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Linguagem tridimensional3

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- -1
LINGUAGEM TRIDIMENSIONAL
UNIDADE 3 - ENTALHE
Autoria: Mariana da Silva Buôgo - Revisão técnica: Luciara Bruno Garcia
- -2
Introdução
Nesta unidade, abordaremos o processo de construção de obras tridimensionais sob a técnica do entalhe. Trata-
se do método de criação em que há retirada de material para esculpir a forma. Os meios utilizados para esta
técnica são a madeira, o gesso, a pedra e o marfim, materiais com certa rigidez, porém com certa plasticidade, o
que permite o trabalho com ferramentas. Pelo uso de formões, goivas, macetes e lixas, o escultor vai trazendo à
tona a forma desejada. O entalhe, porém, é uma técnica que exige habilidade do artista e intimidade com o
material. O entalhe em madeira é o método mais comum, sendo o Barroco um dos movimentos artísticos que
mais utilizou esta técnica em suas figuras sacras.
Bons estudos!
3.1 Entalhe em madeira
A ação de entalhar é definida no dicionário Michaelis como "realizar entalhe ou corte em madeira" (MICHAELIS,
2020, [ ]) e, ainda, como “esculpir em madeira; cinzelar”. A técnica do entalhe ou talha em madeira evoluiu des.p.
forma conjunta à marcenaria e à carpintaria. Na escultura popular brasileira, veem-se alguns notáveis
exemplares dessa técnica. Na região de Minas e São Paulo, no Vale do Paraíba e no sul de Minas há, por exemplo,
criações em miniatura de imagens sacras, geralmente de tamanhos entre 3 e 4 centímetros realizadas em
madeira dura, no chamado nó da madeira. As figuras antropomorfas são esquematizadas, e as fibras da madeira
rígida permanecem aparentes também na obra finalizada. Ainda como representação plástica popular em obras
tridimensionais em madeira temos as insólitas carrancas do rio São Francisco. As carrancas antropomórficas
com aspectos animalescos eram figuras entalhadas em madeira e acopladas às embarcações de populações
ribeirinhas, que datam entre 1875/1880 e 1940 (SAIA, 1974).
Outra forma de manifestação popular universal em esculturas é o chamado ex-voto. No Nordeste brasileiro, as
peças esculpidas em madeira têm tendências e fortes traços da cultura africana. Percebe-se em algumas dessas
obras o corte africano, que, como elucida Saia (1974, p. 41), trata-se de “um talhe côncavo que toma toda a
extensão do rosto humano, de alto a baixo”, e neste talhe estão inseridos olhos, boca e nariz. Essas esculturas que
representam o corpo ou partes dele estão relacionadas ao tipo de milagre referenciado (SAIA, 1974). Veja
exemplos na figura “Ex-votos brasileiros agradecendo as graças obtidas, expostos na Igreja de São Francisco das
Chagas, em Canindé no Ceará”.
VOCÊ SABIA?
O entalhe em madeira também pode trazer resultados em arte bidimensional. A xilogravura,
por exemplo, é uma técnica de gravura em que um pedaço de madeira é utilizado com matriz.
Faz-se o desenho na madeira com incisões e entalhes, trabalha-se a forma, a figura e o fundo da
imagem. Depois, com tintas, a imagem é transmitida ao papel, como um carimbo. Uma das
formas de literatura popular fez largo uso desse método, o cordel (ALARCÓN, 2019).
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Figura 1 - Ex-votos brasileiros agradecendo as graças obtidas, expostos na Igreja de São Francisco das Chagas, 
em Canindé no Ceará
Fonte: Brasil2, iStock, 2020.
#PraCegoVer: na imagem estão expostos os chamados ex-votos, que se trata de pedaços do corpo humano 
entalhados em madeira, como pés, mãos e cabeças, ou órgãos internos como pulmão e coração. A imagem é da
Igreja de São Francisco das Chagas, em Canindé no Ceará.
CASO
O povo karajá habita as margens do rio Araguaia, em uma extensa faixa da Ilha do Bananal. Diz-
se que o primeiro contato com os jesuítas deu-se pelo ano de 1658 e com as bandeiras
paulistas entre 1718 e 1746. São criações desse povo as bonecas de madeira que serão
apresentadas.
As , bonecas confeccionadas em madeira, são talhadas em um único pedaço deawa-awa
madeira, em alguns casos assumindo a diferenciação dada pela forma, por exemplo, usando
forquilhas do galho para dar o formato de pernas. A diferenciação de gênero entre as figuras
dá-se por aspectos específicos, como o corte de cabelo e o uso de adornos. O corpo é alongado
e não há saliência na cabeça. Os olhos são caracterizados com círculos marcados logo abaixo,
os . Nas figuras do gênero feminino, são reproduzidas caracteristicamente aòmarurà
protuberância abdominal ligeiramente acima da cintura, causada pela compressão da tanga
líber no ventre, tanga feita utilizando a entrecasca de árvores das famílias Lecitidáceas,
Sterculiáceas e Moráceas.
Entre os karajás existem as bonecas em cerâmica ( ) e as de madeira, sendo estasritxoo
confeccionadas essencialmente por homens e fora da fetichização das de cerâmica junto aos
turistas, o que lhes garante um caráter mais autêntico, menos comercial (ARAÚJO, 2016).
- -4
3.1.1 Cronologia do entalhe em madeira
No período da Antiguidade, para o entalhe, assim como para produtos em marcenaria, usavam-se
predominantemente o cedro, o pinho e o cipreste. Os elementos gráficos são semelhantes aos verificados nas
pinturas de peças cerâmicas e é em Micenas e nas Ilhas Cíclicas que temos peças em madeira construídas com
esses motivos. Mais tardiamente, no período helênico, os grafismos sofrem influência oriental e egípcia. Em
escavações na província de Roma, ou mesmo em Pompeia, alguns exemplares de entalhes trabalhados em
madeiras exóticas foram encontrados, onde a inspiração pela cultura grega é bastante marcante (COSTA, 2014).
No fim da Idade Média já era utilizada a decoração retabular em entalhes, porém o momento de intensificação da
arte sacra, notadamente com o uso da talha em madeira, dá-se como uma resposta da Igreja de Roma ao
movimento da Reforma, ao que chamamos de Contrarreforma. Com esse movimento, reafirmado pelo Concílio de
Trento, a organização decorativa das igrejas assume um caráter evangelizador, local que deveria, segundo a
Contrarreforma, ser assumido pelos fiéis como a morada terrena de Deus. Na Península Ibérica, a talha é
empregada em motivos ornamentais e diferenciados nos altares-mores e altares menores, recobrindo o interior
da igreja, até mesmo no teto e em componentes decorativos dos retábulos, esses influenciados pelos arcos
triunfais da Roma antiga (COSTA, 2014). Um exemplo pode ser visto na figura “Decoração do século XVI, com
trabalho de talha no retábulo e no teto, decoração mesclando características barrocas e do rococó, Igreja Matriz
de São Roque, Portugal”.
Figura 2 - Decoração do século XVI, com trabalho de talha no retábulo e no teto, decoração mesclando 
características barrocas e do rococó, Igreja Matriz de São Roque, Portugal
Fonte: Wangkun Jia, Shutterstock, 2020.
#PraCegoVer: decoração do século XVI, com trabalho de talha no retábulo e no teto, decoração mesclando
características barrocas e maneiristas, Igreja de São Roque, Portugal.
As imagens em madeira então passam a ter esse caráter educativo devocional, o que daria assistência ao
estímulo à adoração. Com o fim do século XIII, é evidenciada a tendência em acentuar a dramaticidade dos temas
cristãos. No período Barroco brasileiro, essas figuras difundiram-se tanto em igrejas como no espaço privado da
sociedade. As peças criadas teriam como incumbências primordiais a veneração nos altares e o uso de figuras
para procissões, rituais e oratórios domésticos (SANTOS, 2017).
Santos (2017, p. 4) explica que:
A partir de fins do século XVII, os jesuítas deram preferência à madeira, que viria a predominar,
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A partir de fins do século XVII, os jesuítas deram preferência à madeira, que viria a predominar,
determinando também modificações na conformação das peças. A técnica da época exigia que as
peças de barro fossem modeladas compactamente, com um relevo baixo e sem partes projetadas,
que poderiam facilmente romper durante o cozimento. Já a madeira possibilitava a escultura com
formas abertas, esvoaçantes e dinâmicas, muito mais livres no espaço tridimensional.
Algumas peças são pintadas de várias cores, a chamada policromia, que se diz do trabalho de revestimento empintura sobre o entalhe, ou talha (NUNES, 2006). Na arte estatuária barroca, temos a conhecida como imagem de
vulto, atribuída àquela que está livre no espaço, ou seja, é trabalhada em todos ângulos, sem prender-se a um
fundo. Coelho e Quites (2014 apud SANTOS, 2017) colocam a classificação dessas figuras da seguinte maneira.
Talha inteira
o u t a l h a
completa
Não têm articulações, portanto, não há possibilidade de gestualidade nas esculturas. São
construídas em um ou vários blocos de madeira e policromados. Os olhos são esculpidos,
policromados ou de vidro. Podem ter vestes em tecido, cabelos naturais ou outros
acessórios.
T a l h a
articulada
(semiarticulada
e totalmente
articulada)
Nas imagens semiarticuladas, há geralmente movimento nos ombros ou nas pernas. São
muito usadas em cerimoniais, garantindo um tom maior de dramaticidade à figura.
Podem ser de vestir com partes esculpidas e policromadas, tais como a cabeça, as mãos,
os pés, os braços e as pernas. Pode ter o tronco e a cabeça em um bloco único, ou
separados, e os cabelos esculpidos e policromados, ou com fios tanto naturais como
sintéticos. Os olhos também podem ser esculpidos e policromados, ou de vidro.
A talha, ou entalhe em madeira, com traços dos jesuítas, foi utilizada no Brasil como arte cristã desde o século
XVII, abrangendo o período do predomínio do barroco no século XVIII, quando se inicia o rococó, por volta de
1760. E, no século XIX, inicia-se o estilo neoclássico. No que diz respeito à evolução estilística da talha, há uma
certa dificuldade em acompanhar essa linha evolutiva, pois não estão claras nas obras essa separação dos
períodos, sendo possível, inclusive, serem incorporadas características de estilos diferentes em uma única peça
(NUNES, 2006).
Entre os modernistas, a escultura em madeira teve pouca expressividade. Artistas como Pablo Picasso (1881-
1973) trabalharam com este material, sendo que suas primeiras esculturas quase ou protocubistas, de 1907, são
implementadas em entalhe em madeira. Assim como as alongadas "estatuetas vara" que entalhou em pedaços
delgados e longos do material. Estatuetas essas que adquirem notoriedade pela semelhança com as figuras
humanas alongadas de Alberto Giacometti (1901-1966) produzidas quinze anos depois (READ, 2003).
Na arte contemporânea brasileira, cumpre citar o escultor baiano Agnaldo Manoel dos Santos (1926-1962)
criador de obras que agregam em suas figuras antropomórficas influências católicas e africanas. Membro atuante
da religião dos orixás, os temas de suas criações estavam predominantemente ligados ao culto, com esculturas
VOCÊ O CONHECE?
Do Barroco brasileiro, o escultor Valentim da Fonseca e Silva (1745-1813), o Mestre Valentim,
é um dos seus principais representantes. Seus trabalhos em entalhe e esculturas em madeira
adornam igrejas do período, como a Igreja da Ordem Terceira de Nossa Senhora do Carmo, no
Rio de Janeiro. Sua obra é bastante original e mescla características do barroco e do rococó
(MESTRE, 2020).
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criador de obras que agregam em suas figuras antropomórficas influências católicas e africanas. Membro atuante
da religião dos orixás, os temas de suas criações estavam predominantemente ligados ao culto, com esculturas
de Oxóssi, Xangô e Iemanjá, de santos católicos, alguns com atributos mestiços, além de produzir carrancas
inspiradas nas figuras dos barcos do rio São Francisco. Seu mestre em escultura foi Mario Cravo Júnior (1923-
2018) que também esculpiu em madeira, tendo como temática a teologia do mundo jeje-nagô (iorubás) e dos
orixás. Em sua produção, há a simplificação da forma, onde utiliza o orgânico e natural como conteúdo. Com
temática semelhante, o argentino radicado na Bahia, Héctor Julio Páride Bernabó (1911-1997), o Carybé,
trabalha com entalhe em madeira e produz o mural entalhando em baixo e alto relevo, localizados atualmente no
Museu Afro-Brasileiro, em Salvador, onde estão exprimidas divindades iorubás cultuadas no Brasil e na Nigéria,
com indumentárias, símbolos, armas e suas comidas favoritas (SILVA, 1983).
Um dos precursores no Brasil da arte da paisagem, ou , é o artista Frans Krajcberg (1921-2017). NascidoLand Art
na Polônia e naturalizado brasileiro, com seu olhar estrangeiro encanta-se com a flora nacional passando a
utilizá-la da maneira como a encontra no ambiente e a incorpora em suas criações. A madeira em seu estado
natural é seu material substancial e a integração da natureza na obra é concedida diretamente, não mais como
representação. Esse modo de fazer uso do material natural é uma crítica elucidada no Manifesto do Naturalismo
, onde o artista opõe o naturalismo às metáforas do poder econômico eIntegral ou Manifesto do Rio Negro
religioso, e do poder da sociedade de consumo, em outras formas de arte, como a (ISAAC, 2011). SobrePop Art 
os materiais e o processo criativo do artista, Proença (2010, p. 261) elucida que:
Inicialmente trabalhou como pintor, procurando nas rochas e terras coloridas de Minas Gerais os
pigmentos com os quais preparava as tintas para suas telas. Como escultor, Krajcberg usa grossos
cipós recolhidos em Mato Grosso, nas florestas devastadas pelo fogo, ou troncos de árvores retiradas
dos mangues no interior da Bahia, já mortas pela ação de plantas parasitas. Para este artista tão
ligado à natureza brasileira, seu trabalho consiste em usar o objeto natural morto e dar-lhe vida
outra vez.
3.1.2 Técnica do entalhe em madeira
Nunes (2006) esclarece que para iniciar o trabalho de escultura em madeira é preciso primeiro escolher uma
espécie que esteja relacionada à função e à forma da peça. É preciso observar as características tecnológicas,
como estabilidade, permeabilidade e durabilidade; e também não apresentar defeitos, como nós, fendas,
abaulamento ou ataque de insetos. Os tipos de madeira usualmente utilizadas hoje para este fim são as macias,
tais como cedro, pinus ou jaqueira.
Para manipular este material, o artista deverá ter algumas ferramentas de entalhes, que seriam.
VOCÊ QUER LER?
Conheça o escultor Antônio Alves dos Santos (1953-2017), o famoso Antônio de Dedé.
Alagoano, desenvolveu sua arte em escultura em madeira de forma instintiva; dentre seus
temas estão personagens imaginários e animais, utilizando o cedro e a policromia. O artigo de
Daniel Reis, intitulado “Entalhe de um mundo ao redor: Antonio de Déde, personagens, arte
(popular) e patrimônio”, é um relato sobre seu processo criativo e sua obra. Acesse em:
https://files.cercomp.ufg.br/weby/up/188/o/A_antropologia_na_esfera_p%C3%BAblica_
(Cole%C3%A7%C3%A3o_Diferen%C3%A7as).pdf#page=23
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• Formão
É a ferramenta de corte da madeira, usado para fazer as incisões. Existem vários formatos para funções
diferentes, para sulcos existe o formão reto e para trabalhar cantos podem-se usar o formão liso e o
formão chanfrado.
• Goivas
Assim como os formões, também são usadas para o entalhe, porém em trabalhos arredondados.
• Cinzel
Ferramenta para corte, com uma lâmina afiada em uma ponta, e a outra plana e reforçada para proteger
o impacto do martelo.
• Grosas e limas
Usadas para limpar a peça, removendo rebarbas ou o excedente de material da peça.
• Lixas
Usadas no acabamento, deixam a peça lisa e preparam para receber a pintura ou o verniz, se for o caso.
• Macetes ou martelos
São utilizados como auxiliares, como o formão no momento do entalhe.
Em relação ao tipo de entalhe, Nunes (2006) traz a seguinte classificação.
Baixo relevo
Quando o material é escavado, com o uso das ferramentas apropriadas, até obter-se a forma desejada.
Alto relevo
Quando a figura, ou seu volume, destaca-se da superfície.
Observe um exemplo de algumas dessas ferramentas em uso na figura “Mãos esculpindo a madeira, utilizando
um formão e um macete”.
Figura 3 - Mãos esculpindo a madeira, utilizando um formão e um macete
•
•
•
•
•
•
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Figura 3 - Mãos esculpindo a madeira, utilizando um formão e um macete
Fonte: Carlos André Santos, Shutterstock, 2020.
#PraCegoVer: na imagem aparecem mãos esculpindo amadeira, utilizando um formão e um macete. 
3.2 Entalhe em gesso
Na técnica de entalhe, o gesso é também considerado um material bastante utilizado pelos artistas. Consiste em
uma substância em pó que reage quimicamente ao receber água, formando uma pasta quase líquida. É preparado
da pedra de gesso, a gipsita, extraída das gesseiras, sendo composto por mineral de sulfato de cálcio bi-
hidratado, do sistema monocíclico, normalmente associado a outros minerais, como a halite e a anidrite.
Considera-se uma rocha branda, ou seja, riscável com a unha. Origina-se de sedimentos de água salgada muito
antigos, sujeitados a pressões muito elevadas decorrentes da sedimentação. Trocando em miúdos, trata-se de
água salgada retida, que evapora, ocorrendo uma precipitação das substâncias sólidas. Pela sedimentação
ocorrida com a desidratação, as substâncias perdem volume, formando o anidrito (CaSO4), que recebendo água
dará origem ao gesso (RAMOS, 2011).
Vasquez (2000 apud RAMOS, 2011) enumera dois tipos de gesso considerados com qualidade para a produção
de esculturas.
Alfa
Essa família de gesso é resultado da calcinação do sulfato de cálcio hidratado em atmosfera
saturada de vapor de água sem agitação. Para formar o gesso, usa-se pouca água (1/4 litro
de água por quilograma de gesso). Tem aspecto fino e branco, é bastante denso e pouco
absorvente. Na arte, promove acabamentos com muita qualidade.
Beta
Para a formação de gesso, é necessário mais água (500 cm³ por quilo de gesso). Mais
porosos e friáveis, são muito usados na construção de moldes, inclusive em cerâmica, pois
são capazes de absorver a barbotina.
3.2.1 Cronologia do entalhe em gesso
Nos primórdios do uso do gesso, este material era usado apenas pela técnica da moldagem, sendo datado da
Grécia e Roma clássicas o princípio do seu uso como material escultórico. Desse período são os baixos-relevos de
gesso como elementos decorativos, tais como espirais e arabescos trabalhados com espátula e ferramentas de
VAMOS PRATICAR?
Utilizando as ferramentas de entalhe, vamos iniciar o reconhecimento da madeira e sua
plasticidade. Escolha uma placa de madeira macia e nela esboce um traçado para uma talha em
baixo relevo. Com a goiva e o formão, inicie o talhe, podendo utilizar um macete para auxiliar.
Para facilitar, posicione a ferramenta em um ângulo de 20° a 30° em relação à placa de
madeira. Depois de finalizada, limpe as rebarbas com uma lixa e compartilhe uma foto de sua
obra com os colegas.
- -9
gesso como elementos decorativos, tais como espirais e arabescos trabalhados com espátula e ferramentas de
incisão.
No Irã, foram encontrados ornamentos em paredes, fachadas e arcos, além de peças de bustos humanos, animais
reais e fantásticos e figuras mitológicas, com elementos florais e abstratos em sua forma. Esses achados datam
do período de domínio dos partos, que abrange do ano 247 a.C. a 224 d.C. Do período Bizantino, um dos
exemplos mais interessantes e preservados é a "house of oil press", uma residência em Salami, no Irã, onde há
uma coluna toda moldada em gesso com figuras de cenas de caça. O gesso foi abundantemente utilizado em
ornamentações de palácios e mesquitas do mundo árabe (RAMOS, 2011).
Com pouco uso na Idade Média, exceto por algumas obras tumulares, o gesso volta a ser utilizado no
Renascimento, tanto como molde na busca da forma perfeita, como para a reprodução de peças clássicas para
uso em casas e palácios, ou modelado e esculpido, em substituição da pedra, material com valor maior (RAMOS,
2011).
No Barroco, conforme descrito por Ramos (2011), muitas molduras e decorações que acompanhavam as
esculturas principais, geralmente feitas em mármore, eram realizadas em gesso. António Raggi (1624-1686),
escultor assistente de Gian Lorenzo Bernini (1598-1680), criou formas emblemáticas desse material, tais como o
cavalo de Constantino, o Grande, de 1654, os anjos trompetistas na sala régia do Vaticano e os raios dourados da
conhecida escultura , de Bernini, executado na Capela Cornaro da Igreja de Santa MariaÊxtase de Santa Teresa
della Vittoria, em Roma. No Neoclassicismo, o gesso é utilizado sobretudo para moldes em esculturas de bronze,
assim como no período Clássico. Medardo Rosso (1858-1928), escultor pós-impressionista italiano,
contemporâneo de Auguste Rodin (1840-1917), foi o pioneiro no trabalho em gesso como material da obra final.
Ele modelava ricamente o material, valendo-se da temática da figura humana e cobria a estrutura modelada com
cera de abelha, o que permitia uma suavidade e quase imaterialidade em suas obras. Confira uma obra na figura
“Medardo Rosso, , 1892. Museu de Arte de Cleveland”. O menino judeu
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Figura 4 - Medardo Rosso, O menino judeu, 1892. Museu de Arte de Cleveland
Fonte: The Cleveland Museum of Art, 2020.
#PraCegoVer: na imagem está o busto de Medardo Rosso, , 1892, que faz parte do acervo doO menino judeu
Museu de Arte de Cleveland.
É, então, nos movimentos de vanguarda dos surrealistas, dadaístas e futuristas que o gesso se consagra como
material fim, integrado ao conceito da obra. Umberto Boccioni (1882-1916) foi um escultor futurista e célebre
autor do , de 1912, no qual desconstrói cânones dessa forma artística aoManifesto Técnico da Escultura Futurista
afirmar que "a escultura, como tem sido entendida até hoje pelos artistas do século passado e do presente é um
monstruoso anacronismo" (BOCCIONI, 1912 apud SILVA, 2012, p. 3).
Sua obra emblemática do movimento futurista, , é deixadaFormas Únicas de Continuidade no Espaço
propositadamente no branco original do gesso, o que garante a leveza esperada pelo artista nessa obra, além de,
segundo seu manifesto, “destruir a nobreza toda literária e tradicional do mármore e do bronze” (BOCCIONI
1912 apud SILVA, 2012, p. 6). O gesso garante uma ruptura almejada pelos futuristas com o academicismo,
deixando neste material a obra acabada, além de não buscar a transcendência dos tempos clássicos, mas buscar
- -11
deixando neste material a obra acabada, além de não buscar a transcendência dos tempos clássicos, mas buscar
em sua obra uma expressão que se inspirasse no momento presente (SILVA, 2012). A figura “Umberto Boccioni, 
, 1913” mostra essa obra.Formas Únicas de Continuidade no Espaço
Figura 5 - Umberto Boccioni, Formas Únicas de Continuidade no Espaço, 1913
Fonte: Everett Collection, Shutterstock, 2020.
#PraCegoVer: a imagem mostra a escultura de Umberto Boccioni, .Formas Únicas de Continuidade no Espaço
Alguns artistas contemporâneos também incorporam este material em suas obras. Marcel Duchamp (1887-
1968) trabalha, em 1950, com uma série de peças de gesso modeladas diretamente sobre o corpo humano, talvez
se trate do seu próprio. Neste mesmo ano, esculpe , que são peças eróticas em gessoFeuille de Vigne Femelle
galvanizados, uma peça na qual o artista cria a ilusão de ser ora côncava, ora convexa, dependendo da
iluminação, e que viria a ser a capa da publicação , (Paris, nº1, Winter 1956). Em 1951, criaLe surréalisme, même
o , com jogos de palavras associados à tridimensionalidade, onde a palavra é homofônica a ,Objet-dard Dard d'art
de estrutura fálica, diz-se que é um e um (RAMOS, 2011).art object dart-abject
Ramos (2011) relata o uso do gesso também nas obras do artista contemporâneo estadunidense Bruce Nauman
(1941). Conhecido por suas instalações em neon, utiliza o gesso sem preconceito. Nas obras Westermann's Ear
(1967) e (1967), une o gesso e a corda em um conjunto de desenhos e fotografias relacionados a um nó.Untitled
Também (1967-68) integra o gesso ao tronco de uma árvore. O gesso éTree standing on three shoulder joints
incorporado em obras ainda mais recentes de artistas contemporâneos, para citar alguns: Cristina Ataíde (1951),
com a obra de 1996; Artur Moreira (1946), com de 1994-98; Jaime Azinheira (1944-Guarde-fou Aproximação II
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com a obra de 1996; Artur Moreira (1946), com de 1994-98; Jaime Azinheira (1944-Guarde-fou Aproximação II
2016), com (1981); Pedro Cabrita Reis (1956) em , de 1990;e Ana Vieira (1940), com A Sueca A casa do silêncio
, de 1991.Diário de cinco dias
3.2.2 Técnica do entalhe em gesso
Para iniciar o trabalho, é necessário fazer o gesso. A melhor maneira de fazê-lo é ir polvilhando o gesso em pó na
água aos poucos, desfazendo os possíveis torrões. Nunca faça de forma inversa, pois poderá perder o controle na
mistura da massa e no endurecimento. Depois que já tiver embebido em água, a massa deve ser mexida, com as
mãos ou uma colher, até tornar-se homogênea, sem grânulos, em um ponto em que não esteja muito líquida ou
espessa demais. A quantidade de água necessária varia entre 50% e 70% do gesso, dependendo da espessura
que se pretende da massa. Um teste antes de iniciar a construção de gesso é importante para certificar a
qualidade do material, para isso separe um pote pequeno, fazendo uma massa pouco espessa, que deve escorrer
com facilidade, deve também aquecer no processo. Caso isso não aconteça ou a massa se separe da água e
afunde, não estará adequada para uso (RAMOS, 2011).
RAMOS (2011) classifica a modelagem desse material em dois métodos.
Aditivo
Nessa técnica é utilizada uma estrutura, como uma armadura, onde a pasta de gesso será aos poucos adicionada.
A armadura é essencial para a resistência da peça.
Subtrativo
Trata-se do entalhe em si, onde a massa é retirada do bloco de gesso endurecido utilizando as mesmas
ferramentas da técnica do entalhe em madeira.
VOCÊ SABIA?
O gesso é amplamente utilizado no processo de moldagem, ou seja, na retirada do molde de
estruturas realizadas em outros materiais. São realizados a partir de um original, do qual se
obtém um molde fêmea ou negativo, como uma forma. Preenche-se então esse espaço com um
material líquido que irá endurecer e do qual será obtida uma réplica da figura original.
VAMOS PRATICAR?
Vamos experimentar a utilização desse material? Seguindo os passos de hidratação do gesso
em pó, construa um bloco, utilizando uma forma maleável para que seja fácil a sua retirada
após o endurecimento. Com as ferramentas de entalhe, molde o bloco, faça incisões, transpasse
sua forma e reconheça as propriedades desse material. Compartilhe seus resultados!
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3.3 Entalhe em pedra
A utilização da pedra como matéria-prima escultórica remonta aos povos pré-históricos. Nas esculturas desse
período, há a predominância de figuras femininas, assim tratadas muitas vezes com o ventre e seios salientes,
nádegas grandes e cabeça como um prolongamento do pescoço. Talvez a obra mais emblemática conhecida seja
a , encontrada na Áustria, que pode ser vista na figura “Vênus de Willendorf , encontrada naVênus de Willendorf
Áustria, Museu de História Natural, Viena”. Do Neolítico, temos as construções em pedras, os dólmens, que
consistem em duas ou mais pedras verticalmente dispostas em relação ao solo e uma pedra em horizontal
colocada acima dessas. O Santuário de Stonehenge, na Inglaterra, é um exemplo dessas construções (PROENÇA,
2010).
Figura 6 - Vênus de Willendorf, encontrada na Áustria, Museu de História Natural, Viena
Fonte: Frantic00, Shutterstock, 2020.
#PraCegoVer: na imagem está a escultura em pedra Vênus de Willendorf, encontrada na Áustria, atualmente
exposta no Museu de História Natural, Viena.
Os antigos egípcios fizeram amplo uso das pedras, desde a construção de suas pirâmides às colossais
representações faraônicas, como a famosa esfinge do faraó Quéfren, entre outras estatuetas menores (PROENÇA,
2010). Os escultores em pedra do período clássico grego inspiram-se nas produções egípcias, porém sem seguir
suas regras e cânones, desenvolvendo um estilo ainda mais naturalista e fiel. As formas do corpo humano eram
esculpidas sem as distorções em sua aparência. Nesse período, perfeitas esculturas em mármore do corpo
humano foram criadas por grandes artistas e intelectuais da época, como Fídias e Míron. Infelizmente, pouco
restou das obras originais após a ascensão do cristianismo, muitas imagens às quais temos acesso são réplicas
das figuras mitológicas e bíblicas esculpidas na época. Inspiradas pelas características desse período, as obras
neoclássicas empregaram a pedra como matéria-prima, particularmente o mármore nas obras de Donatello
(1386-1466) (GOMBRICH, 2012).
No período Gótico, da Idade Média, a escultura resultava essencialmente de sua associação à arquitetura,
nomeadamente às igrejas, onde os trabalhos em pedra representavam figuras transcendentais da mística cristã,
como aspectos da vida humana apreciados, como o , de 1235, da catedral de Bamberg na Alemanha.Cavaleiro
Além da terracota, os povos pré-colombianos também utilizaram a pedra em seus trabalhos, tanto para a
construção de pirâmides, como em estatuetas ou peças relevantes, sendo a ou Pedra do Sol Calendário Asteca
(1324-1521) um dos mais simbólicos. Foi descoberta em 1790, em uma reforma na catedral do México, que
havia sido construída sobre o antigo templo de Tenochtitlán (PROENÇA, 2010).
No período Barroco brasileiro, que se desenvolveu durante os séculos XVII a XIX, fachadas de pedra em igrejas e
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havia sido construída sobre o antigo templo de Tenochtitlán (PROENÇA, 2010).
No período Barroco brasileiro, que se desenvolveu durante os séculos XVII a XIX, fachadas de pedra em igrejas e
conventos transformaram a decoração das maiores cidades nordestinas. Um exemplo é a fachada externa da
igreja e convento de São Francisco e igreja da Ordem Terceira de São Francisco, em Salvador.
As figuras em pedra retratam santos, anjos, atlantes e motivos florais. Antônio Francisco Lisboa (1730-1814), o
Aleijadinho, notável escultor que, além de entalhar madeira, produziu esculturas em pedra de valor inestimável.
Também explorou o uso da pedra-sabão, com a qual criou o conjunto escultórico no Santuário do Bom Jesus de
Matosinhos, em Congonhas. Nele estão retratados os doze profetas, cada um em posições diferentes, garantindo
uma ilusão de movimento das figuras em pedra (PROENÇA, 2010).
Bebendo das fontes do Renascimento, especialmente inspirado pelas obras de Michelangelo (1475-1564),
Auguste Rodin (1840-1917) recria as figuras humanas escultóricas clássicas, tendo o mármore como um dos
seus materiais de trabalho. Em algumas esculturas, Rodin deixa o material em evidência, quase inacabado, como
em (1889), na qual a figura humana parece desprender-se do bloco de pedra, tendo seus cabelosAndrômeda
ainda fundidos a ele (READ, 2003). Confira a imagem na figura “Auguste Rodin, , 1886, Museu Rodin,Andrômeda
França”.
Figura 7 - Auguste Rodin, Andrômeda, 1886, Museu Rodin, França
Fonte: Museé Rodin, 2020.
#PraCegoVer: na imagem está a escultura em mármore de Rodin, Andrômeda, de 1886, exposta no Museu
Rodin, na França.
Dentre os artistas modernos e contemporâneos que se valeram de tal material podemos citar: Constantin
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Rodin, na França.
Dentre os artistas modernos e contemporâneos que se valeram de tal material podemos citar: Constantin
Brâncuși (1876-1957), com a representação do ovo em (1924); Jean Arp (1886-1966), que seO início do mundo
dedicou ao estudo das formas cilíndricas em entalhe em pedra e madeira em uma busca pelo natural e
mimetismo com a natureza; e Henry Moore (1898-1986), que concebeu obras com figuras mágicas e
arquetípicas em grande escala utilizando mármore. As formas trabalhadas pelo artista, como ele mesmo explana,
buscam as formas universais, condicionadamente relacionadas ao subconsciente. Brancusi foi um dos grandes
influenciadores dos escultores modernos, sobre a criação de esculturas em pedra, o artista narra que "é
entalhando a pedra que se descobre o espírito de seu material e suas propriedades peculiares. Sua mão pensa e
segue os pensamentos do material" (READ, 2003, p. 190). Deixando os cânones da antiguidade, os modernos
incorporam o material também como mensagem de suas obras.
3.4 Entalhe em marfim
Como marfim denominamos, conforme França, Barboza e Quittes (2009), o material orgânico obtido pela
extração dos dentes de elefantes. Este nome é atribuído também aos dentes de outros animais por semelhança,e
por serem utilizados para o mesmo fim, a arte em escultura. Pelas suas características termoplásticas, sabe-se
que foi um dos primeiros materiais orgânicos poliméricos naturais conhecidos e dominados pelo homem.
Na Grécia clássica, desenvolveu-se uma técnica chamada de criselefantinas, que consistia em mesclar pedaços de
marfim a esculturas em outros materiais. Em figuras humanas, este material era utilizado para representar
partes do corpo que apareceriam desnudas, portanto ficavam mais evidentes, como mãos, braços, rostos. O
restante da figura era esculpido em madeira, bronze ou até mesmo ouro. Fídias, considerado o maior escultor
desse período, amaciava placas de marfim em vapor d'água e as cortava em sentido longitudinal. Então eram
encaixadas e unidas a uma estrutura de madeira para formar a figura (FRANÇA; BARBOZA; QUITTES, 2009).
A eboraria, técnica de esculpir em marfim, continua em uso, porém com menos representatividade comparando-
se aos períodos medieval e renascentista. Durante o século XV, chegou-se a usar fêmures bovinos para a
escultura, porém com acabamento inferior. Durante os séculos XVII e XIX, usou-se muito essa matéria-prima
para decoração de móveis, ou produzir utensílios como bolas de bilhar, teclas de piano e indumentária como
broches e brincos, quase levando os elefantes à extinção. Em Myanmar, no Sudeste da África, há ainda a tradição
de esculpir em marfim, com o método de realizar o desenho diretamente sobre o material, que é preso a um
torno e desbastado e entalhando manualmente ou com microrretífica elétrica (FRANÇA; BARBOZA; QUITTES,
2009).
Conclusão
Nesta unidade, conhecemos o entalhe em madeira, gesso, pedra e marfim, suas expressividades, técnicas e
ferramentas, além de alguns artistas relevantes que utilizaram este método em escultura através do tempo.
Nesta unidade, você teve a oportunidade de:
• Conhecer o entalhe e os diversos tipos de suportes.
• Definir o entalhe em madeira, gesso, pedra e marfim.
• Aprender técnicas de entalhar.
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