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@juju_medresumos PATOLOGIA - Lesões celulares reversíveis DEGENERAÇÃO LIPÍDICA ACÚMULOS INTRACELULARES: • É uma das manifestações de alterações metabólicas nas células; • é o acúmulo de níveis anormais de várias substâncias que são inofensivas ou estão relacionadas com diversos graus de lesão; • A substância se encontra no citoplasma, no interior das organelas (tipicamente lisossomos), ou no núcleo, e pode ser produzida pelas próprias células afetadas, ou em outros locais. • Na maioria dos casos, se a sobrecarga for controlada ou interrompida, o acúmulo é reversível. Em doenças de depósito genéticas, o acúmulo é contínuo e a sobrecarga lesiona a célula, podendo causar a morte do tecido e do paciente. VIAS DE ACÚMULO INTRACELULAR: 1. Remoção inadequada de uma substância normal secundária a defeitos nos mecanismos de acondicionamento e transporte. 2. Acúmulo de uma substância endógena em razão de defeitos genéticos ou adquiridos em seu dobramento, acondicionamento, transporte e secreção. 3. Defeito na degradação de um metabólito em consequência de deficiências enzimáticas hereditárias. Os distúrbios resultantes são denominados de doenças de depósito ou doenças de armazenamento; 4. Depósito ou acúmulo de uma substância exógena anormal quando a célula não obtém maquinaria enzimática para degradar a substância ou não consegue transportá-la. @juju_medresumos LIPÍDEOS: Todas as classes principais de lipídios podem se acumular nas células: Triglicerídeos; colesterol/ésteres de colesterol; Fosfolipídios. ESTEATOSE: É o acúmulo anormal de triglicerídeos no interior das células do parênquima. • Geralmente ocorre no fígado, pois é o principal órgão no metabolismo lipídico, porém também acontece em músculos esqueléticos, coração e rins. • Na maioria das células, o núcleo preservado foi deslocado para a periferia junto com o citoplasma, ao redor do vacúolo de gordura. • CAUSAS: Substâncias tóxicas; desnutrição proteica; diabetes melitus; obesidade; anoxia; abuso de álcool. COLESTEROL E ÉSTERES DE COLESTEROL: • O metabolismo celular do colesterol é controlado para garantir a síntese de membranas celulares sem acúmulo intracelular. Porém, as células fagocíticas podem tornar-se sobrecarregadas com lipídios em diversos processos patológicos. PROCESSOS PATOLÓGICOS DE ACÚMULO INTRACELULAR DE COLESTEROL E ÉSTERES DE COLESTEROL: • Aterosclerose → Nas placas ateroscleróticas, as células musculares lisas e os macrófagos no interior da túnica íntima da aorta e das grandes artérias estão repletos de vacúolos lipídicos. Tais células aparentam ser espumosas, e agregados dessas células na íntima formam os ateromas amarelos carregados de colesterol, característicos desse distúrbio grave. Algumas dessas células cheias de gordura se rompem, liberando lipídios no espaço extracelular. Os ésteres de colesterol extracelulares podem se cristalizar na forma de agulhas longas, produzindo fendas bastante características nos cortes histológicos. • Xantomas → O acúmulo intracelular de colesterol dentro dos macrófagos também é característico dos estados hiperlipidêmicos hereditários ou adquiridos. Aglomerados de @juju_medresumos células espumosas são encontrados no tecido conjuntivo subepitelial da pele e tendões, produzindo massas tumorais conhecidas como xantomas. A – Células xantomatosas; B – células espumosas (seta amarela) • Colesterolose → Este termo refere-se aos acúmulos focais de macrófagos cheios de colesterol na lâmina própria da vesícula biliar. • Doença de Niemann-Pick tipo C → Esta doença de depósito lisossômico é ocasionada por mutações que afetam uma enzima relacionada ao transporte do colesterol, tendo como efeito o acúmulo de colesterol em múltiplos órgãos. DEGENERAÇÃO MUCOSA Conceito geral de degeneração: • Alteração reversível; • Citoplasma lesionado; • Acúmulo de substâncias exógenas ou pré-existentes; • Diminuição da função celular; Degeneração mucóide: • Hiperprodução de mucinas; • Células epiteliais produtoras de muco; • Tecidos conjuntivos; Aspecto macroscópico: • Muita substância fluida; • Viscosa e translúcida; @juju_medresumos Aspecto microscópico: • Afastamento das fibras colágenas (extracelular); • Núcleo na periferia (Anel de Sinete); Ocorre por: • Resposta a processos inflamatórios; • Alterações no DNA (neoplasias); Células afetadas: • Células do trato respiratório; • Células do trato gastrointestinal; • Tecidos conjuntivos; → Principais órgãos afetados: Estômago, intestino grosso, vesícula biliar, próstata, pâncreas, discos intervertebrais e meniscos. → Principais doenças relacionadas: • Processos inflamatórios catarrais; • Adenomas ou adenocarcinomas; • Síndrome de Hunter (enzima); • Fibrose cística (hiperprodução espessa); → Aspecto microscópico e macroscópico da enterite catarral: → Células com degeneração mucóide: DEGENERAÇÃO HIDRÓPICA Definição da palavra degeneração ● Define-se por degeneração por lesão reversível acessória por mudanças bioquímicas que acontecem devido ao acúmulo de substâncias no interior celular. Degeneração hidrópica: ● Essa degeneração se caracteriza por acúmulo de água no meio intracelular devido a um desequilíbrio no controle do gradiente osmótico, fazendo com que as células adquiram um aspecto edematoso (aumento do volume de citosol); @juju_medresumos ● Esse acúmulo de água deve-se ao aprisionamento de sódio, o que por osmose tende a puxar a água para o meio intra-celular; ● O acúmulo de sódio se dá pelo mal funcionamento da bomba de sódio-potássio; ● Este tipo de degeneração não é letal, é uma lesão reversível; ● Esse tipo de degeneração pode ser desencadeado devido à lesões às células, como: - Queimaduras e efemeridades virais (herpes labial e prepucial, febre aftosa, doenças das mucosas, etc.) Etiologia: ● Hipóxia celular (o que irá causar o mal funcionamento das bombas de sódio-potássio); ● Altas temperaturas; ● Processos inflamatórios; ● Toxinas com atividade de fosfolipase; - Todas essas situações causam a retenção de sódio, diminuição dos níveis de potássio intracelular e consequentemente aumento da pressão osmótica dentro da célula. Patologia: ● Com o início da degeneração hidrópica, nós temos a entrada de água na célula, ocasionando um maior volume intracelular. Com a evolução deste processo, teremos a formação de vesículas que irão se romper formando uma vesícula maior, com a finalidade de formar uma única grande vesícula na superfície. DEGENERAÇÃO GLICOGÊNICA → Glicogênio: polissacarídeo (C6H10O5)n formado a partir de moléculas de glicose, utilizado como reserva energética e abundante nas células hepáticas e musculares. → Glicogenose: Uma glicogenose (também chamada de doença do armazenamento de glicogênio) é qualquer doença relacionada a erros inatos do metabolismo, resultantes de deficiências enzimáticas, que afetam o processamento da síntese glicogênio ou sua quebra nos músculos e fígado. A glicogenose é uma lesão reversível caracterizada pelo acúmulo da concentração de glicogênio, principalmente em células do fígado e músculo. Existem mais de 10 tipos diferentes, dependendo do defeito enzimático encontrado. A condição foi primeiramente constatada por Von Gierke em 1929 e, por isso, uma das formas dessa deficiência foi denominada de Doença de Von Gierke. As glicogenoses podem ser genéticas (herança autossômica recessiva) ou adquiridas. As de causas genéticas devem-se a um erro congênito do metabolismo em virtude da ausência ou deficiência enzimática envolvida na síntese ou degradação do glicogênio. As adquiridas @juju_medresumos são causadas por intoxicação com o alcalóide castanospermina (É um potenteinibidor de algumas enzimas da glucosidase). As deficiências enzimáticas resultam em maior concentração do glicogênio em diversos tecidos dos organismos. As glicogenoses se diferem no efeito enzimático, no órgão afetado, na idade em que ocorrerão as primeiras manifestações clínicas da doença e na severidade desses sintomas, podendo ser classificadas em treze tipos. Patologia: Acúmulo anormal de glicogênio nas células, decorrente de distúrbios metabólicos. Nos hepatócitos, ocorre por hiperglicemia, doença metabólica induzida por fármacos (ex: corticosteróides); deficiência enzimática relacionada a doenças de armazenamento de glicogênio, ou por tumores hepatocelulares. Etiologia: Macroscopicamente não há lesão aparente se for induzida por corticóides. Ao microscópio apresenta vacúolos claros mal delimitados de diferentes tamanhos, levando ao aumento de volume celular e a um aspecto fosco, podendo estar dentro do núcleo; um exemplo clássico é o diabetes mellitus. Fígado com aspecto normal Fígado com glicogenose (acumulo de glicogênio) DEGENERAÇÃO HIALINA DEGENERAÇÃO: • É um processo patológico reversível caracterizado por alterações morfológicas, bioquímicas e funcionais decorrentes da incapacidade celular de manter sua homeostasia; • Pode ocasionar um acúmulo de substâncias no interior das células; • A substância acumulada pode estar no citoplasma, no interior de organelas ou no núcleo celular; @juju_medresumos AS DEGENERAÇÕES SÃO AGRUPADAS DE ACORDO COM A SUBSTÂNCIA A SER ACUMULADA, PODENDO SER: • Por acúmulo de água, proteínas, lipídeos ou carboidratos. DEGENERAÇÃO HIALINA: ● Consiste no acúmulo de material proteico e acidófilo no interior de células; ● Podem ocorrer porque os excessos são apresentados às células ou porque as células sintetizam quantidades excessivas; ● Os acúmulos de proteína morfologicamente visíveis são muito menos comuns que os acúmulos de lipídios; ● Em alguns casos, a degeneração resulta da condensação de filamentos intermediários e proteínas associadas que formam corpúsculos no interior das células; em outros, representa acúmulo de material de origem viral; outras vezes, o material hialino depositado é constituído por proteínas endocitadas. ● No rim, por exemplo, quantidades mínimas de albumina filtradas pelo glomérulo são normalmente reabsorvidas por pinocitose nos túbulos contorcidos proximais. Entretanto, em distúrbios com extravasamento maciço de proteína através do filtro glomerular (p. ex., na síndrome nefrótica), ocorre reabsorção muito maior de proteína, e as vesículas contendo essa proteína se acumulam, resultando na aparência histológica de gotículas citoplasmáticas hialinas róseas. O processo é reversível; se a proteinúria diminuir, as gotículas de proteína são metabolizadas e desaparecem. ● Outro exemplo é o acentuado acúmulo de imunoglobulinas recentemente sintetizadas, que pode ocorrer no RER de alguns plasmócitos, formando os corpúsculos de Russell, redondos e eosinofílicos. DEGENERAÇÃO HIALINA DE MALLORY EM HEPATÓCITOS NO ALCOOLISMO: • Encontrado em hepatócitos de alcoólatras crônicos; • Formado por filamentos intermediários (ceratina) associados a outras proteínas do citoesqueleto; • Além do alcoolismo, é visto também na esteato-hepatite não alcoólica, na cirrose juvenil da Índia e no carcinoma hepatocelular; Corpúsculo hialino de Mallory-Denk (seta). Outros hepatócitos mostram esteatose macrovesicular. @juju_medresumos Resulta da condensação de filamentos do citoesqueleto por ação tóxica do álcool. DEGENERAÇÃO HIALINA DE FIBRAS MUSCULARES ESQUELÉTICAS E CARDÍACAS: • É originada por endotoxinas bacterianas de agressão por linfócitos T e macrófagos por desintegração de microfilamentos, o que parece estar relacionado com a ação de IL- 1(Interleucina 1) e TNF-α (Fator de Necrose Tumoral alfa) em células musculares, nas quais induzem grande atividade catabólica; • A degeneração hialina segmentar de miocélulas é compatível com reabsorção e reestruturação dos sarcômeros, mas, se muito extensa, leva a célula à morte (necrose hialina). Ao ML, muitas vezes é difícil distinguir necrose hialina de degeneração hialina acentuada. Os miócitos em apoptose podem também ter aspecto hialino Degeneração e necrose hialina de células musculares esqueléticas de camundongo infectado com Trypanosoma cruzi. (a) célula com sarcoplasma homogêneo e muito acidófilo; (b) célula fragmentada; DEGENERAÇÃO HIALINA DE CROOKE: • Esta DH é uma alteração observada nas células basofílicas hipofisárias produtoras de ACTH na Síndrome de Cushing. São caracterizados por agregados de filamentos intermediários. DEGENERAÇÃO CEREA DE ZENKER: • É secundária a processos degenerativos e necróticos celulares associados à coagulação focal de proteínas citoplasmáticas que levam ao aparecimento de massas homogêneas acidofílicas (hialinas). Ocorre principalmente na musculatura esquelética.
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