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Malária: Causas, Sintomas e Ciclo de Vida

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MALÁRIA 
 
 
 
O que é 
 
-Doença febril aguda por protozoário pelo 
gênero plasmodium 
Epidemiologia 
 
Áreas endêmicas no mundo: 
 
Sul e Sudeste Asiático até Oriente Médio, 
Índia, parte da China, Vietnã. 
 
-Ilhas da Oceania. 
 
-Região tropical de toda a África, desde a 
África Subsaariana. 
 
-Continente Americano, desde o México até 
Bolívia, passando pelo Brasil, Venezuela, 
Equador, parte da Colômbia e do Peru. 
Tipos de Protozoários 
 
-Plasmodium vivax 
 
-P. falciparum 
 
-P. malariae 
 
-P. ovale (presente apenas no Continente 
Africano) 
 
-P. simium (também presente no Brasil. 
Grande causador de malária de Mata 
Atlântica) → infecções humanas no Rio de 
Janeiro, principalmente na região Serrana. 
 
-P. knowlesi (encontrado apenas no Sudeste 
 
 
 -Concentrada em região Amazônica; os 
casos fora da região amazônica, no Brasil, 
são chamados de malária extra-amazônica. 
Asiático) 
 
Obs : P. Simium e Knowlesi → São de 
macacos,mas, podem infectar o homem !!! 
 
Dica : Simium lembra símio (um tipo de 
primata) e Knowlesi = King Kong ( preciso 
dizer mais nada..hahaha) 
 
Brasil → Hoje, o padrão encontrado é pelo P. 
vivax (menos agressivo). Em contrapartida, 
na África é mais comum o P. falciparum 
 
Dica : O brasileiro mantém VIVA a esperança 
do heXa !!! 
 
 
Vetor 
 
- É o mosquito do gênero Anopheles 
(mosquito prego) 
 
➢ Espécies de Anopheles 
 
- Anopheles darlingi → Principal vetor no 
Brasil, principalmente na Amazônia e CO 
 
-Anopheles Aquasalis → comum no litoral 
brasileiro, desde nordeste até parte do sul, 
passando pelo Sudeste 
 
-Anopheles kerteszia cruzi → comum em 
regiões de mata atlântica do sul e sudeste; 
sendo o principal transmissor na região do 
Rio de Janeiro; e se reproduzem 
principalmente em bromélias 
 
-Anopheles kerteszia Bellator →floresta 
úmida 
 
- Anopheles albitarsis →encontrado em 
praticamente todo território brasileiro, 
exceto no Nordeste por ser uma região muito 
seca). 
Áreas endêmicas 
 
-As apresentam malária com uma certa 
frequência → Desenvolve AC ( 
Anticorpos),mas, só dura 1 ano → Depois 
disso, pode se infectar novamente. 
 
-Febre → A pessoa fica mal,mas, depois que 
passa,consegue se levantar e continuar 
trabalhando 
 
Resumindo : Isso ocorre com pessoas que já 
tem certa imunidade, são pessoas que 
moram em área endêmica e que já tiveram 
outros episódios de malária. 
Malária autóctone extra amazônica 
Protozoário → Plasmodium simium 
- Local → mata Atlântica (ocorre em: RJ, SÃO 
PAULO, ES, MG, BA) 
 
Ciclo padrão zoonótico → Tem a floresta 
onde vive os macacos e ainda tem as copas 
das árvores que acumulam água ( do jeito 
que o mosquito adora) → Anopheles 
kerteszia cruzi reproduz e pica o macaco → O 
aluno que só quis desestressar um pouco da 
UNIFAA, resolve passear pela floresta ( 
principalmente em áreas de cachoeira) → É 
infectado 
 
Resumindo : Padrão ANTROPOZOONÓTICO 
→ É uma forma acidental de contrair malária, 
ou seja, a pessoa acaba entrando no ciclo e 
contraindo a malária. 
 
 
 
 
 
Ciclo de vida 
 
- Peguei pela sanarflix pois achei mais fácil e legal de entender do que a aula 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1-) Mosquito pica e injeta o 
esporozoíta 
 
2-) Esporozoito → Vai para o fígado 
 
 
3-) Dentro do hepatócito, o esporozoíto, vai se diferenciar em → MEROzoíto 
4-) Esse MEROzoíto vai infectar a hemácia → Por isso tem os sintomas e vai depender também da quantidade de hemácia envolvida 
5-) No final, forma-se o ciclo nas hemácias 
6-) Uma parte dos MEROzoítos, não vão infectar as hemácias e sim SE DIFERENCIAR EM GAMETÓCITOS ( Masculino ou feminino) 
7-) O mosquito vai picar a pessoa e consumir o parasita que está no sangue. 
8-) Dentro do mosquito → Gametócitos → Gametas →oocineto →ovócito → Esporozoítos 
 
 
 
Quais são as etapas críticas ? → FÍGADO E HEMÁCIAS 
 
 
 
Ciclo O que acontece 
Fígado Esporozoítos → Esporozoítos teciduais 
→ Merozoítos 
 
- Alguns esquizontes ficam latentes 
→Hipnozoítos 
 
- O problema é que eles podem sair 
dessa latência → Esquizontes teciduais 
→ Recaídas meses depois da infecção 
por malária VIVAX ( Brasil) ou OVALE 
(apenas na África) 
 
 
 
- Por isso o tratamento deve ser 
realizado através da associação de 
medicamentos que atuem em 2 frentes : 
matar as formas circulantes e combater 
as formas intra-hepáticas. 
 
- É também o período de incubação → O 
paciente NÃO apresenta sintomas, 
podendo ficar 10 a 15 dias, por exemplo, 
parasitado e sem sintomas 
Hemácia - Merozoíta 
 
Dica : MEnstruação = MErozoíta → 
Lembra sangue → Hemácia 
 
➢ Sintomas 
 
-P. vivax e P. falciparum → o ciclo de 
esquizogonia tem duração de mais ou 
menos 48h, ou seja, a cada 48h há 
rompimento das hemácias e 
aparecimento dos sintomas → Febre 
terçã ( a cada 2 dias) 
 
Obs : A terçã maligna está mais 
associada a falciparum !!! 
 
 
 
- Malariae →Hemólise a cada 72h → 
Febre quartã ( 3 dias) 
 
Obs : As pessoas que nunca tiveram 
contato com malária apresentam febre 
praticamente todos os dias, porque 
ainda não possuem nenhuma defesa 
específica. 
 
Obs 2 : Febre terçã ou quartã→ ocorre 
em áreas endêmicas. 
 
 
Caracterização Clínico- etiológica 
 
 
 
 P. Vivax (incubação de 12 a 17 dias ou mais) P. Falciparum (incubação de 7 a 12 dias, 
média de 9 a 10 dias) 
 
-Pode evoluir sem gravidade, mas, grande 
parte dos pacientes apresentam 
complicações se não tratada a tempo 
 
-Forma grave → também chamada de terçã 
maligna. (15% de casos). 
P. Malariae 
 
-Mais rara (1 a 2% de casos no Brasil por 
ano). 
 
-Casos benignos na grande maioria (febre 
quartã). 
 
-Forma benigna na quase totalidade dos 
casos →é menos 
patogênico/virulento/agressivo 
 
-Maior número de casos no Brasil 
 
-Parasita apenas hemácias jovens 
 
 
-Não produz citoaderência 
 
-Pouca liberação de citocinas (FNT-α) da fase 
aguda. 
Parasita hemácias jovens e maduras →Por 
isso é mais intenso 
 
-Grande liberação de citocinas (FNT-α) da 
fase aguda. 
 
-Produz citoaderência (trombose dos 
capilares). 
 
 
 
Obs : Citoaderência → Devemos nos preocupar pois vai ocorrer formação de trombos →que podem afetar qualquer órgão, desencadeando 
formação de microaneurismas → podem se romper e fazer sangramento intracraniano (malária cerebral) → quando afeta o pulmão, temos 
a malária pulmonar 
 
 
Clínica 
 
 
Clássica 
 
-Febre elevada (40°C) de início súbito (normalmente com pico 
vespertino ou mais a noite) e de difícil controle com antitérmicos 
como dipirona; 
-Calafrios 
 
-Cefaleia intensa e de difícil controle com analgésicos normais 
 
- Astenia (cansaço/prostração). 
 
Pode apresentar → artralgias, náuseas e vômitos, anemia (devido a 
hemólise), icterícia, hepatomegalia e esplenomegalia. 
Observações 
Esplenomegalia → Frequente na malária por P.Vivax 
-SEMPRE que tiver diante de um quadro febril + cefaleia → 
perguntar antes se a pessoa fez alguma viagem para áreas de mata 
ou área endêmica ou se residem em regiões de mata, caso a febre 
dure mais de uma semana. 
 
- Uma pessoa que não teve malária antes, pode apresentar febre 
todos os dias, não necessariamente terá quadro de febre terçã e 
quartã. 
Forma Grave ( P. Falciparum) 
 
 
-Cefaleia, febre alta (quadro febril agudo), convulsão → sugestivo de 
malária cerebral 
 
-Na dúvida →realizar TC e depois fazer punção lombar 
 
-Líquor →Normal 
 
-Pode evoluir pra IRA e hemoglobinúria 
 
- Pode ter Hipoglicemia e distúrbios hidroeletrolíticos ( acidose 
metabólica, aumento de K+) 
 
-OBRIGATÓRIO REALIZAR RADIOGRAFIA DE TÓRAX 
Ainda sobre a forma grave 
 
 
Malária colérica → quadro de diarreia intensa e desidratação. Não é 
muito comum e de 5 a 10% dos casos graves podem evoluir com a 
forma colérica. 
 
 
Fenômenos hemorrágicos e sangramentos → podem ocorrer nos 
olhos, em mucosas, ou seja, o paciente pode apresentar: epistaxe, 
sufusão conjuntival, gengivorragia, alémdo quadro hemorrágico 
cerebral 
 
 
 
Comprometimento pulmonar 
 
-20-30% dos casos 
 
-Taquidispneia (taquipneico e dispneia), hipóxia (SatO2<90%) 
 
-Síndrome respiratória aguda grave; edema pulmonar; infiltrado 
pulmonar bilateral intersticial 
 
Ideal →fazer ventilação não invasiva (VNI), nem sempre necessita 
intubação orotraqueal. 
 
 
 
 
 
 
 
Diagnóstico laboratorial 
 
 
Exames inespecíficos 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Exames específicos 
 
 
Gota espessa ou 
esfregaço 
 
-Corados pelo Walker, 
Giemsa (mias utilizado) 
ou Wright 
 
-Gota espessa → é mais 
sensível 
 
-Esfregaço → é mais fácil 
de observar os aspectos 
morfológicos 
 
-Por isso faço 2 lâminas 
 
-A quantidade de 
parasitas por campo vai 
definir se é alta ou baixa 
parasitemia. 
 
-Baixa parasitemia →40- 
60 campos positivos em 
100 campos 1 por campo 
 
-Parasitemia moderada 
→ 2-20 por campo 
Testes rápidos 
imunocromatográficos: 
 
-Identificam as principais 
espécies P. vivax e P. 
falciparum) 
 
-Coleta uma gota do 
sangue do paciente + 
reagente, espera por 15 – 
20 minutos. 
IFI(imunofluorescência 
indireta) e Elisa 
 
- São pouco utilizados 
devido aos seguintes 
motivos : 
 
1-) Dosagem de IgG+ Fase 
inicial + pessoa reside 
fora de área endêmica→ 
pode não ter IgG ainda 
então o teste virá um 
FALSO -NEGATIVO 
 
2-) Dosagem de IgG + 
pessoa reside em área 
endêmica →pode ter tido 
malária, o que acaba 
resultado em um teste 
FALSO-POSITIVO 
PCR 
 
-Indicado em caso de 
baixa parasitemia e 
diagnóstico inconclusivo 
 
-Menor acesso 
 
-Caso seja negativo na 
gota espessa, pode tentar 
fazer o PCR. 
Teste rápido 
(imunocromatografia 
 
- Sensibilidade e 
especificidade > 95% (P. 
vivax e P. falciparum) 
 
 
-Parasitemia elevada 
→21-200 por campo ( 
+++) 
 
-Parasitemia muito 
elevada →≥ 200 (++++) 
 
Obs : 3 a 4 cruzes é 
considerado sinal de 
gravidade na malária 
 
 
 
Tratamento 
 
Malária por P.vivax e P.ovale 
 
✓ Cloroquina ( VO) + Primaquina ( VO) 
 
-Cloroquina → 3 dias e pega as formas 
circulantes 
 
-Primaquina → 7 dias e pega as formas intra- 
hepáticas 
Malária por P. malariae e P. vivax ou P. ovale 
em gestantes e crianças com menos de 6 
meses 
 
✓ Cloroquina ( VO) por 3 dias 
 
-P malariae →Uso só a Cloroquina pq não faz 
a forma hepática 
 
-Gestantes → Cloroquina ( formas 
circulantes) + Primaquina ( APÓS O 
NASCIMENTO) 
Malária por P. falciparum não complicada ou 
forma leve 
 
ARTEMETER + LUMEFANTRINA (Coartem) 
VO, 3 dias 
OU 
 
ARTESUNATO + MEFLOQUINA, VO 3 dias 
OU 
 
Drogas alternativas: QUININA, por 3 DIAS + 
DOXICICLINA, 5 DIAS + PRIMAQUINA no 6º 
 
 
 DIA 
 
Obs : Área endêmica → É vantajoso usar a 
Primaquina pois pega gametócitos, 
reduzindo a chance de transmissão. 
 
• Gestantes no 1º trimestre e nas 
crianças < 6 meses 
 
 
QUININA 3 dias + CLINDAMICINA 5 dias VO 
 
Obs : Artesunato é contraindicado no 
primeiro trimestre na gravidez. Posso usar a 
partir do segundo ou terceiro trimestre e 
crianças maiores de 6 meses 
 
 
Malária por P. falciparum grave 
 
- Posso usar parâmetros clínicos e 
laboratoriais pra definir gravidade 
 
Clínica 
✓ Quadro de dispneia 
 
✓ Dor de cabeça intensa 
 
✓ Torpor 
 
✓ Coma 
 
✓ Crise convulsiva 
 
✓ Taquidispneia 
 
✓ Desorientação 
 
✓ Insuficiência renal 
 
✓ Diarreia intensa 
Laboratório 
✓ Teste de parasitemia → +++ ou ++++ 
Malária por P.falciparum grave – Tratamento 
 
ARTESUNATO + CLINDAMICINA, EV por 7 dias 
OU 
 
ARTEMETER + CLINDAMICINA, EV por 7 dias 
 
• Gestantes no 1º trimestre e nas 
crianças < 6 meses 
 
QUININA + CLINDAMICINA EV por 7 dias 
Malária Mista por P. falciparum + P. vivax ou 
P. ovale 
 
ARTEMETER + LUMEFANTRINA VO 3 dias + 
PRIMAQUINA VO 7 dias 
OU 
 
ARTESUNATO + METFLOQUINA VO 3 dias e 
associar PRIMAQUINA VO 7 dias 
 
Obs : falciparum + malariae → NÃO precisa 
usar a primaquina 
 
Obs 2 : falciparum é resistente a cloroquina 
 
 
✓ Presença de anemia intensa com 
hemoglobina < 9 
 
Obs : Sintomas cerebrais ou sintomas 
respiratórios ou parasitemia alta ou anemia 
intensa →internação em UTI, monitorização 
cardíaca, suporte ventilatório, hidratação 
venosa cuidadosa, hemodiálise, controle da 
anemia 
 
 
 
 
 
Prevenção

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