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LIVRO DE SEMIOLOGIA CAP 1

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SEMIOLOGIA
Fernanda Gomes Silva 
Introdução ao estudo da 
semiologia: entrevista 
de enfermagem
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
 � Identificar o conceito de entrevista em saúde.
 � Descrever as principais técnicas de entrevista.
 � Elaborar um roteiro de entrevista de enfermagem.
Introdução
Ao longo dos anos, o cuidado da saúde sofreu mudanças, e o profissional 
da enfermagem desempenha um papel importante diante delas, pois 
realiza um trabalho baseado no processo de enfermagem. A enfermagem 
é uma ciência; e seu processo, uma ferramenta científica, um método, 
para a tomada de decisão sobre a assistência prestada aos pacientes. 
Esse processo foi criado na década de 1950 como uma proposta para 
melhorar a qualidade do cuidado individualizado, por meio do relaciona-
mento dinâmico da enfermeira com o doente; tem a função de orientar e 
ajudar no planejamento de cuidados e na documentação dos pacientes, 
auxiliando os profissionais em suas jornadas de trabalho do cotidiano; e 
investiga, diagnostica, realiza planejamentos, implementa e avalia.
A entrevista é considerada uma das primeiras etapas no processo de 
enfermagem, na qual o profissional realiza um contato com o paciente 
para criar um relacionamento terapêutico e levanta dados essenciais 
sobre suas necessidades para realização de cuidados. Porém, para todo 
o processo, deve-se sempre lembrar de considerações éticas, culturais e 
espirituais, bem como considerar o bem-estar do indivíduo.
Neste capítulo, você estudará o conceito de entrevista no processo 
de enfermagem, suas principais técnicas e como elaborar seu roteiro.
Processo de enfermagem
Para iniciar o estudo do processo de enfermagem, deve-se saber que a se-
miologia é uma base prática clínica e requer habilidades e ações que sejam 
rápidas e precisas, considerando desde a preparação para o exame físico, 
quando se faz a seleção de materiais apropriados na avaliação e nos registros 
de achados e tomadas de decisões, criando uma assistência fundamental ao 
paciente/cliente.
O estudo dos processos de enfermagem surgiu da semiologia, palavra de 
origem grega, na qual semeion + logia dizem respeito ao tratado de sintomas 
e sinais de doenças, com a investigação e o estudo destes. O processo tem 
como finalidade a resolução de problemas, satisfaz as necessidades dos 
cuidados de saúde e de enfermagem junto aos pacientes e é a dinâmica 
das ações sistematizadas e inter-relacionadas, visando sempre a melhor 
assistência a eles.
O processo de enfermagem destaca os termos cuidado e assistência, que, 
para muitos profissionais, são sinônimos e, em alguns casos, podem significar 
o mesmo, mas, de modo geral, têm significados distintos. A assistência é 
aplicada pelo enfermeiro ao prestar um conjunto de cuidados e medidas com 
o objetivo de atender às necessidades básicas do paciente. Já o cuidado se trata 
de uma ação planejada, seja automática ou deliberada, e resulta da percepção 
e observação de comportamento, situação ou condições do indivíduo.
O processo de enfermagem é constituído de cinco fases: a coleta de dados 
(histórico de enfermagem), o diagnóstico, o planejamento, a implementação 
e a avaliação.
 � Histórico de enfermagem: é o momento de realizar a entrevista, que 
investiga a situação de saúde do paciente e identifica problemas e ne-
cessidades de intervenção; e o exame físico, que utiliza quatro técnicas 
propedêuticas (inspeção, palpação, percussão e ausculta) e precisa de 
um conhecimento teórico e de técnicas apropriadas para a realização.
 � Diagnóstico: após realizar a entrevista, analisa-se os dados coletados e 
o estado de saúde do paciente, identificando e avaliando os problemas 
de saúde presentes ou em potencial e as necessidades básicas do sujeito 
que precisa de atendimento.
Introdução ao estudo da semiologia: entrevista de enfermagem2
 � Planejamento: trata-se de intervenções de enfermagem, em que se ela-
bora o plano de cuidados, a assistência de enfermagem que o paciente 
deve receber diante do diagnóstico estabelecido.
 � Implementação: é a realização das ações ou intervenções determinadas 
no planejamento.
 � Avaliação: é o processo de verificação de mudanças nas respostas do 
paciente em um determinado momento do processo saúde-doença, 
para analisar se as ações ou intervenções de enfermagem alcançaram 
os objetivos esperados.
Na Figura 1, você pode visualizar uma representação esquemática do 
processo de enfermagem.
Figura 1. Representação esquemática do processo de enfermagem.
Fonte: Elaborada pelo autor.
Histórico de 
enfermagem Diagnóstico
Processo de 
enfermagem
Planejamento Implementação Avaliação Implementação
Em resumo, o primeiro passo do processo de enfermagem é um roteiro 
sistematizado para o levantamento de dados dos pacientes, tornando possível 
identificar os problemas. Essa coleta leva ao diagnóstico, o qual identifica 
suas necessidades. Já a terceira etapa se trata do planejamento, em que se 
determina os resultados esperados e as ações e/ou intervenções realizadas. A 
implementação, por sua vez, envolve a realização do que foi determinado na 
etapa anterior. Por fim, a avaliação é o processo sistemático e contínuo, no 
qual se verifica as mudanças no indivíduo em relação ao plano de cuidados.
Uma das habilidades mais importantes do enfermeiro é a capacidade de 
avaliar o paciente. Em todos os lugares onde há uma interação entre ele e o 
paciente, bem como a prestação de cuidados, a coleta da história de saúde e o 
uso das habilidades de avaliação apropriadas são primordiais para identificar os 
problemas psicológicos e físicos, além das preocupações que afligem o paciente.
A entrevista é parte da avaliação clínica, em que se coleta dados pertinentes 
ao estado físico do paciente e se identifica um problema real ou potencial de 
saúde. Nesse momento, se estabelece a qualidade da relação entre enfermeiro 
e paciente, o que permeia a assistência prestada. Ao realizá-la, obtém-se dados 
3Introdução ao estudo da semiologia: entrevista de enfermagem
subjetivos com o indivíduo, a família ou uma pessoa próxima, sendo possível 
rever registros antigos, bem como ter a oportunidade de criar uma relação e 
demonstrar interesse e apoio ao doente.
Pode-se utilizar um estilo de entrevista compreensiva, na qual se compre-
ende o paciente para perceber como ele encara seu processo de saúde-doença 
e o que espera dos cuidados para o estabelecimento de sua saúde.
Recomenda-se realizar a entrevista compreensiva, pois, caso contrário, trata-se apenas 
de uma coleta de dados que pode ser realizada por qualquer pessoa, sem a facilidade 
na continuidade do processo de enfermagem, não criando o vínculo de aproximação 
e confiança do paciente. 
Na avaliação da saúde, o papel do enfermeiro inclui a obtenção da história 
de saúde do seu paciente, bem como a realização do exame físico, e pode ser 
feito em ambientes variados. Ele usa uma lista de diagnóstico para identificar 
e categorizar os problemas dos pacientes (North American Nursing Diag-
nosis Association – NANDA), incluindo todos os membros da equipe para 
que consigam contribuir na sua resolução. A coleta de dados do enfermeiro 
é complementar a de outro profissional da saúde, mas todas têm o mesmo 
objetivo: planejar e implementar os cuidados ao doente.
Nos dias atuais, há questões éticas em todas as facetas da vida, e isso não 
pode passar despercebido nos cuidados de saúde, pois se intensifica em res-
posta aos desenvolvimentos controversos, incluindo os avanços tecnológicos 
e genéticos, a redução de oferta de serviços de saúde e recursos financeiros. 
Tal questão ainda envolve práticas ou políticas, o que parece alocar de forma 
injusta os recursos da saúde com base em idade, sexo, raça, costumes sociais 
e incapacidade.
Contudo, para qualquer processo, deve-se considerar as questões éticas. 
Quando se fala em ética, também se inclui a moralidade, sendo necessário 
o cuidado com as crenças do queé certo e errado para ambas. Para Barros 
(2010, p. 67), a “ética profissional é um conjunto de normas éticas que formam 
a consciência do profissional, e representam imperativos de sua conduta”. O 
enfermeiro tem um compromisso ao realizar qualquer procedimento, adotando 
princípios com base no código de ética da sua profissão.
Introdução ao estudo da semiologia: entrevista de enfermagem4
A ética em enfermagem pode ser considerada uma forma da ética aplicada, 
pois aborda situações morais que são específicas da profissão e do cuidado 
ao paciente. 
Técnicas de entrevista
A entrevista é o momento para se estabelecer uma qualidade na relação entre 
o enfermeiro e o paciente. A conduta do profissional garante a quantidade e a 
qualidade das informações recebidas, por isso, atingir uma relação de respeito 
e confiança exige habilidades ao expressar interesses sinceros ao doente. Para 
uma maior eficiência, existem alguns pontos que devem ser considerados na 
sua realização, entre eles, o conforto do indivíduo, a linguagem utilizada, o 
ambiente onde será realizada e a atenção à comunicação não verbal.
A comunicação verbal é muito importante para o bom andamento da 
entrevista, nela, você pode trabalhar com questões abertas, fechadas ou com-
plementares, cada uma com vantagem e desvantagens. Por exemplo, as abertas 
podem propiciar a melhor exposição de um ponto de vista, porém, quando 
as respostas são longas, possibilita um desvio de assunto. Já as fechadas 
permitem ter um foco, ponto central, mas limita o acesso às informações; e 
as complementares são utilizadas a fim de esclarecer e/ou aprofundar uma 
determinada informação, porém, se não forem trabalhadas com cuidado, há 
a possibilidade de assustar o paciente.
Antes de tratar das fases da entrevista, é importante saber que o profissional 
deve ouvir, entender e buscar novos dados que o paciente possa lhe oferecer, 
sempre demonstrando interesse e conhecimento, bem como perguntando apenas 
o que realmente for necessário, sem invadir sua vida pessoal. Deixar o doente 
à vontade é um ponto essencial, pois ele terá mais confiança e possibilitará 
um cuidado mais consciente e verdadeiro.
Durante a entrevista, o paciente pode apresentar comportamentos que expressam 
informações importantes para o diagnóstico. Por exemplo, se ele, enquanto conversa 
com o profissional, tem mudanças em suas expressões e exprime sons, pode ser um 
sinal de dor excessiva. Tudo isso é perceptível na comunicação não verbal.
5Introdução ao estudo da semiologia: entrevista de enfermagem
Cada paciente tem conceitos culturais e valores pessoais, por isso, deve-se 
tratá-los com exclusividade. Eles mostram maior confiança no profissional 
quando forem menos defensivos, pois a comunicação flui de forma mais 
harmônica. Os valores do enfermeiro não são defendidos, assim sendo, ele 
precisa ser isento de opiniões sobre os valores do doente, caso contrário, cria-se 
um desconforto e um sentimento de ameaça.
Portanto, nesse momento, uma das principais características do profissional 
é saber ouvir antes de julgar ou negociar com o paciente, evitando o surgimento 
de obstáculos, como a omissão de informações durante o acompanhamento. 
Porém, isso não significa que o enfermeiro não tenha autoridade, mas, sim, 
que deve empregá-la da melhor forma possível.
Como já abordado, na entrevista compreensiva, é importante:
 � ouvir;
 � entender;
 � buscar informações com o paciente sem invadir seu espaço pessoal;
 � demonstrar interesse;
 � ter conhecimento;
 � ser receptivo.
A entrevista é dividida em três fases, a introdução, o corpo da entrevista 
e o fechamento. Na introdução, o profissional deve se apresentar, se possível, 
assim que o paciente chegar e sempre chamá-lo pelo primeiro nome, porém 
usando pronomes de tratamento, como senhor e senhora. Algumas pessoas 
não fazem questão, mas deixe que elas lhe informem, por isso, evite também 
utilizar apelidos ou diminutivos como vovozinha, isso nem sempre cria um 
ambiente de intimidade.
Após a apresentação, explique o porquê de o paciente estar ali, o que será 
feito, qual o intuito da entrevista e deixe clara sua importância, pois isso 
ajuda no processo, assim, ele fica ciente dos benefícios de lhe passar todas as 
informações necessárias e não se assusta com a quantidade de perguntas. Já 
a fase do corpo da entrevista é o momento da coleta de dados. Ao começar, 
pergunte ao paciente como está, pois, assim, ele já mostra a forma de começar 
o preenchimento das respostas. Encoraje-o e estimule-o a relatar sua visão 
em relação ao seu estado de saúde, solicitando detalhes do funcionamento de 
seu corpo, suas queixas e se tem algum sentimento de dor ou sofrimento. De 
forma gradativa, o profissional conduz a entrevista, coleta as informações e 
direciona questionamentos para outras áreas ainda não expressadas.
Introdução ao estudo da semiologia: entrevista de enfermagem6
Deve-se solicitar ao paciente que informe as queixas da doença atual, das 
anteriores e de familiares, bem como o uso de medicamentos. Muitos profis-
sionais utilizam um questionário impresso, assim, nada passa despercebido, 
porém, precisa-se ter cuidado, pois, às vezes, ele pode causar um desconforto 
ao doente, por isso, é necessário ter cautela com as anotações e, sempre que 
as realizar, peça licença ao paciente e justifique sua necessidade.
No Quadro 1, estão elencados os dados que devem ser coletados, como 
doenças, tratamentos, hábitos e costumes, bem como sua justificativa.
Aspecto 
abordado Conteúdo a ser coletado Por que coletar?
Motivo da procura 
do serviço e/ou 
queixa principal
Expressão do paciente sobre o 
motivo que o levou a procurar 
assistência e descrição dos 
sintomas que apresenta 
(quando surgiram, localização, 
intensidade, fatores que 
os agravam e os aliviam)
Conhecer os aspectos 
principais do 
elemento causador 
do desequilíbrio das 
necessidades humanas 
e/ou dos padrões 
funcionais de saúde
Presença de 
doenças e 
tratamentos 
anteriores; alergias
Descrição resumida de 
doenças crônicas; motivo 
de hospitalizações e/
ou cirurgias anteriores; 
alergias aos medicamentos, 
alimentos, esparadrapos, etc.
Conhecer o perfil de 
saúde, possibilitar 
a associação deste 
ao estado atual do 
paciente, prever 
complicações
Antecedentes 
familiares
Estado de saúde dos 
familiares diretos (presença de 
diabetes, hipertensão arterial, 
doenças cardíacas, renais, 
autoimunes, tuberculose, 
etc.) e causa da morte desses 
familiares, se for o caso
Conhecer a herança 
familiar de saúde e sua 
relação com o estado 
de saúde do paciente, 
buscando os fatores 
de risco para tal
Uso de 
medicamentos
Relação dos medicamentos 
que tomou ou toma (se 
prescritos por médico não) 
e outras substâncias que 
ingere para alívio de sintomas
Ampliar os dados 
relativos ao seu estado 
de saúde e tratamento
Quadro 1. Conteúdo dos dados sobre doenças, tratamentos, hábitos e costumes a serem 
coletados e sua justificativa
(Continua)
7Introdução ao estudo da semiologia: entrevista de enfermagem
Fonte: Barros (2010, p. 84).
Aspecto 
abordado Conteúdo a ser coletado Por que coletar?
Existência de outros 
fatores de risco
Relato de consumo de álcool, 
fumo ou drogas (quantidade, 
frequência, idade de início e, 
se for o caso, quando parou)
Auxiliar na associação 
do estado atual e do 
pregresso de saúde, 
bem como prever 
complicações
Hábitos e costumes Relato das condições 
de moradia, hábitos de 
higiene, alimentação, sono 
e repouso, atividades físicas, 
atividade sexual, lazer/
recreação e eliminações
Compreender como 
vive, as possíveis 
repercussões de seus 
hábitos/costumes no 
desenvolvimento/
restabelecimento 
da doença na 
hospitalização e 
no planejamento 
da assistência
Quadro 1. Conteúdo dos dados sobre doenças, tratamentos, hábitos e costumes a serem 
coletados e sua justificativa
Ao final da entrevista, o profissional deve informar que ela está terminando 
e deixar que o paciente fale o que acredita ser importante enão tenha sido 
abordado, mas apenas mencionar isso quando estiver faltando duas perguntas, 
assim, ele tem tempo de pensar em algo que queira acrescentar. Nessa última 
etapa, realiza-se um resumo do que foi informado, verificando a veracidade 
dessas informações e compreendendo melhor os dados coletados. Por fim, é 
necessário agradecer a colaboração e, se preciso, complementar com dados 
que se considere importante de serem repassados nesse momento.
Ao final de uma entrevista, você pode trocar de lado com o entrevistado, assim, o 
paciente tem a oportunidade de sanar suas dúvidas com relação ao tratamento, sendo 
possível colher novas informações.
(Continuação)
Introdução ao estudo da semiologia: entrevista de enfermagem8
Roteiro de entrevista de enfermagem
Em 1965, a Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo (USP) in-
troduziu oficialmente o programa de Fundamentos de Enfermagem, sendo seu 
primeiro título anamnese de enfermagem, porém, como havia a possibilidade 
de comparação com a anamnese médica, procurou-se outra denominação, que 
ficou conhecida como histórico de enfermagem.
Consideram-se como características do histórico de enfermagem:
 � Concisão — ser conciso, sem repetição, com linguagem clara e preciso.
 � Informações para o cuidado imediato.
 � Individualização — verificar a história individual.
 � Falta de duplicidade das informações — ler a anamnese médica para 
não descrever os mesmos dados.
Quando se tem um roteiro para a entrevista de enfermagem, ele é de ex-
clusividade do enfermeiro e não pode ser delegado a outro profissional, mas, 
em alguns casos, o paciente preenche parte da entrevista, sendo obrigatório 
que o profissional a complete. Combinar os dados coletados com aqueles 
colhidos pelo médico evita duplicidade de informação e minimiza o esforço 
do paciente ao fornecê-los. 
A pessoa que fornece informações nem sempre será o paciente, por isso, 
deve-se considerar que pode ser um informante e avaliar a confiabilidade, 
fazendo um julgamento sobre os dados colhidos. Ao elaborar um roteiro de 
entrevista, você precisa se atentar a alguns aspectos:
 � Identificação: você deve coletar o maior número de dados possíveis. 
Busque conhecer o paciente e pergunte nome, idade (pode ter relação 
com os problemas de saúde descritos), sexo (alguns problemas são fre-
quentes dependendo do sexo), cor (pode estar relacionada a uma doença), 
estado civil, grau de instrução, profissão (problemas decorrentes à saúde 
ocupacional), naturalidade (pode demonstrar dados relacionados aos 
costumes, à alimentação, à higiene, etc.).
 � Queixa principal: essa parte serve para informar o motivo pelo qual o 
paciente procurou um serviço de saúde, deve-se considerar seu relato 
e descrever realmente o que foi informado. Quando for relatado dor, 
avalie grau, localização e duração, nesse momento, a comunicação não 
verbal é uma grande aliada. Avalie também as respostas fisiológicas e 
9Introdução ao estudo da semiologia: entrevista de enfermagem
comportamentais, sempre que um problema for identificado, registre 
entre aspas as palavras exatas ditas pelo paciente. 
 � História da doença atual: você deve informar a evolução do problema 
de saúde do paciente, há quanto tempo ele tem os sintomas e como 
começaram, os quais são relacionados e investigados a fim de destacar 
os fatores atenuantes e agravantes. A história da doença atual é o fator 
isolado mais importante para auxiliar a equipe de profissionais da saúde 
a chegar ao diagnóstico, pois uma coleta de dados minuciosa ajuda na 
seleção exata de exames apropriados. Nessa coleta de informações 
sobre a doença, deve-se saber a data e a maneira pela qual ela ocorreu, 
o ambiente, suas manifestações e seu curso.
 � História patológica pregressa: você deve descrever o estado geral da 
saúde e demonstrar algo que aconteceu anteriormente que possa estar 
relacionado às queixas atuais, por exemplo, acidentes, cirurgias, uso de 
entorpecentes e constante de medicamentos, entre outros. Um relatório 
detalhado dessa história é uma parte importante para a base de dados. 
Tenha uma lista de doenças específicas, registre as respostas negativas 
e positivas para cada uma, bem como a data ou a idade do paciente 
durante o problema, com algumas áreas, por exemplo:
 ■ uso de álcool e outras drogas;
 ■ doenças de adulto;
 ■ procedimentos cirúrgicos e diagnósticos;
 ■ medicamentos atuais, prescritos e sem receitas médicas, remédios 
caseiros, terapias complementares;
 ■ doenças infantis, como febre reumática, faringite, varíola, rubéola, 
pólio, caxumba, varicela e coqueluche;
 ■ doenças psiquiátricas;
 ■ lesões, como queimaduras, fraturas e traumatismo craniano;
 ■ hospitalizações.
 � Antecedentes familiares: você deve buscar informações de doenças em 
familiares do paciente, considerando os vivos e falecidos, sempre ten-
tando obter evidências mais detalhadas, bem como procurar por doenças 
congênitas, hereditárias e contagiosas. A história de consanguinidade 
também se trata de um fator importante nas buscas por doenças, como 
a suscetibilidade ao câncer. Um dos métodos mais fáceis de registrar 
essas informações é o uso da árvore genealógica ou genograma familiar.
Introdução ao estudo da semiologia: entrevista de enfermagem10
 � Necessidades básicas afetadas: você deve buscar informações sobre 
os hábitos relacionados ao atendimento às necessidades básicas do 
paciente, por exemplo:
 ■ meio ambiente — facilidade de condução e comunicação, condições 
de moradia, se a água é tratada, se existe coleta de lixo e condições 
do bairro;
 ■ cuidados corporais — banhos, higiene oral, corte das unhas, cuidado 
com os cabelos e higiene íntima;
 ■ alimentação — ingestão de alimentos e líquidos, intolerância, quan-
tidade e qualidade;
 ■ sono e repouso;
 ■ exercícios, atividades físicas e recreação;
 ■ atividade sexual, respeitando os tabus culturais relativos ao assunto;
 ■ participação na vida religiosa, seu papel para o paciente;
 ■ manutenção da saúde — exames médico e dentário periódicos, 
imunizações, etc.
Pode-se encontrar vários modelos de ficha para entrevista, mas é inte-
ressante que cada profissional faça a sua, porque ele sabe qual a forma mais 
cômoda de conduzir sua abordagem. Independentemente de utilizar um modelo 
pronto ou elaborar seu próprio roteiro, o enfermeiro deve saber seu conteúdo, 
o que observar no paciente, bem como todas as perguntas e referências nos 
seus diversos tópicos, caso contrário, o histórico se torna falho e de pouco 
valor para chegar ao diagnóstico de enfermagem definitivo. 
Após a coleta de todos os dados da entrevista, o profissional realiza o 
exame físico em seu paciente. Esse cuidado de enfermagem logo deixa de ser 
empírico para se tornar científico, baseado no levantamento das informações, 
com pleno conhecimento de sua problemática.
Para visualizar um modelo de ficha de entrevista de enfermagem, acesse o link a seguir.
https://goo.gl/vjT1kJ
11Introdução ao estudo da semiologia: entrevista de enfermagem
1. O processo de enfermagem é 
uma abordagem para solucionar 
problemas a fim de atender às 
necessidades dos cuidados de 
saúde e enfermagem de uma 
pessoa. Quais as etapas comuns 
desse processo de enfermagem?
a) Troca de informações, 
comunicação, relacionamento, 
valorização e escolha.
b) Histórico, diagnóstico, 
planejamento, implementação 
e evolução.
c) Tomada de decisão, processos 
éticos, implementação e 
troca de experiências.
d) Utilização apenas do 
processo de comunicação, 
seja verbal ou não verbal.
e) Confidencialidade, contenções, 
suporte de vida e controle da dor.
2. Para promover a qualidade 
no atendimento, o enfermeiro 
deve realizar uma entrevista 
com o paciente logo no seu 
primeiro contato com ele. 
Assinale a alternativa que 
melhor conceitua entrevista.
a) Parte da avaliação clínica 
para levantamento de dados 
relacionados ao estado físico 
do paciente e identificação de 
problemas de enfermagem.
b) Ato de observar e inspecionar, 
utilizando-sedo tato com 
o objetivo de explorar a 
superfície corporal.
c) Ela é utilizada para avaliar, buscar 
ruídos ou sons produzidos 
pelos órgãos, podendo ser 
decorrentes de vibração.
d) Momento em que se estabelece 
o contato com o profissional para 
a continuidade do tratamento e 
se conclui os cuidados de saúde.
e) Momento em que a avaliação 
clínica ainda não aconteceu; 
por isso, é necessário que o 
profissional de enfermagem 
faça a busca por um tratamento, 
pois já tem um diagnóstico.
3. Durante a elaboração de um 
roteiro de enfermagem, deve-se 
considerar alguns aspectos, 
entre eles, um é responsável por 
identificar o motivo que levou o 
paciente a buscar um serviço de 
saúde. Assinale a alternativa que 
corresponde a esse aspecto.
a) Fatores de risco.
b) Antecedentes familiares.
c) História patológica pregressa.
d) Identificação.
e) Queixa principal.
4. No processo de enfermagem, há 
cinco etapas inter-relacionadas 
de forma sistemática, que são 
seguidas para alcançar os resultados 
esperados. Qual das etapas é um 
processo contínuo e deliberado que 
deve ser realizado com o auxílio 
de métodos e técnicas diferentes, 
a fim de obter informações sobre 
o paciente e os familiares no 
processo de saúde-doença?
a) Diagnóstico de enfermagem.
b) Implementação da assistência.
c) Prescrição de enfermagem.
Introdução ao estudo da semiologia: entrevista de enfermagem12
d) Planejamento da assistência.
e) Coleta de dados de enfermagem.
5. No processo de enfermagem, a 
entrevista pode ser trabalhada 
em três ciclos. Numere as 
afirmativas de acordo com o ciclo 
correspondente e, em seguida, 
assinale a alternativa correta.
1) Introdução
2) Corpo
3) Fechamento
( ) Fase de coleta de dados, 
busca de informações sobre 
a queixa do paciente, sua 
história de doença e suas 
necessidades básicas afetadas.
( ) Apresentação do profissional 
e do paciente.
( ) Troca de papel, na qual o 
entrevistado tem a oportunidade 
de ser o entrevistador.
a) 1, 2, 3.
b) 3, 2, 1.
c) 2, 1, 3.
d) 1, 3, 2.
e) 2, 3, 1.
BARROS, A. L. B. L. Anamnese e exame físico: avaliação diagnóstica de enfermagem no 
adulto. 2. ed. Porto Alegre: Artmed, 2010. 440 p.
Leituras recomendadas
ALFARO-LEFEVRE, R. Aplicação do processo de enfermagem: fundamentos para o racio-
cínio clínico. 8. ed. Porto Alegre: Artmed, 2014. 272 p.
CARRIÓ, F. B. Entrevista clínica: habilidades de comunicação para profissionais de saúde. 
Porto Alegre: Artmed, 2012. 346 p.
CIANCIARULLO, T. I. O histórico de enfermagem: subsídios para sua introdução no 
hospital. Revista da Escola de Enfermagem da USP, São Paulo, v. 10, n. 2, p. 219–229, ago. 
1976. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_abstract&pid=S0080-
-62341976000200219&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt>. Acesso em: 13 dez. 2018. 
HINKLE, J. L.; CHEEVER, K. H. Brunner & Suddarth: tratado de enfermagem médico 
cirúrgica. 13. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2016. 2 v. 2256 p.
NETTINA, S. M. Prática de enfermagem. 10. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2016. 
1858 p.
POSSO, M. B. S. Semiologia e semiotécnica de enfermagem. São Paulo: Atheneu, 2010. 
192 p.
Referência
13Introdução ao estudo da semiologia: entrevista de enfermagem
SANTOS, N.; VEIGA, P.; ANDRADE, R. Importância da anamnese e do exame físico 
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