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SINONÍMIA Bexiga; Doença virulenta eruptiva do gado; Vaccínia bovina; Dermatite virótica; Nódulo do ordenhador; NOTIFICAÇÃO OBRIGATÓRIA! CONCEITO A varíola bovina, causada pelo vírus vaccinia, caracteriza-se por: Feridas nas tetas das vacas Feridas cavidade oral dos bezerros ZOONOSE Ordenhadores: lesões nas mãos e antebraços. HISTÓRIA Considerada uma das enfermidades mais devastadoras da história; Mais de 3.000 anos; Chegou a 50 milhões de casos em torno de 1950; 14 de maio 1976 Edward Jenner - Vacina com o vírus Vaccínia 1980 OMS declarou erradicada; A Varíola Bovina é uma doença conhecida desde a antiguidade. Primeiros assentamentos agrícolas -10.000 anos a.C. Idade Media - metade do século XIX (Epidemia da Varíola Humana). Evidências mais seguras vêm de múmias da 18ª dinastia egípcia (1580 - redor de 1350 a.C.), e a cabeça mumificada do faraó Ramses V (ao 1160 a.C.). Descrição de Tucidides - Atenas cerca de 430 a.C. No sexto século d.C. – termo usado pela 1º vez: bispo Marius de Avenches, derivado do termo latim varius (manchado) ou varus (espinhas). Norte da África, de onde teria passado à França, causando epidemia descrita pelo bispo Gregório, de Tours, em 581 d.C. Século 10 d.C. - hospitais no Japão para o isolamento de pacientes com varíola, sendo comum em todo Oriente Próximo. Reintroduções na Europa ocorreram com o retorno das cruzadas, e a invasão mongol levou a nova disseminação. No final do século 18 no continente europeu, morriam de varíola cerca de 400.000 pessoas por ano, e um terço dos casos de cegueira era secundário a sequelas da doença. Graves epidemias dizimaram tribos ameríndias e contribuíram decisivamente para o colapso dos impérios asteca e inca. É possível afirmar que na metade do século 16 o mundo todo já estava infectado. HISTÓRICO No período de 2005 a 2008 foram registrados 161 focos da doença, sendo 80 em Minas Gerais, 34 em Mato Grosso, 22 em São Paulo, 10 na Bahia, 6 no Pará, 4 em Tocantins, 3 no Espírito Santo, 1 em Goiás e 1 no Maranhão SANTOS, J.Q. et al. Dados não publicados HOSPEDEIROS NATURAIS Humanos, bovinos, bubalinos, suínos e coelhos; Reservatórios naturais: pequenos roedores. ETIOLOGIA Família: Poxviridae Subfamília: Chordopoxvirinae Gênero: Orthopoxvirus Vírus Cowpox; Vírus Vaccinia; Cantagalo Araçatuba ETIOLOGIA DNA Virus > Fita dupla; 360 X 270 X 250 nm; Envelopado; Túbulos de superfície arranjados de forma irregular; Tropismo por tecido epitelial; Isolamento do vírus em cultivo de células; ETIOLOGIA Morfologia e estrutura Orthopoxvírus e do gênero Parapoxvírus ETIOLOGIA Resistência: Desinfetantes Calor Dessecação Congelamento ETIOLOGIA Sensibilidade Hipoclorito de sódio - 1 a 15% de cloro ativo; Derivados fenólicos, iodo ou cal; ETIOLOGIA São capazes de manter sua infectividade por longos tempos - Produz resposta imune detectável e efetiva. Tropismo Células epiteliais, células caliciformes no intestino, macrófagos e linfócitos em tecidos linfoides; Lesões normalmente tetas e úbere, podendo graves, acometer partes interna da coxa estão localizadas nas em casos mais e raramente o períneo, vulva e boca, abrindo porta para uma infecção secundária. EPIDEMIOLOGIA Bovinos são hospedeiros raros e acidentais; TRANSMISSÃO: Mãos dos ordenhadores ou equipamentos de ordenha mecânica; O bezerro infecta-se a partir da mãe ao mamar; Penetração do vírus nas soluções de continuidade da pele e mucosa dos animais, principalmente na região dos tetos e úbere; Em humanos - lesões existentes nos animais. Transmissão mecânica de artrópodes; Mucosa do aparelho respiratório (vírus originário da varíola bovina); Outros fatores: manipulação de latões de leite que contaminados e presença de roedores silvestres podem funcionar como reservatórios do vírus EPIDEMIOLOGIA PORTA DE ENTRADA: Soluções de continuidade em lesões preexistentes nos tetos das vacas. Homem e bezerro: áreas de abrasão da pele ou a mucosa do trato respiratório superior. Patogenia Etapas 1, 2, 3 e 4 - Fixação, penetração e desnudamento do vírus Etapas 5, 6 e 7 – Replicação do DNA viral e síntese de proteínas virais: Etapas 8, 9, 10, 11 e 12 - Maturação e liberação PATOLOGIA Macroscópicas: Lesões focais de 1-2 cm de diâmetro, arredondadas Pápulas Pústulas Erosão/ulcera Podem estar cobertas por crostas. Sinais Clínicos Sinais Clínicos Lesões típicas de varíola bovina identificadas na gengiva e língua de bezerro infectado Sinais Clínicos Sinais Clínicos Sinais Clínicos Sinais Clínicos Lesões pústulo-vesiculares ulcerativas nas tetas do gado leiteiro com poxvirose. Formação de 5.A. pápula; 5.B. Formação de vesícula; Múltiplas úlceras irregulares nas tetas; Formação de crosta; Lesão em processo de cicatrização. PATOLOGIA Microscópicas: Edema e vacuolização celular estrato espinhoso; Necrose e vesículas na EPIDERME; Edema, dilatação e inflamação perivascular com células mononucleares/polimorfonucleares (PMN) DERME; Microabscessos (migração PMN) na EPIDERME -Hiperplasia epitelial papular Crostas superficias Diagnostico: Epidemiológico: retrospectivo detalhado, mãos dos ordenhadores examinadas Clínico: Características: proliferativas, crostas, sendo lesões difusas na pele ulceradas ou em e mucosas que progridem de máculas para pápulas, vesículas e pústulas antes de formar crostas Diagnóstico Laboratorial: Isolamento Viral Microscopia eletrônica Histopatológico Sorologia: detecção de anticorpos Ensaio imunoenzimático (ELISA); Inibição da Hemaglutinação (HI); Imunofluorescência (IF); Soroneutralização Viral (SN); Técnicas de biologia molecular ; Foco de varíola bovina em Araputanga Propriedades com resultado positivo para varíola bovina atendidas no período de 22 a 26/10/2007 - Araputanga/MT FORM IN Proprieda de Proprietá rio Qt. De bovinos Bovinos Doentes Material colhido Propried. Interditada Pessoas infect. Propried. Desinterditada 01/2007 Faz. São Francisco Erílio Linhares de Moura 2345 106 sim 12/04/2007 12 22/08/2007 02/2007 Sit. Pachola Pedro David de Souza 356 28 sim 13/04/2007 4 07/08/2007 03/2007 Sit. Boa União Carlito Silverio Pires 570 20 sim 03/05/2007 2 18/10/2007 04/2007 Sit. São João João Augusto de Moraes 83 9 sim 03/05/2007 1 07/08/2007 05/2007 Sit. São Carlos Sebastião Gerônimo de Souza 58 21 sim 03/05/2007 2 18/10/2007 06/2007 Sit. Três Figueiras Eudes Duarte de Arruda 143 13 sim 05/05/2007 2 17/08/2007 TOTAL 3555 197 23 Suspeita de doença vesicular em em Figueirópolis D’Oeste/ MT Propriedades atendidas com suspeita de varíola bovina no período de 22 a 26/10/2007 - FORM IN Proprieda de Proprietá rio Qt. De bovinos Bovinos Doentes Material colhido Desinfec. realizada Propried. Interditada Pes. infect. % Preval. 01/2007 Sit. N. Sra. Do Pilar Nei José dos Santos 67 10 sim sim sim 1 14,93% 02/2008 Sit. PDRR/ Aparecida Samuel Stevan de Lacerda 311 20 sim sim sim 3 6,43% 03/2008 Sit. Primavera Elzira de Fatima Tavares 101 27 sim sim sim 1 26,73% 04/2008 Sit. Boa Vista Lindomar José dos Santos 42 7 sim não sim 1 16,67% 05/2008 Sit. Oliveira/ Boa Sorte Sidmar de Oliveira 28 4 sim sim sim 1 14,29% 06/2008 Sit. Santo Antonio Nelson Alves de Almeida 66 10 sim sim sim 2 15,15% 07/2008 Faz. Lagoa dos Peixes Carlos Osmar Gomes Lopes 118 27 não não sim 2 22,88% TOTAL 733 105 11 14,32% Diagnóstico Diferencial Pseudovaríola; Estomatite Papular; Mamilite Herpética Bovina; Febre Aftosa; Febre catarral maligna; Impetigo da pele do úbere; PREVENÇÃO E CONTROLE È difícil a prevenção da disseminação uma vez que o vírus responsável pela doença é prontamente transmitido pelo contato direto e indireto. Toalhas de úbere, ordenhadeiras e mãos dos ordenhadores. PREVENÇÃO E CONTROLE Animais acometidos isolados dos sadios Uso de luvas; As vacasinfectadas devem ser ordenhadas no final; Desinfecção de veículos antes de sair da fazenda; PREVENÇÃO E CONTROLE A imersão das tetas em tintura alcoólica de um como os compostos de amônio desinfetante quaternário; Vacinas; TRATAMENTO Sintomático Pomadas emolientes Soluções ou pomadas adstringentes com antissépticos após a ordenha. Manejo IMPORTÂNCIA ECONOMICA Para o produtor, essa virose se torna um problema econômico não só pelos custos relacionados ao tratamento dos animais, como também o fato das propriedades serem temporariamente interditadas. Lesões semelhantes com febre aftosa IMPORTÂNCIA ECONOMICA A produção total dos rebanhos muitas vezes não é aceita pelas cooperativas, indústrias leiteiras ou por outro local para onde se destina o leite daquela propriedade. SAÚDE PÚBLICA Caráter zoonótico do vírus Zoonose ocupacional Além das lesões extremamente dolorosas, é comum o indivíduo infectado apresentar febre, mal-estar, dores nas costas, aumento dos linfonodos, podendo em casos mais graves ocorrer o afastamento temporário do trabalho. SAÚDE PÚBLICA Cuidados devem ser tomados para que não haja contato com as lesões ou objetos contaminados, evitando que a enfermidade seja disseminada para outras pessoas. Prognóstico O prognóstico é bom, mas em geral as lesões permanecem de 3 a 10 semanas, de acordo com as medidas de controle das infecções secundárias. CONCLUSÃO Há necessidade da investigação acompanhamento de focos de "varíola e do bovina", assim como a implementação de programas de Educação Sanitária para as comunidades inseridas nestes focos, para minimizar prejuízos econômicos, e a ocorrência da doença nos seres humanos.
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