autor compete o domínio do conteúdo e a clareza do 
texto, bem como a responsabilidade pelos desdobramentos que poderão advir da sua enunciação.
 Lembrete
A leitura é um gesto de interpretação atravessado pela história do 
sujeito/leitor. Assim, jamais podemos pensar que a interpretação de um 
texto é isenta de subjetividade do sujeito/leitor, como também não o é em 
relação ao próprio sujeito enunciador/autor.
É preciso definir o objetivo que orienta a leitura, pois isso é fundamental para a compreensão do 
texto. Nem toda interpretação de texto é orientada pela mesma estratégia de leitura, isso acontece 
porque a necessidade do interlocutor determina o tipo de compreensão que ele vai ter do texto. Se 
precisamos de uma informação simples, não é necessário nos apegarmos a detalhes, pois perderíamos 
tempo com informações que não atendem a nossa necessidade.
Assim sendo, passamos a expor os níveis de compreensão de leitura e as estratégias mais eficientes 
para atingir nossos objetivos.
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LINGUAGEM E COMUNICAÇÃO JURÍDICA
Níveis de leitura e estratégias eficientes
Não se pode esperar que todos os sujeitos e interlocutores trilhem o mesmo percurso na busca 
de informação para analisar um processo ou quando estruturam argumentativamente uma tese. Na 
realidade, todos desenvolvemos diferentes formas de compreensão de um texto, mesmo que ainda não 
tenhamos consciência desse mecanismo.
Compreensão geral (estratégia de skimming)
Essa estratégia é de grande eficácia quando temos claro que a informação que desejamos pode estar nas 
partes mais destacadas de um texto, como no título, subtítulo, resumo, palavras‑chave, sumário, ilustrações 
com exemplos, imagens, legendas, datas, tabelas, quadros, formatação, apresentação, prefácio, posfácio, 
capítulos, unidades, módulos, partes, notas de rodapé, considerações finais, referências bibliográficas, 
exercícios, anexos, apêndices, palavras ou expressões destacadas, fonte, cor, uso de maiúsculas, negrito, 
itálico e sublinhado. Essas partes reúnem informações que são de grande utilidade, sobretudo quando se 
trata de um processo de seletividade de textos para a fundamentação de uma pesquisa.
Compreensão de pontos principais (scanning)
Esta estratégia é muito pontual quando precisamos de informações claramente definidas e que não 
dependem de uma leitura detalhada. Se precisamos tomar uma medicação e não sabemos se ela pode provocar 
sonolência, não é necessário ler a bula integralmente, precisamos apenas procurar o item efeitos colaterais 
ou reações adversas, pois, caso um desses efeitos seja sonolência, vamos saber se podemos ou não dirigir um 
veículo. Da mesma forma, se formos alérgicos a algum componente e quisermos saber se o medicamento 
pode causar complicações, podemos procurar essa informação no item componentes da fórmula.
A palavra scanning significa, em inglês, concentrar‑se na informação, como se todo o restante do 
texto ficasse desfocado. Como em um scanner, o olhar do interlocutor que ocupa o lugar social daquele 
que interpreta tira o foco das informações que não lhe interessam e busca apenas o que é prioritário.
Nesse nível de compreensão de textos – pontos principais –, podemos elencar palavras‑chave ou 
fazer perguntas que, também pelas palavras‑chave, nos conduzirão à informação desejada. Na realidade, 
a maioria dos textos apresentados na forma escrita ou oral trabalham com esse tipo de compreensão.
Exemplo de aplicação
Em três bulas de remédio, identifique os princípios ativos e os laboratórios. Onde você encontrou 
essas respostas? Reflita sobre a estratégia de leitura que te ajudou nessa busca.
Notas
As notas das obras ou dos textos acadêmicos não devem ser negligenciadas pelos leitores, pois elas 
contêm informações orientadoras. Ignorá‑las pode comprometer a compreensão de modo significativo, 
36
Unidade III
porque corremos o risco de atribuir determinado conceito ao autor do texto que estamos lendo, quando, 
na verdade, as notas informam que o verdadeiro autor é outro.
Elas se apresentam acompanhadas por números ou letras ao final da citação, sequencialmente, no 
corpo do trabalho, remetendo ao rodapé, ou às notas no finaldo capítulo ou parte, ou, ainda, no final 
da obra, antes das referências. 
É possível referenciar em notas: 
• obras; 
• trabalhos que ainda estejam em produção, devendo constar a expressão, entre parênteses, “em 
fase de elaboração”;
• informações verbais obtidas durante uma conversa;
• dados coletados em palestra ou qualquer outro tipo de menção necessária, seguindo normas 
de referência;
• tradução ou vocabulário livre;
• informações obtidas por comunicação verbal.
Compreensão detalhada
Leitura completa e detalhada é a mais rara no dia a dia, na medida em que a maioria dos textos 
submetidos à leitura não demanda esse nível de compreensão, que é mais indicado quando há a 
necessidade de dominar o conteúdo para uma apresentação, prova, trabalho de pesquisa, tradução ou 
para algo que vá demandar um conhecimento mais aprofundado do texto.
Um defensor e um promotor de júri precisam desse nível de compreensão porque detalhes do relato 
de testemunhas, laudos, documentos etc. podem ser uma grande arma para conquistar adesão às suas 
teses. O grande problema é que um processo amonta volumes e demanda muito tempo de estudo.
Leitura crítica
A leitura crítica pressupõe um nível de compreensão detalhada porque precisa apresentar 
fundamentos sólidos para sustentar os pontos de vista que serão apresentados.
A crítica pode se dar pela forma e pelo conteúdo. Nesse nível de leitura, busca‑se o que chamamos 
de “furos” no texto, ou seja, incoerências capazes de fornecer informações contraditórias textual 
ou contextualmente:
• Contradições textuais: são aquelas que conflitam com informações do próprio texto, seja pelo 
conteúdo ou pela clareza da escrita. Assim, as relações de sentido do texto geram conflitos entre 
si e com o texto.
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LINGUAGEM E COMUNICAÇÃO JURÍDICA
• Contradições contextuais: são aquelas que conflitam com aspectos teóricos e com os 
demais textos do tema. Espera‑se que um defensor ou promotor que atue na enunciação 
do Tribunal do Júri tenha um nível elevado de leitura e compreensão, conseguindo fazê‑las 
detalhada e criticamente.
No caso Isabella Nardoni, por exemplo, o promotor Francisco Cembranelli, em função de uma leitura 
desse nível de compreensão, registrou desde o momento que Alexandre Nardoni desligou o carro até 
o último telefonema controlado por satélite. O sujeito enunciador promotor elencou todos os horários 
das chamadas. A precisão do promotor provou que o casal Nardoni estava no apartamento no momento 
em que Isabella foi atirada do 6º andar. A argumentação do sujeito enunciador promotor conquistou 
a adesão do Conselho de Sentença porque se tornou uma prova inconteste, surpreendendo a defesa e 
deixando‑a sem contra‑argumentos (DUGAITH, 2012).
Conclui‑se, portanto, que a leitura é parte essencial do sucesso de um percurso argumentativo, 
sobretudo no caso do gênero discursivo jurídico. Cabe salientar que podemos alcançar o nível de leitura 
crítica em qualquer situação, pois a incoerência pode ser percebida em contextos variados, por exemplo, 
entre um título e um subtítulo que não mantenham relação lógica.
Não devemos ler movidos pela pressa de terminar a leitura, pois isso poderá nos conduzir a fazer 
escolhas errôneas ou a não perceber o potencial de argumentos que estão diante dos nossos olhos. Em 
síntese, devemos definir o objetivo da leitura antes mesmo de começarmos a ler.
A seguir, algumas indicações de como explorar o texto:
• Para saber o assunto: temos uma boa fonte nos títulos, subtítulos, tabelas, gráficos etc., ou seja, 
em locais destacados do texto, visando à compreensão geral.
• Para saber informações pontuais: temos de buscar dados localizáveis em lugares determinados. 
Desse modo, podemos recorrer, por exemplo, a palavras‑chave, visando compreender os principais 
pontos do texto.
• Para produzir um trabalho: temos de ter informações mais aprofundadas. Nesse caso, devemos 
recorrer às estratégias usadas anteriormente e seguir realizando uma compreensão detalhada.
• Para assumir uma posição em relação ao texto: temos de buscar aspectos de coerência e fazer 
uma leitura crítica, que, por sua vez, pressupõe todas as indicações anteriores.
 Observação
Mesmo que um texto tenha sido consultado para obtenção de uma 
única informação, suas referências devem ser mencionadas e a informação 
obtida deve expressar o crédito à fonte consultada. Isso confere legitimidade 
à informação e é coerente com as regras do princípio de autoria.
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Unidade III
5.2 Escrita: princípios gerais da redação
A competência linguística de produzir um texto escrito ou oral decorre de um processo de 
conscientização. Para tanto, há que considerar determinados aspectos que são próprios de um texto 
capaz de prender a atenção do interlocutor e conquistar sua adesão, o que, especialmente no contexto 
da comunicação jurídica, é um objetivo complexo.
Para que possamos produzir um texto exemplar, temos de observar determinados princípios, quais 
sejam: verdade, clareza, coesão e coerência, objetividade e validação.
5.2.1 Verdade
Um texto não pode pecar pela falta de credibilidade, porque essa falha não apenas leva ao fracasso 
das propostas que apresenta, como também gera efeitos negativos à imagem do sujeito enunciador que 
vão muito além da própria enunciação.
O texto que viola o princípio da verdade peca por não ser verossímil. Marcado por falácias e afirmações 
genéricas, apoia‑se em fontes duvidosas e em fundamentos incoerentes. Não instaura legitimidade e, 
portanto, não alcança credibilidade, comprometendo significativamente o objetivo norteador do texto, 
pois fica vulnerável a contra‑argumentos.
É imperativo que se construa um texto consolidado em uma estrutura argumentativa sólida, capaz 
de se valer de dados concretos e confirmados por fontes legítimas. Não podemos ser orientados por 
pretensões mal delineadas, esvaziadas de bases legais, atravessadas pela má‑fé e que criam efeitos de 
lógica com generalizações para construir falsas verdades.
Deve‑se ter como certo que, à medida que o interlocutor percebe um argumento falacioso, a dúvida 
se instaura sobre os demais argumentos que sustentam a estrutura da tese para qual se busca adesão; 
até os mais simples e mais óbvios argumentos ficam sujeitos a questionamentos. O efeito de descrédito 
fica atrelado à imagem do sujeito enunciador, estendendo‑se, inclusive, a outros textos que ele já tenha 
enunciado ou ainda venha a fazê‑lo. Esses efeitos negativos o acompanharão no futuro, o que só vem a 
acentuar o risco da construção de um texto comprometido pelo princípio da verdade.
5.2.2 Clareza
Um texto bem redigido e organizado prima pela clareza. E, por clareza, entendemos a qualidade do 
texto, com uma redação limpa, bem estruturada, sem ambiguidade ou obscuridade.
As ideias devem ser apresentadas com absoluta transparência. Caso requeira exemplificação, cabe ao 
sujeito enunciador escolher as digressões necessárias, previamente anunciadas, expostas com brevidade 
e concluídas de modo a conduzir a interpretação do interlocutor.
Para que um texto oral, principalmente, tenha esse nível de qualidade, é necessária a elaboração 
de uma redação mais constituída por orações marcadas por elementos de coordenação e menos 
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LINGUAGEM E COMUNICAÇÃO JURÍDICA
dependente de encadeamentos de subordinação, com vocabulário mais simples, pontuação clara 
e orações curtas.
Uma particularidade do texto oral em relação ao texto escrito é não haver possibilidade de voltar 
ao texto e buscar esclarecimentos. Cabe ao interlocutor apenas acompanhar o sujeito enunciador, 
caso contrário, sua compreensão do texto ficará ainda mais comprometida. Logo, orações marcadas 
por inversões, subordinações, referentes complexos e pontuação pouco orientadora podem levar o 
interlocutor do texto oral a se perder, o que dificulta a adesão à tese do sujeito enunciador.
5.2.3 Coesão e coerência
A preocupação com a clareza do texto impõe que a coesão e a coerência do texto sejam objeto de 
um cuidado maior. Há que se terem mente a imprescindível relevância da coesão e da coerência para 
que o texto tenha o movimento necessário para a compreensão do interlocutor.
A coerência é a conexão (nexo) entre os fatos (ou ideias). É a lógica indispensável ao discurso, 
sobretudo a um discurso que se inscreve no gênero discursivo jurídico. A coerência é a não contradição, 
ou seja, uma premissa jamais pode ser o seu oposto. Se a é diferente de b, a jamais poderá ser igual a 
b. Basta um único deslize nesse sentido, uma única contradição, para que a coerência de todo o texto 
seja comprometida. Se de 1.000 premissas uma for falsa, não importa que 999 sejam verdadeiras, todo 
o texto é falso.
O modelo do silogismo atende bem a essa necessidade de conexão de ideias, porque à medida 
que apresenta duas premissas, fecha‑as com uma conclusão. É fundamental que se apresente 
a conclusão, porque deixá‑la por conta dos interlocutores é um risco que o sujeito enunciador 
não deve correr. O importante é não se contradizer, pois, uma vez adotada uma tese, cumpre 
ao sujeito enunciador desenvolver um raciocínio pertinente a ela até o fim, usando argumentos 
bem encadeados.
Na construção de um texto escrito ou oral, usamos mecanismos para garantir a compreensão 
do interlocutor. Esses mecanismos linguísticos verbais ou não verbais estabelecem a conectividade 
entre as ideias e permitem a retomada do que foi dito (ANJOS, 2013). São os referentes textuais que 
estabelecem a coesão textual para que haja coerência não só entre os elementos que compõem 
a oração, como também entre a sequência de orações, parágrafos e capítulos que constituem um 
texto maior.
A coesão normalmente ocorre por intermédio de conectivos que estabelecem a ligação entre as 
ideias, seja para somar, contrapor, explicar, abrir concessões, alternar ideias etc. A coesão também pode 
se dar de modo implícito, a partir do conhecimento de mundo e de assuntos anteriores que sujeitos e 
interlocutores têm como pressuposto do tema.
Em uma linguagem figurada, a coesão é uma linha imaginária – composta de termos e expressões – 
que une os diversos elementos do texto e busca estabelecer relações de sentido entre eles. Dessa forma, 
com o emprego de diferentes procedimentos, sejam eles lexicais (repetição, substituição e associação de 
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Unidade III
palavras), sejam eles gramaticais (emprego de pronomes, conjunções, numerais e elipses), constroem‑se 
frases, orações e períodos que irão apresentar o contexto; decorre daí a coerência textual.
Muitas vezes, a incoerência é resultado do mau uso dos elementos da coesão textual. Um texto 
incoerente é o que carece de sentido ou o que apresenta contradição. Na organização de períodos 
e parágrafos, um erro no emprego dos mecanismos gramaticais e lexicais prejudica o entendimento 
do texto. Este, porém, se produzido com os elementos corretos, constrói uma unidade formal.
Dessa lição extrai‑se que não se deve escrever frases ou textos desconexos. É imprescindível que haja 
uma unidade, ou seja, que as frases estejam coesas e coerentes, formando o texto. Além disso, lembre‑se 
de que coesão é ligação, é o nexo entre os elementos que compõem a estrutura textual.
Há diversas formas de garantir a coesão entre os elementos de uma frase ou de um texto, veja os 
exemplos a seguir:
• Substituição de palavras: emprego de sinônimos, palavras ou expressões do mesmo campo 
associativo. Ex.: maldade, perversidade.
• Nominalização: emprego alternativo entre um verbo, substantivo ou adjetivo correspondente. 
Ex.: desgastar, desgaste, desgastante.
• Repetição: ligação semântica dos termos empregada como recurso estilístico na construção 
da ênfase, e não uma redundância, que resulta da pobreza de vocabulário. Ex.: “Grande no 
pensamento, grande na ação, grande na glória, grande no infortúnio, ele morreu desconhecido e 
só” (Rocha Lima).
• Uso de hipônimos: relação que se estabelece com base na maior especificidade do significado de 
um deles. Ex.: mesa (específico); móvel (genérico).
• Emprego de hiperônimos: relações de um termo de sentido mais amplo com outro de sentido 
mais específico. Ex.: felino/gato.
• Substitutos universais: uso de verbos vicários. Ex.: “Necessito viajar, porém só o farei no ano vindouro”. 
• Dêiticos: elementos linguísticos que têm a propriedade de fazer referência ao contexto situacional 
ou ao próprio discurso. Exercem, por excelência, a função de progressão textual. São dêiticos os 
pronomes pessoais que indicam os participantes (ele, nós etc.), os advérbios de tempo (hoje, 
amanhã etc.) e os pronomes demonstrativos (este, esse, aquele etc.). Ex.: “Não sei dizer se foi ele 
que esteve aqui ontem ou se foi aquele amigo dele. Afinal, são muito semelhantes”.
• Elipse: se justifica quando, ao remeter a um enunciado anterior, a palavra elidida é facilmente 
identificável. Ex.: “O jovem recolheu‑se cedo. Sabia que ia necessitar de todas as suas forças”. “O 
jovem” deixa de ser repetido e, assim, estabelece a relação entre as duas orações.
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LINGUAGEM E COMUNICAÇÃO JURÍDICA
 Lembrete
A coesão apoiada na gramática dá‑se com o uso de conectivos, como 
certos pronomes, advérbios e expressões adverbiais, conjunções, elipses 
entre outros.
Para ter coerência, o texto deve apresentar uma relação lógica e harmônica entre suas ideias, que 
devem ser ordenadas e interligadas de maneira clara, formando, assim, uma unidade na qual as partes 
tenham nexo. Não basta que o texto tenha coesão, é preciso também que o raciocínio exposto não 
apresente lapsos, hiatos, deslocamentos abruptos das informações e excessos.
Vejamos algumas regras para escrever de forma coerente (ARRUDÃO, [s.d.]):
• Ordem cronológica: os fatos devem ser narrados em uma ordem cronológica para não 
romper com a coerência. Mudanças confundem os interlocutores de forma significativa, 
por isso devem ser evitadas. Ex.: “Na primeira vez que ele propôs a separação, ela aceitou. 
Em uma segunda oportunidade, mostrou‑se resistente, fez muitas exigências. Na semana 
passada, chegou em casa, apontou‑lhe uma arma, depois apontou para si mesma e disparou 
contra a própria cabeça”.
• Ordem descritiva: o sujeito enunciador deve obedecer à sequência dos acontecimentos. Tudo 
deve ser observado com rigor, dos mais próximos aos mais distantes ou vice‑versa, de dentro para 
fora, da direita para a esquerda etc. Ex.: “Aproximou‑se do bar, pegou um copo de whiskey, pôs 
de volta e pegou um copo de licor, procurou por algo na prateleira de baixo e pegou uma garrafa 
de Cherry, estranhamente não colocou a bebida no copo, bebeu na própria garrafa até o último 
gole”. A ordem cronológica e a ordem descritiva podem comprometer a coerência do texto, porque 
devem permitir ao interlocutor recuperar a sequência.
• Nova informação: deve haver uma ligação entre a informação antiga e a nova. Assim, haverá 
uma relação de coerência entre os fatos, permitindo que o interlocutor acompanhe a sequência 
lógica deste. Ex.: “Tudo transcorria dentro da maior normalidade, até que ele chegou trazendo 
novas normas, mudando tudo que funcionava há décadas”. O novo como resultado do anterior 
permite a construção das ideias de modo perfeito.
• Evitar repetições: a menos que tenhamos a repetição como estratégia de argumentação, as 
repetições devem ser evitadas para que não causem desinteresse aos interlocutores. Redundâncias 
precisam ser evitadas. Ex.: “Ele declarou que não havia saído de casa, declarou que chegou por 
volta das 18h. Declarou que tomou um banho demorado. Depois declarou que se vestiu e desceu. 
Declarou ainda que pegou uma maçã. Também declarou que se sentou no sofá e ligou a TV. 
Finalmente, declarou que acordou com o Sol batendo no seu rosto. Foi só isso que declarou”. A 
repetição pode levar ao tédio, mas, se usada com ironia, pode significar o seu oposto.
42
Unidade III
• Não contradição: discutir sobre diferentes argumentações em torno de um mesmo tema não 
comporta contradição. A tese deve se pautar pela ideia que defende. Há que observar com 
redobradocuidado que a contradição nunca pode partir do sujeito enunciador que propõe a 
tese. A contradição é a posição do oponente. Se mencionada pelo sujeito enunciador, terá como 
finalidade refutar; o contra‑argumento somente pode constituir o discurso do sujeito enunciador 
para ser combatido. Ex.: “A cliente disse que não poderia comparecer à reunião com o advogado 
por causa do seu horário de trabalho. Queixou‑se de que nunca o encontra no escritório em pleno 
expediente”. O efeito da contradição é tão negativo que podemos dizer que é o mesmo que dar a 
causa de presente para o oponente.
• Não escamotear a realidade: fundamentar em dados concretos uma possível contestação de 
um fato de conhecimento público. Não se pode combater uma informação legítima que goze 
de credibilidade com hipóteses ou meras suposições. Se não for para contestar à altura, é melhor 
silenciar. Caso contrário, chamará mais atenção para o argumento questionado e não derrubado. 
Ex.: “Ela não poderia estar grávida do marido porque ele fizera vasectomia depois que a segunda filha do 
primeiro casamento nasceu”. No exemplo, o sujeito deveria ter verificado se acaso o marido não havia feito 
reversão do processo, o que, de fato, aconteceu. Quando seu oponente o interpelou com a informação 
da reversão, ele ficou de mãos atadas e perdeu a indispensável credibilidade dos interlocutores.
• Evitar generalizações: afirmar de forma infundada algo como verdadeiro é um risco, pois pode 
ser desmentido com facilidade. Generalizações levam a falácias, e isso compromete não apenas 
a tese, como também a imagem do sujeito enunciador. Ex.: “Ele a traiu como fazem todos os 
homens. Ele não seria diferente”. Generalizações são argumentos frágeis que apenas demonstram 
pouco conhecimento de mundo do sujeito que as enuncia.
5.2.4 Objetividade
Um texto objetivo tem mais chances de ser compreendido pelo interlocutor porque a objetividade 
impede a presença de orações truncadas, ambiguidades e obscuridades, aspectos estes que comprometem 
severamente a compreensão do interlocutor e, consequentemente, a conquista da adesão à tese 
apresentada, objetivo norteador do sujeito enunciador.
Para que o texto cumpra sua função quanto à clareza, há que se elencar as informações de maior 
credibilidade e em função de sua relevância, bem como há que se eliminar o que for falacioso, de modo 
que se obtenha um texto coerente, agradável, preciso.
Um texto nunca deve se alongar desnecessariamente. No caso de a repetição se tornar relevante 
para garantir a compreensão, o sujeito enunciador/autor deve fazê‑lo de forma original, criando uma 
forma diferenciada para repetir a informação e para não se tornar enfadonho.
No gênero discursivo acadêmico – trabalho de conclusão de curso, estudo monográfico, monografia, 
dissertação de mestrado, tese de doutorado ou de livre docência –, aceita‑se que os textos sejam mais 
desenvolvidos, devido à própria estrutura que os constitui, na medida em que eles recorrem a citações 
de autores, aspectos históricos do tema, gráficos, quadros, tabelas, imagens etc.
43
LINGUAGEM E COMUNICAÇÃO JURÍDICA
Há que considerar que um texto somente deve se estender caso seja relevante, caso contrário, 
terá violado o princípio da objetividade, sobretudo se for apenas com o fim de aumentar o número de 
páginas, o que seria imperdoável.
5.2.5 Validação
O princípio em questão se ocupa de propiciar a verificação final. Quando redigimos um texto 
pela primeira vez, não conseguimos dar conta de todos os detalhes da organização textual, como 
informação, redação, estrutura argumentativa ou até mesmo da formatação. É o momento no qual 
as ideias afloram e precisam ser traduzidas de imediato. Isso é essencial para que não se interrompa 
a fluência do raciocínio.
A compreensão das ideias, a tradução e a codificação se revelam um processo de altíssima complexidade, 
porém, ele não é perfeito. Todo texto necessita ser revisado em todos os sentidos. A saber: organização das 
ideias, gramática, semântica, sintaxe (estrutura frasal sujeito, verbo e objetos), sumário, resumo, ordem das 
palavras, orações e parágrafos, elementos de coesão e coerência, diversificação de vocabulário, estratégias 
argumentativas, pontuação, fontes, normas da ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas – de 
formatação e citação, estética, referências bibliográficas, capa, contracapa, biografia do autor, editora, 
cidade, data e ano da publicação. No caso de revistas, jornais, anais, obras organizadas ou coordenadas: 
nome do autor do capítulo, nome do capítulo, in antes do nome do organizador ou coordenador da obra 
seguido da abreviatura org. ou coord., nome do tradutor, cidade, data, número do capítulo e os números 
que o capítulo compreende. No caso de jornal ou revista, especialmente, entram número do exemplar e 
ano da tiragem.
A elaboração de um texto, em termos de objetividade, envolve um planejamento que considera a 
audiência, o lugar de enunciação e o tempo de duração. Em se tratando de uma apresentação, o tempo 
disponível e as características do lugar de enunciação (lugar físico) devem ser igualmente observados. 
Caso haja projeção, é necessário considerar os efeitos de luz. O texto deve ser mantido em pasta segura, 
enviado por e‑mail e gravado em um pen drive, por questão de segurança.
 Observação
Liberar um texto sem criteriosa revisão, na verdade, é um desrespeito 
para os interlocutores ao jogá‑los em um mar de palavras que se amontoam 
e, muitas vezes, entram em conflito e em contradição.
6 TIPOS DE TEXTO
Todo gênero discursivo é constituído de determinados tipos de texto que, não necessariamente, 
dominam todo o texto. Na realidade, todo texto tem uma diretividade argumentativa e, em função dela, 
constrói seu percurso por intermédio de outros tipos de texto, tais como: o texto descritivo, o texto 
narrativo e o texto dissertativo.
44
Unidade III
Se pensarmos no gênero discursivo jurídico, concluiremos que ele é claramente argumentativo, seja 
pela descrição ou pela narrativa. Na realidade, a estrutura argumentativa se vale de todos os recursos 
linguísticos e extralinguísticos para garantir que a tese conquiste os interlocutores.
6.1 Texto descritivo
No gênero discursivo jurídico, o texto descritivo é constitutivo de todos os textos, porque é necessário 
que se descrevam os fatos, os atos, as cenas, as relações, os acontecimentos e as condições da ação 
detalhadamente, a fim de propiciar aos interlocutores uma visão quase perfeita do que se descreve.
Os textos constitutivos da área que o Direito Penal, o Direito Processual Penal, a Psicologia – 
Psiquiatria Forense – e a Medicina Legal se ocupam demandam especial atenção ao aprimoramento da 
habilidade de argumentar por meio do texto descritivo.
Nas alegações finais, nas defesas preliminares, nos debates dos tribunais, nas réplicas e nas tréplicas 
no Tribunal do Júri, a descrição é parte integrante do processo de argumentação, sobretudo em uma 
eficientíssima estratégia argumentativa denominada retórica imagética. Esta possui uma modalidade 
chamada narrativa descritiva, que leva o interlocutor a viver a cena por meio da competência linguística 
do sujeito enunciador, que busca levar o interlocutor a ter empatia com a vítima ou com o réu.
Outras áreas do Direito, igualmente, dependem dessa habilidade, sobretudo na elaboração de 
uma petição inicial, no que concerne ao item Dos Fatos. Afinal, uma pontual explanação direciona o 
entendimento do juiz sobre os fatos. Uma descrição pouco elaborada dos fatos pode incorrer no erro de 
deixar de fora o que foi descrito de forma insuficiente – como algum dado importante para a formação 
da convicção jurídica do magistrado –, comprometendo assim o principal objetivo da petição, a adesão 
à tese postulada pelo sujeito enunciador.
Cabe ressaltar que o texto descritivo não é autônomo como tipo de texto. Na realidade, o texto 
descritivo é constitutivo de todo texto narrativo, que, não raro, descreve os acontecimentos, caracteriza 
sujeitos,lugares e até mesmo objetos.
6.1.1 Características do texto descritivo
O texto descritivo apresenta predominância de substantivos, adjetivos e locuções adjetivas, valendo‑se 
de verbos de estado, como ser, estar, parecer, permanecer, ficar, continuar, tornar‑se ou andar. Apresenta 
vocabulário rico e variado, bem como o uso de enumerações e comparações ou figuras de linguagem, 
que, por sua vez, servem para melhor apresentar o objeto ou o ser em descrição, enriquecendo o texto 
e tornando‑o mais interessante para o interlocutor.
A descrição pode ser mais objetiva – concentrando‑se em aspectos físicos – ou mais subjetiva – focando 
aspectos emocionais e psicológicos. Nas melhores descrições, há um equilíbrio entre os dois tipos, sendo 
o objeto ou o ser descrito apresentado nas suas diversas vertentes. Na descrição de pessoas, há aspectos 
físicos – aquilo que pode ser observado – e aspectos psicológicos e comportamentais – como o caráter, a 
personalidade e o humor, estes apreendidos pelo convívio com o outro e pela observação de suas atitudes.
45
LINGUAGEM E COMUNICAÇÃO JURÍDICA
Na descrição de lugares, ocorre tanto a descrição dos aspectos físicos como a do ambiente social, 
econômico e político. Na descrição de objetos, embora predomine a descrição de aspectos físicos, pode 
ocorrer uma descrição sensorial, que estimule os sentidos do leitor.
6.1.2 Tipos de descrição
Embora seja possível distinguir, é essencial que os três tipos de descrição estejam presentes de 
forma completa.
A seguir, características da descrição objetiva:
• Descrição exata e precisa do objeto ou do ser.
• Aproximação com a realidade.
• Isenção de opinião e duplo sentido.
• Descrição de aspectos físicos.
• Utilização de linguagem clara, direta e realista.
• Utilização de linguagem denotativa.
Características da descrição subjetiva:
• Atribuição de cunho pessoal ao objeto ou ao ser descrito.
• Transmissão de estado de espírito e sentimento.
• Descrição de aspectos emocionais.
• Utilização de linguagem simbólica e metafórica.
• Utilização de linguagem conotativa.
• Descrição que torna o texto mais interessante.
A descrição sensorial, explorando diversos sentidos, provoca sensações no leitor, como as 
apresentadas a seguir:
• Sensações visuais: cores, formas, padrões, estatura, traços etc.
• Sensações auditivas: ruídos ou silêncio.
• Sensações gustativas: características perceptíveis pelo paladar.
• Sensações olfativas: características perceptíveis pelo olfato.
• Sensações táteis: características perceptíveis pelo tato.
46
Unidade III
Um texto narrativo é constituído por um texto descritivo, enquanto um texto descritivo não tem de 
ser constituído por um texto narrativo. Ex.: “Por se tratar de um homem magro, conseguiu passar pela janela 
do banheiro”. Descreve‑se a condição (ser magro) que permitiu que o sujeito passasse por uma 
janela, que, por ser de um banheiro, não era grande.
6.2 Texto dissertativo‑argumentativo
O texto dissertativo é eminentemente argumentativo, mas é de igual modo constituído pelo texto 
descritivo e narrativo. Seu objetivo norteador é conquistar a adesão dos interlocutores à tese que o 
sujeito enunciador lhe submete.
A tese se organiza ao redor de uma posição que o sujeito enunciador toma e defende perante 
uma audiência constituída por interlocutores. Cabe acentuar que precisamos diferenciar três objetivos 
próprios do texto argumentativo. Falamos de convencer, persuadir e dissuadir.
Para convencer, supõem‑se que o interlocutor ainda não tomou uma posição em relação à tese que 
lhe é apresentada pelo sujeito enunciador, o que implica que o sujeito enunciador não terá de enfrentar 
grandes obstáculos para conquistar adesão à sua tese.
Considera‑se que, para persuadir, o interlocutor já tomou uma posição em relação à tese que 
lhe é apresentada pelo sujeito enunciador, o que implica que o sujeito enunciador terá de refutar os 
contra‑argumentos que fazem frente aos argumentos por ele apresentados.
Compete ao sujeito enunciador esmerar‑se para fazer com que o interlocutor abandone sua escolha 
inicial e acate a que ele (sujeito enunciador) lhe submete. Para aderir à tese que o sujeito lhe apresenta, 
o interlocutor tem de abrir mão da sua escolha anterior. Os méritos da tese apresentada ao interlocutor 
devem reunir elementos mais completos que a posição anteriormente adotada. Logo, para que o 
sujeito enunciador seja bem‑sucedido nesse percurso argumentativo, é fundamental destruir os pontos 
favoráveis à tese que deseja substituir.
Os argumentos apresentados pelo sujeito enunciador devem estar muito bem fundamentados, pois 
há que considerar que a própria vaidade do interlocutor, por vezes, o impede de dar o braço a torcer. Eis 
aí um aspecto subjetivo que não pode ser ignorado. Às vezes, a resistência do interlocutor é meramente 
pessoal em relação ao sujeito enunciador.
Dissuadir infere que o interlocutor já tenha tomado uma posição em relação à tese que lhe é apresentada 
pelo sujeito enunciador, o que implica que este último terá de refutar os contra‑argumentos que fazem 
frente aos argumentos por ele apresentado de forma muito mais pontual. Isso se deve ao fato de que o 
interlocutor, ao tomar uma posição, o faz pautado não apenas por tudo que constitui a sua história, mas sua 
escolha é calcada em fatores mais intrínsecos à sua formação ideológica e ao seu lugar social.
Para abrir mão de sua escolha inicial, o interlocutor terá de entrar em conflito com seus próprios valores. 
Compete, portanto, ao sujeito enunciador reunir as mais eficientes estratégias argumentativas que puder. 
Logo, aderir à tese que o sujeito lhe apresenta implica que o interlocutor não apenas tenha de abrir mão da sua 
47
LINGUAGEM E COMUNICAÇÃO JURÍDICA
escolha anterior, mas que seja capaz também de lidar com o conflito de trair seus próprios valores. Para que isso 
aconteça, os méritos da tese apresentada ao interlocutor devem ser praticamente irrefutáveis.
Os diversos argumentos deverão ser sustentados com exemplos e provas que os validem, tornando‑os 
indiscutíveis, como fatos comprovados, conhecimentos consensuais, dados estatísticos, pesquisas e 
estudos, citações de autores célebres, depoimentos de personalidades renomadas, alusões históricas 
e fatores sociais, culturais e econômicos.
Na conclusão, deve‑se retomar a tese inicial, já defendida pelos diversos argumentos apresentados 
no desenvolvimento. Pode ocorrer a apresentação de soluções viáveis ou de propostas de intervenção. 
A conclusão aparece como um desfecho natural e inevitável, visto o pensamento do leitor já ter sido 
direcionado durante a apresentação dos argumentos.
6.3 Texto narrativo
O texto narrativo é caracterizado pela narrativa de um fato ou de uma sequência de eventos. 
O gênero discursivo jurídico requer que as narrativas tenham como objeto os fatos reais. Um mesmo 
fato não implica narrativas idênticas se narrado por diferentes sujeitos enunciadores. Vale lembrar que 
a narrativa de um evento nada mais é que a leitura que o sujeito enunciador faz daquele evento, 
interpretando‑o e traduzindo‑o a partir do seu entendimento.
Em um inquérito, os depoimentos duram horas seguidas. Isso se dá porque as perguntas são feitas 
de várias formas e em diferentes ordens, pois por mais cansado que o depoente esteja, ele sempre 
deverá saber narrar e descrever da mesma forma. Acredita‑se que as pessoas não confundam verdades. 
A narrativa implica situar um fato no tempo e no espaço, indicando personagens e conteúdos enunciados 
pelo sujeito enunciador narrador.
Veja os principais elementos da narrativa:
• Espaço: é o espaço físico, o lugar de enunciação no qual o discurso acontece. É importante 
ressaltar que o espaço está institucionalmente estabelecido e que, por isso, determina tipos de 
protocolo. Não se fala qualquer coisa, de qualquer jeito e em qualquer lugar.
• Tempo: refere‑se à duração da ação e ao desenrolar dos acontecimentos.
— Tempo cronológico: indica a sucessão temporal dosfatos.
— Tempo psicológico: indica as lembranças e vivências das personagens, sendo subjetivo e 
influenciado pelo estado de espírito delas em cada momento.
• Personagens: descritas em função das suas qualidades físicas e psicológicas, possuem importâncias 
diferentes na narrativa, havendo personagens principais e personagens secundárias.
— Personagens principais: desempenham papéis essenciais na construção do fato. Podem ser o 
referente principal, como o herói ou o anti‑herói.
48
Unidade III
— Personagens secundárias: formam a cena ou a complementam, mas não a determinam.
• Fato: é o acontecimento em si, aquele que dá origem ao conflito. As ações seguem‑se umas às 
outras por encadeamento, encaixe e alternância.
• Narrador: é aquele que assume o lugar social de sujeito enunciador, atravessa tudo que narra 
com a sua história.
 Observação
É preciso pensar o lugar que o narrador ocupa para compreendermos a 
subjetividade que ele imprime à narrativa.
 Saiba mais
Para observar como o discurso se constrói pela narrativa, fortalecendo a 
tese que o sujeito enunciador/defesa sustenta, leia um dos casos abordados 
na obra a seguir:
LEITE, E. C. 500 melhores juris que fiz: máfia coreana. São Paulo: Eduardo 
Cesar Leite, 2009. v. 4.
6.4 Tipos de discurso
A seguir, os tipos de discurso:
• Discurso direto: caracterizado por ser uma transcrição exata da fala das personagens, sem 
participação do narrador. Ex.: “O réu disse na frente de todos os presentes: ‘Eu vou matar você e 
vou deixar você implorar para morrer’”. As palavras são retomadas literalmente, razão pela qual 
são citadas entre aspas ou, por vezes, em itálico, exatamente para destacar que não pertencem ao 
sujeito enunciador narrador.
• Discurso indireto: caracterizado por ser uma intervenção do narrador no discurso, utiliza as 
suas próprias palavras para reproduzir as falas das personagens. Ex.: “O réu deixou claro diante de 
todos que a mataria e que ela imploraria para morrer”. O sujeito enunciador narrador toma para si 
a fala que relata a sequência dos fatos, tornando‑se o tradutor da voz de quem narra. A tradução 
faz ajustes ao novo texto em termos de tempo e de espaço.
• Discurso indireto livre: caracterizado por permitir que os acontecimentos sejam narrados 
simultaneamente, as falas das personagens são inseridas direta e integralmente dentro do discurso 
do narrador. Ex.: “Quando o réu declarou diante de todos: ‘Eu vou matar você’ e ainda acrescentou 
49
LINGUAGEM E COMUNICAÇÃO JURÍDICA
que ela iria implorar para morrer, deixou claro que o faria com crueldade, como de fato fez”. 
O sujeito enunciador narrador recorta a narrativa com a voz daquele cujo discurso é retomado.
Os textos narrativos são estruturados na seguinte ordem:
• Introdução: o que, com quem, quando e onde.
• Desenvolvimento: o que, como e o clímax.
• Conclusão: fechamento.
6.5 Estrutura do parágrafo
O parágrafo é a unidade de composição do texto, apresenta uma ideia principal à qual se agregam 
ideias secundárias. Um texto depende significativamente do modo como é construído, tanto em relação 
aos parágrafos quanto à estrutura argumentativa.
É a construção dos parágrafos que concretiza um texto. Um parágrafo é elaborado ao redor de um 
assunto, sustenta‑se em uma ideia principal – que se fundamenta em duas ou três ideias secundárias – e 
deve ter, em média, entre cinco e seis linhas, nas quais o tópico frasal apresenta a ideia núcleo.
A ideia núcleo se abre em outras ideias, complementando‑se para construir os fundamentos da 
tese a ser defendida. A técnica utilizada é a apresentação de diferentes posições, antíteses, contrastes, 
paralelos e comparações pró e contra um dado assunto. As ideias são expressadas, geralmente, por meio 
de termos e conectivos adversativos, proporcionais, comparativos ou concessivos, que, por sua vez, 
constroem a coesão do texto.
 Lembrete
O parágrafo deve contemplar uma ideia principal e outras ideias que 
deverão complementá‑la, ou até mesmo questioná‑la. Isso porque, no jogo da 
argumentação, até mesmo aquilo que levanta crítica tem como fim somar, já 
que a arte de argumentar consiste em trazer informações contrárias para, no 
próprio texto, destruí‑las. É a contra‑argumentação antecipadamente.
É preciso ter muito cuidado com os referentes textuais, porque eles nos remetem a outras partes do 
texto, seja em um movimento para frente ou para trás, como os dêiticos. Se estes não estiverem bem 
colocados, podem causar sérios problemas de compreensão, ambiguidade ou contradição. Não podemos 
usar os referentes sem antecipar o movimento do interlocutor e verificar se os recursos textuais foram 
aplicados corretamente.
Não podemos jogar ideias aleatoriamente, como se despejássemos um barril de vinho em um rio, ao 
sabor dos ventos. Logo, o vinho se misturaria à água, e a água ao vinho. O vinho deixaria de ser vinho, e a 
50
Unidade III
água já não seria pura. As ideias não podem se diluir entre palavras inadequadas, tudo deve ser disposto 
harmoniosamente, como peças de um quebra‑cabeça. Cada peça deve se encaixar perfeitamente, pois 
um erro compromete todo o jogo.
6.6 Referentes textuais
São referentes textuais:
• Pronomes demonstrativos: esse(s), essa(s), isto, este(s), esta(s), isto, aquele(s), aquela(s), aquilo.
• Expressões numéricas que fazem referência a sequências: o anterior, o próximo, o seguinte, 
o subsequente, o primeiro, o segundo, o último.
• Concordância verbal (desinência verbal): Nós estivemos no local.
• Pronomes pessoais do caso reto: eu, tu, ele(a), nós, vós, eles(as).
• Pronomes pessoais do caso oblíquo: me, mim, comigo, te, ti, contigo, o, a, lhe, se, si, consigo, 
nos, conosco, vos, convosco, os, as, lhes, consigo.
• Pronomes possessivos: meu(s), minha(s), teu(s), tua(s), seu(s), sua(s), dele(a), nosso(s), nossa(s), 
vosso(s), vossa(s), deles(as).
• Expressões referenciais: o tema em tela, a questão em pauta, o presente tema, o referido 
imposto, ele(a) próprio(a), eles(as) próprios(as).
• Advérbios de tempo: ontem, hoje, amanhã, em 2012, no último verão.
• Advérbios de lugar: aqui, ali, na parte superior da casa, no andar debaixo.
 Observação
Podemos avaliar até mesmo textos tidos como bem escritos e, pela 
análise de seus elementos de referência, poderemos saber se a coesão 
foi perfeitamente mantida. Um editorial ou uma entrevista apresentam 
bons textos para esse exercício. Dessa forma, também trabalhamos o 
nosso aprendizado de coesão por referentes textuais. À medida que 
encontramos um elemento de referência, temos de buscar no próprio 
texto o referente.
Exemplo de aplicação
Os editoriais são ótimas fontes para observar o uso da norma culta. Escolha um editorial longo e 
trabalhe os referentes textuais do texto escolhido. Faça esse exercício cuidadosamente. Busque no texto 
a palavra de referência e verifique se há real coerência no uso do referente.
51
LINGUAGEM E COMUNICAÇÃO JURÍDICA
 Saiba mais
Na obra a seguir, você pode constatar o uso dos mecanismos retóricos 
na construção de diferentes percursos argumentativos:
HALLIDAY, T. L. O que é retórica. São Paulo: Brasiliense, 1990 (Coleção 
Primeiros Passos).
 Resumo
A habilidade de produzir um texto escrito demanda uma série de 
decisões que precisam ser pontualmente definidas no início do processo. 
É preciso ter muito claro o gênero discursivo no qual o texto a ser produzido 
se inscreve. Nosso trabalho concentra‑se no texto que se inscreve no 
gênero discursivo jurídico, portanto, devemos ter em mente o perfil desse 
tipo de texto, que deve ser formal, escrito na norma padrão, apresentar 
vocabulário diversificado e respeitar as normas da ABNT.
Devemos definir o texto, analisar o lugar de enunciação, o nosso 
lugar social, o do interlocutor e o do referente. O objetivo é claro: 
conquistar a adesão do interlocutor à tese defendida. Os argumentos 
que fundamentam a tese devem ser delineados, para só então nos 
lançarmos à escrita em si.
O objetivo determina se o texto prioriza um tipo detexto ou outro. 
Considerando que todo texto se constrói em uma base argumentativa, 
usaremos de modo dosado e preciso o texto descritivo e narrativo, sem 
perder de vista que toda escolha tem um norte, que é o objetivo principal 
do texto.
Em outras palavras, os tipos de texto se misturam para consolidar a 
estrutura do texto argumentativo. O valor dos argumentos pesa muito 
nessas decisões, razão pela qual o sujeito deve ponderar na escolha de cada 
detalhe. No texto escrito, o sujeito ainda tem algum tempo para refazer 
suas escolhas, prevendo as reações de seu interlocutor e antecipando 
os contra‑argumentos que podem ser levantados contra a tese. O texto 
oral revela‑se um desafio ainda maior, porque o tempo para refazer os 
argumentos é muito curto, mas, ainda assim, é preciso refazê‑los, porque a 
condição de vencer depende dessa habilidade argumentativa.
52
Unidade III
 Exercícios
Questão 1. Leia o texto.
Abreviação, abreviatura e sigla – qual a diferença?
Abreviação, abreviatura e sigla estão sempre presentes em nosso dia a dia, no entanto, não são a 
mesma coisa, como muitos acreditam.
Publicado por Sabrina Vilarinho em Estrutura e formação das palavras.
O assunto de abreviação, abreviatura e sigla está no contexto de formação de palavras que abrange 
também a derivação e a composição.
Abreviação 
A abreviação do vocábulo é conhecida também como forma reduzida da palavra e compreende a 
redução da palavra até um limite, de modo que não haja prejuízo ao entendimento.
Vejamos alguns exemplos:
Moto motocicleta
Micro microcomputador
Fone telefone
Foto fotografia
Pneu pneumático
Cine cinema
Abreviatura 
Abreviatura é a representação de uma palavra através de suas sílabas (geralmente iniciais) ou de 
letras. Para abreviar corretamente uma palavra é simples: escreva a primeira sílaba e a primeira letra 
seguidas de ponto‑final abreviativo. Se a primeira letra da segunda sílaba for uma vogal, a abreviação irá 
até a consoante. Caso a palavra tenha acento gráfico na primeira sílaba, ele será mantido, e se a segunda 
sílaba se iniciar por duas consoantes, serão mantidas na abreviatura.
Há ainda os casos que não obedecem nenhuma regra em particular. Vejamos alguns exemplos:
Gram. – Gramática
m – metro
adj. – adjetivo
53
LINGUAGEM E COMUNICAÇÃO JURÍDICA
num. – numeral
núm. – número
gên. – gênero
Sigla 
A sigla é muito comum, principalmente em textos científicos e jornalísticos em geral. Há regras 
quanto ao uso das siglas: todas as letras devem ser escritas com letra maiúscula se a sigla tiver até três 
letras ou se todas as letras tiverem um significado independente:
CEP – Código de Endereçamento Postal
ONU – Organização das Nações Unidas
ONG – Organização Não Governamental
MEC – Ministério da Educação e Cultura
CEF – Caixa Econômica Federal
BB – Banco do Brasil
INSS – Instituto Nacional da Seguridade Social
IOF – Imposto sobre Operações Financeiras
SIF – Serviço de Inspeção Federal
Disponível em: https://mundoeducacao.bol.uol.com.br/gramatica/abreviacao‑abreviatura‑siglaqual‑diferenca.htm. 
Acesso em: 27 out. 2018 (com adaptações).
Com base nessas informações, considere o enunciado a seguir e analise as afirmativas:
A sessão do Supremo Tribunal Federal (STF) teve início às 14hs30m e durou mais de 3 horas.
I – No enunciado, STF é uma sigla.
II – As abreviaturas de “horas” e “minutos” estão corretas no enunciado.
III – A palavra “horas” não deveria ter sido escrita por extenso, uma vez que existe uma abreviação 
específica para ela.
É correto o que se afirma somente em:
A) I.
B) II.
C) III.
D) I e II.
E) I e III.
Resposta correta: alternativa A.
54
Unidade III
Análise das afirmativas
I – Afirmativa correta
Justificativa: STF são as iniciais de Supremo Tribunal Federal.
II – Afirmativa incorreta
Justificativa: a abreviatura correta de horas é “h”, e a de minutos é “min”.
III – Afirmativa incorreta
Justificativa: não é obrigatória a abreviatura.
Questão 2. Leia o trecho da dissertação a seguir:
Disponível em: https://www.estrategiaconcursos.com.br/blog/como‑citar‑dispositivos‑legais‑em‑provas‑discursivas/. 
Acesso em: 25 out. 2018.
Com base na leitura e nos seus conhecimentos, analise as afirmativas e a relação proposta entre elas.
I – O autor da dissertação apresenta corretamente o significado das duas siglas mencionadas no texto.
PORQUE
II – Recomenda‑se que, na primeira aparição de uma sigla em um texto, seja escrito o nome do 
referente por extenso, seguido da sigla entre parênteses ou separada por hífen.
55
LINGUAGEM E COMUNICAÇÃO JURÍDICA
Assinale a alternativa correta:
A) As duas afirmativas são verdadeiras, e a segunda justifica a primeira.
B) As duas afirmativas são verdadeiras, e a segunda não justifica a primeira. 
C) A primeira afirmativa é verdadeira, e a segunda é falsa.
D) A primeira afirmativas é falsa, e a segunda é verdadeira.
E) As duas afirmativas são falsas.
Resposta correta: alternativa A.
Análise das afirmativas
I – Afirmativa verdadeira 
Justificativa: o autor coloca o nome por extenso do referente e, dessa forma, explica o significado 
da sigla.
II – Afirmativa verdadeira
Justificativa: em um texto, a sigla deve ter sempre seu significado explicado na primeira aparição.
Relação entre as asserções: a explicação da sigla é correta porque segue a recomendação protocolar.

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