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LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA – 3ºLOG LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA https://www.youtube.com/watch?v=TI2BN9AHBsA Principais tributos nas operações logísticas: As operações logísticas são classificadas como “prestação de serviços”. Ao consultarmos a relação de tributos no Brasil, verificaremos que dois deles são taxativos na tributação de serviços. · ICMS – Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços · ISS – Impostos sobre Serviços O imposto sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação (ICMS) é um tributo estadual, e dentro de operador logístico ele incide sobre prestação de serviços de transporte interestadual e intermunicipal, por qualquer via, de bens e mercadorias. Já o Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISS ou ISSQN) é um tributo cobrado pelos municípios e pelo Distrito Federal. É regulamentado pela Lei Complementar nº116/2003, e recai sobre a prestação de serviços relacionados na lista anexa à lei. Para empresas cujo perfil é a prestação de serviços logísticos, podemos conferir na lista de serviços anexa à LC 116/2003 o seguinte: · 11.04 – Armazenamento, depósito, carga, descarga, arrumação e guarda de bens de qualquer espécie; · 16.01 – Serviços de transporte de natureza municipal. Esses impostos possuem características diferentes entre si, as quais serão discutidas a seguir. Peculiaridades do ICMS: · Impostos calculado “por dentro” O artigo 49 do Regulamento do ICMS estabelece que “o montante do imposto [...] integra sua própria base de cálculo [...]”. Essa determinação do RICMS/SP significa que dentro do valor da operação deve-se integrar o valor do ICMS, e normalmente diz-se que o cálculo do imposto é feito “por dentro”. Exemplo: Se uma mercadoria tem o seu preço de venda fixado em R$1.000,00 (mil reais), esse valor representa o montante sem o imposto agregado. Supondo uma alíquota de ICMS de 18% e o preço final do produto com imposto como 100%, você concorda que o valor da venda sem o imposto será equivalente a 82% (100% - 18%)? Você está pensando certo. Mediante esse pensamento, fazemos a seguinte conta: 1.000,00 x 100 / 82 = 1.219,51. Por esse cálculo, nosso valor de venda com o ICMS de 18% agregado “por dentro” corresponde ao valor de R$1.219,51 como preço final com imposto. O destaque de ICMS na nota fiscal de venda corresponde ao valor de R$219,51 (R$1.219,51 x 18%). · Imposto não cumulativo O ICMS é um imposto não cumulativo em virtude do artigo 155 da Constituição Federal de 1988. A obediência a essa determinação está contida no artigo 59 do Regulamento do ICMS/SP, no qual encontramos: “o imposto é não cumulativo, compensando-se o que for devido em cada operação ou prestação com o anteriormente cobrado por este ou outro Estado, relativamente à mercadoria ou a prestação de serviço recebida [...]”. Isso significa que o imposto pago antes de uma operação será compensado com o imposto devido na operação atual. Exemplo: Considere um serviço de transporte intermunicipal de mercadorias que você prestou ao seu cliente. Você cobrou R$10.000,00 de frete e adquiriu R$1.300,00 de combustível para esse serviço. Ambos terão incidência de ICMS com alíquota de 18%. Qual será a sua receita nessa operação, descontando o ICMS a ser recolhido? Operações financeiras para pagamento em 30 dias. Resolução: O valor do imposto sobre o Frete já está embutido no valor tratado pela execução do serviço. Dessa forma receberemos R$10.000,00 que correspondem ao valor do frete líquido = R$8.200,00 e ICMS a ser recolhido (pago) = R$1.800,00. Aparentemente, nossa receita será: Receita = Frete – Combustível – ICMS a recolher ao Estado Receita = 10.000 (Frete) – 1.300 (combustível) – 1.800 (ICMS a recolher ao Estado) Receita = R$6.900,00 Entretanto, como o ICMS não é cumulativo, devemos recuperar o ICMS pago anterior no processo. Assim, podemos nos creditar do ICMS pago e embutido no valor de combustível, pois ele faz parte do processo de transporte. No combustível a sistemática é a mesma, ou seja, o valor da nota corresponde ao total pago com o imposto. Pagaremos $$1.300,00 ao fornecedor, sendo que o valor da nota corresponde a combustível = R$1.066,00 x 18% de ICMS recolhido = R$234,00. Então a situação real ficará: Receita = Frete – Combustível – (ICMS a recolher – ICMS recolhido) Receita = 10.000 (Frete) – 1.300 (Combustível) – (1800 – 234) Receita = 10.000 – 1300 – 1566 Receita = R$7.134,00 Como vemos, o valor do ICMS a ser recolhido ao Estado, nesse caso, é subtraído do imposto já recolhido anteriormente no combustível. Por esse motivo, diz-se que ele é não cumulativo. Observação: Não são todos os desembolsos envolvidos no processo que podem ter o imposto deduzido do imposto a recolher. Essas deduções devem ser permitidas na legislação, e se houver dúvidas, deve-se consultar a Secretaria da Fazenda do Estado, responsável pela gestão do ICMS. Isso evitará autuações e multas por parte dos fiscais da Fazenda estadual, pois deduções não permitidas podem ser consideradas crime contra a ordem tributária. Exercício prático 01: Uma transportadora que presta serviços de frete levará mercadorias da cidade de São Paulo para Campinas. O valor do serviço do frete irá custar R$8.500,00. Neste valor do frete está embutido o ICMS de 18%. Para esse serviço a transportadora irá adquirir R$850,00 de combustível que será pago no momento da aquisição. O ICMS embutido no preço do combustível será de 18%. Qual o valor da receita na operação, descontando o ICMS a ser recolhido? Considere para essa conta: Receita = Frete – Combustível – (ICMS a recolher – ICMS recolhido). RECEITA= 8.500 (FRETE) – 850 (COMBUSTIVEL) – ( 1.530 – 153) RECEITA= 8.500 – 850 – 1.377 RECEITA= R$ 6.273,00 Exercício prático 02: Uma transportadora que presta serviços de frete levará mercadorias da cidade de São Paulo para Macatuba. O valor do serviço do frete irá custar R$11.800,00. Neste valor do frete está embutido o ICMS de 18%. Para esse serviço a transportadora irá adquirir R$1.050,00 de combustível que será pago no momento da aquisição. O ICMS embutido no preço do combustível será de 18%. Qual o valor da receita na operação, descontando o ICMS a ser recolhido? Considere para essa conta: Receita = Frete – Combustível – (ICMS a recolher – ICMS recolhido). RECEITA= 11.800 – 1.050 – (2.124 – 189) RECEITA= 11.800 – 1.050 – 1.935 RECEITA= R$8.815,00
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