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Patologia EspecialPatologia Especial D A T A 2 9 - 1 0 - 2 0 2 1 Aerógena (mais comum). Junção bronquíolo-alveolar. Cranioventral (mais afetada). Quantidade elevada de patógenos. Diminuição das defesas pulmonares (por estresse, frio, vírus, etc). Animais agrudados – circulação de ar, densidade muito alta de animais. broncopneumonia, que se inicia na junção bronquíolo alvéolo; pneumonia lobar, que também tem início na junção bronquíolo- alvéolo, porém apresenta evolução rápida; e pneumonia intersticial (pneumonite), que se inicia no interstício. Broncopneumonia Fatores: O local de origem do processo inflamatório é a junção bronquíolo alvéolo. Nas broncopneumonias, os agentes causadores chegam ao pulmão por via aerógena ou broncogênica. Existem várias razões para a maior suscetibilidade dessa área. Uma dessas razões é ser esse o principal local em que ocorre deposição de pequenas partículas, com diâmetro entre 0,5 e 0,2 μm. O motivo para maior deposição nessa área é a diminuição abrupta da velocidade do fluxo de ar no momento em que o ar entra nos alvéolos, o que possibilita a sedimentação das partículas na junção bronquíolo alvéolo. Outra razão é o fato de a junção bronquíolo- alvéolo não ter a proteção do lençol mucociliar, como os brônquios e bronquíolos, e também não ter um sistema de fagocitose por macrófagos semelhante ao que ocorre nos alvéolos. A predileção pelas porções cranioventrais se deve aos seguintes fatores: menor extensão das vias respiratórias que suprem essa região, o que proporciona menor eficiência na filtragem do ar inspirado pelo lençol Variável: agente, via de entrada, persistência. Aguda, subaguda, crônica. Tipo do agente: bactérias, vírus, parasitas, fungos, tóxicas, por imunocomplexos, etc. Exsudativas: catarral, fibrinosa, purulenta, hemorrágica, necrosante. Proliferativas: Pneumócitos tipo II, Macrófaos, fibroblastos. Pneumonias - Padrões anatômicos: Tipos de exsudato: Padrão de disseminação: broncopneumonia, pneumonia lobar e pneumonia intersticial. Tipo do agente, quantidade do agente, o quanto suscetível o indivíduo é, via de entrada, persistência do agente. Por definição, pneumonia é o termo utilizado para designar uma inflamação que envolve o pulmão. Existem outros termos aplicáveis aos processos inflamatórios do pulmão, como pneumonite, que se refere a um processo crônico, proliferativo, localizado no interstício (septos alveolares, conjuntivo peribrônquico e peribronquiolar). O termo pneumonite é empregado como sinônimo de pneumonia instersticial. Alveolite é um termo utilizado durante a fase exsudativa da pneumonia intersticial, ou pneumonite. Tendo em vista que o emprego de todos esses termos para designar inflamação pulmonar pode ser extremamente confuso, será utilizado exclusivamente o termo pneumonia para designar todos os diferentes tipos de respostas inflamatórias que ocorrem nos pulmões. Outra forma extremamente importante de classificação dos processos pneumônicos se refere ao local de início do processo. Essa classificação é a base dos padrões anatômicos de pneumonia; segundo ela, os processos pneumônicos podem ser divididos em: Patologia EspecialPatologia Especial D A T A 2 9 - 1 0 - 2 0 2 1 sempre seguindo a orientação lobular. Podem ocorrer coalescência e comprometimento de todo o lobo. Ao corte, observa se superfície úmida, quando o processo é supurado (exsudato mucopurulento ou purulento nas vias respiratórias) ou superfície ressecada, quando o exsudato é do tipo fibrinoso. Microscopicamente, a inflamação inicial ocorre na junção bronquíolo alvéolo; nessa fase, bronquíolos e alvéolos adjacentes são rapidamente preenchidos por líquido de edema rico em proteína, fibrina, neutrófilos, eritrócitos e alguns macrófagos. Com o passar do tempo, as lesões mais crônicas são caracterizadas por maior quantidade de macrófagos e proliferação de pneumócitos tipo II. A broncopneumonia apresenta evolução cronológica das lesões com características morfológicas distintas. Inicialmente, ocorre a fase de congestão, que é seguida da hepatização vermelha; posteriormente, a hepatização cinzenta e, finalmente, a fase de resolução. A fase de congestão é caracterizada por dilatação dos capilares dos septos alveolares. Esse fenômeno se estabelece em poucas horas. Macroscopicamente, as áreas afetadas apresentam- se aumentadas de volume, de consistência um pouco mais firme do que o normal e de coloração vermelho escura; além disso, flui grande quantidade de sangue ao corte. Os fragmentos, imersos em água, não submergem, uma vez que, nessa fase, ainda existe ar dentro dos alvéolos. Na fase de hepatização vermelha, há grande quantidade de hemácias dentro dos alvéolos, sendo possível observar também alguns leucócitos e fibrina. mucociliar; maior turbilhonamento do ar nessa área, o que pode causar maior desgaste do epitélio; e a ação da gravidade, que dificulta a eliminação das partículas infecciosas e de exsudato dessas porções do pulmão. Além de aglomeração de animais, qualquer fator que comprometa os mecanismos de defesa do pulmão, principalmente a diminuição da eficiência do lençol mucociliar e dos macrófagos alveolares, predispõe à broncopneumonia. Tal condição ocorre nas seguintes circunstâncias: desidratação, que provoca aumento na viscosidade e, consequentemente, diminuição da eficiência do lençol mucociliar; frio excessivo, que compromete a integridade do epitélio respiratório, particularmente quando o animal é submetido a exercício ou esforço físico sob temperatura abaixo de 5°C ou quando o animal é submetido a uma variação abrupta de temperatura; infecções virais, que favorecem o estabelecimento de infecções secundárias; inalação de gases tóxicos, como amônia (NH3), gás sulfídrico (H2S), excesso de gás carbônico (CO2) e oxigênio puro; anestésicos; discinesia ciliar primária, que compromete o funcionamento do lençol mucociliar e favorece a colonização do trato respiratório por microrganismos; inanição; uremia e acidose; imunossupressão; doenças crônicas do pulmão e do coração; e faixa etária, de modo que animais jovens e senis são mais suscetíveis. De maneira geral, as características macroscópicas da broncopneumonia são áreas de consolidação ou hepatização (a consistência da área lesionada fica semelhante à do fígado) cranioventrais, de coloração vermelho escura ou acinzentada, localizada nas porções cranioventrais, Patologia EspecialPatologia Especial D A T A 2 9 - 1 0 - 2 0 2 1 Consolidação cranioventral (lobos cranial/médio). Parênquima firme e avermelhado. Pleura brilhante e lisa passa a ser opaca e áspera. Pleurite (exsudato fibrinoso/ fibrinopurulento). Grande quantidade de Neutrófilos Bronquios com mesma categoria de elementos, mas em menor quantidade (luz é maior, precisa de mais exsudato para preencher). fibrose do parênquima pulmonar (proliferação de tecido conjuntivo fibroso); bronquiectasia, que é mais comum nos bovinos; necrose com formação de abscessos, cujas causas mais comuns incluem Trueperella (Arcanobacterium) pyogenes nos ovinos, suínos e bovinos, Bordetella bronchiseptica nos cães e Streptococcus sp. nos equinos – eventualmente, os abscessos pulmonares podem provocar erosão vascular e hemorragia fatal ou podem se romper para dentro da cavidade pleural, causando pleurite e piotórax; pleurite com formação de aderências; e morte por hipoxia associada à toxemia. Bactérias mais comumente associadas as broncopneumonias: Ruminantes: Pasteurella sp., Arcanobacterium pyogenes (Trueperella). Suínos: P. multocida, Actinobacillus pleuropneumoniae, Hemophilus suis, Bordetella bronchiseptica, Salmonella sp. Cavalos: Streptococcus sp., Rhodococcus sp. Cães: B. bronchiseptica, E. coli, Streptococcus sp, Staphylococcus sp. Gatos: P. multocida. Macroscopia: Broncopneumonia pode causar uma pleurite concomitante. Essa fase tem duração de aproximadamente 2 a 3 dias. Macroscopicamente, as áreas afetadas estão aumentadas de volume (não estão deprimidas em relação ao parênquima normal, como na atelectasia) etêm coloração vermelho escura e consistência firme. A fase de hepatização cinzenta é caracterizada pela intensa presença de leucócitos, predominantemente neutrófilos, nos alvéolos. Essa fase tem duração de aproximadamente 4 a 5 dias. Macroscopicamente, é semelhante à fase anterior, mas a coloração é acinzentada, e não necessariamente há elevação em relação à superfície do órgão. Durante a fase de resolução, os agentes infecciosos são eliminados, e a fibrina é liquefeita por substâncias líticas produzidas pelos neutrófilos. Ao final de poucos dias, o material liquefeito ou parcialmente liquefeito é expelido ou drenado pelos linfáticos. O epitélio alveolar se regenera, e, em curto espaço de tempo, o pulmão volta à normalidade morfológica e funcional. O processo de resolução tem duração variável e dependente do tipo de broncopneumonia ou da extensão e natureza da lesão. A resolução das broncopneumonias é quase sempre incompleta nos ruminantes e suínos, uma vez que a ventilação colateral nessas espécies é ausente ou pouco desenvolvida, o que dificulta a expulsão do exsudato das vias respiratórias. Por isso, a broncopneumonia nos bovinos frequentemente resulta em atelectasia, bronquite com bronquiectasia supurada crônica e bronquiolite. Nos casos em que a fase de resolução não evolui de forma satisfatória, podem ocorrer complicações, como: atelectasia; Patologia EspecialPatologia Especial D A T A 2 9 - 1 0 - 2 0 2 1 A pneumonia lobar também tem início na junção bronquíolo alvéolo, geralmente afeta as porções cranioventrais e os agentes causadores chegam ao pulmão por via aerógena ou broncogênica, de maneira idêntica ao que ocorre nas broncopneumonias. A diferença entre esses dois processos é que a evolução da pneumonia lobar é mais rápida e o processo é mais extenso. Portanto, a pneumonia lobar nada mais é do que uma broncopneumonia fulminante. Existe correlação entre ocorrência de pneumonia lobar e estresse. Nos bovinos, a forma mais comum de estresse é o transporte; por isso, a causa mais comum de pneumonia lobar em bovinos é a infecção por Mannheimia (Pasteurella) haemolytica associada a condições estressantes, particularmente o transporte. Essa condição é conhecida como febre dos transportes. Geralmente o processo não progride para cronicidade devido à evolução rápida e à alta taxa de letalidade. Quanto ao tipo de exsudato, a pneumonia lobar pode ser classificada em fibrinosa ou fibrinopurulenta (mais comum), hemorrágica ou necrótica. A exsudação de fibrina indica que o processo inflamatório é grave, uma vez que há aumento acentuado da permeabilidade vascular. Macroscopicamente, a pneumonia lobar é caracterizada por áreas de consolidação cranioventrais, envolvendo difusamente os lobos, em geral a totalidade de um ou mais lobos, que se apresentam de coloração ou uniforme, com espessamento da pleura e alargamento dos septos interlobulares, devido à exsudação de fibrina e ao edema. É comum a presença de áreas de necrose. Alvéolos e bronquíolos: Grande quantidade de neutrófilos, macrófagos, pneumócitos e muco. Brônquios: mais leve. Vasos congestos: edema. Consolidação vermelha (2-3 dias). Aumento de células / exsudato fibrinoso. Diminuição do volume capilar. Aparência acinzentada. Consolidação cinza (5-7 dias). 7-10 dias para evoluir do início a resolução. 20-30 dias para pulmão normal. Persistência – leva a morte por toxemia ou hipoxemia. Cura: membranas basais, exsudato, agente. Supuração/ abscedação: agentes piogênicos. Aguda, superaguda. Consolidação difusa dos lobos pulmonares. Mannheimia hemolytica: febre dos transportes (bovinos). Edema quase sempre contaminado com células inflamatórias e muco – cor amarelado/amarronzado. Microscopia: Evolução: Vírus – lesão inicial – perda de cílios – predisposição a infecções secundárias. Pneumonia catarral/ purulenta: Pneumonia lobar: Outras: H. somnus, Mycoplasma mycoides (bovinos). Hemophilus sp, A. pleuropneumoniae (suínos). Pasteurella multocida (bovinos, suínos, gatos). R. equi (cavalos). Aspiração: fluídos / conteúdo gástrico. Patologia EspecialPatologia Especial D A T A 2 9 - 1 0 - 2 0 2 1 em seguida, estabelecimento da fase crônica, caracterizada por uma resposta proliferativa e fibrótica. Como exemplos de agentes específicos podem ser mencionados: vírus da cinomose (paramixovírus), em cães; vírus da peritonite infecciosa felina (coronavírus), em gatos; vírus respiratório sincicial bovino; salmonelose septicêmica, principalmente em bezerros e leitões (toxoplasmose; parasitismo por vermes pulmonares e migração de larvas de ascarídeos; lentivírus dos pequenos ruminantes [ e caprina (CAE, caprine arthritis encephalitis)]; Pneumocystis carinii, principalmente em potros. Além das causas infecciosas, agentes químicos, como oxigênio em concentrações acima de 50%, paraquat (herbicida comercialmente denominado Gramoxone), fumaça, e vapores de óxido de zinco, além da ingestão de querosene por cães, podem provocar pneumonia intersticial. Toxinas endógenas e exógenas também podem causar essa doença. Entre as endógenas, destacam -se os catabólitos nos casos de insuficiência renal crônica (uremia), acidose e pancreatite. Exemplos de tóxicos exógenos incluem alcaloides pirrozilidínicos, toxinas de batatas- doces mofadas e 3 metil- indol de origem ruminal decorrente da metabolização de L triptofano. Microscopicamente, os septos alveolares estão espessos devido à proliferação celular e à infiltração de células inflamatórias. Sob o ponto de vista microscópico, a pneumonia intersticial é predominantemente proliferativa, enquanto a broncopneumonia e a pneumonia lobar são predominantemente exsudativas. Histopatologia: aguda / crônica. Aguda: tóxica, infecciosa, metabólica. Danos: endotélio, pneumócitos tipo I. Hematógena. Imensa maioria pelo sangue. Paredes alveolares (septos). Dano nos septos alveolares. Resposta proliferativa / fibrótica. Aguda: vírus, químicos, septicemia. Macroscopia: lesões disseminadas A ocorrência de complicações nos casos de pneumonia lobar é mais comum do que nos casos de broncopneumonia. Tais complicações incluem: morte, que ocorre com frequência muito maior do que nas broncopneumonias e se deve, na maioria dos casos, à hipoxia associada à toxemia; formação de abscessos e disseminação do agente por via hematógena ou linfática; empiema da cavidade pleural, principalmente devido ao rompimento de abscessos pulmonares; pericardite e peritonite; fibrose; endocardite; toxemia; poliartrite fibrinosa e meningite. Pneumonia intersticial: No caso da pneumonia intersticial, o local de origem do processo é diferente dos padrões de pneumonia descritos anteriormente, uma vez que o processo tem início nos septos alveolares, não ocorrendo envolvimento das vias respiratórias. Outra característica da pneumonia intersticial é que a via de infecção é, na maioria dos casos, hematógena, embora a via broncogênica também ocorra na pneumonia intersticial, particularmente nos casos de inalação de gases pneumotóxicos. Ao contrário da broncopneumonia e da pneumonia lobar, o curso da pneumonia intersticial é geralmente crônico, embora ocorra um estágio inicial agudo. A sequência de eventos no desenvolvimento das lesões envolve, inicialmente, lesão difusa das paredes alveolares, seguida por um período breve de exsudação e, Patologia EspecialPatologia Especial D A T A 2 9 - 1 0 - 2 0 2 1 Material estranho (líquidos). Leite, conteúdo ruminal. Pode: granuloma, broncopneumonia, pneumonia, gangrena. Condição do indivíduo – sadio ou imunossuprimido. perfurantes nos casos de reticuloperitonite traumática. Macroscopicamente, observam- se áreas de coloração amarelada ou esverdeado escura com odor pútrido e formações cavitárias repletas de material necrótico. Essas formações cavitárias podem se romper, provocando piotórax e, em alguns casos, pneumotórax putrefativo, devido à atividade de bactérias produtoras de gás. Por aspiração: A resposta pulmonar ao material aspirado depende de três fatores: da natureza do material,que pode ser mais ou menos irritativo; do grau de patogenicidade e da quantidade das bactérias contidas no material aspirado; e da distribuição e quantidade de material inspirado nos pulmões. Dependendo desses fatores, a aspiração pode causar broncopneumonia, pneumonia lobar ou pneumonia gangrenosa. Em geral ocorre irritação das mucosas traqueal e brônquica, com intensa hiperemia e, às vezes, hemorragia da mucosa. A aspiração de material oleoso ocorre com maior frequência em gatos tratados com óleo mineral por via oral. Ao contrário de qualquer material aquoso, o óleo mineral não induz o reflexo de tosse quando em contato com a mucosa das vias respiratórias e, por isso, chega facilmente ao parênquima pulmonar. Nesses casos, as áreas consolidadas geralmente apresentam coloração mais pálida do que o parênquima normal, devido ao acúmulo de grande número de macrófagos repletos de material oleoso. Acúmulo de macrófagos nos alvéolos. Proliferação e persistência de pneumócitos tipo II. Espessamento intersticial: mononucleares/ fibrose. Macrófagos mono Proliferação pn II para substituição I. Focos de broncopneumonias ou pneumonias supurativas mal curadas, que persistiram. Êmbolos sépticos (capilares). Crânio-ventral + fibrose ou bronquiectasia (Pneumonia supurativa). Dorso-caudal ou disseminados: origem hematógena (êmbolos sépticos). Outras causas: corpo estranho aspirado, trauma. Complicações: fistulações, empiema pleurais, hemorragia, broncopneumonia supurativa fulminante. Aspiração + bactérias putrefativas. Bovinos: corpo estranho do retículo. Complicação de outras pneumonias (necrose extensa). Macrófagos mononucleares nos septos interalveolares. Crônica: vírus, bactérias, plantas tóxicas, parasitas. Abscessos pulmonares e pneumonia embólica: Origem: Formas especiais de pneumonia: Gangrenosa: O mais comum é a pneumonia gangrenosa resultante de aspiração de material estranho contaminado com bactérias saprofíticas e putrefativas, ou seja, a pneumonia gangrenosa é uma consequência frequente e importante da pneumonia por aspiração. Nos bovinos, ocasionalmente, pode ser resultado da penetração direta de corpos estranhos Patologia EspecialPatologia Especial D A T A 2 9 - 1 0 - 2 0 2 1 No caso da tuberculose, as porções centrais dos nódulos contêm material necrótico caseoso e, às vezes, mineralizado. Microscopicamente, a pneumonia granulomatosa caracteriza -se pela abundância de macrófagos com aspecto epitelioide e, frequentemente, células gigantes multinucleadas. Esses achados estão associados a quantidades variáveis de infiltrado linfocitário e fibrose. A pneumonia granulomatosa invariavelmente tem curso crônico. Outros agentes, como Aspergillus sp., Histoplasma capsulatum e outros, podem provocar lesões granulomatosas no pulmão em diferentes espécies domésticas. Embora listado como causa de broncopneumonia em equinos, o Rhodococcus equi geralmente provoca uma pneumonia do tipo piogranulomatosa, ou seja, um processo caracterizado pela associação de uma resposta granulomatosa com uma resposta exsudativa supurada. Nesses casos, o centro dos nódulos, que macroscopicamente se assemelham a abscessos, contém grande quantidade de neutrófilos, enquanto, na periferia da lesão, há predominância de macrófagos epitelioides e células gigantes com abundantes quantidades do organismo. Pneumonia hipostática Com frequência, animais que permanecem em decúbito lateral por períodos prolongados desenvolvem pneumonia hipostática. Isso se deve à natureza porosa do pulmão, a qual o predispõe à congestão hipostática e, consequentemente, ao edema. Esses processos causam desvitalização do tecido e comprometimento dos mecanismos de defesa do pulmão, favorecendo a Tuberculose e micoses (mais importantes). Trauma, imunodeficiência. Presença de parasitas: actinobacillus, actinomyces, nocardia. Aspiração partículas insolúveis. Essa condição deve ser diferenciada da pneumonia lipídica endógena, de causa idiopática, caracterizada pelo acúmulo de macrófagos e algumas células gigantes com citoplasma finamente vacuolizado e com abundância de cristais de colesterol. Também deve ser considerada no diagnóstico diferencial das pneumonias por aspiração a condição conhecida como proteinose alveolar, que se desenvolve devido ao acúmulo anormal de material derivado de componentes do surfactante no lúmen alveolar. Nesses casos, o lúmen alveolar fica completamente preenchido por material homogêneo, amorfo, acelular e anfofílico, associado ao acúmulo de quantidades variadas de macrófagos epitelioides e células gigantes multinucleadas. Pneumonia granulomatosa: O modelo típico de pneumonia granulomatosa é a tuberculose pulmonar. Essa doença acomete todas as espécies de animais domésticos, porém é mais prevalente em bovinos. O principal agente etiológico nos bovinos é o Mycobacterium bovis, embora o M. tuberculosis seja capaz de causar infecção em bovinos que são expostos a pessoas infectadas. Eventualmente, outras espécies do gênero Mycobacterium podem causar lesões granulomatosas em bovinos, mas a infecção, nesses casos, é autolimitante. Macroscopicamente, as pneumonias granulomatosas se apresentam sob a forma de nódulos de tamanhos variáveis distribuídos pelo parênquima pulmonar (granulomas). Patologia EspecialPatologia Especial D A T A 2 9 - 1 0 - 2 0 2 1 Pneumonia tromboembólica (ou embólico- metastática) Pneumonia tromboembólica é consequência da fixação de êmbolos sépticos (bacterianos) provenientes de processos inflamatórios e infecciosos em outros órgãos, que atingem os pulmões por via hematogênica. As causas mais frequentes em cão, suíno e bovino são as endocardites valvulares e, nos ovinos, a linfadenite caseosa. Macroscopicamente, observam se múltiplos abscessos pulmonares de tamanhos variados, e alguns se apresentam como pequenos pontos amarelados ou esbranquiçados correspondentes a microabscessos, localizados principalmente nas regiões dorsolaterais dos pulmões, embora a distribuição frequentemente seja aleatória. A consolidação, nesses casos, geralmente tem distribuição multifocal. Pneumopatia urêmica Pneumopatia urêmica ocorre nos casos de uremia crônica grave no cão. A principal lesão é degeneração e calcificação da musculatura lisa dos bronquíolos respiratórios e das paredes alveolares. Macroscopicamente, o pulmão apresenta textura arenosa com distribuição difusa, podendo ranger ao corte, como se houvesse inúmeros grãos de areia no parênquima pulmonar. Histologicamente, observa -se mineralização da musculatura lisa, a qual, em casos avançados, envolve também a parede alveolar, com acúmulo de quantidades variáveis de macrófagos nos alvéolos e edema pulmonar. A pneumopatia urêmica tende a ser uma lesão tardia nos casos de insuficiência renal; por isso, geralmente está associada a outras instalação de infecção por bactérias inaladas das porções respiratórias superiores. Nesses casos, a congestão e a consolidação são unilaterais e afetam o hemiórgão posicionado para baixo durante o período de decúbito prolongado. Portanto, pneumonia hipostática deve ser considerada como uma complicação potencial para animais em decúbito, independentemente da doença primária que levou o indivíduo ao decúbito lateral prolongado. Pneumonia verminótica Áreas de consolidação resultantes de infecções parasitárias geralmente se localizam nas porções caudais, principalmente nos lobos diafragmáticos. A lesão primária causada pelos parasitas é uma bronquite crônica com broncoestenose e enfisema alveolar. A obstrução parcial ou expiratória dos brônquios se dá pela presença dos parasitas e pelo acúmulo de excesso de muco e exsudato eosinofílico, além de hipertrofia e aumento de contratilidade da musculatura lisa brônquica. Em pequenos brônquios e bronquíolos, esse processo pode levar à obstrução total, com consequente atelectasia do parênquima correspondente. O processo pneumônico se instala quando os tecidos lesionados pelos parasitas sofrem infecção bacteriana secundária. As principais causas de pneumonia parasitárianas diferentes espécies domésticas no Brasil são Dictyocaulus viviparus em bovinos, Dictyocaulus arnfield em equídeos e Metastrongylus salmi em suínos (ver tópico sobre pneumonias parasitárias na seção de doenças específicas). Patologia EspecialPatologia Especial D A T A 2 9 - 1 0 - 2 0 2 1 Geralmente, a delimitação entre o parênquima afetado e o normal é muito bem demarcada. O parênquima afetado é firme, tem coloração vermelho escura e apresenta um padrão lobular mais evidenciado devido ao edema e ao acúmulo de fibrina nos septos interlobulares. Mesmo macroscopicamente, é possível observar áreas de necrose no parênquima pulmonar. O pulmão afetado é mais pesado do que o normal e tem quantidades variáveis de exsudato fibrinoso sobre a superfície da pleura visceral e também na cavidade torácica. Quantidades variáveis de exsudato purulento podem ser encontradas nos brônquios e na traqueia. Microscopicamente, os alvéolos estão preenchidos por líquido de edema, fibrina, neutrófilos, macrófagos e hemácias, com variação na proporção desses elementos em diferentes áreas do parênquima afetado. Observam- se também extensas áreas de necrose de coagulação circundadas por denso infiltrado inflamatório predominantemente neutrofílico. Em casos mais crônicos, pode ser observada fibroplasia adjacente às áreas de necrose. Os brônquios e bronquíolos ficam preenchidos por fibrina e células inflamatórias. Outro achado frequente é a trombose de capilares alveolares e vênulas, com acúmulo de material fibrinoso nos linfáticos. Nos casos mais graves, as lesões pulmonares têm padrão de pneumonia lobar, e, em alguns casos, a manifestação clínica é de morte súbita, devido ao rápido estabelecimento da condição de sepse e consequente choque. É importante considerar que M. haemolytica é um patógeno oportunista, uma vez que faz parte da microbiota normal do trato respiratório superior de bovinos. lesões extrarrenais da insuficiência renal crônica, como mineralização intercostal e da mucosa laríngea, glossite e estomatite ulcerativas, gastropatia urêmica e endocardite atrial. Pneumoconiose Pneumoconiose é caracterizada pelo acúmulo de material inorgânico no parênquima pulmonar. A forma mais frequente entre os animais domésticos é a pneumoconiose por acúmulo de sílica, enquanto a asbestose é uma condição rara. A forma mais comum de acúmulo de material inorgânico particulado no pulmão de animais domésticos é a antracose (discutida em detalhes anteriormente), que é comum em animais que vivem em grandes centros urbanos ou que têm convivência muito próxima com fumantes. Tumores: Primários: raros. Carcinoma bronquiogênico (cães). Pleura: mesotelioma (mais importante). Pasteurelose pulmonar bovina (febre dos transportes) A doença clinicamente reconhecida como febre dos transportes é causada pela associação de fatores estressantes, particularmente transporte, e infecção respiratória, principalmente por Mannheimia (Pasteurella) haemolytica, embora Pasteurella multocida e Histophilus somni também sejam frequentemente isolados nesses casos. Além disso, pode também haver associação com infecções virais, incluindo o vírus sincicial respiratório bovino, o vírus parainfluenza 3 e o herpesvírus bovino tipo 1. Nessa doença, a alteração pulmonar se caracteriza por consolidação cranioventral (broncopneumonia ou, frequentemente, pneumonia lobar) e, em geral, bilateral. Patologia EspecialPatologia Especial D A T A 2 9 - 1 0 - 2 0 2 1 direta dos cílios. Além disso, causa alteração e diminuição da eficácia do sistema imune. Consequentemente, existe predisposição a infecções bacterianas secundárias, como P. multocida, Streptococcus suis, Haemophilus parasuis, B. bronchiseptica, entre outras. Foi demonstrado ainda sinergismo em casos de infecções combinadas com o vírus da PRRS. Dessa forma, a gravidade dos sintomas clínicos vai depender da presença desses agentes e de condições do ar e do ambiente relacionadas com a higiene. As lesões macroscópicas caracterizam- se por broncopneumonia catarral e purulenta no caso de associação com bactérias piogênicas, como Trueperella (Arcanobacterium) pyogenes. Histologicamente, além da infiltração neutrofílica presente no lúmen alveolar e bronquiolar, principalmente em decorrência de infecções bacterianas secundárias, observa- se marcante hiperplasia de nódulos linfoides broncoassociados e hiperplasia de pneumócitos tipo II. Pneumonia enzoótica bovina Ao contrário do que ocorre com os suínos, nos quais a pneumonia enzoótica tem como agente primário o Mycoplasma, em bovinos o termo pneumonia enzoótica tem sido utilizado com frequência em referência à pneumonia de bezerros, que tem caráter enzoótico, mas, nesse caso, a doença tem causas múltiplas, incluindo vírus parainfluenza 3, BRSV, coronavírus, adenovírus e rinovírus bovino, além de micoplasmas (Mycoplasma bovis e M. dispar) e outros agentes bacterianos, particularmente Pasteurella multocida, Mannheimia (Pasteurella) haemolytica e Histophilus somni (Haemophilus somnus). Em animais saudáveis, há predomínio dos sorotipos apatogênicos S2 e S4, enquanto os animais que desenvolvem a doença têm predomínio do sorotipo patogênico S1. Fatores de virulência do sorotipo S1 de M. haemolytica, como a leucotoxina e o lipopolissacarídio (LPS), entre outros, são importantes para a colonização do trato respiratório e evasão do sistema imune do hospedeiro. As lesões e a manifestação clínica da infecção por P. multocida geralmente são mais brandas do que aquelas causadas por M. haemolytica, embora amostras mais virulentas de P. multocida causem lesões bastante semelhantes. Pneumonia enzoótica micoplásmica suína Doença respiratória crônica infecciosa, muito contagiosa, causada pelo Mycoplasma hyopneumoniae, patógeno espécieespecífico que somente infecta suínos. Essa enfermidade é uma das principais causas de perdas econômicas, sendo altamente prevalente em praticamente todas as regiões com intensa indústria suinícola no mundo. No Brasil, a pneumonia enzoótica é descrita praticamente em todas as áreas produtoras de suínos. Há grande variação da faixa etária acometida; podem ser afetados animais desde 50 dias de idade até o abate, dependendo do status imunológico do rebanho de reprodução, fluxo de animais na granja, plano de antimicrobianos usados, entre outros fatores. A manifestação clínica pode variar de inaparente até muito grave com tosse seca não produtiva, que ocorre, em média, 4 semanas após a infecção, atraso no ganho de peso, alta morbidade e baixa mortalidade. O M. hyopneumoniae coloniza a superfície apical das células epiteliais que revestem a mucosa das vias respiratórias induzindo lesão Patologia EspecialPatologia Especial D A T A 2 9 - 1 0 - 2 0 2 1 A capacidade patogênica do R. equi é fortemente dependente de fatores de virulência codificados pelo plasmídio de virulência, particularmente os genes denominados vap (virulence associated proteins), que são nove, ao todo, e que têm sua expressão estimulada no ambiente intracelular, particularmente em macrófagos. Lesões extrapulmonares geralmente estão associadas às lesões pulmonares, embora possam ocorrer isoladamente, sendo comum a ocorrência de colite e tiflite ulcerativas, que podem estar associadas à linfadenite piogranulomatosa mesentérica. A letalidade resultante da infecção por R. equi pode ser elevada, particularmente em equinos jovens com lesões pulmonares tratados tardiamente ou não tratados. Infecção por Actinobacillus pleuropneumoniae O A. pleuropneumoniae, bactéria Gram- negativa, é o agente causal da pleuropneumonia dos suínos, uma das doenças respiratórias mais importantes nessa espécie e de ocorrência mundial. A relevância dessa enfermidade se justifica pelas diferentes formas de apresentação, que podem variar de doença subclínica a pleuropneumonia fulminante ou doença respiratória crônica. Consequentemente, as perdas econômicas estão relacionadas com a mortalidade, diminuição do desempenho e uso de medicamentos. Mais frequentemente, animais entre 60dias e o abate são acometidos. Essa bactéria é dividida em biovares 1 e 2, sendo o primeiro biovares subdividido em 12 sorovares, e o segundo em três. Diferentes sorovares apresentam diferenças de patogenicidade, relacionadas, por exemplo, com a produção de exotoxinas da família RTX. A faixa etária afetada com maior frequência é de bezerros entre 2 e 6 meses, embora bezerros com apenas 2 semanas de idade possam desenvolver pneumonia. As características macroscópicas são de broncopneumonia e, entre os fatores predisponentes mais importantes, destacam-- se imunidade passiva insuficiente e ambiente desfavorável, particularmente excesso de frio, superlotação das instalações e ventilação inadequada, que resulta em acúmulo de gases tóxicos. Agrupamento de bezerros de origens diferentes, que ocorre em sistemas de recria de bezerros leiteiros, também favorece a ocorrência de pneumonia. Infecção por Rhodococcus equi O Rhodococcus equi, bactéria Gram positiva de distribuição ubiquitária, é um agente importante de pneumonia subaguda a crônica, principalmente em potros até os 6 meses de idade. As lesões são caracterizadas por nódulos pulmonares que, ao corte, podem drenar exsudato purulento. Frequentemente há envolvimento de linfonodos bronquiais e mediastínicos. Histologicamente, a lesão caracteriza- se por pneumonia piogranulomatosa multifocal com inúmeros cocobacilos intracitoplasmáticos em macrófagos e células gigantes multinucleadas. No centro das lesões, geralmente, há predomínio de neutrófilos e material necrótico, com abundância de macrófagos epitelioides, células gigantes e linfócitos na periferia da lesão, e o parênquima pulmonar adjacente frequentemente sofre atelectasia compressiva. A patogenicidade do R. equi resulta de sua habilidade de sobreviver e se multiplicar dentro de macrófagos. Patologia EspecialPatologia Especial D A T A 2 9 - 1 0 - 2 0 2 1 A doença ocorre principalmente em regiões mais frias e úmidas ou durante os meses mais frios do ano, uma vez que as larvas são muito resistentes ao frio, mas muito sensíveis ao calor. Em animais jovens, há predisposição ao parasitismo por esses agentes. O D. viviparus é o único helminto cuja forma adulta infecta o pulmão de bovinos. A intensidade da doença e das lesões depende do número de larvas infectantes e da imunidade do hospedeiro. Os vermes adultos se localizam nos brônquios, são esbranquiçados e finos e têm até 8 cm de comprimento, podendo também ser encontrados na traquéia. Pode haver áreas de consolidação, atelectasia ou enfisema no parênquima pulmonar adjacente. Histologicamente, há bronquite catarral eosinofílica, podendo ocorrer bronquiolite ou alveolite linfo histiocitária ou granulomatosa associada a larvas. Frequentemente ocorre pneumonia bacteriana secundária. Em comparação ao parasitismo por D. viviparus em bovinos, a capacidade patogênica do Dictyocaulus arnfield em equídeos é bem menor, resultando em infecções assintomáticas ou tosses crônicas, geralmente associadas à hiperplasia de células secretoras de muco no epitélio brônquico e infiltrado linfocitário, que pode estar associada a áreas de enfisema no parênquima adjacente. O principal agente da pneumonia verminótica em suínos é o M. salmi, embora outras espécies do gênero, como M. apri (elongatus) e M. pudendotectus, também causem a doença. Entre essas toxinas, citam se ApxI, ApxII e ApxIII. Os sorovares 1, 5, 9, 10 e 11, produtores de ApxI, apresentam elevada virulência. A. pleuropneumoniae que chegam ao pulmão são prontamente fagocitados por macrófagos ou se aderem a eles e produzem as toxinas ApxI, ApxII e ApxIII. Essas toxinas são potencialmente tóxicas para macrófagos alveolares, células endoteliais e epiteliais alveolares. O microrganismo, apesar de fagocitado por macrófagos, não sofre digestão lisossomal, muito possivelmente devido à cápsula espessa. As toxinas produzidas induzem intensa reação inflamatória e necrose de tecidos, formando áreas multifocais de sequestro (necrose) circundadas por camada de neutrófilos modificados, com disposição alongada. As lesões pulmonares são as de pneumonia lobar, com comprometimento de lobos cranioventrais com áreas vermelhoescuras e necrosadas, espessamento de septos interlobulares devido ao acúmulo de fibrina e presença de exsudato fibrinohemorrágico sobre a pleura visceral. Frequentemente, existem áreas focais ou multifocais no lobo caudal, face dorsal, com lesões semelhantes às anteriormente descritas. Pneumonia verminótica A pneumonia verminótica nas diferentes espécies domésticas são causadas principalmente por Dictyocaulus viviparus em bovinos, Dictyocaulus arnfield em equídeos, Metastrongylus salmi em suínos e Dictyocaulus filaria, Muellerius capillaris, Cystacaulus acreatus, Protostrongylus rufescens e Neostrongylus linearis em ovinos e caprinos. Patologia EspecialPatologia Especial D A T A 2 9 - 1 0 - 2 0 2 1 Lesão semelhante pode ser causada por A. suum em bezerros que coabitam com suínos e que são expostos a ambiente intensamente contaminado com larvas. Os parasitas adultos se localizam em brônquios, e, geralmente, as lesões macroscópicas são discretas e caracterizadas por áreas enfisematosas nas bordas ventrocaudais do pulmão. Histologicamente, as alterações são semelhantes àquelas causadas por D. viviparus em bovinos. No cão, o Angiostrongylus vasorum se localiza (forma adulta) em arteríolas pulmonares, resultando em hiperplasia da íntima e da camada muscular lisa, podendo ocorrer arterite e trombose. Podem ocorrer focos de inflamação granulomatosa no parênquima pulmonar associados a larvas ou ovos do parasita. No gato, o principal parasita pulmonar é o Aelurostrongylus abstrusus, cuja forma adulta tem até 1 cm de comprimento e vive nos brônquios e bronquíolos. Histologicamente, geralmente se observam poucos vermes adultos e maior número de ovos e larvas em bronquíolos terminais e alvéolos, associados à reação inicialmente neutrofílica e eosinofílica, mas que rapidamente é substituída por uma resposta granulomatosa com abundância de macrófagos e células gigantes multinucleadas. O parasita adulto geralmente desencadeia uma bronquiolite catarral, sendo características histológicas marcantes nesses casos a hipertrofia e a hiperplasia da musculatura lisa bronquiolar. Além dos parasitas cujas formas adultas têm tropismo pelo pulmão, vários outros podem causar lesões pulmonares durante a migração de suas larvas pelo parênquima pulmonar, como ocorre em suínos parasitados por Ascaris suum, cujas larvas, ao migrarem pelo pulmão, podem causar pneumonia intersticial eosinofílica com grande número de larvas.
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