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TCC sobre o Autismo

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A INSERÇÃO DA CRIANÇA AUTISTA NAS TURMAS DA EDUCAÇÃO INFANTIL NA CRECHE PROINFÂNCIA ROSA MARIA CARDOSO SITUADA NO MUNICÍPIO DE OEIRAS DO PARÁ/PA.
Autoras: Luciana Cardoso Miranda
 Valdira Gomes Chaves
Tutor Externo – Luís Ribeiro da Rocha
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Pedagogia (TURMA 2405) – Projeto de Ensino
03/12/2021
RESUMO
O presente trabalho vem tratar das experiências de educadores no que tange ao ensino/aprendizado, e, principalmente, a introdução de alunos com autismo na Creche Proinfância Rosa Maria Cardoso, localizada no município de Oeiras do Pará, no Estado do Pará. Nele falamos acerca do autismo e da inserção da criança com esse transtorno nas turmas da educação infantil e do desafio que cabe aos educadores quando deparam-se com alunos portadores do transtorno do Espectro Autista – TEA. Dessa maneira, tem-se os seguintes objetivos: incluir e diagnosticar o autismo objetiva-se também, entender a escola e sua estrutura no que tange ao ambiente físico e pedagógico; buscar meios para colher as informações pertinentes ao trabalho, pois nos encontramos em um período de pandemia, portanto as informações acabam sendo coletadas mais de maneira teórica, que prática com o auxílio das Tecnologias da Informação e Comunicação - TICs. Além disso, contamos com a ajudada fundamental dos educadores da referida creche que relataram através de entrevistas um pouco de suas experiências com alunos autistas no decorrer de seus anos como professores. Utilizamos nos referenciais teóricos autores como: Praça (2011); Santos (2011); Mendes (2002); entre outros. Por fim, realizamos algumas perguntas a educadores que trabalham na referida escola e conseguimos alguns relatos fundamentais acerca do autismo e do diagnostico que em muitos casos é realizado pelos próprios educadores na creche para só em seguida ser dado por um especialista. 
Palavras-chave: Autismo. Educação infantil. Educadores.
1 INTRODUÇÃO 
A presente pesquisa visa abordar as experiências de educadores no que tange ao ensino/aprendizado, e, principalmente, a introdução de alunos com autismo na Creche Proinfância Rosa Maria Cardoso, localizada no município de Oeiras do Pará, no Estado do Pará. Tal introdução deu-se de maneira desafiadora, pois o ensino de modo geral, dava-se de modo remoto no período da pesquisa, devido à pandemia da COVID-19.
Observa-se que o referido tema é de suma importância, haja vista, o grande desafio aos educadores e demais membros do corpo escolar, devido à complexidade do Transtorno do Espectro Autista - TEA e ao cuidado que deve ser tido com a criança com tal transtorno. A complexidade reside a partir da percepção que a escola lhe seja um lugar de acolhimento e não de rejeição. 
O referido tema encontra-se sob a área de concentração: educação inclusiva. E por isso, seu enfoque dar-se nesse sentido, pois buscar a inclusão de crianças com deficiência nas escolas é uma tarefa primordial para que tenhamos um mundo mais justo e solidário com todos a ele pertencentes. 
Dessa maneira, objetiva-se responder a questões referentes aos métodos aplicados pelos educadores que contam ou contaram com alunos portadores de autismo na referida escola e também a maneira mais adequada utilizada por eles, para incluir essas crianças em suas turmas. Além de incluir e diagnosticar o autismo objetiva-se também, entender a escola e sua estrutura no que tange ao ambiente físico e pedagógico; buscar meios para colher as informações pertinentes ao trabalho, pois nos encontramos em um período de pandemia, portanto as informações acabam sendo coletadas mais de maneira teórica, que prática com o auxílio das Tecnologias da Informação e Comunicação - TICs.
O presente trabalho busca realizar um estudo teórico/metodológico acerca do autismo na presente creche, especificamente nas turmas da educação infantil, onde geralmente os educadores em muitos casos, são os primeiros a diagnosticar o autismo nas crianças. Em seguida, tal informação é repassada aos pais que só então passam a aprender a lidar com uma criança portadora do Transtorno do Espectro Autista (TEA).
2 UMA BREVE DESCRIÇÃO DO TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA – TEA – E A BUSCA POR INSERÇÃO NAS ESCOLAS
A inserção de crianças com alguma deficiência nas escolas brasileiras sempre foi um desafio, pois sempre essas crianças foram tratadas a margem da sociedade e consequente, a margem da escola. Porém, nos últimos anos as escolas passaram a abrir as portas para essa demanda de alunos e isso causou uma mudança significativa no contexto educacional a qual estamos inseridos. 
Dentre as crianças que passaram a frequentar a escola, temos aquelas com o Transtorno do Espectro Autista (TEA), que segundo a descrição de Rapin; Tuchman (2009), “é em seu amplo espectro de gravidade conhecido, agora, por ter muitas etiologias” (p. 20-22) [...]. Pois, é um transtorno que atinge o cérebro e dessa maneira, estabeleceu-se que o autismo é apenas um dos transtornos do desenvolvimento do cérebro definidos (multi) dimensionalmente e que afetam comportamentos humanos complexos.
Nesse sentido, o indivíduo diagnosticado com esse transtorno é alguém no mínimo, singular, ou seja, seu comportamento é único em relação a outro portador do Autismo e, até mesmo em relação ao mundo que o cerca, o que o torna capaz de ser ignorado em face de seu próprio mundo. 
Acerca disso, Praça (2011, p. 25) elucida que a criança com autismo:
[…] permanece em seu mundo interior como um meio de fugir dos estímulos que a cerca no mundo externo. Outro motivo para o autista permanecer em seu universo interior é o fato de que, em geral, o autista sente dificuldade em se relacionar e em se comunicar com outras pessoas uma vez que ele não usa a fala como meio de comunicação. Não se comunicando com outras pessoas acaba passando a impressão de que a pessoa autista vive sempre em um mundo próprio, criado por ela e que não se interage fora dele.
Por essas e outras situações, o Autismo foi durante muito tempo tratado como uma doença, pois não tinham-se explicações plausíveis, capazes de diagnosticar esse transtorno de maneira eficiente. Segundo (TUCHMAN; RAPIN, 2009, p. 17), a palavra Autismo é de origem grega e significa “próprio” ou de “de si mesmo”, e é utilizado para denominar comportamentos humanos voltados para o próprio indivíduo. A nomenclatura “autismo” foi denominada pelo psiquiatra suíço Eugen Bleuler, em 1908 para identificar pessoas com esquizofrenia. 
Posteriormente em 1943, Leo Kanner, psiquiatra austríaco utilizou o termo “autismo” para identificar crianças com atrasos no desenvolvimento e com dificuldades de se manter um relacionamento interpessoal.
Ainda sobre o Autismo no decorrer da História, em 1944, Hans Asperger, psiquiatra e pesquisador austríaco, escreveu o artigo “A psicopatia autista na infância”, neste artigo ele descreveu padrões de comportamento e habilidades de crianças com autismo que apresentavam deficiências sociais graves, falta de empatia, faziam pouco contato com outras crianças e tinham interesse especial em determinados assuntos e possuíam movimentos descoordenados, ele também observou que o transtorno ocorria especificamente em meninos.
Além disso, tais estudos observaram, que o autismo é um transtorno que tende a evoluir com a idade do indivíduo e prosseguir durante o decorrer de sua vida. Especificamente acerca disso, Santos (2011) descreve que:
Autismo ou Transtorno Autista é uma desordem que afeta a capacidade da pessoa comunicar-se, de estabelecer relacionamentos e de responder apropriadamente ao ambiente que a rodeia. O autismo, por ser uma perturbação global do desenvolvimento, evolui com a idade e se prolonga por toda vida. (SANTOS, 2011, p. 10).
Então, faz-se necessário que haja um diagnóstico precoce do transtorno autista, e nesse sentido, faz-se necessário que haja um trabalho em conjunto com as mais diversas áreas, como: saúde, educação, serviços sociais entre outras, ou seja, é necessário que reconheça-se e atenha-se as caraterísticas do Autismo o mais cedo possível, poismais importante do que o diagnóstico precoce é a intervenção precoce, segundo Mello et al (2013, p. 83) “a intervenção para pessoas com autismo, deve ser guiada por objetivos mensuráveis que permita avaliar os resultados”. 
Infelizmente, o indivíduo portador do autismo, acaba sendo em muitos casos, deixado de lado até mesmo em seu ambiente familiar, o que acaba sendo um entrave ao seu desenvolvimento e até mesmo na busca de melhores condições de vida a esses indivíduos, o que o torna em muitos casos num marginalizado perante a sociedade.
Porém, a escola tem papel fundamental frente a essa situação na atualidade e sua atuação como mecanismo de rompimento de paradigmas, deve mais do que nunca ser ponto chave no processo de inserção da criança autista na escola. 
Para romper tais disparidades temos leis sendo criadas em nosso país, criadas com o intuito de possibilitar a pessoas com deficiência ingressar na escola. Sobre isso, Brasil (2014) explana que houve uma crescente demanda da oferta de matricula de crianças com deficiências na Educação Básica. Segundo o mesmo autor, só no período de 2000 a 2013, houve um acréscimo de 695,2% no atendimento de alunos Público Alvo da Educação Especial em escolas regulares o que representa um aumento enorme de crianças com alguma deficiência nas escolas básicas de ensino.
Tal fato vem a acarretar uma série de situações novas a todos os envolvidos. Os professores, os pais ou responsáveis, os agentes envolvidos na educação e principalmente as crianças, passam a ser protagonistas de uma nova história, na qual a convivência com o diferente tende a normalizar-se e fazer parte do cotidiano de todos. 
E é nesse contexto que a criança autista passa a ser sujeito atuante, e dessa forma, passa a frequentar e conviver na sala de aula com o normal que ao mesmo tempo é diferente, pois a variedade que compõe uma sala de aula vai além da deficiência, cor, raça, religião, entre outros, sendo entendida nos tempos atuais como algo necessário e dessa forma, normal. 
2.1 O AUTISMO E A EDUCAÇÃO: CONSIDERAÇÕES SOBRE AS DISPOSIÇÕES LEGAIS
De acordo com o documento Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva (BRASIL, 2008, p. 15) é considerado público-alvo da Educação Inclusiva: “Na perspectiva da educação inclusiva, a educação especial passa a constituir a proposta pedagógica da escola, definindo como seu público-alvo os alunos com deficiência, transtornos globais de desenvolvimento e altas habilidades/ superdotação”.
Além disso, a Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência (2006) conforme o Art.º 24, diz que:
[...] as pessoas com deficiência não devem ser excluídas, tendo acesso ao ensino gratuito inclusivo de qualidade, com condições de igualdade como as outras pessoas, onde algumas adaptações devem ser feitas quando necessárias, fazendo assim que o desenvolvimento seja de modo acadêmico e também social.
Contudo, sabemos que foi a partir da Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB) 9.394 de 1996, que houve a reafirmação do que já era proposto pela Constituição de 1988. Na LDB de 1996, no capítulo V, entende-se que a educação especial deve ser oferecida preferencialmente na rede regular de ensino. E sobre isso, Mendes (2002) afirma que:
[...] a inclusão estabelece que as diferenças humanas são normais, mas ao mesmo tempo reconhece que a escola atual tem provocado ou acentuado desigualdades associadas à existência de diferenças de origem pessoal, social, cultural e política, e é nesse sentido que ela prega uma educação de qualidade para todas as crianças (MENDES, 2002, p. 64).
É essa escola que busca através da inclusão dar oportunidades aos deficientes, pois sabemos que por muito tempo as portas da escola foram fechadas para esses indivíduos e apenas nas últimas décadas passou-se a dar mais atenção a essa grande parcela de pessoas. Nesse sentido, a Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva (2008) determina que os alunos com TEA, assim como aqueles com deficiência e altas habilidades/superdotação, devem estar incluídos na rede regular de ensino, recebendo Atendimento Educacional Especializado (AEE) no contraturno. 
Por isso, o aluno portador do Autismo assim como de outros transtornos globais, não possui impedimento de frequentar a escola e interagir normalmente nas turmas regulares. Pois, segundo Tuchman e Rapin (2009, p. 23), “O autismo é uma síndrome, não uma doença [...], desse modo, a escola para esse indivíduo é tão importante quanto para qualquer outro, pois representa um meio de aprendizado e também de liberdade em relação ao seio familiar que quase sempre busca restringir a sua participação em ambientes ditos normais. 
Portanto, observa-se que o autismo pode ocorrer em qualquer classe social, raça ou cultura, sendo que cerca de 65 a 90% dos casos estão associados à deficiência mental (Gadia, Tuchman, & Rotta, 2004). Desse modo, a inserção da criança com TEA na escola é uma atitude que pode representar uma melhor qualidade de vida e também dar-lhe dignidade de vida a médio e longo prazo, sendo uma variante diferencial para o decorrer da sua vida.
3 MATERAIS E MÉTODOS
Na realização do referido trabalho, utilizou-se como ferramentas os aparelhos tecnológicos como principal meio de adquirirmos informações a respeito da temática, pois como já mencionado a pesquisa deu-se durante a pandemia do COVID-19, ou seja, praticamente todo o trabalho deu-se através de pesquisas bibliográficas e trocas de informações com os educadores responsáveis pelas turmas de educação infantil. 
Dessa maneira, o celular e o notebook foram ferramentas físicas essenciais para que pudéssemos pesquisar e também conversar com os educadores e assim colher as informações que necessitávamos para o desenvolvimento do trabalho. Aplicativos de trocas de mensagens (WHATSAPP), e a internet foram grandes aliados no que tange a pesquisas online, pois permitiram o acesso aos educadores através das trocas de informações e aos materiais disponíveis na grande rede mundial de computadores, que foram as principais fontes de pesquisa para o trabalho.
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
A pesquisa aconteceu na Creche Proinfância Rosa Maria Cardoso, localizada no município de Oeiras do Pará, no Estado do Pará. Ali pode-se observar uma serie de achados, haja vista que, pesquisar sobre o referido trabalho exigiu bem mais que ir à escola - no caso a creche - devido a paralisação das aulas no ano de 2020, por causa da pandemia. Além disso, a volta deu-se apenas agora, no segundo semestre de 2021, por isso praticamente não houve pesquisa em sala de aula com as crianças, sendo os relatos dos educadores que trabalham com alunos autistas e os documentos obtidos nas pesquisas teóricas, nossas principais fontes de informações.
Dessa forma, observamos que as dificuldades dos educadores são constantes com alunos deficientes, e mais ainda se essa deficiência é psíquica, pois lidar com alunos dessa natureza exige do professor bem mais do pode-se imaginar, e isso faz com que o desafio de trabalhar torne-se em muitos casos, um constante aprendizado a esses profissionais.
Por isso, os educadores com o qual conversamos, que tiveram ou tem alunos autistas em suas classes, foram categóricos em relatar suas dificuldades e anseios em lidar com esses alunos, uma vez que, em muitos casos foram os primeiros a identificar “algo estranho” com essas crianças e em seguida repassar para os pais ou responsáveis. Essa tarefa de repassar, também é bastante árdua, pois muitos pais relutam em aceitar tal fato e são inclusive, bastante hostis com os educadores em alguns casos, quando recebem a notícia.
Porém, a maioria acaba aceitando que o filho possui algum transtorno, mas, devido a dificuldades financeiras e falta de apoio do poder público, acabam mantendo o filho na escola e deixando a tarefa de educar a criança ao professor, sem ter um diagnóstico preciso do transtorno que a criança tem.
Nesse sentido, a creche acaba sendo em muitos casos o único apoio a esses pais que se veem abandonadospelo poder público e sem condições de bancar exames mais específicos. Nesse caso, a creche e o educador acabam assumindo a responsabilidade com uma criança com algum grau de transtorno e que poderia de repente ter sua vida mais normalizada se tivesse o tratamento adequado a qual não tem acesso.
Contudo, a creche na qual a pesquisa deu-se acaba abrindo as portas a todas as crianças como manda nossa constituição e as leis subjacentes que defendem a inclusão de todos na escola. Dessa maneira, o aluno portador do Transtorno do Espectro Autista é recebido de braços abertos pelos educadores nas turmas infantis. Além disso, os coleguinhas adaptam-se as necessidades desses alunos e os acolhem de maneira bastante prazerosa.
Segundo os educadores da referida creche relatam, a educação dessas crianças dar-se de modo conjunto aos outros alunos, pois apesar das peculiaridades que o grau de transtorno autista proporciona a cada criança não há um esquema que diferencie o que uma criança dita normal ou uma autista devam aprender, ficando a critério do educador a formulação de materiais específicos para cada situação. 
Além disso, os educadores são instigados a entender como funciona o modo de aprendizado de cada aluno portador do autismo, pois com esse conhecimento podem estar desenvolvendo um melhor material a essas crianças e consequentemente, desenvolvendo um melhor trabalho.
Perguntou-se a “professora A”, responsável pela turma de educação infantil da referida creche. O que ela achava de trabalhas com alunos autistas? Ela respondeu que o trabalho com crianças dessa natureza representaram um dos maiores desafios por ela já enfrentado em sua vida profissional, pois quando deparou-se com uma criança autista, seu grau de autismo era severo, então a atenção que ela deveria dar a turma ficou praticamente restrita a essa criança. 
Outro fator que lhe foi perguntado, foi a respeito da metodologia de ensino aplicado a crianças com esse transtorno. Sua resposta foi sensacional, pois ela disse que não há uma metodologia especifica para trabalhar com o autista e sim há o momento adequado, pois como existe uma grande inconsistência de humor e sentimentos habitando essa criança, a melhor maneira de educa-la e fazer as tarefas de acordo com o seu comportamento. Em seus relatos a professora continuou dizendo que havia dias em que a criança não queria fazer absolutamente nada não importava atarefa que ela lhe atribuísse. Mas também, haviam dias em que a criança estava disposta a tudo, então ela aproveitava os momentos oportunos para lhe ensinar tudo o que podia.
Outra professora que denominamos de “Professora B” com larga experiência na educação infantil, atuante no quadro da referida creche, diz que o trabalho com alunos autistas é desafiador e ao mesmo tempo instiga a busca por mais conhecimento por parte do educador, pois esses alunos exigem bem mais que métodos tradicionais de ensino.
Ela também comenta que, infelizmente nem todos os professores pensam da mesma maneira a esse respeito, chegando a presenciar muitos colegas relegando alunos autistas de suas turmas, alegando ser impossível trabalhar com esse tipo de aluno. Outro fator importante acerca disso, é a questão do apoio oferecido pelos órgãos educacionais aos professores, que praticamente tem de caminhar sozinhos nessa empreitada devido ao menosprezo que muitas das vezes o poder público lhes impõe. 
Nesse sentido, educar crianças com autismo na creche em que a pesquisa foi realizada, é uma tarefa árdua, mas como disse outra educadora (Professora C), que tem um aluno portador de TEA na turma: “ensinar alunos assim é difícil, mas também é satisfatório”, pois ela continua dizendo que: “a partir do momento que se ganha a confiança desse aluno, você pode pedir para ele realizar qualquer tarefa, que ele está pronto pra fazer”, ou seja, ela aprendeu com as dificuldades que o trabalho com o autista é desafiador e exige mais que a atenção normalmente dada aos alunos ditos normais. 
Para tanto, podemos chegar à conclusão que a referida creche busca abrir as portas aos mais diversos indivíduos e isso a torna um importante aliado da disseminação de oportunidades a todos, deficientes ou não que veem na escola o ponto de partida para a mudança de vida. Assim, a creche acaba sendo o primeiro passo dessa jornada, e a criança com autismo também está nessa caminhada rumo a melhores condições de vida e dignidade humana.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
A presente pesquisa representou um grande passo rumo a um olhar mais aguçado a crianças com o Transtorno do Espectro Autista (TEA), em nossa localidade, pois moramos em uma cidade ribeirinha, e vivemos uma realidade ainda bastante diferente dos grandes centros urbanos, dessa maneira, a discussão a respeito de determinados temas como o qual abordamos no presente trabalho é algo bastante novo e ter a oportunidade de implementar um debate dessa magnitude a respeito disso, sem dúvidas é algo maravilhoso a nós enquanto educandas e futuro educadoras, pois sabemos que situações das mais variadas nos aguardam na sala de aula. 
Em relação aos objetivos propostos no início do trabalho, acreditamos ter respondido alguns, mesmo que de maneira parcial, e deixado outros questionamentos mais em relação aos demais objetivos, pois conseguimos absorver um pouco do ambiente da sala de aula das professoras através da troca de mensagens e dessa forma, conseguimos entender um pouco de seu dia-a-dia, seus anseios, suas lutas diárias frente a uma variedade de crianças, em que o autista é apenas mais um entre tantos que buscam por um lugar ao sol.
Nesse sentido, esperamos que futuro trabalhos sejam realizados seguindo essa mesma temática, nessa mesma região, para que possamos ter mais aprofundamento e discussões acerca de crianças portadoras do TEA e demais transtornos que atingem o cérebro. 
Por fim, observamos que a inclusão de crianças com o autismo na creche Proinfância Rosa Maria Cardoso, localizada no município de Oeiras do Pará, no Estado do Pará é uma tarefa desafiadora e ao mesmo tempo notável, pois sabemos que para uma criança autista chegar até a sala de aula existe toda uma cadeia que envolve pais, professores, corpo pedagógico e muito mais, que faz com que essa missão de estudar seja assumida também, por essa criança. Assim, viu-se que estudar o autismo e a inclusão da criança com tal transtorno nas creches é algo relativamente novo e precisa ser cada vez mais trabalhado e apoiado por todos independente de qualquer situação, pois a oportunidade deve ser dada e igual a todos sem nenhum tipo de distinção, e a escola (no caso a creche), é o primeiro passo para essa mudança de mentalidade e consequentemente, de paradigma.
REFERÊNCIAS
BRASIL. Lei N° 9.394 de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. Disponível em: Acesso em: 20 de agosto de 2021.
_____. Declaração de Salamanca e linha de ação sobre necessidades educativas especiais. Brasília: UNESCO, 1994. Disponível em: < http:// portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/salamanca.pdf> Acesso em: 22 de maio de 2016.
______. Decreto N° 6571, de 17 de setembro de 2008. Dispõe sobre o atendimento educacional especializado, regulamenta o parágrafo único do art. 60 da Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996, e acrescenta dispositivo ao Decreto no 6.253, de 13 de novembro de 2007. Brasília: Ministério da Educação. Secretaria de Educação Especial, 2008. Disponível em: . Acesso em: 21 de agosoto de 2021.
______. Decreto nº 7.611, de 17 de novembro de 2011. Dispõe sobre a educação especial, o atendimento educacional especializado e dá outras providências. Casa Civil; Subchefia para Assuntos Jurídicos, Brasília, DF, nov. 2011a. Disponível em: Acesso em: 07 out. de 2021.
MELLO, Ana Maria et al. Retratos do autismo no Brasil, 1ª ed. São Paulo: AMA, 2013.
MENDES, Enicéia Gonçalves. Perspectivas para a Construção da Escola Inclusiva no Brasil. In: PALHARES, M. S., CRISTII, S. (Org.). Escola Inclusiva. 1. ed. São Carlos: EDUFSCar, 2002, v.1, p. 61-85.
PRAÇA, Élida Tamara Prata de Oliveira.Uma reflexão acerca da inclusão de aluno autista no Ensino Regular. UFJF, Juiz de Fora, p. 1-140, abr. 2011. Disponível em: <http://www.ufjf.br/mestradoedumat/files/2011/05/Disserta%C3%A7%C3%A3o-E-lida.pdf> . Acesso em: 24 de setembro de 2021.
SANTOS, Jose Ivanildo F. dos. Educação Especial: Inclusão escolar da criança autista. São Paulo, All Print, 2011.
TUCHMAN, Roberto, RAPIN, Isabelle. Autismo abordagem neurobiológica. Porto Alegre Editora Artmed, 2009. 
VILA, Carlos; DIOGO, Sandra; SEQUEIRA, Sara. Autismo e Síndrome de Asperger. 2009. Disponível em: < http://www.psicologia.pt/artigos/textos/TL0140.pdf> Acesso em: 07 de set. de 2021.

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