pois as condições pulmonares são "muito boas" para a eficácia da posição prona, que se baseia na melhoria da redistribuição do estresse e da tensão. A PEEP deve ser reduzida para 8-10 cmH2O, uma vez que a capacidade de recrutamento é baixa e o risco de falha hemodinâmica aumenta para níveis mais altos. Uma intubação precoce pode evitar a transição para o fenótipo Tipo H. Instituto de Ensino e Pesquisa Av. Albert Einstein, 627 - 2ºS – Bloco A - Morumbi - São Paulo - SP - 05651-901 (v) Pacientes do tipo H devem ser tratados como SDRA grave, incluindo PEEP mais alta, se compatível com hemodinâmica, posicionamento prono e suporte extracorpóreo. Em conclusão, os pacientes tipo L e tipo H são melhor identificados por tomografia computadorizada e são afetados por diferentes mecanismos fisiopatológicos. Se não estiver disponível, os sinais implícitos nas definições de Tipo L e Tipo H podem ser usados como substitutos: elastância do sistema respiratório e capacidade de recrutamento. Compreender a fisiopatologia correta é crucial para estabelecer a base para o tratamento adequado. Instituto de Ensino e Pesquisa Av. Albert Einstein, 627 - 2ºS – Bloco A - Morumbi - São Paulo - SP - 05651-901 2) Treatment for severe acute respiratory distress syndrome from COVID- 19. Lancet Respir Med, March 20, 2020. doi: 10.1016/S2213-2600(20)30127-2 Pontos-chaves: A realização de teste de oxigênio nasal de alto fluxo deve ser considerada antes da intubação traqueal para pacientes com hipoxemia moderadamente grave. Este procedimento pode evitar a necessidade de intubação e ventilação mecânica, uma vez que pode facilitar a eliminação de CO2 através do fornecimento de altas concentrações de oxigênio umidificado e baixos níveis de pressão expiratória final positiva. Para pacientes com COVID-19 que necessitam de intubação, as bases da ventilação mecânica protetora paras os pulmões incluem: uso de baixo volume corrente (6 ml/kg por peso corporal previsto) com pressão de platô inferior a 30 cm H2O e aumento da frequência respiratória até 35 irpm, conforme necessário. Para pacientes nos quais a hipoxemia progride para uma PaO2/FIO2 menor do que 100-150 mmHg, há algumas opções terapêuticas: a pressão expiratória final positiva pode ser aumentada 2-3 cm H2O a cada 15-30 minutos com o objetivo de melhorar a saturação de oxigênio para 88-90% na vigência de uma pressão de platô das vias aéreas menor do que 30 cm H2O. Reduzir as pressões de condução (pressão de platô - pressão expiratória final positiva) com o alvo de 13-15 cm H2O pode ser tentado também. Se com essas medidas, os pacientes não responderem aos ajustes dos parâmetros da pressão expiratória final positiva, algumas outras estratégias podem ser tentadas: Recrutar o máximo de alvéolos possíveis! Manobras de recrutamento com pressões de platô de aproximadamente 30 cm H2O por 20-30 segundos podem ser utilizadas na presença do profissional médico para monitorizar os aspectos hemodinâmicos. Se o paciente apresentar hipotensão arterial ou barotrauma, as monobras de recrutamento alveolar devem ser prontamente interrompidas. file:///C:/Users/Isadora/Documents/Einstein/Forca%20Tarefa%20Coronavírus/2_Treatment%20for%20severe%20acute%20respiratory%20distress%20syndrome.pdf Instituto de Ensino e Pesquisa Av. Albert Einstein, 627 - 2ºS – Bloco A - Morumbi - São Paulo - SP - 05651-901 Se for observada, então, assincronia entre as manobras acima e a ventilação com pressão expiratória final positiva, a sedação profunda deve ser estabelecida com bloqueio neuromuscular, seguido do posicionamento em pronação. Paro os casos de hipoxemia ainda refratários às medidas de bloqueio neuromuscular e pronação, há ainda algumas medidas para otimizar a terapia com pressão expiratória final positiva, como a inalação com óxido nítrico 5-20 ppm. Para pacientes obesos, pode-se indicar a inserção de um balão esofágico para medir as pressões transpulmonares e direcionamento dos valores ótimos para a pressão expiratória final positiva (esta manobra não mostrou benefício em pacientes com SARA: Beitler JR et al. JAMA 2019; 321: 846-57) Na ausência de choque, considerar o gerenciamento de fluidos como alternativa para reduzir o edema pulmonar. Deve-se ter como alvo um balanço hídrico negativo de 0,5-1,0 l/24h. Na presença de choque, o balanço hídrico deve ser atingido através da terapia substitutiva da função renal. Antibióticos devem ser considerados, uma vez que infecções bacterianas foram relatadas em pacientes com COVID-19. Terapias de resgate com altas doses de vitamina C também pode ser consideradas, mas ainda requerem mais estudos para definir seu potencial terapêutico. Os corticosteróides devem ser evitados, pois podem estar associados a maior mortalidade na COVID-19. Nos casos de pneumonia por influenza, uma meta-análise mostrou que o uso de corticosteróides esteve associado a maior mortalidade, permanência hospitalar na UTI e maiores taxas de infecção bacteriana secundária (Ni YN et al. Critical Care 23, 2019). Limitações: As opções de tratamento e parâmetros apresentados necessitam ser testados com maior grau de metodologia científica e em maior número de pacientes, além da análise e observação de fatores prognósticos relacionados às co-intervenções realizadas para o manejo da SDRA (Síndrome do Desconforto Respiratório do Adulto) associada à COVID-19. Instituto de Ensino e Pesquisa Av. Albert Einstein, 627 - 2ºS – Bloco A - Morumbi - São Paulo - SP - 05651-901 Opinião: O texto traz informações importantes sobre o manejo da SDRA em pacientes com COVID-19, além de apresentar outras opções de tratamento baseadas em evidências que podem ser fornecidas para pacientes com SDRA grave secundaria à COVID-19 (imagem abaixo). Instituto de Ensino e Pesquisa Av. Albert Einstein, 627 - 2ºS – Bloco A - Morumbi - São Paulo - SP - 05651-901 . 3) Ventilatory Ratio in Hypercapnic Mechanically Ventilated Patients with COVID- 19 Associated ARDS. doi: 10.1164/rccm.202002-0373LE Pontos-chave: A hipercapnia é comum em pacientes com SDRA (Síndrome do Desconforto Respiratório do Adulto) secundária à COVID-19. É decorrente da ventilação com volume corrente baixo, a qual é uma estratégia ventilatória de proteção pulmonar. Volume corrente baixo pode não ser a melhor abordagem para todos os pacientes com SDRA, particularmente aqueles com uma diminuição menos grave do sistema respiratório. A razão ventilatória é uma medida simples, realizada à beira do leito, é um índice para avaliar a falta de eficiência de ventilação. Ela tem correlação com a fração do espaço morto fisiológico (espaço morto/volume corrente, VD/VT). Nos pacientes com SDRA, a razão ventilatória pode estar aumentada, o que reflete aumento do espaço morto pulmonar e inadequação da ventilação. Razão ventilatória = [ventilação por minuto (ml/min) + PaCO2 (mmHg)]/[peso corporal predito x 100 (ml/min) x 37.5 mmHg)] No entanto, a razão ventilatória e a estratégia de ventilação pulmonar adequada requerem validação na SDRA pela COVID-19. Neste trabalho, foram avaliados 8 pacientes com SDRA pela COVID-19: média de idade 63.2 ± 11 anos (7 homens), na cidade de Wuhan, China. Os achados mostram que a hipercapnia foi comum em pacientes com SDRA pela COVID-19 (média de PaO2/FiO2 102±29.7 mmHg; APACHE II 21.6 ± 5.3 e SOFA 9.1 ± 2.7 mmHg), sendo encontrada uma alta razão ventilatória e, portanto, uma ventilação inadequada. Sugere-se um volume corrente intermediário (7-8 ml/kg) para melhorar a eliminação de CO2.