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Análise do filme "O discurso do Rei"

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Aluna: Larissa Galdino dos Santos 
DRE: 119062808 
Trabalho sobre o filme “O Discurso do Rei” 
Qual a diferença que houve no profissional que não era fonoaudiólogo e os profissionais devidamente capacitados e 
legalmente constituídos, quanto ao diagnóstico do problema? Isso mostra que a questão técnica deve ser única e 
exclusivamente levada em consideração para diagnóstico e plano de tratamento? Para a Odontologia também é 
pertinente? 
 
O que não era fonoaudiólogo não procurou conversar, entender o problema de fato e já chegou oferecendo um 
tratamento antigo com bolinhas na boca, que não foi efetivo, pois seu problema não era físico. Já o Lionel Logue, um 
fonoaudiólogo, quando foi procurado para ajudar o Duque de York a superar a gagueira, fobia social e timidez, usou 
o diálogo aliado aos seus conhecimentos para chegar a um tratamento eficaz. Foram usados meios não 
convencionais para ensinar ele a falar com segurança, demostrando que o fator psicológico interfere bastante na 
oratória. Desse modo, ao final do filme Lionel se tornou um grande amigo do rei, sendo essa amizade considerada 
como crucial na cura e na promoção da segurança na fala do rei no seu primeiro discurso. Sendo assim, percebe-se a 
diferença que uma pessoa capacitada faz. 
Com isso, pode-se inferir que a questão técnica não deve ser somente a única a ser levada em conta ao diagnosticar 
e tratar um paciente. Ou seja, é importante observar aspectos individuais, a fim de que se entenda a manifestação 
de determinados aspectos considerados subjetivos. Por exemplo, no filme o Lionel foi o único especialista que 
entendeu que o fator psicológico era um empecilho para o rei falar com fluidez em público. 
Na odontologia é importante dominar e aplicar corretamente a técnica nos pacientes, evitando iatrogenias. No 
entanto, assim como na mensagem do filme, o cirurgião-dentista também pode atuar com eficácia ao utilizar de 
meios que não são aprendidos nas matérias práticas da faculdade. Por exemplo, ao chegar no consultório um 
paciente relata ter ansiedade e achar que precisa de medicação para controlar o medo de fazer o tratamento 
dentário. O cirurgião-dentista antes de administrar ansiolíticos ou óxido nitroso deve dialogar com o paciente e 
tentar tranquilizá-lo, fazer perguntas para tentar entende-lo melhor e esclarecer todas as dúvidas sobre os 
procedimentos. Com isso, espera-se que o medo de dentista diminua ao criar vínculo com o paciente e passar 
segurança. Outra opção é orientar ou encaminhar o paciente para o setor de psicologia, que buscará trabalhar 
traumas e outras questões psicológicas que envolvem essa aversão ao dentista. É importante ressaltar que o 
trabalho só dará resultado se houver confiança e cumplicidade entre profissional e paciente. E isso só será possível 
com uma comunicação clara entre ambos e a dedicação ao seguir as orientações passadas. 
Em um artigo que li intitulado como “Clínica em saúde bucal como espaço de produção de diálogo, vínculo e 
subjetividades entre usuários e cirurgiões-dentistas da Atenção Primária à Saúde” é reforçada a importância de 
cirurgiões-dentistas atuarem com acolhimento de escuta e diálogo com o usuário, visando contrariar uma 
odontologia com uso predominante de instrumentos, conhecimentos estruturados, protocolos, com ênfase na 
técnica operatória e direcionada para uma prática privatista. Esse trecho do artigo é interessante e relata sobre o 
que eu tenho falado nesse trabalho: “O diálogo na prática clínica odontológica tem se caracterizado como um ato 
mecanizado e destituído do real desejo de ouvir atentamente o que a pessoa que procura cuidados tem a dizer 
(CANALLI et al., 2012). A ênfase está na técnica operatória, ou seja, no procedimento, nas etapas, no material, sem a 
preocupação com as tecnologias das relações (MERHY, 1997). Se há uma intencionalidade do profissional em 
promover um cuidado efetivo em saúde, os aspectos subjetivos que envolvam o saber construído no cotidiano de 
vida das pessoas devem ser considerados. O diálogo não pode se reduzir à descrição de uma técnica operatória cujo 
foco tenha um centramento dentário (BOTAZZO, 2006; 2008).” 
Diante disso, observa-se a necessidade de mudança pedagógica nos currículos de odontologia, inclusive seria 
interessante que na grade de Odonto-UFRJ tivesse a prática de subjetividades como promissoras no cuidado em 
saúde, pois pelo que sei até então não há.

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