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10 2 - Civil

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RETA FINAL | DPE/BA RETA FINAL | DPE/BA 
 
 
1 
VADINHO | CRONOGRAMA 
CURSO RDP 
DIREITO PENAL 
APOSTILA 02 | RETA FINAL - DPE/BA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DIREITO CIVIL 
 
APOSTILA II 
 
RETA FINAL | DPE/BA RETA FINAL | DPE/BA 
 
 
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VADINHO | CRONOGRAMA 
CURSO RDP 
DIREITO PENAL 
APOSTILA 02 | RETA FINAL - DPE/BA 
BENS JURÍDICOS 
 
Fala, galera, de volta com Direito Civil! Iniciaremos o estudo de Bens pelo seu conceito. 
 
CONCEITO DE BENS 
São objetos, materiais ou imateriais, que possam fazer parte do patrimônio das pessoas físicas ou jurídicas. 
 
Importante notar que parte da doutrina faz distinção entre bem e coisa. 
 
BEM # COISA 
 
BEM COISA 
Para Silvio Rodrigues, bem é uma espécie de “coisa”, 
que “por serem úteis e raras, são suscetíveis de 
apropriação e contêm valor econômico”. 
"Coisa é tudo que existe objetivamente, com exclusão 
do homem". 
 
A TEORIA DO PATRIMÔNIO MÍNIMO 
 
De início, segundo o escólio de Flávio Tartuce1, “a premissa do patrimônio mínimo pode ser retirada do art. 
548 do Código Civil, pelo qual é nula a doação de todos os bens, sem a reserva do mínimo para a sobrevivência do 
doador (nulidade da doação universal).” 
 
No entanto, alerta o autor: 
 
“Mas as principais aplicações da teoria do patrimônio mínimo se referem à do bem de 
família, especificamente pelas interpretações que se faz da Lei nº 8.009/1990. Conclui-se 
que a proteção do bem de família nada mais é que a proteção do direito à moradia (art. 
6.º da CF/1988) e da dignidade da pessoa humana, seguindo a tendência de valorização 
da pessoa, bem como a solidariedade estampada no art. 3.º, I, da CF/1988. Em suma, 
falar em dignidade humana nas relações privadas significa discutir o direito à moradia, 
ou, muito mais do que isso, o direito à casa própria”. 
 
BEM IMÓVEL # BEM MÓVEL 
 
BENS IMÓVEIS 
São bens imóveis o solo e tudo quanto se lhe incorporar natural ou artificialmente. 
Art. 80. Consideram-se imóveis para os efeitos legais: 
I - os direitos reais sobre imóveis e as ações que os asseguram; 
II - o direito à sucessão aberta. 
Art. 81. Não perdem o caráter de imóveis: 
I - as edificações que, separadas do solo, mas conservando a sua unidade, forem 
removidas para outro local; 
II - os materiais provisoriamente separados de um prédio, para nele se reempregarem. 
BENS MÓVEIS 
Art. 82. São móveis os bens suscetíveis de movimento próprio, ou de remoção por força 
alheia, sem alteração da substância ou da destinação econômico-social. 
Art. 83. Consideram-se móveis para os efeitos legais: 
I - as energias que tenham valor econômico; 
II - os direitos reais sobre objetos móveis e as ações correspondentes; 
III - os direitos pessoais de caráter patrimonial e respectivas ações. 
 
1 Tartuce, Flávio Manual de direito civil: volume único/Flávio Tartuce. – 8. ed. rev, atual. e ampl. – Rio de Janeiro: Forense; São 
Paulo: MÉTODO, 2018, p. 193. 
RETA FINAL | DPE/BA RETA FINAL | DPE/BA 
 
 
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VADINHO | CRONOGRAMA 
CURSO RDP 
DIREITO PENAL 
APOSTILA 02 | RETA FINAL - DPE/BA 
IMPORTANTE: Os materiais destinados a alguma construção, enquanto não forem 
empregados, conservam sua qualidade de móveis; readquirem essa qualidade os 
provenientes da demolição de algum prédio. 
 
BENS FUNGÍVEIS # BENS CONSUMÍVEIS 
 
BENS FUNGÍVEIS BENS CONSUMÍVEIS 
São fungíveis os móveis que podem substituir-se por 
outros da mesma espécie, qualidade e quantidade. 
São consumíveis os bens móveis cujo uso importa 
destruição imediata da própria substância, sendo 
também considerados tais os destinados à alienação. 
Assim, atenção às pegadinhas de prova. Isso porque, 
por exemplo, um par de sapatos não é um bem 
consumível. 
No entanto, se esse par de sapatos estiver exposto em 
uma vitrine de loja para venda, sua natureza jurídica 
muda e ele passa a ser UM BEM CONSUMÍVEL. 
CUIDADO! 
 
BENS DIVISÍVEIS # BENS NATURALMENTE DIVISÍVEIS 
 
BENS DIVISÍVEIS BENS NATURALMENTE DIVISÍVEIS 
Bens divisíveis são os que se podem fracionar sem 
alteração na sua substância, diminuição considerável 
de valor, ou prejuízo do uso a que se destinam. 
Os bens naturalmente divisíveis podem tornar-se 
indivisíveis por determinação da lei ou por vontade das 
partes. 
 
BENS SINGULARES # BENS COLETIVOS 
 
BENS SINGULARES BENS COLETIVOS 
São singulares os bens que, embora reunidos, se 
consideram de per si, independentemente dos demais. 
Universalidade de fato e universalidade de direito. 
Vejam a tabela abaixo (é muito importante) 
 
UNIVERSALIDADE DE FATO # UNIVERSALIDADE DE DIREITO 
 
UNIVERSALIDADE DE FATO UNIVERSALIDADE DE DIREITO 
Constitui universalidade de fato a pluralidade de bens 
singulares que, pertinentes à mesma pessoa, tenham 
destinação unitária. 
Ex.: biblioteca, rebanho de gado. 
Constitui universalidade de direito o complexo de 
relações jurídicas, de uma pessoa, dotadas de valor 
econômico. 
Ex.: direito à herança, herança jacente, etc. 
 
BENS RECIPROCAMENTE CONSIDERADOS 
BEM PRINCIPAL Principal é o bem que existe sobre si, abstrata ou concretamente; 
ACESSÓRIO 
Acessório, aquele cuja existência supõe a do principal. 
GRAVITAÇÃO JURÍDICA: é o princípio pelo qual a coisa acessória segue o principal como 
regra geral. Não se aplica às pertenças, conforme veremos abaixo. 
Art. 92, CC: Principal é o bem que existe sobre si, abstrata ou concretamente; acessório, 
aquele cuja existência supõe a do principal. 
PERTENÇAS 
São pertenças os bens que, não constituindo partes integrantes, se destinam, de modo 
duradouro, ao uso, ao serviço ou ao aformoseamento de outro. 
JÁ CAIU VÁRIAS VEZES: Os negócios jurídicos que dizem respeito ao bem principal NÃO 
ABRANGEM as pertenças, salvo se o contrário resultar da lei, da manifestação de 
vontade, ou das circunstâncias do caso. Ou seja, não se aplica o princípio da 
GRAVITAÇÃO JURÍDICAS ÀS PERTENÇAS. 
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VADINHO | CRONOGRAMA 
CURSO RDP 
DIREITO PENAL 
APOSTILA 02 | RETA FINAL - DPE/BA 
Cuidado ao ler artigos, até mesmo determinados livros, que afirmam que a pertença é 
um acessório do bem principal. Gente, pertença NÃO é acessório, tanto que não se 
aplica a regra da gravitação. Ademais, o próprio CC faz a ressalva de que para ser 
pertença não pode constituir parte integrante. 
FRUTOS Fruto é algo que decorre da coisa sem a sua diminuição ou transformação. 
Ex.: coleta de frutas. 
PRODUTOS Produto, diferente dos frutos, depende da diminuição ou processo industrial de 
transformação da coisa principal (ex.: produtos industrializados). 
 
Abro um parêntese para lembrar que o STJ decidiu que havendo adaptação de veículo, em momento 
posterior à celebração do pacto fiduciário, com aparelhos para direção por deficiente físico, o devedor fiduciante 
tem direito a retirá-los quando houver o descumprimento do pacto e a consequente busca e apreensão do bem, 
isso porque os aparelhos de adaptação para direção por deficiente físico são pertenças2. STJ. 4ª Turma. REsp 
1305183-SP, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 18/10/2016 (Info 594). 
 
Nesse sentido o STJ: 
 
RECURSO ESPECIAL. ALIENAÇÃO FIDUCIÁRIA EM GARANTIA. AÇÃO DE BUSCA E 
APREENSÃO. APARELHOS DE ADAPTAÇÃO PARA CONDUÇÃO VEICULAR POR DEFICIENTE 
FÍSICO OU COM MOBILIDADE REDUZIDA. PERTENÇAS QUE NÃO SEGUEM O DESTINO DO 
PRINCIPAL (CARRO). DIREITO DE RETIRADA DAS ADAPTAÇÕES. SOLIDARIEDADE SOCIAL. 
CF/1988 E LEI Nº 13.146/2015. 1. Segundo lição de conceituada doutrina e a partir da 
classificação feita pelo Código Civil de 2002, bem principal é o que existe por si, exercendo 
sua função e finalidade, independentemente de outro; e acessório é o que supõe um 
principal para existir juridicamente. 3. Os instrumentos de adaptação para condução 
veicular por deficiente físico, em relação ao carro principal, onde estão acoplados, 
enquanto bens, classificam-se como pertenças, e por não serem parte integrante do bem 
principal, não devem ser alcançados pelonegócio jurídico que o envolver, a não ser que 
haja imposição legal, ou manifestação das partes nesse sentido. 4. É direito do devedor 
fiduciante retirar os aparelhos de adaptação para direção por deficiente físico, se 
anexados ao bem principal, por adaptação, em momento posterior à celebração do pacto 
fiduciário. 5. O direito de retirada dos equipamentos se fundamenta, da mesma forma, 
na solidariedade social verificada na Constituição Brasileira de 1988 e na Lei nº 13.146 de 
2015, que previu o direito ao transporte e à mobilidade da pessoa com deficiência ou 
com mobilidade reduzida, assim como no preceito legal que veda o enriquecimento sem 
causa. 6. Recurso especial provido. (REsp 1305183/SP, Rel. Ministro LUIS FELIPE 
SALOMÃO, QUARTA TURMA, julgado em 18/10/2016, DJe 21/11/2016) 
 
CAIU NA DPE-RS-2018-FCC: Segundo o Superior Tribunal de Justiça, os aparelhos de adaptação para direção por 
deficiente físico são pertenças.3 
 
BENFEITORIAS 
 
BENFEITORIAS 
VOLUPTUÁRIAS 
São voluptuárias as de mero deleite ou recreio, que não aumentam o uso habitual do 
bem, ainda que o tornem mais agradável ou sejam de elevado valor. Ex.: uma piscina 
colocada no jardim. 
BENFEITORIAS ÚTEIS São úteis as que aumentam ou facilitam o uso do bem. Ex.: construção de uma rampa 
para facilitar o acesso de veículo à garagem da casa. 
 
2 Ou seja, é mais uma prova de que a pertença não é um acessório. 
3 CORRETO. 
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CURSO RDP 
DIREITO PENAL 
APOSTILA 02 | RETA FINAL - DPE/BA 
BENFEITORIAS 
NECESSÁRIAS 
São necessárias as que têm por fim conservar o bem ou evitar que se deteriore. Ex.: 
impermeabilização das paredes de um quarto que apresentava mofo. 
ATENÇÃO: Não se consideram benfeitorias os melhoramentos ou acréscimos 
sobrevindos ao bem sem a intervenção do proprietário, possuidor ou detentor. 
 
BENS PÚBLICOS 
 
São públicos os bens do domínio nacional pertencentes às pessoas jurídicas de direito público interno; 
todos os outros são particulares, seja qual for a pessoa a que pertencerem. 
 
Eles podem ser: a) de uso comum do povo; b) de uso especial; c) dominical. 
 
DE USO COMUM DO POVO DE USO ESPECIAL DOMINICAL OU DOMINIAL 
São destinados ao uso do povo em 
geral. 
 
Ex.: praias, rios, mares, estradas, 
ruas e praças. 
São afetados pela Administração 
para a prestação dos serviços 
administrativos e dos serviços 
públicos em geral. 
 
Ex.: edifícios ou terrenos destinados 
a serviço ou estabelecimento da 
administração federal, estadual, 
territorial ou municipal, inclusive os 
de suas autarquias; 
 
Há uma afetação pública. 
Constituem o patrimônio das 
pessoas jurídicas de direito público, 
como objeto de direito pessoal, ou 
real, de cada uma dessas entidades. 
São bem desafetados ao interesse 
público. 
 
Ex.: terras devolutas, terrenos de 
marinha, prédios públicos 
desativados, móveis inservíveis, etc. 
 
CUIDADO: Os bens públicos 
dominicais podem ser alienados. 
 
Os bens públicos de uso comum do povo e os de uso especial são inalienáveis, enquanto conservarem a 
sua qualificação, na forma que a lei determinar. Os bens públicos não estão sujeitos a usucapião (ou seja, são 
imprescritíveis). 
 
ENUNCIADO DE SÚMULA IMPORTANTE 
Enunciado 619-STJ: A ocupação indevida de bem público configura mera detenção, de natureza precária, 
insuscetível de retenção ou indenização por acessões e benfeitorias. STJ. Corte Especial. Aprovada em 
24/10/2018, DJe 30/10/2018. 
 
Ainda sobre bens, importante a distinção entre bem de família convencional e bem de família legal. 
 
BEM DE FAMÍLIA CONVENCIONAL BEM DE FAMÍLIA LEGAL 
Previsto no art. 1711 e 1.722 do CC/02. Pode ser 
instituído por escritura pública ou testamento. Ao 
contrário do bem de família legal, é preciso ser 
instituído. 
Independe de instituição. Está previsto na Lei nº 
8.009/1990. 
 
Segundo a Lei, o imóvel residencial próprio do casal, ou 
da entidade familiar, é impenhorável e não responderá 
por qualquer tipo de dívida civil, comercial, fiscal, 
previdenciária ou de outra natureza, contraída pelos 
cônjuges ou pelos pais ou filhos que sejam seus 
proprietários e nele residam, salvo nas hipóteses 
previstas nesta lei. 
 
ENUNCIADOS DE SÚMULA SOBRE O TEMA: 
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CURSO RDP 
DIREITO PENAL 
APOSTILA 02 | RETA FINAL - DPE/BA 
Enunciado 205-STJ: A Lei nº 8.009/90 aplica-se à 
penhora realizada antes de sua vigência. 
 
Enunciado 549-STJ: É válida a penhora de bem de 
família pertencente a fiador de contrato de locação. 
 
Enunciado 486-STJ: É impenhorável o único imóvel 
residencial do devedor que esteja locado a terceiros, 
desde que a renda obtida com a locação seja revertida 
para a subsistência ou a moradia da sua família. • 
Importante. • Pela Lei nº 8.009/90, somente seria 
impenhorável o imóvel próprio utilizado pelo casal ou 
pela entidade familiar para moradia permanente. O 
STJ, por meio de uma interpretação teleológica e 
valorativa, amplia a proteção.4 
 
Enunciado 449-STJ: A vaga de garagem que possui 
matrícula própria no registro de imóveis não constitui 
bem de família para efeito de penhora. 
 
Enunciado 364-STJ: O conceito de impenhorabilidade 
de bem de família abrange também o imóvel 
pertencente a pessoas solteiras, separadas e viúvas. 
 
VAI CAIR NA SUA PROVA ORAL: o bem de família legal pode ser penhorado? E por obrigação decorrente de fiança 
concedida em contrato de locação? E se o contrato for de locação comercial? 
 
Vamos entender rapidinho. 
 
Segundo a Lei nº 8.009/90, o bem de família, como regra, é impenhorável. No entanto, o art. 3º da Lei nº 
8.009/90 traz as hipóteses em que o bem de família legal pode ser penhorado. 
 
Veja o que diz o inciso VII: 
 
Art. 3º A impenhorabilidade é oponível em qualquer processo de execução civil, fiscal, 
previdenciária, trabalhista ou de outra natureza, salvo se movido: 
 
(...) VII - por obrigação decorrente de fiança concedida em contrato de locação. 
 
A questão é: e se o contrato em que o devedor prestou a fiança for de locação COMERCIAL? É possível, 
mesmo assim, haver a penhora? 
 
Neste caso, segundo o STF, não é penhorável o bem de família do fiador no caso de contratos de locação 
comercial. Em outras palavras, não é possível a penhora de bem de família do fiador em contexto de locação 
comercial. STF. 1ª Turma. RE 605709/SP, Rel. Min. Dias Toffoli, red. p/ ac. Min. Rosa Weber, julgado em 12/6/2018 
(Info 906). 
 
 
4 CAVALCANTE, Márcio André Lopes. Súmula 486-STJ. Buscador Dizer o Direito, Manaus. Disponível em: 
https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/f9fe83f1ea3dd2108188fb7bf8aa5b3c. Acesso em: 
21/06/2021. 
RETA FINAL | DPE/BA RETA FINAL | DPE/BA 
 
 
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VADINHO | CRONOGRAMA 
CURSO RDP 
DIREITO PENAL 
APOSTILA 02 | RETA FINAL - DPE/BA 
As hipóteses excepcionais nas quais o bem de família pode ser penhorado estão previstas, taxativamente, 
no art. 3º da Lei nº 8.009/90. Tais hipóteses não admitem interpretação extensiva. A caução imobiliária oferecida 
em contrato de locação não consta como uma situação na qual o art. 3º da Lei autorize a penhora do bem de 
família. Com esse entendimento o STJ também entendeu que não é possível a penhora do bem de família mesmo 
que o proprietário tenha oferecido o imóvel como caução em contrato de locação. STJ. 3ª Turma. REsp 1873203-
SP, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 24/11/2020 (Info 683). 
 
ATENÇÃO AO JULGADO IMPORTANTE 
É possível a penhora de bem de família de condômino, na proporção de sua fração ideal, se inexistente 
patrimônio próprio do condomínio para responder por dívida oriunda de danos a terceiros. Ex.: um pedestre foi 
ferido por conta de um pedaço da fachada que nele caiu. Essa vítima terá que propor a ação contra o condomínio. 
Se o condomínio não tiver patrimônio próprio para satisfazer o débito, os condôminos podem ser chamados a 
responder pela dívida, na proporção de sua fração ideal. Mesmo queum condômino tenha comprado um 
apartamento neste prédio depois do fato, ele ainda assim poderá ser obrigado a pagar porque as despesas de 
condomínio são obrigações propter rem. O juiz poderá determinar a penhora dos apartamentos para pagamento 
da dívida mesmo que se trate de bem de família, considerando que as dívidas decorrentes de despesas 
condominiais são consideradas como exceção à impenhorabilidade do bem de família, nos termos do art. 3º, IV, 
da Lei nº 8.009/90. STJ. 4ª Turma. REsp 1473484-RS, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 21/06/2018 (Info 
631).5 
 
Atentas a essa realidade, é possível verificar que quase todas as seguradoras ao oferecerem seguro residencial 
(contra incêndio, inundação etc.) também oferecem opção de cobertura para casos de responsabilidade civil. 
Dessa forma, em vez de o imóvel ser penhorado, aciona-se o seguro e a vítima recebe da seguradora o valor que 
lhe é devido (isso, claro, considerando que o valor segurado seja suficiente para cobrir a cota parte do imóvel na 
indenização devida à vítima). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5 CAVALCANTE, Márcio André Lopes. Condôminos podem ser chamados a responder pelas dívidas do condomínio, sendo 
permitida, inclusive, a penhora do apartamento que é bem de família. Buscador Dizer o Direito, Manaus. Disponível em: 
https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/4639475d6782a08c1e964f9a4329a254. Acesso em: 
21/06/2021. 
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CURSO RDP 
DIREITO PENAL 
APOSTILA 02 | RETA FINAL - DPE/BA 
PONTO: 24. Direito das coisas. Posse. Teorias da posse. Conceito, classificação, aquisição, efeitos, proteção e perda 
da posse. Função social da posse. Teorias da função social da posse. Conceito, conteúdo e concretização da função 
social da posse. Função socioambiental da posse. 
 
DIREITO DAS COISAS 
 
Ponto extremamente delicado em Direito Civil. 
 
Vamos começar. 
 
DIREITOS REAIS X DIREITOS PESSOAIS 
 
Começamos com a distinção necessária entre direitos reais e direitos pessoais. Primeiro, há quem entenda 
que não há dicotomia entre direitos reais e pessoais; para eles, só há direitos pessoais (teoria personalista). Já para 
a teoria realista há direitos reais e direitos pessoais, sendo esta última a adotada pelo Código Civil. 
 
Em síntese: 
 
TEORIA PERSONALISTA TEORIA REALISTA 
Para esta teoria, o direito real não pode ser concebido 
como fenômeno autônomo. 
É chamada também de teoria clássica. Para esta, o 
Direito Real existe e é independente dos pessoais. 
Adotada pelo Código Civil. 
 
Já aconteceu em uma prova de o examinador indagar o candidato sobre as características dos Direitos 
Reais, a fim de que fizesse um distinguishing com os Direitos Pessoais. 
 
Assim, vamos fazer? 
 
DIREITOS REAIS DIREITOS PESSOAIS 
Erga omnes (oponível contra todos) Eficácia inter partes 
É exercido sobre a COISA Exercido contra pessoas (e não contra coisa) 
É permanente Temporário (a obrigação é extinta com o seu cumprimento) 
Dotados de direito de sequela (perseguir a coisa aonde 
ela for e com quem esteja) Não há direito de sequela 
Podem ser adquiridos por usucapião Não é possível adquirir por usucapião 
 
Como se dá a divisão dos direitos reais no Código Civil? 
 
CONTEÚDO DOS DIREITOS REAIS 
- Posse 
- Propriedade 
- Direitos reais sobre coisas alheias 
• - Direito Real de gozo ou fruição (usufruto, uso, habitação etc.) 
• - Direito Real de aquisição (aplicável à promessa de compra e venda, e.g) 
• - Direitos Reais de garantia (penhor, hipoteca e anticrese). 
 
 Agora iniciaremos o estudo da posse. 
 
 
 
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VADINHO | CRONOGRAMA 
CURSO RDP 
DIREITO PENAL 
APOSTILA 02 | RETA FINAL - DPE/BA 
DA POSSE 
 
Por uma parte da doutrina, a posse não é tratada como direito, mas sim como estado de fato. Diferente da 
propriedade, que é o direito, a posse seria a aparência da propriedade. No entanto, em provas para Defensoria 
Pública devemos sustentar (sobretudo em provas abertas) que a posse, à luz do Código Civil e da Constituição, não 
é apenas mero fato, mas um exercício de um direito constitucional. 
 
Conforme esclarece Flávio Tartuce6 a posse se trata de um direito de natureza especial, que não se 
enquadra como direito real ou pessoal. 
 
Tudo bem. 
 
Além disso, é importante que vocês saibam o que é uma obrigação propter rem. Segundo Tartuce7, 
 
“obrigações propter rem ou próprias da coisa – situam-se em uma zona intermediária 
entre os direitos reais e os direitos patrimoniais, sendo ainda denominadas obrigações 
híbridas ou ambulatórias, pois perseguem a coisa onde quer que ela esteja. Como 
exemplo, cite-se a obrigação do proprietário de um imóvel de pagar as despesas de 
condomínio. Isso pode ser retirado do art. 1.345 do CC, pelo qual o proprietário da 
unidade condominial em edifícios responde pelas dívidas anteriores que gravam a coisa. 
Esclareça-se que, com razão, o STJ tem entendido que dívidas de consumo como água, 
esgoto e energia elétrica não constituem obrigações propter rem, mas dívidas pessoais 
do usuário do serviço8. Nessa linha, quanto às dívidas de água e esgoto, colaciona-se: “é 
firme o entendimento no STJ de que o dever de pagar pelo serviço prestado pela 
agravante – fornecimento de água – é destituído da natureza jurídica de obrigação 
propter rem, pois não se vincula à titularidade do bem, mas ao sujeito que manifesta 
vontade de receber os serviços (AgRg no AREsp 2.9879/RJ, Rel. Min. Herman Benjamin, 
DJe 22.05.2012)” 
 
Saibam distinguir, ainda, o jus possidendi do jus possessionis. 
 
JUS POSSIDENDI JUS POSSESSIONIS 
Posse que decorre da propriedade ou de outro direito 
real. 
Não decorre da propriedade, mas sim do exercício da 
posse pura. 
 
 Para explicar o que seria posse, alguns doutrinadores criaram teorias, e estas sempre são cobradas em 
nossas provas. 
 
 Vamos entender: 
 
TEORIA SUBJETIVA TEORIA OBJETIVA TEORIA SOCIAL 
Proposta por Savigny. Para ele, só 
tem posse quem detiver a coisa 
em seu poder (corpus) com a 
Ihering pensava diferente. Para ele, a 
posse é objetiva. Bastava que o 
indivíduo tivesse a coisa em seu poder, 
Para Saleilles, Ihering tinha razão. 
No entanto, somado aos requisitos 
de Ihering (corpus), a posse só 
poderia ter proteção jurídica 
 
6 Tartuce, Flávio Manual de direito civil: volume único/Flávio Tartuce. – 8. ed. rev, atual. e ampl. – Rio de Janeiro: Forense; São 
Paulo: MÉTODO, 2018, p. 873. 
7 Idem, p.873. 
8 É esse entendimento que obsta, por exemplo, que uma imobiliária cobre do atual locatário os débitos de água e energia 
elétrica que foram gerados e não pagos pelo locatário anterior (desde que, claro, não tenha havido qualquer tipo de conluio 
entre os locatários em questão). 
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vontade de ser dono (animus 
domini). 
 
Adotada pelo Código Civil com 
relação à usucapião. 
exercendo poderes de proprietário 
(corpus). 
 
Adotada pelo Código Civil como regra. 
quando realizada com a finalidade 
socioeconômica. 
 
Tem ganhado força na doutrina, 
sobretudo no que diz respeito à 
função socioambiental da posse, 
que veremos abaixo. 
 
FUNÇÃO SOCIOAMBIENTAL DA POSSE/PROPRIEDADE SEGUNDO FLÁVIO TARTUCE 
 
 Sobre a função socioambiental da posse, Flávio Tartuce9 explica que: 
 
“a norma geral civil brasileira foi além de tratar da função social, pois ainda consagra a 
função socioambiental da propriedade. Há tanto uma preocupação com o ambiente 
natural (fauna, flora, equilíbrio ecológico, belezas naturais, ar e águas), como com o 
ambiente cultural (patrimônio cultural e artístico). Exemplificando, o proprietário de uma 
fazenda, no exercício do domínio, deve ter cuidado para não queimar uma floresta e 
também para não destruir um sítio arqueológico. Ainda ilustrando, o proprietário de um 
imóvel em Ouro Preto, Minas Gerais, deve tera devida diligência para não causar danos 
a um prédio vizinho que seja tombado, sobre o qual há interesse de toda a humanidade. 
O art. 1.228, § 1.º, do CC, acabou por especializar na lei civil o que consta do art. 225 da 
Constituição Federal, dispositivo este que protege o meio ambiente como um bem difuso 
e que visa à sadia qualidade de vida das presentes e futuras gerações”. 
 
É importante lembrar que o Superior Tribunal de Justiça tem entendido que o novo proprietário de um 
imóvel é obrigado a fazer sua recuperação ambiental, mesmo não sendo o causador dos danos, nesse sentido: 
 
“Ação civil pública. Danos ambientais. Responsabilidade do adquirente. Terras rurais. 
Recomposição. Matas. Recurso especial. Incidência da Súmulas 7/STJ e 283/STF. I – Tendo 
o Tribunal a quo, para afastar a necessidade de regulamentação da Lei nº 7.803/1989, 
utilizado como alicerce a superveniência das Leis nº 7.857/1989 e nº 9.985/2000, bem 
assim o contido no art. 225 da Constituição Federal, e não tendo o recorrente enfrentado 
tais fundamentos, tem-se impositiva a aplicação da Súmula 283/STF. II – Para analisar a 
tese do recorrente no sentido de que a área tida como degradada era em verdade 
coberta por culturas agrícolas, seria necessário o reexame do conjunto probatório que 
serviu de supedâneo para que o Tribunal a quo erigisse convicção de que foi desmatada 
área ciliar. III – O adquirente do imóvel tem responsabilidade sobre o desmatamento, 
mesmo que o dano ambiental tenha sido provocado pelo antigo proprietário. 
Precedentes: REsp 745.363/PR, Rel. Min. Luiz Fux,DJ 18.10.2007; REsp 926.750/MG, Rel. 
Min. Castro Meira,DJ 04.10.2007; e REsp 195.274/PR, Rel. Min. João Otávio de 
Noronha,DJ 20.06.2005. IV – Agravo regimental improvido” (STJ, AgRg no REsp 
471.864/SP, 1.ª Turma, Rel. Min. Francisco Falcão, j. 18.11.2008, DJe 01.12.2008). 
 
Assim, de forma alguma o interesse do particular em relação a sua propriedade é algo absoluto; primeiro, 
porque é sedimentado na doutrina e jurisprudência que não existem direitos absolutos. Segundo, o direito de 
propriedade deve ser analisado em conjunto com todo o contexto social em que está inserido, sempre pensando 
na função da sociabilidade fortalecida pelo atual Código Civil. 
 
 
9 Idem, p. 916/917. 
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Voltando sobre as teorias da posse, Flávio Tartuce10 esclarece que “entre as duas teorias (objetiva e 
subjetiva), é forçoso concluir que o CC/2002, a exemplo do seu antecessor, adotou parcialmente a teoria objetivista 
de Ihering, pelo que consta do seu art. 1.196. Enuncia tal comando legal: “Considera-se possuidor todo aquele que 
tem de fato o exercício, pleno ou não, de algum dos poderes inerentes à propriedade”. Em suma, basta o exercício 
de um dos atributos do domínio para que a pessoa seja considerada possuidora. Ilustrando, o locatário, o 
usufrutuário, o depositário e o comodatário são possuidores, podendo fazer uso das ações possessórias. Pela atual 
codificação privada, pode-se dizer que todo proprietário é possuidor, mas nem todo possuidor é proprietário”. 
 
Mas o Código Civil traz o conceito de posse? 
 
Não. Ele diz quem é o possuidor, vejam: 
 
POSSUIDOR PARA O CÓDIGO CIVIL 
Art. 1.196. Considera-se possuidor todo aquele que tem de fato o exercício, pleno ou não, de algum dos poderes 
inerentes à propriedade. 
 
POSSUIDOR # DETENTOR 
 
POSSUIDOR DETENTOR (FÂMULO DA POSSE) 
Todo aquele que tem de fato o exercício, pleno ou não, 
de algum dos poderes inerentes à propriedade. 
O detentor não exerce posse, pois ele utiliza a coisa em 
nome de outra pessoa. O Código Civil afirma que não 
induzem posse os atos de mera permissão ou 
tolerância assim como não autorizam a sua aquisição 
os atos violentos, ou clandestinos, senão depois de 
cessar a violência ou a clandestinidade. 
Ex.: caseiro. 
 
CLASSIFICAÇÃO DA POSSE 
 
POSSE DIRETA # INDIRETA 
 
POSSE DIRETA POSSE INDIRETA 
É o exercício da posse direta sobre a coisa. 
 
Ex.: quem reside em uma casa alugada tem a posse 
direta sobre o imóvel locado. 
O possuidor indireto não tem contato físico direto com 
a coisa. Deve, em regra, respeitar o direito do 
possuidor direto da coisa. 
 
Ex.: o dono do imóvel alugado. Apesar de ser o 
proprietário, não tem a posse direta, mas a indireta. 
 
 Um dos artigos que mais caem sobre a posse é o 1.197, onde fica claro que a posse direta NÃO anula a 
indireta, e o que o possuidor DIRETO pode defender a posse, inclusive contra o possuidor INDIRETO. 
 
Vejam: 
 
Art. 1.197. A posse direta, de pessoa que tem a coisa em seu poder, temporariamente, em virtude de direito 
pessoal, ou real, não anula a indireta, de quem aquela foi havida, podendo o possuidor direto defender a sua posse 
contra o indireto. 
 
 É possível, portanto, que o possuidor DIRETO (no exemplo dado acima, o locatário), proponha ações 
possessórias contra o possuidor INDIRETO (o dono do imóvel, no caso o locador). 
 
10 Idem, p. 875. 
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 O que seria, ainda, uma posse com título e sem título? 
 
POSSE COM TÍTULO POSSE SEM TÍTULO 
Segundo Flávio Tartuce11, posse com título é a situação 
em que há uma causa representativa da transmissão 
da posse, caso de um documento escrito, como ocorre 
na vigência de um contrato de locação ou de 
comodato, por exemplo. 
Posse sem título, entretanto, é a situação em que não 
há uma causa representativa, pelo menos aparente, da 
transmissão do domínio fático. Exemplo: alguém acha 
um tesouro, depósito de coisas preciosas, sem a 
intenção de fazê-lo. Nesse caso, a posse é qualificada 
como um ato-fato jurídico, pois não há uma vontade 
juridicamente relevante para que exista um ato 
jurídico. 
 
Mas você sabe o que significa COMPOSSE? 
 
COMPOSSE 
A composse ou compossessão, segundo Flávio Tartuce,12 é a situação pela qual duas ou mais pessoas exercem, 
simultaneamente, poderes possessórios sobre a mesma coisa (condomínio de posses), o que pode ter origem 
inter vivos ou mortis causa. Cite-se a hipótese de doação conjuntiva, para dois donatários, que terão a posse de 
um imóvel. 
 
DE OLHO NO CC/02: Art. 1.199. Se duas ou mais pessoas possuírem coisa indivisa, poderá cada uma exercer 
sobre ela atos possessórios, contanto que não excluam os dos outros compossuidores. 
 
Essa composse pode ser PRO INDIVISO ou PRO DIVISO13. 
 
COMPOSSE PRO INDIVISO 
OU INDIVISÍVEL 
COMPOSSE PRO DIVISO 
OU DIVISÍVEL 
Para o autor, os compossuidores têm fração ideal da 
posse, pois não é possível determinar, no plano fático 
e corpóreo, qual a parte de cada um. 
Exemplo: dois irmãos têm a posse de uma fazenda e 
ambos a exercem sobre todo o imóvel, retirando dele 
produção de hortaliças. 
Neste caso, “cada compossuidor sabe qual a sua parte, 
que é determinável no plano fático e corpóreo, 
havendo uma fração real da posse. 
Exemplo: dois irmãos têm a composse de uma fazenda, 
que é dividida ao meio por uma cerca. Em metade dela 
um irmão tem uma plantação de rabanetes; na outra 
metade, o outro irmão cultiva beterrabas”. 
 
POSSE JUSTA # POSSE INJUSTA 
 
É impressionante que essa diferenciação sempre seja objeto de questionamento, principalmente porque a 
maioria dos concurseiros confundem posse injusta com posse de má-fé. Mas vocês não. Vamos aprender 
(relembrar) agora. 
 
POSSE JUSTA POSSE INJUSTA POSSE DE BOA FÉ POSSE DE MÁ FÉ 
É o conceito por exclusão. 
A posse será justa quando 
não for violenta, 
clandestina e precária. 
A posse será injusta 
quando for violenta, 
clandestina e precária. 
É de boa-fé a posse se o 
possuidor ignora o vício, 
ou o obstáculo que 
impede a aquisição da 
coisa. 
É justamente o contrário 
da posse de boa fé. 
É de má-fé a posse, se o 
possuidor conhece o vício, 
ou o obstáculo que 
 
11 Idem, p. 886. 
12 Idem, p. 906. 
13 Diferenciaçãofeita por Flávio Tartuce. Idem, p. 907. 
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impede a aquisição da 
coisa. 
 
POSSE INJUSTA E SUAS ESPÉCIES 
 
 A posse injusta tem três espécies: a) clandestina; b) precária; c) violenta. 
 
POSSE 
CLANDESTINA É a adquirida através de um processo de ocultamento, às escondidas. 
POSSE 
PRECÁRIA 
Adquirida com abuso de confiança. A maioria da doutrina entende que essa posse é a única 
que não se convalida no tempo (impossível adquirir por usucapião, por exemplo). No entanto, 
Tartuce informa que a doutrina mais moderna tem entendido que em razão da função social 
da posse, poderia ser possível o reconhecimento de eventual convalidação, a depender do 
caso concreto. 
Ex.: pessoa que empresta um imóvel para um colega morar, e desaparece por mais de 20 
anos. Neste caso, apesar da posse ser precária (pois o imóvel fora dada em comodato), há 
quem sustente que seria possível a usucapião em face da função social da posse e da 
propriedade. 
Se, por um lado, há a precariedade da posse, por outro há a necessidade de se manter 
segurança jurídica nas relações entre as pessoas (a segurança jurídica é elemento que deve 
ser sempre considerado) e a necessidade de se evitar o abuso de direito (art. 187, CC) por 
parte daquele que não exerce a função social da propriedade (a ninguém é dada a 
possibilidade de ser amparado de forma permanente pelo Direito). 
POSSE 
VIOLENTA Quando é adquirida pela força contra o justo possuidor. 
 
Muito importante! O STJ decidiu, em 16/03/2020, que a existência de contrato de arrendamento 
mercantil do bem móvel impede a aquisição de sua propriedade pela usucapião, contudo, verificada a 
prescrição da dívida, inexiste óbice legal para prescrição aquisitiva. REsp 1.528.626-RS, Rel. Min. Luis 
Felipe Salomão, Rel. Acd. Min. Raul Araújo, Quarta Turma, por maioria, julgado em 17/12/2019, DJe 
16/03/2020. 14 
 
POSSE AD INTERDICTA # POSSE AD USUCAPIONEM 
 
POSSE AD INTERDICTA POSSE AD USUCAPIONEM 
Confere ao possuidor o direito de utilizar dos interditos 
possessórios (reintegração de posse, interdito 
proibitório e manutenção de posse). 
É a posse com base na teoria Subjetiva de Savigny, pois 
é apta a gerar usucapião. Além do corpus (contato 
físico com a coisa), o possuidor a utiliza como se fosse 
o verdadeiro dono. 
Só é possível falar em usucapião se a posse for ad 
usucapionem. 
 
14 Para o STJ, a princípio, a existência de contrato de arrendamento mercantil do bem móvel impede a aquisição de sua 
propriedade pela usucapião, em vista da precariedade da posse exercida pelo devedor arrendatário. No caso, apesar do 
contrato de arrendamento, que tornava possível o manejo da ação para a cobrança das prestações em atraso e ensejava, 
concomitantemente, a reintegração de posse, permaneceu inerte o credor arrendante. Após o transcurso do prazo de cinco 
anos, no qual se verificou a prescrição do direito do credor arrendante, a autora da ação de usucapião permaneceu com a 
posse do veículo, que adquirira do devedor arrendatário, por mais de cinco anos, fato que ensejou a ocorrência da prescrição 
aquisitiva. Destaca-se que a usucapião, nesses casos, independe de justo título ou de boa-fé, nos termos do art. 1.261 do 
Código Civil. Logo, os vícios que inicialmente maculavam a posse, após o decurso de cinco anos, qualificados pela inação do 
titular do direito de propriedade, entidade arrendante, desapareceram. Assim, a lei torna irrelevantes aqueles vícios 
inicialmente ocorrentes e passa a proteger a posse e legitimar a propositura da ação de usucapião do bem móvel. 
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Segundo Flávio Tartuce15, a posse ad usucapionem – 
exceção à regra, é a que se prolonga por determinado 
lapso de tempo previsto na lei, admitindo-se a 
aquisição da propriedade pela usucapião, desde que 
obedecidos os parâmetros legais. Em outras palavras, 
é aquela posse com olhos à usucapião (posse 
usucapível), pela presença dos seus elementos. A posse 
ad usucapionem deve ser mansa, pacífica, duradoura 
por lapso temporal previsto em lei, ininterrupta e com 
intenção de dono (animus domini – conceito de 
Savigny). Além disso, em regra, deve ter os requisitos 
do justo título e da boa-fé. 
 
No informativo 656 do STJ, publicado em 13/09/2019 entendeu-se que é possível a usucapião de bem 
móvel proveniente de crime após cessada a clandestinidade ou a violência. REsp 1.637.370-RJ, Rel. Min. Marco 
Aurélio Bellizze, Terceira Turma, por maioria, julgado em 10/09/2019, DJe 13/09/2019. Esse julgado é bem 
importante e com certeza será objeto de questionamentos em provas futuras: 
 
Para a Corte, estatui o art 1.208 do Código Civil que não induzem posse os atos de mera permissão ou 
tolerância assim como não autorizam a sua aquisição os atos violentos, ou clandestinos, senão depois de cessar a 
violência ou a clandestinidade. Além disso, pode-se dizer que o furto se equipara ao vício da clandestinidade, 
enquanto o roubo se contamina pelo vício da violência. Assim, a princípio, a obtenção da coisa por meio de 
violência, clandestinidade ou precariedade caracteriza mera apreensão física do bem furtado, não induzindo a 
posse. Nesse sentido, é indiscutível que o agente do furto, enquanto não cessada a clandestinidade ou escondido 
o bem subtraído, não estará no exercício da posse, caracterizando-se assim a mera apreensão física do objeto 
furtado. Daí por que, inexistindo a posse, também não se dará início ao transcurso do prazo de usucapião. É essa 
ratio que sustenta a conclusão de que a res furtiva não é bem hábil à usucapião. Porém, a contrário sensu do 
dispositivo transcrito, uma vez cessada a violência ou a clandestinidade, a apreensão física da coisa induzirá à posse. 
Portanto, não é suficiente que o bem sub judice seja objeto de crime contra o patrimônio para se generalizar o 
afastamento da usucapião. É imprescindível que se verifique, nos casos concretos, se houve a cessação da 
clandestinidade, especialmente quando o bem furtado é transferido a terceiros de boa-fé. O exercício ostensivo da 
posse perante a comunidade, ou seja, a aparência de dono é fato, por si só, apto a provocar o início da contagem 
do prazo de prescrição, ainda que se possa discutir a impossibilidade de transmudação da posse viciada na sua 
origem em posse de boa-fé. Frisa-se novamente que apenas a usucapião ordinária depende da boa-fé do possuidor, 
de forma que ainda que a má-fé decorra da origem viciada da posse e se transmita aos terceiros subsequentes na 
cadeia possessória, não há como se afastar a caracterização da posse manifestada pela cessação da clandestinidade 
da apreensão física da coisa móvel. E, uma vez configurada a posse, independentemente da boa-fé estará em curso 
o prazo da prescrição aquisitiva. Em síntese, a boa-fé será relevante apenas para a determinação do prazo menor 
ou maior a ser computado. 
 
POSSE VELHA # POSSE NOVA 
 
POSSE VELHA POSSE NOVA 
Aquela em que o ato de apreensão da coisa já passou de 
um ano e um dia. 
Data menos de um ano e dia. É o contrário da posse 
velha. 
OBS.: O NCPC, em seu art. 558, prevê que o 
procedimento especial das ações possessórias se 
aplica apenas para as ações de força nova (que sejam 
posse nova). As ações fundadas em posse velha 
 
15 Idem, p. 887. 
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(força velha), serão regidas pelo procedimento 
comum, ainda que não percam o caráter possessório. 
 
POSSE A DOMINO # POSSE A NON DOMINO 
 
POSSE A DOMINO POSSE A NON DOMINO 
É a posse exercida pelo dono da coisa. É a posse exercida por quem não é o dono da coisa. 
 
CONSTITUTO POSSESSÓRIO # TRADITIO BREVI MANU 
 
CONSTITUTO POSSESSÓRIO OU 
CLÁUSULA CONSTITUTI 
TRADITIO BREVI MANU 
Aqueleque possuía em nome próprio passa a possuir 
em nome alheio. 
 
Ex.: o proprietário aliena a casa, mas no contrato de 
compra e venda põe uma cláusula que este ficará 
sendo o locatário (isto é, permanecerá morando e 
pagando aluguel por um período). 
É o contrário do constituto possessório. 
 
 
Ex.: o locatário adquire a casa e passa a possuir em 
nome próprio. 
 
Portanto, a traditio brevi manu é o inverso do 
constituto possessório. 
 
Para decorarem, tenham em mente que brevi manu 
tem uma tradução próxima a “mão perto”. Assim, a 
tradição da coisa, traditio, ocorre à mão perto, ou seja, 
ela já está em poder do adquirente. Só que antes, 
possuía em nome alheio; agora possui em nome 
próprio. 
 
INTERDITOS POSSESSÓRIOS 
 
 Antes de falarmos sobre os interditos possessórios, é importante ressaltar que em novembro 2019 foi 
aprovado mais um enunciado de súmula pelo STJ, o de nº 637, nos seguintes termos: 
 
Enunciado nº 637 do STJ: “O ente público detém legitimidade e interesse para intervir, incidentalmente, na ação 
possessória entre particulares, podendo deduzir qualquer matéria defensiva, inclusive, se for o caso, o domínio". 
 
Sobre o presente enunciado, Márcio Cavalcante (Dizer o Direito) lembra que: 
 
(...) Quando se trata de bens públicos, não se pode exigir da Administração Pública que 
demonstre o poder físico sobre o imóvel, para que se caracterize a posse sobre o bem. 
Esse procedimento é incompatível com a amplitude das terras públicas, notadamente 
quando se refere a bens de uso comum e dominicais. A posse do Estado sobre seus bens 
deve ser considerada permanente, independendo de atos materiais de ocupação, sob 
pena de tornar inviável conferir aos bens do Estado a proteção possessória. Disso decorre 
que a ocupação dos bens públicos por particulares não significa apenas um ato contrário 
à propriedade do Estado, mas também um verdadeiro ato de esbulho contra a posse da 
Administração Pública sobre esses bens. Desse modo, se dois particulares estão 
discutindo a posse de um bem público e há a oposição do Poder Público, este também 
estará discutindo a posse do Estado sobre a área. 
 
Ressalte-se que já entendeu o STJ que em ação possessória entre particulares é cabível o oferecimento de 
oposição pelo ente público, alegando- se incidentalmente o domínio de bem imóvel como meio de demonstração 
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da posse. STJ. Corte Especial. EREsp 1.134.446-MT, Rel. Min. Benedito Gonçalves, julgado em 21/03/2018 (Info 
623). 
 
Portanto, atualize o seu material, pois esse enunciado de súmula vai despencar. 
 
Dando continuidade, saibam que os interditos possessórios são ações judiciais (atenção à natureza jurídica 
dos interditos) à disposição do possuidor, quando este se sentir ameaçado ou ofendido no exercício de seu direito. 
Temos, em síntese, três interditos possessórios: a) reintegração de posse, em caso de esbulho; b) manutenção de 
posse, em caso de turbação; e c) interdito proibitório, nos casos de ameaça. 
 
ESBULHO O possuidor é completamente pedido de utilizar-se da coisa por ato de terceiros. A medida 
judicial adequada é a reintegração da posse. 
TURBAÇÃO O possuidor sofre o embaraço na posse, mas não há ainda perda da totalidade da posse. É 
um momento prévio ao esbulho. A ação judicial adequada é a manutenção de posse. 
AMEAÇA 
O possuidor é ameaçado. Não há turbação nem esbulho ainda. A medida judicial correta é a 
ação de interdito proibitório (cuidado para não confundir com o gênero interdito 
POSSESÓRIO, que abrange as três ações vistas aqui). 
 
No entanto, como bem lembra Flávio Tartuce, 
 
“as diferenças práticas em relação às três ações pouco interessam, uma vez que o art. 
554 do CPC/2015 – na linha do art. 920 do CPC/1973 –, continua a consagrar a 
fungibilidade total entre as três medidas, nos seguintes termos: “A propositura de uma 
ação possessória em vez de outra não obstará a que o juiz conheça do pedido e outorgue 
a proteção legal correspondente àquela, cujos pressupostos estejam provados”. Pelo que 
consta do novo dispositivo instrumental, uma ação possessória pode ser convertida em 
outra livremente, se for alterada a situação fática que a fundamenta, ou seja, HÁ A 
POSSIBILIDADE DE TRANSMUDAÇÃO DE UMA AÇÃO EM OUTRA.” 
 
JULGADOS DO STJ SOBRE O TEMA 
TESE 01: Como vimos, em ação possessória entre particulares é cabível o oferecimento de oposição pelo ente 
público, alegando-se incidentalmente o domínio de bem imóvel como meio de demonstração da posse. STJ. 
Corte Especial. EREsp 1134446-MT, Rel. Min. Benedito Gonçalves, julgado em 21/03/2018 (Info 623).16 
 
TESE 02: O terreno do proprietário foi invadido por inúmeras pessoas de baixa renda. O proprietário ingressou 
com ação de reintegração de posse, tendo sido concedida a medida liminar, mas nunca cumprida mesmo após 
vários anos. Vale ressaltar que o Município e o Estado fizeram toda a infraestrutura para a permanência das 
pessoas no local. Diante disso, o juiz, de ofício, converteu a ação reintegratória em indenizatória (desapropriação 
indireta), determinando a emenda da inicial, a fim de promover a citação do Município e do Estado para 
apresentar contestação e, em consequência, incluí-los no polo passivo da demanda. O STJ afirmou que isso 
estava correto e que a ação possessória pode ser convertida em indenizatória (desapropriação indireta) - ainda 
que ausente pedido explícito nesse sentido - a fim de assegurar tutela alternativa equivalente (indenização) ao 
particular que teve suas térreas invadidas. STJ. 1ª Turma. REsp 1442440-AC, Rel. Min. Gurgel de Faria, julgado 
em 07/12/2017 (Info 619).17 
 
 
16 CAVALCANTE, Márcio André Lopes. Ação possessória entre particulares e possibilidade de oposição do ente público. 
Buscador Dizer o Direito, Manaus. Disponível em: 
https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/5e5dd00d770ef3e9154a4257edcb80b8. Acesso em: 
21/06/2021. 
17 CAVALCANTE, Márcio André Lopes. Conversão da ação reintegratória em indenizatória. Buscador Dizer o Direito, Manaus. 
Disponível em: https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/7ec69dd44416c46745f6edd947b470cd. 
Acesso em: 21/06/2021. 
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DESFORÇO IMEDIATO # LEGÍTIMA DEFESA DA POSSE 
 
 O desforço imediato nada mais é que a utilização da autotutela em defesa da posse. A pessoa esbulhada 
reage e retoma a coisa. É permitido pelo Código Civil no § 1º do art. 1.21018. Não se confunde com a legítima defesa 
da posse, vejam: 
 
DESFORÇO IMEDIATO LEGÍTIMA DEFESA DA POSSE 
Havendo esbulho, a medida cabível é o desforço 
imediato, visando à retomada do bem esbulhado. 
Nos casos de ameaça e turbação, em que o atentado à 
posse não foi definitivo, cabe a legítima defesa. 
Assim: no desforço imediato JÁ HOUVE O ESBULHO; na legítima defesa da posse, ainda não se chegou a esse 
estágio (está em um momento prévio e o possuidor tenta evitá-lo). 
 
PERDA DA POSSE 
 
PERDA DA POSSE 
o Perde-se a posse quando cessa, embora contra a vontade do possuidor, o poder sobre o bem, ao qual se 
refere o art. 1.196. 
 
o Só se considera perdida a posse para quem não presenciou o esbulho, quando, tendo notícia dele, se abstém 
de retornar a coisa, ou, tentando recuperá-la, é violentamente repelido. 
 
Visto o conteúdo sobre posse, precisamos entrar no complexo tema chamado DIREITO DE PROPRIEDADE. 
 
Vamos juntos? 
 
ROL DOS DIREITOS REAIS 
 
Vamos relembrar: quais são os direitos reais? 
 
ESPÉCIES DE DIREITOS REAIS 
Art. 1.225. São direitos reais: 
I - a propriedade (IMPORTANTÍSSIMO) 
II - a superfície; 
III - as servidões; 
IV - o usufruto; 
V - o uso; 
VI - a habitação; 
VII - o direito do promitente comprador do imóvel; 
VIII - o penhor; 
IX - a hipoteca; 
X - a anticrese. 
XI - a concessão de uso especial parafins de moradia (IMPORTANTÍSSIMO) 
XII - a concessão de direito real de uso; 
XIII - a laje (IMPORTANTÍSSIMO) 
 
 Focaremos agora sobre propriedade. 
 
 
 
18 § 1º O possuidor turbado, ou esbulhado, poderá manter-se ou restituir-se por sua própria força, contanto que o faça logo; 
os atos de defesa, ou de desforço, não podem ir além do indispensável à manutenção, ou restituição da posse. 
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PROPRIEDADE 
 
Inicialmente, o que é propriedade e qual sua diferença para domínio? 
 
PROPRIEDADE DOMÍNIO 
O Código Civil não traz o conceito de propriedade, mas 
traz o que o proprietário pode fazer. 
Segundo o art.1.228, o proprietário tem a faculdade de 
usar, gozar e dispor da coisa, e o direito de reavê-la do 
poder de quem quer que injustamente a possua ou 
detenha. 
Atentem, portanto, para seus requisitos: usar, gozar, 
dispor e REAVER a coisa (o último tende a ser mais 
cobrado pois muitos candidatos esquecem dele). 
Já o domínio é a faculdade de dominação total da 
coisa, não apenas a de usar a coisa, mas a de gozar e 
tirar frutos. 
Cristiano Chaves e Nelson Rosenvald entendem que o 
domínio se refere ao conteúdo interno da 
propriedade. 
Vale a pena registrar que para alguns doutrinadores, 
propriedade e domínio são sinônimos. 
 
ELEMENTOS DO DIREITO DE PROPRIEDADE 
JUS UTENDI Direito de usar a coisa. 
JUS FRUENDI Direito de gozar (tirar frutos naturais ou civis e/ou produtos) 
JUS ABUTENDI Direito de dispor da coisa (vender, gravar de ônus, destruir, transformar, dividir, etc.) 
JUS VINDICANDI Direito de reaver a coisa com quem injustamente a possua ou a detenha. É, em outras 
palavras, o direito de sequela. 
 
Os atributos da propriedade são quatro: Gozar, Reaver, Usar, Dispor. Para decorar, é só decorar a expressão 
“GRUD”: 
 
G-OZAR 
R-EAVER 
U-SAR 
D-DISPOR 
 
 Vejamos agora as classificações da propriedade segundo o mestre Flávio Tartuce19: 
 
PROPRIEDADE PLENA 
OU ALODIAL 
“O proprietário tem consigo os atributos de gozar, usar, reaver e dispor da coisa. 
Todos esses caracteres estão em suas mãos de forma unitária, sem que terceiros 
tenham qualquer direito sobre a coisa”. 
PROPRIEDADE 
LIMITADA OU RESTRITA 
“Recai sobre a propriedade algum ônus, caso da hipoteca, da servidão ou usufruto; 
ou quando a propriedade for resolúvel, dependente de condição ou termo (art. 1.359 
do CC).” 
NUA 
PROPRIEDADE 
“Corresponde à titularidade do domínio, ao fato de ser proprietário e de ter o bem 
em seu nome. Costuma-se dizer que a nua propriedade é aquela despida dos atributos 
do uso e da fruição (atributos diretos ou imediatos)”. 
DOMÍNIO 
ÚTIL 
“Corresponde aos atributos de usar, gozar e dispor da coisa. Dependendo dos 
atributos que possui, a pessoa que o detém recebe uma denominação diferente: 
superficiário, usufrutuário, usuário, habitante, promitente comprador etc. Por tal 
divisão, uma pessoa pode ser o titular (o proprietário) tendo o bem registrado em seu 
nome ao mesmo tempo em que outra pessoa possui os atributos de usar, gozar e até 
dispor daquele bem em virtude de um negócio jurídico, como ocorre no usufruto, na 
superfície, na servidão, no uso, no direito real de habitação, no direito do promitente 
comprador, no penhor, na hipoteca e na anticrese. Ilustrando de forma mais 
profunda, no usufruto percebe-se uma divisão proporcional dos atributos da 
 
19 Idem, p. 912/913. 
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propriedade: o nuproprietário mantém os atributos de dispor e reaver a coisa; 
enquanto, que o usufrutuário tem os atributos de usar e fruir (gozar) da coisa.” 
 
LIMITAÇÕES AO DIREITO DE PROPRIEDADE 
 
O direito de propriedade não é absoluto. Isso quer dizer que ainda que você seja dono de uma coisa, você 
não pode fazer o que bem entender. Isso porque existe, em contrapartida, a função social da propriedade, 
lembram? Em razão disso, há algumas limitações ao direito de propriedade que precisamos ver, sendo elas 
voluntárias, legais e judiciais: 
 
LIMITAÇÕES VOLUNTÁRIAS LIMITAÇÕES LEGAIS LIMITAÇÕES JUDICIAIS 
É a limitação determinada pela 
vontade do proprietário ou de um 
terceiro. 
- Direito de vizinhança 
- Limitações administrativas 
- Função social da propriedade 
- Desapropriação 
A limitação da propriedade 
também pode ser determinada 
pelo Poder Judiciário, para 
conseguir alcançar uma 
finalidade em determinado 
processo. 
 
AQUISIÇÃO DA PROPRIEDADE 
 
ORIGINÁRIA DERIVADA 
A propriedade é adquirida sem intermédio de relação 
jurídica com outro proprietário. 
Ex.: usucapião, achado de tesouro, desapropriação, 
acessões naturais, etc. 
Diferente do modo originário, a aquisição derivada 
decorre de uma relação negocial entre o alienante e o 
adquirente, seja por atos inter vivos ou causa mortis. 
Ex.: alienação, herança, etc. 
 
Como bem esclarece Flávio Tartuce20, nas formas originárias, há um contato direto da pessoa com a coisa, 
sem qualquer intermediação pessoal. Nas formas derivadas, há intermediação subjetiva. De início, o esquema a 
seguir demonstra quais são as formas de aquisição originária e derivada da propriedade imóvel: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
20 Idem, p. 932. 
Imagem extraída do livro Manual de Direito Civil - Flávio Tartuce 
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SISTEMAS DE AQUISIÇÃO DA PROPRIEDADE 
 
AQUISIÇÃO PELO CONTRATO 
(MODELO FRANCÊS) 
AQUISIÇÃO PELA TRANSCRIÇÃO OU TRADIÇÃO 
(MODELO ALEMÃO) 
O negócio jurídico, desde que válido, seria suficiente 
para a transmissão da propriedade. 
É o adotado na França. 
A propriedade não se transmite simplesmente pelo 
contrato, mas somente após a tradição (móveis) e pela 
transcrição (imóveis). 
 
É o modelo adotado pelo Brasil. 
 
USUCAPIÃO DE BEM IMÓVEL 
 
CONCEITO 
A usucapião pode ser conceituada como uma forma originária de aquisição de propriedade. Analisaremos abaixo 
as espécies de usucapião. 
 
ESPÉCIES DE USUCAPIÃO 
USUCAPIÃO EXTRAORDINÁRIA: posse ad usucapionem + prazo de 15 anos + não precisa comprovar boa fé ou 
justo título. 
 
USUCAPIÃO EXTRAORDINÁRIA COM PRAZO REDUZIDO: posse ad usucapionem + prazo de 10 anos + 
estabelecimento no imóvel da moradia habitual do possuidor ou realização de obras ou serviços de caráter 
produtivo. 
 
USUCAPIÃO ORDINÁRIA: posse ad usucapionem + prazo de 10 anos + boa-fé e justo título. 
 
USUCAPIÃO ORDINÁRIA TABULAR: posse ad usucapionem + 5 anos de posse + justo título e boa-fé + aquisição 
onerosa seguida de registro cancelado posteriormente + moradia ou investimento de interesse social ou 
econômico. 
 
Reparem que nas espécies acima não há qualquer menção ao tamanho do imóvel, no que se diferem das 
espécies que serão vistas abaixo: 
 
USUCAPIÃO ESPECIAL URBANA INDIVIDUAL OU PRO MISERO: posse ad usucapionem + 5 anos + não precisa 
comprovar boa fé ou ter justo título + moradia do possuidor ou de sua família + imóvel com no MÁXIMO 250 
metros quadrados + inexistência de outros imóveis em nome do possuidor. Esta usucapião não pode ser 
concedida mais de uma vez.21 Recentemente, em decisão unânime, STF entendeu que apartamento se enquadra 
nas hipóteses do artigo 183 da Constituição (RE 305.416, julgado em setembro de 2020). 22 
 
USUCAPIÃO ESPECIAL URBANA COLETIVA (ESTATUTO DA CIDADE): posse ad usucapionem + 5 anos + núcleo 
informal + não precisa comprovar boa-fé ou ter justo título + área total dividida pelo número de possuidores seja 
inferior a duzentos e cinquenta metros quadrados por possuidor + ocupado por população de baixa renda 
(revogado em 2017) + inexistência de outros imóveis em nome do possuidor + ter que usar necessariamente 
para moradia. 
 
 
21 Recentemente, o STJ decidiu que a destinação de parte do imóvel para fins comerciais não impedeo reconhecimento da 
usucapião especial urbana sobre a totalidade da área. REsp 1.777.404-TO, Rel. Min. Nancy Andrighi, Terceira Turma, por 
unanimidade, julgado em 05/05/2020, DJe 11/05/2020. 
22 Voto do relato disponível em: https://www.conjur.com.br/dl/re-305416.pdf. Acesso em: 21/06/2021. 
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USUCAPIÃO ESPECIAL RURAL OU PRO LABORE: posse ad usucapionem + 5 anos + não precisa comprovar boa-fé 
ou ter justo título – o possuidor precisa usar para sua moradia e de sua família + precisa haver produtividade + a 
área máxima do imóvel é de até 50 hectares + o possuidor não pode ter outros imóveis em seu nome. 
 
USUCAPIÃO FAMILIAR: posse ad usucapionem + imóvel urbano no MÁXIMO 250 metros quadrados + 
necessidade da propriedade do imóvel ser exercido por ambos os cônjuges na constância da sociedade conjugal 
+ efetivo abandono do lar por um dos cônjuges pelo prazo de 2 anos + utilização do imóvel usucapiendo para 
moradia do cônjuge abandonado ou de sua família 
 
USUCAPIÃO INDÍGENA: posse da terra por índio (integrado ou não + por 10 anos consecutivos + devendo ocupar 
como se fosse próprio trecho de terra inferior a 50 hectares. 
 
ATENÇÃO: Não é possível a usucapião indígena de: a) terras do domínio da União; b) terras ocupadas por grupos 
tribais; c) áreas reservadas segundo o Estatuto do Índio; e d) terras de propriedade coletiva de grupo tribal. 
 
 A Lei nº 14.010/2020, que disponha sobre o Regime Jurídico Emergencial e Transitório das relações 
jurídicas de Direito Privado (RJET) no período da pandemia do coronavírus (Covid-19), estabeleceu, em seu art. 10, 
que os prazos de aquisição para a propriedade imobiliária ou mobiliária, nas diversas espécies de usucapião, ficaram 
suspensos a partir da entrada em vigor desta Lei até 30 de outubro de 2020. Vejam: 
 
DA USUCAPIÃO 
Art. 10. Suspendem-se os prazos de aquisição para a propriedade imobiliária ou 
mobiliária, nas diversas espécies de usucapião, a partir da entrada em vigor desta Lei até 
30 de outubro de 2020. 
 
É importante apenas conhecer, embora o prazo já tenha sido transcorrido. 
 
TESES JURISPRUDENCIAIS IMPORTANTES SOBRE USUCAPIÃO 
TESE 01: A separação de fato por longo período afasta a regra de impedimento da fluência da prescrição entre 
cônjuges prevista no art. 197, I, do CC/2002 e viabiliza a efetivação da prescrição aquisitiva por usucapião. REsp 
1.693.732-MG, Rel. Min. Nancy Andrighi, Terceira Turma, por unanimidade, julgado em 05/05/2020, DJe 
11/05/2020. 
 
TESE 02: O interesse jurídico no ajuizamento direto de ação de usucapião independe de prévio pedido na via 
extrajudicial. REsp 1.824.133-RJ, Rel. Min. Paulo de Tarso Sanseverino, Terceira Turma, por unanimidade, julgado 
em 11/02/2020, DJe 14/02/2020. 
 
TESE 03: É possível o reconhecimento da usucapião quando o prazo exigido por lei se complete no curso do 
processo judicial, conforme a previsão do art. 493, do CPC/2015, ainda que o réu tenha apresentado 
contestação. Em março de 2017, João ajuizou ação pedindo o reconhecimento de usucapião especial urbana, 
nos termos do art. 1.240 do CC (que exige posse ininterrupta e sem oposição por 5 anos). Em abril de 2017, o 
proprietário apresentou contestação pedindo a improcedência da demanda. As testemunhas e as provas 
documentais atestaram que João reside no imóvel desde setembro de 2012, ou seja, quando o autor deu entrada 
na ação, ainda não havia mais de 5 anos de posse. Em novembro de 2017, os autos foram conclusos ao juiz para 
sentença. O magistrado deverá julgar o pedido procedente considerando que o prazo exigido por lei para a 
usucapião se completou no curso do processo. STJ. 3ª Turma. REsp 1.361.226-MG, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas 
Cueva, julgado em 05/06/2018 (Info 630).23 
 
23 CAVALCANTE, Márcio André Lopes. É possível o reconhecimento da usucapião de bem imóvel com a implementação do 
requisito temporal no curso da demanda. Buscador Dizer o Direito, Manaus. Disponível em: 
https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/7eb532aef980c36170c0b4426f082b87. Acesso em: 
21/06/2021. 
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TESE 04: Ao propor uma ação de usucapião, o autor deverá requerer a citação dos confinantes, ou seja, dos 
vizinhos que fazem fronteira com o imóvel que ele almeja. E o que acontece caso não haja a citação dos 
confinantes? Haverá nulidade absoluta do processo? Não. Apesar de amplamente recomendável, a falta de 
citação dos confinantes não acarretará, por si, ou seja, obrigatoriamente, a nulidade da sentença que declara a 
usucapião. Não há que se falar em nulidade absoluta, no caso. A ausência de citação dos confinantes e 
respectivos cônjuges na ação de usucapião é considerada hipótese de nulidade relativa, somente gerando a 
nulidade do processo caso se constate o efetivo prejuízo. STJ. 4ª Turma. REsp 1432579-MG, Rel. Min. Luis Felipe 
Salomão, julgado em 24/10/2017 (Info 616).24 
 
TESE 05: O Estatuto da Cidade, ao tratar sobre a ação de usucapião especial urbana, prevê que "o autor terá os 
benefícios da justiça e da assistência judiciária gratuita, inclusive perante o cartório de registro de imóveis." Isso 
significa que o autor da ação de usucapião especial urbana gozará sempre da gratuidade da justiça? Há uma 
presunção absoluta de que este autor não tem recursos suficientes para pagar as custas? NÃO. O art. 12, § 2º 
da Lei nº 10.257/2001 (Estatuto da Cidade) estabelece uma presunção relativa de que o autor da ação de 
usucapião especial urbana é hipossuficiente. Isso significa que essa presunção pode ser ilidida (refutada) a partir 
da comprovação inequívoca de que o autor não é considerado "necessitado". STJ. 3ª Turma. REsp 1517822-SP, 
Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, julgado em 21/2/2017 (Info 599).25 
 
TESE 06: O curso da prescrição aquisitiva da propriedade de bem que compõe a massa falida é interrompido com 
a decretação da falência. Ex.: João é possuidor, há 4 anos e 6 meses, de uma área urbana de 200m2, que utiliza 
para a sua própria moradia. Ele não tem o título de propriedade dessa área, mas lá mora há todos esses anos 
sem oposição de ninguém. Imagine que foi decretada a falência da empresa que é proprietária desse imóvel. 
Isso significa que, neste instante, o prazo para João adquirir o bem por usucapião vai ser interrompido, ou seja, 
vai recomeçar do zero. STJ. 3ª Turma. REsp 1680357-RJ, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 10/10/2017 (Info 
613). 
 
TESE 07: Particular invade imóvel público e deseja proteção possessória em face do PODER PÚBLICO: não é 
possível. Não terá direito à proteção possessória. Não poderá exercer interditos possessórios porque, perante o 
Poder Público, ele exerce mera detenção. 2) particular invade imóvel público e deseja proteção possessória em 
face de outro PARTICULAR: terá direito, em tese, à proteção possessória. É possível o manejo de interditos 
possessórios em litígio entre particulares sobre bem público dominical, pois entre ambos a disputa será relativa 
à posse. STJ. 4ª Turma. REsp 1296964-DF, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 18/10/2016 (Info 594).26 
 
TESE 08: É juridicamente possível a usucapião de imóveis rurais por pessoa jurídica brasileira com capital 
majoritariamente controlado por estrangeiros, desde que observadas as mesmas condicionantes para a 
aquisição originária de terras rurais por pessoas estrangeiras - sejam naturais, jurídicas ou equiparadas. A Lei nº 
5.709/71 impõe uma série de condições para que estrangeiros adquiram terras rurais no Brasil. Uma pessoa 
jurídica nacional que tenha seu capital social controlado por estrangeiros também está sujeita às mesmas 
restrições, por força do art. 1º, § 1º, da Lei nº 5.709/71. Isso não significa que ela não possa adquirir imóveis 
 
24 CAVALCANTE, Márcio André Lopes. Ausência de citação dosconfinantes gera nulidade relativa. Buscador Dizer o Direito, 
Manaus. Disponível em: 
https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/8e621619d71d0ae5ef4e631ad586334f. Acesso em: 
21/06/2021. 
25 CAVALCANTE, Márcio André Lopes. O art. 12, § 2º do Estatuto da Cidade estabelece uma presunção relativa de que o autor 
da ação de usucapião especial urbana é hipossuficiente. Buscador Dizer o Direito, Manaus. Disponível em: 
https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/d403137434343677b98efc88cbd5493d. Acesso em: 
21/06/2021. 
26 CAVALCANTE, Márcio André Lopes. Particular que ocupa bem público dominical poderá ajuizar ações possessórias para 
defender a sua permanência no local? Buscador Dizer o Direito, Manaus. Disponível em: 
https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/149ef6419512be56a93169cd5e6fa8fd. Acesso em: 
21/06/2021. 
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rurais no Brasil. Podem sim, inclusive mediante usucapião. No entanto, precisam cumprir as regras da Lei nº 
5.709/71. STJ. 3ª Turma. REsp 1641038-CE, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 06/11/2018 (Info 637).27 
 
TESE 09: Não cabe intervenção de terceiros na modalidade de oposição na ação de usucapião. STJ. 3ª Turma. 
REsp 1726292-CE, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, julgado em 12/02/2019 (Info 642).28 - não cabe porque, 
considerando as nuances específicas da usucapião, a manifestação correta do terceiro é por meio de 
CONTESTAÇÃO. 
 
ENUNCIADOS DE SÚMULA IMPORTANTES SOBRE O TEMA 
Enunciado 237-STF: O usucapião pode ser arguido em defesa. 
 
Enunciado 11-STJ: A presença da União ou de qualquer de seus entes, na ação de usucapião especial, não afasta 
a competência do foro da situação do imóvel. 
 
Enunciado 263-STF: O possuidor deve ser citado, pessoalmente, para a ação de usucapião. 
 
Enunciado 340-STF: Desde a vigência do Código Civil, os bens dominicais, como os demais bens públicos, não 
podem ser adquiridos por usucapião. 
 
Enunciado 193-STJ: O direito de uso de linha telefônica pode ser adquirido por usucapião. 
 
USUCAPIÃO COLETIVA # DESAPROPRIAÇÃO JUDICIAL INDIRETA 
 
USUCAPIÃO COLETIVA 
(ESTATUTO DA CIDADE) 
DESAPROPRIAÇÃO JUDICIAL INDIRETA (PRIVADA) 
Art. 10. Os núcleos urbanos informais existentes sem 
oposição há mais de cinco anos e cuja área total dividida 
pelo número de possuidores seja inferior a duzentos e 
cinquenta metros quadrados por possuidor são 
suscetíveis de serem usucapidos coletivamente, desde 
que os possuidores não sejam proprietários de outro 
imóvel urbano ou rural. (Redação dada pela lei nº 
13.465, de 2017) 
 
§ 1º O possuidor pode, para o fim de contar o prazo 
exigido por este artigo, acrescentar sua posse à de seu 
antecessor, contanto que ambas sejam contínuas. 
 
§ 2º A usucapião especial coletiva de imóvel urbano será 
declarada pelo juiz, mediante sentença, a qual servirá de 
título para registro no cartório de registro de imóveis. 
 
§ 3º Na sentença, o juiz atribuirá igual fração ideal de 
terreno a cada possuidor, independentemente da 
Art. 1.228, CC/02. O proprietário tem a faculdade de 
usar, gozar e dispor da coisa, e o direito de reavê-la 
do poder de quem quer que injustamente a possua 
ou detenha. 
 
(...) 
 
§ 4º O proprietário também pode ser privado da 
coisa se o imóvel reivindicado consistir em extensa 
área, na posse ininterrupta e de boa-fé, por mais de 
cinco anos, de considerável número de pessoas, e 
estas nela houverem realizado, em conjunto ou 
separadamente, obras e serviços considerados pelo 
juiz de interesse social e econômico relevante. 
 
§ 5º No caso do parágrafo antecedente, o juiz fixará 
a justa indenização devida ao proprietário; pago o 
preço, valerá a sentença como título para o registro 
do imóvel em nome dos possuidores. 
 
27 CAVALCANTE, Márcio André Lopes. Pessoa jurídica brasileira, mesmo que tenha seu capital social controlado por 
estrangeiros, pode adquirir imóvel rural no Brasil, inclusive por meio de usucapião, mas, para isso, precisará cumprir as regras 
da Lei 5.709/71. Buscador Dizer o Direito, Manaus. Disponível em: 
https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/e1f4fd6d0118b7b0797d7c1a0007b80a. Acesso em: 
21/06/2021. 
28 CAVALCANTE, Márcio André Lopes. Não cabe oposição em ação de usucapião. Buscador Dizer o Direito, Manaus. Disponível 
em: https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/8c5149362e6e7f7947fd2f578df6b575. Acesso em: 
21/06/2021. 
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dimensão do terreno que cada um ocupe, salvo hipótese 
de acordo escrito entre os condôminos, estabelecendo 
frações ideais diferenciadas. 
 
EFICÁCIA DA SENTENÇA NA USUCAPIÃO 
A sentença de procedência em usucapião é meramente declaratória. 
 
No entanto, segundo o art. 10, § 2º do Estatuto da Cidade, a usucapião especial coletiva de imóvel urbano 
será declarada pelo juiz, mediante sentença, a qual servirá de título para registro no cartório de registro de imóveis. 
O § 3º reforça que na sentença, o juiz atribuirá igual fração ideal de terreno a cada possuidor, independentemente 
da dimensão do terreno que cada um ocupe, salvo hipótese de acordo escrito entre os condôminos, estabelecendo 
frações ideais diferenciadas. 
 
USUCAPIÃO COMO MATÉRIA DE DEFESA 
A regra é que a improcedência da ação reivindicatória não possibilite a transcrição da sentença para transferência 
no registro. No entanto, nas ações de usucapião especial, a sentença que acolhe a usucapião como matéria de 
defesa vale como título para transcrição no registro de imóveis. 
 
Art. 13. A usucapião especial de imóvel urbano poderá ser invocada como matéria de defesa, valendo a sentença 
que a reconhecer como título para registro no cartório de registro de imóveis. 
 
Enunciado de Súmula 237 STF: O usucapião pode ser arguido em defesa. 
 
AQUISIÇÃO DA PROPRIEDADE MÓVEL 
 
 A propriedade móvel pode ser adquirida por a) usucapião; b) descoberta; c) ocupação; d) achado do 
tesouro; e) tradição; f) especificação; g) confusão, comistão e adjunção. 
 
 Preciso saber todos? Precisa. 
 
 Mas não precisa fazer mestrado em aquisição da propriedade móvel, é apenas para decorar alguns 
detalhes, rs. 
 
 Veremos cada um deles. #FORÇAGALERA #APOSSEVEM #TAMOJUNTO 
 
USUCAPIÃO DE BEM MÓVEL 
 
 Alguns alun@s esquecem de estudar usucapião de bem móvel. Pessoal, cuidado. O instituto da usucapião 
tem mais incidência nos bens imóveis, é verdade. No entanto, temos que ter cautela e conhecer sua aplicação 
também nos bens móveis. 
 
USUCAPIÃO DE BEM MÓVEL 
USUCAPIÃO EXTRAORDINÁRIA: não exige justo título e boa fé, mas exige posse contínua e sem contestação pelo 
prazo de cinco anos. 
 
USUCAPIÃO ORDINÁRIA: exige justo título e boa fé + posse contínua e sem contestação por 3 anos. 
 
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DESCOBERTA 
Como regra, não vale aquele ditado “achado não é roubado”. Ou seja, quem acha deve necessariamente 
devolver ao dono29. No entanto, quem achou poderá ficar com a coisa em algumas situações; são elas: a) fixada 
a recompensa e a indenização pelos prejuízos com a conservação da coisa, por exemplo, e o dono prefira 
abandoná-la; b) se a coisa abandonada for de pequeno valor, e o Município resolva abandoná-la em favor de 
quem achou. 
 
OCUPAÇÃO 
Quem se assenhorear de coisa sem dono para logo lhe adquire a propriedade, não sendo essa ocupação defesa 
por lei. 
 
ACHADO DO TESOURO 
Art. 1.264. O depósito antigo de coisas preciosas, oculto e de cujo dono não haja memória, será dividido por 
igual entre o proprietário do prédio e o que achar o tesouro casualmente. 
 
Art. 1.265. O tesouro pertencerá por inteiro ao proprietário do prédio, se for achado por ele, ou em pesquisaque ordenou, ou por terceiro não autorizado. 
 
Art. 1.266. Achando-se em terreno aforado, o tesouro será dividido por igual entre o descobridor e o enfiteuta, 
ou será deste por inteiro quando ele mesmo seja o descobridor. 
 
TRADIÇÃO 
É um negócio jurídico translativo da propriedade móvel. 
 
A tradição pode ser REAL, SIMBÓLICA OU FICTA. 
 
TRADIÇÃO REAL: Entrega física da coisa. 
 
TRADIÇÃO SIMBÓLICA: não ocorre a entrega física da coisa, mas o objeto entregue simboliza a tradição. Ex.: 
entrega de chaves do imóvel. 
 
TRADIÇÃO FICTA: A LEI dispensa a tradição real. Ex.: traditio brevi manu e constituto possessório (cláusula 
constituti). 
 
ESPECIFICAÇÃO 
É a aquisição da propriedade de coisa a partir da transformação de matéria prima, quando não é possível restituir 
a matéria prima à maneira anterior. 
Assim prevê o Código Civil: 
Art. 1.269. Aquele que, trabalhando em matéria-prima em parte alheia, obtiver espécie nova, desta será 
proprietário, se não se puder restituir à forma anterior. 
 
Por fim, há a confusão, comistão e adjunção, que segundo Flávio Tartuce30, podem ser resumidas no 
seguinte quadro: 
 
CONFUSÃO COMISTÃO ADJUNÇÃO 
Confusão – mistura entre coisas líquidas 
(ou mesmo de gases), em que não é 
Comistão – mistura de coisas 
sólidas ou secas, não sendo 
Adjunção – justaposição ou 
sobreposição de uma coisa sobre 
 
29 A não devolução, inclusive, é CRIME previsto no art. 169, CP sob o nomem iuris de “apropriação coisa havida por erro, caso 
fortuito ou força da natureza.” (em que pese ser questionável a existência desse tipo penal sob o prisma do Direito Penal 
mínimo). 
30 Idem, p. 978. 
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possível a separação. Pode ser definida 
confusão real, o que é importante para 
diferenciá-la da confusão obrigacional, 
forma de pagamento indireto em que se 
confundem, na mesma pessoa, as 
qualidades de credor e de devedor (arts. 
382 a 384 do CC). Exemplos: misturas de 
água e vinho; de álcool e gasolina; de 
nitroglicerina (TNT). 
possível a separação. Exemplos: 
misturas de areia e cimento ou 
de cereais de safras diferentes, 
não sendo possível identificar a 
origem. 
outra, sendo impossível a 
separação. Exemplos: tinta em 
relação à parede; selo valioso em 
álbum de colecionador. 
 
ACESSÕES 
 
 Tema importantíssimo para nossas provas, e que não é tão fácil, devido a ausência de familiaridade com o 
tema. 
 
 Primeiro, saiba a distinção entre acessão natural e acessão artificial. 
 
ACESSÃO NATURAL ACESSÃO ARTIFICIAL 
Ocorre a partir de um fato natural, sem qualquer 
intervenção do homem. 
Ocorre o acréscimo por ações humanas. 
 
Agora, o que é mesmo “acessões”? 
 
CONCEITO DE ACESSÕES 
• Acessões, em palavras simples, significa “aumento” ou “acréscimo”. É possível que alguém adquira o 
imóvel pelo acréscimo? Sim, é possível. Ela pode ser de duas espécies: natural e artificial. 
• O Código Civil traz as seguintes acessões: 
I - por formação de ilhas; 
II - por aluvião; 
III - por avulsão; 
IV - por abandono de álveo; 
V - por plantações ou construções. 
 
Veremos cada uma delas. 
 
FORMAÇÃO DE ILHAS 
As ilhas que se formarem em correntes comuns ou particulares pertencem aos proprietários ribeirinhos 
fronteiros, observadas as regras seguintes: 
o as que se formarem no meio do rio consideram-se acréscimos sobrevindos aos terrenos ribeirinhos 
fronteiros de ambas as margens, na proporção de suas testadas, até a linha que dividir o álveo em duas 
partes iguais; 
o as que se formarem entre a referida linha e uma das margens consideram-se acréscimos aos terrenos 
ribeirinhos fronteiros desse mesmo lado; 
o as que se formarem pelo desdobramento de um novo braço do rio continuam a pertencer aos 
proprietários dos terrenos à custa dos quais se constituíram. 
 
ALUVIÃO 
Os acréscimos formados, sucessiva e imperceptivelmente, por depósitos e aterros naturais ao longo das margens 
das correntes, ou pelo desvio das águas destas, pertencem aos donos dos terrenos marginais, sem indenização. 
 
 
 
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AVULSÃO (CAIU NA ORAL DPE-MA, em 2019, FCC) 
Quando, por força natural violenta, uma porção de terra se destacar de um prédio e se juntar a outro, o dono 
deste adquirirá a propriedade do acréscimo, se indenizar o dono do primeiro ou, sem indenização, se, EM UM 
ANO, ninguém houver reclamado. 
DICA: AVULSÃO É VIOLENTO, ALUVIÃO31 É CALMO! 
 
ÁLVEO ABANDONADO 
O álveo abandonado de corrente pertence aos proprietários ribeirinhos das duas margens, sem que tenham 
indenização os donos dos terrenos por onde as águas abrirem novo curso, entendendo-se que os prédios 
marginais se estendem até o meio do álveo. 
 
DAS CONSTRUÇÕES E PLANTAÇÕES 
Quem realizar, com matéria própria, plantação ou construção em solo alheio, perde em proveito do proprietário 
do solo, as sementes, plantas ou construções. 
- se age de boa fé: tem direito à indenização. 
- se age com má-fé: não tem direito à indenização. 
- se há má-fé de ambas as partes: Se de ambas as partes houve má-fé, adquirirá o proprietário as sementes, 
plantas e construções, devendo ressarcir o valor das acessões. Presume-se má-fé no proprietário, quando o 
trabalho de construção, ou lavoura, se fez em sua presença e sem impugnação sua. 
 
CUIDADO 01: Se a construção, feita parcialmente em solo próprio, invade solo alheio em proporção não superior 
à vigésima parte deste, adquire o construtor de boa-fé a propriedade da parte do solo invadido, se o valor da 
construção exceder o dessa parte, e responde por indenização que represente, também, o valor da área perdida 
e a desvalorização da área remanescente. 
 
CUIDADO 02: Se o construtor estiver de boa-fé, e a invasão do solo alheio exceder a vigésima parte deste, adquire 
a propriedade da parte do solo invadido, e responde por perdas e danos que abranjam o valor que a invasão 
acrescer à construção, mais o da área perdida e o da desvalorização da área remanescente; se de má-fé, é 
obrigado a demolir o que nele construiu, pagando as perdas e danos apurados, que serão devidos EM DOBRO. 
 
PERDA DA PROPRIEDADE 
 
Vimos as formas de aquisição da propriedade. Agora precisamos saber as formas de PERDA da propriedade. 
 
De maneira geral, as principais formas de perda da propriedade são: a) alienação; b) renúncia; c) abandono: 
d) perecimento e e) desapropriação. 
 
Vamos ver rapidamente os principais pontos sobre cada um deles. 
 
ALIENAÇÃO 
A alienação depende de inscrição no registro de imóveis (se for imóvel, claro, hehe). 
 
RENÚNCIA 
A renúncia também implica perda da propriedade. 
Se for imóvel, também dependerá de registro. 
 
ABANDONO 
O proprietário, por sua vontade, abandona a coisa, deixando de exercer os direitos de propriedade (usar, gozar, 
dispor e reaver). 
 
31 Para decorar, lembrem-se do “ouro de aluvião”, cuja extração é feita de forma calma e artesanal. 
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ABANDONO DE IMÓVEL: Art. 1.276. O imóvel urbano que o proprietário abandonar, com a intenção de não mais 
o conservar em seu patrimônio, e que se não encontrar na posse de outrem, poderá ser arrecadado, como bem 
vago, e passar, três anos depois, à propriedade do Município ou à do Distrito Federal, se se achar nas respectivas 
circunscrições. O imóvel situado na zona rural, abandonado nas mesmas circunstâncias, poderá ser arrecadado, 
como bem vago, e passar, três anos depois, à propriedade da União, onde quer que ele se localize. CUIDADO: 
Presumir-se-á de modo absoluto a intenção de abandono, quando, cessados os atos de posse, deixar o 
proprietário de satisfazer os ônus fiscais. 
 
PERECIMENTO 
Desaparecimento pela destruição da coisa. 
 
DESAPROPRIAÇÃO 
Perda da propriedade em

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