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Atividade com literatura de cordel para 7ano - Condições climáticas no sertão nordestino

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Atividad� d� Língu� Po�tugues�: literatur� d� corde�
O cordel surgiu há vários séculos e tem origem na tradição dos trovadores medievais da Europa, trazida ao Brasil pelos
colonizadores portugueses. Em 1893, o paraibano Leandro Gomes de Barros publicou os primeiros versos em folhetos, dando início
a uma forma de expressão que se tornaria parte da cultura brasileira.
Reunindo as tradições orais, da prosa e da poesia, a literatura de cordel também conta com contribuições das culturas africana,
indígena, europeia e árabe. Hoje o cordel circula especialmente na Paraíba, Pernambuco, Ceará, Maranhão, Pará, Rio Grande do
Norte, Alagoas, Sergipe, Bahia, Minas Gerais, Distrito Federal, Rio de Janeiro e São Paulo. Em 2018, a literatura de cordel foi
reconhecida como Patrimônio Cultural do Brasil pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan)
Leia um exemplo de cordel e responda às questões.
Dois quadros
Na seca inclemente no nosso Nordeste,
O sol é mais quente e o céu, mais azul
E o povo se achando sem chão e sem veste,
Viaja à procura das terras do Sul.
[...]
Porém, quando chove, tudo é riso e festa,
O campo e a floresta prometem fartura,
Escutam-se as notas alegres e graves
Dos cantos das aves louvando a natura,
Alegre esvoaça e gargalha o jacu,
Apita o nambu e geme a juriti
E a brisa farfalha por entre as verduras
Beijando os primores do meu Cariri.
De noite notamos as graças eternas
Nas lindas lanternas de mil vaga-lumes.
Na copa da mata os ramos embalam
E as flores exalam suaves perfumes.
Se o dia desponta, que doce harmonia!
A gente aprecia o mais belo compasso.
Além do balido das mansas ovelhas,
Enxames de abelhas zumbindo no espaço.
E o forte caboclo da sua palhoça,
No rumo da roça, de marcha apressada
Vai cheio de vida sorrindo, contente,
Lançar a semente na terra molhada.
Das mãos deste bravo caboclo roceiro
Fiel, prazenteiro, modesto e feliz,
É que o ouro branco sai para o processo
Fazer o progresso do nosso país.
1
ASSARÉ, Patativa do. Dois quadros. In: ASSARÉ, Patativa do.
Cante lá que eu canto cá: Filosofia de um trovador nordestino. 17. ed. Petrópolis: Vozes, 2012. p. 55-56.
GLOSSÁRIO
Inclemente: duro, áspero, severo, rigoroso.
Jacu: ave que habita as matas primitivas do Brasil.
Nambu: variação de inhambu, ave quase desprovida de cauda.
Juriti: ave de coloração parda com tons avermelhados; tem canto agradável e nostálgico.
Farfalha (do verbo farfalhar): fazer ruído semelhante ao da folhagem das árvores sob ação do vento.
Verduras: a cor verde das árvores e folhas.
Primores: obra-prima, perfeição.
Balido: som emitido pela ovelha ou pelo cordeiro.
Palhoça: casa humilde coberta de palha ou sapé.
Prazenteiro: alegre, festivo, jovial.
Ouro branco: metáfora para açúcar.
1. Qual é a visão do eu lírico que prevalece em relação ao lugar em que vive: positiva ou negativa?
2. Como o sertão e seu povo são descritos no cordel?
3. Qual é o tema deste cordel?
4. Qual a visão do eu lírico sobre o lugar no período da seca? E no período do inverno?
5. De acordo com o texto, o que muda na vida do sertanejo quando ocorre a seca?
6. Diante da seca intensa, o sertanejo se retira da região onde mora em busca de uma região mais promissora e, geralmente, “Viaja
à procura das terras do Sul”. Quais são as “terras do sul” a que o cordel faz referência? Por que, em geral, elas são escolhidas como
destino pelos sertanejos?
7. Na sua opinião, essa condição do sertanejo é somente devido à falta de chuvas? Que ações poderiam minimizar ou solucionar os
efeitos da seca no sertão nordestino?
2
A palavra retirante refere-se à pessoa que, sozinha ou em grupos, sai da região onde mora em direção a outra aparentemente mais
promissora. É usada frequentemente para designar o sertanejo nordestino que deixa sua terra em busca de oportunidades em outro
lugar.
8. Ao relatar a alegria que a chuva traz para o sertanejo, o eu lírico atribui esse sentimento também à fauna e à flora da região.
Segundo ele, de que forma esses seres e elementos expressam sua alegria?
9. O que se pode concluir sobre a relação entre o sertanejo e a região onde ele vive, de acordo com o cordel? Na sua opinião,
abordar esse tema é importante? Justifique.
10. O texto apresenta um eu lírico apaixonado por sua terra apesar dos problemas existentes. Marque a (as) alternativa (s) que
contém os versos que comprovam essa afirmação.
a) E a brisa farfalha por entre as verduras / Beijando os primores do meu Cariri
b) E o forte caboclo da sua palhoça / No rumo da roça de marcha apressada
c) E o povo se achando sem chão e sem veste / Viaja à procura das terras do Sul
d) De noite notamos as graças eternas / Nas lindas lanternas de mil vaga-lumes
11. O cordel apresenta sentimentos bem definidos pelo eu lírico, desencadeados por descrições e narrativas sobre o sertão e o povo
sertanejo. Como ele descreve o caboclo e o lugar?
12. Marque a alternativa que representa o que o eu lírico conta no cordel.
a) A saudade que tem da sua terra.
b) As lembranças do seu lugar e do seu povo.
c) As belezas do seu lugar e do seu povo.
d) A força do sertanejo.
13. O eu lírico finaliza o cordel exaltando uma atividade do caboclo que provoca reflexões. Essa atividade está contida em qual dos
versos a seguir?
a) E o forte caboclo da sua palhoça / [...] / Vai cheio de vida sorrindo e contente
b) Escutam-se as notas alegres e graves / Dos cantos das aves louvando a natura
c) É que o ouro branco sai para o processo / Fazer o progresso do nosso país.
3
14. Marque a alternativa que sintetiza como o eu lírico se sente por ser sertanejo e nordestino.
a) Otimista.
b) Orgulhoso.
c) Chateado.
d) Indiferente.
15. Se você fosse escrever um cordel sobre o lugar em que vive, qual seria o tema?
Para finalizarmos esta atividade podemos dizer que o cordel é um texto literário em versos que tem origem na tradição oral e
remete à cultura popular do Nordeste brasileiro. Pode abordar questões ligadas à natureza, fatos históricos, fazer críticas sociais,
entre outros temas relacionados à vida do povo. Tradicionalmente, é apresentado em formato de pequenos livros, os folhetos, que
podem conter uma xilogravura na capa. Os folhetos de cordel ficam pendurados em cordas ou barbantes para serem vendidos em
feiras, bancas e mercados populares, o que explica o nome dado a essa manifestação.
4

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