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FACULDADE DE ENSINO SUPERIOR SANTA BARBARA CURSO DE ADMINISTRAÇÃO FLAVIANE DE OLIVEIRA JUBRAN O MERCADO ERÓTICO E SEUS CONSUMIDORES TATUÍ – SP 2015 FLAVIANE DE OLIVEIRA JUBRAN O MERCADO ERÓTICO E SEUS CONSUMIDORES Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Administração da Faculdade de Ensino Superior Santa Bárbara – FAESB, como requisito parcial para obtenção do título de Bacharel em Administração, sob orientação da Profa. Ma.: Barbara Regina Lopes Costa. Tatuí, SP 2015 FLAVIANE DE OLIVEIRA JUBRAN O MERCADO ERÓTICO E SEUS CONSUMIDORES Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Administração da Faculdade de Ensino Superior Santa Bárbara – FAESB, como requisito parcial para obtenção do título de Bacharel em Administração, sob orientação da Profa. Ma. Barbara Regina Lopes Costa. BANCA EXAMINADORA ________________________ Profa. Orientadora: Ma. Barbara Regina Lopes Costa. ________________________ Prof. Ma _______________________ Prof. Esp Tatuí, 16 de Novembro de 2015. Dedico este trabalho primeiramente a Deus, que me deu essa oportunidade e me ajudou a chegar até aqui. Ao meu filho Gabriel, e aos meus pais que sempre me deram o apoio que precisei. AGRADECIMENTOS Primeiramente а Deus que me ajudou a chegar até aqui, e me deu potencial no qual achava que não conseguiria um dia ter. Ao meu filho Gabriel, que sempre apoiou meus estudos, entendeu a minha ausência quando precisei, e por todo amor e carinho que ele sempre me deu. Aos meus Pais Fausto e Roseli que me deram o incentivo necessário, e que todas as vezes que senti vontade de desistir, me ajudaram a dar a volta por cima, e me deram motivação que precisava. Aos meus irmãos Francine e Fausto que me serviram de exemplo para seguir o caminho dos estudos. A toda minha família que acreditou em mim, inclusive meus entes queridos que gostaria que estivessem aqui para poder compartilhar minha graduação, mas partiram antes, e aonde estiver acredito que estejam se orgulhando e comemorando comigo. A todos meus amigos que me ajudaram, me apoiaram, acompanharam minha luta diária, e sempre estiveram no meu lado. A professora, amiga e orientadora Bárbara Regina Lopes Costa, pelo seu jeito único e absoluto de ensinar e corrigir, que será marcante em minha vida, pois tive o ensinamento que precisei e me identifiquei. A professora Carla A. Barreto que sempre esteve apoiando, dando suporte, e tendo paciência para orientar. Aos professores do Curso de Administração da FAESB, pelos conselhos e ensinamentos transmitidos ao longo do curso. A esta universidade, sеυ corpo docente, direção е administração qυе me deram essa oportunidade de ingressar no mercado de trabalho com plena confiança e ética. A todos os colegas de graduação pelo companheirismo e amizade que sem dúvida ficarão guardados para sempre no meu coração. Onde quer que haja prazer para vender, lá estarei eu para comprar (GOLDSMITH, 2006, p.16) RESUMO Nos últimos 30 anos, o mercado de produtos eróticos vem crescendo em um ritmo acelerado no Brasil e fez com que as mulheres, historicamente marginalizadas e cheias de tabus entrassem na sociedade de consumo e despertassem interesse econômico. Este trabalho descritivo utilizou um questionário online, respondido por 384 mulheres da cidade de Tatuí - SP de diferentes perfis socioeconômicos, e também referências teóricas, para identificar o perfil da consumidora de produtos eróticos, além de descobrir, se a as mulheres estão consumindo os produtos considerados eróticos com mais frequência e menos preocupação. Portanto, o presente estudo se coloca como mais uma forma de melhor entender e conhecer essas consumidoras. Palavras chave: Mercado Erótico, Tatuí, Mulheres. ABSTRACT In the last 30 years, the erotic produce market comes growing at a fast pace in Brazil and hum caused what women, historically marginalized and flood taboos entered the consumer society and aroused economic interest. This descriptive work used hum questionnaire online , responded for 384 Women of the city of Tatuí - SP different socioeconomic profiles, and also references lectures , paragraph identifying profile the consumer of erotic products , in addition to discover, If the women are consuming os products considered erotic with more frequency and less concern . Therefore, the present study arises as more way best understand and knowing these consumers. Keywords: Erotic, Market, Tatuí, women. LISTA DE FIGURAS Figura 1- Link para acessar o questionário no Facebook..........................................31 LISTA DE GRÁFICOS Gráfico 1 - Faixa etária das pessoas avaliadas......................................................31 Gráfico 2 - Grau de escolaridade dos entrevistados................................................32 Gráfico 3 - Índice socioeconômico das entrevistadas.............................................33 Gráfico 4 - Religião ou crença dos respondentes...................................................34 Gráfico 5 - Entretenimento das entrevistadas.........................................................36 Gráfico 6 – Motivos de compra do produto eróticos...............................................37 Gráfico 7 – Uso de algum tipo de produto considerado erótico..............................37 Gráfico 8 – Situações em que o produto foi adquirido........................................38. Gráfico 9 – Produtos mais escolhidos ....................................................................39 LISTA DE ABREVIATURAS ABEME Associação Brasileira das Empresas do Mercado Erótico e Sensual FAESB Faculdade de Ensino Superior Santa Barbara IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 13 1.1Problema ............................................................................................................. 14 1.2.1 Objetivo Geral ................................................................................................. 14 1.2.2 Objetivos Específicos .................................................................................... 14 1.3 Delimitação ........................................................................................................ 14 1.4 Justificativa ........................................................................................................ 15 2 REFERENCIAL TEÓRICO ..................................................................................... 16 2.1 Histórico do Mercado Erótico .......................................................................... 16 2.2 O mercado erótico hoje .................................................................................... 19 2.3. O Consumidor do segmento erótico .............................................................. 21 2.4 Estratégias mercadológicas para o mercado erótico .................................... 23 2.5 O empresário do Mercado Erótico e Cinquenta tons de Cinza ..................... 25 3. METODOLOGIA ................................................................................................... 27 3.1 Análise da literatura ..........................................................................................27 3.2 Investigações exploratória ............................................................................... 27 3.3 Métodos e Técnicas de Coleta de Dados Primários ....................................... 28 3.4 Instrumento de Coleta de Dados...................................................................... 28 4 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS .................................................... 30 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................... 40 REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 42 APÊNDICE A – QUESTIONÁRIO PARA PESQUISA .............................................. 46 13 1 INTRODUÇÃO A sensualidade é uma característica humana desejada por muitos e está ligada ao poder de sedução, que inclui a capacidade de persuadir, atrair e encantar o outro. No decorrer dos tempos, homens e mulheres passaram a pensar na melhor forma de escolher e atrair um parceiro adequado e o que fazer para se ter uma relação duradoura, sem monotonia. Essa contínua preocupação de uma vida sexual saudável, não são só para prazer, mas também para a proteção, faz com que empresas desenvolvam produtos que atendam ambos desejos de consumidores. Assim, os sex shops cresceram, se modernizaram, quebraram preconceitos e apresentam uma infinidade de produtos e acessórios, que hoje são chamados de artigos para sedução (CREVELD, 2004). Em meio ao atual mercado, com uma enorme variedade de produtos, está um segmento ainda pouco explorado: o de produtos eróticos. Devido ao aumento da demanda dos consumidores do mercado erótico, o marketing tornou-se um grande aliado. O consumo deste tipo de produto está conectado ao desejo de satisfação, conhecimento de seu corpo e busca pelo prazer essencial ao homem. A ABEME - Associação Brasileira das Empresas do Mercado Erótico e Sensual, foi criada em 2002, com objetivo de difundir e expandir o setor, obtendo resultados, pois no ano de 2011, o setor apresentou um crescimento de 18,5% em relação a 2010 (ABEME, 2012). O segmento demonstra uma constante preocupação com a saúde sexual dos consumidores e com a regularização dos produtos comercializados, pois com um número cada vez maior de consumidores se faz importante uma maior especialização dos profissionais ligados ao setor (ABEME, 2012). Diante da atual crise econômica nacional (2015) dados da ABEME (2015), sugerem que o momento econômico ruim pode acelerar o segmento, a recessão que vem sendo noticiada pela imprensa está estimulando a procura por brinquedos e cosméticos eróticos pelos brasileiros que buscam momentos de prazer com menor custo. Mesmo em tempos difíceis, as pessoas querem se divertir, ser felizes e viver momentos agradáveis sozinhas ou acompanhadas. A recessão ocorrida entre 2008 e 2012, nos Estados Unidos, beneficiou a indústria de brinquedos de sexo por lá. No Brasil o setor cresceu 8% no último ano 14 (2014), são 9,5 milhões de itens vendidos por mês no país, o que gira em torno de R$ 80 milhões mensais. Observando um crescimento acelerado nos últimos dez anos do mercado erótico e sensual (OLIVEIRA; CHAVES, 2013), o estudo do comportamento do consumidor, se torna fundamental para se determinar a estratégia mercadológica que resultará em maior aumento de vendas, especialmente para um mercado em potencial (OLIVEIRA et al., 2010). 1.1 Problema Qual o perfil das compradoras e consumidoras de produtos eróticos? 1.2.1 Objetivo Geral O presente trabalho tem, por objetivo geral, analisar o comportamento do consumidor de artigos eróticos, visando obter maiores conhecimentos do perfil de consumidor, como características demográficas e preferências. 1.2.2 Objetivos Específicos a) conhecer as características demográficas dos compradores e consumidores de produtos eróticos; b) identificar as motivações para a compra e o consumo de produtos eróticos; c) analisar o que o mercado vem oferecendo para tais consumidores; d) averiguar a preferência e atributos dos compradores e consumidores sobre determinada linha de produtos de uma sex shop. 1.3 Delimitação Para a realização de tal estudo adotou-se como público alvo as mulheres residentes na cidade de Tatuí, com idades entre 15 e 60 anos, uma vez que essas idades as classificam, segundo o Ministério da Saúde (2009) como sexualmente ativa. A quantidade de mulheres residentes na cidade de Tatuí, entre 15 e 60 anos era de 37.423 em 2010 (IBGE, 2010). 15 1.4 Justificativa O estudo do comportamento do consumidor do mercado erótico é ainda complexo, pois não há vasta abordagem sobre tal tema. Assim este estudo poderá se tornar fonte de consulta para que os empresários que atuam nesse ramo, possam entender e compreender as necessidades e os desejos dos consumidores que buscam os produtos eróticos e sensuais, podendo atendê-los melhor. Por esta razão, a análise e o entendimento do comportamento de compra dos consumidores que formam o mercado erótico é válido para os empresários do ramo ou para aqueles que vislumbram empreender. Com isso, a investigação tem o intuito de contribuir com a sociedade, a partir da apresentação dos principais aspectos capazes de motivar as pessoas a efetuarem uma compra de produtos eróticos e/ou sensual. Justifica-se ainda a importância desse trabalho para o meio acadêmico, por ampliar os estudos na área do comportamento do consumidor e mercado consumidor. 16 2 REFERENCIAL TEÓRICO 2.1 Histórico do Mercado Erótico Registros históricos apontam que os primeiros produtos sensuais e eróticos surgiram nos anos 500 a. C. na Grécia, sofrendo uma introvertida evolução anos mais tarde por volta de 1200 d. C., na China. Nas primeiras décadas do século XIX, mulheres que apresentavam irritabilidade, insônia, ansiedade, dores de cabeça, choro e falta de apetite, entre outros sintomas, eram diagnosticadas com “histeria”, uma doença psíquica tida como exclusivamente feminina. O problema, acreditava-se, era causado por perturbações no útero. Segundo Margolis (2005, s/p): Na medicina hipocrática, ao contrário do Egito antigo, um ativo desejo feminino por sexo e seus sintomas - inclusive excitação, fantasias eróticas, lubrificação vaginal e comportamento em geral melancólico ou irracional - eram conhecidos como uma doença chamada histeria - literalmente, doença causada por um deslocamento do útero.” Assim, para suavizar a “histeria”, o tratamento recomendado era a massagem no clitóris, feita diretamente pelo médico, em consultório. Com as mãos, o médico estimulava a paciente até que ela atingisse o “paroxismo histérico”, conhecido hoje como orgasmo. Depois de uma sessão de gemidos e gritos, a mulher ficava mais calma, e os sintomas desapareciam - pelo menos por um tempo. De acordo com Maines (2010) esse mesmo tratamento já havia sido indicado muito antes, em 1653, pelo médico holandês Pieter Van Foreest, quando publicou um compêndio médico com um capítulo sobre doenças femininas. Para a histeria, Foreest aconselhava o auxílio de uma parteira para realizar a massagem na genitália, com um dedo dentro da vagina, usando óleo de lírios como lubrificante. Para Maines (2010, s/p): Essa suposta doença exibia uma sintomatologia compatível com o funcionamento normal da sexualidade feminina, e para a qual o alívio, não surpreendentemente, era obtido através do orgasmo, seja através de relações sexuais com o marido ou por meio da massagem na mesa do médico. 17 Com ou sem marido, as mulheres passaram a lotar os consultórios médicos em busca da “cura” para a histeria. E os médicos passavam horas masturbando suas pacientes, preocupados com sua saúde. Vilella (2013) ressalta que, além da falta de conhecimento,o orgasmo feminino não era reconhecido devido ao machismo, de não enxergar a mulher como um ser capaz de expressar seus desejos e satisfações sexuais, “a sexualidade feminina sempre sofreu com a repressão, nesta época principalmente, em que o órgão sexual na mulher era puramente para procriação”. Ainda de acordo com Vilella (2013) a massagem clitoriana era uma tarefa maçante, e muitas pacientes demoravam horas para atingirem o tal “paroxismo histérico”. Com isso, os médicos começaram a ter problemas nas mãos devido ao esforço repetitivo, e novas alternativas passaram a ser testadas. A primeira delas foi um jato de água diretamente no clitóris. Como o método não rendeu bons resultados, um acessório diferente foi inventado. Para agilizar as sessões nos consultórios, o médico americano George Taylor patenteou, em 1869, o primeiro vibrador, a vapor, e o batizou de "The manipulator". Embora fosse um aparelho grande e de aparência assustadora, o aparato levava as mulheres ao orgasmo mais rapidamente, permitindo aos médicos descansar as mãos e atender mais pacientes. O vapor não durou muito. Em 1880, o médico inglês Joseph Mortimer Granville inventou o vibrador movido à manivela. Aperfeiçoada a ideia se materializou em 1902 no primeiro vibrador elétrico, lançado pela empresa americana Hamilton Beach. Nessa época, os vibradores deixaram de ser usado apenas nos consultórios médicos, e as mulheres passaram a tratar a “histeria” em casa. O conceito de que aqueles sintomas caracterizassem uma doença só foi abolido pela Associação Americana de Psiquiatria em 1952. Vale observar que embora as mulheres comprassem os vibradores para uso doméstico, o primeiro registro de um sex shop no mundo é datado de 1962, na Alemanha. Segundo Heineman (2011) a comercialização de artigos eróticos teve início com Beate Uhse. Após a segunda Guerra Mundial, a vendedora de produtos de porta em porta, se deparou com donas de casa com extensa prole e muitas com doenças veneras, uma vez que os maridos quando retornavam de suas viagens de trabalho, transmitiam as doenças venéras para suas esposas. Também há registro de óbitos devido a abortos clandestinos. Uhse recordando 18 as palestras sobre a sexualidade, higiene sexual e contracepção, ministradas por sua mãe, uma das cinco primeiras médicas do sexo feminino da Alemanha, elaborou um folheto que explicava às mulheres como identificar seus dias férteis. Em 1947, a tiragem do "Panfleto X", atingiu 32.000 exemplares, sendo vendido por correspondência. Muitas pessoas escreviam cartas, para pedir conselhos sobre sexualidade e erotismo, "essas pessoas não tinham conhecimento dos fatos da vida" (HEINAMAN, 2011, p.153). Logo, ela também estava vendendo preservativos e "guias de casamento." Em 1951, com quatro funcionários, começou a empresa "Beate Uhse Mail Order", oferecendo preservativos e livros sobre "higiene marital”. Dois anos mais tarde, a empresa já tinha quatorze funcionários. Em 1962, em Flensburg, Beath Uhse abriu a "loja da especialidade para a higiene marital", a primeira loja de sexo no mundo. Os artigos de higiene marital eram comercializados tanto na loja, como pelo catálogo. Devido a repercussão, a polícia começou a agir contra os itens que supostamente serviam para "inflamar e satisfazer desejos lascivos de forma contrária aos bons costumes e da moralidade." (HEINAMAN, 2011, p.159). Até o ano de 1992, a loja havia sido indiciada mais de 2.000 vezes. Ela também foi vítima de discriminação por outras organizações, como a "des Deutschen Börsenverein Buchhandels" (a organização financeira da indústria editorial alemão) se recusou a admitir sua editora Stephensen devido a "preocupações morais." O clube de tenis Flensburger recusou-se a admiti-la devido a "preocupações gerais." Em 1996, abriu a Beate Uhse Erotic Museum, em Berlim. Três anos depois, em 1999, a companhia Beate Uhse AG, foi listada na bolsa de valores alemã e foi recebida com grande interesse na comunidade financeira. Uhse foi uma das pessoas mais importantes para a liberação sexual no mundo de língua alemã. Em 1989, ela recebeu o " Bundesverdienstkreuz " (prêmio alemão conhecido como Cruz do Mérito), e em 1999 ela foi declarada cidadã honorária da cidade de Flensburg. Uhse faleceu em 2001. 19 2.2 O mercado erótico hoje Dos produtos criados para o segmento do mercado erótico, o vibrador é aquele que ganha mais destaque, já que foi o primeiro material que ganhou notoriedade como artigos sensuais. Estudos feitos por Maines (2010) indicam que nas duas primeiras décadas do século XX, uma variedade de modelos, em todas as faixas de preço e alimentados por diversos tipos de energia, eram anunciados livremente em catálogos e revistas femininas. Segundo Maines (2010) “O aparelho foi comercializado principalmente para as mulheres para ajudar na saúde e a relaxar, em frases ambíguas, como ‘Todos os prazeres da juventude...vão pulsar dentro de você’". Os filmes pornográficos subverteram essa ideia. Neles, atores começaram a usar o acessório a fim de promover o prazer de suas parceiras. Com isso, a imagem do vibrador ganhou uma conotação negativa na sociedade. Maines (2010) justifica que “então ele deixou de ser usado e comercializado com finalidade terapêutica. Começou-se a associar a utilização do vibrador com mulheres vulgares”. Logo o aparelho desapareceu das revistas e dos consultórios médicos. Ainda de acordo com Maines (2010) os fabricantes até tentaram formas mais discretas de divulgar o produto, anunciando seu uso em outras partes do corpo, vendendo-o disfarçado em caixas de aspiradores de pó, e até como um acessório que, uma vez conectado, poderia ser utilizado para outras finalidades, como prova o anúncio “A ajuda que toda mulher necessita”. Ainda de acordo com Maines (2010, s/p): O vibrador retornou nos anos 60, junto com o conceito de orgasmo visto como prazer, com a revolução sexual feminina da descoberta da pílula anticoncepcional, que mostrava que o sexo não era mais visto única e exclusivamente como função reprodutora. Sua eficácia na produção do orgasmo em mulheres tornou-se um argumento de venda do mercado consumidor. Atualmente, livros e filmes como 50 tons de cinza, tem influenciado um grande público, em diferentes regiões, ao consumo de materiais eróticos, devido ao tema abordado (FONSECA, 2015), gerando uma demanda maior de consumo, atraindo pequenos comerciantes. 20 Dados levantados pela Abeme (2010) conta com mais de 11 mil associados, entre sex shop e lojas de cosméticos e lingeries, as vendas de acessórios feitos especialmente para esquentar a relação a dois teve uma grande alta proporcionada pela estreia em 12 de fevereiro de 2015 no cinema da estória do primeiro livro da trilogia Cinquenta Tons de Cinza. Esse é um segmento que vem evoluindo muito no Brasil, mas que também é afetado por modismos. (AGUIAR, 2012). Dados levantados pela ABEME (2013), as vendas de gel funcional – chamado de vibrador líquido - , algemas, máscaras, fantasias e companhia cresceram 8% no país. Em 2014 ficou na mesma casa dos 8%, com movimentação acima de R$ 1 bilhão. A média está em 8 milhões de artigos comercializados por mês. Para 2015, a estimativa é a de que a taxa de crescimento ultrapasse os dois dígitos. Para Aguiar (2012, p.4): Considerando que o Brasil ainda tem um longo caminho a percorrer para popularizar o consumo de produtos eróticos e que 83% dos brasileiros nunca sequer os consumiram, podemos esperar que o mercado siga em crescimento acentuado por um bom tempo, possivelmente traçando ainda uma subida íngreme nos próximos anos. Em 2011, o mercado teve uma grande procura, com o lançamento do filme “Pernas pro Ar”, estrelado pela atriz Ingrid Guimarães. “Grandes negócios nasceram a partir daí e estão no mercado até hoje” (AGUIAR,2015). O seriado Sex and the City, as chibatadas da Tiazinha (personagem de Suzana Alves no Programa H da TV Bandeirantes) e as dançarinas de pole dance na novela das 8 também ajudaram a estimular o mercado, hoje mais maduro. Os itens eróticos não possuem ainda uma norma própria na Anvisa, o que os obriga a se enquadrarem nas regras dos cosméticos comuns, que proíbem, por exemplo, o uso de termos chulos nas embalagens. A saída encontrada pelas fabricantes é categorizar tudo como gel de massagem sensual. Para Aguiar (2014) as peças de comunicação das empresas, como a Durex, apostam no lúdico para falarem sobre o produto. Porém aqueles que não fabricam tem mais liberdade para dar explicações mais claras na hora da venda. 21 2.3. O Consumidor do segmento erótico Dados da Abeme (2014) mostram que as mulheres representam 68% das compras de produtos sensuais. Os homens ficam com 32% da fatia. De tal maneira as mulheres, até então coadjuvantes, hoje respondem por 60% das compras de produtos sensuais e eróticos, inclusive nos e-commerce. Já nas vendas via consultores, as consumidoras chegam a 88% da clientela. Por esta razão, grande parte das lojas passou por mudanças. O ambiente escuro, que focava no público masculino, com atendentes homens, músicas altas e dark rooms1 foi substituído por claridade, vendedoras e espaços para chás de lingerie ou despedidas de solteira. Segundo Aguiar (2012), o brasileiro também prefere acessórios que sejam desfrutados na companhia do parceiro. O produto que atualmente está em alta é o gel térmico ou vibrador líquido, vendido a partir de R$10. Pesquisa realizada pela ABEME (2011), projetam um quadro mais amplo sobre os consumidores de produtos eróticos em todo o país. Dos motivos para o consumo de produtos eróticos é o de “apimentar a relação” (71%). Outro lugar onde costumam adquirir estes produtos é em compras pela internet (52%). Quanto ao preço e à forma de pagamento oferecida pela loja, todos responderam ser muito boa, pois podiam utilizar cartões de crédito e/ou parcelar. Além disso, consideram a qualidade do produto oferecido entre boa (56%) e ótima (44%). A maioria ficou sabendo da existência da loja por meio de parentes ou amigos (89%), e compram os produtos para satisfação pessoal (63%). Apenas algumas responderam que compraram para brincar em reuniões do tipo chás de cozinha (33%). Outros canais como a internet ampliaram o crescimento do setor com novos investimentos e com foco total no facebook, a rede social, é usada por 95% dos empresários do mercado erótico para atrair novos consumidores. Em conclusão às pesquisas a Abeme mostra que o mercado erótico brasileiro tem pouco mais de 30 anos no Brasil. E a tendência mundial vem demonstrando que o setor está voltando- se para a mulher, numa clara insinuação de que separar pornografia de erotismo é a melhor estratégia de crescimento para a indústria de produtos eróticos. 1 Dark Rooms: Quartos escuros para demonstração de objetos em lojas de produtos eróticos. 22 Consumidores mais exigentes e superinformados estão em todos os setores da economia, antigamente o consumidor de sex shop, preso as convicções impostas pela sociedade e preconceito, pouco discutia sobre sua compra e aceitava a indicação do atendente / vendedor da sex shop, hoje o que se vê, é um tempo maior dedicado à informação, escolha e processo de compra nos diversos pontos de venda. Levantamentos feitos pela Abeme (2011) mostra que houve um aumento considerável do questionamento sobre os produtos pelos consumidores, que por vezes traz de casa mais informações do que o atendente tem a oferecer. A internet tem sido fonte constante de pesquisa antes da compra, mesmo em compras que são realizadas nas lojas físicas. Além disto, em 95% das compras observam-se itens para uso exclusivo por casais. Na última década houve um crescimento de 262,96% na permanência dos clientes nos pontos de venda de eróticos, o que demonstra uma evolução considerável no comportamento ligado as sex shops. A quebra de preconceitos ou mesmo a diminuição do desconforto de permanecer numa loja cercada de itens para o sexo é visível, muito devido à mudança de perfil de consumo destes produtos no país, tendo na mulher o grande reflexo desta transformação. Em 2013 as boutiques sensuais completaram uma década de existência no Brasil, com um crescimento de 8%, ficando abaixo do esperando, mais no entanto acima de diversos setores da economia considerados supérfluos, investindo na nova consumidora de sex shop, as boutiques ofereceram mais serviços como cursos para sedução, pompoarismo e mesmo curso de sexo oral e um atendimento especializado em relacionamentos, o que certamente influenciou o tempo de permanência nas sex shops em geral. Considerando que o Brasil ainda tem um longo caminho a percorrer para popularizar o consumo de produtos eróticos e que 83% dos brasileiros nunca sequer os consumiram (segundo pesquisa recente da Durex - 2014), pode esperar que o mercado sensual erótico siga em crescimento acentuado por um bom tempo, possivelmente traçando ainda uma subida íngreme nos próximos anos. 23 2.4 Estratégias mercadológicas para o mercado erótico A sobrevivência e o crescimento das organizações estão diretamente relacionados ao seu esforço para atingir e manter uma vantagem competitiva no ambiente em que atuam, ofertando ao mercado algo que supere os concorrentes. Para tanto a estratégia é primordial, no mercado erótico o seu concorrente pode ser considerado o preconceito e tabu que ainda pode existir para que o consumidor se sinta intimidado para fazer a aquisição do produto. A elaboração e operacionalização de uma estratégia respondem à necessidade que a organização tem de gerenciar suas ações e buscar atingir seus objetivos em um contexto altamente competitivo. Conceber um fluxo de influências: o ambiente induz a estratégia, que conduz ao posicionamento de vantagem competitiva, influenciando a performance de mercado e a performance financeira (DICKSON, FARRIS E VERBEKE, 2001). A estratégia é o foco das atenções. A conjuntura competitiva mundial em que as organizações estão inseridas corresponde ao plano de fundo para a questão estratégica. O marketing possui um papel fundamental porque é um dos elos entre a organização e o mercado. Para tal, é necessário aprofundar conhecimentos sobre a construção de estratégias, ou seja, como se dá o processo de formação da estratégia de marketing, sua formulação e implementação. Sendo assim para o mercado erótico as estratégias que são abordadas é fazer com que o consumidor enxergue de outra maneira, fazendo assim um novo tipo de consumo, para casais antes tradicionais, que agora participam desse nicho. O mercado erótico no Brasil movimentou R$ 1 bilhão em 2011(ABEME 2012). O amadurecimento do setor transformou os pontos de venda, as estratégias de atendimento e ampliou o público-alvo, antes limitado pelos tabus que envolviam o setor. As marcas nacionais, até então com baixa participação, se profissionalizaram, investindo em novos produtos e em uma identidade visual focada neste novo perfil de cliente. Hoje são sete milhões de produtos vendidos por mês entre 10 mil pontos de venda, mais de 650 lojas virtuais e o formato delivery. A venda de porta em porta também foi determinante para o crescimento do mercado sensual brasileiro. Nos últimos três anos o número de vendedoras de itens eróticos por catálogo saltou de dois mil para 85 mil. O formato também atraiu um novo perfil de consumidor: mulheres que nunca encararam uma sex shop, por 24 vergonha ou pudor, tiveram a oportunidadede serem atendidas em casa ou em outros ambientes mais íntimos de forma exclusiva. Esta mudança é considerada pelo setor um dos divisores de água. Outro fator fundamental para a ampliação do setor foi o trabalho de separação do erotismo e da pornografia. Apesar da evolução do mercado erótico no Brasil nos últimos dez anos, o destaque se deu com o lançamento do filme “De Pernas Pro Ar”, de 2010, da Globo Filmes. A produção nacional mostrou de forma humorada a história da dona da sex shop Sexy Delícia, que investe na criação de um portal e no delivery para tirar a empresa da falência. O filme foi visto por mais de três milhões de pessoas. Baseado na história da empresária Érica Rambolde, o sucesso do longa gerou uma continuação, o “De Pernas Pro Ar 2”. Com a repercussão, a Sexy Delícia investiu em marketing. Antes apenas no formato delivery, hoje a marca possui loja física no Rio de Janeiro e também trabalha a plataforma digital. As ações de relacionamento com o cliente são outro caminho para atrair as consumidoras: são promovidos cursos com temáticas sensuais e sexuais, além de chás de lingerie. Com foco maior na classe “B” e “C”, sem descartar a “A”, as ações fizeram com que o negócio tivesse um crescimento de 25% até o mês de outubro de 2012, em comparação ao mesmo período do ano anterior. As marcas eróticas brasileiras respondem por 55% dos produtos vendidos atualmente no país. O índice é considerado excelente quando levado em conta o nascimento desse mercado. Em 2008, por exemplo, os itens importados correspondiam a 75% das vendas e, em 2009, chegou a 85%. A evolução positiva, segundo a Abeme, foi praticamente forçada. “A falta de tecnologia fez com que tivéssemos que nos desdobrar para entender o que era bom e o que não era. O resultado é que hoje o Brasil é considerado o melhor país em produtos cosméticos eróticos e de lingerie”, pontua Paula Aguiar, Presidente da Associação. Um exemplo é que, enquanto os mercados europeu e norte-americano possuem uma média de 10 sabores de gel para sexo oral, o Brasil desenvolveu 40 opções. Outro case de sucesso é a Intt Cosméticos. Nascida em 2007 com 12 produtos, hoje são 40 itens e até dezembro serão lançados mais sete. Outro investimento da indústria nacional é na embalagem que em cinco anos, 25 triplicou o faturamento e arremeteu em uma identidade visual que não é apelativa. As mulheres podem comprar os produtos e não precisam escondê-los. 2.5 O empresário do Mercado Erótico e Cinquenta tons de Cinza O consumo dos artigos eróticos que poderia ter relação com a trilogia do livro Cinquenta tons de Cinza, e pela grande expectativa da película cinematográfica, durante o ano de 2013, pesquisas da ABEME em parceria com a ABCOMM e BAZILPANELS atestaram o crescente interesse pelos itens eróticos protagonizados nos livros. Especialmente vendas de algemas e chicotes, tornaram-se muito mais procurados por mulheres. Com enredo excitante e incentivador de novas experiências sexuais, os livros Cinquenta Tons de Cinza tornaram-se também itens vendidos em sex shops sempre ladeados pelos artigos eróticos usados pelos protagonistas. Encerrou-se o ano com estes produtos representando na média de consumo nacional: 14% para homens e 27% para mulheres. Um aumento de mais de 20% nas compras do público feminino, 2014 iniciou a espera pelo lançamento do filme e para responder ao questionamento sobre como se comportou o consumo de produtos sado/fetiche e seus desdobramentos, a ABEME apresenta uma pesquisa exclusiva sobre o mercado erótico e Cinquenta Tons de Cinza. É certo que a chegada da linha oficial ao Brasil, a criação de dezenas de produtos eróticos inspirados na trilogia literária, a crescente procura por chás de lingeries e cursos inspirados nos livros demonstram o interesse de consumo conectado a esta história. Com relação ao crescimento das vendas deste tipo de produto citado em Cinquenta Tons de Cinza: Depois do livro aumentou a venda dos itens da linha sado/fetiche em média 28% em relação ao ano de 2013. Este dado aplica-se apenas ao crescimento do comércio de produtos com alguma ligação com o livro ou filme de mesmo título, caso, por exemplo, da venda mostrada no trailer oficial lançado na internet. Outro dado interessante aponta que o melhor desempenho em vendas de algemas, máscaras e chicotes aconteceu nas lojas físicas de sex shops e boutiques sensuais, onde houve de alguma forma a exposição do livro em conjunto com os produtos em vitrines ou balcão, e ainda, incentivo de atendentes e / ou amigas que 26 leram o livro. Sobre esta questão há também relatos de que com a popularidade do livro não necessariamente aumentaram as vendas dos itens sado, mas aumentaram as vendas de outros itens como cosméticos, pois depois de ler Cinquenta Tons de Cinza, as pessoas ficaram curiosas e estão procurando mais as sex shops. Mas quem acha que o fenômeno Cinquenta Tons não esteve presente, saiba que os indicadores apontam num aumento da produção visual de homens e mulheres, entre as categorias de produtos mais vendidas em 2014 encontramos lingerie sexys e seus acessórios maravilhosos, como vendas, chicotes, pétalas e algemas, tudo com bom gosto e para os mais variados bolsos. Segundo dados da ABEME consumidores gastaram em suas compras em média de 80 a 280 reais por mês e diversificam muito suas escolhas, sempre buscando montar um cenário completo, que vai desde lingerie até géis e vibradores para uma noite especial. Outro fator importante foi a grande variedade de produtos novos no ano de 2014, e com conceito diferenciado, os destaques ficam por conta dos itens com embalagens inspirados em Cinquenta Tons de Cinza e a diferenciada linha Gospel de cosmética sensual 27 3. METODOLOGIA Visando a exploração do tema, a metodologia proposta é a de pesquisa de cunho quantitativo e qualitativo, integralmente exploratória, através de questionários aplicados as compradoras e consumidoras de produtos eróticos e sensuais, a fim de compreender como as variáveis se correlacionam (GIL, 1999; SAMPIERI, COLLADO; LUCIO, 2006), fundamentando-se em: 3.1 Análise da literatura De modo a fundamentar o estudo em uma base teórica, foram utilizados: pesquisas, artigos, dissertações, teses e livros sobre o comportamento do consumidor, sexualidade e erotismo, e o mercado erótico. 3.2 Investigações exploratória Este estudo caracteriza-se como uma pesquisa exploratória com abordagem qualitativa e quantitativa. O caráter exploratório desta pesquisa caracteriza-se por trabalhar como “universo de significações, motivos, aspirações, atitudes, crenças e valores. Esse conjunto de dados considerados qualitativos” corresponde a um espaço mais profundo das relações, não podendo reduzir os processos e os fenômenos à operacionalização de variáveis (MINAYO, 2004, p. 28). Na perspectiva de Minayo (2004), tanto as intencionalidades inerentes aos atos das pessoas, quanto às reações, estão incorporadas na pesquisa qualitativa, cujo tipo explica os meandros das relações consideradas essência e resultado da atividade humana criadora, afetiva e racional que pode ser apreendida no cotidiano, por meio da vivência e da explicação. Ainda, pode responder às questões particulares, num espaço mais profundo das relações, considerando como sujeitos do estudo pessoas pertencentes a um determinado grupo, com suas crenças, concepções, valores, significados e práticas individuais. Para alcançar o objetivo da pesquisa, a presente pesquisa utilizou-se do método quantitativo (RICHARDSON, 1999). A população é formada por pessoas do gênero feminino, clientes de lojas de sex shop, localizadas na cidade de Tatuí. A amostra selecionada é não probabilística, 28 pois o pesquisador decidiude forma arbitrária ou conscientemente sobre os clientes a serem incluídos (MALHOTRA, 2001). 3.3 Métodos e Técnicas de Coleta de Dados Primários Com relação a obtenção de dados primários junto ao mercado foi utilizado o método de comunicação com o detentor dos dados, em que a principal característica é a obtenção do dado por meio de declaração do respondente (MATTAR, 1999). Para tal, o instrumento de coleta de dados utilizado foi o questionário, composto por questões que possibilitaram identificar, além do perfil do consumidor, os principais interesses de compra de produtos eróticos; as principais motivações para a compra de produtos eróticos; a preferência dos consumidores sobre a linha e os atributos dos produtos de uma sex shop; e os fatores que mais interferem no ato de compra no ponto de venda. Após a aplicação dos questionários iniciou-se o processamento dos dados. O processamento dos dados seguiu as etapas de verificação/edição, codificação, digitação e tabulação dos instrumentos de coleta de dados, primeiro manualmente e depois eletronicamente, através do software Microsoft Excel. O relatório final foi apresentado em formato do editor de texto Microsoft Word. 3.4 Instrumento de Coleta de Dados Para CERVO; BERVIAN (2002) diversos parâmetros que caracterizam as vantagens de utilização do questionário. Afirmam também que o questionário é a forma mais usada para coletar dados, pois possibilita medir com melhor exatidão o que se deseja. Refere-se a um meio de obter respostas às questões por uma fórmula que o próprio informante preenche e contém um conjunto de questões, todas logicamente relacionadas com um problema central. O questionário deve ter natureza impessoal para assegurar uniformidade na avaliação de uma situação para outra. Possui a vantagem de os respondentes se sentirem mais confiantes, dado o anonimato, o que possibilita coletar informações e respostas mais reais (o que pode não acontecer na entrevista). Deve, ainda, ser limitado em sua extensão e finalidade. É necessário que se estabeleça, com critério, 29 quais as questões mais importantes a serem propostas e que interessam ser conhecidas, de acordo com os objetivos (CERVO; BERVIAN, 2002). Devem ser propostas perguntas que conduzam facilmente às respostas de forma a não insinuar outras colocações. Se o questionário for respondido na ausência do investigador, deverá ser acompanhado de instruções minuciosas e específicas. Para desenvolver o questionário foram elaboradas diversas perguntas objetivando traçar o perfil da consumidora: sexo, escolaridade, estado civil, e questões relacionadas ao consumo de produtos eróticos. 30 4 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS Como previsto na metodologia, a pesquisa de campo foi feita em apenas uma etapa de modo a responder aos objetivos propostos. O link do questionário – Análise do comportamento de consumidoras do mercado erótico - foi acessado e respondido por 384 pessoas, entre os dias 07 de outubro de 2015 até 22 de outubro de 2015, totalizando 15 dias de aplicação do questionário. Como previsto na metodologia o questionário foi publicado no feed de notícias do Facebook da pesquisadora, que teve sua primeira publicação dia 07/10/2015. O Feed de Notícias é uma lista atualizada constantemente com histórias de pessoas e Páginas que você segue no Facebook. As histórias do Feed de Notícias incluem atualizações de status, fotos, vídeos, links, atividades de aplicativos e curtidas. (FACEBOOK, 2015, s/p) Foram elaboradas 22 perguntas, considerando os objetivos propostos, sendo nove delas direcionadas sobre o consumo de produtos eróticos, filtrando as entrevistadas por idade (15 a acima de 61 anos) e estado civil. Para que o questionário estive sempre em evidência no feed de notícias, foram realizadas constantes atualizações na publicação, realizando comentários na publicação para atrair a atenção do público alvo, 1.979 amigos pelo facebook. Devido à viralidade das redes sociais o questionário que foi limitado ao município de Tatuí, pode ter sido respondido por moradoras de outra cidade, já que houve um grande número de compartilhamento dos amigos da pesquisadora, obtendo respondentes em outras cidades ,mas como a pesquisadora mora e tem a grande maioria do seu círculo de amizades no município de Tatuí, a maior disseminação do questionário foi entre os moradores do município. 31 Figura 1 – Link para acessar o questionário no facebook Fonte: https://www.facebook.com/flajubran/posts/10205326465425074 As primeiras questões serviram para definir a idade e o estado civil. A faixa etária dos respondentes com de 15 a 20 anos, atingiu 8,9%; 60,4% de 21 a 30 anos, 20,6% entre 31 a 40 anos, 4,7% entre 41 e 50, 4,9% de 51 a 60 e menos de 0,5% de pessoas acima de 61 anos, como o gráfico 3.1.1 apresenta abaixo: Gráfico 1 - Faixa etária das pessoas avaliadas Fonte: Elaboração própria com base na tabulação dos dados obtidos pelo questionário. 0 50 100 150 200 250 Total 15 a 20 21 a 30 31 a 40 41 a 50 51 a 60 Acima de 61 anos 32 O presente estudo tomou por mulheres sexualmente ativas segundo o Ministério da Saúde (2008) a faixa etária de 15 a 60 anos. A quantidade de mulheres residentes na cidade de Tatuí, entre 15 e 60 anos é de 37.423 em 2010 (IBGE, 2010). Constatou-se ainda, que 51,8% delas não possui filhos. 46% declarou estado civil solteira, 40,2% casadas, 5% divorciadas, 0,5% viúvas e 8,2% se enquadram em outras categorias. Sobre o grau de escolaridade das entrevistadas, a maior porcentagem (29,5%) das respondentes possui ensino superior completo ou ainda está cursando; seguido da porcentagem com ensino médio completo, que correspondem a 26,8% dos respondentes; 22,4% com superior completo; 3,4% com ensino médio incompleto ou ainda estão cursando; 4,5% com pós graduação incompleta ou ainda estão cursando; 7,9% com pós graduação completa; 2,1% com o fundamental II completo e outro 0,3% analfabeto/primário incompleto/ensino fundamental I (incompleto ou ainda está cursando). Gráfico 2 - Grau de escolaridade dos entrevistados Fonte: Elaboração própria com base na tabulação dos dados obtidos pelo questionário. O critério escolhido para estabelecer um panorama socioeconômico geral foi o CCEB (Critério de Classificação Econômica Brasil), desenvolvido pela ABEP 0 20 40 60 80 100 120 Analfabeto /Primário Incompleto/ Ensino Fundamental I (incompleto ou cursando) Primário completo / Fundamental I completo Ginasial Incompleto / Fundamental II Incompleto ou Cursando Ginasial Completo / Fundamental II Completo Colegial Incompleto / Ensino Médio Incompleto ou Cursando Colegial Completo / Ensino Médio Completo 33 (Associação Brasileira de Empresas de Pesquisa). Os dados extraídos das respostas ao questionário foram processados e categorizados de acordo com a seguinte classificação: classe A (renda média bruta familiar de até R$11.037,00); classe B1 (renda média bruta familiar de até R$6006,00); classe B2 (renda média bruta familiar de até R$3118,00); classe C1 (renda média bruta familiar de até R$1.865,00); classe C2 (renda média bruta familiar de até R$1.277,00) e classe D (renda média bruta familiar de até R$895,00). Do total de 384 respondentes do questionário, 56 mulheres deixaram de responder os elementos necessários para poder gerar a classificação econômica, totalizando assim 328 respostas que geraram os números necessários para o levantamento de renda. A classe considerada B2, foi o índice mais alto com 41,16%, mostrando assim, como predominante no comércio de produtos eróticos. Outros números foram a classe A1 com 1,52% dos índices, a A2 com 11,89%, B1 com 25,91%, C1 com 5,49% e a D com menos de 1%, demonstrado no gráfico abaixo: Gráfico 3 - Índice socioeconômicodas entrevistadas Fonte: Elaboração própria com base na tabulação dos dados obtidos pelo questionário. Segundo a ABEME (2014) os consumidores gastaram em suas compras em média de 80 a 280 reais por mês e diversificam muito suas escolhas. Embora seja um tema que ainda existi tabus foi abordado a crença ou religião das respondentes e a maioria respondeu como Católicas (50,9%), seguida pelas 1,52% 11,89% 25,91% 41,16% 13,11% 5,49% 0,91% 0,00% 5,00% 10,00% 15,00% 20,00% 25,00% 30,00% 35,00% 40,00% 45,00% A1 A2 B1 B2 C1 C2 D 34 evangélicas de missão (tradicional) com um total de 13,1%, em terceiro lugar as evangélicas de igrejas não determinada com 10,1%. Todas as outras religiões foram classificadas em menos de 10%, como mostra no gráfico abaixo. Gráfico 4 - Religião ou crença dos respondentes Fonte: Elaboração própria com base na tabulação dos dados obtidos pelo questionário. Os números levantados por essa pesquisa assemelham-se a classificação religiosa apurada pelo Censo Demográfico de 2010, mostrando um crescimento de diversidade dos grupos religiosos do Brasil. Segundo o IBGE (2010) o Brasil ainda é a maior nação católica do mundo, mas, na última década, a Igreja teve uma redução da ordem de 1,7 milhão de fiéis, um encolhimento de 12,2%, a tendência de redução dos católicos e de expansão das correntes evangélicas era algo esperado. Mantida essa tendência, em no máximo 30 anos católicos e evangélicos estarão empatados em tamanho na população. 4 3 2 1 9 1 2 4 6 4 9 3 3 3 8 0 0 1 3 0 0 0 2 1 1 Ateista Agnóstica Budista Católica Espirita Espiritualista Evangélica Missão ( Tradicional) Evangélica de Origem Pentecostal Evangélica não determinada Hinduísta Islamismo Judaíca Religiões Afrobrasileiras Religiões Orientais Tradições Indígenas Tradições Esotéricas Outros 35 As estratégias mercadológicas dos produtos eróticos também estão buscando a introdução do segmento para pessoas religiosas, se sentirem confortáveis a usar tais produtos, já que são comercializados por membros da igreja. Produtos sensuais foram lançados na 22ª Erótika Fair2 por Membros da Congregação Cristã. O objetivo é demonstrar que os evangélicos podem ter o direito de sentir prazer sexual, dentro do matrimonio. Assim, as prateleiras dos sexshops começam a ter espaço para artigos voltada exclusivamente para o público religioso. Mas o uso ainda é debatido dentro das igrejas. Para superar o tradicionalismo, os empresários tratam a nova linha, batizada In Haven, como “novo segredo de um casamento feliz”. Outra questão direcionada a verificar características sobre o estilo de vida das respondentes, apontou que 50,4% das entrevistadas pratica alguma atividade física. De acordo com a ABIT (2011), a população brasileira apresenta um índice menor: 32,2% declara que pratica alguma atividade física e 67,7% que declara não praticar nenhuma. Estudos realizados na França pelo British Medical Journal em 2006, detectou problemas na atividade e na saúde sexual de homens e mulheres obesos. Ambos os grupos apresentaram menor número de parceiros sexuais, comparado aos indivíduos com peso normal. Enquanto os obesos sofrem mais de disfunção erétil, obesas têm quatro vezes mais risco de gravidez não programada, comparado com mulheres de peso normal. A Universidade de Duke, nos Estados Unidos, afirma por estudos realizados, que estar muito acima do peso piora a qualidade de vida sexual. Outra abordagem para identificar mais elementos sobre o perfil das consumidoras tatuianas, visou identificar as atividades de entretenimento. No gráfico 1.5 mostra que viagens (20,75%) e assistir filmes em casa (19,95%), são as atividade de entretenimento mais escolhidos pelas entrevistadas, atividades voltadas na maioria das vezes para casais. 2 Erótika Fair : é uma feira de negócios do mercado erótico brasileiro, que acontece em São Paulo. Atualmente é a quarta maior feira erótica do mundo, e a maior da América Latina 36 Gráfico 5– Entretenimento das entrevistadas. Fonte: Elaboração própria com base na tabulação dos dados obtidos pelo questionário. Outra tendência são as festas pré casamento que vem se mostrando cada vez mais forte nesse mercado, são os Chás de Lingerie, que tira da lista os utensílios domésticos e colocam em cena a sensualidade da mulher. A ideia é montar um enxoval de roupas íntimas para a noiva aproveitar a noite de núpcias e esquentar o clima no início da vida a dois. O Chá de Lingerie reúne apenas o público feminino. Por estar em ascensão as pré festas nupciais, foi questionado as entrevistadas, se já haviam participado de algum chá de lingerie, as respostas obtidas foram de que 19,7% sim, apenas uma vez, 13,6% mais de uma vez e 66,7% nunca participaram de algum. Sobre questionamento direto ao consumo dos produtos eróticos, 76,8% das entrevistadas afirmaram que já compraram algum tipo de mercadoria, e 22,4% nunca compraram. Ainda sobre o processo de compra, o motivo também foi indagado, os dados apontam que 54% fez a compra para uso pessoal, 28% para presentear o parceiro, 8% tanto para presentear um amigo e para realizar uma brincadeira em grupo e 3% para outros fins. 7,55% 19,95% 14,02% 3,23% 20,75% 16,71% 4,04% 4,04% 2,96% 0,00% 0,54% 6,20% 0,00% 5,00% 10,00% 15,00% 20,00% 25,00% Ir ao Cinema Assistir filmes em casa Ir a Balada Assistir Show Viajar Visitar familiares Passear em parques Ler livros e/ou revistas. Jogar games e/ou cartas Bordar Pintar Outros 37 Gráfico 6 – Motivos de compra do produto eróticos: Fonte: Elaboração própria com base na tabulação dos dados obtidos pelo questionário. Quanto ao uso próprio de produtos erótico, 66,10% dizem que usam, algumas vezes; 8,59%, usa com frequência dos respondentes; 15,36% dizem nunca ter usado, mas tem interesse em experimentar, e menos de 10% nunca usam e não declaram não ter vontade de usar. Gráfico 7 – Uso de algum tipo de produto considerado erótico: Fonte: Elaboração própria com base na tabulação dos dados obtidos pelo questionário. 28% 8% 8% 54% 3% 0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% Presentear Parceiro(a) Presentear um(a) amigo(a). Para realizar uma brincadeira (gozação) em um grupo Para uso pessoal Outros 250 33 59 34 65,10% 8,59% 15,36% 8,85% 0 50 100 150 200 250 300 Sim, algumas vezes Sim, com frequencia Não, mas tem interesse em experimentar Nunca e não tem vontade de usar 38 As entrevistadas também foram consultadas a respeito da forma de aquisição dos produtos eróticos sendo que 49,84% fizeram compra em lojas físicas, 21,27% com revendedoras porta–porta, 13,65% foram presente recebido por parceiro, 7,30% presente recebido por amigos, 5,40% compra online e 2,54% por outros meios. Gráfico 8 – Situações em que o produto foi adquirido. Fonte: Elaboração própria com base na tabulação dos dados obtidos pelo questionário Os resultados mostrados por essa pesquisa mostram que a compra em lojas físicas são ainda as mais utilizadas pelas entrevistadas, diferente das pesquisas da ABEME (2014) que mostraram resultados de que a compra online vem sendo mais utilizado pelos seus consumidores, e as revendedoras de porta em porta também serem uma boa estratégia de penetração no mercado. Ainda sobre o ponto de vendas, as entrevistadas responderam que frequentariam uma sex shop física sem problemas (61,6%), enquanto 9,5% afirmaram também que frequentariam, mas somente se fosse em outra cidade/vizinhança, contra a minoria que se nega a ir em uma loja física (28,8%). Sobre os tipos de produtos que são mais utilizados elas afirmaram que o consumo de cremes e géis (42,27%) são os preferidos, seguido por lingeries (34,23%), jogos eróticos (12,58%), vibradores (8,04%) e outros (2,89%). Consolidando as pesquisas feitas pelaABEME (2014) que os géis funcionais são os mais vendidos entre o público feminino, 2,54% 5,40% 7,30% 13,65% 21,27% 49,84% 0,00% 10,00% 20,00% 30,00% 40,00% 50,00% 60,00% Outros Compra online Presente recebido por amigos(a) Presente recebido por parceiro(a) Compra revendedora porta-porta Compra loja física 39 Gráfico 9 – Produtos mais escolhidos Fonte: Elaboração própria com base na tabulação dos dados obtidos pelo questionário As entrevistadas também foram indagadas sobre o uso de produtos eróticos para melhorar o relacionamento entre os casais, e 86,2% afirmaram que sim, acreditam que os produtos podem ajudar a apimentar a relação de um casal, contra 13,8%, que acham que não faz diferença. Dentre as 376 respondente que já utilizaram produtos eróticos, 21,9% afirmam estar muitas satisfeitas, 55,7% satisfeitas, 19,8% nem satisfeito e nem insatisfeito, menos de 1% insatisfeito e 1,7% muito insatisfeito. As entrevistadas recomendariam o uso de produtos eróticos, mas somente para amigas (58,3%) para as amigas e para familiares (31,9%), e menos de 10% não recomendaria o uso. A maioria acredita que a mídia não induzir o uso de produtos eróticos (60,2%) diferente de dados levantados pela ABEME (2014) que mostram que filmes como de “Pernas pro Ar” e “Cinquenta tons cinza”, influenciam o público a consumir mais produtos. 42,27% 34,23% 12,58% 8,04% 2,89% 0,00% 5,00%10,00%15,00%20,00%25,00%30,00%35,00%40,00%45,00% Cremes e Géis Lingeries Jogos (dados eróticos,etc) Vibradores Outros 40 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS O presente estudo mostra que o mercado erótico vem crescendo a medida dos anos. Os sex shops começaram a sair dos becos escuros e estão chegando aos grandes centros mercadológicos, tanto nos pontos de vendas físicos, como também no e-commerce, possibilitando maior nitidez do perfil de quem consome. Dados de pesquisas feitos pela ABEME (2014) mostram que 60% dos consumidores do mercado erótico brasileiro são do sexo feminino; elas compram online, preferem cosméticos como bebidas afrodisíacas, géis, loção para massagem entre outros, gastam em média de 80 a 280 reais por mês, e fazem parte da classe de renda econômica considerada como B2, numa clara referência de que separar pornografia de erotismo é a melhor estratégia de crescimento para a indústria do sexo. Levantamentos também feito pela ABEME (2015), mostram que o momento econômico ruim em que o pais vem passando, pode acelerar o segmento, a recessão que vem sendo noticiada pela imprensa está estimulando a procura por brinquedos e cosméticos eróticos pelos brasileiros que buscam momentos de prazer com menor custo. Com base nestes dados, esse estudo, procurou conhecer o perfil das consumidoras da cidade de Tatuí no qual mostraram que, sendo características únicas faixa etária das consumidoras tatuíanas que mais consomem produtos eróticos são de 21 a 30 anos, idade em que as relações sexuais se mostram mais ativas (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2009). Em relação à estado civil e filhos, a maioria é solteira e não tem filhos. A classificação socioeconômica mostrou que em sua maioria as consumidoras são consideradas classe “B2”, consolidando com os dados da ABEME (2014). A maioria se diz católica, e em seguindo lugar evangélicas.Com isso o mercado erótico vem se adaptando para atender o público evangélico, criando uma linha gospel. A maioria das entrevistadas mostraram ter preocupação com seu físico, correspondendo com a geração que preza pela qualidade de vida. Em relação aos costumes de entretenimento, as pesquisadas mostraram que viagens e ver filmes, são as opções mais favorecidas. Grande parte das entrevistadas tatuianas afirmaram que já compraram e fizeram uso de algum produto considerado erótico. Diferente dos dados da pesquisa da ABEME (2014) que aponta o e-commerce como o local escolhido para fazer a compra, as entrevistadas de Tatuí preferem lojas físicas para 41 suas compras; elas frequentam os sex-shops sem problema algum e os produtos mais consumidos são os cosméticos (gel, loção para massagem, etc.). Se mostram satisfeita com as experiências dos produtos utilizados, e acreditam que tais produtos ajudam no relacionamento entre casais, fazendo assim a recomendação do produto para suas amigas, mas ainda possuem barreiras para recomendar familiares. Para finalizar, acreditam que a mídia não exerce influência em cima desse tipo de consumo. Conclui-se então que as moradoras da cidade de Tatuí possuem um perfil aberto para esse mercado, e que estão acompanhando o crescimento, mostrando ser um consumo natural, sem preconceito. 42 REFERÊNCIAS ABEME. 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Comportamento de Consumidoras Prezadas moradoras de Tatuí, esse questionário refere-se a uma pesquisa acadêmica da aluna Flaviane Jubran, para o trabalho de conclusão do curso de Administração da Faculdade de Ensino Superior Santa Barbara - FAESB. Sua participação e criteriosa avaliação é muito importante. Os resultados da pesquisa ficarão disponíveis para a comunidade acadêmica. *Obrigatório IDADE o 15 a 20 o 21 a 30 o 31 a 40 o 41 a 50 o 51 a 60 o Acima de 61 anos Estado Cívil o Solteira o Divorciada o Casada o Viúva o Outro: Possuí filhos/enteados? o Sim o Não Profissão? Qual é o grau de escolaridade : o Analfabeto /Primário Incompleto/ Ensino Fundamental I (incompleto ou cursando) o Primário completo / Fundamental I completo 47 o Ginasial Incompleto / Fundamental II Incompleto ou Cursando o Ginasial Completo / Fundamental II Completo o Colegial Incompleto / Ensino Médio Incompleto ou Cursando o Colegial Completo / Ensino Médio Completo o Superior Incompleto ou Cursando o Superior Completo o Pós-graduação incompleto ou cursando o Pós-graduação Completo Você é a chefe da família ? o SIM o NÃO Se não, qual é a escolaridade do chefe de família? o Analfabeto /Primário Incompleto/ Ensino Fundamental I (incompleto ou cursando) o Primário completo / Fundamental I completo o Ginasial Incompleto / Fundamental II Incompleto ou Cursando o Ginasial Completo / Fundamental II Completo o Colegial Incompleto / Ensino Médio Incompleto ou Cursando o Colegial Completo / Ensino Médio Completo o Superior Incompleto ou Cursando o Superior Completo o Pós-graduação incompleto ou cursando o Pós-graduação Completo Quantos de cada item abaixo possui? 0 (zero) 1 (um) 2 (dois) 3 (três) 4 (quatro) ou mais Televisão Rádio Banheiro Automóvel Empregada Mensalista 48 0 (zero) 1 (um) 2 (dois) 3 (três) 4 (quatro) ou mais Maquina de Lavar Videocassete e/ou DVD Geladeira Freezer (independente ou geladeira duplex) Qual a sua religião ou crença? o Ateista o Agnóstica o Budista o Católica o Espirita o Espiritualista o Evangélica Missão ( Tradicional) o Evangélica de Origem Pentecostal o Evangélica não determinada o Hinduísta o Islamismo o Judaíca o Religiões Afrobrasileiras o Religiões Orientais o Tradições Indígenas o Tradições Esotéricas o Outro: Pratica alguma atividade física? o Sim 49 o Não O que você costuma fazer para se divertir? o Ir ao Cinema o Assistir filmes em casa o Ir a Balada o Assistir Show o Viajar o Visitar familiares o Passear em parques o Ler livros e/ou revistas. o Jogar games e/ou cartas o Bordar o Pintar o Outro: Já participou de algum Chá de Lingerie? o Sim, apenas uma vez o Sim, mais de uma vez o Não Já comprou algum produto considerado sensual e/ou erótico? * o Sim o Não O produto foi comprado para: Pode escolher mais de uma opção. o Presentear Parceiro(a) o Presentear um(a) amigo(a). o Para realizar uma brincadeira (gozação) em um grupo o Para uso pessoal o Outro: Já fez uso de algum produto considerado erótico? o sim, algumas vezes o sim, uso com frequência o não, mas tenho interesse em experimentar o nunca e não tenho vontade de usar O produto usado foi adquirido em qual(is) situação(ões): o Presente recebido por parceiro(a) 50 o Presente recebido por amigos(a) o Compra online o Compra loja física o Compra revendedora porta-porta o Outro: Qual tipo de produto erótico e/ou sensual fez o consumo? o Vibradores o Cremes e Géis o Lingeries o Jogos (dados eróticos,etc) o Outro: Você frequentaria uma sex shop de loja física? o sim o sim, mas somente se for longe da minha cidade/vizinhança o não Você acredita que usar produtos sensuais e/ou eróticos melhoram o relacionamento entre os casais ?! o Sim o Não Em relação ao uso de produtos sensuais e/ou eróticos, como você classifica sua experiência? o Muito Satisfeito o Satisfeito o Nem satisfeito e nem insatisfeito o Insatisfeitoo Muito Insatisfeito Você recomendaria o uso de produtos sensuais e/ou eróticos? o sim, somente para amigas. o sim, tanto para amiga(s) como para familiares o não Na sua opinião, a mídia e suas publicidades a induz ao consumo de produtos sensuais e/ou eróticos? Sim Não Fonte: elaborado pela própria autora através do aplicativo Google Doc, (2015) 51 . . . 52
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