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Marco Legal das Startups - Lucas Bezerra Vieira

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L U C A S B E Z E R R A V I E I R A
P A R A E N T E N D E R , D E F O R M A S I M P L E S , A S I N O V A Ç Õ E S 
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E M P R E E N D E D O R B R A S I L E I R O
Finalmente, temos o nosso Marco Legal das Startups!
Depois de muitas discussões técnicas, participação proativa das entidades
do setor, alterações em seu conteúdo, negociações políticas e idas e vindas
nos trâmites legislativos, o Marco Legal das Startups foi sancionado pelo
Presidente da República. Com a lei, nasce uma esperança de sanar diversos
problemas do ambiente empreendedor para a inovação do Brasil.
Sei como ler e aprender lei é chato e maçante, por mais importante que
seja. Por isso, neste material, tenho o objetivo de apresentar para você,
empreendedor, quais principais aspectos da lei que merecem a sua atenção.
Tudo isso, como sempre, de forma simples e prática, utilizando a transcrição
dos conteúdos da própria lei.
É bem possível que veja outros artigos com críticas ao projeto ou aos pontos
que ficaram fora dele, o que é natural. Entretanto, esse não é o nosso foco.
Aqui, vamos abordar o que a lei trouxe e o que você precisa saber para
tentar aproveitar ao máximo as inovações em prol da sua startup.
Espero que o conteúdo lhe seja útil. Boa leitura!
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FreeText
Versão para o programa Conecta Startup Brasil
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Lucas Bezerra Vieira é advogado com atuação
especializada no assessoramento jurídico de startups e
empresas de tecnologia. Assessora startups de renome
nacional, participantes de programas de fomento ou
aceleração como Endeavor Scale Up, Shark Tank Brasil,
Inovativa Brasil, Estação Hack from Facebook, ACE Startups
e grandes fundos de investimentos, entre outros.
Sócio do QBB Advocacia, é ex-presidente e atual membro
da Comissão de Direito da Inovação e Startups da
OAB/RN. Autor do livro Direito para Startups: Manual
jurídico para empreendedores” e criador do site “Direito
para Startups”. É Coordenador da Setorial Nacional de
Empreendedorismo e Inovação do movimento Livres
(eusoulivres.org). Formação em Proteção de Dados e Data
Protection Officer pela Fundação Getúlio Vargas – FGV/RJ.
Mentor legal do Programa Conecta Startup Brasil, um dos
maiores programas de aceleração de startups do Brasil
(Softex) e do Distrito, maior ecossistema independente de
Startups do Brasil. Palestrante e autor de artigos publicados
em periódicos científicos, como também de artigos
publicados em grandes portais nacionais (Estadão, Jota,
Conjur, Migalhas, Jornal do Comércio…).
Para contatar o autor, basta clicar nos links a seguir ou 
acessar as suas redes sociais (@lucasbzvieira):
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https://www.linkedin.com/in/lucasbvieira/
http://wa.me/5584996183770
https://www.instagram.com/lucasbzvieira/
mailto:lucasvieira@qbb.adv.br
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O QUE É O MARCO LEGAL DAS STARTUPS?
QUAIS AS VANTAGENS DO MARCO LEGAL DAS 
STARTUPS PARA O ECOSSISTEMA EMPREENDEDOR?
O QUE ELE PRETENDE SOLUCIONAR?
QUAIS OS CONCEITOS LEGAIS QUE O MARCO 
APRESENTA E QUE PRECISO SABER?
QUAIS OS TIPOS DE INVESTIMENTOS EM STARTUPS 
PREVISTOS?
QUAIS AS VANTAGENS E SEGURANÇA EM REALIZAR 
INVESTIMENTOS EM STARTUPS NA FORMA PREVISTA 
EM LEI?
QUAIS OS INCENTIVOS À INOVAÇÃO TRAZIDOS 
PELO MARCO PARA OS NOVOS NEGÓCIOS?
HÁ ALGUMA PREVISÃO QUE FACILITE OS ASPECTOS 
REGULATÓRIOS E BUROCRÁTICOS PARA A 
VALIDAÇÃO E EXERCÍCIO DE ATIVIDADES 
INOVADORAS?
ENTES PÚBLICOS PODERÃO CONTRATAR STARTUPS
DE FORMA MAIS FACILITADA?
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HÁ PREVISÃO SOBRE PROGRAMAS DE INCENTIVOS
PARA FUNCIONÁRIOS E COLABORADORES (STOCK
OPTIONS)?
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QUAIS OS DEMAIS PONTOS QUE MERECEM ATENÇÃO
PELOS EMPREENDEDORES CONSTANTES NO MARCO
LEGAL DAS STARTUPS?
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O Marco Legal das Startups nada mais é do que uma lei, resultado do Projeto
de Lei Complementar n. 146/2019, que institui a primeira norma-base
federal para as startups e empreendedorismo inovador no Brasil. Por isso, a
denominação de “Marco”, como ocorre com o Marco Civil da Internet (Lei
Federal 12.965/2014) e Marco da Ciência, Tecnologia e Inovação (Lei
13.243/2016).
Note que é a primeira norma de cunho federal pois diversos estados e
municípios já possuíam normas próprias regulamentando o empreendedorismo
inovador no país. Essa é uma realidade principalmente dos entes que possuem
centros de inovação e parques tecnológicos.
Em que pese ser o marco (por tratar de diversos assuntos correlatos), outras
leis federais já tratavam de temas importantes para as startups e
empreendedorismo no país. Além das duas citadas acima, temos como
exemplo também a Lei Complementar 167/2019, criadora do Inova Simples,
e a Lei 13.874/2019, que instituiu a Declaração de Direitos da Liberdade
Econômica, estabelecendo garantias de livre mercado.
Em resumo, a partir de agora, temos uma lei que será referência sempre que
o assunto for empreendedorismo inovador no país. Por isso, é obrigação de
todo empreendedor conhecer minimamente as suas disposições, uma vez que
elas afetam o exercício de suas atividades negociais.
O q u e é o M a r c o L e g a l d a s S t a r t u p s ?
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Sempre que falamos de ambiente empreendedor brasileiro, há
uma série de aspectos que causam entraves ao maior desenvolvimento
econômico. Podemos listar como principais os seguintes:
a) Aspectos regulatórios e burocráticos → alto risco de regulação
das atividades e procedimentos burocráticos exagerados para se
empreender.
b) Tributação → sistema tributário complexo e alta carga tributária;
c) Insegurança jurídica para investimentos → riscos de
responsabilização pelas ações empresariais e desconsideração
da personalidade jurídica em desfavor do investidor, afetando o
patrimônio pessoal;
d) Trabalhista → Normas trabalhistas consideradas protecionistas e
defasadas, que não refletem as novas formas de relação entre
colaboradores e empreendedores, e;
e) Contratações públicas → dificuldades de ingresso de soluções
inovadoras nos entes públicos em geral, privilegiando empresas
tradicionais.
Q u a i s a s v a n t a g e n s d o M a r c o L e g a l d a s S t a r t u p s 
p a r a o e c o s s i s t e m a e m p r e e n d e d o r ? O q u e e l e 
p r e t e n d e s o l u c i o n a r ?
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ssas, sem dúvidas, são
as principais queixas de
quem empreende com
inovação. E foram sobre
elas que se iniciaram as
discussões sobre a necessidade
de criação de uma norma que
facilitasse e trouxesse
segurança para as partes
envolvidas nesse ecossistema.
A sua construção contou com
uma forte participação das
mais diversas entidades do
empreendedorismo nacional
(startups, fundos de
investimentos, agentes públicos
e ambientes de inovação), que
deixaram evidentes o
sentimento de ausência de um
suporte do poder público e de
um ambiente de estímulo ao
aporte de capital de risco.
É fato que a norma supre a
lacuna de uma lei-base para os
empreendimentos estruturados
no formato de startups,
trazendo conceituações e
parâmetros jurídicosmínimos
para a atuação desses novos
negócios.
Isso significa maior segurança
jurídica, umas das principais
premissas da consolidação de
um mercado seguro para a
circulação de capital privado,
importante para o
desenvolvimento do setor.
O Marco busca ainda resolver
questões que são os pilares
jurídicos do sucesso de qualquer
negócio, tais como facilitação
nos investimentos e contratações
públicas em inovação; redução
dos procedimentos burocráticos,
com o estímulo de programas
regulatórios experimentais;
regulamentação de alternativas
de valorização e remuneração
de colaboradores (stock-
options) e segurança jurídica
para investidores.
Em que pese os avanços
proporcionados, ao final, pode-
se afirmar que o Marco resolve
parcialmente os diversos
problemas apresentados. Isso
porque, como se vê, algumas
pautas ficaram de fora do
projeto de lei durante as
discussões legislativas, tais como
regramentos de aspectos
trabalhistas e as determinadas
disposições tributárias próprias
para as startups e investidores.
Apesar das alterações, as
perspectivas para sua vigência
são as melhores. Já temos um
primeiro passo e um marco
nessa evolução. Espera-se que
suas disposições
verdadeiramente estimulem o
fortalecimento do país como um
centro de inovação
empreendedora.
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Dentre os conceitos apresentados pela Lei, três se apresentam como principais. São eles:
As organizações empresariais ou societárias, nascentes ou em operação
recente, cuja atuação caracteriza-se pela inovação aplicada a modelo de
negócios ou a produtos ou serviços ofertados.
Na prática, serão o empresário individual, a empresa individual de
responsabilidade limitada, as sociedades empresárias (aqui estão as
famosas Sociedades Limitadas), as sociedades cooperativas e as sociedades
simples:
I. Com receita bruta de até R$ 16.000.000,00 (dezesseis milhões de
reais) no ano anterior ou de R$ 1.333.334,00 (um milhão, trezentos e
trinta e três mil trezentos e trinta e quatro reais) multiplicado pelo
número de meses de atividade no ano anterior, quando inferior a 12
(doze) meses, independentemente da forma societária adotada;
I. Com até 10 (dez) anos de inscrição no Cadastro Nacional da Pessoa
Jurídica (CNPJ) da Receita Federal; e
I. Que atendam a um dos seguintes requisitos, no mínimo:
a) declaração em seu ato constitutivo ou alterador e utilização de modelos
de negócios inovadores para a geração de produtos ou serviços, nos termos
do inciso IV do caput do art. 2º da Lei nº 10.973/2004, ou;
b) enquadramento no regime especial Inova Simples, nos termos do art. 65-
A da Lei Complementar nº 123/2006.
Um detalhe importante: aqui, se você não se enquadra no regime do Inova
Simples (faturamento limitado a R$ 81.000,00/ano), é aconselhado que
você altere o seu ato constitutivo (em regra, contrato ou estatuto social) para
inclui a informação que utiliza modelo de negócios inovador para a geração
de produto ou seu serviço. Eis o que diz o artigo citado:
Art. 2º, IV, da Lei 10.973/2004 - inovação: introdução de novidade ou
aperfeiçoamento no ambiente produtivo e social que resulte em novos
produtos, serviços ou processos ou que compreenda a agregação de novas
funcionalidades ou características a produto, serviço ou processo já existente
que possa resultar em melhorias e em efetivo ganho de qualidade ou
desempenho.
Q u a i s o s c o n c e i t o s l e g a i s q u e o m a r c o 
a p r e s e n t a e q u e p r e c i s o s a b e r ?
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Dentre os conceitos apresentados pela Lei, três se apresentam como principais. São eles:
Investidor que não é considerado sócio nem tem qualquer direito a gerência
ou a voto na administração da empresa, não responde por qualquer
obrigação da empresa e é remunerado por seus aportes.
Ou seja: se possui cotas ou ações, exerce administração ou tem poder de voto,
não será considerado investidor-anjo, mas sim um sócio.
Q u a i s o s c o n c e i t o s l e g a i s q u e o m a r c o 
a p r e s e n t a e q u e p r e c i s o s a b e r ?
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Conjunto de condições especiais simplificadas para que as pessoas jurídicas
possam receber autorização temporária dos órgãos ou das entidades com
competência de regulamentação setorial para desenvolver modelos de
negócios inovadores e testar técnicas e tecnologias experimentais, mediante
o cumprimento de critérios e de limites previamente estabelecidos pelo órgão
ou entidade reguladora e por meio de procedimento facilitado.
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Investimento em startup não é só mútuo conversível e compra de cotas
societárias, como muitos empreendedores costumam pensar. Eis aqui os tipos
de investimentos previstos para as startups na norma:
I. Contrato de opção de subscrição de ações ou de quotas celebrado
entre o investidor e a empresa;
II. Contrato de opção de compra de ações ou de quotas celebrado entre o
investidor e os acionistas ou sócios da empresa;
III. Debênture conversível emitida pela empresa nos termos da Lei nº
6.404/1976 (Lei das Sociedades Anônimas);
IV. Contrato de mútuo conversível em participação societária celebrado
entre o investidor e a empresa;
V. Estruturação de sociedade em conta de participação celebrada entre o
investidor e a empresa;
VI. Contrato de investimento-anjo na forma da Lei Complementar nº 123/
2006;
VII. Outros instrumentos de aporte de capital em que o investidor, pessoa
física ou jurídica, não integre formalmente o quadro de sócios da startup
e/ou não tenha subscrito qualquer participação representativa do
capital social da empresa.
Cada um desses instrumentos possui suas vantagens e desvantagens.
Entretanto, utilizá-los dará ao investidor a segurança jurídica que o Marco
dispõe. Portanto, essa previsão fortalece a segurança no aporte de capital em
startups pelos interessados.
Q u a i s o s t i p o s d e i n ve s t i m e n t o s e m s t a r t u p s 
p r e v i s t o s ?
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Pela lei, não será
considerado como integrante
do capital social da
empresa o aporte realizado
na startup, o que concede
segurança jurídica e
patrimonial até opção pela
conversão, se for o caso,
pelo investidor. Enquanto não
constar como sócio ou
acionista, os seus riscos
patrimoniais pelo
investimento estão limitados
à perda do aporte
realizado.
Veja ainda que o investidor
que realizar o aporte de
capital em uma das
modalidades previstas na lei
(veja o tópico 4) deverá
observar as seguintes
características e gozará das
seguintes vantagens:
Q u a i s a s v a n t a g e n s e s e g u r a n ç a e m r e a l i z a r 
i n ve s t i m e n t o s e m s t a r t u p s n a f o r m a p r e v i s t a 
e m l e i ?
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I. Não seráconsiderado sócio ou
acionista nem possuirá direito
a gerência ou a voto na
administração da empresa,
conforme pactuação
contratual;
II. Não responderá por qualquer
dívida da empresa, inclusive
em recuperação judicial, e a
ele não se estenderá as
responsabilidades pessoais na
esfera cível, trabalhista,
tributária e em outras
disposições atinentes à
desconsideração da
personalidade jurídica
existentes na legislação
vigente.
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I. Fundos patrimoniais de que tratam a Lei nº 13.800/2019,
destinados à inovação;
II. Fundos de Investimento em Participações (FIP), autorizados
pela CVM, nas categorias capital semente, empresas
emergentes, e empresas com produção econômica intensiva
em pesquisa, desenvolvimento e inovação;
III. Investimentos em programas, em editais ou em concursos
destinados a financiamento, a aceleração e a escalabilidade
de startups, gerenciados por instituições públicas, tais como
empresas públicas direcionadas ao desenvolvimento de
pesquisa, inovação e novas tecnologias, fundações
universitárias, entidades paraestatais e bancos de fomento
que tenham como finalidade o desenvolvimento de empresas
de base tecnológica, de ecossistemas empreendedores e de
estímulo à inovação.
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s empresas que possuem obrigações de investimento
em pesquisa, desenvolvimento e inovação, decorrentes de
outorgas ou de delegações firmadas por meio de agências
reguladoras, ficam autorizadas a cumprir seus compromissos
com aporte de recursos em startups por meio de:
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Q u a i s o s i n c e n t i v o s à i n o v a ç ã o 
t r a z i d o s p e l o M a r c o p a r a o s n o v o s 
n e g ó c i o s ?
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Os órgãos e as entidades da administração pública com competência
de regulamentação setorial poderão, individualmente ou em
colaboração, no âmbito de programas de ambiente regulatório
experimental (sandbox regulatório), afastar a incidência de normas
sob sua competência em relação à entidade regulada ou aos grupos
de entidades reguladas.
H á a l g u m a p r e v i s ã o q u e f a c i l i t e o s a s p e c t o s 
r e g u l a t ó r i o s e b u r o c r á t i c o s p a r a a v a l i d a ç ã o e 
e x e r c í c i o d e a t i v i d a d e s i n o v a d o r a s ?
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Sim! A administração pública poderá contratar pessoas físicas ou jurídicas, isoladamente ou
em consórcio, para o teste de soluções inovadoras por elas desenvolvidas ou a ser
desenvolvidas, com ou sem risco tecnológico, por meio de licitação na modalidade especial
regida por esta Lei Complementar.
A delimitação do escopo da licitação poderá restringir-se à indicação do problema a ser
resolvido e dos resultados esperados pela administração pública, incluídos os desafios
tecnológicos a serem superados, dispensada a descrição de eventual solução técnica
previamente mapeada e suas especificações técnicas, e caberá aos licitantes propor
diferentes meios para a resolução do problema.
Ressalvado disposições da Constituição, a administração pública poderá, mediante
justificativa expressa, dispensar, no todo ou em parte:
I. A documentação de habilitação de que tratam os incisos I, II e III, bem como a
regularidade fiscal prevista no inciso IV do caput do art. 27 da Lei nº 8.666/1993 (Lei
de Licitações e Contratações Públicas); e
II. A prestação de garantia para a contratação.
Após homologação do resultado da licitação, a administração pública celebrará Contrato
Público para Solução Inovadora (CPSI) com as proponentes selecionadas, com vigência
limitada a 12 (doze) meses, prorrogável por mais um período de até 12 (doze) meses.
Observe que o valor máximo a ser pago à contratada será de R$ 1.600.000,00 (um milhão
e seiscentos mil reais) por CPSI, sem prejuízo da possibilidade de o edital de que trata o art.
13 desta Lei Complementar estabelecer limites inferiores.
Além disso, a remuneração da contratada deverá ser feita de acordo com um dos seguintes
critérios: I - preço fixo; II - preço fixo mais remuneração variável de incentivo; III - reembolso
de custos sem remuneração adicional; IV - reembolso de custos mais remuneração variável de
incentivo; ou V - reembolso de custos mais remuneração fixa de incentivo.
Após a validação e encerrado o contrato de que trata o art. 14 desta Lei Complementar, a
administração pública poderá celebrar com a mesma contratada, sem nova licitação, contrato
para o fornecimento do produto, do processo ou da solução resultante do CPSI ou, se for o
caso, para integração da solução à infraestrutura tecnológica ou ao processo de trabalho da
administração pública.
A vigência do contrato de fornecimento será limitada a 24 (vinte e quatro) meses, prorrogável 
por mais um período de até 24 (vinte e quatro) meses.
E n t e s p ú b l i c o s p o d e r ã o c o n t r a t a r s t a r t u p s 
d e f o r m a m a i s f a c i l i t a d a ?
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Nos termos da lei, a remuneração poderá ser complementada
com bônus que considerem a eficiência e a produtividade da
empresa, do empregado ou do time de empregados, ou outros
objetivos e parâmetros que as partes vierem a acordar, incluída
a remuneração decorrente da outorga de opção de compra de
ações (stock options).
Considera-se remuneração do empregado e do contribuinte
individual o valor justo atribuído conforme as normas contábeis à
opção de compra de ações, outorgada de acordo com a Lei das
Sociedades Anônimas, não tratado como remuneração qualquer
outro benefício decorrente do exercício de tal opção.
As regras dispostas no Marco legal também se aplicam na
hipótese em que as opções de compra de ações forem
outorgadas a empregados e similares da pessoa jurídica
contratante por pessoa jurídica a ela ligada, domiciliada no
Brasil ou no exterior.
H á p r e v i s ã o s o b r e p r o g r a m a s d e 
i n c e n t i v o s p a r a f u n c i o n á r i o s e 
c o l a b o r a d o r e s ( s t o c k o p t i o n s ) ?
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- Possibilidade das publicações eletrônicas nas
Sociedades Anônimas;
- Na hipótese de omissão do estatuto das S.A. quanto
à distribuição de dividendos, estes serão
estabelecidos livremente pela assembleia geral,
desde que não seja prejudicado o direito dos
acionistas preferenciais de receber os dividendos
fixos ou mínimos a que tenham prioridade;
- A Comissão de Valores Mobiliários regulamentará
as condições facilitadas para o acesso de
companhias de menor porte ao mercado de
capitais, e será permitido dispensar ou modular a
observância ao disposto:
I. Quanto à obrigatoriedade de instalação do
conselho fiscal a pedido de acionistas;
II. Quanto à obrigatoriedade de intermediação de
instituição financeira em distribuições públicas de
valores mobiliários, sem prejuízo da competência
prevista no inciso III do § 3º do art. 2º da Lei nº
6.385/1976;
III. Quanto ao recebimento de dividendo
obrigatório;IV. Quanto à forma de realização das publicações
ordenadas por esta Lei; e
V. Quanto à forma de apuração do preço justo e
sua revisão.
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- Considera-se companhia de menor porte aquela que aufira
receita bruta anual inferior a R$ 500.000.000,00 (quinhentos
milhões de reais).
Alteração na lei do investidor anjo
- O aporte de capital poderá ser realizado por pessoa
física, por pessoa jurídica ou por fundos de investimento,
conforme regulamento da Comissão de Valores Mobiliários,
que serão denominados investidores-anjos.
- Não será considerado sócio nem terá qualquer direito a
gerência ou a voto na administração da empresa,
resguardada a possibilidade de participação nas
deliberações em caráter estritamente consultivo, conforme
pactuação contratual;
- Será remunerado por seus aportes, nos termos do contrato
de participação, pelo prazo máximo de 7 (sete) anos.
- Poderá exigir dos administradores as contas justificadas de
sua administração e, anualmente, o inventário, o balanço
patrimonial e o balanço de resultado econômico; e examinar,
a qualquer momento, os livros, os documentos e o estado do
caixa e da carteira da sociedade, exceto se houver
pactuação contratual que determine época própria para isso.
- Os fundos de investimento poderão aportar capital como
investidores-anjos em microempresas e em empresas de
pequeno porte, conforme regulamentação da Comissão de
Valores Mobiliários.
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