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UNIVERSIDADE PAULISTA - UNIP INSTITUTO DE CIÊNCIAS SOCIAIS E COMUNICAÇÃO - ICSC CURSO DE ADMINISTRAÇÃO ADMINITRAÇÃO ESTRATÉGICA PETROBRÁS DÉBORA DUTRA C49470-4 NATASHA MOURA LÓPEZ C0522H-0 Orientação: Prof.a Ms Nieves Orosa Teixeira Coordenação do curso de Administração Disciplina: Administração Estratégica SANTOS 2018 UNIVERSIDADE PAULISTA - UNIP INSTITUTO DE CIÊNCIAS SOCIAIS E COMUNICAÇÃO - ICSC CURSO DE ADMINISTRAÇÃO ADMINITRAÇÃO ESTRATÉGICA PETROBRÁS DÉBORA DUTRA C49470-4 NATASHA MOURA LÓPEZ C0522H-0 SANTOS 2018 RESUMO Esta pesquisa visa atender o roteiro de trabalho do curso de Administração, cuja disciplina é Administração Estratégica, do Instituto de Ciências Sociais e Comunicação – ICSC da Universidade Paulista – UNIP. Esta pesquisa visa o desenvolvimento da capacidade dos alunos na análise de processos e de alternativas de solução dos grandes desafios organizacionais. Objetivo deste trabalho é uma descrição das práticas empresariais e associá-la à teoria das disciplinas, fazendo um enlace entre a prática e a teoria, utilizando a revisão bibliográfica e o estudo de caso. Líder mundial em tecnologia na exploração de petróleo em águas profundas, a empresa inicia a aplicação do conhecimento adquirido nesse período para estabelecer parcerias e assegurar a retirada de óleo em águas ultra profundas, na chamada camada pré-sal. A Petrobras é uma empresa sociedade anônima de capital aberto, cujo acionista majoritário é o governo brasileiro. Este tipo de trabalho visa proporcionar ao aluno a possibilidade de levantar as características de uma empresa, relatar suas práticas organizacionais fazendo um paralelo com as disciplinas estudadas no semestre em questão, elaborando um projeto que resulte em uma pesquisa exploratória, proporcionar ao aluno a possibilidade de associar as abordagens citadas na pesquisa à teoria estudada, fazendo um enlace da teoria com a prática, colaborando no processo de ensino-aprendizagem e desenvolver visão crítica às práticas adotadas, propondo intervenções que resolvam os problemas encontrados. Palavras-chave: Administração Estratégica; Plano de Negócios; Petróleo; Petrobrás. 4 SUMÁRIO 1. APRESENTAÇÃO - PETROBRÁS ................................................................ 7 1.1. Razão Social/Nome fantasia .................................................................... 7 1.2. Ramo de negócio ..................................................................................... 7 1.3. Área de atuação ....................................................................................... 7 1.4. Missão ...................................................................................................... 8 1.5. Visão ........................................................................................................ 8 1.6. Valores ..................................................................................................... 8 2. PRODUTOS E SERVIÇOS .......................................................................... 11 2.1. Produtos ................................................................................................. 11 2.2. Serviços ................................................................................................. 13 2.3. Produção ................................................................................................ 13 2.4. Sistema Tecnológico .............................................................................. 14 2.5. Pretensões Futuras ................................................................................ 16 2.6. Principais clientes e/ou consumidores ................................................... 17 2.7. Marcos históricos/evolução do negócio ................................................. 18 2.8. Área geográfica de atuação ................................................................... 20 2.9. Número lojas (matriz e filiais) ................................................................. 21 2.10. Organograma da Empresa ................................................................... 21 2.11. Fornecedores ....................................................................................... 22 2.12. Principais mercados ............................................................................. 22 2.13. Âmbito Internacional ............................................................................ 22 2.14. Concorrentes........................................................................................ 22 2.15. Cenpes ................................................................................................. 23 2.16. Recursos Materiais e Patrimoniais ....................................................... 23 3. ANÁLISE DA ESTRATÉGIA ....................................................................... 26 3.1. Stakeholders .......................................................................................... 27 3.2. Pré-sal .................................................................................................... 28 3.3. Matriz Produto Mercado de Ansoff ......................................................... 29 3.4. Análise do Ambiente Externo ................................................................. 32 5 3.5. Análise da Estratégia de Porter.............................................................. 33 3.6. Matriz GE ............................................................................................... 34 3.7. Avaliação dos Pontos Fortes e Fraco .................................................... 35 3.8. Analise SWOT ........................................................................................ 36 3.9. BSC – Balanced Scorecard ................................................................... 40 3.9.1. Perspectiva Financeira .................................................................... 41 3.9.2. Perspectiva do Cliente ..................................................................... 42 3.9.3. Perspectiva dos processos internos ................................................ 42 3.9.4. Perspectiva do aprendizado ............................................................ 43 3.10. Os Principios do Aprendizado Organizacional ..................................... 43 3.10.1. Domínio Pessoal ............................................................................ 44 3.10.2. Modelos Mentais ............................................................................ 44 3.10.3. Visão Compartilhada ...................................................................... 45 3.10.4. Aprendizado em Equipe ................................................................. 45 3.10.5. Pensamento Sistêmico .................................................................. 45 3.11. Cenários Futuros .................................................................................. 46 3.11.1. Otimista .......................................................................................... 46 3.11.2. Realista .......................................................................................... 46 3.11.3. Pessimista ..................................................................................... 46 CONCLUSÃO .................................................................................................. 47 REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS ................................................................ 48 6 INTRODUÇÃO O presente trabalho trata-se de um trabalho acadêmico, abordando os conceitos aplicados à realidade da empresa Petrobrás, evidenciando as disciplinas de Administração Estratégica. Do ponto de vista estratégico, principalmente num setor que competeem custos com a exploração e produção de petróleo, as metas e objetivos da empresa são traçados para aumentar a disponibilidade de suas máquinas a fim de diluir seus custos, aumentando assim suas receitas. Atualmente, o mundo passa por um momento de transição fantástico que se reflete na busca incessante pelo incremento da complexidade organizacional. Tal desafio por sua vez pode ser apontado como um dos responsáveis pela necessidade do relacionamento comercial. Adicionalmente, o trabalho objetiva ainda conhecer detalhadamente todo o processo que a Petrobrás desempenha em território nacional, estão presentes nos segmentos de exploração e produção, refino, comercialização, transporte, petroquímica, distribuição de derivados, gás natural, energia elétrica, gás-química e biocombustíveis. A metodologia usada para a realização deste trabalho foi a revisão bibliográfica. Baseou-se no manual que a Universidade preconiza para a elaboração, além de consulta em livros, trabalhos publicados, artigos de revistas e site da Petrobrás e publicações eletrônicas que abordam o tema em análise. 7 1. APRESENTAÇÃO - PETROBRÁS 1.1. Razão Social/Nome fantasia Nome fantasia: Petróleo Brasileiro S.A. - Petrobras Razão social: petróleo Brasileiro S A Petrobras 1.2. Ramo de negócio Como uma empresa integrada de energia, atuamos em diversos campos. Nossas plataformas buscam petróleo nas profundezas do oceano. Com as refinarias, oferecemos produtos variados que reúnem praticidade, tecnologia e respeito ao meio ambiente. Somos reconhecidos mundialmente por nossa tecnologia de exploração de petróleo em águas ultra profunda. 1.3. Área de atuação A exploração e produção de petróleo no pré-sal exigi uma revolução logística da Petrobras, novas tecnologia são implantadas constantemente para auxiliar na exploração e produção. A Petrobras utiliza uma a logística em unidades marítimas que serve como estações intermediárias, informa o gerente-geral de serviços de transporte e armazenagem da estatal. É um local onde os trabalhadores chegam por meio de uma lancha ultrarrápida para, de lá, embarcarem em helicópteros de médio porte rumo a seu destino final. Essa estrutura flutuante, com nome técnico de ―gangway‖, é chamada pelos funcionários da estatal de ―ilha artificial‖. 8 1.4. Missão A Petrobrás tem a missão de atuar de forma segura e rentável com responsabilidade social e ambiental, nas atividades da indústria de óleo, gás e energia, nos mercados nacional e internacional, fornecendo produtos e serviços adequados às necessidades dos nossos clientes e contribuindo para o desenvolvimento do Brasil e dos países onde operamos. 1.5. Visão Cinco princípios fundamentais definem o que queremos ser e compõem a nossa visão: Uma empresa integrada de energia com foco em oleo e gás que evolui com a sociedade, gera alto valor e tem capacidade técnica única. A Petrobrás possui um processo de Monitoramento Estratégico, baseado no Plano Estratégico divulgado em setembro de 2016, que consiste na avaliação permanente do ambiente de negócios e da implementação do plano, permitindo que ajustes no direcionamento sejam realizados de forma mais ágil e eficaz. Esse monitoramento tomou como base a visão e promoveu ajustes no conjunto de estratégias. Foram incorporados três novos temas: A transição para uma economia de baixo carbono; A preparação da companhia para capturar oportunidades criadas pela transformação digital e Otimização da gestão financeira e de riscos da companhia. 1.6. Valores Desenvolvimento sustentável Integração Resultados Prontidão para mudanças 9 Empreendedorismo e inovação Ética e transparência Respeito à vida Diversidade humana e cultural Pessoas Orgulho de ser Petrobras 1. Desenvolvimento Sustentável Perseguimos o sucesso dos negócios com uma perspectiva de longo prazo, contribuindo para o desenvolvimento econômico e social e para um meio ambiente saudável nas comunidades onde atuamos. 2. Integração Buscamos maximizar a colaboração e a captura de sinergias entre equipes, áreas e unidades, assegurando a visão integrada da Companhia em nossas ações e decisões. 3. Resultados Buscamos incessantemente a geração de valor para as partes interessadas, com foco em disciplina de capital e gestão de custos. Valorizamos e reconhecemos, de forma diferenciada, pessoas e equipes com alto desempenho. 4. Prontidão para Mudanças Estamos prontos para mudanças e aceitamos a responsabilidade de inspirar e criar mudanças positivas. 5. Empreendedorismo e Inovação Cultivamos a superação de desafios e buscamos incessantemente a geração e implementação de soluções tecnológicas e de negócios inovadoras que contribuam para o alcance dos objetivos estratégicos da Petrobras. 6. Ética e Transparência Nossos negócios, ações, compromissos e demais relações são orientados pelos Princípios Éticos do Sistema Petrobras. 10 7. Respeito à Vida Respeitamos a vida em todas as suas formas, manifestações e situações e buscamos a excelência nas questões de saúde, segurança e meio ambiente. 8. Diversidade Humana e Cultural Valorizamos a diversidade humana e cultural nas relações com pessoas e instituições. Garantimos os princípios do respeito às diferenças, da não discriminação e da igualdade de oportunidades. 9. Pessoas Fazemos das pessoas e de seu desenvolvimento um diferencial de desempenho da Petrobras. 10. Orgulho de ser Petrobras Nós nos orgulhamos de pertencer a uma empresa brasileira que faz a diferença onde quer que atue, por sua história, suas conquistas e por sua capacidade de vencer desafios. 11 2. PRODUTOS E SERVIÇOS 2.1. Produtos Automotivos O combustível que o seu veículo usa é resultado de muita pesquisa. Por isso, sempre fiscalizamos a performance dos nossos produtos nos postos. O programa De Olho no Combustível é a garantia de que a qualidade que sai do laboratório chega ao tanque. Gasolina As gasolinas automotivas são os combustíveis mais familiares ao público Brasileiro, utilizadas em veículos leves para uso particular e para transporte de passageiros e de cargas, atendendo as necessidades dos consumidores e as mais avançadas tecnologias em motores e combustão. A Petrobras produz e comercializa gasolinas para o mercado de distribuição de combustíveis conforme as especificações da Agência Nacional de Petróleo e Biocombustíveis (ANP). Óleo Diesel O óleo Diesel, em suas diversas denominações, é o principal combustível comercializado no mercado brasileiro, utilizado no transporte de cargas e de passageiros, em embarcações, na indústria, na geração de energia, nas máquinas para construção civil, nas máquinas agrícolas e locomotivas, atendendo as necessidades dos consumidores e as mais avançadas tecnologias em motores e combustão. Produzimos e comercializamos o diesel de baixo teor de enxofre desde 2009. Em 2013, o novo Diesel S-10, que contém o baixíssimo teor de enxofre de 10 miligramas para cada 1.000.000 de miligramas do produto (10 partes por milhão), substituiu o Diesel S-50. Etanol Combustível ecologicamente correto, o etanol é obtido a partir da cana- de-açúcar, o que ajuda na redução do gás carbônico da atmosfera através da 12 fotossíntese nos canaviais. Seguindo recomendações específicas, este combustível pode ser misturado ao diesel e à gasolina. O combustível que abastece os veículos movidos a álcool ou flexfuel é o álcool etílico hidratado, que se caracteriza por sua apresentação límpida e incolor. Já o produto que é adicionado à gasolina é o álcool etílico anidro, que recebe adição de corante laranja. Gás Natural A conversão dos veículos para o gás natural, principalmente nas frotas de táxisdos grandes centros, ajudou a popularizar o GNV. Ele é um combustível fóssil, como o petróleo, porém com alguns diferenciais: Ele oferece vantagem no custo por quilômetro rodado; Por ser seco, não provoca resíduos de carbono nas partes internas do motor, aumentando a vida útil e o intervalo de trocas de óleo; Possui baixa emissão de nitrogênio, dióxido de carbono e enxofre, contribuindo para a melhoria do ar nos centros urbanos. Arla 32 O ARLA 32 (Agente Redutor Líquido Automotivo), que produzimos e comercializamos como Flua Petrobras, é um produto químico que atua na redução do óxido de nitrogênio (NOx) emitido pelos gases de escape dos veículos. Em reação com esses gases, o Arla 32 transforma NOx em vapor d’água e nitrogênio, gases inofensivos para a saúde humana. O Arla 32 atende o padrão de emissões Euro V nos motores fabricados com a tecnologia SCR (Selective Catalytic Reduction). Óleo Lubrificante Lubrax é uma linha de lubrificantes que atende às normas e especificações mais exigentes do mundo e conhece de perto as condições de uso no Brasil. Uma marca que alia qualidade, alta tecnologia, tradição e confiança. 13 A linha Lubrax é comercializada pela Petrobras Distribuidora e tem seus níveis de desempenho aprovados pelos maiores montadores de veículos e fabricantes de equipamentos em todo o mundo. 2.2. Serviços A rede de postos conta também conta com inúmeros serviços exclusivos, dentre os quais estão BR Mania, Cartão Petrobras, Lubrax Center, Controle Total de Frotas (CTF), Lavamania, Indicação de lubrificante, De Olho no Combustível, Análise de lubrificantes, Siga Bem e Sest Sant. 2.3. Produção A exploração e a produção de petróleo e gás natural são as atividades centrais. A Petrobrás busca aumentar as reservas e desenvolver a produção para garantir o atendimento à crescente demanda de energia. Com a tecnologia e a persistência de seus empregados, atravessando desafios que um dia pareciam impossíveis, como as águas profundas da Bacia de Campos, nos anos 1970. Hoje, a produção do pré-sal, em águas ultraprofundas, já é uma realidade consolidada. Por isso, continua ampliando de forma sustentável a atuação em áreas com grande potencial de exploração e produção. A maior parte de suas reservas de petróleo está em campos marítimos, o que tem levado as atividades de perfuração a atingirem profundidades cada vez maiores. Esperamos alcançar uma produção total de óleo e gás (Brasil e internacional) de 3,41 milhões de boed em 2021. Para atuar em áreas do pré-sal e do pós-sal, diversas plataformas entraram em operação nos últimos anos, como a P-58, a P-62, os FPSOs Cidade de Mangaratiba e Cidade de Ilhabela, entre outros. No campo de Papa- Terra (Bacia de Campos), foram instalados o FPSO P-63 e a P-61 (plataforma do tipo TLWP - Tension Leg Wellhead Platform), plataformas que trabalharão integradas, com capacidade de processamento conjunta de 140 mil bpd de óleo e um milhão de m³ de gás por dia. Em 2015, também entrou em operação http://www.petrobras.com.br/pt/nossas-atividades/areas-de-atuacao/exploracao-e-producao-de-petroleo-e-gas/pre-sal/ 14 o FPSO Cidade de Itaguaí, dando início à produção do projeto Iracema Norte, no campo de Lula, no pré-sal da Bacia de Santos, na costa do Rio de Janeiro. Em terra, também uma importante produção, concentrada principalmente nas regiões Norte e Nordeste e, em menor escala, no Sudeste, na área do Espírito Santo. Além disso, promovemos ações para otimizar a produção e aumentar a vida útil dos campos maduros. Um exemplo é o Programa de Aumento da Eficiência Operacional (Proef), que conseguiu reverter a tendência de queda da eficiência em unidades operacionais da Bacia de Campos e do Rio de Janeiro. O Programa de Otimização do Aproveitamento de Gás Natural (Poag 2015) também tem contribuído para aprimorar o desempenho das unidades operacionais da região Sudeste. Até 2021, planejamos investir US$ 60,6 bilhões em exploração e produção de petróleo e gás natural. O petróleo é óleo de origem fóssil que leva milhões de anos para ser formado nas rochas sedimentares, em áreas marítimas e terrestres. Da descoberta dos campos até a transformação nos diversos produtos presentes no nosso dia a dia, o petróleo percorre uma longa jornada, que envolve muito estudo e investimento. 2.4. Sistema Tecnológico Sistema Tecnológico da Petrobrás é o conjunto das unidades envolvidas na pesquisa desenvolvimento, aperfeiçoamento, adaptação e aplicação de tecnologias relacionadas às atividades-fim. Superar desafios e preparar para o futuro, é o lema da Petrobrás e só possível porque possui um corpo técnico altamente qualificado e recursos tecnológicos que permitem antecipar cenários, diversificar a geração de energia, gerar resultados com aplicação direta em suas atividades, antecipar tendências e aproveitar oportunidades de inovação, tornando nosso negócio cada vez mais sustentável. O petróleo e o gás natural produzidos em águas profundas deverão ocupar um lugar importante no abastecimento energético mundial. De fato, observa-se que a produção mundial de petróleo e de gás natural manteve-se 15 em crescimento constante, desde 1985, acompanhando o consumo energético. Projeta-se que os hidrocarbonetos são e devem continuar sendo a principal fonte de energia usada no mundo no horizonte dos próximos 25 anos. A participação destes é estimada em 56% do abastecimento energético mundial para o ano 2020 (Alazard et Montardet, 1993). Nesse contexto, o offshore desempenhará um papel cada vez mais importante na determinação do montante das reservas e da produção mundial de petróleo e gás natural, embora os hidrocarbonetos provenientes destas jazidas sejam de maior custo. Hoje, 30% da produção de petróleo é proveniente das plataformas marítimas. Explica-se, em parte, o desenvolvimento da produção offshore pelo impacto que os dois choques do petróleo provocaram na organização e no nível tecnológico da indústria do petróleo. O desenvolvimento da produção offshore se deu fora do âmbito dos grandes exportadores da OPEP, como recurso dos países desenvolvidos importadores para reduzir sua dependência externa. A Petrobrás adotou desde sua criação uma estratégia no campo da tecnologia que pode-se considerar de realista no quadro de um país periférico. O país carecia de experiência produtiva na indústria do petróleo; não dispunha igualmente de um tecido industrial de fornecedores. Portanto, o desafio que desde o início se colocava à empresa era de implantar atividades produtivas ao longo da cadeia petrolífera e ao mesmo tempo iniciar e consolidar o processo de implantação de uma rede de fornecedores. Desta maneira, a estratégia inicialmente desenvolvida pela Petrobrás consistia em se qualificar como um bom comprador de tecnologia externa. Essa tecnologia vinha na forma de importantes projetos industriais, como as refinarias de petróleo e os serviços industriais, dirigidos às áreas de exploração-produção. O esforço tecnológico da empresa dirigia-se para a formação de recursos humanos. Logo após sua criação constituiu o CENAP (Centro de Aperfeiçoamento e Pesquisa de Petróleo), em colaboração com a Universidade do Brasil, com a finalidade principal de formar recursos humanos. O CENAP estava voltado a um ―ambicioso programa de formação e aperfeiçoamento‖ de quadros técnicos para as atividades de petróleo (Williams, 19671), com o objetivo de dotá-los de capacidade operacional no manejo de 1 WILLIAMS, Ileana Z., Pesquisa Tecnológica na Petrobras – a conquista de um objetivo. Boletim Técnico da Petrobras, jan./mar. 1967, p. 85-98. 16 refinarias e na exploração e produção de petróleo, além de conhecimentos para a seleção e compra de tecnologias no mercado externo. Grandes esforços foram feitos paraacompanhar as tecnologias e os modelos geológicos usados pelas grandes companhias de petróleo (Almeida, 19902). A estrutura inicial do Cenap foi reformulada, dois anos depois, com a criação, em 1957, de seis setores, entre os quais o Setor de Pesquisas. Nesse último, uma pequena equipe dedicada à pesquisa aplicada nas áreas de refino, ensaios e análises químicas deu os primeiros passos para fomentar na PETROBRAS, nas palavras de Williams (1967) ―um estado de espírito favorável à investigação científica, que culminasse na implantação de um órgão dedicado à pesquisa‖. 2.5. Pretensões Futuras A empresa pretende investir US$ 74,5 bilhões até 2022. A meta é apenas 0,5% superior aos US$ 74,1 bilhões que a estatal planejava investir entre 2017 e 2021, conforme seu plano de negócios anterior. É a primeira vez, no entanto, que o nível de investimentos avança após quatro quedas seguidas. A empresa reforça sua posição como empresa de energia e inclui três novos temas para a estratégia da empresa: A transição para uma economia de baixo carbono, A preparação da companhia para capturar oportunidades advindas da transformação digital e a Otimização da gestão financeira e de riscos da companhia. A Petrobras quer diminuir a relação entre sua dívida líquida e sua geração de caixa anual (Ebitda) para 2,5 vezes no próximo ano. Em 2015 essa relação estava em 5,3. Ao fim do terceiro trimestre deste ano, a alavancagem da Petrobras ficou em 3,16 vezes. A nova estratégia prevê uma leve redução dos investimentos em Exploração e Produção — de US$ 60,6 bilhões para US$ 60,3 bilhões — e um 2 ALMEIDA, A. C. F. O aprendizado tecnológico brasileiro nas áreas de exploração e explotação de petróleo. Revista Petro & Gás, jun.1990, p. 41-53. 17 aumento dos aportes na área de Refino e Gás Natural, de US$ 12,4 bilhões para US$ 13,1 bilhões. As premissas da companhia para o preço do petróleo também estão menos otimistas, com a projeção de que o barril do tipo Brent ficará em US$ 53 em 2018, contra projeção anterior de US$ 56. O presidente da Petrobrás afirmou que caso o mercado esteja em piores condições nos próximos anos, a empresa terá ações complementares que contribuirão para que aumente a geração de caixa: a elevação do ―market share‖, por meio da política ativa de preços; redução adicional de dispêndios; e aceleração dos desinvestimentos dos ativos incluídos na carteira com aumento da carteira potencial em US$ 5 bilhões. Por enquanto, a Petrobras manteve a meta que vinha divulgando de levantar US$ 21 bilhões entre 2017 e 2018 com os chamados desinvestimentos. O presidente da instituição elogiou as mudanças nas regras de exploração de pré-sal, que desobrigam a empresa de participar de todos os leilões nessa área. E afirmou que a estatal tem buscado parcerias no mercado. Os investimentos e esforços dedicados à tecnologia alavancam toda a cadeia de indústria de óleo, gás e biocombustíveis, além de impulsionar os resultados da própria Petrobrás. Investimentos na capacidade interna de pesquisa e em intenso e produtivo intercambio com o ambiente externo, atuando em cooperação com intuições, universidades e empresas fornecedoras brasileiras e estrangeiras que também se destacam na capacidade de inovar. 2.6. Principais clientes e/ou consumidores A Petrobras oferece produtos a todos que necessitam de combustível ou necessita de algum serviço. Por oferecer produtos e serviços asfálticos para industrias, governos estaduais e municipais, concessionárias e construtoras de rodovias, clubes e condomínios, entre outros segmentos que precisam de soluções de pavimentação rápida e eficazes. 18 2.7. Marcos históricos/evolução do negócio A Petrobras é uma sociedade anônima de capital aberto que atua de forma integrada e especializada na indústria de óleo, gás natural e energia. Estão presentes nos segmentos de exploração e produção, refino, comercialização, transporte, petroquímica, distribuição de derivados, gás natural, energia elétrica, gás-química e biocombustíveis. 1953 O Começo: Nossa empresa é fundada em 3 de outubro de 1953, como resultado de uma campanha popular que durou sete anos. 1961 Surge a Reduc A REDUC - Refinaria de Duque de Caxias – é fundada no Rio de Janeiro. 1963 Nasce o Cenpes É criado, no Rio de Janeiro, nosso Centro de Pesquisa e Desenvolvimento (Cenpes). Alguns anos depois, ele se torna um dos mais importantes complexos de pesquisa aplicada do mundo. 1968 Petróleo no mar e a primeira plataforma. A P-I foi construída como uma plataforma móvel de perfuração e tinha capacidade para operar em águas de até 30 metros de profundidade. Foi ela que descobriu o primeiro campo de petróleo na plataforma continental brasileira, no mar de Sergipe, em 1969, dando origem ao campo de Guaricema. 1974 A descoberta da Bacia de Campos. 19 Em meio à crise do petróleo, descobrimos a Bacia de Campos - situada na costa norte do estado do Rio de Janeiro, 1986 Petróleo na Amazônia? Entrava em operação o Campo de Urucu. 1994 A retomada do cinema nacional O patrocínio ao filme "Carlota Joaquina" marca a retomada do cinema brasileiro. 2002 Gasolina Podium A gasolina Petrobras Podium é lançada nos postos. É a mesma utilizada nas pistas da Fórmula 1. 2007 A Descoberta do pré-sal As descobertas de petróleo e gás no pré-sal da costa brasileira trazem um novo horizonte para a indústria de petróleo mundial. Paralelamente, criamos uma série de ações estratégicas que garantem o desenvolvimento de toda a cadeia de bens e serviços, trazendo tecnologia, capacitação profissional e grandes oportunidades para a indústria nacional. 2012 Produzindo sem parar Iniciamos a produção no navio-plataforma FPSO Cidade Anchieta, no campo de Baleia Azul. 2013 Produção no pré-sal alcança 300 mil barris de petróleo por dia. Sete anos após a primeira descoberta de petróleo na camada pré-sal, chegamos à marca de 300 mil barris de petróleo por dia. Um intervalo de tempo inferior ao 20 que foi necessário para se chegar ao mesmo patamar em outras importantes áreas de produção marítima no mundo. (20/02/2013). Nossas ações e negócios se orientam por valores que incentivam o desenvolvimento sustentável, a atuação integrada e a responsabilidade por resultados, cultivando a prontidão para mudanças e o espírito de empreender, inovar e superar desafios. 2.8. Área geográfica de atuação 21 2.9. Número lojas (matriz e filiais) Com uma rede de postos com cerca de 7000 unidade, a Petrobras Distribuidora tem consolidado sua posição de líder no mercado, levando os mais modernos produtos e serviços a todas as regiões do pais. A subsidiária possui mais de 10 mil grandes clientes entre indústrias, termoelétricas, companhias de aviação e frota de veículos leves e pesados. Vem desenvolvendo parcerias para a implantação de unidades térmicas a gás natural para fornecimento de energia elétrica, e programas de otimização do uso dos produtos em respeito ao meio ambiente. 2.10. Organograma da Empresa 22 2.11. Fornecedores A Petrobras, para alguns empreendimentos, orienta suas contratadas a custo global ou EPC (Engineering, Procurement and Construction) a adquirirem materiais, equipamentos e serviços críticos de fornecedores pré-qualificados dentre uma lista de empresas selecionadas. 2.12. Principais mercados Líderes na distribuição de derivados de petróleo e biocombustíveis no Brasil, contamos com 12 mil grandes clientes e uma rede de mais de 7.500 postos espalhados por todas as regiões, onde revendemos combustíveis e lubrificantes, por meio da nossa subsidiária Petrobras Distribuidora. 2.13. Âmbito Internacional Fora do Brasil, temos postosde serviços na Argentina, no Chile, na Colômbia, no Paraguai e no Uruguai. 2.14. Concorrentes 1ª - Exxon Mobil - País: Estados Unidos 2ª – PetroChina - País: China 3ª - Royal Dutch Shell - País: Reino Unido e Holanda 4ª – BP - País: Reino Unido 5ª – Chevron - País: Estados Unidos 6ª – Gazprom - País: Rússia 7ª – Total - País: França 8ª – Sinopec - País: China http://www.br.com.br/ 23 2.15. Cenpes Nossas atividades de Pesquisa e Desenvolvimento estão centralizadas no Centro de Pesquisas e Desenvolvimento Leopoldo Américo Miguez de Mello (Cenpes), localizado na Cidade Universitária, campus da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Com uma área total de 300 mil m², é um dos complexos de pesquisa aplicada mais importantes do mundo. Além de laboratórios avançados, tem salas de simulações e imersão em processos da indústria de energia. 2.16. Recursos Materiais e Patrimoniais As empresas do nosso sistema, que atuam de forma integrada para a garantia de um atendimento de qualidade. Grande parte dos nossos serviços se concentra nas atividades operacionais das subsidiárias abaixo. Petrobras Distribuidora A Petrobras Distribuidora atua na distribuição, comercialização e industrialização de produtos de petróleo e derivados, além de atividades de importação e exportação. Nas ruas e estradas brasileiras, a empresa tem mais de 7 mil postos de combustíveis, constituindo a maior rede de postos em todo o território nacional. A subsidiária possui mais de 10 mil grandes clientes entre indústrias, termoelétricas, companhias de aviação e frota de veículos leves e pesados. Vem desenvolvendo parcerias para a implantação de unidades térmicas a gás natural para fornecimento de energia elétrica, e programas de otimização do uso dos produtos em respeito ao meio ambiente. Petrobras Biocombustível A Petrobras Biocombustível é uma subsidiária da Petrobras. Criada em 2008, tem a missão de produzir biocombustíveis com responsabilidade social e ambiental, contribuindo para a diversificação da matriz energética brasileira e a 24 redução da emissão dos gases de efeito estufa, promovendo o desenvolvimento das regiões em que atua. Presente em todas as regiões do Brasil, a subsidiária atua na produção do biodiesel e etanol. A empresa comercializa o biodiesel e produtos derivados do seu processo industrial. Para produzir esse biocombustível, incentiva o cultivo, pela agricultura familiar, de mamona, girassol, soja e palma de óleo (dendê). Na produção do etanol, está entre os líderes no Brasil. Transpetro A Transpetro (Petrobras Transporte S.A) atende às atividades de transporte e armazenamento de petróleo e derivados, álcool, biocombustíveis e gás natural. É responsável por mais de 14 mil km de dutos – entre oleodutos e gasodutos – que interligam todas as regiões brasileiras e abastecem os mais distantes pontos do país. À malha de dutos se aliam terminais e uma frota de navios-petroleiros, unindo as áreas de produção, refino e distribuição da Petrobras e atuando na importação e exportação de petróleo e derivados, de biocombustíveis e de gás natural. Além da Petrobras, o principal cliente, a Transpetro presta serviços a diversas distribuidoras e à indústria petroquímica. Gaspetro A Gaspetro se relaciona diretamente com a ampliação da oferta do gás natural em todo o país. De Corumbá - próximo à fronteira entre a Bolívia e o Brasil - à cidade de Uruguaiana, no Rio Grande do Sul, a empresa conta com uma malha de gasodutos, pertencente à Petrobras, com mais de 7 mil quilômetros. Essa rede se estende sob solo brasileiro atravessando estados e levando o gás natural, por meio das companhias distribuidoras estaduais, às residências, indústrias, usinas e aos veículos automotivos. Também possibilita à empresa atuar em outro importante segmento: o de telecomunicações. Um serviço que emprega a mais alta tecnologia e é requisitado por grandes empresas de todo o mundo. 25 Liquigás A Liquigás Distribuidora atua no engarrafamento, distribuição e comercialização de gás liquefeito de petróleo (GLP). Líder no mercado brasileiro de botijões de até 13 kg - os mais usados em residências para o cozimento de alimentos, nossa subsidiária atende mensalmente cerca de 8,5 milhões de residências e mais de 35 mil clientes no segmento granel. Uma das maiores distribuidoras de GLP no país, ela também fornece produtos e serviços sob medida aos mais diversos setores, como o da indústria, comércio, agricultura e pecuária. Presente em 23 estados brasileiros, a Liquigás conta com uma rede de aproximadamente 4.800 revendedores autorizados. A Petrobrás atua de forma que existe uma área de Suprimentos, que controla toda a cadeia de materiais. Destacam-se as principais funções desta área: Definição quantitativa e compra dos materiais, controle de estoque, classificação de material, inspeção de recebimento, armazenagem no almoxarifado e a movimentação do material requisitado. Departamento subordinado a Diretoria Financeira. 26 3. ANÁLISE DA ESTRATÉGIA A administração estratégica é um campo de estudo que tem crescido rapidamente na disciplina de estudos organizacionais. Contudo, a legitimidade e utilidade da administração estratégica tem raramente sido questionada ou criticada. Similarmente, os gerentes da alta cúpula administrativa de dominação do processo decisório são raramente questionados. Este monopólio sobre os processos de decisão sempre tem sido considerado como legítimo e necessário, mesmo que os empregados das organizações considerem que a alta cúpula administrativa seja inapta e má orientada. (GONÇALVES, 2001). Comenta-se que os questionamentos sobre a administração estratégica têm sido negligenciados ou marginalizados (Thomas, 1998), fazendo com que seja quase inexistente a crítica sobre este campo de conhecimento. Autores como Alvesson e Willmott (1996), Knights e Morgan (1991) e Shrivastava (1986) são considerados como os que fizeram uma crítica mais acentuada sobre a administração estratégica, nos últimos anos, do ponto de vista de preocupações emancipatórias (THOMAS, 1998). Com investimentos de US$ 74,5 bilhões, Plano de Negócios prioriza projetos de exploração e produção de petróleo no Brasil, com ênfase em águas profundas. O Plano de Negócios e Gestão 2018-2022 prevê investimentos de US$ 74,5 bilhões, sendo 81% deste valor para a área de Exploração e Produção. Nas demais áreas de negócios, os investimentos destinam-se, basicamente, à manutenção das operações e à projetos relacionados ao escoamento da produção de petróleo e gás natural. A Petrobras incorporou três novos temas ao conjunto de 20 estratégias que norteiam os princípios fundamentais da companhia. Agora, a estatal afirma que buscará a transição para uma economia de baixo carbono, vai se preparar para capturar oportunidades advindas da transformação digital e vai otimizar a gestão financeira e de riscos da companhia. A Petrobrás elaborou seu novo plano de negócios 2018-2022, as 20 estratégias são "refletidas" em 78 iniciativas, que são desdobradas até o nível de supervisão, "com acompanhamento sistemático, de forma a assegurar disciplina na sua execução". 27 Entre as estratégias da estatal estão a redução do risco, agregando valor por meio de uma "gestão ativa" de portfólio através de parcerias, aquisições e desinvestimentos; a reestruturação dos negócios de energia elétrica; o gerenciamento do portfólio de forma a garantir a sustentabilidade da produção; a saída integral das atividades de produção de biocombustíveis, distribuição de GLP, produção de fertilizantes e das participações em petroquímica; e a maximização da geração de valor da cadeia de gás como combustível de transição. A Petrobras também afirma que buscará o fortalecimento dos controlesinternos e da governança; o resgate da credibilidade e da reputação da companhia; a disciplina no uso de capital e retorno aos acionistas; otimizar a produtividade e os custos de acordo com as melhores práticas internacionais; gerenciar o processo de contratação de bens e serviços com foco em valor; promover gestão da força de trabalho em ambiente de cultura participativa orientado para resultados que agreguem valor; fortalecer a gestão de reservatórios em busca de oportunidades para incorporar reservas; e promover política de preços de mercado e maximização das margens. 3.1. Stakeholders A conceituação de Stakeholders tem sido tratada de forma extensiva na literatura. Friedman e Miles (2006) identificaram 55 diferentes definições do termo em 75 publicações analisadas. Amais antiga citação data de 1963 e foi creditada a um memorando interno do Stanford Research Institute, referindo-se a stakeholders como ―aqueles grupos sem o suporte dos quais a organização cessaria de existir‖ (Freeman, 1984, p. 31). A definição de stakeholder que ficou universalmente conhecida foi aquela criada por Freeman (1984), termo pode significar ―qualquer grupo ou indivíduo que pode afetar, ou é afetado, pelo alcance dos propósitos de uma firma‖ (Freeman, 1984, p. 46), na qual se destacam os vários tipos de relação que uma dada organização apresenta com seus diversos públicos. Posteriormente, com o desenvolvimento do tema, diferentes visões foram 28 incluídas nas discussões, inclusive posições favoráveis e contrárias à definição original de Freeman (Friedman & Miles, 2006) A Petrobrás apresenta um valor de mercado que ultrapassa os bilhões de dólares, sendo que o seu principal Stakeholders interno é o Estado brasileiro, detentor na faixa de 30% do capital da empresa e perto da casa dos 60% das ações ordinárias, faz parte dos stakeholders internos os demais acionistas da empresa, sem contar, o ministro de Minas e Energia, seus empregados, o BNDES. E quanto aos principais Stakeholders externos podemos citar os consumidores do petróleo, gás natural e derivados. Sendo o combustível elemento básico da indústria, a produção da Petrobrás acaba tendo impacto direto em todos os setores produtivos da economia. Existem também Stakeholders preponderante que é a mídia, principal destino dos quase meio bilhão de reais gastos anualmente em propaganda da Petrobrás, o sindicato (Sindipetro), os fornecedores, as bolsas devalores Bovespa e Nyse, a BNDES Participações S.A. 3.2. Pré-sal A Petrobras pretende concentrar, no pré-sal, 58% dos US$ 60,3 bilhões previstos para a área de exploração e produção no seu novo plano de negócios. O principal destino dos investimentos será o campo de Búzios, área da cessão onerosa localizada na Bacia de Santos, que deverá demandar US$ 11,4 bilhões na instalação de cinco novas plataformas. Segundo informações coletada no site da Petrobras, o principal campo produtor do país, por sua vez, demandará aportes de US$ 4,5 bilhões, com a implementação de dois novos sistemas de produção. Já o campo de Mero (área noroeste de Libra) receberá US$ 2,3 bilhões. Ainda na área de exploração e produção, a Petrobras quer investir US$ 18,9 bilhões na Bacia de campos, na "maximização do valor da baciana "maximização do valor da bacia", responsável por metade da produção da companhia. 29 Ao todo, a bacia de Campos receberá quatro novas plataformas e a perfuração de seis novos poços exploratórios. A empresa aposta também no aumento do fator de recuperação dos campos da região. Ao todo, a estatal possui 91 projetos do tipo. A companhia, que já obteve a renovoção de três concessões com vencimento previsto a partir de 2025, tem outros seis contratos em negociação para extensão. 3.3. Matriz Produto Mercado de Ansoff A Matriz Ansoff é uma ferramenta utilizada no Planejamento de Marketing que possibilita determinar as estratégias de produto e de crescimento de mercado. Na prática, auxilia na localização de oportunidades de crescimento em unidades de negócio. Também conhecida como Matriz de produto/mercado, a matriz de Ansoff foi criada por Igor Ansoff (1918 – 2002), um administrador de empresas e matemático russo, conhecido por ser o pai da Administração Estratégica de Empresas. Ansoff discordava dos ―pais‖ da Administração, como Tylor e Fayol que miravam seus estudos para dentro das empresas. Ansoff afirmava que o ambiente externo era tão ou mais importante para uma organização que a sua estrutura interna. Tabela 1 – Matriz de Ansoff Produtos Existentes Novos M e rc a d o s E x is te n te s Penetração de Mercado Desenvolvimento de Produto N o v o s Desenvolvimento de Mercado Diversificação Fonte: Grupo (2018). 30 PENETRAÇÃO DE MERCADO Esta estratégia se refere Ao crescimento de uma empresa atuando na venda de produtos existentes em mercados onde já atua. Visa Manter o domínio dos mercados atuais, Manter a participação de mercado, Crescer mais que os seus concorrentes ou eliminá-los e aumentar a utilização dos produtos atuais pelos clientes já existentes. Os combustíveis derivados de petróleo são commodities e têm seus preços atrelados aos mercados internacionais, cujas cotações variam diariamente, para cima e para baixo. Por isso, a variação dos preços nas refinarias e terminais é importante para que possamos competir de forma eficiente no mercado brasileiro. DESENVOLVIMENTO DE MERCADO É a estratégia onde a empresa visa atingir novos mercados, onde ainda não atua, com seus produtos atuais. Um exemplo é a exportação para uma empresa que só atuava no mercado interno de um país. Neste caso as mudanças do produto podem se resumir a embalagens ou manuais. A abertura de novos clientes, distribuidores ou revendedores na mesma região também são considerados por alguns autores como uma estratégia de Desenvolvimento de Mercado. Distribuir, industrializar e comercializar derivados de petróleo e seus correlatos com competitividade, rentabilidade e responsabilidade social e ambiental. Ser a referência no mercado de distribuição, inovando e agregando valor aos negócios com atuação segura e responsabilidade socioambiental, fortalecendo a marca Petrobras. DESENVOLVIMENTO DE PRODUTOS Se refere à estratégia de crescer lançando novos produtos ou novas linhas nos mercados existentes. Normalmente são utilizadas novas versões, novos produtos, em si, ou novas categorias de produtos. Inovação e 31 desenvolvimento de linhas de produto são fundamentais nesta estratégia. A Petrobrás destaca-se: Compromisso em continuar na vanguarda do conhecimento tecnológico em águas profundas; Ampliar nossas competências em energias renováveis para permitir o retorno a essas atividades, em bases competitivas, a médio e a longo prazos; Buscar participação relevante no gás como energia de transição para uma sociedade de baixo carbono; Continuar a ser a maior companhia integrada de energia do Brasil, em petróleo e gás e com crescente participação nas energias alternativas. Buscar usos alternativos de maior valor agregado para o petróleo, incluindo a integração refino-petroquímica. DIVERSIFICAÇÃO A Diversificação prevê o lançamento de novos produtos ou linhas de produtos em novos mercados onde a organização ainda não atue. É, talvez, a mais complicada e arriscada estratégia prevista na Matriz já que há duas variáveis não controladas pelas empresas: o desconhecimento dos novos mercados e o desconhecimento dos novos produtos. A Petrobrás é reconhecida mundialmente pela tecnologia de exploração de petróleo em águas ultraprofundas. Porém não basta chegar ao campo e extrair óleo e gás. O processo é longo. Além de trazê-los até as refinarias. E elas têm que estar aparelhadas e em constante evolução para oferecer osmelhores produtos. Como a Petrobrás o negócio é energia, ela também atua em paralelo com pesquisas e desenvolvimento de novas fontes, como o biodiesel. Para gerar a energia que move o país, atuam em várias áreas. Pesquisas, inovações e, em todos os pontos que atuam, levam o grau de exigência e qualidade da marca Petrobras. 32 3.4. Análise do Ambiente Externo O Ambiente Externo compreende o macroambiente onde a empresa está inserida, como por exemplo, tendências e sistemas políticos-legais, econômicas, tecnológicas e sociais. São variáveis que fogem ao controle das organizações, sujeitas a grande volatilidade, podendo gerar oportunidades ou ameaças. De acordo com Oliveira (2012), as oportunidades são as variáveis não controláveis, mas que favorecem a empresa, enquanto que as ameaças são as que podem trazer algum tipo de prejuízo para a empresa. Análise do Ambiente é o processo de identificação de Oportunidades, Ameaças, Forças e Fraquezas que afetam a empresa no cumprimento da sua Missão. O ambiente externo está totalmente fora do controle da organização. Mas, apesar de não poder controlá-lo, a organização deve conhecê-lo e monitorá-lo com frequência de forma a aproveitar as oportunidades e evitar as ameaças. Evitar ameaças nem sempre é possível. Oportunidades são situações externas, atuais ou futuras que, se adequadamente aproveitadas pela empresa, podem influencia-la positivamente. SWOT é uma ferramenta de planejamento estratégico relativamente simples, mas poderosa que avalia os pontos fortes, pontos fracos, oportunidades e ameaças envolvidas em um projeto ou em um risco de negócio. Oportunidades: Expansão tem sido uma área chave de oportunidade para a Petrobras. Particularmente significativo foi suas aquisições jusante no Chile. Além disso, o mercado de petróleo e gás no Brasil foi crescendo ao longo das últimas décadas, garantindo um mercado doméstico estável. Ameaças: Petrobras tem sido associada há algum tempo como um pobre mordomo do ambiente. Como consciência ambiental tem crescido em todo o mundo, por isso têm regulamentações ambientais que restringem as operações da Petrobras. Além disso, à medida que crescia, a empresa enfrentou problemas com a instabilidade política no Brasil. E, ao longo do tempo, a produção de petróleo do Oriente Médio, bem como os seus avanços tecnológicos, tornaram-se um concorrente principal a Petrobras. 33 3.5. Análise da Estratégia de Porter Uma empresa, para melhor competir num determinado segmento, deverá decidir a sua estratégia, com base no conhecimento da estrutura do setor de atividade em que compete e na perfeita identificação dos clientes alvos (RIBEIRO, 2012).3 O modelo desenvolvido por Michael Porter, conhecido como Cinco Forças de Porter, apresenta um notável dinamismo na caracterização de um negócio, do ponto de vista estratégico, através da determinação dos fatores de competitividade determinantes da estrutura deste setor, da sua evolução e das relações que se estabelecem entre eles. Figura 1 - As cinco forças competitivas de Porter Fonte: Adaptado de Ribeiro (2012) Para uma empresa que busca vantagem competitiva, uma ameaça ambiental é qualquer prenúncio que busca reduzir seu desempenho. As ameaças ambientais são forças que tendem a aumentar a competitividade, são 3 RIBEIRO, Renato Vieira. Estratégia Empresarial. Curitiba: IESDE Brasil, 2012. 34 elas: Ameaças de Entrada, Ameaça de Rivalidade, Ameaça de Substitutos, Ameaça de Fornecedores, Ameaças dos Compradores (clientes). Embora o ambiente de negócios, atualmente, seja muito mais aprimorado do que há anos atrás, os princípios básicos do modelo continuam válidos e permitem uma análise assertiva do ambiente de competição das organizações. 3.6. Matriz GE A Matriz GE, também chamada, pelo mercado, de Matriz McKinsey surgiu como uma alternativa à Matriz BCG, visando a sua utilização na administração de produtos, marcas e unidades de negócio, ajudando as organizações a decidir onde investir ou quais produtos ou marcas adicionar ao portfólio. Tabela 2 – Matriz GE Atividade de Mercado Alta Média Baixa Força Competitiva Alta Média Baixa Fonte: Grupo (2018) A Matriz GE é construída de acordo com a maioria das diversas outras existentes no mercado, ou seja, com o eixo X crescendo da direita para a esquerda e com o eixo Y crescendo de baixo para cima. Isso faz com que o quadrante superior esquerdo seja o que apresenta, por exemplo, um produto posicionado com uma grande força competitiva em um mercado de grande atratividade. Diversos fatores influem nas duas grandezas analisadas, fornecendo assim, para a empresa, inúmeras chances de administração em diversas variáveis. 35 Fatores que influenciam a atratividade do mercado: Tamanho do Mercado Segmentação do mercado Preços e suas tendências O crescimento do mercado Rentabilidade do Mercado Oportunidade de diferenciar produtos e serviços Estrutura de distribuição e logística 3.7. Avaliação dos Pontos Fortes e Fraco A Petróleo Brasileiro (Petrobras) é a 7ª maior empresa de energia do mundo e é uma empresa integrada de petróleo e gás que opera em cinco segmentos: exploração e produção; refinamento, comercialização e transporte de petróleo e gás natural; petroquímicos; distribuição de derivados, energia elétrica, biocombustíveis e outras fontes de energia renovável. Diretamente ou através de suas subsidiárias, a Petrobras atua na pesquisa, extração, refinamento, processamento, comercialização e transporte de petróleo de poços, xistos e outras rochas, seus derivados, gás natural e outros hidricarbonos líquidos, assim como também em atividades relacionadas a energia, promovendo a pesquisa, desenvolvimento, produção, transporte, distribuição e comercialização de todas as formas de energia. A capacidade de crescimento da Petrobras é o maior atrativo da empresa, boa flexibilidade nos horários de trabalho. Bom ambiente para se trabalhar e baixa pressão e stress no dia-a-dia. Recursos são sempre disponíveis ao trabalho. Pontos Fracos: Sistema de formação em áreas específicas dentro da empresa são ruins com vários instrutores sem a menor aptidão para ministrar cursos. O curso de formação em engenharia de Petróleo excede padrões internacionais de horas-aula/semana e ultrapassam limites para uma vida saudável com muitas pessoas tendo que procurar ajuda médica ao longo do curso devido a pressão absurda e ameaças de demissão constantes. 36 3.8. Analise SWOT É uma ferramenta utilizada para fazer o diagnostico do ambiente ou cenário de uma empresa. O modelo parte do princípio que a formulação da estratégia é um processo de concepção. Para se estabelecer a estratégia é necessário fazer uma avaliação do ambiente externo, onde são estudadas as ameaças e oportunidades encontradas, e uma avaliação do ambiente interno, constituído pelas forças e fraquezas. O Ambiente Interno corresponde aos principais aspectos de decisão e níveis de desempenho, que se pode gerir e diferencia a empresa dos seus concorrentes. Os pontos fortes e fracos incluem os recursos humanos organizacionais e físicos. Os pontos fortes emanam os recursos da empresa que facilitam o resultado, podendo proporcionar vantagens no ambiente organizacional. Já os pontos fracos, dizem respeito às limitações da organização, ou seja, que dificultam a obtenção de resultados. Ambos os pontos são variáveis controláveis. (PEREIRA, 2010). A SWOT é uma matriz que analisa a junção da análise interna e externa. O termo é uma sigla em inglês derivada das palavras Strengths (Forças), Weaknesses (Fraquezas) que formam o Ambiente Interno, Opportunities (Oportunidades) e Threats (Ameaças), que formam o Ambiente Externo (PEREIRA,2010). Na construção dessa matriz, são listados todos os elementos que compõe a análise interna e externa, correlacionando os pontos fortes e fracos com as ameaças e oportunidades. Para construir a análise SWOT, foi levado em consideração o ambiente interno e externo para Petrobras, que é a única companhia no Brasil que está envolvida com os três tipos de regimes regulatórios, concessão, partilha e cessão onerosa. Assim sendo, tendo em vista o que foi apresentado até agora, a análise do ambiente interno da Petrobras, permite dizer que as forças e as fraquezas da estatal são: 37 Tabela 3 – Análise do ambiente interno da Petrobrás Forças Fraquezas S1: Detém o maior, e mais detalhado, conhecimento geológico e geofísico das bacias sedimentares brasileiras em relação às companhias privadas, nacionais ou internacionais; W1: Investimentos elevados e grandes riscos à implantação dos projetos de produção; S2: Grande experiência de exploração nas águas brasileiras, profundas e ultraprofundas. Além disso, poucas empresas no mundo possuem a tecnologia de exploração em águas profundas como a do pré-sal (Shell, Exxon, BP, Devon, Anadarko, Eni, Kerr Mcgee, Chevron, além da estatal norueguesa Statoil) W2: Necessidade de aprimoramento tecnológico para a redução de custos; S3: Sólido conhecimento técnico para operação em águas profundas; W3: Comprometimento do caixa devido ao financiamento da máquina pública. W3: Comprometimento do caixa devido ao financiamento da máquina pública. S4: Detém a maioria das refinarias do país, contribuindo para um melhor escoamento da produção. Fonte: Grupo (2018) 38 Tabela 4 – Análise do ambiente externo da Petrobrás Oportunidades Ameaças O1: Concessão e cessão onerosa: detém a propriedade da lavra; T1: Riscos exploratórios assumidos na concessão, cessão onerosa e partilha; O2: Partilha: detém parte da propriedade da lavra, sendo dividida entre a União e o consórcio; O2: Partilha: detém parte da propriedade da lavra, sendo dividida entre a União e o consórcio; T2: Flutuação do preço do barril de petróleo, que pode inviabilizar as operações. Para o pré-sal, o preço deve estar em 80 dólares; O3: As reservas possuírem um volume de óleo recuperável maior que o esperado. T3: Obrigada a operar (com participação garantida em Lei de 30% como operadora) em todos os blocos do regime de partilha; S4: Detém a maioria das refinarias do país, contribuindo para um melhor escoamento da produção. T4: As universidades brasileiras não conseguirem suprir a demanda de engenheiros necessária à exploração do pré-sal; T5: Não conseguir atender a capacitação da indústria nacional para atendimento do setor; T6: Grande distância entre as reservas e a linha da costa (aproximadamente 300 km), gerando um grande entrave logístico Fonte: Grupo (2018) O próximo passo é fazer o cruzamento entre os dos dois ambientes, interno e externo, e das suas variáveis, Forças e Fraquezas; Oportunidades e Ameaças facilita a análise e a procura para tomada de decisões na definição das estratégias de negócios da empresa. 39 Forças x Oportunidades: visa tirar o máximo proveito dos pontos fortes a fim de maximar as oportunidades que foram detectadas. Forças x Ameaças: Maximar os pontos fortes a fim de minimizar os efeitos das ameaças detectadas. Fraquezas x Oportunidades: Minimizar os efeitos negativos dos pontos fracos ao mesmo tempo em que se maximize as oportunidades detectadas. Fraquezas x Ameaças: Adotar estratégias que minimizem os pontos fracos e, tanto quanto possível, reduzir às ameaças. Esta análise deve ser complementada com um quadro que ajude a identificar qual o impacto (elevado, médio e fraco) que os fatores podem ter no negócio e qual a tendência (melhorar, manter e piorar) futura que estes fatores têm no negócio. Tabela 5 – Análise do Interno x Ambiente Externo da Petrobrás Na Conquista Do Objetivo SWOT Ajuda Atrapalha D o F a to r Ambiente Interno S1 S2 S3 S4 W1 W2 W3 O ri g e m Ambiente Externo O1 O2 O3 T1 T2 T3 T4 T5 T6 Fonte: Grupo (2018) 40 3.9. BSC – Balanced Scorecard O Balanced Scorecard (BSC), ferramenta para implantação e controle das estratégias dentro do enfoque financeiro e financeiro, é utilizando por várias organizações como metodologia medição e acompanhamento do desempenho da empresa. O desempenho sempre aferido com base em indicadores derivados da visão de futuro, missão e estratégia da organização. Com o Balanced Scorecard, a estratégia desdobrada a partir do corporativo alcança todas as unidades, para garantir o direcionamento estratégico representado pelos mapas estratégicos, indicadores, metas e iniciativas. Esse alinhamento em torno da estratégia pode ser destacado como um importante benefício resultante do projeto. Dentre os resultados derivados da adoção do BSC, destacam-se também: O ambiente externo é monitorado mediante pesquisa de mercado realizada anualmente com enfoque no mapeamento dos impactos, das ameaças e das oportunidades do negócio. O ambiento interno também monitorado através de pesquisa de satisfação, acompanhada e compilada mensalmente pelo Balance Scorecard (BSC). O diretor da Petrobras que responsável por compilar os dados mensalmente e propor ações na reunião de acompanhamento com o presidente, acionista e sócio. O acompanhamento do desempenho do negócio é realizado mensalmente através de um painel de controle apresentado na reunião mensal entre os envolvidos, onde a dinâmica acompanha e compara os resultados realizados com as metas estabelecidas. Se as metas não foram atingidas, serão analisados os motivos e um plano de ação será definido. É importante que os indicadores sejam claramente definidos e que as responsabilidades de sua articulação com o projeto sejam bem delineadas; deve-se também evitar trocar indicadores em um curto espaço de tempo, sem uma confirmação mais perene de sua adequação. Sugerese, em alguns casos, que o tempo mínimo para a troca de um indicador seja de um ciclo anual de revisão do BSC. 41 Diante de um forte ambiente competitivo que trouxe novas oportunidades e desafios ao mercado brasileiro de energia, em 1999 a Petrobras passou a estudar alternativas, metodologias e conceitos que pudessem suportar a efetiva implementação da estratégia. O processo de planejamento estratégico estava se consolidando na companhia, entretanto era necessário adotar uma ferramenta que garantisse o monitoramento e o efetivo gerenciamento da estratégia. Em 2001, inicia-se um importante e desafiante projeto da Petrobras, transformar-se em uma organização com foco na estratégia. Para suportar a Petrobras nesse processo foram escolhidos dois parceiros: a Symnetics Business Transformation, consultoria que representa Kaplan e Norton na América Latina, responsável pela aplicação e desenvolvimento da metodologia; e a Hyperion Solutions, fornecedora da aplicação Hyperion Performance Scorecard (HPS), tecnologia que servirá de base para todo o projeto. A melhor metodologia encontrada foi o Balanced Scorecard (BSC). Os critérios utilizados para a análise e seleção da metodologia foram: Análise das questões estratégicas da corporação; Análise crítica do Planejamento Estratégico; Relacionamento entre os objetivos estratégicos, as metas de longo prazo e o orçamento; Integração com outros sistemas; e Comunicação da estratégia para toda a organização. 3.9.1. Perspectiva Financeira É um indicador monitora a contribuição da estratégia da empresa para a melhoria dos resultados financeiros. As metas financeiras se relacionam com a rentabilidade, o crescimento e o valor para os acionistas. Os objetivos e medidas financeirosdesempenham um papel duplo: definem o desempenho financeiro esperado da estratégia e servem de meta principal para a definição dos objetivos e medidas das outras perspectivas do scorecard. Segundo Kaplan e Norton (2000), nesta perspectiva as empresas 42 trabalham com duas estratégias básicas: crescimento da receita e produtividade. A primeira irá refletir-se nas outras perspectivas, no sentido de gerar novas fontes de receita provenientes de novos mercados, novos produtos ou novos clientes, ou da ampliação do relacionamento com os clientes existentes. Já a estratégia de produtividade irá refletir-se na busca da execução eficiente das atividades operacionais em apoio aos clientes atuais, podendo incluir também a redução de custos. 3.9.2. Perspectiva do Cliente O indicador perspectiva do cliente pressupõe definições sobre o mercado e segmentos nos quais a organização deseja competir. A organização deverá traduzir em medidas específicas os fatores importantes para os clientes. A proposta é monitorar a maneira pela qual a empresa entrega real valor ao cliente certo. Normalmente são definidos indicadores de satisfação e de resultados relacionados aos clientes: satisfação, retenção, captação e lucratividade. A perspectiva do cliente também pode incluir medidas específicas, como tempos de atendimento curtos, entregas no prazo ou a quantidade de novos produtos e serviços, que conduzem a melhorias nas medidas básicas da clientela. 3.9.3. Perspectiva dos processos internos Os indicadores de perspectiva dos clientes e dos acionistas devem ser apoiados por processos internos. Nesta perspectiva, as organizações identificam os processos críticos para a realização dos objetivos das duas perspectivas anteriores. Os processos devem criar as condições para que a organização ofereça propostas de valor ao cliente capazes de atraí-lo e retê-lo nos seus segmentos de atuação, e, ao mesmo tempo, criar valor para os acionistas. 43 3.9.4. Perspectiva do aprendizado Empresa em condições de ser cada vez melhore são empresas com capacidade de aprender. A capacitação da organização se dará por meio dos investimentos em novos equipamentos, em pesquisa e desenvolvimento de novos produtos, em sistemas e procedimentos, e nos recursos humanos da empresa. Medidas típicas para a perspectiva de aprendizagem e crescimento incluem satisfação, retenção, treinamento e habilidades do funcionário, e sistema de informação disponível. Segundo Silva, Santos e Prochnik (2008:6), as principais dificuldades na implantação do BSC relatadas pelos responsáveis do projeto na Petrobras foram: Alcançar um número de objetivos e indicadores adequado por painel estratégico, uma vez que todos queriam contribuir com sugestões e definições de objetivos e indicadores de suas áreas; Espelhar o que efetivamente é estratégico por painel (houve uma tendência inicial de todas as atividades estarem espelhadas nos painéis de suas unidades de negócio); Acompanhar a elaboração descentralizada em todas as áreas de negócio para formar os 86 painéis de desempenho integrados; e Garantir o alinhamento estratégico de todos os painéis construídos e das equipes envolvidas. 3.10. Os Principios do Aprendizado Organizacional Segundo Peter Senge sobre aprendizado organizacional ―As organizações que aprendem são aquelas nas quais as pessoas aprimoram continuamente suas capacidades para criar o futuro que realmente gostariam de ver surgir‖ (1999, p. 7)4. E para que uma organização alcance isso, é necessário seguir cinco disciplinas, são: Domínio pessoal 4 SENGE, Peter. A quinta disciplina. São Paulo: Editora Best Seller, 1999. 44 Modelos mentais Visão compartilhada Aprendizado em equipe Pensamento sistêmico 3.10.1. Domínio Pessoal Essa disciplina está associada a como as pessoas devem agir para expandir suas capacidades pessoais, como pessoas e organização podem contribuir para um melhor ambiente empresarial de forma a estimular os participantes ao alcance das metas e também estimular os colaboradores a buscarem a alcançarem seus objetivos pessoais junto com os da empresa, onde as duas partes cresçam e se desenvolvam. Peter Senge destaca: Aprender a expandir as capacidades pessoais Criar um ambiente empresarial que estimule todos os participantes alcançando assim as metas escolhidas. Estimular os trabalhadores a buscarem e alcançarem seus objetivos sem medo de errar. 3.10.2. Modelos Mentais Trata-se de uma disciplina que está intrinsecamente associada a forma ver, de refletir sobre a organização, sobre o mundo, de esclarecer, de melhorar a imagem que temos do todo, de verificar como moldar atos e decisões e de rever nossos modelos mentais e ajustá-los a realidade. Os modelos mentais influenciam o que vemos, pessoas diferentes podem analisar o mesmo acontecimento através de ópticas diferentes e entendê-lo de maneira absolutamente oposta, ou seja, os modelos mentais influenciam a percepção que temos sobre a realidade. Aponta Senge: Consiste em refletir, esclarecer continuamente Melhorar a imagem que cada um tem do mundo 45 Verificar como moldar atos e decisões Rever nossos modelos mentais e ajustá-los a realidade 3.10.3. Visão Compartilhada a visão compartilhada é o comprometimento comum e espontaneamente aceito que os colaboradores devem ter para com a organização. De acordo com Senge: ―Os objetivos comuns nascem sempre dos objetivos pessoais. É desta forma que tiram sua energia alavancando seu comprometimento‖ (SENGE, 1990). Estimular o engajamento do grupo em relação ao futuro. Elaborar princípios e diretrizes que permitirão alcançar esse futuro. 3.10.4. Aprendizado em Equipe Segundo Senge (2010), conceitua a Aprendizagem em Equipe como o processo de alinhamento e desenvolvimento da capacidade da equipe de criar os resultados que seus membros realmente desejam. Desenvolver o pensamento e a comunicação coletiva a fim de superar a soma dos talentos individuais. 3.10.5. Pensamento Sistêmico É um entendimento do todo, onde tudo está interligado e associado, tudo funciona em rede, de maneira sistêmica, essa disciplina constitui o alicerce da organização que aprende. Na visão de Senge: ―A organização não é um sistema isolado, é parte de vários e diferentes sistemas integrados‖. Analisar e compreender a organização como um sistema integrado. 46 Criar uma forma de analisar e uma linguagem para descrever e compreender as forças e inter-relações que modelam o comportamento dos sistemas. 3.11. Cenários Futuros 3.11.1. Otimista A inovação tecnológica e o desenvolvimento são os pilares das atividades da Petrobrás. Superar os desafios e se prepararmos para o futuro porque temos um corpo técnico altamente qualificado e recursos tecnológicos que nos permitem antecipar cenários, diversificar a geração de energia, gerar resultados com aplicação direta em nossas atividades, antecipar tendências e aproveitar oportunidades de inovação, tornando nosso negócio cada vez mais sustentável. 3.11.2. Realista A Petrobrás foi alvo nos últimos anos de corrupção, com a operação Lava Jato, várias falcatruas foram descobertas, transformando o cenário político brasileiro numa novela acompanhada dia após dia para descobrir o tamanho do déficit causado. Manchou claramente a faixada da empresa brasileira. 3.11.3. Pessimista Com a atual crise nos abastecimentos, greve dos petroleiros, valores exorbitantes nos valores do combustível, a Petrobrás irá demorar a ter a aceitação da população brasileira. Países vizinhos comprar nosso produtos e são vendidos a preço de custo e somente no pais a gasolina é mais cara para quem leva o orgulho de serbrasileiro. 47 CONCLUSÃO As matérias relacionadas em sala de aula elucidaram boa parte da pesquisa realizada com a empresa em questão, as matérias oferecem condições e um guia claro através dos números, indicativos que permitem ao gestor ter uma visão exata de como está a sua empresa, que campos deverão receber maior foco, investimentos, aplicações, retorno. Sem essas matérias é impossível, gerir uma empresa seja ela pequena ou grande. A razão, que fez com que a trajetória tecnológica dominante na indústria do petróleo convergisse com a da Petrobrás, reside essencialmente na alteração do ambiente de seleção das tecnologias a partir do contra-choque do petróleo. As estratégias de busca para desenvolver a produção em águas profundas, que predominavam nessa indústria até então, apelavam para inovações radicais, sem contar o planejamento estratégico, que é necessário na estrutura organizacional da Petrobrás. Certamente a experiência bem sucedida da Petrobrás demonstra que estratégias tecnológicas apoiadas em inovações incrementais têm alguma chance de serem bem sucedidas e mesmo de alcançarem a fronteira tecnológica. O fato que a evolução econômica recente tenha sancionado inovações poupadoras de custo, ao invés de inovações mais radicais de produto, certamente influiu nesse quadro. Pode-se dizer que para se montar uma estratégia, determinar uma política a ser adotada ou implementada, o gestor necessita ter uma visão mais clara, ampla, da empresa e de seu ambiente, diagnosticando as necessidades da estrutura organizacional em termos sejam eles de qualificações, pessoas, sistemas e estilo administrativo. A Petrobrás é reconhecidamente uma empresa que se encontra na fronteira tecnológica internacional, no que diz respeito à exploração e produção de petróleo e gás natural em águas profundas, ressaltar que Planejar significa traçar objetivos, escolher qual caminho será seguido para o melhor funcionamento de uma empresa Conclui-se com isso, que para as organizações se ajustarem às novas regras de competitividade é preciso mudanças nos seus modelos de gestão e especialmente nas políticas de agregação de valores. 48 REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS ALMEIDA, A. C. F. O aprendizado tecnológico brasileiro nas áreas de exploração e explotação de petróleo. Revista Petro & Gás, jun.1990, p. 41-53. ALBUQUERQUE, Jamil. A arte de lidar com pessoas: a inteligência interpessoal aplicada. 2ª ed. São Paulo: Planeta, 2012. ANSOFF, H. Igor; MCDONNELL, Edward J. Implantando a administração estratégica. 2 ed. São Paulo: Atlas, 1993. CARRIL, Carmem. A alma da marca Petrobrás: significado e potencial comunicativo. São Paulo: Ed. Anhembi Morumbi, 2004. CHIAVENATO, Idalberto. Iniciação à Teoria das organizações. São Paulo: Manole, 2010. CHING, Hong Yuh. Gestão de Estoques na Cadeia de Logística Integrada – Supply Chain. 1 ed. São Paulo: Atlas, 1999. FLEURY, P. F.; WANKE, P.; FIGUEIREDO, K. F. Logística Empresarial: a perspectiva brasileira. 1.ed. São Paulo: Atlas, 2000. FREEMAN, R. E. (1984). Strategic management: a stakeholder approach. Boston: Pitman. FRIEDMAN, A. L., & Miles, S. (2006). Stakeholders: theory and practice. Oxford: Oxford University Press. GONÇALVES, C. A. O que é estratégia: histórico, conceito e analogias. In: GONÇALVES, C. A.; REIS, M. T.; GONÇALVES, C. (Orgs.). Administração estratégica: múltiplos enfoques para o sucesso empresarial. Belo Horizonte: UFMG/CEPEAD, 2001. p. 21-33. 49 KAPLAN, R. S.; NORTON, D. P. The balanced scorecard: measures that drive performance. Harvard Business Review, v. 75, n. 1, p. 81-85, jan./feb. 2010. PEREIRA, Fernando Flávio Pessôa. et al. A Prática da Gestão do Conhecimento em Empresas Públicas. 1. ed. Rio de Janeiro: E-papers, 2010. PORTER, M. E. Competição: estratégias competitivas essenciais. 4. ed. Rio de Janeiro: Campus, 1999. RIBEIRO, Renato Vieira. Estratégia Empresarial. Curitiba: IESDE Brasil, 2012. SENGE, Peter. A quinta disciplina. São Paulo: Editora Best Seller, 1999. WILLIAMS, Ileana Z., Pesquisa Tecnológica na Petrobras – a conquista de um objetivo. O Impacto das ―Cinco Disciplinas‖ de Peter Senge na Competitividade da Empresa: O caso de uma Rede de Lojas do Setor Comercial. UFPR – Universidade Federal do Paraná. Disponível em: <http://www.pg.utfpr.edu.br/dirppg/ppgep/dissertacoes/arquivos/23/Dissertacao. pdf>. Acesso em: 04 jun. 2018. SENGE, Peter. A quinta disciplina. São Paulo: Editora Best Seller, 1999 www.petrobras.com.br http://www2.petrobras.com.br/minisite/relatorio_anual/gestao/recursos.stm https://oglobo.globo.com/economia/petrobras-se-prepara-para-futuro-baseado- em-economia-de-baixo-carbono-diz-pedro-parente- 22219578#ixzz5HPGEYZ1W http://www.pg.utfpr.edu.br/dirppg/ppgep/dissertacoes/arquivos/23/Dissertacao.pdf http://www.pg.utfpr.edu.br/dirppg/ppgep/dissertacoes/arquivos/23/Dissertacao.pdf https://oglobo.globo.com/economia/petrobras-se-prepara-para-futuro-baseado-em-economia-de-baixo-carbono-diz-pedro-parente-22219578#ixzz5HPGEYZ1W https://oglobo.globo.com/economia/petrobras-se-prepara-para-futuro-baseado-em-economia-de-baixo-carbono-diz-pedro-parente-22219578#ixzz5HPGEYZ1W https://oglobo.globo.com/economia/petrobras-se-prepara-para-futuro-baseado-em-economia-de-baixo-carbono-diz-pedro-parente-22219578#ixzz5HPGEYZ1W
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