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TUTORIA 4 – NEUROLOGIA PERGUNTAS: 1. O que é supratentorial e infratentorial? Em algumas áreas, o folheto interno da dura-máter destaca-se do externo para formar pregas que dividem a cavidade craniana em compartimentos que se comunicam amplamente. Uma das principais pregas é a tenda do cerebelo, que se projeta para diante como um septo transversal entre os lobos occipitais e o cerebelo. A borda anterior livre da tenda do cerebelo, denominada incisura da tenda, ajusta-se ao mesencéfalo. A tenda do cerebelo separa a fossa posterior da fossa média do crânio, dividindo a cavidade craniana em um compartimento superior, ou supratentorial, e outro inferior, ou infratentorial. Supratentoriais: acima da tenda do cerebelo, ou seja, o prosencéfalo: telencéfalo + diencéfalo = cerebro. Infratentoriais (estruturas da fossa): abaixo da tenda do cerebelo, que não correspondem ao prosencéfalo, ou seja, mesencéfalo, metencéfalo (cerebelo e ponte) e mielencéfalo (bulbo) = tronco encefálico e cerebelo Infratentorial = fossa posterior 2. Descreva a anatomia da fossa posterior. A fossa posterior é composta pelo cerebelo e pelo tronco encefálico. (MACHADO, Neuroanatomia Funcional, Cap. 8, Pág. 72 e 73) O tronco encefálico é mais anterior e o cerebelo posterior. O tronco encefálico é dividido em mesencéfalo, ponte e bulbo. O assoalho é formado pelos ossos do esfenóide, temporal, occipital e o teto pela tenda do cerebelo, ou seja, o tentorium (dobra da dura máter). 3. Quais são os nervos cranianos? Os nervos cranianos são os que fazem conexão com o encéfalo. A maioria deles liga- se ao tronco encefálico, excetuando-se apenas os nervos olfatório e óptico, que se ligam respectivamente, ao telencéfalo e ao diencéfalo. São 12 pares cranianos. I- Nervo olfatório; II- Nervo Óptico; III- Nervo Oculomotor; IV- Nervo Troclear; V- Nervo Trigêmeo; VI- Nervo Abducente; VII- Nervo Facial; VIII- Nervo Vestibulococlear; IX Glossofaríngeo; X- Nervo Vago; XI- Nervo Acessório; XII- Nervo Hipoglosso. (MACHADO, Neuroanatomia Funcional, Cap. 11, Pág. 113) 1. Nervo olfatório Função: sensitivo para olfato Lesão: Anosmia Seu corpo está na muscosa nasal e sai do crânio pela lâmina crivosa do osso etmóide Não são mielinizados A sinapse ocorre direto com o córtex obs: Não sai do tronco Cacosmia, hiposmia, agnosia olfativa (sentir o cheiro mas não ser capaz de interpretar) 2. Nervo óptico Função: sensitivo para visão Lesão: tumor na hipófise gera visão nasal (perde a visão temporal). Hemianopsia bitemporal, resultante de uma secção completa do quiasma óptico, o que gera a perda da visão periférica; hemianopsia homônima, decorrendo de uma secção transversa completa do trato óptico direito, por exemplo, que elimina os campos visuais temporal esquerdo e nasal direito. A manifestação clínica depende da altura da lesão. Se inicia na retina (cones e bastonetes) ocorre a primeira sinapse com as células bipolares (camada nuclear interna), segunda sinapse com as células ganglionares e o axônio sai do crânio por meio do canal óptico. obs: na retina: os receptores dos cones e bastonetes ficam para dentro, o estímulo volta mandando informações. Clinicamente: pode-se avaliar o campo visual com a técnica de confrontação (olho na mesma altura do olho do paciente); acuidade visual (se enxerga ou não); testar a visão de cores (gráfico de Ichihara); exame de fundo de olho, para visualizar a papila Obs.: Reflexo fotomotor Junta o segundo par ao terceiro par craniano Direto - No olho que recebe o estímulo luminoso Consensual - No outro olho, que não recebe o estímulo luminoso Via aferente - Nervo óptico (II), tem os receptores luminosos Via eferente - Nervo oculomotor (III), realiza a constrição da pupila, ou seja, miose Se a lesão for na via aferente, perde o reflexo direto e consensual, se for na via eferente, perde apenas o reflexo direto, o consensual permanece intacto. 3. Nervo oculomotor Função: motora - músculos ciliares, esfíncter da pupila e todos os músculos do olho com exceção ao que estão relacionados ao 4° e 6° par craniano. Inerva músculos levantador da pálpebra superior, reto superior, reto inferior, reto medial e oblíquo inferior. Além disso, inerva o esfíncter da pupila para constrição pupilar; músculos ciliares para acomodação para lentes para visão próxima. Lesões: pupila dilatada, ptose, o olho gira para baixo e para fora, arreflexia pupilar no lado da lesão. Sai do crânio por meio da fissura orbital superior. Nervo da musculatura ocular extrínseca; também participa da musculatura ocular intrínseca, que é o reflexo fotomotor, faz a miose, via sistema nervoso parassimpático. Via aferente do reflexo fotomotor: nervo óptico (possui fotorreceptores) Via eferente do reflexo fotomotor: nervo oculomotor, que vai realizar a miose (constrição pupilar) REFLEXO FOTOMOTOR DIRETO: Quando um olho é estimulado com um feixe de luz, a pupila deste olho contrai-se em virtude do seguinte mecanismo: o impulso nervoso originado na retina é conduzido pelo nervo óptico, quiasma óptico e trato óptico, chegando ao corpo geniculado lateral, via aferente do reflexo. Entretanto, ao contrário das fibras relacionadas com a visão, as fibras ligadas ao reflexo fotomotor não fazem sinapse no corpo geniculado lateral, mas ganham o braço do colículo superior, terminando em neurônios da área pré-tetal. Daí saem fibras que terminam fazendo sinapse com os neurônios do núcleo de Edinger-Westphal. Deste núcleo saem fibras pré-ganglionares que, pelo III par, vão ao gânglio ciliar, de onde saem fibras pós- ganglionares que terminam no músculo esfíncter da pupila, determinando sua contração. CLINICAMENTE: Ausência do reflexo fotomotor em um paciente inconsciente indica dano no mesencéfalo. Os reflexos pupilares são importantes também para avaliar o estado funcional das vias aferentes e eferentes que o medeiam, podendo estar abolido em lesões da retina, do nervo óptico, do trato óptico ou do nervo oculomotor. Assim, se a luz direcionada ao olho direito causa apenas resposta consensual do olho esquerdo, a via aferente do reflexo está intacta. mas a via eferente para o olho direito está lesada. provavelmente no nervo oculomotor. Por outro lado, se existe lesão unilateral do nervo óptico, causando cegueira unilateral, a luz incidindo sobre este olho não ocasiona resposta em nenhum dos olhos, enquanto a pesquisa do olho contralateral desencadeará tanto o reflexo fotomotor direto como o consensual no olho cego. 4. Nervo troclear Função: motora - atua no músculo oblíquo superior do olho. Lesão: incapacidade de olhar para baixo quando o olho é aduzido; o estiramento do nervo durante seu trajeto ao redor do tronco encefálico e/ou a fratura da órbita costumam gerar alteração nesse nervo; Faz o movimento de “vesgo para dentro” Inerva o músculo oblíquo superior e sai do crânio pela fissura orbital superior 5. Nervo trigêmeo (nervo misto) Função: sensitiva - face, couro cabeludo, dura-máter, boca, nariz e túnica mucosa dos seios paranasais dentes e dois terços anteriores da língua. Sensibilidade tanto superficial quanto profunda. Sensibilidade da face, do couro cabeludo, da dura máter, conduto auditivo; praticamente de todo o crânio. Parte motora: musculatura da mastigação. Divisão oftálmica: inerva os olhos, conjuntivas, conteúdo orbital, cavidade nasal, seio frontal, células etmoidais, pálpebra superior, dorso do nariz, parte anterior do couro cabeludo, parte superior do tentório do cerebelo. Nervo maxilar: Dura na fossa craniana média, nasofaringe, palato, cavidade nasal, dentes superiores, seio maxilar, pele cobrindo a lateral do nariz, pálpebra inferior, bochecha, lábio superior Divisão mandibular: pele da parte inferior da face, bochecha, lábio inferior, parte anterior do ouvido externo,parte do meato acústico externo, fossa temporal, dois terços anteriores da língua, dentes anteriores, células aéreas mastóideas, membranas mucosas da bochecha, mandíbula, dura na fossa craniana média. Lesão: O problema médico mais frequentemente observado em relação ao trigêmeo é a nevralgia, que se manifesta por crises dolorosas muito intensas no território de um dos ramos do nervo. São quadros clínicos que causam grande sofrimento ao paciente e cujo tratamento é frequentemente cirúrgico. Hemiplegia do lado oposto, com síndrome do neurônio motor superior. Pode causar: a) Perturbações motoras - lesão do componente motor do trigêmeo causa paralisia da musculatura mastigadora do lado da lesão. Por ação dos músculos pterigoideos do lado normal, há desvio da mandíbula para o lado paralisado; b) Perturbações sensitivas - ocorre anestesia da face do mesmo lado da lesão, no território correspondente aos três ramos do trigêmeo. Perda do reflexo corneano. - Ramo oftálmico: sai do crânio pela fissura orbital superior - Ramo maxilar: sai do crânio pelo forame redondo - Ramo mandibular: sai do crânio pelo forame oval Participa de dois reflexos: córneo palpebral (algodão no olho) e mentoniano ou mandibular (martelo na boca) 6. Nervo abducente Função: motora - ação no músculo reto lateral do olho. Lesão: o olho não se move lateralmente, diplopia ao olhar lateralmente. Base do encéfalo ou fratura com acometimento do seio cavernoso ou da órbita costumam gerar acometimentos nesse nervo; “Puxa” o olho para fora Sai do crânio pela fissura orbital superior 7. Nervo facial (nervo misto) Função: motora - ação nos músculos de expressão facial - Sensorial de parte do meato acústico externo e partes profundas da orelha - Paladar dos dois terços da língua - Inerva a glândula lacrimal, salivar e sublingual e membranas mucosas da cavidade nasal, palatos duros e mole - Inerva os músculos da face e do couro cabeludo derivados do segundo arco faríngeo e os músculos estapédio, o ventre posterior do digástrico e o estilo-hióideo Obs: Geralmente na clínica o paciente lacrimeja porque não consegue fechar os olhos e eles ficam irritados. Lesão: Paralisia facial Sai do crânio pelo meato acústico interno Sensibilidade especial: dois terços anteriores da língua (paladar) 8. Nervo vestibulococlear Sai do crânio pelo meato acústico interno 8.1. N Vestibular Função: sensitiva - equilíbrio, movimento 8.2. N Coclear Função: sensitivo - audição Lesão: Lesões do nervo vestibulococlear causam diminuição da audição, por comprometimento da parte coclear do nervo, juntamente com vertigem, alterações do equilíbrio e enjoo, por envolvimento da parte vestibular. Pode ocorrer também um movimento oscilatório dos olhos, denominado nistagmo. Uma das patologias mais comuns do nervo vestibulococlear são os tumores formados por células de Schwann (neurinomas), que crescem comprimindo o próprio nervo e também os nervos facial e intermédio. 9. Nervo glossofaríngeo (nervo misto) Função: motora - músculo estilofaríngeo, glândula parótida; sensitiva - para atuar no paladar, terço posterior da língua, sensibilidade geral da faringe, fossa tonsilar, tuba auditiva e cavidade da orelha média. - Terço posterior da língua, tonsilas palatinas, orofaringe, mucosa do ouvido médio, tuba auditiva e células aéreas mastóides - Paladar dos terços posteriores da língua - Inervam a glândula salivar parótida - Inerva o músculo estiloglosso Lesão: Das afecções do nervo glossofaríngeo, merece destaque apenas a nevralgia. Esta caracteriza-se por crises dolorosas, semelhantes às já descritas para o nervo trigêmeo, e se manifesta na faringe e no terço posterior da língua, podendo irradiar para o ouvido. Além de paralisias. Destaque: ⅓ posterior da língua - gosto Sai do crânio pelo forame jugular 10. Nervo vago (nervo misto) Função: motora - palato, faringe, laringe, traquéia, árvore bronquial, coração, sistema digestório até a flexura esquerda do colo; fonação, deglutição sensitiva - faringe, laringe, sensibilidade reflexa da árvore bronquial, pulmões, coração, sistema digestório até a flexura esquerda do colo - Sensorial da laringe, parte laríngea da faringe, partes profundas da orelha, parte do meato acústico externo e dura na fossa craniana posterior - Atua no paladar da epiglote e faringe - Inerva os músculos lisos e glândulas na faringe, laringe, vísceras torácicas e vísceras abdominais do sistema digestório anterior e médio - Inerva o músculo da língua (palatoglosso), músculos do palato mole (exceto tensor do véu palatino), faringe (exceto estilofaríngeo) e laringe Lesão: flacidez do palato mole, desvio da úvula para o lado normal, rouquidão devido à paralisia da prega vocal. Sai do crânio pelo forame jugular Destaque: inervação parassimpática das vísceras torácicas e abdominais 11. Nervo acessório Função: motora - músculos esternocleidomastóideo e trapézio Lesão: paralisia do músculo esternocleidomastoideo e das fibras superiores do trapézio → queda do ombro. Faz rodar o pescoço Sai do crânio pelo forame jugular 12. Nervo hipoglosso Função: motora - todos os músculos intrínsecos e extrínsecos da língua (exceto o palatoglosso – um músculo palatino).Inerva o hipoglosso, genioglosso, estiloglosso e todos os músculos intrínsecos e extrínseca da língua Lesão: Nas lesões do nervo hipoglosso, há paralisia da musculatura de uma das metades da língua. Nesse caso, quando o paciente faz a protrusão da língua, ela se desvia para o lado lesado, por ação da musculatura do lado normal não contrabalançada pela musculatura da metade paralisada. Sai do crânio pelo canal do nervo hipoglosso 4. Descreva minimamente o caminho de cada nervo. Respondida na questão 3. 5. Descreva a função e as consequências das lesões de cada nervo. Respondida na questão 3. 6. Quais são as grandes vias que passam em cada nível do tronco? TABELA 7. Descreva o caminho das grandes vias e suas funções. TABELA 8. Descreva as vias córtico-nucleares e córtico-espinhal. TABELA 9. Descreva e dê a função da substância cinzenta do tronco (núcleos próprios de cada um dos segmentos). Bulbo: Núcleos grácil e cuneiforme – Dão origem a fibras arqueadas internas que cruzam o plano mediano para formar o lemnisco medial. Núcleo olivar inferior – Recebe fibras do córtex cerebral, da medula e do núcleo rubro.Liga se ao cerebelo através das fibras olivocerebelares que cruzam o plano mediano, penetram no cerebelo pelo pedúnculo cerebelar inferior, distribuindo-se por todo córtex desse órgão. As conexões olivocerebelares estão envolvidas na aprendizagem motora, fenômeno que permite realizar determinada tarefa com velocidade e eficiência cada vez maiores quando ela se repete várias vezes. Núcleos olivares acessórios medial e dorsal – Tem basicamente a mesma estrutura, conexão e função do núcleo olivar inferior, constituindo com ele o complexo olivar inferior. Ponte: Núcleos pontinos – São pequenos aglomerados de neurônios dispersos em toda a base da ponte. Neles terminam, fazendo sinapse, as fibras corticopontinas. Os axônios dos neurônios dos núcleos pontinos constituem as fibras transversais da ponte ou fibras pontinas ou pontocerebelares. Estas fibras crizam o plano mediano e penetran no cerebelo. Núcleo olivar superior Núcleo do corpo trapezoide Núcleo do lemnisco lateral Mesencéfalo: Núcleo rubro ou núcleo vermelho – Participa do controle da motricidade somática. Recebe fibras do cerebelo e das áreas motoras do córtex cerebral e da origem ao trato rubro-espinhal, que, assim como o trato corticoespinhal, termina nos neurônios motores da medula, responsáveis pela motricidade voluntária da musculatura distal dos membros. Liga-se também ao complexo olivar inferior, através das fibras rubro-olivares,que integram o circuito rubro-olivo-cerebelar. Substância negra – É um núcleo compacto formado por neurônios que apresentam a peculiaridade de contar inclusões de melanina. Neurônios da substância negra utilizam como neurotransmissor a dopamina, são neurônios dopaminérgicos. As conexões mais importantes da substância negra são com o corpo estriado. Essas se fazem nos dois sentidos, através de fibras nigro-estriatais e estriado-nigrais, sendo as primeiras dopaminérgicas. 10. Descreva a formação reticular do tronco encefálico (em cada um dos segmentos). Denomina-se formação reticular uma agregação mais ou menos difusa de neurônios de tamanhos e tipos diferentes, separados por uma rede de fibras nervosas que ocupa a parte central do tronco encefálico. A formação reticular tem, pois, uma estrutura que não corresponde exatamente à da substância branca ou cinzenta, sendo, de certo modo, intermediária entre elas. Trata-se de uma região muito antiga do sistema nervoso, que, embora pertencendo basicamente ao tronco encefálico, se estende um pouco ao diencéfalo e aos níveis mais altos da medula, onde ocupa pequena área do funículo lateral. No tronco encefálico, ocupa uma grande área, preenchendo todo o espaço que não é preenchido pelos tratos, fascículos e núcleos de estrutura mais compacta. A formação reticular possui conexões amplas e variadas. Além de receber impulsos que entram pelos nervos cranianos, ela mantém relações nos dois sentidos com o cérebro, o cerebelo e a medula, como será visto a seguir: a) conexões com o cérebro - a formação reticular projeta fibras para todo o córtex cerebral, por via talâmica e extratalâmica. Projeta-se também para áreas do diencéfalo. Por outro lado, várias áreas do córtex cerebral, do hipotálamo e do sistema límbico enviam fibras descendentes à formação reticular; b) conexões com o cerebelo - existem conexões nos dois sentidos entre o cerebelo e a formação reticular; c) conexões com a medula - dois grupos principais de fibras ligam a formação reticular à medula, as fibras rafe-espinhais e as fibras que constituem os tratos reticuloespinhais. Por outro lado, a formação reticular recebe informações provenientes da medula através das fibras espinorreticulares; d) conexões com núcleos dos nervos cranianos - os impulsos nervosos que entram pelos nervos cranianos sensitivos ganham a formação reticular através das fibras que a ela se dirigem, a partir de seus núcleos. Há evidência de que informações visuais e olfatórias também ganham a formação reticular através da conexão teto- reticulares e do feixe prosencefálico medial. A formação reticular não é uma estrutura homogênea, tanto em relação à sua citoarquitetura como do ponto de vista bioquímico. Possui grupos mais ou menos bem definidos de neurônios com diferentes tipos de neurotransmissores, destacando-se as monoaminas, que são: noradrenalina, serotonina, dopamina. Esses grupos de neurônios constituem a formação reticular com funções distintas, entre esses destacam-se: - Núcleos da rafe – neurônios ricos em serotonina - Locus ceruleus – neurônios ricos em noradrenalina - Área tegmentar ventral – neurônios ricos em dopamina SRAA – Sistema reticular ativador ascendente: “ é um dos pedaços da geleia” A formação reticular possui conexões com o cérebro, cerebelo, medula e núcleos dos nervos cranianos. Funções da formação reticular: Controle da atividade elétrica cortical (ciclo vigília e sono), controle eferente da sensibilidade e da dor (modular a dor dos centros superiores para baixo), controle da motricidade somática e postura, controle do sistema nervoso autônomo, controle neuroendócrino, integração de reflexos (centro respiratório e vasomotor). 11. Descreva as cavidades do tronco encefálico (caminho do líquor ao passar pelo tronco). TABELA 12. Descreva como é dado o nível de consciência. Há na formação reticular, um sistema de fibras ascendentes que têm uma ação ativadora sobre o córtex cerebral. Criou-se, assim, o conceito de Sistema Ativador Reticular Ascendente - SRAA. Sabe-se hoje que o SRAA é constituído de fibras noradrenérgicas do locus ceruleus, serotoninérgicas dos núcleos do rafe e colinérgicas da formação reticular da ponte. Na transição entre o mesencéfalo e o diencéfalo, o SRAA se divide em um ramo dorsal e outro ventral. O ramo dorsal termina no tálamo (núcleos intralaminares) que, por sua vez, projeta impulsos ativadores para todo o córtex. O ramo ventral dirige-se ao hipotálamo lateral e recebe fibras histaminérgicas do núcleo tuberomamilar do hipotálamo posterior, e sem passar pelo tálamo, este ramo dirige-se diretamente ao córtex, sobre o qual tem ação ativadora. A lesão de cada um desses ramos causa inconsciência. 13. Conceito de sistema nervoso segmentar e suprassegmentar. Pode-se dividir o sistema nervoso em sistema nervoso segmentar e sistema nervoso suprassegmentar: A segmentação no sistema nervoso é evidenciada pela conexão com os nervos. Pertence, pois, ao sistema nervoso segmentar todo o sistema nervoso periférico, mais aquelas partes do sistema nervoso central que estão em relação direta com os nervos típicos, ou seja, a medula espinhal e o tronco encefálico. O cérebro e o cerebelo pertencem ao sistema nervoso suprassegmentar. Os nervos olfatório e óptico se ligam diretamente ao cérebro, mas veremos que não são nervos típicos. Esta divisão põe em evidência as semelhanças estruturais e funcionais existentes entre a medula e o tronco encefálico, órgãos do sistema nervoso segmentar, em oposição ao cérebro e ao cerebelo, órgãos do sistema nervoso suprassegmentar. Assim, nos órgãos do sistema nervoso suprassegmentar existe córtex, ou seja, uma camada fina de substância cinzenta situada fora da substância branca. Já nos órgãos do sistema nervoso segmentar não há córtex, e a substância cinzenta pode localizar-se dentro da branca, como ocorre na medula.