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7ano_L Portuguesa 10 REMESSA_TRILHA_semana 18 e 19

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COLÉGIO ESTADUAL REYNALDO MASSI – EFMP 
10ª REMESSA - 2º TRIMESTRE TRILHAS 18 E 19 DATA: 08/07/2021 
Turma: 7º A Disciplina: português Prof(a): Vania Ferreira 
ALUNO(A) 
 
A partir de agora você estudará o gênero textual romance. Você já leu um romance? 
O romance é uma narrativa longa escrita em prosa, ou seja, em parágrafos. Possui uma ação, lugar onde ela ocorre, 
tempo em que ela acontece, personagens que a realizam, uma trama e um ponto de vista, isto é, a perspectiva do 
narrador. 
Um dos elementos do romance é o narrador. Ele pode ser narrador personagem (em primeira pessoa), que participa 
da história; o narrador observador (em terceira pessoa), que apenas narra o que vê; e o narrador onisciente (também em 
terceira pessoa), que tem total conhecimento de personagens e fatos. 
Outro elemento do gênero textual romance são os personagens, que podem ser: protagonista (personagem principal 
da obra); antagonista (geralmente é o vilão da história, dificulta os objetivos do protagonista, contrapondo-se a ele); 
secundários (auxiliam no desenvolvimento da trama, mas atuam nela de forma secundária nas ações). 
Já o tempo corresponde ao quando ocorrem as ações ou quanto elas duram. O tempo pode ser cronológico: quando 
a ordem do tempo segue a ordem do relógio, sendo marcado por algumas palavras como: ontem, semanas depois, ao 
meio dia, etc. Ou ele pode ser psicológico, que é o tempo do sonho, da imaginação, do pensamento ou da memória do 
personagem. Trata-se do tempo “interior” que ocorre dentro dos personagens. 
Há ainda o espaço da narrativa, que corresponde ao lugar ou lugares onde os fatos se passam. 
A seguir, você lerá o fragmento de um romance escrito pelo autor brasileiro Graciliano Ramos. Observe como 
aparecem no texto o narrador, as personagens, o tempo e o espaço. 
 
Infância 
Aos nove anos, eu era quase analfabeto. E achava-me inferior aos Mota Lima, nossos vizinhos, muito inferior, 
construído de maneira diversa. Esses garotos felizes, para mim eram perfeitos: andavam limpos, riam alto, frequentavam 
escola decente e possuíam máquinas que rodavam na calçada como trens. Eu vestia roupas ordinárias, usava 
tamancos, enlameava-me no quintal, engenhando bonecos de barro, falava pouco. [...] O lugar de estudos era isso. Os 
alunos se imobilizavam nos bancos [...]. A imobilidade e a insensibilidade me aterraram. [...] Abandonei os cadernos e as 
auréolas [...]. Assim, aos nove anos ainda não sabia ler. 
Ora, uma noite, depois do café, meu pai me mandou buscar um livro que deixara na cabeceira da cama. Novidade: 
meu velho nunca se dirigia a mim. E eu, engolindo o café, beijava-lhe a mão, porque isto era praxe, mergulhava na rede 
e adormecia. Espantado, entrei no quarto, peguei com repugnância o antipático objeto e voltei à sala de jantar. Aí recebi 
ordem para me sentar 
 
 
 
e abrir o volume. Obedeci engulhando, com a vaga esperança de que uma visita me interrompesse. Ninguém nos 
visitou naquela noite extraordinária. 
Meu pai determinou que eu principiasse a leitura. Principiei. Mastigando as palavras, gaguejando, gemendo uma 
cantilena medo-nha, indiferente à pontuação, saltando linhas e repisando linhas, alcancei o fim da página, sem ouvir 
gritos. Parei surpreendido, virei a folha, continuei a arrastar-me na gemedeira, como um carro em estrada cheia de 
buracos. 
Ora, uma noite, depois do café, meu pai me mandou buscar um livro que deixara na cabeceira da cama. Meu pai 
determinou que eu principiasse a leitura. 
Com certeza o negociante recebera alguma dívida perdida: no meio do capítulo pôs-se a conversar comigo, 
perguntou-me se eu estava compreendendo o que lia. Explicou-me que se tratava de uma história, um romance, exigiu 
atenção e resumiu a parte já lida. Um casal com filhos andava numa floresta, em uma noite de inverno, perseguidos por 
lobos, cachorros selvagens. Depois de muito correr, essas criaturas chegavam à cabana de um lenhador. Era eu ou não 
era? Traduziu-me em linguagem de cozinha diversas expressões literárias. 
Animei-me a parolar. Sim, realmente havia alguma coisa no livro, mas era difícil conhecer tudo. [...] Recolhi-me 
preocupado: os fugitivos, os lobos e o lenhador agitaram-me o sono. Dormi com eles, acordei com eles. As horas 
 
voaram. Alheio à escola, aos brinquedos de minhas irmãs, à tagarelice dos moleques, vivi com essas criaturas de sonho, 
incompletas e misteriosas. 
À noite meu pai me pediu novamente o volume, e a cena da véspera se reproduziu: leitura emperrada, mal-
entendidos, explicações. 
Na terceira noite fui buscar o livro espontaneamente, mas o velho estava sombrio e silencioso. [...] afastou-me com 
um gesto carrancudo. 
Nunca experimentei decepção tão grande. 
(RAMOS, Graciliano. Infância. Rio de Janeiro: Record, 2006. Fragmento.) 
 
1- EXERCÍCIO 
Releia o fragmento do romance Infância, de Graciliano Ramos, e responda: 
a. Que tipo de narrador há no texto? 
b. Quando a história acontece? 
c. Quem é o personagem protagonista? 
d. Quem são os “fugitivos”, os lobos e o lenhador? Explique. 
e. Por que o narrador diz que dormia e acordava com os “fugitivos, os lobos e o lenhador”? 
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Vamos começar relembrando o que é o gênero textual romance. 
Narrativa longa geralmente escrita em prosa. São elementos do romance: o narrador; os personagens; o espaço; o 
tempo e o enredo. 
O livro “Diário de uma Banana” é um exemplo de romance escrito originalmente em quadrinhos. O best-seller 
(sucesso de vendas) conta a história de Greg Heffley, um menino que está cursando o ensino fundamental. Greg é o 
narrador da própria história (narrador personagem), e prefere chamar o seu diário de livro de memórias. 
Os romances também podem passar por adaptações para torná-los mais acessíveis e atraentes a públicos leitores 
específicos. Temos o exemplo do livro “A vida e as aventuras de Robinson Crusoe” (1719), romance inglês do escritor 
Daniel Defoe, que foi adaptado por diferentes escritores brasileiros para os leitores infantis e juvenis. Os romances de 
aventura, como "Robinson Crusoé", apresentam: narrativas longas; personagens complexos; os personagens vivem 
sucessões de eventos que podem envolver ação e suspense ao mesmo tempo; há presença e liderança de um herói ou 
heroína que passa por situações ou demonstra sentimentos, gerando empatia ou a admiração do leitor; o enredo gira 
especialmente em torno das viagens, do mistério, dos perigos e da ação. 
Leia, a seguir, um fragmento do romance Robinson Crusoé, traduzido e adaptado para os leitores juvenis pelo 
escritor Monteiro Lobato. 
Robinson Crusoé 
 Meu nome é Robinson Crusoé. Nasci na velha cidade de Iorque, onde há um rio muito largo cheio de navios que 
entram e saem. 
 Quando criança, passava a maior parte do meu tempo a olhar aquele rio de águas tão quietas, caminhando sem 
pressa para o mar lá longe. Como gostaria de veros navios em movimento, com velas branquinhas enfunadas 
pelas brisas! Isso me fazia sonhar as terras estranhas donde eles vinham e as maravilhosas aventuras acontecidas em 
mar alto. 
 Eu queria ser marinheiro. Nenhuma vida me parecia melhor que a vida do marinheiro, sempre navegando, sempre 
vendo terras novas, sempre lidando com tempestades e monstros marinhos. 
 Meu pai não concordava com isso. Queria que eu tivesse um ofício qualquer, na cidade, ideia que eu não podia 
suportar. Trabalhar o dia inteiro em oficinas cheias de pó era coisa que não ia comigo. 
 Também não suportava a ideia de viver toda a vida naquela cidade de Iorque. O mundo me chamava. Eu queria ver 
o mundo. Minha mãe ficou muito triste quando declarei que ou seria marinheiro ou não seria nada. 
 
 – A vida do marinheiro – disse ela – é uma vida bem dura. Há tantos perigos no mar, tanta tempestade que grande 
número de navios acabam naufragando. 
 Disse também que havia no mar terríveis peixes de dentes de serra, que me comeriam vivo se eu caísse n’água. 
Depois me deu um bolo e me beijou: “É muito mais feliz quem fica na sua casa”. 
 Mas não ouvi os seus conselhos. Estava resolvido a ser marinheiro e havia de ser. 
 – Já fiz dezoito anos – disse um dia a mim mesmo – é tempo de começar – e, fugindo de casa, engajei-me num 
navio. [...] 
(Defoe, Daniel. Robinson Crusoé. Trad. e adap. de Monteiro Lobato. Disponível em: https://www.livros-digitais.com/. 
Fragmento I.) 
O menino Robinson Crusoé se sentia atraído pela navegação porque acreditava que os marinheiros conheciam novos 
lugares e viviam aventuras no mar. Embora seus pais desejassem que o filho trabalhasse na cidade permanecesse em 
casa, ele não mudou de ideia em relação à navegação. 
Vamos estudar a narrativa ficcional. 
Ficção é o termo usado para designar uma narrativa imaginária, irreal. Obras ficcionais podem ser parcialmente 
baseadas em fatos, mas sempre contém algum conteúdo imaginário. Como exemplo de texto ficcional, vamos relembrar 
os contos de fadas. 
Os contos de fadas são narrativas ficcionais consideradas clássicos da literatura mundial. São chamados contos de 
fadas porque têm origem na cultura céltico-bretã, onde a fada, um ser fantástico, tem importância cultural. Algumas de 
suas características são a magia, a metamorfose e os encantamentos. Esses textos apresentam um herói em busca de 
realização pessoal. 
 
1- EXERCÍCIO 
 
Para realizar a atividade desta aula, você deve relembrar o discurso direto e o discurso indireto, muito 
presentes nos romances. Preste atenção às explicações e aos exemplos a seguir! 
Quando, em um texto, encontramos a fala exata dos personagens, sem participação do narrador, nós temos o 
discurso direto. 
Veja um exemplo. Uso do travessão indica que o personagem está falado, as aspas também são utilizadas para citar 
a fala de um personagem. 
– A vida do marinheiro – disse ela – é uma vida bem dura. 
Quando, em um texto, o narrador utilizar as suas próprias palavras para reproduzir as falas das personagens, temos 
o discurso indireto. 
Veja um exemplo 
Disse também que havia no mar terríveis peixes de dentes de serra, que me comeriam vivo se eu caísse n’água. Não 
tem travessão 
Leia o trecho a seguir 
– A vida do marinheiro – disse ela – é uma vida bem dura. Há tantos perigos no mar, tanta tempestade que grande 
número de navios acabam naufragando. 
[...] Depois me deu um bolo e me beijou: “É muito mais feliz quem fica na sua casa”. 
Responda 
a. Identifique e copie as ocorrências do discurso direto no trecho. 
b. Qual a diferença entre a maneira como foram sinalizadas essas ocorrências? 
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