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A ATUAÇÃO DA ENFERMAGEM FRENTE ÀS CRIANÇAS AUTISTAS 
RIO DE JANEIRO
2021
1	INTRODUÇÃO
Os transtornos de espectro autista (TEAs) englobam o transtorno autista, a Síndrome de Asperger e o transtorno invasivo do desenvolvimento inespecífico. Tais transtornos são complexos que comprometem o desenvolvimento das funções cerebrais. (HOCKENBERRY; WILSON, 2011). Tal condição é englobado pela CID – 10, usada para definir problemas relacionados a crianças que apresentam dificuldade ou inabilidade de relacionamento social, de comunicação. (SUDRÉ et al., 2011) Constituindo assim, uma síndrome comportamental, que é caracterizada pela dificuldade na interação social, e déficit de comunicação. (PINTO et al., 2016)
O reconhecimento de sintomas chaves e a falta de capacitação dos profissionais de saúde, dificultam a identificação precoce do TEA (EBERT; LORENZINI; SILVA, 2015). Mas, após o diagnóstico, a enfermagem tem extrema importância na prestação do cuidado e auxílio e promoção do desenvolvimento destas crianças, através da escuta aos familiares, e promoção de acesso a informações sobre o transtorno, dessa forma promovendo ações que protejam e proporcione bem-estar ao paciente e família. (EBERT; LORENZINI; SILVA, 2015). Fazendo com que haja a necessidade ainda maior da interação entre criança, família e equipe multiprofissional. Nesse sentido, é necessário que se estude sobre as necessidades especiais de crianças do espectro autista, frente ao cuidado de enfermagem prestado na atenção básica de saúde. Afinal, os transtornos desse espectro, causam diferenciações comportamentais, e comprometem o desenvolvimento motor e psiconeurológico, o que prejudica a cognição, linguagem e interação social da criança acometida por esses transtornos. (PINTO, 2016) A etiologia do TEA ainda é desconhecida, e por isso considerada uma síndrome de origem multicausal, que se relaciona com fatores genéticos, neurológicos e sociais da criança. Sendo estimado que a prevalência mundial esteja em torno 70 casos para cada 10.000 habitantes, sendo quatro vezes mais frequente em meninos. (PINTO, 2016)
Os profissionais de enfermagem devem manter a pessoalidade, e a comunicação próxima com sua clientela, para embasar a visão holística sobre o caso clínico e sobre o paciente. A comunicação é primordial nesse processo, sendo assim, frente ao paciente com espectro autista, o profissional de enfermagem deve ter informações que facilite a interação e compreensão das demandas do paciente.
A questão norteadora dessa pesquisa será: “Como criar vínculos e estabelecer comunicação com pacientes autistas na atenção básica, de modo que favoreça os cuidados de enfermagem?” E para solucioná-la é necessário debruçar sob o conceito de inclusão social. Tal conceito consiste no conjunto de medidas direcionadas a indivíduos excluídos do meio social, independente do motivo da exclusão, com objetivo de possibilitar que todos os cidadãos tenham oportunidade de acesso a bens e serviços, como saúde, educação, emprego e renda. (Phomenta, 2020) 
O que é de extrema importância, afinal, proporcionar às crianças com autismo oportunidades de conviver com outras da mesma faixa etária possibilita o estímulo às suas capacidades interativas, impedindo o isolamento contínuo. Além disso, subjacente ao conceito de competência social está a noção de que as habilidades sociais são passíveis de serem adquiridas pelas trocas que acontecem no processo de aprendizagem social. Entretanto, esse processo requer respeito às singularidades de cada criança. Diante dessas considerações, fica evidente que crianças com desenvolvimento típico fornecem, entre outros aspectos, modelos de interação para as crianças com autismo, ainda que a compreensão social destas últimas seja difícil. A oportunidade de interação com pares é a base para o seu desenvolvimento, como para o de qualquer outra criança. 
Desse modo, acredita-se que a convivência compartilhada da criança com autismo na escola, a partir da sua inclusão no ensino comum, bem como a proximidade desse indivíduo em formação dos serviços de saúde individuais e coletivos, são primordiais para tal processo inclusivo.
A atuação dos enfermeiros frente à criança autista e sua família é fundamental, uma vez que eles têm um importante papel socializador, de aceitação e compreensão da criança, bem como no estabelecimento de limites, orientação e apoio à família (CARNIEL, 2014). Nesse sentido, essa pesquisa definiu como objeto de análise o atendimento de enfermeiros da atenção básica a crianças com espectro autista. Afinal, A comunicação é essencial para os cuidados de enfermagem (Pagliuca 2007), sendo necessário portanto, identificar a dificuldade de comunicação e na criação de laços entre o profissional de enfermagem da atenção básica e pacientes encontrados dentro do espectro autista.
E terá como objetivo a análise do atendimento de enfermagem a crianças com TEA na atenção básica, de maneira em que seja possível listar as barreiras de comunicação e interação entre os profissionais de enfermagem e tais crianças, identificando os sentimentos dos atores envolvidos durante tal consulta de enfermagem.
2	 METODOLOGIA
A pesquisa irá adotar revisão integrativa, e se debruçará na análise bibliográfica, para entender as barreiras de comunicação entre os profissionais de enfermagem e pacientes autistas, para dessa forma poder dimensionar as barreiras que o TEA impõe no atendimento de enfermagem. Os critérios de exclusão serão: artigos publicados a mais de uma década, artigos que não foram escritos por enfermeiros, e artigos em língua estrangeira. O levantamento de dados vai ser transcorrido no período de uma semana, e será realizado nas plataformas Scielo, Lilacs e pesquisa cinzenta na plataforma google acadêmico. E utilizará os seguintes marcadores: TEA, Atenção Básica, Cuidados de enfermagem, e Comunicação.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁGICAS
CARNIEL, E; SALDANHA, L; FENSTERSEIFER, L. A atuação do enfermeiro frente à criança autista. 2014
EBERT, Michele; LORENZINI, Elisiane; SILVA, Eveline Franco. Mães de crianças com transtorno autístico: percepções e trajetórias. Rev. Gaúcha de Enferm, Porto Alegre, v. 36, n. 1, p. 49-55, 2015
HOCKENBERRY, Marilyn J.; WILSON, David. WONG: Fundamentos de enfermagem pediátrica. Transtornos do Espectro Autista. 8ª ed. Rio de Janeiro; Elsevier, 2011, cap. 19, p. 651.
PAGLIUCA, Lorita Marlena Freitag; FIÚZA, Nara Lígia Gregório; REBOUÇAS, Cristiana Brasil de Almeida. Aspectos da comunicação da enfermeira com o deficiente auditivo. Revista da Escola de Enfermagem da USP, v. 41, p. 411-418, 2007.
PHOMENTA. Sítio Institucional, 2020. Disponível em: < https://phomenta.com.br/>. Acesso em 10/11/2020
PINTO, R. N. M. et al. Autismo infantil: impacto, diagnostico e repercussões nas relações familiares. Revista Gaúcha de Enfermagem. Rio Grande do Sul, v. 37, n. 3, p. 1-9, set. 2016.
SUDRÉ, R.C.R.; OLIVEIRA R.F.; FAILE, P.G.S.; TEIXEIRA, M.B. Assistência de enfermagem a crianças com Transtorno Global do Desenvolvimento (TGD): autismo. Arq Med Hosp Fac Cienc Med Santa Casa, São Paulo, v. 56, n.2, p. 102-6, 2011.

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