Buscar

CONTROLE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA PEL PODER JUDICIÁRIO

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 21 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 21 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 21 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

POSSIBILIDADES E LIMITES DO CONTROLE DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA PELO PODER JUDICIÁRIO: 
uma abordagem sobre o sistema de jurisdição única adotado pelo Brasil
SISTEMA CONTENCIOSO ADMINISTRATIVO FRANCÊS (Arinezina)
O sistema contencioso administrativo Francês surgiu da dificuldade que a nova elite política pós-revolução francesa (1789) tinha de implementar ideias e regras sociais em face do poder judiciário impregnado de descendentes da nobreza, que resistiam às mudanças revolucionárias (novo regime, novas ideias, nova ordem econômica e social).
Para tanto, o poder político, contrapondo o sentido original da separação dos poderes conferido ao sistema inglês, levou a interpretação da separação dos poderes ao máximo, surgindo a partir de 1790 leis que proibiam juízes de conhecer litígios contra autoridades administrativas – separou-se assim as funções judiciárias das funções administrativas, não podendo os juízes, sob pena de prevaricação, perturbar, de qualquer maneira as atividades dos corpos administrativos.
Com o desenvolvimento desta dualidade de sistema, muitos conflitos, principalmente de competência apareceram, levando a jurisdição administrativa a se organizar em departamentos e tribunais administrativos e tribunal de conflitos. Todos submissos ao Conselho de Estado. 
Vantagens: membros altamente qualificados que produzem decisões complexas, específicas e técnicas.
Desvantagens: maior probabilidade de haver parcialidade, tendo em vista que o Conselho de Estado é formado por agentes da própria administração pública. 
SISTEMA DE JURISDIÇÃO UNA (SISTEMA INGLÊS) (Arinezina)
A quebra dos regimes monarcas ensejou o surgimento da separação dos poderes em nações democráticas, especificamente, em 1641 o rei da Inglaterra foi proibido de resolver questões de natureza contenciosa e dar ordem aos juízes, transferi-los ou demiti-los.
No Sistema de Jurisdição Única, o Judiciário é o responsável por aplicar a Lei, independente do sujeito da relação litigiosa, nas causas privadas e que envolvam a Administração Pública.
O Judiciário possui o poder de dizer o direito ao caso concreto:
Art. 5º, XXXV, CF/88 – A lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito.
Vantagens: 
1. Garantia para os cidadãos de que os bens públicos serão utilizados em consonância com os fins legais;
2. Imparcialidade dos julgamentos pautados no livre convencimento do juiz.
Desvantagens: 
A falta de especialização dos juízes pode influenciar a qualidade/efetividade das decisões.
O PAPEL DO JUDICIÁRIO (Georlinda)
A aplicação da Lei para resolver conflitos individuais é historicamente o espírito do Judiciário, porém, questões de alto impacto na população foram apresentadas à Justiça, encontrando barreiras quando da discussão de atos ou omissões realizadas pelo Poder Legislativo e Poder Executivo.
Via de regra, assuntos que tratam de políticas públicas, e que atingem várias pessoas, determinadas, determináveis ou não (causas coletivas), costumam causar grandes impactos políticos e financeiros aos órgãos do governo.
Dos Direitos e Garantias Fundamentais 
CAPÍTULO I 
DOS DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS 
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: 
Porém, o Judiciário não pode desamparar direitos e garantias fundamentais nem que para isso intervenha, de forma limitada, sobre os outros poderes, vetando Leis e intervindo em políticas públicas, sob pena de não atender à premissa de sua criação: apreciar lesão ou ameaça de direito.
Não quer dizer que o Judiciário substituirá os outros poderes, mas tão somente resguardará a Constituição. 
É assunto delicado e levanta discussões sobre Ativismo Judicial (atuação expansiva e proativa do juiz), que no caso do processo coletivo, é ponderado pela necessidade de busca da verdade aliado ao resguardo de direitos fundamentais. Ações mais proativas do judiciário são permitidas no microssistema de processo coletivo para que assuntos tão delicados que envolvam direitos fundamentais sejam limitados pelas regras rígidas do direito processual.
POSSIBILIDADES DE INTERVENÇÃO (Aline)
A premissa da possibilidade de intervenção nasce no Art. 2º da Constituição Federal de 1988, que diz: São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário.
Ora, a cláusula constitucional não concedeu uma independência absoluta aos Poderes, visto que, somente em conjunto, eles são capazes de atender os seus propósitos básicos: o Legislativo cria a Lei, que o Executivo cumpre, que o Judiciário guarda. 
Esta harmonia entre os poderes não se quebra quando o Judiciário intervêm para sanar omissão ou violação de Leis criadas e executadas pelos outros poderes. Pois todos os poderes deverão cumprir a Lei vigente.
A CF/88 preconiza a atuação do Judiciário como direito e garantia fundamental individual e coletiva da sociedade (Art. 5º, XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito), não havendo na cláusula restrição quanto à demanda ou o demandado, havendo porém, uma abrangência de possibilidades de apreciação para que as próprias normas constitucionais fiquem resguardadas.
Percebe-se portanto que a inafastabilidade da jurisdição não configura uma superioridade do Poder Judiciário mas uma necessária forma de equilibrar o sistema, como esclarece José Afonso da Silva (2014)
“A harmonia entre os poderes verifica-se primeiramente pelas normas de cortesia no trato recíproco e no respeito às prerrogativas e faculdades a que mutuamente todos têm direito. De outro lado, cabe assinalar que nem a divisão de funções entre os órgãos do poder nem sua independência são absolutas. Há interferências, que visam ao estabelecimento de um sistema de freios e contrapesos, à busca do equilíbrio necessário à realização do bem da coletividade e indispensável para evitar o arbítrio e o desmando de um em detrimento do outro e especialmente dos governados”.
Este equilíbrio reside no fato do Judiciário não substituir o papel dos demais poderes, mas, atuar tão somente na eliminação de atos e omissões contrários à Lei.
No Poder Legislativo, a intervenção judicial pode ser realizada por meio de Mandado de Segurança Coletivo, que poderá impedir o decreto de Lei alheias à Constituição antes mesmo de sua promulgação. Um controle também é possível quando da declaração de inconstitucionalidade ou constitucionalidade de uma norma. 
No Poder Executivo Ações Coletivas, Ações Populares, Mandado de Segurança Coletivo, Ações Civis Públicas, dentre outras ações propostas por entes legitimados, são instrumentos adequados à apreciação de demandas que discutem políticas públicas e direitos sociais/fundamentais.
LIMITES À INTERVENÇÃO (Aline)
A atuação do judiciário sobre os outros poderes deve pautar-se no princípio da razoabilidade e limitar-se à apreciação da legalidade de atos ou omissões que desrespeitam direitos sociais, sendo vedada a intervenção na discricionariedade/escolha (conveniência e oportunidade) dos órgãos legitimados pelo voto popular.
O mínimo existencial (direito a saúde, saneamento, moradia, educação, assistência e previdência social e o acesso à justiça) se descumpridos pela falta de prestações positivas do Estado, devem ser corrigidos pela pronta intervenção Judicial, fundada na Lei Maior através de Ações propostas por entes legitimados, em especial aqueles que resguardam direitos fundamentais como o Ministério Público e a Defensoria Pública. Porém, a confecção das políticas públicas e atos exclusivos da administração, se legais, não devem sofrer interferência.
Outro limite que deve ser respeitado e tratado com razoabilidade é a reserva do possível. As decisões judiciais devem considerar se os entes estatais suportariam eficientemente as consequênciaseconômicas das imposições sob pena de prolação de decisões sem efeito prático algum.
Considerando possibilidades e limites da intervenção judicial sobre os poderes legislativo e executivo e a grande quantidade de direitos fundamentais a serem resguardados pelas políticas públicas, por vezes, o julgador se depara com assuntos de extrema relevância e complexidade, que podem modificar profundamente relações diversas da sociedade, o que requer a aplicação máxima do princípio da razoabilidade, a especialização nos assuntos e a busca por informações concretas, científicas e multidisciplinares para a formação do convencimento.
CASOS CONCRETOS DE INTERVENÇÃO JUDICIAL
1. INTERVENÇÃO JUDICIAL SOBRE O PODER EXECUTIVO: 
RECURSO EXTRAORDINÁRIO 684612 - STF
Repercussão Geral Tema 698
Título: Limites do Poder Judiciário para determinar obrigações de fazer ao Estado, consistentes na realização de concursos públicos, contratação de servidores e execução de obras que atendam o direito social da saúde, ao qual a Constituição da República garante especial proteção. 
CASO: A situação caótica do Hospital Salgado Filho no Rio de Janeiro ensejou Ação Civil Pública para melhoria das condições do Hospital e realização de concurso público para a efetivação do direito à saúde. 
DEFESA: o município do Rio de Janeiro evocou a separação dos poderes e o Art. 196 da CF que incube o Estado de promover políticas públicas de saúde, não podendo o judiciário substituir o executivo. Aponta ofensa aos princípios orçamentários, pois a decisão obriga o ente a dispensar recursos sem precedência de leis ou atos normativos.
ARGUMENTOS DA DECISÃO: o Judiciário pode, sim, rever o ato discricionário e, se for o caso, declará-lo nulo, pois nenhuma lesão de direito pode ser excluída da apreciação do Poder Judiciário; o que não pode, repita-se, é determinar que o agente público pratique 
um ato discricionário cuja escolha de conveniência e oportunidade lhe pertence. 
Quanto à ofensa aos princípios orçamentários, o município não provou impossibilidade de remanejamento de recursos. 
RECURSO PROVIDO PARA QUE SEJA CUMPRIDO O DÉFICIT DE PESSOAL, COM A REALIZAÇÃO DE CONCURSO PÚBLICO DE PROVAS E TÍTULOS PARA PROVIMENTO DOS CARGOS DE MÉDICO E FUNCIONÁRIOS TÉCNICOS, NOMEAÇÃO E POSSE DOS PROFISSIONAIS APROVADOS NO CERTAME, BEM COMO CORRIGIDOS OS PROCEDIMENTOS E SANADAS AS IRREGULARIDADES EXPOSTAS NO RELATÓRIO DO CONSELHO REGIONAL DE 
MEDICINA, NO PRAZO DE 6 (SEIS) MESES, SOB PENA DE MULTA DIÁRIA DE R$ 5.000,00 (CINCO MIL REAIS).
TESE DE REPERCUSSÃO GERAL 698: Após os votos dos Ministros Ricardo Lewandowski (Relator) e Luiz Fux, que negavam provimento ao recurso extraordinário, fixando a seguinte tese de repercussão geral (tema 698): "É lícito ao Poder Judiciário impor à Administração Pública obrigação de fazer consistente na realização de concurso público de provas e títulos para provimento dos cargos de médico e funcionários técnicos, seguido da nomeação e posse dos profissionais aprovados, bem como determinar a correção de procedimentos e o saneamento de irregularidades apontadas em relatório do Conselho Regional de Medicina", pediu vista dos autos o Ministro Roberto Barroso. Falaram: pelo recorrente, o Dr. Maurício Martinez Toledo dos Santos, Procurador do Município; pelo recorrido, a Dra. Inês da Matta Andreiuolo, Procuradora de Justiça; e, pelo amicus curiae Conselho Regional de Enfermagem do Rio de Janeiro - COREN/RJ, o Dr. José Luiz Baptista de Lima Júnior. Plenário, Sessão Virtual de 8.5.2020 a 14.5.2020.
2. NÃO INTERVENÇÃO JUDICIAL SOBRE OUTROS PODERES 
Ação Civil Pública 0828564-70.2018.8.10.0001 na qual o Ministério Público requer pavimentação asfáltica de ruas do bairro Geniparana.
Na sentença, o magistrado entendeu que a ausência de asfaltamento nas ruas não fere de forma extrema direitos e garantias fundamentais, tal qual saúde e educação, se abstendo de interferir na discricionariedade do Poder Estatal. 
"O Poder Judiciário deve intervir na seara executiva apenas em casos excepcionais de violação aos direitos e garantias fundamentais previstos na Constituição Federal, sob pena de lesão ao princípio da separação dos poderes. As políticas públicas de pavimentação asfáltica, como requerida no presente caso, embora possuam revelante valor social, não se comparam a assuntos relacionados à saude e a educação, por exemplo, que requerem uma interferência direta do Poder Judiciário. A Constituição Federativa do Brasil de 88 confiou ao Poder Executivo, como função precípua, a prática dos atos de chefia de estado, de governo e de administração da coisa pública, não competindo ao Poder Judiciário invadir os critérios de conveniência e oportunidade da Administração".
3. ACORDO ENTRE OS PODERES PARA GARANTIA DE DIREITOS 
Ação Civil Pública 0842741-73.2017
A Defensoria Pública acionou o Poder Judiciário para atuação diante do atendimento extremamente precário de pessoas com câncer em São Luis. 
Em suma, em 2017, apenas o Hospital Aldenora Bello realizava o procedimento de radioterapia, contando com apenas 1 equipamento que realizava 100 atendimentos por dia, sendo que outro estava com problemas técnicos (sem bomba de cobalto – elemento radioativo necessário para o funcionamento da máquina). Esta situação resultava em uma fila de espera de em média 1 ano para o tratamento.
Ora, quando comprovado o câncer, o início do tratamento DEVERÁ ocorrer no prazo de 60 dias, conforme estipula a PORTARIA Nº 876, DE 16 DE MAIO DE 2013 do Ministério da Saúde:
“Art. 3º O prazo de 60 (sessenta) dias fixado no art. 2º da Lei nº 12.732, de 2012, para fins do primeiro tratamento cirúrgico ou quimioterápico ou radioterápico do paciente no SUS, contar-se-á a partir do registro do diagnóstico no prontuário do paciente”. 
Esse dispositivo visa impedir a metástase nos pacientes.
Se em São Luis o prazo para atendimento era de 1 ano, logo muitas vidas se perderam por falta de condições de realizar a radioterapia.
Nesse caso, a intervenção do Poder Judiciário sobre o Executivo é EXTREMAMENTE IMPORTANTE, caso que pode resguardar o maior bem, a vida!
A Defensoria requereu o funcionamento de aceleradores lineares, aparelhos utilizados no tratamento de radioterapia.
Em 2018, após intensas discussões foi HOMOLOGADO acordo judicial onde o Hospital Aldenora Bello se comprometeu a, até março de 2019, habilitar 3 aceleradores lineares. 
Esta habilitação requer atuação de vários entes e autorização do Ministério da Saúde e Comissão Nacional de Energia Nuclear.
Após a homologação, foram realizadas 3 audiências de MONITORAMENTO do acordo, onde foi exposto, de forma detalhada, o andamento das obras de implantação dos aparelhos e os esforços dispensados pelo Hospital, pelos autores, Ministério Público, Estado do Maranhão e Município de São Luís.
Em novembro de 2021, na última audiência de MONITORAMENTO, foi constatada a instalação de 4 equipamentos, sendo que 1 deles apresentou problemas técnicos e 3 estão em pleno funcionamento.
A fila de espera caiu de 1 ano para 4 meses com os 3 equipamentos.
O 4º equipamento está em vias de funcionar e após instalação, juntamtente com os outros 3 equipamentos, possibilitará o atendimento de 400 pacientes por dia, reduzindo a fila de espera para o ESTIPULADO PELO MINISTÉRIO DA SAÚDE – 60 dias.
Esse processo é um caso clássico de uma intervenção judicial fundamentada no princípio da razoabilidade, não deixando de buscar a garantia do direito à vida. Neste caso, a relação processual levou em conta as dificuldades orçamentárias da administração, as dificuldades técnicas e burocráticas (licitações, autorizações, fornecedores, suprimentos radioterápicos) e principalmente a urgência do problema.
CONCLUSÃO: A Separação dos Poderes é fundamental para o bom andamento da Nação, porém, em alguns casos, a omissão e atos ilegais cometidos pelos Poderes Executivo e Legislativo ferem profundamente os direitos fundamentais garantidos pela Constituição Federal. Como o Poder Judiciário é o guardião da Constituição,deve resguardar os direitos fundamentais insculpidos quando desrespeitados por outros Poderes. Essa intervenção não pode ser de forma arbitrária, mas pautada no EQUILÍBRIO do princípio da razoabilidade, considerando a gravidade da lesão ao mínimo existencial, complexidade do tema, dificuldades orçamentárias, burocracia, etc. Via de regra, essas barreiras podem ser diminuídas quando a intervenção judicial se dá por meio de acordo, onde é possível se RESOLVER O PROBLEMA, de forma viável e efetiva. Por fim, diante da complexidade do tema, o controle judicial sobre outros poderes, o microssistema do processo coletivo, a especialização de Unidades e Magistrados, a conscientização de órgãos, advogados e a população em geral, ainda tem muito o que desenvolver, pois essa atuação é NECESSÁRIA para o resguardo da Constituição Federal.
REFERÊNCIAS
CAMPOS, Carlos Alexandre de Azevedo. A Evolução do Ativismo Judicial na 
Suprema Corte Norte-Americana. Revista do Ministério Público do Rio de Janeiro nº 60, abr./jun. 2016. Disponível em: https://www.mprj.mp.br/documents/20184/1272607/Carlos_Alexandre_de_Azevedo_Campos.pdf
GRANJA, Cícero Alexandre. O ativismo judicial no Brasil como mecanismo para concretizar direitos fundamentais sociais. Em 1 de dezembro de 2013 - às 00:00 
disponivel em https://ambitojuridico.com.br/cadernos/direito-constitucional/o-ativismo-judicial-no-brasil-como-mecanismo-para-concretizar-direitos-fundamentais-sociais/
DA SILVA, José Afonso. Curso de Direito Constitucional Positivo, Ed. Malheiros, 32ª Ed., p. 110, 2014. https://www.migalhas.com.br/depeso/326047/intervencao-do-poder-judiciario-na-atividade-administrativo-politica-do-poder-executivo--uma-analise-sobre-sua-legitimidade-constitucional

Continue navegando