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Exame ginecológico e citologia vaginal em cadelas e gatas

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–
 
 
 
 
 
 
 
O exame ginecológico é uma parte de um exame total que 
não é feito somente com fins reprodutivos, podendo ter 
outros propósitos: 
1. Diagnosticar doenças: vaginite, piometra, TVT, ovário 
remanescente etc. 
2. Diagnosticar acasalamento 
3. Identificar se entrou ou não em puberdade 
4. Determinar a fase do ciclo estral 
Esse exame pode ser feito em fêmeas castradas ou não, já 
que a cirurgia tira apenas uma porção do aparelho. 
Antes de começá-lo devemos fazer um exame físico geral, 
já que a reprodução é um pedaço do animal e os sistemas se 
conversam, de forma que um pode afetar o outro: 
1. Linfonodos 
2. Frequência respiratória 
3. Frequência cardíaca 
4. Temperatura 
5. Pressão arterial 
 
Segmentos avaliados: 
1. Vulva 
2. Vagina: vestíbulo vaginal e canal vaginal 
3. Cérvix 
4. Útero: corpo e cornos 
5. Tubas uterinas 
6. Ovários 
7. Glândulas mamárias 
Há estruturas de fácil avaliação no exame físico e outras 
muito difíceis de serem avaliadas. 
 
Vulva: 
Fácil avaliação por inspeção direta ou palpação. 
O que avaliar? 
 devemos observar se é compatível ou não 
com o animal. Fêmeas castradas precocemente 
(antes do primeiro cio), tem uma vulva pequena 
(infantil) já que após a castração o animal continua 
a crescer em tamanho, mas não a vulva devido a 
falta do estrógeno, o que predispõe a vaginites, 
infecções e dermatites peri-vulvares 
 
 
 devem ser coaptados e fechados 
 
 
 pode ser normal, como no cio, ou não. Tudo 
depende do seu aspecto. 
 
 
 
 
 
Vagina: 
As gatas e as cadelas têm vaginas diferentes: 
 Vestíbulo: região inclinada e vertical. É necessário 
passar por ela para chegar ao canal vaginal. 
 Canal vaginal: região horizontal que tem de 10-13cm 
de comprimento, sendo considerada grande quando 
em relação às demais espécies. 
 
 
 
 
Tudo que for passar pelo canal vaginal tem que respeitar 
essa anatomia. A avaliação pode ser feita das seguintes 
formas: 
1. Inspeção visual: é possível ser feita da região inicial 
da vagina. 
2. Materiais: para ver mais profundamente precisamos 
de equipamentos específicos como: espéculos, 
otoscópios, vaginoscópios 
3. Endoscopia vaginal: através dos materiais não 
conseguimos acessar o fundo da vagina, e se 
quisermos chegar lá, é necessário usar esse método 
(que geralmente não exige sedação). 
4. Toque vaginal: não alcança regiões profundas, mas 
permite avaliar bem a passagem de vestíbulo para 
a vagina, uma região que tende a ser a mais estreita 
(e se for muito, pode ser patológico, o que seria uma 
causa para uma fêmea não ser capaz de parir). 
Sentiremos também nódulos ou formações. 
 Vestíbulo 
 Canal: mais curto em relação às cadelas, podendo 
ter no máximo 2cm. 
 
 
Nessa espécie é necessário ter cuidado ao introduzir objetos 
ou o dedo para avaliações devido ao tamanho pequeno do 
canal e vestíbulo, e por isso, não usamos nenhum tipo de 
equipamento 
Deve haver cuidado, pois se 
fizermos movimentos de ficção na 
região e a fêmea estiver no estro 
(fase ovulatória) podemos induzir 
acidentalmente a ovulação. 
Exame ginecológico 
 
–
Cérvix: 
 Difícil avaliação 
 Avaliação só é possível através da endoscopia. 
: nessa espécie, a parte de cima da vagina forma uma 
prega de tecido que fica na região da cérvix e dificulta ainda 
mais a sua avaliação. Caso formos avaliar por endoscopia, é 
necessária uma manobra para deslocar esse tecido 
Útero: 
 Uma forma de avaliar o útero em um exame físico 
é através de uma palpação. 
1. Pode ser feita em estação ou deitada 
2. Palpação bimanual 
Devemos lembrar da topográfica para saber o que 
os dedos estão sentindo. 
Após a coluna, a estrutura mais dorsal quando o animal 
está em estação são os intestinos (reto), e a mais ventral é 
a bexiga. Entre esses órgãos há a vagina e os cornos uterinos 
(com ovários), que são bem longos 
 região hipogástrica – epigástrica 
: deve começar com a bexiga pois é a estrutura mais 
fácil de ser sentida. Ao achá-la, o útero (que tende a ser 
mais firme) está acima. O intestino pode ser confundido caso 
esteja preenchido por fezes, mas em geral, tem um aspecto 
diferente por ser mais mole. 
 Diâmetro normal do útero: 0,5-1cm 
 Diâmetro do útero em piometra: 4-5cm 
Ovários: 
 Em região epigástrica 
O ovários não são sentidos nunca em uma palpação 
abdominal, a não ser que haja alguma patologia que 
aumente seu tamanho 
Para confirmar se o que estamos palpando realmente são 
ovários, usamos exames complementares como o 
que avalia: 
− Tamanho 
− Consistência 
− espessura da parede 
− presença de líquido 
Além disso, podemos avaliar o funcionamento através das 
 (progesterona, estrógenos) 
 pode ser um instrumento de avaliação da 
atividade ovariana, já que está muito relacionada ao nível 
de estrógeno. 
Tubas uterinas: 
Não é possível avaliar de forma alguma essas estruturas. 
Elas têm um comprimento de no máximo 1,5-2 cm e um 
diâmetro muito pequeno. Junto a isso há gordura ao redor 
delas, o que dificulta ainda mais a observação. 
 Nem pelo ultrassom é possível 
avaliar. 
 
Glândula mamária: 
Esse segmento é um cordão de tecido único, e não apenas 
onde estão tetos: há toda a glândula da direita e toda a 
da esquerda 
 De 4 a 5 pares de tetos 
Durante o exame devemos ordenhar todos os tetos para 
observar se há secreção, e a não ser que a fêmea esteja em 
lactação ou em fase progestacional (quando pode sair um 
líquido mais claro e fluido), não deve sair nada deles. 
 
 
 
 
 
A citologia vaginal é uma ferramenta de diagnóstico que 
ajuda tanto a clínica geral quanto os fins reprodutivos: 
1. Definir fases do ciclo estral: definir o melhor 
momento para uma castração (seria o anestro) 
2. Diagnóstico de vaginites 
3. Diagnóstico de TVT 
4. Diagnóstico de acasalamento 
 
Esse é um exame complementar barato, rápido (resultado 
sai na hora) e fácil de ser feito. Contudo, não é muito 
utilizada no cotidiano pois muitos profissionais não sabem 
interpretá-los. 
Para interpretar esse exame, o conhecimento do ciclo estral 
é essencial.: 
 é um epitélio estratificado (várias camadas 
de célula). A parede vaginal pode sofrer hipoplasia 
(aumentar de tamanho) ou ficar fina a depender da fase 
do ciclo estral que está, pois é o estrógeno que determina isso. 
 Quanto mais estrógeno = mais hiperplasia vaginal = 
parede mais espessa = mais camadas de células 
Conforme a vagina sofre hiperplasia, as células vão se 
modificando em diversos tipos. No exame de citologia vaginal 
esfoliamos a parte mais superior da camada de células. 
Então, se o realizarmos quando há grande hiperplasia, 
pegamos células diferentes de quando não há hiperplasia 
nenhuma. 
Ou seja, o exame faz com que comparemos os tipo células e 
saibamos se há pouco ou muito estrógeno, correlacionando 
com a fase do ciclo, além de observar a presença de outras 
células não vaginais, como hemácias, neutrófilos etc. 
 
Celularidade em fases do ciclo estral: 
 
 
 
 
 
Nível de estrógeno 
Alta 
celularidade 
Baixa 
celularidade 
–
 
 
 
 
 
 
 
Começa em nível mínimo até atingir concentração máxima 
Média a alta celularidade 
9 dias 
Muito variável pois vai de níveis máximos à mínimos 
• Células da base (parabasais): começo do proestro; células pequenas. 
• Células intermediarias: surgem conforme há estímulo para a proliferação 
celular, e indicam que a pilha de célula cresceu, porém não o máximo que irá. 
São mais arredondadas/ovaladas e com um citoplasma maior (formato de ovo 
frito) 
• Células superficiais: ao fim do proestro a pilha de células já proliferou mais, e 
essas células começas e surgir e ficam no topo da pilha. Elas sofrem um processo 
de queratinização (células queratinizadas) onde tendem a morrer (ou seja, são 
células que evoluem para a morte), e quando morrem, perdem o núcleo. Ou seja, 
essas células superficiais podem ser: 
− Superficiais com núcleo 
− Superficiais sem núcleo 
− Ambas sãograndes e irregulares (formato de sucrilhos) 
• Células não vaginais: bactérias, raros neutrófilos, e muita hemácia 
Níveis começam a abaixar 
Alta celularidade 
7 a 10 dias 
Lâmina homogenia 
• Células superficiais: a maioria são sem núcleo 
• Células não vaginais: pode haver um pouco de hemácias, mas normalmente as 
cadelas param ou diminuem o sangramento no estro; bactérias; neutrófilos 
ausentes (pois a pilha está tão espessa que eles ficam mais na base, aonde chegam 
através da circulação). 
• Células intermediárias: quando começam a aparecer, percebemos que a fêmea 
está saindo do cio, pois mostra que a pilha está se desgastando 
Baixo 
Média a alta celularidade. No final do diestro, as células passam a diminuir até que se 
evolua para um anestro 
63-75 dias 
Fácil identificação: única lâmina em que há um agrupamento organizado das células 
• Células intermediarias (maioria) e parabasais: agrupadas em cachos. 
• Células não vaginais: bactérias; de forma fisiológica há grande concentração de 
neutrófilos no terço inicial do diestro, superando a quantidade que há de células 
vaginais, mas não significa que a fêmea tem uma infecção → a explicação é 
que eles fazem uma limpeza, já que a fêmea saiu do cio, uma fase em que 
ficam muitos restos celulares no aparelho reprodutivo 
Baixo 
Baixa celularidade 
4 meses 
Muitos restos celulares 
• Células parabasais: células de base da pilha, redondas, com pouco citoplasma e 
o núcleo ocupa grande parte da célula. 
• Células não vaginais: bactérias, raros neutrófilos. 
• Células degeneradas/ citólise: é o componente mais observado dessa lâmina de 
anestro. Essas células ficam tanto tempo paradas no canal vaginal que morrem 
e se degeneram, o que faz com que a membrada se rompa, citoplasma colapse 
etc. 
proestro 
Estro 
 
Níveis começam a abaixar 
Alta celularidade 
7 a 10 dias 
Lâmina homogenia 
• Células superficiais: a maioria são sem núcleo 
• Células não vaginais: pode haver um pouco de hemácias, mas normalmente as 
cadelas param ou diminuem o sangramento no estro; bactérias; neutrófilos 
ausentes, pois a pilha está tão espessa que eles ficam mais na base (aonde chegam 
através da circulação). 
• Células intermediárias: quando começam a aparecer, percebemos que a fêmea 
está saindo do cio, pois mostra que a pilha está se desgastando 
 
Estro 
diestro 
anestro 
–
Anestro: é uma fase que está muito tempo sem estrógeno 
(por volta de 4 meses sem recebê-lo) e, portanto, a parede 
está muito fina (hipoplasia) 
Proestro: no começo, quando não há estrógeno, a hiperplasia 
ainda está baixa, porém, conforme os níveis de estrógeno 
começam a subir, a celularidade aumenta 
Estro: apesar de ser marcado pela diminuição do estrógeno, 
a citologia vaginal sempre é um pouco atrasada quando em 
relação a endocrinologia. Por mais que os hormônios tenham 
diminuído, as células que haviam sofrido hiperplasia 
anteriormente ainda estão lá e serão lentamente 
desgastadas. Ou seja, no estro ainda vemos um reflexo do 
momento de máxima concentração de estrógeno. 
Diestro: a tendencia é que a parede fique mais fina até que 
o nível caia completamente no anestro. 
 
Lâminas: 
 
 Diestro 
 Média celularidade 
 Células intermediarias e parabasais relativamente 
agrupadas; neutrófilos 
 
 Estro 
 Células superficiais nucleadas e não nucleadas 
(maioria) 
 Sem hemácia 
 
 Felino com síndrome do ovário remanescente: erro 
de técnica que deixa um fragmento de ovário que 
continua a produzir estrógenos. 
 Células superficiais com e sem núcleo 
 
 Cadela onde não se sabe se houve cruzamento ou 
não. 
 Na foto podemos ver as células vaginais superficiais 
nucleadas e anucleadas junto de espermatozoides, 
revelando que houve acasalamento. 
 
 Anestro com vaginite 
 Vemos a citólise: restos de citoplasmas colapsados 
e células tortas. 
 Célula de clitóris: roxo escuro, parecendo uma 
espicula e são bem queratinizadas. 
 Essa lâmina revela vaginite, pois a celularidade 
vaginal é baixa, contudo, há muito neutrófilo, 
revelando uma infecção. 
 
 
 Final de anestro, e pela quantidade de neutrófilo 
podemos sugerir uma vaginite. 
 Lâmina da Maria Bethânia, cadela modelo da aula 
 Vemos muitos neutrófilo 
 Célula vaginal: células parabasais e intermediarias 
 Baixa celularidade vaginal 
 Pouca citólise 
 Isso pode ocorrer pois a paciente está próxima da 
puberdade (de entrar no cio), e devido a sua idade 
(7 meses). A tendencia é que quando entre no cio, 
isso se resolva. 
 
 Célula TVT: pouco citoplasma, núcleo grande, não 
está homogênea, apresenta muito vacúolo, núcleo 
com heterocromia e grânulos. 
 Presença de muitas hemácias (bolas pequenas rosa) 
e neutrófilos devido a inflamação gerada pelo 
TVT 
 Mesma paciente após 6 semanas de quimioterapia, 
com a presença de poucas células:

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