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Aula 05 - Ciclo celular

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Livro Digital 
Aula 05 
Ciclo Celular 
 
 
FUVEST 
 
 
 
 
Professora Bruna Klassa 
Professora Bruna Klassa 
Aula 05: FUVEST 
 
 
 
Aula 05 - Ciclo Celular 
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SUMÁRIO 
Apresentação ................................................................................................................................... 3 
1. Ciclo celular .................................................................................................................................. 5 
2. Mitose .......................................................................................................................................... 7 
3. Tipos de reprodução ................................................................................................................... 15 
3.1 Reprodução assexuada ou vegetativa ................................................................................... 15 
3.2 Reprodução sexuada ............................................................................................................. 18 
4. Meiose........................................................................................................................................ 25 
4.1 Meiose I ................................................................................................................................ 26 
4.2 Meiose II ............................................................................................................................... 28 
5. Gametogênese ........................................................................................................................... 31 
5.1 Espermatogênese ................................................................................................................. 34 
5.2 Ovogênese ............................................................................................................................ 36 
6. Mutações cromossômicas .......................................................................................................... 40 
7. Lista de questões ........................................................................................................................ 42 
8. Gabarito ..................................................................................................................................... 65 
9. Lista de questões comentadas .................................................................................................... 66 
Considerações finais ..................................................................................................................... 101 
Referências ................................................................................................................................... 102 
 
 
 
Professora Bruna Klassa 
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APRESENTAÇÃO 
Olá, aluno(a) querido(a)! 
Tudo certo com você? Comigo sim! 
Olha só, nós já estudamos toda a estrutura celular e vimos, na aula passada, os eventos que 
acontecem no interior do núcleo, especialmente a alta atividade de síntese proteica, durante a 
intérfase (o período entre duas divisões celulares sucessivas). Vamos retomar os principais pontos 
relativos à essa atividade: 
 
➢ Expressão gênica é o nome do processo pelo qual a informação contida nos genes (uma sequência 
do DNA) gera produtos gênicos, que são as moléculas de RNA (na etapa de transcrição) e as 
proteínas (na etapa de tradução). 
 
➢ A síntese proteica é o mecanismo de produção de proteínas determinado pelo DNA, que acontece 
em duas fases, chamadas transcrição e tradução. O processo se inicia no núcleo e termina 
no citoplasma, envolvendo RNA, ribossomos, enzimas específicas e aminoácidos. 
 
 
➢ A transcrição é a primeira etapa e ocorre no núcleo celular. A molécula de DNA se abre e os genes 
são transcritos em RNA pela enzima RNA polimerase. Esta se liga a uma das extremidades do 
gene, e emparelha os ribonucleotídeos livres com a fita de DNA que serve de molde, dando origem 
a um pré-RNAm (ou transcrito primário). O que determina o início e o fim do gene que será 
transcrito são sequências específicas de nucleotídeos: o início é a região promotora do gene e o 
fim é a região terminal. 
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➢ A seguir, ainda no núcleo, ocorre o splicing, um processo de remoção dos íntrons (regiões não 
codificantes) e remendo dos éxons (regiões codificantes), formando o RNAm propriamente dito. 
Esta molécula de RNAm passa do núcleo para o citoplasma pelos poros nucleares. 
 
➢ A segunda etapa é chamada tradução e ocorre no citoplasma. A cadeia polipeptídica é formada 
pela união de aminoácidos segundo a sequência de nucleotídeos do RNAm (códons). A síntese da 
proteína começa com a associação entre um RNAt, um ribossomo e um RNAm. Cada RNAt 
transporta um aminoácido cuja sequência de bases, chamada anticódon, corresponde ao códon 
do RNAm. O RNAt trazendo uma metionina se liga ao RNAm onde se encontra o códon AUG, 
dando início ao processo. Em seguida, se desliga e outro RNAt se liga trazendo o próximo 
aminoácido. Essa operação é repetida várias vezes formando a cadeia polipeptídica, até que o 
ribossomo encontre um códon de parada, que determina o fim do processo. 
 
➢ A duplicação é um evento que também ocorre no interior do núcleo, porém apenas quando a 
célula recebe o sinal de que deve se dividir. Para tanto, ela copia todo o seu material genético, 
que passa a ficar duplicado. Assim, após a divisão celular, cada célula-filha recebe uma dessas 
cópias. 
 
➢ A duplicação acontece por ação de várias enzimas em conjunto: a topoisomerase desenrola a 
dupla hélice do DNA, tornando as cadeias lineares; a seguir, a helicase abre essas cadeias e a RNA-
polimerase as percorre, sintetizando novas cadeias complementares às originais. Isso torna a 
duplicação um evento semiconservativo. 
 
➢ As mutações gênicas podem ser definidas como mudanças que ocorrem no material genético dos 
organismos vivos. Elas podem ocorrer por causa de erros na replicação ou ainda por fatores 
externos, como a radiação. Existem dois tipos básicos de mutações genéticas: as substituições e 
as inserções/deleções. 
 
➢ Substituições consistem na troca de um par de bases que pode ou não afetar a proteína que será 
codificada. Podem ser de três tipos: mutações silenciosas, mutações de troca de sentido e 
mutações sem sentido. 
 
➢ Inserções/deleções (indels) são causadas por adição ou perda de um número de nucleotídeos 
diferente de três, ou não múltiplo de três, em uma determinada sequência de DNA, que acabam 
modificando toda a matriz de leitura da sequência de códons, resultando em um produto gênico 
completamente diferente do original. 
 
Agora, vamos estudar o que acontece no interior do núcleo durante 
a divisão celular. Sabemos que todos os seres vivos se originam de uma 
única célula, que sofre várias divisões e origina, em cada uma delas, duas 
células-filhas idênticas à célula mãe. A divisão celular é a maneira pela qual 
os organismos multicelulares crescem. Vamos ver como isso acontece? 
Pegue um café, respire fundo e vem comigo! 
 
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1. CICLO CELULAR 
Na aula passada, estudamos a estrutura nuclear das células eucarióticas e vimos que a maior 
parte do tempo a célula se encontra em intérfase, realizando intensa síntese proteica. Nesse 
período, a célula se encontra em crescimento. Lembre-se do que falamos na primeira aula do curso: 
organismos multicelulares crescem em número de células, até que possam se reproduzir; já os 
organismos procariontes ou eucariontes unicelulares crescem apenas em tamanho, já que suas 
divisões correspondem à própria reprodução. 
A intérfaseé apenas uma das fases que compõem o que chamamos de ciclo celular, isto é, o 
tempo de vida de uma célula desde a sua formação, pela divisão da célula parental, até a sua 
própria divisão em duas novas células. 
Nesse processo de divisão celular, a célula parental copia todo o seu genoma para que cada 
cópia do DNA seja cedida para cada uma das células-filhas. Isso acontece por meio do processo de 
duplicação do DNA, visto na última aula. Assim, uma célula alterna seu período de crescimento 
(Intérfase) com a sua fase de divisão celular (fase M – mitótica). 
Veja abaixo um esquema do ciclo celular: 
 
Figura 1. O ciclo celular alterna períodos de crescimento (Intérfase) e divisão (fase M), acontecendo sempre no sentido horário. 
 
A intérfase possui três subfases bem definidas, durante as quais a célula cresce ao produzir 
proteínas e organelas citoplasmáticas como a mitocôndria e o retículo endoplasmático: 
❖ G1: a subfase G1 recebe esse nome porque deriva do inglês gap, que significa primeiro intervalo. 
Neste período que antecede a duplicação do material genético cada cromossomo apresenta 
apenas uma molécula de DNA, a qual chamamos de cromátide. Não há atividades relacionadas à 
divisão celular propriamente dita acontecendo, porém ocorre a duplicação dos centríolos 
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(quando presentes). A intensidade das atividades metabólicas é alta e a célula leva cerca de 10 
hora nesta fase. Em um certo momento, a célula decide se vai entrar ou não para a divisão celular. 
Não se sabe o que determina este momento, mas ele é conhecido como ponto de restrição. Caso 
ela decida entrar na divisão celular, segue para a próxima fase, a fase S. 
 
❖ S: na subfase S ocorre a duplicação do DNA, e cada cromossomo passa a apresentar duas 
cromátides, unidas pela região do centrômero. Elas são chamadas cromátides-irmãs. O período S 
recebe esse nome porque deriva do inglês synthesis, que significa síntese, no caso, de uma nova 
molécula de DNA. Vamos relembrar o processo como o esquema abaixo: 
 
Figura 2. A replicação (ou duplicação) é o processo pelo qual o DNA faz uma cópia de si mesmo durante a divisão celular. O primeiro passo é 
"descompactar" a estrutura de dupla hélice, pela enzima topoisomerase. A seguir, a enzima helicase quebra as ligações de hidrogênio entre 
as bases nitrogenadas, separando as duas cadeias e formando uma forquilha. As duas fitas separadas atuarão como modelos para a criação 
das novas fitas de DNA, sempre no sentido 5’ → 3’. O resultado da replicação são duas moléculas de DNA que consistem em uma nova e uma 
antiga cadeia de nucleotídeos, sendo por isso chamada de semiconservativa (metade da cadeia faz parte da molécula de DNA original e 
metade é totalmente nova). Após a replicação, o novo DNA acaba automaticamente em uma dupla hélice, pronto para seguir para fase G2. 
 
❖ G2: em G2 a duplicação de DNA já se completou e ocorre um ponto de checagem (uma verificação 
para checar se a célula está, de fato, pronta para prosseguir para a divisão). 
 
Durante a intérfase, a célula apresenta algumas características que já estudamos e que serão 
importantes para diferenciá-las do período de divisão. São elas: 
 
Figura 3. Célula na intérfase. Fonte: Shutterstock. 
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A duração de cada fase varia de célula para célula, mas, em geral, a intérfase é mais longa que 
a divisão celular, sendo que a fase S é a mais demorada, pois há a duplicação de todo o DNA da 
célula. Ainda, analisando as fases da intérfase, podemos concluir o seguinte gráfico: 
 
 
Na fase G1, a célula possui X moléculas de DNA. Durante a fase S, as moléculas de DNA 
duplicam-se, justificando a quantidade de 2X observada ao final desse período. Na fase G2, a 
quantidade 2X de moléculas de DNA se mantém e a célula já está pronta para a divisão (fase M). A 
célula-mãe se divide em duas células-filhas, cedendo metade de seu DNA para cada uma delas e 
reestabelecendo assim a quantidade normal de DNA nas células. 
 
2. MITOSE1 
A mitose é uma forma de divisão celular eucariótica que produz duas células-filhas com o 
material genético idêntico ao da célula-mãe. 
Em alguns organismos unicelulares, a mitose forma a base da reprodução assexuada. Em 
organismos multicelulares diploides, a reprodução sexuada envolve a fusão de dois gametas 
haploides para produzir um zigoto diploide. As divisões mitóticas do zigoto e das células-filhas são 
responsáveis pelo crescimento e desenvolvimento subsequentes do organismo. 
No organismo adulto, a mitose desempenha um papel na substituição de células, 
cicatrização de feridas e formação de tumores. A mitose, embora seja um processo contínuo, é 
convencionalmente dividida em cinco estágios: prófase, prometáfase, metáfase, anáfase e telófase. 
 
2.1 Prófase 
A prófase é a primeira fase e ocupa mais da metade de todo o processo da mitose. Nesta 
fase, os filamentos de cromatina já estão duplicados e ela se condensa, resultando na formação de 
cromossomos visíveis. Cada cromossomo duplicado aparece como duas cromátides-irmãs idênticas, 
unidas pelos centrômeros. 
 
1 Fonte das figuras: Shutterstock. 
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Figura 4. Compactação da cromatina em cromossomo visível. O cromossomo, na figura, está duplicado, isto é, com duas cromátides. 
 
Lembre-se: os cromossomos constituem uma única molécula de DNA altamente organizada. 
Quando duplicados, eles têm uma forma de X, e somente nesta configuração é possível visualizá-los 
ao microscópio. 
 
Ainda na prófase, o nucléolo se desintegra e na região do centrossomo ocorre a produção de 
microtúbulos, que se arranjam radialmente em uma estrutura chamada áster. Esses microtúbulos 
crescem, formando um fuso mitótico prematuro, e vão afastando os centrossomos para as 
extremidades da célula. 
 
 
2.2 Prometáfase 
A prometáfase é a segunda fase da mitose. Aqui, os cromossomos já estão 
completamente condensados. O envoltório nuclear se rompe, degenera e libera os 
cromossomos. Ocorre a formação de uma proteína ao redor do centrômero dos 
cromossomos chamada cinetócoro. As fibras do fuso se estendem dos polos da célula 
em direção aos centrômeros e se ligam aos cinetócoros. 
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2.3 Metáfase 
Logo em seguida inicia-se a metáfase. Neste momento, os cromossomos, conduzidos pelos 
seus centrômeros, migram para o centro da célula (plano equatorial) e esta região é conhecida como 
placa metafásica. 
As fibras do fuso puxam as cromátides-irmãs para frente e para trás até que os cromossomos 
se alinhem. Nesta fase, existe um ponto de checagem da metáfase importante que serve para que 
a célula confira se está tudo certo para prosseguir com a divisão. Uma vez que a ela tenha certeza 
de que todos os cromossomos estão na placa metafásica, adequadamente alinhados, e que os 
cinetócoros estão corretamente ligados às fibras do fuso, ela entra na quarta fase da mitose, 
conhecida como anáfase. Caso um cromossomo não esteja alinhado ou conectado corretamente, a 
célula interrompe a divisão até que o problema seja resolvido. 
 
2.4 Anáfase 
A anáfase é a quarta e a mais curta fase da mitose, na qual cada par de cromossomos é 
separado da seguinte maneira: eles são puxados pelo fuso para os polos opostos da célula, dividindo 
seus centrômeros e, consequentemente, separando as cromátides-irmãs. Cada cromátide se move 
para uma das extremidades da célula. A atividade assemelha-se à brincadeira de "cabo de guerra", 
em que cada polo “puxa” os cromossomos em direção ao seu lado, levando à separação das 
cromátides-irmãs. 
As cromátides separadas são referidascomo cromossomos filhos. O alinhamento na 
metáfase e separação na anáfase são importantes para assegurar que cada célula-filha receba uma 
cópia de cada cromossomo. 
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2.5 Telófase e Citocinese 
A telófase é a quinta e última fase da mitose, e começa quando os cromossomos 
emparelhados e duplicados já foram separados e puxados para lados opostos da célula. Durante a 
telófase, o envoltório nuclear se forma ao redor de cada conjunto de cromossomos para separar o 
DNA nuclear do citoplasma. Os cromossomos começam a se descondensar, tornando-se difusos e 
menos compactos. As fibras do fuso regridem até seu desaparecimento. 
 
A citocinese é o processo físico da divisão celular, que divide o citoplasma de uma célula 
parental em duas células-filhas. Ela se inicia na anáfase e perdura até o final da telófase. Vimos que 
a telófase resulta em dois núcleos separados contidos em uma única célula. A citocinese realiza 
então o processo essencial para dividir a célula ao meio e garantir que um núcleo termine em cada 
célula-filha. 
Um anel de filamentos de proteínas chamado anel contrátil se forma ao redor do equador da 
célula, logo abaixo da membrana plasmática, ainda na telófase. Esse anel contrátil é formado de 
actina, e ele estrangula o centro da célula, comprimindo a membrana plasmática para dentro e 
formando o que é chamado de sulco de clivagem. Ele prossegue estrangulando a célula até o ponto 
em que surjam duas células separadas, cada uma ligada por sua própria membrana plasmática. Após 
a citocinese, a célula entra em intérfase. 
 
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A maioria das células que compõe os organismos multicelulares encontra-se diferenciada 
para exercer funções especializadas, não sendo mais capaz de se dividir. Dizemos que seu estado é 
quiescente (“dormente”), e elas permanecem então na fase conhecida como fase G0. G0 é a fase 
que ocorre entre a citocinese e a fase G1. Algumas células, como as células altamente especializadas 
do sistema nervoso e as hemácias, permanecem indefinidamente na fase G0; porém, existem células 
que se encontram nesta fase e, devido a um dano no órgão em que se encontram seguem para G1, 
continuando o ciclo celular (por exemplo, as células hepáticas). 
 
 
E a citocinese das células vegetais? 
Nas células vegetais, que não podem ser divididas por constrição citoplasmática porque têm 
parede celular, a citocinese ocorre através de uma estrutura chamada placa celular, que se forma 
no equador (meio) da célula e divide-a em duas células-filhas. 
Essa divisão ocorre de dentro para fora e do centro para a periferia da célula. Funciona 
assim: o complexo de Golgi libera vesículas que, na região média da célula, se fundem originando 
uma estrutura chamada de lamela média. Logo, a lamela se une à membrana plasmática, formando 
a placa celular. Após a junção, ocorre a deposição de celulose e a formação da parede celular. Por 
fim, ao final do processo duas novas células são formadas. 
 
 
 
 
 
DIFERENÇAS DA MITOSE EM CÉLULAS ANIMAIS E CÉLULAS VEGETAIS 
Mitose em célula animal Mitose em célula vegetal 
1. Centríolo estão envolvidos no processo 1. Centríolos são ausentes (mitose acêntrica) 
2. Formação de fibras do áster 2. Não há formação de fibras do áster 
3. Citocinese ocorre por constrição citoplasmática 3. Citocinese ocorre pela formação da placa celular 
4. Ocorre nas células somáticas 4. Ocorre nos meristemas 
 
Assim, completa-se o processo de mitose. Veja agora o ciclo da divisão celular completo: 
 
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Figura 5. Resumo da mitose. O ciclo celular envolve os períodos da intérfase (G1, S e G2) entre cada divisão celular (M). Em G1 ocorre a 
duplicação do centrossomo e do par de centríolos. Em S ocorre a duplicação do DNA. Em G2 ocorre o primeiro ponto de checagem do ciclo 
celular e a célula continua a crescer. A mitose possui quatro fases distintas: prófase, metáfase, anáfase e telófase. Na prófase ocorre o 
rompimento do envoltório nuclear, o aparecimento das fibras do fuso e a condensação dos cromossomos. Na metáfase, as fibras do fuso se 
aderem aos cromossomos pelos centrômeros, alinhando-os no centro da célula (placa metafásica). Na anáfase ocorre a divisão do centrômero 
e as cromátides-irmãs são puxadas para os polos opostos da célula. Na telófase, o envoltório nuclear se refaz em torno das cromátides 
separadas e inicia-se o processo de divisão citoplasmática (citocinese). Além disso, há a descompactação dos cromossomos, que retornam à 
condição filamentosa (cromatina) e as fibras do fuso desaparecem. Por fim, ocorre a citocinese, momento em que as células-filhas se separam 
definitivamente, apresentando, cada uma, material genético idêntico ao da célula-mãe. Fonte: Shutterstock (modificada). 
 
2.6 Divisão celular por fissão binária em bactérias 
Nos organismos procariontes (bactérias), a 
célula cresce até quase o dobro de seu tamanho 
e então se divide formando duas novas células. 
Essa divisão é chamada de fissão binária. 
Como eles possuem apenas uma molécula 
de DNA circular emaranhado, esse DNA começa a 
se replicar em um ponto específico chamado 
origem da replicação, e produz, então, duas 
origens. Cada uma delas prossegue a replicação 
do DNA, formando duas novas moléculas. 
Ao mesmo tempo, a célula sofre 
alongamento, chegando a alcançar o dobro de 
seu tamanho inicial. 
A seguir, a membrana plasmática invagina-
se, dividindo a célula parental em duas células-
filhas, e cada uma delas herda um genoma 
completo. 
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Nos eucariontes unicelulares, como os protozoários, a fissão binária acontece da mesma 
forma, porém a duplicação do DNA é feita através da mitose, como nos demais eucariotos, e não 
pela elongação do DNA como visto nas bactérias. 
 
2.7 Regulação da mitose 
 A continuidade de uma célula no processo de mitose, ou seja, a passagem dela pelas fases 
G1, S, G2 e fase M, depende de fatores internos e externos. Os pontos específicos do ciclo celular 
em que a célula pode decidir se deve completar a divisão celular ou se deve interrompê-la chamam-
se pontos de verificação. 
 Existem três pontos de checagem. O primeiro ocorre na fase G1 da intérfase. Se até o final 
dessa fase não houver fatores que estimulem o crescimento celular, a célula entra em quiescência 
(fase G0). Por exemplo, o fibroblasto (um tipo de célula que forma nossa pele) permanece em G0 
até que haja algum ferimento cutâneo que estimule a reposição de células. Neste caso, o fator de 
crescimento que estimula os fibroblastos é liberado pelas plaquetas durante a coagulação do 
sangue. 
 O segundo ponto de verificação ocorre ao final da fase G2. Para que a célula comece a se 
dividir, os cromossomos precisam estar duplicados. Se ao final da fase G2 tiver algum cromossomo 
que não passou por duplicação na fase S, a célula retarda sua divisão até que esse erro seja corrigido. 
 Por fim, vimos que o terceiro ponto de verificação ocorre durante a metáfase, onde a célula 
verifica se todos os cromossomos estão alinhados na linha média da célula e se as fibras do fuso 
estão devidamente ligadas aos cinetócoros. 
 
Figura 6. Pontos de checagem da mitose. No ponto de checagem G1, a célula checa se as condições internas e externas são favoráveis para a 
divisão (por exemplo, se a célula tem tamanho suficiente para se dividir, se a célula possui reserva de energia suficiente ou nutrientes 
disponíveis para se dividir, se a célula está recebendo sinais positivos, como fatores de crescimento, das suas vizinhas, e se Há algum DNA 
danificado). Caso não haja sinais paraseguir em frente, a célula pode sair do ciclo celular e entrar em um estado de repouso (G0). No ponto 
de checagem G2, a célula irá checar se há algum DNA danificado e se ele foi completamente copiado durante a fase S. Se algum desses erros 
for detectado, o ciclo celular é interrompido e a célula tenta completar a sua replicação de DNA ou reparar o DNA danificado. Se o dano é 
irreparável, a célula pode sofrer apoptose, ou morte celular programada. No ponto de checagem M, a célula examina se todas as cromátides 
irmãs estão corretamente ligadas às fibras do fuso. Em caso negativo, ela irá pausar a mitose, permitindo que o fuso capture o cromossomo 
perdido. 
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(INÉDITA/2019) No microscópio, você observa uma célula com metade do conteúdo de DNA 
de outras células, em um tecido mitoticamente ativo. Você conclui que ela deve estar na fase 
a) G1. 
b) S. 
c) G2. 
d) metáfase. 
e) anáfase. 
Comentários 
 O enunciado já nos avisa que o tecido está em divisão celular (mitoticamente ativo). 
Portanto, se a célula observada apresenta metade do conteúdo de DNA em relação às outras 
células, ela só pode e encontrar em G1, pois seu DNA ainda não foi duplicado na fase S. 
 Nas fases das demais alternativas (S, G2, metáfase e anáfase), o conteúdo do DNA 
encontra-se duplicado. 
 A alternativa A está certa. 
Gabarito: A. 
 
(UniCESUMAR PR/2019) Considere um animal com número diploide 2N = 12. Em suas células 
mitóticas na fase de prófase serão observados 
a) 6 cromossomos e 12 cromátides. 
b) 12 cromossomos e 12 cromátides. 
c) 12 cromossomos e 24 cromátides. 
d) 24 cromossomos e 24 cromátides. 
e) 24 cromossomos e 12 cromátides. 
Comentários 
 O animal é diploide 2n=12, portanto seu genoma apresenta 6 pares de cromossomos. 
Na prófase, o material genético desse animal apresentará 12 cromossomos (6 de origem 
materna e 6 de origem paterna) e 24 cromátides (pois cada um deles estará duplicado). 
A alternativa C está certa. 
Gabarito: C. 
 
 
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3. TIPOS DE REPRODUÇÃO 
Vimos na primeira aula que uma das características que distingue os seres vivos das coisas 
inanimadas é a reprodução. A capacidade de passar o material genético de uma geração para outra 
é fundamental para a perpetuação das espécies e pode ocorrer de duas maneiras: pela reprodução 
assexuada ou pela reprodução sexuada. Tanto a reprodução assexuada quanto a reprodução 
sexuada possuem vantagens para os organismos que as realizam, o que permitiu que ambos os 
processos fossem selecionados ao longo dos milhares de anos de evolução da vida. 
Vamos estudá-los agora e entender como cada um desses processos ocorrem. 
 
3.1 Reprodução assexuada ou vegetativa 
 Uma longa lista de seres vivos se reproduz assexuadamente: a maioria das espécies de 
bactérias, alguns protozoários, fungos e algas, e determinadas plantas e animais. A reprodução 
assexuada (ou vegetativa) é aquela em que os organismos são capazes de se reproduzirem por si só, 
ou seja, não precisam do auxílio de outro indivíduo da mesma espécie. Ela é, portanto, agâmica (não 
ocorre por meio de fusão de gametas). 
Neste tipo de reprodução, a geração seguinte recebe exatamente os mesmos genes que seus 
parentais, e isso acarreta algumas vantagens: 
❖ O gasto de energia é mínimo, ou seja, o organismo gasta pouca energia para se reproduzir 
assexuadamente, pois não há necessidade de encontrar um parceiro. A energia é investida na 
prole, com muitos indivíduos. 
❖ A reprodução assexuada é rápida. 
A maior desvantagem é a baixa variabilidade genética, já que os descendentes são sempre 
idênticos aos seus pais. Os tipos de reprodução assexuada variam muito entre as espécies, mas os 
principais são os citados abaixo. 
 
3.1.1 Divisão binária (cissiparidade ou bipartição) 
Esse tipo de reprodução assexuada é encontrado em organismos unicelulares, como 
bactérias, alguns fungos e protozoários. Divisão binária nada mais é que a divisão celular de uma 
célula em duas. O conteúdo celular é replicado internamente e depois submetido à divisão, 
originando duas novas células totalmente desenvolvidas e com propriedades genéticas idênticas. 
 
3.1.2 Esporulação 
Alguns protozoários e muitas bactérias, plantas e fungos se reproduzem via esporos. Esporos 
são estruturas que fazem parte do ciclo de vida de alguns organismos e que são projetadas para 
dispersão através de algum meio, por exemplo o ar ou água. Quando as condições do meio são 
favoráveis, os esporos se desenvolvem em organismos totalmente crescidos e dão origem aos seus 
próprios esporos, repetindo o ciclo. 
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Figura 7. Esporulação em hifas (fungos). A hifa produz e libera esporos no meio. Os esporos se fixam a um substrato e dão origem a novas 
hifas. Fonte: Shutterstock. 
 
3.1.3 Fragmentação (regeneração ou laceração) 
 A fragmentação é um tipo de reprodução assexuada no qual o indivíduo se divide em duas 
partes e, em cada uma delas, surge um novo indivíduo semelhante ao original. Ela é bastante 
comum quando animais com essa capacidade de regeneração sofrem alguma partição mecânica do 
corpo, seja por predação, por intempérie do ambiente ou mesmo pela ação do homem. As estrelas-
do-mar e as planárias, por exemplo, possuem capacidade de regenerar as partes fragmentadas de 
seu corpo. 
 
Figura 8. Regeneração em estrela-do-mar e planária. Fonte: Shutterstock. 
 
Um tipo de fragmentação especial é a esquizogênese, que ocorre quando a partição do 
animal é voluntária (não acidental). Os poliquetos (anelídeos parentes das minhocas) são capazes 
de realizar esquizogênese. 
Em vegetais, quando uma planta origina outra a partir de alguma de suas partes (folhas, caule, 
rizomas, tubérculos...) chamamos o processo de formação de novos indivíduos de multiplicação 
vegetativa. No entanto, essa é uma técnica utilizada especialmente como reprodução artificial, para 
fins comerciais. 
 
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3.1.4 Brotamento (ou gemiparidade) 
Esponjas e cnidários (águas vivas, corais) reproduzem-se por brotamento, ou seja, a partir de 
um ser vivo adulto é gerado um broto (uma extensão do corpo animal) que cresce por meio de 
mitoses sucessivas e se desenvolve. 
 
Figura 9. Brotamento em hidra. Um broto é formado no corpo tubular da hidra adulta, e a partir daí ele desenvolve boca e tentáculos. 
Posteriormente, solta-se da hidra adulta e buscando um local apropriado para se fixar. Fonte: Shutterstock. 
 
Um tipo de brotamento que só ocorre em poríferos de água doce chama-se gemulação. 
Quando a esponja se encontra em um ambiente desfavorável à sua sobrevivência, ela forma uma 
cápsula (gema) e guarda nela algumas células totipotentes (capazes de virar uma nova esponja). 
Essas células só serão liberadas quando o ambiente se tornar favorável. 
 
3.1.5 Estrobilização 
Esse tipo de reprodução é característico das águas-vivas (cnidários). Esses animais possuem 
ciclo de vida com alternância de gerações (ou metagênese), com uma fase de pólipo se 
reproduzindo de maneira assexuada, e uma fase de medusa se reproduzindo sexuadamente. 
Veremos esse ciclo com detalhes quando estudarmos animais invertebrados, mas, por ora, vamos 
entender o que é a estrobilização. 
Após a união dos gametas, há a formação do zigoto. Esse zigoto desenvolve-se em um pólipo 
jovem e estratificado. Cada estrato (estróbilo, fragmento ou fatia) dá origem a uma medusa jovem, 
chamada éfira. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 10. A reprodução das águas vivas 
conta com a alternância de gerações: 1) O 
espermatozoide liberado na água fecunda 
amedusa do sexo feminino = reprodução 
sexuada; 2) Liberação da larva plânula; 3) 
Fixação da larva ao substrato; 4) 
Estrobilização: divisão transversal da 
estrutura do pólipo em vários fragmentos; 
5) Cada estróbilo dá origem a um a 
medusa jovem (éfira), que é liberada na 
água para se desenvolver em adulto = 
reprodução assexuada. 
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3.1.6 Partenogênese 
 A partenogênese é um processo de reprodução que, embora envolva um gameta, ainda é 
considerado assexuada, já que o indivíduo consegue produzir ovos férteis sem realizar de fusão de 
gametas de sexos opostos. As abelhas, por exemplo, vivem em colônias constituídas por indivíduos 
de três castas: a rainha (2n), os zangões e as operárias (estéreis). A rainha e as operárias possuem 
(32 cromossomos) originam-se por fecundação (reprodução sexuada), já os zangões são originados 
por partenogênese. Eles se desenvolvem em óvulos não fertilizados, sendo, assim, haploides (16 
cromossomos). 
 
Figura 11. A formação de zangões entre as abelhas se dá por partenogênese. Note que o zangão não possui o ferrão e, por isso o último 
segmento de seu abdômen é arredondado, diferentemente da abelha rainha e das operárias. Fonte: Shutterstock (modificada). 
 
3.2 Reprodução sexuada 
 Embora existam inúmeras formas de reprodução assexuada, a maioria dos seres vivos se 
reproduz sexuadamente, ou seja, a formação de um novo indivíduo se dá a partir da fusão de duas 
células gaméticas, sendo uma de origem paterna e outra de origem materna. Neste tipo de 
reprodução, os descendentes são sempre distintos geneticamente de seus pais e irmãos, o que 
permite que mecanismos evolutivos (como a seleção natural) atuem selecionando características 
que permitam a maior sobrevivência da espécie. A variabilidade genética originada da fusão dos 
gametas é, portanto, a maior vantagem da reprodução sexuada. 
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Figura 12.A reprodução sexuada fundamenta-se na fusão de duas células sexuais haploides (gametas), originando um organismo diploide 
com material genético diferente dos seus parentais. 
Mas ela também apresenta desvantagens, por exemplo a necessidade de que haja o encontro 
de dois indivíduos de sexos opostos viáveis para o acasalamento. Selecionar o melhor parceiro ou 
parceira para o acasalamento é um processo arriscado e que consome energia. Pense no caso dos 
pavões, que desenvolveram uma cauda longa e iridescente, e uma dança elaborada para conquistar 
as fêmeas de sua espécie. Este processo requer energia e chama a atenção de predadores, o que 
põe em risco a sobrevivência do animal. Além disso, a gestação subsequente à reprodução sexuada 
é um processo que também requer muita energia e dura muito tempo. 
 
 
E como a reprodução sexuada produz variabilidade genética? 
 
Durante a meiose (a divisão celular que origina os gametas), ocorre um fenômeno 
chamado permutação ou crossing-over, no qual cromossomos homólogos trocam 
fragmentos de genes entre si, originando a recombinação gênica (que será transmitida para 
as próximas gerações). Além da permutação, outro ponto de geração de variabilidade é a 
formação do zigoto a partir da combinação aleatória de um espermatozoide e de um 
óvulo. Este zigoto será distinto do seu progenitor, porque receberá apenas metade do 
material genético de cada progenitor. 
 
Os animais que realizam a reprodução sexuada podem apresentar fecundação cruzada ou 
autofecundação. Fecundação cruzada é quando uma espécie possui dois indivíduos distintos para 
cada sexo: os gametas masculinos de um indivíduo fecundam os gametas femininos de outro 
indivíduo. Já a autofecundação acontece em animais que apresentam as gônadas masculinas e 
femininas em um mesmo indivíduo, os chamados animais hermafroditas, por exemplo os anelídeos 
(minhocas). 
Na animais que realizam a fecundação cruzada, esta pode ser externa ou interna, e os 
embriões podem se desenvolver no interior do corpo materno ou no meio externo ao animal. 
 
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3.2.1 Fecundação externa 
 Este tipo de fecundação é comum entre os animais aquáticos, como anfíbios e certas espécies 
de peixes e moluscos, que realizam a união dos gametas fora do organismo, na água. A fecundação 
externa exige muitos gametas masculinos e femininos, que devem ser eliminados para o meio 
simultaneamente. Além disso, esse tipo de fecundação sofre influência direta das variações 
ambientais e, por este motivo, nem todos os zigotos originados sobrevivem. 
 
Figura 13. Fecundação externa em anfíbios. O macho segura o corpo da fêmea, em um movimento chamado amplexo, até que ela desove. 
Após liberarem seus gametas na água, ocorre a fecundação que, portanto, é externa ao organismo. Os ovos fecundados são depositados em 
locais úmidos para serem protegidos da dessecação. Quando eclodem, dão origem aos girinos, primeiro estágio do desenvolvimento dos 
anfíbios, que se desenvolvem até a fase adulta. Fonte: Shutterstock. 
 
3.2.2 Fecundação interna 
A fecundação (ou fertilização) interna é qualquer forma de fertilização que ocorre no interior 
do corpo de um organismo, seja uma fêmea ou um hermafrodita. Geralmente, os gametas 
masculinos são transferidos para o interior da fêmea, onde a fecundam. Este tipo de fecundação é 
mais seguro que a externa e oferece maiores chances para o encontro dos gametas masculino e 
feminino. 
Essa transferência dos gametas masculinos pode ser direta ou indireta. Quando há cópula, 
isto é, a união física dos órgãos reprodutivos, dizemos que a transferência é direta. Esse método 
ocorre mamíferos, aves, alguns anfíbios e peixes. Alguns animais não eliminam os gametas 
simultaneamente e, nesses casos, ocorre o armazenamento dos gametas masculinos em vesículas 
(receptáculos seminais) no corpo da fêmea, onde aguardam o amadurecimento dos gametas 
femininos para acontecer a fecundação interna. 
Na transferência indireta, os machos guardam seus gametas em bolsas chamadas 
espermatóforos, e as depositam no meio ambiente. Quando a fêmea encontra um espermatófaro, 
ela encosta seu aparelho reprodutor nele e permite a entrada dos espermatozoides, para que a 
fecundação aconteça. Ácaros, escorpiões e aranhas são exemplos de animais que formam 
espermatófaros. 
 
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3.2.3 Tipos de desenvolvimento 
Uma vez que a fecundação tenha ocorrido, o zigoto formado pode ser recoberto por uma 
casca antes de deixar o corpo materno ou pode se desenvolver diretamente no interior dele, como 
é o caso da maioria dos mamíferos. 
Os animais cujo embrião se desenvolve dentro do corpo da mãe, numa placenta que lhe 
fornece nutrientes necessários ao seu desenvolvimento e retira os produtos de excreção, são 
chamados de vivíparos. A maior parte dos mamíferos é vivípara. Outro exemplo famoso é o cavalo-
marinho. 
A viviparidade possui um custo energético elevado para a fêmea, mas, ao mesmo tempo, 
minimiza a influência do ambiente no desenvolvimento do embrião, como é o caso daqueles que se 
desenvolvem externamente ao corpo da mãe, além de permitir maior sucesso na sobrevivência dos 
descendentes. 
 
Figura 14. Nos cavalos-marinhos, o macho é o responsável por manter os embriões. A fêmea transfere os gametas femininos ricos em reservas 
nutritivas até uma bolsa incubadora, no macho, onde ocorre a fertilização. Os zigotos se prendem ao tecido da bolsa e nele se desenvolvem. 
Fonte: Shutterstock. 
 
Nos animais ovíparos (que botam ovos), o embrião se desenvolve no interior de um ovo e 
fora do corpo da mãe, como por exemplo nas aves. No ambiente terrestre, os ovos evoluíram para 
evitar a perdade água por dessecação, então eles protegem o embrião com uma casca que permite 
a troca gasosa de oxigênio e gás carbônico e uma membrana à prova d’água. Outros exemplos de 
animais ovíparos são as anfíbios e alguns répteis, peixes e mamíferos. 
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Figura 15. A cobra é um exemplo de animal ovíparo. Fonte: Shutterstock. 
 
Alguns animais também se desenvolvem no interior de um ovo, porém este continua abrigado 
no interior do corpo materno, recebendo nutrientes a partir das reservas nutritivas do ovo, e não da 
mãe. É o caso dos animais ovovivíparos. Neste caso, os ovos eclodem ainda dentro do corpo 
materno e depois que nascem são como os adultos, por exemplo, como ocorre no tubarão e na raia. 
 
 
Figura 16. Ciclo reprodutivo do tubarão, animal ovovivíparo. Fonte: Shutterstock. 
 
 Agora que já discutimos os tipos de reprodução que existem, vamos fazer alguns exercícios 
de fixação para depois nos aprofundarmos no processo de divisão celular que origina os gametas, a 
meiose. 
 
 
(UECE/2018) A reprodução é o processo pelo qual os seres vivos perpetuam sua espécie. 
Atente às seguintes afirmações sobre reprodução: 
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I. Se os descendentes da reprodução assexuada sofrerem mutação, podem apresentar 
alteração genética em relação aos progenitores. 
II. A reprodução sexuada promove a variabilidade genética, pois envolve recombinações do 
material genético dos genitores. 
III. Divisão binária, esporulação, brotamento e estaquia são exemplos de reprodução 
assexuada. 
É correto o que se afirma em 
a) I, II e III. 
b) I e II apenas. 
c) II e III apenas. 
d) I e III apenas. 
Comentários 
 Todas as afirmações estão corretas. Existem dois tipos básicos de reprodução, a assexuada 
e a sexuada. Em ambas, o processo de mutação resulta em alteração genética em relação ao 
organismo ou à célula progenitora. No entanto, alteração em relação ao material genético dos 
progenitores também ocorrem a partir de recombinação gênica, promovida naturalmente pela 
meiose. São exemplos de reprodução assexuada a esporulação, a divisão binária (também 
chamada de cissiparidade ou bipartição), o brotamento, a estaquia e a regeneração. 
Portanto, a alternativa A está certa. 
Gabarito: A. 
 
(ACAFE SC/2017) 
Tubarão fêmea tem crias após passar quatro anos sem macho 
Em 2014, mesmo sem fecundação, Leonie, um tubarão-zebra fêmea, colocou ovos com 
embriões em seu interior. O que intrigou os cientistas foi o fato de que ela estava separada de 
seu parceiro desde 2012. Os pesquisadores tentaram incubá-los, mas os embriões não se 
desenvolveram. Leonie é a primeira da espécie a apresentar esse tipo de reprodução. 
Fonte: Veja, 17/01/2017. Disponível em: http://veja.abril.com.br 
Assim, analise as afirmações a seguir. 
I. Na reprodução sexuada ocorre variabilidade genética e consiste, habitualmente, na união 
de dois gametas sexualmente opostos. Os gametas masculinos e femininos podem ou não 
apresentar diferenças quanto à forma e ao tamanho, sendo que na oogamia eles são idênticos 
em forma e tamanho. 
II. A estrobilação é uma forma de reprodução assexuada observada em alguns pólipos do 
grupo dos cnidários, os quais formam numerosos fragmentos chamados éfiras. 
III. A conjugação é uma forma de reprodução observada, por exemplo, em algas unicelulares 
e protozoários, acarretando um certo grau de variabilidade entre os indivíduos envolvidos. 
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IV. Na partenogênese ocorre a formação de um embrião a partir de um único gameta. Nas 
abelhas (Apis melifira) ocorre a partenogênese denominada arrenótoca, pois o óvulo não 
fecundado origina, partenogeneticamente, apenas machos. 
 Todas as afirmações estão corretas em: 
a) II - III 
b) III - IV 
c) I - II - III 
d) II - III - IV 
Comentários 
A afirmativa I está errada. Embora a reprodução sexuada de fato produza variabilidade 
genética, pela fusão de gametas de sexos opostos, os gametas masculinos diferem dos 
femininos não só em forma (são bem menores) como em tamanho (são muito abundantes). 
Ainda, oogamia é um tipo de reprodução sexuada dependente de água, no qual o gameta 
masculino, pequeno e móvel, nada até o encontro do gameta feminino, grande e imóvel. 
A afirmativa II está correta. A estrobilação ou estrobilização é um tipo de reprodução 
assexuada, por brotamento, característico dos cnidários. 
A afirmativa III está correta. A conjugação é uma forma de reprodução na qual bactérias 
trocam material genético entre si. Ela não configura reprodução sexuada porque não há fusão 
de gametas. Porém, como os dois indivíduos trocam partes de informação genética (inclusive 
há a troca de plasmídeos), o resultado não são clones, mas sim novos indivíduos com 
combinação genética ligeiramente diferente. Ou seja, já variabilidade genética na conjugação. 
A afirmativa IV está correta. Abelhas e alguns répteis são exemplos de animais que se 
reproduzem por partenogênese, isto é, a partir de um único gameta. 
Gabarito: D. 
 
(UNIMONTES MG/2015) Reprodução refere-se à função através da qual os seres vivos 
produzem descendentes, dando continuidade à sua espécie. Todos os organismos vivos 
resultam da reprodução a partir de organismos vivos preexistentes. O quadro abaixo mostra 
dois tipos de reprodução com aspectos positivos e negativos de cada um. Analise-o. 
 
Considerando o quadro apresentado e o assunto abordado, analise as alternativas abaixo e 
assinale a que NÃO corresponde um exemplo de ser vivo que utiliza a reprodução I. 
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a) Estrela-do-mar. 
b) Planária. 
c) Minhoca. 
d) Esponjas. 
Comentários 
 A reprodução do tipo I é a reprodução assexuada. A reprodução do tipo II é a reprodução 
sexuada. Observando as alternativas, temos que o único organismo que não realiza reprodução 
assexuada é a minhoca. 
 As estrelas-do-mar e as planárias possuem capacidade de regeneração de fragmentos do 
seu corpo, formando novos indivíduos idênticos ao progenitor. É importante ressaltar, 
contudo, que as planárias também se reproduzem de maneira sexuada. Nós veremos na aula 
de animais invertebrados que entre os turbelários (grupo no qual se insere a planária) ocorre 
fusão de gametas. As esponjas (animais poríferos) reproduzem-se por brotamento, dando 
origem a novos indivíduos idênticos (clones da esponja original). Já as minhocas (anelídeos 
oligoquetos) são animais que reproduzem de maneira sexuada, com a fusão de gametas e 
formação de zigoto diploide. 
Gabarito: C. 
4. MEIOSE 
Meiose é a divisão celular eucariótica que produz células haploides (isto é, que contêm uma 
única cópia de cada cromossomo) a partir de células somáticas diploides (que contêm duas cópias 
de cada cromossomo), ou seja, ela reduz o número de cromossomos na célula-mãe pela metade e 
produz quatro células-filhas. Esse processo está diretamente ligado à formação de células sexuais. 
 
A meiose é um processo que envolve uma única duplicação cromossômica seguida por duas 
divisões nucleares consecutivas. Entre os grupos de seres vivos que realizam reprodução sexuada, 
a meiose pode ocorrer em momentos diferentes do ciclo de vida: 
❖ Meiose zigótica: ocorre logo após a fecundação, no ciclo de vida de algumas algas e fungos. 
❖ Meiose espórica: ocorre no meio do ciclo de vida da maioria das algas e de todas as plantas 
terrestres. 
❖ Meiose gamética: ocorre no final do ciclo de vida dos animais, para a produção de células sexuais. 
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103Figura 17. Diferentes tipos de meiose ocorrem nos diferentes ciclos de vida dos organismos. 
 
Neste capítulo trataremos com especificidade a meiose gamética. As demais meioses serão 
vistas nos capítulos direcionados ao estudo de fungos e plantas. 
Como na mitose, a meiose é precedida pelos mesmos processos que ocorrem na intérfase, 
incluindo a duplicação do DNA, que converte cada cromossomo em duas cromátides-irmãs. Em 
seguida, duas divisões nucleares e celulares acontecem sucessivamente (meiose I e meiose II). A 
meiose I é reducional, pois reduz à metade o número de cromossomos homólogos. A meiose II é 
equacional, pois mantém igual o número de cromossomos entre as células iniciais (desta fase) e as 
células-filhas. 
Ambas as fases da meiose são divididas em quatro subfases: 
❖ Meiose I: prófase I, metáfase I, anáfase I e telófase I; 
❖ Meiose II: prófase II, metáfase II, anáfase II e telófase II. 
Vamos a elas! 
 
4.1 Meiose I 
A primeira divisão meiótica é reducional e separa os pares de cromossomos homólogos, 
reduzindo uma célula diploide para uma célula haploide geneticamente distinta pelo processo de 
recombinação. 
 
4.1.1 Prófase I 
Durante a prófase I, a cromatina se condensa para formar os cromossomos. Os pares de 
cromossomos duplicados são conhecidos como cromátides-irmãs e permanecem unidos pelo 
centrômero. Uma grande estrutura chamada fuso meiótico também se forma de cada lado, ou polo, 
da célula. 
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A prófase I é longa e dividida em cinco subfases 
1ª) Leptóteno: ocorre a condensação dos cromossomos. 
2ª) Zigóteno: ocorre o emparelhamento dos cromossomos homólogos. 
3ª) Paquíteno: visualização das tétrades (duas cromátides duplicadas) e permutação. 
4ª) Diplóteno: visualização dos quiasmas (ponto em que as cromátides se cruzam). 
5ª) Diacinese: separação dos homólogos, desaparecimento e degeneração do nucléolo. 
 
 
Permutação ou crossing-over é o fenômeno no qual duas cromátides homólogas trocam um 
pedaço entre si. Esse fenômeno é importante e decisivo no processo da meiose, pois: 
a) aumenta a variação genética, levando a uma variedade de gametas; 
b) se algum cromossomo não passa pela permutação, a meiose não acontece e a célula morre. Isso 
porque ela mantém unidas as cromátides até a anáfase, garantindo que os cromossomos migrem 
corretamente para os polos opostos. 
 
Figura 18. Permutação entre cromossomos homólogos. Fonte: Shutterstock. 
 
A permutação é, portanto, um processo que quebra, recombina e reúne seções de DNA para 
produzir novas combinações de genes, acarretando a recombinação genética. 
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4.1.2 Metáfase I 
Na metáfase I, as fibras do fuso meiótico se dispõem de um polo ao outro. Os cromossomos 
se ligam às fibras do fuso pelos cinetócoros e os pares de cromossomos homólogos (tétrades) se 
alinham na placa metafásica. Os quiasmas mantêm as cromátides homólogas unidas. 
 
4.1.3 Anáfase I 
Na anáfase I, as fibras do fuso se contraem e separam os cromossomos homólogos, cada um 
em direção a um polo da célula. Note que a anáfase I é diferente da anáfase mitótica, que separa as 
cromátides. 
 
4.1.4 Telófase I e Citocinese 
A última fase da primeira divisão meiótica é semelhante à telófase mitótica. Os cromossomos 
de descondensam, o envelope nuclear ressurge, o nucléolo reaparece e a célula se organiza para 
que ocorra a citocinese. Ocorre, então, a formação de duas células-filhas haploides (n) com 
cromossomos duplicados. 
 
4.2 Meiose II 
A segunda divisão meiótica é equacional e separa cada cromossomo em duas cromátides. 
Os eventos da meiose II são análogos aos de uma divisão mitótica, embora o número de 
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cromossomos envolvidos tenha sido reduzido pela metade na meiose I. A meiose II inicia-se, 
portanto, com as duas células-filhas resultantes da meiose I, e o resultado são quatro células (cada 
uma com apenas metade dos cromossomos da célula parental). Veja o esquema: 
 
Após a meiose II, as células filhas apresentam apenas metade dos cromossomos da célula 
parental: 
 
A principal diferença entre a mitose e a meiose ocorre entre as fases de anáfase e anáfase I, 
respectivamente. Enquanto a anáfase mitótica ocasiona a separação do centrômero e das 
cromátides para os polos da célula, a anáfase meiótica I ocasiona a separação dos cromossomos 
homólogos para os polos da célula, portanto, os centrômeros não se separam. Compare: 
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Figura 19. Diferença entre a anáfase mitótica e anáfase meiótica I. 
 
 
Morte celular 
 
Existem duas maneiras pelas quais uma célula pode morrer: necrose e apoptose. A necrose 
ocorre quando uma célula é danificada por uma força externa, como veneno, lesão corporal, 
infecção ou corte do suprimento sanguíneo. A morte causa inflamação que pode causar mais 
sofrimento ou ferimentos no corpo. A apoptose, por outro lado, é quando uma célula “comete 
suicídio”. 
Assim como na mitose, os pontos de checagem celular também ocorrem na meiose. Em 
ambos os processos, caso sejam identificados danos no DNA em um desses pontos, o ciclo celular é 
interrompido e a célula pode entrar em G0 ou ser levada aos estágios de apoptose, conhecida 
também como morte celular programada por seguir um protocolo previsível e controlado. 
Por exemplo, células potencialmente cancerosas são eliminadas do organismo, mantendo o 
equilíbrio no corpo. O conteúdo celular é compactado em pequenos pacotes de membrana e 
absorvido pelas células do sistema imune. Mas não são todas as células que passam pelo processo 
de apoptose, apenas aquelas que estão infectadas, danificadas ou que tenham perdido sua 
funcionalidade. 
Uma coisa que é importante conversarmos neste momento é a diferença que existe entre a 
quantidade de DNA e a ploidia das células durante os processos de divisão celular. 
Sabendo-se que a espécie humana é diploide, com 2n=46 cromossomos, suas células em 
intérfase apresentam 46 moléculas de DNA, ou seja, uma quantidade 2C de DNA. Contudo, se essa 
célula entrar em mitose, quando seu material genético for duplicado na intérfase, ela passará a 
apresentar o dobro de moléculas de DNA, ou seja, 4C de DNA. 
Sua ploidia, isto é, seu número de cromossomos, continua sendo 46. Ela ainda apresenta 
apenas 46 moléculas de DNA, porém elas estão duplicadas. Observe o gráfico abaixo. 
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As células precursoras das células sexuais também são 2n=46 cromossomos. No entanto, elas 
passarão pelo processo de meiose para se diferenciar em gametas haploides (n). 
Assim, quando duplicam seu material genético na intérfase, elas passam a apresentar 96 
moléculas de DNA, ou seja, uma quantidade 4C de DNA. 
Após a primeira divisão meiótica (reducional), o número de cromossomos é reduzido à 
metade devido à separação dos cromossomos homólogos. Dessa forma, essas células passam a 
apresentar 23 cromossomos duplicados e, portanto, uma quantidade 2C de DNA. 
Ao final da meiose II (equacional), cada célula-filha receberá metade desse conteúdo de DNA, 
de modo que, embora elas apresentem 23 cromossomos, eles estarão em sua forma simples, não 
duplicada. Assim, cada uma das quatro células-filha terá 23 cromossomos e uma quantidade C de 
DNA. 
 
 
(Fac. Albert Einstein SP/2019) Uma célula animal foi analisada ao microscópio, o que permitiu 
visualizar 4 cromossomos duplicados se deslocando para cada um dos polos da célula. Sabendo 
que a ploidia do animal é 2n = 8, a célula analisada encontra-seem 
a) anáfase II da meiose. 
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b) metáfase da mitose. 
c) anáfase da mitose. 
d) anáfase I da meiose. 
e) metáfase I da meiose. 
Comentários 
 O animal em questão é 2n=8, portanto apresenta 4 pares de cromossomos homólogos. Se 
para cada polo da célula estão migrando 4 cromossomos, e eles estão duplicados, está 
acontecendo a separação dos homólogos, evento que acontece na anáfase I da meiose. 
 
 A alternativa D está certa. 
Gabarito: D. 
 
(FAMERP SP/2018) A figura representa uma célula em uma das fases de certa divisão celular. 
 
Supondo que essa divisão celular se concretize, gerando células-filhas, pode-se afirmar que 
a) serão originadas quatro células-filhas geneticamente idênticas. 
b) cada célula-filha terá quatro cromossomos diferentes. 
c) cada célula-filha terá dois cromossomos diferentes. 
d) serão originadas duas células-filhas geneticamente idênticas. 
e) a divisão ocorreu em uma célula somática, originando duas células-filhas idênticas. 
Comentários 
 A célula ilustrada apresenta dois pares de cromossomos homólogos pareados e formando 
quiasmas, isto é, pontos de interseção entre as cromátides os quais permitem a ocorrência de 
troca de pedaços de gene entre elas (permutação). Logo, esta célula está na prófase I da 
meiose. 
 A alternativa A está errada, porque as células-filha serão geneticamente diferentes. 
A alternativa B está errada, porque cada célula-filha apresentará apenas dois cromossomos 
(metade do material genético da célula-mãe). 
A alternativa C está certa. 
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A alternativa D está errada, porque na meiose a célula-mãe dá origem a quatro células-
filhas geneticamente diferentes. 
A alternativa E está errada, porque a meiose é o processo de divisão celular que ocorre nas 
células sexuais, dando origem a quatro células-filha diferentes geneticamente. 
Gabarito: C. 
 
(SANTA CASA SP/2018) Uma população de células foi monitorada em relação à quantidade de 
DNA ao longo do ciclo celular. No início da interfase, as células apresentavam quantidade de 
DNA igual a 2x. Todas as células se dividiram por meiose. Em determinado instante, duas 
células A e B foram identificadas e cada qual estava em uma fase diferente do ciclo celular. 
 
 A análise do gráfico permite concluir que as células A e B estavam, respectivamente, nas fases 
a) G2 e telófase II. 
b) S e metáfase II. 
c) G1 e anáfase I. 
d) G1 e telófase II. 
e) G2 e anáfase I. 
Comentários 
 A célula A apresenta, de acordo com o gráfico, quantidade 4X de DNA, ou seja, o dobro da 
quantidade de DNA em relação ao início da intérfase (2X), quando o material genético não está 
duplicado ainda. Logo, ela já passou pela fase S e encontra-se em G2. A célula B apresenta, de 
acordo com o gráfico, quantidade X de DNA, ou seja, metade da quantidade de DNA em relação 
ao início da intérfase (2X). Logo, ela já passou pelas duas divisões meióticas e apresenta-se, 
agora, como uma célula haploide. Portanto, está em telófase II. 
 A alternativa A está certa. 
Gabarito: A. 
5. GAMETOGÊNESE 
Vimos no capítulo anterior como ocorre a meiose gamética, também conhecida como 
gametogênese, cujo objetivo é dar origem aos gametas, isto é, às células sexuais. 
A gametogênese ocorre somente nos animais e existe uma variação no processo de formação 
das células sexuais masculinas e femininas. 
Nos machos, as quatro células haploides se modificam até se tornarem espermatozoides com 
caudas que lhe conferem a capacidade de nadar. Essa formação de espermatozoides é chamada 
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espermatogênese. Já nas fêmeas, apenas uma das células haploides se transforma em óvulo, em 
um processo chamado ovogênese (ou ovulogênese). Uma vez formados os gametas, a fecundação 
torna-se viável e o desenvolvimento da vida se inicia, a partir de uma única célula, o zigoto. 
 
Figura 20. A união do óvulo e do espermatozoide dá origem ao zigoto diploide. Fonte: Shutterstock. 
 
5.1 Espermatogênese 
Na espermatogênese, as células germinativas primordiais migam da membrana vitelina e 
entram nas gônadas masculinas, os testículos. Lá elas permanecem armazenadas como células 
diplóides indiferenciadas chamadas espermatogônias (2n). 
Durante o desenvolvimento embrionário e a infância, as espermatogônias desenvolvem-se 
por inúmeras mitoses, aumentando muito em número até a senilidade. Na puberdade, por indicação 
hormonal2, parte delas permanece indiferenciada (dividindo-se por mitoses) e parte começa a se 
dividir por meiose, iniciando sua diferenciação. Essas que iniciam a meiose são as células precursoras 
dos espermatozoides. Aquelas que permancem indiferenciadas funcionam como uma “fonte de 
abastecimento”, uma vez que os homens produzem espermatozoides durante toda a vida. 
As espermatogônias que se multiplicam tornam-se progressivamente maiores e com seus 
cromossomos cada vez mais condensados, o que lhes conferem um núcleo com aspecto granuloso. 
Quando essas modificações se completam, elas se tornam os espermatócitos primários (2n), as 
maiores células germinativas existentes nos testículos. É a partir deles que se inicia a meiose. 
Em seguida, ocorre a primeira divisão meiótica (meiose I), na qual cada espermatócito 
primário sofre uma divisão reducional, dando origem a duas células haploides chamadas 
espermatócitos secundários (n). Os espermatócitos secundários apresentam em média metade do 
tamanho dos espermatócitos primários e são eles que prosseguem para a segunda divisão meiótica. 
As células originadas no final da segunda divisão meiótica (meiose II) são as espermátides (n), 
que têm aproximadamente metade do tamanho dos espermatócitos secundários. A partir daí 
acontece a espermiogênese, um processo de diferenciação celular no qual as espermátides se 
transformam gradualmente em espermatozoides maduros. 
 
2 Hormônios gonadotróficos da hipófise anterior. 
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Figura 21. Espermatogênese. Fonte: Shutterstock. 
 
A espermatogênese necessita de cerca de dois meses para ser concluída. Nesta 
transformação, o núcleo das espermátides se condensa e ocorre a formação do acrossomo3, uma 
estrutura semelhante a um gorro repleta de enzimas, cuja função é facilitar a entrada do 
espermatozoide no óvulo. Ao mesmo tempo, ocorre a formação da cauda. A cauda do 
espermatozoide se divide em três partes: peça intermediária, peça principal e peça terminal. 
Na peça intermediária estão localizadas as mitocôndrias, que produzem a energia usada nos 
movimentos em chicote usados para a natação. Enquanto a cabeça apresenta a maior parte da 
massa dos espermatozoides, a cauda é mais fina e leve, responsável pela motilidade e capacidade 
de nadar livremente do espermatozoide, auxiliando-o na locomoção até o momento da fertilização 
na tuba uterina. 
 
3 Vimos que o acrossomo é formado pelo complexo de Golgi das células, como uma fusão de vesículas lisossômicas preenchidas 
com enzimas. 
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Figura 22. Estrutura do espermatozoide. Fonte: Shutterstock. 
 
Ainda sobre os espermatozoides, existem dois tipos: aqueles que possuem 22 cromossomos 
autossômicos mais um cromossomo sexual X (23, x) e aqueles que possuem 22 cromossomos 
autossômicos mais um sexual Y (23, y). Normalmente, a maturação dos espermatozoides continua 
a ocorrer ao longo de toda a vida reprodutiva dos homens. Ao final do processo de 
espermatogênese, cada espermatogônia dá origem a quatro espermatozoides. 
 
5.2 Ovogênese 
Na mulher, a ovogênesecomeça no feto, antes do nascimento. Assim como na produção de 
espermatozoides, as células germinativas primordiais movem-se da membrana vitelina para o córtex 
da gônada primordial, que será o ovário, e dividem-se muitas vezes por mitose, originando inúmeras 
ovogônias (2n) (células indiferenciadas diploides). O número de ovogônias pode chegar a até 2 
milhões de células no embrião, constituindo um suprimento finito de óvulos potenciais, 
diferentemente do homem que realiza o processo da espermatogênese durante toda a vida. 
Após seu crescimento, as ovogônias passam a ser denominadas ovócitos primários (2n). Esses 
ovócitos começam a primeira divisão meiótica (meiose I), mas logo são detidos em seu progresso no 
estágio da prófase I, parando na fase de diplóteno. A fase diplóteno é aquela em que os 
cromossomos estão unidos por quiasmas. Até o momento do nascimento, todas as ovogônias já 
serão ovócitos primários “estacionados” no estágio da prófase. Somente na puberdade4, com o 
desenvolvimento de vários folículos no ovário, o ovócito primário recebe o estímulo para finalizar a 
primeira divisão meiótica. 
Quando se completa a meiose I, ocorre uma citocinese assimétrica, em que uma das células 
fica com a maior parte do material celular e organelas. Essa célula é denominada ovócito secundário 
(n). A outra célula, que recebe apenas um conjunto de cromossomos e uma pequena quantidade de 
citoplasma, é denominada corpúsculo polar primário (n) e se degenera. 
O ovócito secundário segue na meiose até metáfase II, quando o processo é novamente 
interrompido. Na ovulação, este ovócito secundário é liberado e viaja em direção ao útero. Se ele 
for fecundado, a célula prossegue na meiose II. Nesse caso, haverá outra citocinese assimétrica que 
produzirá uma célula grande com muito citoplasma (vitelo) – o óvulo (n) – e uma célula menor 
chamada corpúsculo polar secundário (n). Caso o ovócito secundário não seja fecundado, ele 
 
4 Devido à indicação hormonal dos hormônios hipofisários anteriores 
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permanece estacionado em metáfase II e é posteriormente eliminado pelo processo de 
menstruação, sem completar a segunda divisão meiótica. 
 
Figura 23. Ovogênese. Fonte: Shutterstock. 
 
É importante lembrar que a ovogênese é mais complexa e possui mais etapas acontecendo 
simultaneamente. No entanto, aqui nos detemos apenas no processo meiótico. Ao final do processo 
de ovogênese, cada ovogônia dá origem a um ovócito secundário e três corpúsculos polares. O 
ovócito secundário só se torna óvulo caso seja fecundado e os corpúsculos polares degeneram no 
processo. 
 
 
(FCM MG/2019) Em uma mosca da fruta (Drosophyla melonogaster) nas espermatogônias, 
foram encontradas, entre outras, as células esquematizadas abaixo. Considerando que nelas 
está ocorrendo o mesmo tipo de divisão celular, é CORRETO afirmar que: 
 
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a) em I visualiza-se no total quatro cromossomos. 
b) em II temos representadas no total quatro cromátides. 
c) em II visualizamos cromossomos homólogos se separando. 
d) em I as duas células que irão ser formadas serão haploides. 
Comentários 
 Na célula I observa-se a separação dos cromossomos homólogos, enquanto na célula II 
observa-se a separação das cromátides-irmãs. Como ambas sofrem o mesmo tipo de divisão 
celular, podemos afirmar que elas estão em momentos distintos da meiose: a célula I está em 
anáfase I e a célula II está em anáfase II. 
 A alternativa A está errada, porque em I observa-se 8 cromossomos. 
 A alternativa B está errada, porque em II observa-se 8 cromátides. 
 A alternativa C está errada, porque em II observamos cromátides-irmãs se separando. 
 A alternativa D está certa. 
Gabarito: D. 
 
(UEPG PR/2019) A meiose é um evento presente em organismos eucariotos e sexuados. Sobre 
a importância e as características deste processo, assinale o que for correto. 
01. Na meiose, há duas divisões celulares seguidas que resultam na formação de quatro 
células-filhas para cada célula que inicia o processo. Durante essas divisões, cada cromossomo 
se duplica uma única vez, o que explica a redução de 2n para n, por exemplo. 
02. A fusão dos gametas leva a duplicação do número de cromossomos de uma espécie a cada 
geração. Assim, após a fecundação, a meiose produz células com metade do número de 
cromossomos das células originais, permitindo o correto desenvolvimento do embrião 
intrauterino. 
04. A meiose é caracterizada por uma divisão equacional do material genético, de modo que 
as células formadas sejam geneticamente iguais e tenham os mesmos cromossomos da célula-
mãe. 
08. Uma característica importante da meiose é que as células produzidas não são 
geneticamente iguais, o que aumenta a variabilidade genética dos indivíduos formados por 
reprodução sexuada. O evento de permutação ou crossing-over, que ocorre na prófase I, 
contribui para o surgimento de novas combinações genéticas. 
Comentários 
 A afirmativa 01 está certa. A meiose I é reducional e a meiose II é equacional. 
 A afirmativa 02 está errada, porque após a fecundação, os gametas haploides se fundem 
para dar origem ao zigoto diploide, restabelecendo a ploidia da espécie. 
 A afirmativa 04 está errada, porque apenas a meiose II é equacional. A meiose I é 
reducional e, por isso, as quatro células-filhas originadas nesse processo apresentam metade 
dos cromossomos da célula-mãe, além de serem geneticamente diferentes. 
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 A afirmativa 08 está certa. 
 Estão corretas as afirmativas 01+08=09. 
Gabarito: 09. 
 
(Faculdade Albert Einstein/2016) O gráfico abaixo refere-se ao processo de divisão celular que 
ocorre durante a espermatogênese humana: 
 
Nesse processo de divisão ocorre 
a) duplicação dos cromossomos nos intervalos I e II e as fases que caracterizam esse processo 
ocorrem nos intervalos III, IV, V e VI. 
b) duplicação dos cromossomos nos intervalos II e III e as fases que caracterizam esse processo 
ocorrem nos intervalos IV, V e VI. 
c) separação de cromátides-irmãs, levando à formação de células com 23 cromossomos 
simples ao final do intervalo IV e maturação dos espermatozoides nos intervalos V e VI. 
d) separação de cromossomos homólogos no intervalo IV e separação de cromátides-irmãs no 
intervalo VI. 
Comentários 
As alternativas A e B estão erradas, porque a duplicação do material genético ocorre 
apenas no intervalo II. 
A alternativa C está errada, porque a separação das cromátides-irmãs acontece no 
intervalo VI e não no intervalo IV. 
A alternativa D está certa. Ao final da primeira divisão meiótica (representado pelo 
intervalo IV) ocorre a separação dos cromossomos homólogos (divisão reducional) e ao final 
da segunda etapa da meiose (representado pelo intervalo VI) ocorre a separação das 
cromátides-irmãs (divisão equacional). 
Gabarito: D. 
 
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6. MUTAÇÕES CROMOSSÔMICAS 
Acabamos de ver o processo de formação das células sexuais, chamado de gametogênese. É 
a partir da união desses gametas que o zigoto se forma e posteriormente se torna um organismo. 
No caso dos humanos, esse organismo apresenta um corpo que possui em seu núcleo 46 
cromossomos: 23 de origem paterna e 23 de origem materna. Qualquer alteração no número, no 
tamanho ou na estrutura de um cromossomo pode significar uma alteração na quantidade ou 
organização da informação genética, e estas alterações podem resultar em dificuldades de 
aprendizagem, atraso do desenvolvimento ou problemas de saúde. 
 As euploidias são alterações que causam a modificação de todo um genoma, ou seja,causam 
o aumento ou a diminuição de pelo menos um conjunto cromossômico haploide. Em seres humanos, 
as euploidias são incompatíveis com a vida, ocasionando, geralmente, abortos espontâneos, mas se 
elas acontecessem, teríamos a célula humana apresentando um número de cromossomos múltiplo 
de 23, podendo ser n, 3n, 4n e assim por diante. Entre as plantas, no entanto, as euploidias são muito 
comuns. 
 
 
Tipos básicos de euploidia 
 
❖ Monoploidia ou haploidia: ocorre a perda de um conjunto de cromossomos, ou seja, um 
indivíduo com 46 cromossomos apresentaria apenas 23. Esse tipo de euploidia pode ser 
observado em abelhas, em que os zangões se desenvolvem por partenogênese e, portanto, 
possuem apenas um conjunto cromossômico quando comparados às rainhas e operárias, que se 
desenvolvem a partir de ovos fertilizados. 
 
❖ Poliploidia: ocorre um aumento dos conjuntos cromossômicos, podendo ser o indivíduo 3n 
(triploidia), 4n (tetraploidia), 5n (pentaploidia), 6n (hexaploidia) e assim sucessivamente. A 
triploidia (3n) é uma das aberrações cromossômicas que mais causam aborto no primeiro 
trimestre. 
 
 
Já as aneuploidias são alterações cromossômicas numéricas que se caracterizam pelo 
aumento ou diminuição de um tipo de cromossomo. Essas alterações decorrem de erros durante a 
meiose, especialmente na disjunção dos cromossomos homólogos, durante a meiose I, ou das 
cromátides-irmãs, durante a meiose II, originando gametas com número anormal de cromossomos. 
Se um indivíduo é diploide (2n) e apresenta um cromossomo a mais, pode ser representado 
como 2n +1. Quando ele apresenta um cromossomo a menos, é representado por 2n-1. Esses 
problemas no cariótipo podem acontecer durante a formação dos gametas, na meiose, motivada 
por erros nos eventos de permutação, na separação dos cromossomos homólogos e na separação 
de cromátides-irmãs. 
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Figura 24. Não-disjunções na meiose acarretam aneuploidias. Fonte: Shutterstock. 
 
 
Tipos de aneuploidias 
 
❖ Nulissomias (2n-2): quando o indivíduo não apresenta nenhum cromossomo de determinado par. 
 
❖ Monossomias (2n-1): quando o indivíduo apresenta apenas um cromossomo de um determinado 
par. 
 
A síndrome de Turner (45, X0) é um exemplo de monossomia que acontece quando ocorre a 
presença de apenas um cromossomo sexual X. Nesse caso, verifica-se um indivíduo do sexo feminino 
com pouco desenvolvimento das mamas, ovários rudimentares, tórax largo, baixa estatura e 
pescoço alargado. Geralmente não causa atraso mental e, quando este se apresenta, é leve. É a 
única monossomia viável em seres humanos. 
 
❖ Trissomia (2n+1): quando o indivíduo apresenta um cromossomo a mais que o normal em um 
determinado par, ou seja, apresenta três cromossomos de um mesmo tipo. 
 
O principal exemplo é a síndrome de Down (47, XX + 21 ou 47, XY +21), que acontece quando 
um indivíduo apresenta 47 cromossomos, com um cromossomo de número 21 a mais. Como o 
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portador apresenta três cromossomos 21, a síndrome é também chamada de trissomia do 21. A 
síndrome de Down leva ao surgimento de características muito marcantes, como a prega palpebral, 
a língua fissurada e a prega transversal contínua na palma da mão. Além disso, pessoas com essa 
síndrome podem ter certo atraso no desenvolvimento e estão mais sujeitas a problemas cardíacos. 
 
Outro exemplo famoso de trissomia são: 
 
- Síndrome de Klinefelter (47, XXY): quando há três cromossomos sexuais (XXY), sendo o cromossomo 
X duplicado. Indivíduos com essa síndrome são do sexo masculino, possuem órgãos genitais pouco 
desenvolvidos, não produzem espermatozoides, podem apresentar crescimento das mamas e 
possuem diminuição do nível intelectual. 
 
- Síndrome de Patau (47, XX+13 ou 47, XY+13): as células dos indivíduos têm um cromossomo a mais 
no par 13. Os sinais dessa doença são cabeça pequena, olhos afastados, orelhas deformadas, má-
formação no coração e nos sistemas digestório, genital e urinário. 
 
- Síndrome de Edwards (47, XX+18 ou 47, XY+18): as células dos indivíduos têm um cromossomo a 
mais no par 18. Os sinais dessa doença são cabeça pequena e estreita, olhos afastados, boca e queixo 
pequenos, pés deformados, anomalias graves no coração nos rins e no sistema genital. 
 
Um fato interessante é que o número de eventos em que se verificam não disjunções 
cromossômicas na formação dos gametas aumenta consideravelmente em mulheres com idade 
superior a 35 anos. Dessa forma, existe um risco maior de serem geradas crianças portadoras de 
aneuploidias. 
 
 
(Mackenzie SP/2019) Considere a não-separação das cromátides-irmãs do cromossomo sexual 
X durante a espermatogênese humana, mais precisamente na anáfase II da meiose. Nesse caso, 
a partir de um único espermatócito I (espermatócito primário), a proporção de 
espermatozoides anômalos produzidos capazes de gerar uma criança com síndrome de Turner 
(cariótipo 45, X0), caso um deles venha a fecundar um ovócito normal, será de 
a) 1/8. 
b) 1/4. 
c) 3/8. 
d) 1/2. 
e) 3/4. 
Comentários 
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 Considerando a não disjunção das cromátides do cromossomo X, a espermatogênese de 
um espermatócito I originaria dois espermatozoides normais (Y), um espermatozoide com um 
cromossomo sexual a mais (XX) e um espermatozoide sem nenhum cromossomo sexual (0). 
Assim, a proporção de espermatozoides capazes de gerar uma criança com síndrome de Turner 
é de ¼. Veja: 
 
 A alternativa B está certa. 
Gabarito: B. 
 
(INÉDITA/2019) A mutação cromossômica cujo indivíduo apesenta 2n-1 cromossomos em suas 
células é uma 
a) euploidia do tipo monoploidia. 
b) aneuploidia do tipo nulissomia. 
c) aneuploidia do tipo trissomia. 
d) euploidia do tipo triploidia. 
e) aneuploidia do tipo monossomia. 
Comentários 
 A mutação (2n-1) diz respeito a uma alteração cromossômica numérica caracterizada pela 
diminuição de um tipo de cromossomo. Logo, trata-se de uma aneuploidia (alternação 
numérica) do tipo monossomia (perda de cromossomo). 
 Euploidias são alterações que causam a modificação de todo um genoma. 
 A alternativa E está certa. 
Gabarito: E. 
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7. LISTA DE QUESTÕES 
 
1. (FUVEST SP/2015) 
Na gametogênese humana, 
a) espermatócitos e ovócitos secundários, formados no final da primeira divisão meiótica, têm 
quantidade de DNA igual à de espermatogônias e ovogônias, respectivamente. 
b) espermátides haploides, formadas ao final da segunda divisão meiótica, sofrem divisão mitótica 
no processo de amadurecimento para originar espermatozoides. 
c) espermatogônias e ovogônias dividem-se por mitose e originam, respectivamente, 
espermatócitos e ovócitos primários, que entram em divisão meiótica, a partir da puberdade. 
d) ovogônias dividem-se por mitose e originam ovócitos primários, que entram em meiose, logo 
após o nascimento. 
e) espermatócitos e ovócitos primários originam o mesmo número de gametas, no final da segunda 
divisão meiótica. 
 
2. (FUVEST/2015) 
 Na metáfase mitótica, cada cromátide de um cromossomo contém 
a) uma cadeia simples de desoxirribunucleotídeos. 
b) duas cadeias emparelhadas de ribonucleotídeos. 
c) duas cadeias emparelhadas de desoxirribonucleotídeos. 
d) quatro cadeias de ribonucleotídeos emparelhadas duas a duas. 
e) múltiplas cadeias de desoxirribonucleotídeos. 
 
3. (FUVEST SP/2014) 
A sequência de fotografias abaixo mostra uma célula em interfase e outras em etapas da 
mitose, até a formação de novas células. 
Professora Bruna Klassa 
Aula 05: FUVEST 
 
 
 
Aula 05 - Ciclo Celular

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