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antropologia 3

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ANTROPOLOGIA E CULTURA BRASILEIRA
UNIDADE 3 - O QUE NOS 
TORNA BRASILEIROS?
Autoria: Dra. Marcelle Schimitt - Revisão técnica: Dr. 
Marcelo Flório
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Introdução
Como de simpleseampla,oquenos seumadas quenosdefineé,emsi,conceituar, maneira tornabrasileiros, premissas
aimensa donosso A de podemospensaraidentidadediversidade povo? partir diferentesexpressõesculturais, brasileirac
um que aimensidãoea de queonosso No daomo mosaicocolorido reflete complexidade culturas paísapresenta. estudo A
é não denos dados queauxiliemnamelhorntropologia, sempremuitoimportante esquecer voltarmospara históricos co
denosso — sociedade—e,a desses umolharsituadompreensão passado enquanto partir conhecimentos,construir acer
do das e aoquenosca presente, atuaiscircunstânciaspolíticas,econômicas relativas constituienquantobrasileiros.
Assi quepossamos um é que um na m,para desenvolver entendimento, necessário voltemos pouco história, como fa
em alguns ao é já queesseremos momentos longodeste capítulo.Inicialmente,porém, importante destacarmos mo
que aidentidade é em da (séculoXVI)edassaico caracteriza brasileira fruto, primeirainstância, colonização posterioresi
osséculosXVIIIeXIX). alguns deque a easmigrações(entre Ditoisso,surgem questionamentos: forma colonização im
oque,hoje, identidadeigraçõescontribuírampara entendemoscomo brasileira?
Quepeculiaridadesdessesgrupospoderíamos maisoumenos nomodo os seapontarcomo centrais como brasileiros ident
ificam?
Éde sublinharmosa dos edos na denossaidentidade.extremaimportância centralidade indígenas negros construção Este
últimos, apesarda quenos aindahoje umgrupos inclusive, riquezacultural presentearam, sofremcomo marginalizado
emnossasociedade.Em a é nos a da edarelação isso, indispensável questionarmoscomo história escravização exploraçã
desses adesigualdadesocial, denossaidentidade.o povoscontribuiu,também,para característicatãomarcante
Parainiciarmosasdiscussões é que em queser nosdiasdehoje,destecapítulo, importante tenhamos mente brasileiro, trat
dese a da da e, dadesigualdade.Apesardamultiplicidadedea-se constituir partir diversidade, diferença infelizmente, con
que o nossa aindaé pela dessastribuiçõesculturais caracterizam país, realidade marcada hierarquização diferenças,
oquenosimpõe desafiosnoque a em aessainúmeros tange desenvolverreflexõescríticas relação temática.
Sendoassim, nessas e podemosiniciaruma nãoaumcombase reflexões questionamentos, caminhadarumo, entendimen
e oqueéser masem a afimdequepossamosnostofechado conclusivosobre brasileiro, direção interrogações, desacomo
e um de edar,desestabilizarverdadesprontas construirmos conhecimento caráterreflexivo socialmenteresponsável.
Bons estudos!
: 60 minutos.Tempo estimado de leitura
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3.1 O mito da democracia racial
Aideia de que o a de uma — é,de que emnosso asBrasil opera partir democracia racial isto país relaçõesentrebr
e são pelaigualdadede no no —ancos negros pautadas tratamento,tanto âmbitopúblico quanto privado 
nadamaisédoqueuma quenão a Oquepodemos dasalegoria representa realidade. observar,diante práticascotidianas,
éum quese namaioriadas em de e piadas,bem se na racismovelado apresenta, vezes, forma brincadeiras como reflete
 deoportunidadesena social.distribuição hierarquia
ConformePereira(2010),afimdeamainaruma de em da algumas realidade exclusão, meados RepúblicaVelha, estraté
 a sercriadas o de aideiadequenão violênciase nogias começam com intuito solidificar haveria preconceitos Brasil,
oque, a dá à dequeno uma Nesse nasegundo autora, origem crença Brasilhaveria democraciaracial. sentido, década
de1930,o a dequeo seriaum de quesociólogoGilbertoFreyredefendeu tese Brasil exemplo democraciaracial,posto br
e de esem de1950,noancos negrosconviveriam maneiraequilibrada maioresadversidades.Porvolta entanto,estudioso
e Ianni por aideiadequeessa sescomoFlorestanFernandes Octavio ficaramconhecidos difundirem democracia tratava
deum a de ea por da domito,visto realidade pobreza descriminaçãoenfrentada boaparte populaçãonegra país.
Oliveirae (2013, 281-282),porsua mencionamque:Costa p. vez,
Influenciadapela de (1971),a deu àapologiadaobra GilbertoFreyre mestiçagem lugar miscigenação,enaltecendo
aideiada O por queo possuidemocraciaracialbrasileira. sociólogoFlorestanFernandes, outrolado,defendia brasileiro p
de ouseja,a deum deque no umareconceito terpreconceitos, partir entendimento haveria Brasil democraciaracial,como
na por aindanão sociedade, umaidentidade queteseapresentada Freyre, conseguimos,enquanto enxergar racial destoe
da demodoque,senãohá nãoeuropeia, diferença,também haveriapreconceitoracial.
Ao essa de mais quepossamosnoslongodestetópico,iremosexplorar questão maneira aprofundada,justamentepara
a das o da eanossaidentidadequestionar respeito possíveisrelaçõesentre mito democraciaracial enquantobrasileiros.
3.1.1 Escravização e o mito da democracia racial
Quando foi publicado o livro Casa Grande e Senzala, de Gilberto Freyre, em 1933, ocorreu uma mudança
no pensamento sobre o caráter das relações raciais existentes no Brasil. Freyre, a partir da década de
1930, estudou o desenvolvimento da temática de um novo mundo nos trópicos, construindo a visão do
Brasil como um país quase “livre de preconceito racial”, servindo de espelho para o restante do mundo
resolver seus problemas raciais — que se viram ainda mais destacados a partir da ascensão do fascismo e
do nazismo na Europa. Com isso, ao longo do século XX, ganha força a teoria da mestiçagem.
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O é pelos nomundo um por Brasil entendidotanto brasileirosquanto aforacomo paísmestiço, composto inúmeras r
e A nãoé nem deuma Ouseja,aças etnias. miscigenação brasileira,contudo, causa consequência democraciaracial. em
o seja pela deseu nembora Brasil reconhecido diversidade povo, todos
osindivíduospossuemasmesmasoportunidadeseomesmo sejapor dosdemaiscidadãos,sejaportratamento, parte parte
das Nossasmúltiplas — —,instituições. origens indígena,africana,europeiaetc. infelizmente,
nãosãosinônimodeigualdadede apesarde assimsedireitos, constitucionalmente estabelecerem.
Emboraa de1988 emseu 3º, umdos daConstituiçãoDemocrática apresente, artigo como objetivosfundamentais Re
do “[...] obemde sem depública Federativa Brasil promover todos, preconceitos origem,raça,sexo,cor,
idadeequaisquer ormasdedescrimina ã ,asci cun ânciasnãosãoe ti amen eessas.Ouseja,outrasf ç o” r st fe v t
apesardealeimáximaprimarpelaigualdade podemosobservarumabismo asentretodos, entre condiçõesvivenciadas
por ehomens,ou mulheres entrepessoas brancasenegras;tantonoquedizrespeitoacondiçõesmínimasdesobrevivê
ncia—comomoradia,alimentaçãoesaúde—quantonoqueérelativoaoportunidadesdeascensãosocial.
Figura 1 - O mito da democracia racial é uma realidade de preconceito e discriminação Fonte: Sangoiri, Shutterstock, 2021.
: #PraCegoVer na figura, temos o desenho de uma bola grande em um fundo branco e preto com vários
bonecos preto e branco desenhados nessa bola e o desenho de uma pessoa branca empurrando a bola. A bola
está como se fosse em cima de uma gangorra, do lado há o desenho de uma menina na cor preta em cima da
gangorra com o fundo branco. Na representação, a bola está fazendo peso, deixando ela e a pessoa que está
empurrando para baixo, enquanto a menina está para cima.
Paraquepossamos melhora da do é que um nacompreender realidade questãoracial Brasil, necessário voltemos pouco h
Noperíodo a da das osportuguesestinhamistória. colonial, partir exploração riquezasnaturaisbrasileiras, comoobjetivo
bens no demãodeproduzir paraseremcomercializados continenteeuropeu.Paratanto,necessitavam obra.Inicialmen
osíndios nesse mas, depois, porte, nativoseramutilizadoscomoescravos processo, poucotempo foramsubstituídos neg
rosafricanos.
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A esocialda tinha a demandadapelológicaeconômica época comoobjetivoassegurar altaprodução mercadoeuropeu,
eamãode se omodomais de elanãoobraescrava constituíacomo rentável exploração.Contudo, eralucrativa
apenasnesse uma queoaltíssimos assentido, vez tráficonegreirotambémproporcionava ganhospara metrópoles,
demodoquea do se os 2007).escravização povonegro tornavaduplamentevantajosapara europeus(MATTOS,
A no séculosde Aindahoje,escravidão Brasilpercorreuquatro história,deixandomarcasprofundas.
háquemduvidedacrueldade os por queaempregadacontra africanosescravizados, isso,torna-seimportanteenfatizar e
no porum de e de Alémscravidão Brasilfoicaracterizada cotidiano torturasfísicas inúmerasviolações direitos. disso,
nãopodemosnos deque,mesmoapósaleique a da de13demaiode1888),esquecer institui abolição escravidão(LeiÁrea,
a do pelamisériaepelaspéssimas devida.Mesmo nãorealidade negrocontinuoumarcada condições libertos, gozavam
dasmesmasoportunidadesqueo da amaiorianãopossuía qualquertipode eorestante população: moradia, assistência, de
devidoao ssi viviamuma de edesempregoeraalarmante preconceito.A m, realidade discriminação condiçõesmateriais
extremamenteprecárias.
Asmarcasdessa na É o dequeosescravidãocontinuamvisíveis realidadebrasileiraatualmente. bastanteevidente fato ne
ainda as do Apesarde um individuale a dessagros sofrem consequências passado. todo esforço coletivopara modificação
desigual,as sociaiseum por do darealidade estruturas racismopersistente parte restante populaçãocausamentravespara
a deuma igualdade e no ssi da deuma noconquista real entrenegros brancos país.A m,falar existência democraciaracial Br
não qualquerasil faz sentido.
Istoé,apesardo da sua na enas maiormito democraciaracialter gênese colonização imigraçõeseuropeias,ganhou expre
emum e peculiarda assão momentohistórico políticobastante históriabrasileira: ditaduramilitar.
Nos anos da ditadura militar, entre 1968 e 1978, a democracia racial passou a ser um dogma, uma espécie
de ideologia do estado brasileiro. Ora a redução do anti-racismo ao anti-racialismo, e sua utilização para
negar os fatos de discriminação e as desigualdades raciais, crescentes no país, acabaram por formar uma
ideologia racista, ou seja, uma justificativa da ordem discriminatória e das desigualdades raciais
realmente existentes. (GUIMARÃES, 2005, p. 66)
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Figura 2 - No Brasil, infelizmente, ainda nos deparamos com uma profunda desigualdade social, especialmente entre pessoas brancas e 
negras Fonte: stefanolunardi, Shutterstock, 2021.
#PraCegoVer: na imagem, há a fotografia de três crianças, uma menina branca, um menino branco e um
menino negro. Na imagem, as crianças estão correndo e sorrindo atrás de uma bola de praia de cor amarela,
azul e vermelha. As crianças estão em um local aberto com grama e árvores. A menina está de cabelo preso
com uma camiseta de manga curta de cor verde claro e um short de cor azul escuro. O menino branco está de
camiseta de manga curta de cor azul claro e de bermuda jeans. O menino negro está de camiseta de manga
curta de cor vermelha e de bermuda jeans.
Algunsdadossão dequea é,na um De aexemplificativos proclamadademocraciaracial verdade, mito. acordocom Pe
Nacionalpor deDomicíliosContínua(PNADContínua)do de esquisa Amostra InstitutoBrasileiro Geografia Estatíst
(IBGE),o tinha13milhõesde sem no de2017.ica Brasil pessoas ocupação(desempregadas) terceirotrimestre Entre
elas,63,7%(8,3milhões)são ou 2017).Já odeclaradamentepretos pardos(BRASIL, conforme Atlas
daViolênciade2017, pelo de (IPEA,2017)epelo dedivulgado Instituto PesquisaEconômicaAplicada FórumBrasileiro
de do vítimasSegurançaPública,jovensnegros baixaescolaridade, sexomasculino,caracterizam-secomo predominan
de notes mortesviolentas Brasil.Ainda segundoosdadosapresentadospelapesquisa,71%daspessoasassassinadasno
Brasilsãonegras,demodoqueumindivíduodessapopulaçãotemumaprobabilidade23,5%maiordeserassassinadoem
relaçãoàsdemaispessoas.
Os não porsisóadesigualdade que o masnúmerosapresentadosprecedentemente explicam racial afeta país, demonstra
de nítidaqueainda deuma socialemquem maneira estamosdemasiadamenteafastados realidade diversos
indivíduosusufruamdeum e Osdados daspesquisas,apesardenão osviverjusto pleno. provenientes desvendarem porqu
dessas podems i de oiníciodeumadiscussão do da deês mazelas, erv r basepara acercatanto mito democraciaracialquanto
quepodemos cidadãos,rumoaumamaiorequidadede epossíveisestratégias adotarenquanto direitos acesso
aoportunidades.
3.1.2 Preconceito racial: um problema individual e coletivo
Você quer ver?
O filme , de Sérgio Bianchi, apresenta um paralelo entre a Quanto Vale ou é por Quilo?
realidade atual e o passado escravocrata do Brasil, evidenciando um histórico de 
desigualdades que perdura até hoje, apesar de se esconder em uma nova roupagem. A 
película aborda o local do negro na sociedade brasileira, desmistificando um discurso 
ingênuo acerca de uma possível democracia racial.
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Apesarda de e que onosso nem osgrupos odevidodiversidade cores texturas formam país, todos étnicosrecebem respei
sejapela dapele,sejaem de ou Oto, cor decorrência aspectosculturais,comoreligião hábitoscotidianos. preconceitor
podese desde e o de de ouacial manifestar comentáriosgrosseiros desrespeitososaté preterimento vagas emprego ab
por de ou de essas —éordagensdesnecessárias parte agentespúblicos privados segurança.Todas manifestações import
sublinhar—apesarde porindivíduos,possuemsuas emumaante serempraticadas raízes estrutura socialqueavaliza
aquelesquecometematosracistas.Ouseja,essaéumaquestãoquesebaseianahistóriaescravagistaedeproduçãodeinjus
tiçascontragruposétnicos,especialmentenegroseindígenas.
Paraentendermosmelhor a um aquanto isso,analisaremos caso seguir.
Apesardenão háuma socialquenosensina, enascermospreconceituosos, configuração comexemplospráticos discur
a e as de de suasivos, compreendermos tratarmos pessoas maneiradiferenciada, acordocom core/ousituaçãofinanceira.
Dessa apesardenãosermos dessesforma, naturalmenteperpetradores preconceitos,muitasvezes,acabamosreforçand
essa de pormeiode ouseja, que semqualquero realidade exclusão atitudesnaturalizadas, atitudes empregamos pensame
Estudo de Caso
Joana é uma menina negra que mora na periferia de uma grande cidade. Ao ir para a 
escola todos os dias, depara-se com inúmeras dificuldades, como a longa distância entre 
a escola e sua casa, o trânsito no deslocamento e a falta de materiais escolares. Contudo, 
a maior dificuldade que encontra ao frequentar a escola são as piadas e os deboches que 
ouve todos os dias. A maioria deles não dizem respeito a sua condição social, já que boa 
parte dos alunos também sofre com dificuldades financeiras; mas relativas à sua 
aparência. Joana sempre soube que o volume de seu cabelo crespo não agradava o olhar 
da maioria dos colegas, e, por isso, normalmente o usa preso.
Será que os colegas de Joana realmente se incomodam por seu cabelo ter um volume 
maior do que o de outras meninas? Será que outras garotas, que também possuem um 
cabelo comprido, porém liso, são alvo de piadas? O que poderia ser feito a respeito da 
situação?
Para questões que envolvem preconceito — ou seja, falta de conhecimento crítico e 
informado acerca de determinada realidade —, é importante que haja iniciativas que 
envolvam a conscientização daqueles que agem de modo preconceituoso e racista.
Tendo em vista as reiteradas situações de preconceito sofridas por Joana e que, não 
raramente, repetiam-se, tendo como vítimas outros jovens da escola, uma das 
professoras desenvolveu um projeto de conscientização envolvendo toda a comunidade 
escolar. A proposta teve como objetivo conscientizar e despertar um olhar crítico dos 
alunos em relação às causas e consequências do preconceito e do racismo.
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 em de debochee que umnto crítico,como comentários tom expressões corroborampara entendimento
socialdessesgruposcomoinferiores.
Com base na segregação e discriminação racial que nosso país sofreu — e ainda sofre —, as
compreensões sociais que temos sobre o que é belo e esteticamente aceitável também estão
relacionadas a esse histórico. Nossas concepções de beleza são construídas tantoindividual quanto
coletivamente, e é importante que tenhamos um olhar crítico a respeito do que compreendemos
enquanto belo ou não.
Assim, devemos incentivar a inclusão de pessoas negras nos meios de comunicação. Dessa forma, ao
se verem enquanto pessoas representadas nesses locais de destaque, há uma construção de percepções
diferentes e mais positivas acerca de si mesmos, além de auxiliar na quebra de estereótipos que a
sociedade mantém.
Na sequência, iremos compreender de forma mais detalhada quanto a importância da representação do negro
na mídia.
3.1.3 Representação do negro nos meios de comunicação
É afirmarqueosmeiosde são de da emque Apesarde,possível comunicação representativos parte realidade vivemos.
não fiéisdo de dosmuitasvezes, retrataremcenas cotidiano boaparte brasileiros,programastelevisivosexpressam
peculiaridadesdenossasociedade. ssim a doqueé nasmídias,é umaA , partir veiculado possívelconstruirmos
—mesmoque —da socialemque inseridos.Um dissoéoqueinterpretação parcialmente estrutura estamos exemplo
a de em filmese de em São asocorrecom representação pessoasnegras novelas, programas entretenimento geral. raras
emque de oudesempenham maisocasiões afrodescendentesocupampapéis protagonistas funçõeshierárquicas
nesseselevadas espaços.
Apesarde,namaioriadas emumnúcleodemenorpoder evezes,ficaremconcentrados aquisitivo posiçõeshierárquicas
os Lima(2001),desdeosanosde1970, sido nasinferiores, personagensnegros,segundo têm retratados telenovelas te
em ndo, algumamedida,projeçãosocial.Contudo,elesparecemnãopossuirumahistóriaprópria,demodoqueaautora
oschamade“personagenssoltos”.Ouseja,nãose explorademaneiramaisaprofundadaquestõesrelativasàssubjet
ividadeserelaçõesafetivasdessespersonagens,relegandoaelesposiçõessecundáriasedemenorimportâncianatrama.
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Ainda a da“mulher sensual”oudo sãoumaconforme autora,estereótiposcomo negra “fielempregadonegro” constante
nas de que da social,telenovelasbrasileiras, maneira reforçamcertaspercepçõesestereotipadas realidade enfatizando
uma ouumaobediências ilextremasexualização erv .
Em medida,osmeiosde já ado quegrande comunicaçãoacabamreforçandopreconceitos existentes,como negro mora
apenasna àcriminalidadeeàviolênciaou de e Com éfavela,estáligado ocupacargoscomo diarista,gari motorista. isso, im
uma apenasessas emnossaportantedesenvolvermos reflexão:pessoasnegrasocupam posições sociedade?
Apesardea menos à socialemnosso em de sociaisepopulaçãonegrater acesso ascensão país, decorrência processos his
em poder eque são tóricosdiversos,existemafrodescendentes posições superiores, com alto aquisitivo referências
em seus de Nesse é queessa sejalocais atuação. sentido, fundamental realidadetambém expressa emretratações,afim
dequenãoapenasaspessoasnegraspossamsereconhecernessesexemplos—sentirem-serepresentadas—,masqueore
stodapopulaçãotambémpossareverseuspreconceitoseestereótiposnoquetangeaquestãoracial.
ConsoanteLima(2001),apesardea dospopulaçãonegrarepresentargrandeparcela brasileiros,
elaaindanãoéevidenciadade em àsdemais nosmeiosde emmaneiraigualitária, relação etnias, comunicação geral.
Comessa uma apenasem de — é,umamaior de nas problemática, mudança termos numéricos isto proporção negros tele
por —nãoseriaa alémdeuma em é umanovelas exemplo solução.Para modificação termosquantitativos, necessária refl
deque as sido equaisexãoacerca forma pessoasnegrastêm representadas mudançasentendemosseremnecessárias
nessesentido.
Você quer ver?
O documentário , produzido e A Negação do Brasil: o Negro na Telenovela Brasileira
dirigido por Joel Zito Araújo, lança um olhar crítico acerca do papel de pessoas negras 
na teledramaturgia brasileira. Ao representar papéis que, na grande maioria das vezes, 
reforça estereótipos negativos, os atores são colocados em um local de menor prestígio, 
em um âmbito que ainda prevalece uma estética predominantemente branca.
Você o conhece?
Conceição Evaristo é escritora e intelectual negra, considerada uma das principais 
expoentes da literatura brasileira. A autora, mestre e doutora em Literatura, brinda seus 
leitores com reflexões a respeito da descriminação racial, de gênero e de classe, tendo 
como intuito recuperar a história e a memória dos afrodescendentes brasileiros.
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A a de e quese àseguir,continuaremos tratar aspectoshistóricos antropológicos relacionam construção
deumaidentidade mas, pormeiodo da nobrasileira, agora, estudo imigraçãoeuropeia Brasil.
3.2 Um país de imigrantes: Europa
Se, da da de cuja éantes,tratávamos porção populaçãobrasileiradescendente negros, história marcadaespecialmente
pela epelavinda aonosso a de naquelesque onossoescravização forçada país, partir agorairemosfocar colonizaram país:
os imigranteseuropeus.
Desdea dos portugueses—por de1530— a de dechegada primeiros volta até chegada colonosprovenientes outraspartes
da noiníciodoséculoXIX, a de devida,aidentidade seEuropa, com promessa melhorescondições brasileirafoi constitu
a da de e Os por alemãeseindo partir diversidade culturas costumes. colonos,especialmenterepresentados italianos, suíç
ao a àpecuáriae um nessasos; chegarem terrasbrasileiras,dedicaram-se,sobretudo, agricultura,estabelecendo legado á
de Dessa ainfluênciada emnosso éreas produção. forma, culturaeuropeia país bastantecontundente
epodeserobservadade no dosmaneiramuitoexpressiva cotidiano brasileiros.
3.2.1 Imigração europeia e o processo civilizatório
É a da a desuas e na sociedadeindispensávelrefletirmos questão imigraçãoeuropeia partir contribuições efeitos atual br
Avindade do mundopodeser a deumasileira. colonosprovenientes velho compreendida,também, partir projetopolític
ouseja, um A deum deque àsdemais,o, enquanto processocivilizatório. partir ideal pessoasbrancaseramsuperiores justi
omodelode no Nãopodemos da dasficou-se colonizaçãoocorrida Brasil. esquecer,também, centralidade religiõeseuro
no de ena deumaidentidadenacional. os — quepeias processo colonização construção Especialmente jesuítas com
 a no — influêncianoque ao aandavam educação país tiveramgrande tange desenvolvimentointelectual,trazendo per
da edafilosofiaspectiva escolástica universalista.
A das oensino aqui um nosdespeito contribuições educacionais, religioso, entendido como sistemacultural termos
deGeertz(2014), à da de de suprimiu aconjuntamente exploração força trabalho indígenas, progressivamente cultura
dos ssi o porum de deuma nativosbrasileiros.A m, paíspassou processo implantação culturareligiosa fundamentada
emprincípios que o mundo e nãouniversais, intentavamexplicar comverdadesenglobantes simplificadoras, levando
em e Isso o deumaíndoledeconsideraçãoparticularidades divergênciasculturais. contribuiupara desenvolvimento dist
socialemqueas dosdemais, dosinção camadascultaserammarcadamenteseparadas especialmente escravos.Lament
pode,aindahoje,serobservadade nasdesigualdadesavelmente,taldemarcação maneiracontundente cotidianas
quepermeiamasociedadebrasileira.
Você sabia?
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Apesardas a é o dequeavindadeváriascontribuiçõeseuropeiaspara culturabrasileira, importanteatentarmospara fato c
se deuma de da ssi oolonoseuropeus tratou,principalmente, política branqueamento populaçãobrasileira.A m,com alto
de no —e oum uma quenúmero africanosescravizadosresidindo Brasil tendo país populaçãonativa eraindígena,tamb
não — a de que o da Desse éém branca ponderar instituição iniciativas objetivassem branqueamento população. modo, po
a nãoapenasa da da mas umssívelcompreendermos miscigenaçãobrasileira partir beleza diversidade, como processo
perversode deum mais emenos econstrução paíscadavez branco pardo negro.
ParaSchwarcze (2015),a de índiose daqualé aStarling miscigenaçãoforçada brancos, negros, consequência diversidad
quenos no um deviolência porambiguidades.ecultural deparamos Brasil,foitanto processo quantomarcado
Valeenfatizarmos,ainda,o das alémdeumaoportunidade quealgunscaráterpolítico imigrações,para para colonos
uma e ermos.A doeuropeusdesenvolvessem agriculturaprópria habitassemlocaisatéentãoabertura Brasilparareceber
de da podeser um quepessoas diferentespartes Europa compreendidacomo empreendimento teveobjetivosbastante
de o uma que a queaquise —em quantidade —nãoevidentes reabitar país, vez população encontrava grande negra
à que oagradava elite comandava país.
Nasequência,nos àsdemais ea elasaprofundaremosquanto contribuiçõeseuropeias formacomo afetam
nossaidentidadeenquantobrasileiros.
3.2.2 Um pedaço da Europa no Brasil
Nossos alínguaportuguesa,nossa e ahábitosalimentares, organizaçãoeconômica política, organizaçãourbana
enossosmeiosde possuem nomodode Écomunicação raízes vivereuropeu-ocidental. importante
sublinharqueessasinfluênciasnão da mas deumadecorremsomente colonizaçãoterritorial, também colonizaçãosimb
quesedánoplanoda dosindivíduos,na dasidentidades.ólica,algo subjetividade constituição
Desdeos de aonosso e tudoisso depadrões belezadominantes paladar preferênciasculturais, vemcarregado teorcolo
é, seus emummodode e a queétido maisnizador.Isto tem fundamentos viver interpretar realidade como hegemônico.
Para o antropólogo estadunidense Cliord Geertz, as religiões podem ser compreendidas 
enquanto sistemas culturais, um sistema de símbolos que atua no sentido de instaurar 
disposições contínuas nas pessoas por meio do desenvolvimento de ideias relativas à 
existência geral. Essas concepções teriam capacidade de incorporação nas pessoas, que 
seriam compreendidas e vividas enquanto totalmente realistas e fatuais (GEERTZ, 
2014).
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Com nos de quemodonossas são aisso,devemos perguntar preferências condicionadas partir
dessasinfluênciasedequemodoelasnos indivíduos.Um éaconstituemenquanto exemplo maneiracomointerpretamos
e a sejaem sejanas ouna Essas aoenxergamos beleza, pessoas, artes arquitetura. construçõessimbólicasreforçadas dec
da nossos e orrer históriadirecionam gostos preferências, constituindo-nos subjetivamente.
É que, se de essesnecessárioressaltar,contudo, embora tratem construções, hábito—mododesereinterpretararealidade
quenoscerca—necessitamdeumesforçodereflexãoeproblematizaçãocontínua,afimdequepossamosrespeitare,defa
to,apreciarasdiversasformasdesereestarnomundo.OqueéapresentadoporLaraia(2000,p.105),antropólogobrasilei
ro,nosajudaaentenderessadinâmica:
Devemos,então, ter em quenossas nãose apenas ummente concepções etnocêntricas voltam para “outro”distante,
mas aquiloque e emnosso Sejam declassessociais, outambémpara difere estápresente cotidiano. pessoas raças credos
a se a o enãoapenasem quediversos, diferença apresenta todo momento, ocasiões compreendemosenquantoextraordiná
A da por nos odesafiode sociedade, arias. questão imigração, exemplo, coloca conviver,enquanto com diversidade
nasmais dodiaadia,assim nos a ediferentessituações como leva repensarhábitos costumes.
Nãoé queos dos doque identidadenovidade legados imigranteseuropeusfazemparte compreendemoscomo brasileira,
há grupode que,apesardeser nãoé quandose acontudo, outro imigrantes expressivo, tão comumenteabordado discute 
denosso osjaponeses.história país:
3.3 Um país de imigrantes: Ásia
Você sabia?
A cidade de São Leopoldo, no estado do Rio Grande do Sul, é tida como berço da 
colonização alemã no Brasil. Com o intuito da criação de uma nova classe média que se 
dedicasse especialmente à agricultura, os alemães foram incentivados a virem para terras 
brasileiras, especialmente aquelas que se localizassem em uma região de fronteira, como 
o sul do país.
[...] cada sistema cultural está sempre em mudança. Entender esta dinâmica é importante para atenuar o
choque entre as gerações e evitar comportamentos preconceituosos. Da mesma forma que é fundamental
para a humanidade a compreensão das diferenças entre povos de culturas diferentes, é necessário saber
entender as diferenças que ocorrem dentro do mesmo sistema. Este é o único procedimento que prepara o
homem para enfrentar serenamente este constante e admirável mundo que está por vir.
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A que suamaior avindadejaponesesnoanode1908, queo nãoimigraçãoasiática, tem expressãocom lembra-nos Brasil fo
apenaspor e mas a deumaiconstruído africanos,indígenas europeus, contou,também,com participação culturaocident
queaindaé emalguns do A de algumasdas desseal viva locais país. partir agora,abordaremos contribuições povo,
afimdemelhor deque a se aoquehoje sercompreendermos forma culturaasiática relaciona entendemoscomo brasileiro.
3.3.1 Japoneses no Brasil
Os japonesesvindosao no deSão no dacidadede Comoosprimeiros Brasildesembarcaram estado Paulo, porto Santos. c
da ao os queaqui emsuamaioria,ustos viagematé Brasileramaltos, imigrantes chegarameram,
advindosdeumaclassemédia rurale,emboamedida,correspondiaaosinteressesdogovernobrasileiro.
No haviauma demandade as de e, nessamesma opaís, grande trabalharespara lavouras café consequentemente, época,
umacrise, nomeio por do de eJapãovivenciava especialmente rural, motivo processo modernização industrialização.
ConformeKehdye (2010),a japonesapodeser a deSilva imigração entendida partir cincofasesdistintas. Veja a seguir.
De 1908 a 19211, imigração subsidiada pelo governo de São Paulo.
De 1925 a 1941, vinda de imigrantes por meio de subsídios do governo japonês.
De 1942 a 1952, período marcado pela suspensão do fluxo migratório.
De 1953 a 1962, imigração apoiada do governo japonês.
De 1962 a 1970, período relacionado à chegada de mão de obra técnica.
Veja na imagem a seguir, o local onde há maior concentração de descendentes de japoneses da cidade de São
Paulo.
Você quer ler?
O livro , de Jhony de Arai e Cesar Hirasaki, 100 Anos da Imigração Japonesa no Brasil
trata da chegada dos japoneses ao Brasil, a partir do ano de 1908, e do sonho que 
traziam consigo de conquistar melhores condições de vida. Além disso, a obra aborda 
como a imigração auxiliou no estreitamento de laços políticos e econômicos entre Japão 
e Brasil.
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Figura 3 - Avenida do bairro da Liberdade, na cidade de São Paulo Fonte: Diego Grandi, Shutterstock, 2021.
#PraCegoVer: na figura, temos a fotografia da avenida do bairro Liberdade, na cidade de São Paulo. Na
imagem, há a circulação de carros e pessoas, há bancos no meio da calçada da avenida com pessoas sentadas,
também há postes de luz no estilo da cultura japonesa na cor vermelha, há algumas árvores dos dois lados da
avenida, além de prédios.
Apósmaisde100anosde japonesano já habituadosaalgunsdos e,imigração Brasil, estamos costumes atémesmo,com
algumas de japonesa, “ am ,“ a ao , sh ,“ ofu , shi su ,ent e an asout as.palavras origem como tat e” k r kê” “ oyo” t ” “ at ” r t t r
Das aos osjaponesesnos umasériede que, aos sendo comidas origamis, brindaramcom tradições poucos,foram incorp
aomodode vida eque,hoje, denosso Alémdealguns queoradas brasileiro fazemparte cotidiano. alimentos foramintro
emnosso — opepinoeaberinjela—,osjaponeses ao o deduzidos cardápio como trouxeram país conceito cooperativismo
e no da noquediz ao detiverampapelcentral aprimoramento agriculturabrasileira,sobretudo respeito cultivo grãosc
milhoesoja.omo
3.3.2 Japoneses no Brasil e a questão da identidade
Apósuma a da japonesaesuas onosso ébreveapresentaçãosobre história imigração contribuiçõespara país, importante
as dissoede já oquerefletirmossobre consequências outrosmovimentosmigratórios, antesabordados,para compreend
sendoumaidentidadeemoscomo brasileira.
Você sabia?
Nikkei é a palavra japonesa utilizada para designar os descendentes de japoneses que 
nasceram fora do Japão ou que vivem já há algum tempo fora do país. Assim, os 
imigrantes ou filhos de imigrantes japoneses que residem no Brasil são conhecidos entre 
si como .Nikkeis
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Vocêjáse por porqueosdemais de sãochamadosdeperguntou, exemplo, descendentes imigrantes brasileiros,enquanto
queos dejaponesesaindasãodenominadosa desua Em porqueédescendentes partir origemasiática? outraspalavras, pou
p á elquechamemosumdes enden edei alianode“i alian ,aomesmo empo emqueé a an eplausíco rov v c t t t o” t b st t v
eldenominarumdes endenedejaponêsde“japonê , apesardeambos nascidono No dosc t s” terem Brasil? caso descende
dejaponeses,apesarde às denosso umntes estaremprofundamenteintegrados dinâmicas país,parecehaver distanciame
quandoo se a deidentidade.nto foco torna questão
Figura 4 - A identidade brasileira não é algo coeso e bem definido, mas, sim, um composto de múltiplas origens e culturas Fonte: 
PRILL, Shutterstock, 2021.
: #PraCegoVer na figura, temos o desenho de uma digital de um dedo humano de cor preta em um fundo de
cor branca.
Outroquestionamentopossívelseriaa de se umamaior derespeito comotaisquestões relacionamcom preservação cos
origináriosdesses queo dealguns permanecido osjaponesestumes imigrantes.Será fato terem entre torna
aidentidadejaponesamais no queisso isso um forte Brasil?Por ocorre?Certamente, temrelaçãocom esforçodosdesce
ndentesnosentidodeconservarhábitosepráticasculturais,mastambémpossuiligaçãocommomentoshistóricoseafor
macomochegaramaonossopaís.
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Figura 5 - Apesar de já estarem há muito tempo inseridos à realidade brasileira, descendentes de japoneses conservam hábitos e 
costumes característicos de seu país de origem Fonte: vepar5, Shutterstock, 2021.
: #PraCegoVer na figura, temos a bandeira japonesa de fundo com as cores branca e vermelha e uma mão 
fazendo um sinal como se fosse de "ok" na frente da bandeira.
Diferentementedos que,emsuamaioria, no os deafrodescendentes, aportaram Brasilenquantoescravos, imigrantes or
japonesa ao emuma de a deseigem vieram país condição pessoaslivres.Por isso,detinham liberdade expressaremcultu
de mais doqueos Aliás,é que esseralmente maneiramuito livre negrosescravizados. importante façamos movimentohis
afimdeumamelhor donossotórico, compreensãoacerca presenteenquantobrasileiros.
3.4 Etnocentrismo e relativismo cultural
Aori em timológi ado tno entrismop émda alav ag a ,utili ada a adesignar tni ,“p ”ou“g e c e c rov p r reg “ethnos” z p r “e a” ovo
a ,demodoquealudeao ode omarasua a daqual grupossãor ça” fat t etniacomoeixocentral, partir diferentes compreendid
os.
Assi o se deum emnossa emque s dem, etnocentrismo trata julgamentocombase própriacultura, esta erve parâmetropara
a de Nesse o de é,ocompreensãopoucocrítica realidadesdiferentes. contexto,cabe exercício estranhamento,isto movim
de nossoolhare oqueé,pornós, ou,ainda, aento desacomodar estranhar compreendidocomocomum, empreender tentati
dese no do e mais deva colocar lugar outro desenvolverinterpretaçõespossivelmente livres julgamentos.Isso,inclusive,
a orelaciona-se outroconceito: relativismocultural.
Etnocentrismo é uma visão de mundo onde o nosso próprio grupo é tomado como centro de tudo e todos
são pensados e sentidos através dos nossos valores, nossos modelos, nossas definições do que é
existência. No plano intelectual, pode ser visto como a dificuldade de pensar a diferença; no plano
afetivo, como sentimentos de estranheza, medi, hostilidade etc. (ROCHA, 2017, p. 7)
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Voltandoao poderíamos, uma de social.Apesardeaetnocentrismo, também,compreendê-locomo forma egocentrismo
ser ela o ea — individual —comparação complexa, aponta comportamentoautocentrado cegueira tanto quantocoletiva
queo pode ssim é o deum deetnocentrismo causar.A , necessário empreendimento exercícioconstante deslocamento
denossas afimdenão a demodosdevidae social,premissasculturais, ignorar diversidade organização estandosempre
a dosmalesqueum ou depensar podevigilantes respeito comportamento maneira etnocêntrico causar.
3.4.1 Implicações do etnocentrismo
Aolera social deuma —aqui a eos —,nãoapenasrealidade somenteatravés lente compreendidacomo cultura hábitos me
as de nomundoque ou, são àsnossas,masnosprezamos diversasformas existir diferem atémesmo, opostas tambémde
ixamos deconhecer—demaneiraprofundaelivredepreconceitos— a pluralidadedemodosdeexistência.Paraalém
disso,oetnocentrismopodeseragênesedemalesseverosedeconsequênciastrágicas.
ConformeRocha(2017),o se emum daidentidadedo eu .Nasociedadeociden alemetnocentrismo ancora reforço “ ” t p
articula ,elepossuialiadosmui o or es,demodo quese a deuma de desejoder t f t constitui,também, partir lógica progresso, r
eânsiapor suprimindoeeliminandoaiqueza conquista, diferença.
Figura 6 - O etnocentrismo traz a dificuldade ou incapacidade de ver a realidade através de outras perspectivas Fonte: lolloj, 
Shutterstock, 2021.
#PraCegoVer: na figura, temos o desenho de figuras geométricas na cor laranja em um fundo de cor grafite
como se tivesse imitando uma pedra. Os desenhos geométricos estão representando a cabeça de duas pessoas
se olhando. Os demais desenhos são apenas quadrados e círculos.
A os a o a ea sãointolerânciareligiosa, preconceitosraciais, xenofobia, machismo, homofobia transfobia maneiras
dasquaisse o ssim se uma a deum deque através expressam etnocentrismo.A , tenho atitude partir entendimento apenasa 
formacomo vivo eme expressoé a corretae maisadequada, semconsiderarqueháumadiversidadedemaneirasdeser
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—apesardetalveznãomeidentificarcomelas—,estouagindodemodoetnocêntrico.Todosnós,emdiferentesmomento
sdavida,jápensamoseagimosdessaforma.Alémdisso,muitopossivelmente,voltaremosanoscomportareapensar
dessamaneiraemcertasocasiõesouépocasdenossasvidas,maséexatamenteporissoquedevemosexercitarnossa
capacidadereflexiva,nointuitoderevernossosconceitos,nossasaçõeseexpressõesemrelaçãoadeterminadapessoaou
ideia.
Em o nos que,ao osindivíduos,criando e deoutraspalavras, autor sugere diferenciarmos hierarquizações juízos valor,
nos aquiloquep endemosnosdi ancia ,i oé,o“ ár a ”ou sel a e ,que,acabamos tornandoexatamente ret st r st b b ro “ v g m”
emnossas o ouumahumanidadedemenor ssiconcepçõesdistorcidas,representa caos valor.A m,tendoatitudesetnocên
criandouma da alidadedoout ,assim omonos ornandomenoshumanosemais“tricas,estamos imagemdeturpada re ro c t b
ár a o .b r s”
Isso,no não que a ounossas deentanto, significa precisamosmodificar formacomovivemos concepçõesacerca deter
apenas,que a o que,apesardominadosassuntos.Significa, estamosdispostos convivercom diferente,compreendendo o
se de sua deserepensaré aminha.Esseutro expressar maneiradiferente, forma tãolegítimaquanto exercíciofazparte
doquepodemoschamarderelativismocultural.
3.4.2 Relativismo cultural e alteridade
De (2017),a do quenos a queas se maisdeacordocomRocha partir momento propomos entender verdades tratam posiçõe
dasquais nosso da equeelas de assacerca construímos entendimento realidade, variam acordocom contingênciashistór
o que nomundoeuma de a icas, lugar habitamos diversidade outrosfatores,estamos exercendo relativização.Relativiza
Você quer ler?
O livro , de Everardo Rocha, é uma fonte didática bastante O Que é Etnocentrismo
completa acerca do termo. A obra, apesar de datar os anos 1980, apresenta de forma 
sucinta e pedagógica algumas nuances sobre o etnocentrismo, o relativismo cultural e 
suas relações com a Antropologia. É uma bibliografia indispensável para uma pesquisa 
inicial!
[...] é na própria medida em que pretendemos estabelecer uma discriminação entre as culturas e os
costumes, que nos identificamos mais completamente com aqueles que tentamos negar. Recusando a
humanidade àqueles que surgem como os mais ‘selvagens’ ou ‘bárbaros’ dos seus representantes, mas
não fazemos que copiar-lhes as suas atitudes típicas. O bárbaro é em primeiro lugar o homem que crê na
barbárie. (LÉVI-STRAUSS, 1976, p. 4)
- -19
é, a deseu enão uma da ssir portanto,entender algo partir contexto, enquanto expressão absoluta realidade. A m,
quando a de o a deseusempreendemos tentativa compreender outro partir própriosvalores,desprendendo-nos
dosnossos,estamosrelativizando.
Nesse o se pelo de de modosde a desentido, relativismocultural caracteriza exercício compreensão outros viver, partir
menos emais a de e da Ou,novosolhares, autocentrados abertos diferenteslógicas organização interpretação realidade.
de “O éo do à deque as emaneirasimplificada, relativismocultural oposto etnocentrismo.Refere-se crençatodas culturas
as omesmo (BRYM .,2008, 88).todas práticasculturaistêm valor” alet p.
Tambémpodemos o a de deumindivíduoem a entender relativismo cultural como postura compreensão relação outro
deuma por Aose despindo-sedeculturadiferente, exemplo. mostrarabertoparaentender, julgamentosanteriores,
aquiloque desua uma odifere realidade, pessoaestáexercendo relativismocultural.
A Antropologia se caracteriza por se dedicar ao estudo do outro e, assim, da diferença. Contudo, ela
também foi, em seus primórdios, um empreendimento etnocêntrico, que, gradativamente, traduziu-se
em um exercício de alteridade.
A alteridade, por sua vez, se caracteriza pela interação com o outro. Isto é, parte-se da compreensão de
que eu só sou quem sou em relação ao “outro”. Resumindo, somos todos interdependentes, de maneira
que nos constituímos por meio da diferença.
Conforme o antropólogo Velho (2008), o que entendemos como “outro” sublinha a diferença que compõe o
social, de maneira que ela se traduz, ao mesmo tempo, em ponto de tensão e fundamento da vida social.
Enfim, relativizar é ver as coisas do mundo como uma relação capaz de ter tido um nascimento, capaz de
ter um fim ou uma transformação. Ver as coisas do mundo como a relação entre elas. Ver que a verdade
está mais no olhar que naquilo que é olhado. Relativizar é não transformar a diferença em hierarquia, em
superiores e inferiores ou em bem e mal, mas vê-la na sua dimensão de riqueza por ser diferença.
(ROCHA, 2017, p. 20)
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Figura 7 - Na alteridade, o outro nos ajuda a entender quem somos Fonte: Rawpixel.com, Shutterstock, 2021.
#PraCegoVer: na figura, temos a fotografia de sete pessoas brancas e negras, sentadas a frente de uma mesa,
elas estão sorrindo e mexendo em celulares e tabletes. O cenário da imagem é como se as pessoas estivessem
em um escritório.
É que essas e o eo doquenecessárioapontar,portanto, todas diferenças contrastesentre “eu” “outro”fazemparte compõe
nossasidentidades indivíduosegrupos.Nesse oenquanto sentido,torna-seimpossível entendimento
doindivíduosenãoa da da edas do Além esse opartir compreensão existência particularidades outro. disso, contatocom di
evidenciae nosso denós ferente reforça entendimentoacerca mesmose,porisso,torna-setãoimportante.Assim,o
contatodoVelhoMundo(Europa,ÁfricaeÁsia)comasAméricasfoitãocentralparaoquehojeconhecemoscomoA
ntropologiae,comoconsequência,paraasnoçõesderelativismoculturalealteridade.Seantes,paraoseuropeus,o
mundocompreendiaapenastrêscontinentes,apartirdoséculoXVoshorizontessão expandidos,tantoterritorialmente
quantoculturalmente.Comisso,asnavegaçõespossibilitaramumainteraçãocomooutroqueatéentãonãohaviaexistido
.
A da de e dosdescoberta existência populaçõesinteirascomhábitos costumesextremamentediferentes conhecidos
alémde um choquede oiníciodeum de dasviabilizou,para mero culturas, movimento compreensão diferenças.Certa
issonãosedeusem uma quepodemos edesigualdadesmente conflito, vez apontarinúmerasinjustiças provenientes
desses nemporisso demencionarsua acontatosentreculturas.Contudo, devemosdeixar importânciahistóricapara re
quehoje no noalidadediversa avistamostanto Brasilquanto mundo.
Em esse a oportunidadeque dese umcertosentido, deslocamentofoi primeira muitostiveram depararcom contrastetãop
de oque nãosó demedoe mas decuriosidadeerofundo culturas, despertou sentimentos estranhamento, também encanto.
Ao a oque umasériede e aosteracesso costumesextraordinariamentedistintos, provocou conflitos embates,passou-se, p
ase um advindodas Dessa há um no daoucos, produzir conhecimento diferenças. forma, todo movimento contexto Antro
nosentidode rumoa do equese aos modospologia, caminhar superação etnocentrismo relaciona,também, diferentes c
essadisciplina a que desde mais maisomo tementendido cultura, vai formas etnocêntricasatéconcepções relativizador
O nessa nãoé no no da mas serumas. esforço perspectiva somente contextoacadêmico, caso Antropologia, deve exercício
individuale de noque à eaosmodos nos ela.coletivo constantereflexão tange diferença como relacionamoscom
- -21
3.4.3 Etnocentrismo, relativismo cultural e o cotidiano das interações 
sociais
Comojámencionado nossas são na sejamelasmaisoumenosanteriormente, relações todasbaseadas diferença, prof
de quenosguiamna ena denossasidentidadesindividuaise Éundas, maneira construção compreensão coletivas. import
nos o dealgunstiposde mais e doqueante interrogarmos,então, motivo diferençasserem aceitos respeitados outros,
bem as disso como possíveisimplicações noconvíviocotidiano.Umaformapossíveldeiniciarmosessadiscussãoéapa
rtirdaseguintereflexão:porquenosafetamaisprofundamenteaformacomogruposindígenasbrasileiros se organizam
socialmente do que o modo comoos ingleses ouosnorte-americanosofazem?
A éque,apesarde assim nós,os possuem que,porverdade serembrasileiros, como indígenas hábitoscoletivos, vezes,
da nós, a deuma mais edistanciam-se lógicacomo socializados partir racionalidade urbana ocidental,vivemos.
essa que ànossaEvidentemente, questãoperpassaaspectoshistóricos remetem colonização.
Precisamossublinhar,então,queessenosso nãoé mas suas emestranhamento algonatural, tem raízes concepçõeshistor
e ao do nos maisdeumaicamenteconstruídas reforçadas longo tempo.Muitoprovavelmente aproximamos lógica
inglesae doque mesmo sendo denossaidentidade.norte-americana indígena, esta partefundante Poderíamosdeslocar
esse demodoque quea nãoéexemploparainúmerasoutrassituações, constataríamos proximidadegeográfica proporcio
à dos e Esse nos a donal aproximação hábitosculturais cotidianos. ponto remetenovamente questão etnocentrismo
enosajudaa que nãose de quepodemos apenasem ao masemperceber este tratasomente atitudes ter relação outro, relação
aum muitíssimo eque, de apesarde emoutro próximo atémesmo,compartilha semelhanças, diferir outrosaspectos.
Por vezes, torna-se menos complicado exercemos um relativismo cultural em relação a estrangeiros do que em
relação a nossos compatriotas, no caso de os primeiros compartilharem conosco, por exemplo, uma mesma
classe social, gênero ou religião. É importante, nesse sentido, refletirmos a partir de quais lógicas somos mais
ou menos sensíveis à realidade alheia, e como isso repercute em nosso cotidiano. Obviamente, também há
momentos em que o etnocentrismo é voltado para aqueles os quais não compartilhamos um mesmo idioma e
que são, para nós, de fato, estrangeiros. Mas esse ponto possivelmente é mais inteligível para nós e, em
alguma medida, afeta menos o nosso cotiado do que os exemplos relados anteriormente.
O fato de sermos intolerantes com aqueles que nos rodeiam diariamente não só se trata de desrespeito e
dificulta as relações interpessoais, mas também têm consequências profundas na forma como aqueles que são
alvo do preconceito ou etnocentrismo se relacionam socialmente. Ao se depararem com pessoas que
desacreditam que sua forma de viver possa ser, assim como outras, legítima e merecedora de respeito, acabam
sendo alvo de nossas crenças etnocêntricas, cada vez mais empurrados para as margens do convívio social,
causando sentimentos de não pertencimento, solidão e abandono.
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Por todas essas razões, e por tantas outras que poderíamos elencar, torna-se incontestável a importância de
discutirmos essas questões. O etnocentrismo e o relativismo cultural estão imiscuídos em nossos cotidianos
das mais diversas formas, sendo sua reflexão de suma importância nos mais diferentes âmbitos, sejam
familiares, acadêmicos, profissionais ou de lazer. Ainda, em um quadro mais amplo, essas questões estão
profundamente imbricadas em âmbitos político, econômico e histórico, de modo que devem ser pensadas não
somente através de um viés individualista e centrado no presente, mas levando em consideração uma
abordagem social e abrangente, para que possamos visualizar e repensar suas consequências mais amplas e
atemporais.
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Conclusão
Finalizamosa unidade disciplina.Ao denossos pudemos a da eterceira desta longo estudos, refletir,partir Antropologia
na oque denós Apesardenãoancorados História,sobre faz brasileiros. concluirmoscomrespostasfechadas,
jáqueessenemmesmo nosso nos da e alguns queera objetivo, aproximamos temática aprendemossobre aspectos contr
a daidentidadeibuempara formação brasileira.
Nesta unidade, você teve a oportunidade de:
• aprender sobre o mito da democracia racial;
• compreender a escravização e o preconceito racial enquanto problemas individuais e coletivos;
• analisar a representação do negro nos meios de comunicação; entender a imigração europeia e o 
processo civilizatório;
• compreender as contribuições das imigrações europeias e japonesas na identidade brasileira;
• aprender conceitos como etnocentrismo e relativismo cultural, bem como suas relações no cotidiano.
•
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Referências
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	Introdução
	3.1 O mito da democracia racial
	3.1.1 Escravização e o mito da democracia racial
	3.1.2 Preconceito racial: um problema individual e coletivo
	3.1.3 Representação do negro nos meios de comunicação
	3.2 Um país de imigrantes: Europa
	3.2.1 Imigração europeia e o processo civilizatório
	3.2.2 Um pedaço da Europa no Brasil
	3.3 Um país de imigrantes: Ásia
	3.3.1 Japoneses no Brasil
	3.3.2 Japoneses no Brasil e a questão da identidade
	3.4 Etnocentrismo e relativismo cultural
	3.4.1 Implicações do etnocentrismo
	3.4.2 Relativismo cultural e alteridade
	3.4.3 Etnocentrismo, relativismo cultural e o cotidiano das interações sociais
	Conclusão
	Referências

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