Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
L U C A S B E Z E R R A V I E I R A P A R A E N T E N D E R , D E F O R M A S I M P L E S , A S I N O V A Ç Õ E S D A L E I E S U A S V A N T A G E N S P A R A O A M B I E N T E E M P R E E N D E D O R B R A S I L E I R O Finalmente, temos o nosso Marco Legal das Startups! Depois de muitas discussões técnicas, participação proativa das entidades do setor, alterações em seu conteúdo, negociações políticas e idas e vindas nos trâmites legislativos, o Marco Legal das Startups foi sancionado pelo Presidente da República. Com a lei, nasce uma esperança de sanar diversos problemas do ambiente empreendedor para a inovação do Brasil. Sei como ler e aprender lei é chato e maçante, por mais importante que seja. Por isso, neste material, tenho o objetivo de apresentar para você, empreendedor, quais principais aspectos da lei que merecem a sua atenção. Tudo isso, como sempre, de forma simples e prática, utilizando a transcrição dos conteúdos da própria lei. É bem possível que veja outros artigos com críticas ao projeto ou aos pontos que ficaram fora dele, o que é natural. Entretanto, esse não é o nosso foco. Aqui, vamos abordar o que a lei trouxe e o que você precisa saber para tentar aproveitar ao máximo as inovações em prol da sua startup. Espero que o conteúdo lhe seja útil. Boa leitura! D I R E I T O S R E S E R V A D O S © 2 0 2 1 L U C A S B E Z E R R A V I E I R A | G U I A D O M A R C O L E G A L D A S S T A R T U P S 2 Stamp FreeText Versão para o programa Conecta Startup Brasil 3 Lucas Bezerra Vieira é advogado com atuação especializada no assessoramento jurídico de startups e empresas de tecnologia. Assessora startups de renome nacional, participantes de programas de fomento ou aceleração como Endeavor Scale Up, Shark Tank Brasil, Inovativa Brasil, Estação Hack from Facebook, ACE Startups e grandes fundos de investimentos, entre outros. Sócio do QBB Advocacia, é ex-presidente e atual membro da Comissão de Direito da Inovação e Startups da OAB/RN. Autor do livro Direito para Startups: Manual jurídico para empreendedores” e criador do site “Direito para Startups”. É Coordenador da Setorial Nacional de Empreendedorismo e Inovação do movimento Livres (eusoulivres.org). Formação em Proteção de Dados e Data Protection Officer pela Fundação Getúlio Vargas – FGV/RJ. Mentor legal do Programa Conecta Startup Brasil, um dos maiores programas de aceleração de startups do Brasil (Softex) e do Distrito, maior ecossistema independente de Startups do Brasil. Palestrante e autor de artigos publicados em periódicos científicos, como também de artigos publicados em grandes portais nacionais (Estadão, Jota, Conjur, Migalhas, Jornal do Comércio…). Para contatar o autor, basta clicar nos links a seguir ou acessar as suas redes sociais (@lucasbzvieira): D I R E I T O S R E S E R V A D O S © 2 0 2 1 L U C A S B E Z E R R A V I E I R A | G U I A D O M A R C O L E G A L D A S S T A R T U P S https://www.linkedin.com/in/lucasbvieira/ http://wa.me/5584996183770 https://www.instagram.com/lucasbzvieira/ mailto:lucasvieira@qbb.adv.br 4 O QUE É O MARCO LEGAL DAS STARTUPS? QUAIS AS VANTAGENS DO MARCO LEGAL DAS STARTUPS PARA O ECOSSISTEMA EMPREENDEDOR? O QUE ELE PRETENDE SOLUCIONAR? QUAIS OS CONCEITOS LEGAIS QUE O MARCO APRESENTA E QUE PRECISO SABER? QUAIS OS TIPOS DE INVESTIMENTOS EM STARTUPS PREVISTOS? QUAIS AS VANTAGENS E SEGURANÇA EM REALIZAR INVESTIMENTOS EM STARTUPS NA FORMA PREVISTA EM LEI? QUAIS OS INCENTIVOS À INOVAÇÃO TRAZIDOS PELO MARCO PARA OS NOVOS NEGÓCIOS? HÁ ALGUMA PREVISÃO QUE FACILITE OS ASPECTOS REGULATÓRIOS E BUROCRÁTICOS PARA A VALIDAÇÃO E EXERCÍCIO DE ATIVIDADES INOVADORAS? ENTES PÚBLICOS PODERÃO CONTRATAR STARTUPS DE FORMA MAIS FACILITADA? 5 7 1 0 1 3 1 5 1 7 1 9 2 1 D I R E I T O S R E S E R V A D O S © 2 0 2 1 L U C A S B E Z E R R A V I E I R A | G U I A D O M A R C O L E G A L D A S S T A R T U P S HÁ PREVISÃO SOBRE PROGRAMAS DE INCENTIVOS PARA FUNCIONÁRIOS E COLABORADORES (STOCK OPTIONS)? 2 3 QUAIS OS DEMAIS PONTOS QUE MERECEM ATENÇÃO PELOS EMPREENDEDORES CONSTANTES NO MARCO LEGAL DAS STARTUPS? 2 5 C A P Í T U L O U M G U I A D O M A R C O L E G A L D A S S T A R T U P S O Marco Legal das Startups nada mais é do que uma lei, resultado do Projeto de Lei Complementar n. 146/2019, que institui a primeira norma-base federal para as startups e empreendedorismo inovador no Brasil. Por isso, a denominação de “Marco”, como ocorre com o Marco Civil da Internet (Lei Federal 12.965/2014) e Marco da Ciência, Tecnologia e Inovação (Lei 13.243/2016). Note que é a primeira norma de cunho federal pois diversos estados e municípios já possuíam normas próprias regulamentando o empreendedorismo inovador no país. Essa é uma realidade principalmente dos entes que possuem centros de inovação e parques tecnológicos. Em que pese ser o marco (por tratar de diversos assuntos correlatos), outras leis federais já tratavam de temas importantes para as startups e empreendedorismo no país. Além das duas citadas acima, temos como exemplo também a Lei Complementar 167/2019, criadora do Inova Simples, e a Lei 13.874/2019, que instituiu a Declaração de Direitos da Liberdade Econômica, estabelecendo garantias de livre mercado. Em resumo, a partir de agora, temos uma lei que será referência sempre que o assunto for empreendedorismo inovador no país. Por isso, é obrigação de todo empreendedor conhecer minimamente as suas disposições, uma vez que elas afetam o exercício de suas atividades negociais. O q u e é o M a r c o L e g a l d a s S t a r t u p s ? D I R E I T O S R E S E R V A D O S © 2 0 2 1 L U C A S B E Z E R R A V I E I R A | G U I A D O M A R C O L E G A L D A S S T A R T U P S 6 C A P Í T U L O D O I S G U I A D O M A R C O L E G A L D A S S T A R T U P S Sempre que falamos de ambiente empreendedor brasileiro, há uma série de aspectos que causam entraves ao maior desenvolvimento econômico. Podemos listar como principais os seguintes: a) Aspectos regulatórios e burocráticos → alto risco de regulação das atividades e procedimentos burocráticos exagerados para se empreender. b) Tributação → sistema tributário complexo e alta carga tributária; c) Insegurança jurídica para investimentos → riscos de responsabilização pelas ações empresariais e desconsideração da personalidade jurídica em desfavor do investidor, afetando o patrimônio pessoal; d) Trabalhista → Normas trabalhistas consideradas protecionistas e defasadas, que não refletem as novas formas de relação entre colaboradores e empreendedores, e; e) Contratações públicas → dificuldades de ingresso de soluções inovadoras nos entes públicos em geral, privilegiando empresas tradicionais. Q u a i s a s v a n t a g e n s d o M a r c o L e g a l d a s S t a r t u p s p a r a o e c o s s i s t e m a e m p r e e n d e d o r ? O q u e e l e p r e t e n d e s o l u c i o n a r ? D I R E I T O S R E S E R V A D O S © 2 0 2 1 L U C A S B E Z E R R A V I E I R A | G U I A D O M A R C O L E G A L D A S S T A R T U P S 8 ssas, sem dúvidas, são as principais queixas de quem empreende com inovação. E foram sobre elas que se iniciaram as discussões sobre a necessidade de criação de uma norma que facilitasse e trouxesse segurança para as partes envolvidas nesse ecossistema. A sua construção contou com uma forte participação das mais diversas entidades do empreendedorismo nacional (startups, fundos de investimentos, agentes públicos e ambientes de inovação), que deixaram evidentes o sentimento de ausência de um suporte do poder público e de um ambiente de estímulo ao aporte de capital de risco. É fato que a norma supre a lacuna de uma lei-base para os empreendimentos estruturados no formato de startups, trazendo conceituações e parâmetros jurídicosmínimos para a atuação desses novos negócios. Isso significa maior segurança jurídica, umas das principais premissas da consolidação de um mercado seguro para a circulação de capital privado, importante para o desenvolvimento do setor. O Marco busca ainda resolver questões que são os pilares jurídicos do sucesso de qualquer negócio, tais como facilitação nos investimentos e contratações públicas em inovação; redução dos procedimentos burocráticos, com o estímulo de programas regulatórios experimentais; regulamentação de alternativas de valorização e remuneração de colaboradores (stock- options) e segurança jurídica para investidores. Em que pese os avanços proporcionados, ao final, pode- se afirmar que o Marco resolve parcialmente os diversos problemas apresentados. Isso porque, como se vê, algumas pautas ficaram de fora do projeto de lei durante as discussões legislativas, tais como regramentos de aspectos trabalhistas e as determinadas disposições tributárias próprias para as startups e investidores. Apesar das alterações, as perspectivas para sua vigência são as melhores. Já temos um primeiro passo e um marco nessa evolução. Espera-se que suas disposições verdadeiramente estimulem o fortalecimento do país como um centro de inovação empreendedora. 9 D I R E I T O S R E S E R V A D O S © 2 0 2 1 L U C A S B E Z E R R A V I E I R A | G U I A D O M A R C O L E G A L D A S S T A R T U P S C A P Í T U L O D O I S C A P Í T U LO T R Ê S G U I A D O M A R C O L E G A L D A S S T A R T U P S Dentre os conceitos apresentados pela Lei, três se apresentam como principais. São eles: As organizações empresariais ou societárias, nascentes ou em operação recente, cuja atuação caracteriza-se pela inovação aplicada a modelo de negócios ou a produtos ou serviços ofertados. Na prática, serão o empresário individual, a empresa individual de responsabilidade limitada, as sociedades empresárias (aqui estão as famosas Sociedades Limitadas), as sociedades cooperativas e as sociedades simples: I. Com receita bruta de até R$ 16.000.000,00 (dezesseis milhões de reais) no ano anterior ou de R$ 1.333.334,00 (um milhão, trezentos e trinta e três mil trezentos e trinta e quatro reais) multiplicado pelo número de meses de atividade no ano anterior, quando inferior a 12 (doze) meses, independentemente da forma societária adotada; I. Com até 10 (dez) anos de inscrição no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ) da Receita Federal; e I. Que atendam a um dos seguintes requisitos, no mínimo: a) declaração em seu ato constitutivo ou alterador e utilização de modelos de negócios inovadores para a geração de produtos ou serviços, nos termos do inciso IV do caput do art. 2º da Lei nº 10.973/2004, ou; b) enquadramento no regime especial Inova Simples, nos termos do art. 65- A da Lei Complementar nº 123/2006. Um detalhe importante: aqui, se você não se enquadra no regime do Inova Simples (faturamento limitado a R$ 81.000,00/ano), é aconselhado que você altere o seu ato constitutivo (em regra, contrato ou estatuto social) para inclui a informação que utiliza modelo de negócios inovador para a geração de produto ou seu serviço. Eis o que diz o artigo citado: Art. 2º, IV, da Lei 10.973/2004 - inovação: introdução de novidade ou aperfeiçoamento no ambiente produtivo e social que resulte em novos produtos, serviços ou processos ou que compreenda a agregação de novas funcionalidades ou características a produto, serviço ou processo já existente que possa resultar em melhorias e em efetivo ganho de qualidade ou desempenho. Q u a i s o s c o n c e i t o s l e g a i s q u e o m a r c o a p r e s e n t a e q u e p r e c i s o s a b e r ? D I R E I T O S R E S E R V A D O S © 2 0 2 1 L U C A S B E Z E R R A V I E I R A | G U I A D O M A R C O L E G A L D A S S T A R T U P S 11 S T A R T U P C A P Í T U L O T R Ê S Dentre os conceitos apresentados pela Lei, três se apresentam como principais. São eles: Investidor que não é considerado sócio nem tem qualquer direito a gerência ou a voto na administração da empresa, não responde por qualquer obrigação da empresa e é remunerado por seus aportes. Ou seja: se possui cotas ou ações, exerce administração ou tem poder de voto, não será considerado investidor-anjo, mas sim um sócio. Q u a i s o s c o n c e i t o s l e g a i s q u e o m a r c o a p r e s e n t a e q u e p r e c i s o s a b e r ? D I R E I T O S R E S E R V A D O S © 2 0 2 1 L U C A S B E Z E R R A V I E I R A | G U I A D O M A R C O L E G A L D A S S T A R T U P S 12 I N V E S T I D O R - A N J O C A P Í T U L O T R Ê S Conjunto de condições especiais simplificadas para que as pessoas jurídicas possam receber autorização temporária dos órgãos ou das entidades com competência de regulamentação setorial para desenvolver modelos de negócios inovadores e testar técnicas e tecnologias experimentais, mediante o cumprimento de critérios e de limites previamente estabelecidos pelo órgão ou entidade reguladora e por meio de procedimento facilitado. A M B I E N T E R E G U L A T Ó R I O E X P E R I M E N T A L ( S A N D B O X R E G U L A T Ó R I O ) C A P Í T U L O Q U A T R O G U I A D O M A R C O L E G A L D A S S T A R T U P S Investimento em startup não é só mútuo conversível e compra de cotas societárias, como muitos empreendedores costumam pensar. Eis aqui os tipos de investimentos previstos para as startups na norma: I. Contrato de opção de subscrição de ações ou de quotas celebrado entre o investidor e a empresa; II. Contrato de opção de compra de ações ou de quotas celebrado entre o investidor e os acionistas ou sócios da empresa; III. Debênture conversível emitida pela empresa nos termos da Lei nº 6.404/1976 (Lei das Sociedades Anônimas); IV. Contrato de mútuo conversível em participação societária celebrado entre o investidor e a empresa; V. Estruturação de sociedade em conta de participação celebrada entre o investidor e a empresa; VI. Contrato de investimento-anjo na forma da Lei Complementar nº 123/ 2006; VII. Outros instrumentos de aporte de capital em que o investidor, pessoa física ou jurídica, não integre formalmente o quadro de sócios da startup e/ou não tenha subscrito qualquer participação representativa do capital social da empresa. Cada um desses instrumentos possui suas vantagens e desvantagens. Entretanto, utilizá-los dará ao investidor a segurança jurídica que o Marco dispõe. Portanto, essa previsão fortalece a segurança no aporte de capital em startups pelos interessados. Q u a i s o s t i p o s d e i n ve s t i m e n t o s e m s t a r t u p s p r e v i s t o s ? D I R E I T O S R E S E R V A D O S © 2 0 2 1 L U C A S B E Z E R R A V I E I R A | G U I A D O M A R C O L E G A L D A S S T A R T U P S 14 C A P Í T U L O C I N C O G U I A D O M A R C O L E G A L D A S S T A R T U P S Pela lei, não será considerado como integrante do capital social da empresa o aporte realizado na startup, o que concede segurança jurídica e patrimonial até opção pela conversão, se for o caso, pelo investidor. Enquanto não constar como sócio ou acionista, os seus riscos patrimoniais pelo investimento estão limitados à perda do aporte realizado. Veja ainda que o investidor que realizar o aporte de capital em uma das modalidades previstas na lei (veja o tópico 4) deverá observar as seguintes características e gozará das seguintes vantagens: Q u a i s a s v a n t a g e n s e s e g u r a n ç a e m r e a l i z a r i n ve s t i m e n t o s e m s t a r t u p s n a f o r m a p r e v i s t a e m l e i ? D I R E I T O S R E S E R V A D O S © 2 0 2 1 L U C A S B E Z E R R A V I E I R A | G U I A D O M A R C O L E G A L D A S S T A R T U P S 16 I. Não seráconsiderado sócio ou acionista nem possuirá direito a gerência ou a voto na administração da empresa, conforme pactuação contratual; II. Não responderá por qualquer dívida da empresa, inclusive em recuperação judicial, e a ele não se estenderá as responsabilidades pessoais na esfera cível, trabalhista, tributária e em outras disposições atinentes à desconsideração da personalidade jurídica existentes na legislação vigente. C A P Í T U L O S E I S G U I A D O M A R C O L E G A L D A S S T A R T U P S I. Fundos patrimoniais de que tratam a Lei nº 13.800/2019, destinados à inovação; II. Fundos de Investimento em Participações (FIP), autorizados pela CVM, nas categorias capital semente, empresas emergentes, e empresas com produção econômica intensiva em pesquisa, desenvolvimento e inovação; III. Investimentos em programas, em editais ou em concursos destinados a financiamento, a aceleração e a escalabilidade de startups, gerenciados por instituições públicas, tais como empresas públicas direcionadas ao desenvolvimento de pesquisa, inovação e novas tecnologias, fundações universitárias, entidades paraestatais e bancos de fomento que tenham como finalidade o desenvolvimento de empresas de base tecnológica, de ecossistemas empreendedores e de estímulo à inovação. 18 s empresas que possuem obrigações de investimento em pesquisa, desenvolvimento e inovação, decorrentes de outorgas ou de delegações firmadas por meio de agências reguladoras, ficam autorizadas a cumprir seus compromissos com aporte de recursos em startups por meio de: C A P Í T U L O S E I S D I R E I T O S R E S E R V A D O S © 2 0 2 1 L U C A S B E Z E R R A V I E I R A | G U I A D O M A R C O L E G A L D A S S T A R T U P S Q u a i s o s i n c e n t i v o s à i n o v a ç ã o t r a z i d o s p e l o M a r c o p a r a o s n o v o s n e g ó c i o s ? C A P Í T U L O S E T E G U I A D O M A R C O L E G A L D A S S T A R T U P S Os órgãos e as entidades da administração pública com competência de regulamentação setorial poderão, individualmente ou em colaboração, no âmbito de programas de ambiente regulatório experimental (sandbox regulatório), afastar a incidência de normas sob sua competência em relação à entidade regulada ou aos grupos de entidades reguladas. H á a l g u m a p r e v i s ã o q u e f a c i l i t e o s a s p e c t o s r e g u l a t ó r i o s e b u r o c r á t i c o s p a r a a v a l i d a ç ã o e e x e r c í c i o d e a t i v i d a d e s i n o v a d o r a s ? D I R E I T O S R E S E R V A D O S © 2 0 2 1 L U C A S B E Z E R R A V I E I R A | G U I A D O M A R C O L E G A L D A S S T A R T U P S 20 C A P Í T U L O O I T O G U I A D O M A R C O L E G A L D A S S T A R T U P S D I R E I T O S R E S E R V A D O S © 2 0 2 1 L U C A S B E Z E R R A V I E I R A | G U I A D O M A R C O L E G A L D A S S T A R T U P S 22 Sim! A administração pública poderá contratar pessoas físicas ou jurídicas, isoladamente ou em consórcio, para o teste de soluções inovadoras por elas desenvolvidas ou a ser desenvolvidas, com ou sem risco tecnológico, por meio de licitação na modalidade especial regida por esta Lei Complementar. A delimitação do escopo da licitação poderá restringir-se à indicação do problema a ser resolvido e dos resultados esperados pela administração pública, incluídos os desafios tecnológicos a serem superados, dispensada a descrição de eventual solução técnica previamente mapeada e suas especificações técnicas, e caberá aos licitantes propor diferentes meios para a resolução do problema. Ressalvado disposições da Constituição, a administração pública poderá, mediante justificativa expressa, dispensar, no todo ou em parte: I. A documentação de habilitação de que tratam os incisos I, II e III, bem como a regularidade fiscal prevista no inciso IV do caput do art. 27 da Lei nº 8.666/1993 (Lei de Licitações e Contratações Públicas); e II. A prestação de garantia para a contratação. Após homologação do resultado da licitação, a administração pública celebrará Contrato Público para Solução Inovadora (CPSI) com as proponentes selecionadas, com vigência limitada a 12 (doze) meses, prorrogável por mais um período de até 12 (doze) meses. Observe que o valor máximo a ser pago à contratada será de R$ 1.600.000,00 (um milhão e seiscentos mil reais) por CPSI, sem prejuízo da possibilidade de o edital de que trata o art. 13 desta Lei Complementar estabelecer limites inferiores. Além disso, a remuneração da contratada deverá ser feita de acordo com um dos seguintes critérios: I - preço fixo; II - preço fixo mais remuneração variável de incentivo; III - reembolso de custos sem remuneração adicional; IV - reembolso de custos mais remuneração variável de incentivo; ou V - reembolso de custos mais remuneração fixa de incentivo. Após a validação e encerrado o contrato de que trata o art. 14 desta Lei Complementar, a administração pública poderá celebrar com a mesma contratada, sem nova licitação, contrato para o fornecimento do produto, do processo ou da solução resultante do CPSI ou, se for o caso, para integração da solução à infraestrutura tecnológica ou ao processo de trabalho da administração pública. A vigência do contrato de fornecimento será limitada a 24 (vinte e quatro) meses, prorrogável por mais um período de até 24 (vinte e quatro) meses. E n t e s p ú b l i c o s p o d e r ã o c o n t r a t a r s t a r t u p s d e f o r m a m a i s f a c i l i t a d a ? C A P Í T U L O N O V E G U I A D O M A R C O L E G A L D A S S T A R T U P S Nos termos da lei, a remuneração poderá ser complementada com bônus que considerem a eficiência e a produtividade da empresa, do empregado ou do time de empregados, ou outros objetivos e parâmetros que as partes vierem a acordar, incluída a remuneração decorrente da outorga de opção de compra de ações (stock options). Considera-se remuneração do empregado e do contribuinte individual o valor justo atribuído conforme as normas contábeis à opção de compra de ações, outorgada de acordo com a Lei das Sociedades Anônimas, não tratado como remuneração qualquer outro benefício decorrente do exercício de tal opção. As regras dispostas no Marco legal também se aplicam na hipótese em que as opções de compra de ações forem outorgadas a empregados e similares da pessoa jurídica contratante por pessoa jurídica a ela ligada, domiciliada no Brasil ou no exterior. H á p r e v i s ã o s o b r e p r o g r a m a s d e i n c e n t i v o s p a r a f u n c i o n á r i o s e c o l a b o r a d o r e s ( s t o c k o p t i o n s ) ? D I R E I T O S R E S E R V A D O S © 2 0 2 1 L U C A S B E Z E R R A V I E I R A | G U I A D O M A R C O L E G A L D A S S T A R T U P S 24 C A P Í T U L O D E Z G U I A D O M A R C O L E G A L D A S S T A R T U P S 26 - Possibilidade das publicações eletrônicas nas Sociedades Anônimas; - Na hipótese de omissão do estatuto das S.A. quanto à distribuição de dividendos, estes serão estabelecidos livremente pela assembleia geral, desde que não seja prejudicado o direito dos acionistas preferenciais de receber os dividendos fixos ou mínimos a que tenham prioridade; - A Comissão de Valores Mobiliários regulamentará as condições facilitadas para o acesso de companhias de menor porte ao mercado de capitais, e será permitido dispensar ou modular a observância ao disposto: I. Quanto à obrigatoriedade de instalação do conselho fiscal a pedido de acionistas; II. Quanto à obrigatoriedade de intermediação de instituição financeira em distribuições públicas de valores mobiliários, sem prejuízo da competência prevista no inciso III do § 3º do art. 2º da Lei nº 6.385/1976; III. Quanto ao recebimento de dividendo obrigatório;IV. Quanto à forma de realização das publicações ordenadas por esta Lei; e V. Quanto à forma de apuração do preço justo e sua revisão. C A P Í T U L O D E Z D I R E I T O S R E S E R V A D O S © 2 0 2 1 L U C A S B E Z E R R A V I E I R A | G U I A D O M A R C O L E G A L D A S S T A R T U P S Q u a i s o s d e m a i s p o n t o s q u e m e r e c e m a t e n ç ã o p e l o s e m p r e e n d e d o r e s c o n s t a n t e s n o M a r c o L e g a l d a s S t a r t u p s ? 27 - Considera-se companhia de menor porte aquela que aufira receita bruta anual inferior a R$ 500.000.000,00 (quinhentos milhões de reais). Alteração na lei do investidor anjo - O aporte de capital poderá ser realizado por pessoa física, por pessoa jurídica ou por fundos de investimento, conforme regulamento da Comissão de Valores Mobiliários, que serão denominados investidores-anjos. - Não será considerado sócio nem terá qualquer direito a gerência ou a voto na administração da empresa, resguardada a possibilidade de participação nas deliberações em caráter estritamente consultivo, conforme pactuação contratual; - Será remunerado por seus aportes, nos termos do contrato de participação, pelo prazo máximo de 7 (sete) anos. - Poderá exigir dos administradores as contas justificadas de sua administração e, anualmente, o inventário, o balanço patrimonial e o balanço de resultado econômico; e examinar, a qualquer momento, os livros, os documentos e o estado do caixa e da carteira da sociedade, exceto se houver pactuação contratual que determine época própria para isso. - Os fundos de investimento poderão aportar capital como investidores-anjos em microempresas e em empresas de pequeno porte, conforme regulamentação da Comissão de Valores Mobiliários. C A P Í T U L O D E Z D I R E I T O S R E S E R V A D O S © 2 0 2 1 L U C A S B E Z E R R A V I E I R A | G U I A D O M A R C O L E G A L D A S S T A R T U P S Q u a i s o s d e m a i s p o n t o s q u e m e r e c e m a t e n ç ã o p e l o s e m p r e e n d e d o r e s c o n s t a n t e s n o M a r c o L e g a l d a s S t a r t u p s ? www.qbb.adv.br | contato@qbb.adv.br +55 (61 ) 3533-6539 | +55 (84) 3206-3695 LUCAS BEZERRA VIEIRA Advogado - OAB/ RN 14.465 http://www.qbb.adv.br/ mailto:contato@qbb.adv.br tel:6135336539 tel:8432063695 https://www.linkedin.com/in/lucasbvieira/ http://wa.me/5584996183770 https://www.instagram.com/lucasbzvieira/ mailto:lucasvieira@qbb.adv.br
Compartilhar