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METODOLOGIA DE ENSINO E DO TRABALHO CIENTÍFICO UNIFATECIE

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Prévia do material em texto

Metodologia da Pesquisa 
e do Trabalho Científico 
Professora Dra. Ana Paula Stroher 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Diretor Geral 
Gilmar de Oliveira 
 
Diretor de Ensino e Pós-graduação 
Daniel de Lima 
 
Diretor Administrativo 
Eduardo Santini 
 
Coordenador NEAD - Núcleo 
de Educação a Distância 
Jorge Van Dal 
 
Coordenador do Núcleo de Pesquisa 
Victor Biazon 
 
Secretário Acadêmico 
Tiago Pereira da Silva 
 
Projeto Gráfico e Editoração 
André Oliveira Vaz 
 
Revisão Textual 
Kauê Berto 
 
Web Designer 
Thiago Azenha 
 
 
 
 
 
FICHA CATALOGRÁFICA 
FACULDADE DE TECNOLOGIA E 
CIÊNCIAS DO NORTE DO PARANÁ. 
Núcleo de Educação a Distância; 
STROHER, Ana Paula. 
 
Metodologia da Pesquisa e do Trabalho Científico. 
Ana. Paula Stroher. 
Paranavaí - PR.: Fatecie, 2020. 78 p. 
Ficha catalográfica elaborada pela bibliotecária 
Zineide Pereira dos Santos. 
 
 
UNIFATECIE Unidade 1 
Rua Getúlio Vargas, 333, 
Centro, Paranavaí-PR 
(44) 3045 9898 
 
UNIFATECIE Unidade 2 
Rua Candido Berthier 
Fortes, 2177, Centro 
Paranavaí-PR 
(44) 3045 9898 
 
UNIFATECIE Unidade 3 
Rua Pernambuco, 1.169, 
Centro, Paranavaí-PR 
(44) 3045 9898 
 
UNIFATECIE Unidade 4 
BR-376 , km 102, 
Saída para Nova Londrina 
Paranavaí-PR 
(44) 3045 9898 
 
 
www.fatecie.edu.br 
 
 
 
As imagens utilizadas neste 
livro foram obtidas a partir 
do site ShutterStock 
http://www.fatecie.edu.br/
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Professora Dra. Ana Paula Stroher 
 
 
Possui graduação em engenharia química (UEM - 2007). É mestre e doutora em 
engenharia química (UEM - 2010/214) e possui especialização em gestão ambiental (UEM 
- 2011). 
Possui experiência na elaboração de projetos para licenciamento ambiental, planos 
de gerenciamento de resíduos (PGR), plano de controle ambiental (PCA), relatório de 
impacto de vizinhança (RIV), entre outros. 
Atualmente é docente no ensino presencial nas Instituições de Ensino Superior de 
Maringá (UniFCV, Unifamma e SMG) nas áreas de Engenharia, Administração e Ciências 
Contábeis. Orienta projetos de pesquisa em cursos de graduação e pós-graduação. 
 
CURRÍCULO LATTES 
http://lattes.cnpq.br/6608939384267038 
AUTORA 
http://lattes.cnpq.br/6608939384267038
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Seja muito bem-vindo(a)! 
Prezado(a) aluno(a), escrevemos esse material pensando nos estudantes e assim 
esperamos atrair a atenção e motivação para a pesquisa científica. 
Além disso o estudo dessa disciplina tem o objetivo de oferecer uma introdução a 
iniciação científica, e também oferecendo suporte para a elaboração de trabalhos acadêmi- 
cos, artigos e monografias, fundamentais da estratégia de marketing, ou seja, os produtos 
e as marcas. 
Na unidade I começaremos a nossa jornada apresentando o conceito da ciência e 
da metodologia científica. Esta noção é necessária para que possamos trabalhar a sequên- 
cia do nosso livro, onde aplicaremos esses conceitos. 
Já na unidade II vamos ampliar nossos conhecimentos sobre a pesquisa científica. 
Além disso, falaremos da consciência no uso das informações retiradas da internet, para 
a pesquisa hoje e quais os cuidados que um pesquisador deve ter ao desenvolver e 
apresentar sua pesquisa. 
Depois, na unidade III falaremos sobre a elaboração do projeto de pesquisa, bem 
como sua importância para termos uma pesquisa bem planejada. 
Por último, na unidade IV apresentamos as diferentes modalidades de trabalhos 
científicos, a importância em pensar no leitor do seu trabalho, bem como uma estruturação 
adequada de sua apresentação. 
Aproveito para reforçar o convite a você, para juntos percorrermos esta jornada de 
conhecimento, podendo multiplicá-lo e assim contribuir profissional. 
 
 
Muito obrigada e bons estudos! 
APRESENTAÇÃO DO MATERIAL 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
UNIDADE I ..................................................................................................... 6 
Método Científico 
UNIDADE II .................................................................................................. 23 
Pesquisa Científica 
UNIDADE III ................................................................................................. 41 
Projeto de Pesquisa 
UNIDADE IV ................................................................................................ 57 
As Modalidades de Trabalhos Científicos 
SUMÁRIO 
 
 
UNIDADE I 
Método Científico 
Professora Dra. Ana Paula Stroher 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Plano de Estudo: 
• Conceito de ciência; 
• O conhecimento científico e suas abordagens; 
• Definição e etapas da metodologia científica. 
 
 
Objetivos da Aprendizagem 
• Conceituar e contextualizar ciência; 
• Compreender o conhecimento científico; 
• Estabelecer a importância e aplicação da metodologia científica. 
6 
UNIDADE I Método Científico 7 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Prezado(a) aluno(a), essa Unidade tem como objetivo apresentar os principais con- 
ceitos da ciência e consequentemente da metodologia científica. Essa contextualização é 
importante para prepará-lo(a) para as unidades seguintes que tratam mais especificamente 
da pesquisa científica. 
Como sabemos, a pesquisa, o conhecimento e a produção de informações novas 
evoluem muito rapidamente nos dias atuais. 
Nesse contexto, falar sobre ciência é algo um tanto quanto complexo, não só pela 
grande abrangência da mesma, mas pelo fato dela ser dinâmica e em constante mutação. 
Para tanto, abordaremos aqui uma concepção mais prática que permita a você 
aluno(a) não só conhecer a teoria como também colocar esses conceitos em práticas e 
quem sabe até uma possível inserção na comunidade científica brasileira. 
Há alguns anos, a pesquisa era mais voltada para a formação profissional e ingres- 
so no mercado de trabalho. Atualmente, muitas das pesquisas respondem a demandas do 
governo e da sociedade. 
Assim, espero que você compreenda os conceitos apresentados nessa unidade 
para posteriormente compreender a aplicação da pesquisa científica e quem sabe futura- 
mente fazer sua contribuição para a sociedade como um pesquisador. 
 
Pense nisso! Bons estudos! 
INTRODUÇÃO 
UNIDADE I Método Científico 10 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1 A DEFINIÇÃO DE CIÊNCIA 
 
Caro(a) aluno(a) você com certeza já deve ter ouvido falar sobre a ciência e sua 
importância para a humanidade. 
Pode-se dizer que a ciência é tão antiga quanto a própria existência do homem, 
pois a partir da sua existência consequentemente houve sua inquietude e infinitos 
questionamentos diante da percepção e da compreensão dos fenômenos que o cercam. 
Isso pode ser comprovado por meio dos conhecimentos sobre astronomia, geo- 
metria e física oriundas já das antigas civilizações que constituem a base do pensamento 
científico contemporâneo. 
A palavra “ciência” tem origem do latim “scientia”, e significa “conhecimento”. Mui- 
tas vezes ouvimos o termo “tomar ciência” quando tomou conhecimento de alguma coisa. 
Ou ainda “estou ciente” para dizer que tem conhecimento de algum fato ou informação 
repassada. 
Podemos dizer ainda que, a ciência é o de conhecimento que almeja a 
compreensão das verdades, teorias ou leis para assim conseguir explicar o funcionamento 
do universo como um todo. 
É por isso que cientistas fazem observações, verificações, medições, análises e 
classificações, procurando entender os fatos e traduzi-los para uma linguagem estatística. 
E é aí que entra o método científico. 
UNIDADE I Método Científico 9 
O Conceito de ciência de Ander-Egg (1978, p.15) é definido como “o conjunto de 
conhecimentos racionais, certos ou prováveis, obtidos metodicamente sistematizados e 
verificáveis, que fazem referência a objetos de uma mesma natureza.” 
De outra maneira, para Trujillo (1974) ciência pode ser considerada como um 
conjunto ou sistematização conhecimentos, correlacionados com proposições logicas, 
atreladas a comportamentos certos fenômenos que sedeseja estudar. 
Cervo, Bervian e Silva (2007, p.3) afirmam que a ciência, atualmente, é “o resultado 
de descobertas ocasionais, nas primeiras etapas, e de pesquisas cada vez mais metódicas, 
nas etapas posteriores.” 
Os autores ainda afirmam que ela é uma das poucas realidades que podem ser 
deixadas às gerações seguintes, pois os seres humanos de cada período histórico 
usam e assimilam a ciência desenvolvida nas gerações anteriores, ampliando assim novos 
hori zontes. 
 
elas: 
Assis (2009) apresenta em seu estudo algumas características da Ciência, entre 
 
 
• É objetiva, pois descreve a realidade dos fatos; 
• É racional e sistemática, pois obtém resultados por meio da razão e organiza 
esses resultados por meio de sistemas; 
• Apresenta generalidade e é verificável, pois elabora normas e leis que explicam 
certo fenômeno e é possível comprová-los. 
• Reconhece sua capacidade de errar. 
 
Para Dencker e Viá (2001) o papel da ciência é: 
• Buscar conhecimento coerente e que na prática seja demonstrável, ou seja, 
produzir conjunto de leis e teorias que sejam harmonizados entre si. 
• Fazer uma ligação entre o que se afirma e os fenômenos observados, em outras 
palavras, construir a teoria por meio das relações entre os fatos, resultados e 
afirmações. 
 
Por fim, Koche (1997) afirma que não existe uma única concepção de ciência. 
Desta maneira podemos dividi-la em períodos históricos, cada um com modelos e 
paradigmas teóricos diferentes a respeito da concepção de mundo, de ciência e de 
método. De uma forma simplificada podemos fazer essa análise da seguinte maneira: 
UNIDADE I Método Científico 10 
 
#REFLITA# 
 
Do duplo elemento de uma época, o mutável e o fixo - o ainda não comprovado e o esta- 
belecido definitivamente - , somente o último é cumulativo e progressivo. Os elementos 
que constituem grande parte da ciência e que são transitórios e efêmeros, como certas 
hipóteses e teorias, perdem-se no tempo, conservando, quando muito, interesse históri- 
co. Cada época elabora suas teorias segundo o nível de evolução em que se encontra, 
substituindo as antigas, que passam a ser consideradas como superadas e anacrônicas 
(CERVO, BERVIAN E SILVA, 2007). 
• Ciência grega, que abrange o período do século VIII aC até o final do século 
XVI; 
• Ciência moderna, do século XVII até o início do século XX; 
• Ciência contemporânea que surge no início deste século até os dias atuais. 
 
 
UNIDADE I Método Científico 11 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1 O CONHECIMENTO CIENTÍFICO 
 
Prezado (a) aluno (a) você já deve ter ouvido falar sobre conhecimento científico. 
Esse tipo de conhecimento vai um pouco além do que chamamos de conhecimento empí- 
rico (que é aquele que adquirimos com nossa experiência do dia a dia). 
O conhecimento empírico tem como característica o que chamamos de conheci- 
mento superficial, com base nos nossos sentidos e subjetividade. Além disso, ele é 
tratado como conhecimento de senso comum que tem origem popular e é adquirido pela 
convivência com coisas e pessoas ao longo do tempo. Nesse tipo de conhecimento não é 
necessário o aprofundamento do assunto, e sim, somente a observação. 
De acordo com Cervo, Bervian e Silva (2007, p.7) “o conhecimento científico vai 
além do empírico, procurando compreender, além do ente, do objeto, do fato e do fenôme- 
no, sua estrutura, sua organização e funcionamento, sua composição, suas causas e leis.” 
É importante ressaltar que o conhecimento científico trata de informações e fatos 
que passaram por análises e testes e consequentemente foram comprovados. Além 
disso, lida com fatos e ocorrências, podendo ser verificado. Outro ponto importante é que 
ele é aproximadamente exato e sistemático, ou seja, ordenado logicamente. 
São ainda características do conhecimento científico segundo Cervo, Bervian e 
Silva (2007): 
• É certo, pois sabe explicar os motivos da sua certeza; 
• Se refere a ocorrências ou fatos; 
• É geral, pois conhece no real o que há de mais universal e válido para todos os 
casos da mesma espécie; 
UNIDADE I Método Científico 12 
• A ciência partindo do indivíduo concreto, procura o que nele há de comum com 
relação aos demais da mesma espécie; 
• Trabalha com ensaios e experiências ; 
• É metódico e sistemático , pois o conhecimento está logicamente ordenado; 
• É verificável, pois pode ser testado; 
• É falível, pois está em permanente evolução. 
O autor ainda ressalta que a essas características pode-se acrescentar outras 
propriedades da ciências, como a objetividade, o interesse intelectual e o espírito crítico. 
Para você compreender melhor, apresentamos aqui alguns exemplos de conheci- 
mento científico: 
• Um corpo em queda livre cai com a aceleração da gravidade. 
• O ouvido humano consegue ouvir freqüências entre 20 e 20.000 Hz. 
• O átomo é a menor partícula da matéria. 
• O Universo foi gerado por uma grande explosão. 
• Ou seja, todos esses exemplos citados possuem características e foram obtidos 
mediante métodos abordados anteriormente. 
 
 
 
#REFLITA# 
 
Como exemplo da importância do método para o desenvolvimento da ciência, pode-se 
lembrar que, no século XIX, objetivando estudar os neurônios, o médico italiano Camillo 
Golgi desenvolveu um método de coloração por prata que, ao microscópio, revelava toda a 
estrutura de um neurônio, incluindo o corpo celular e seus dois principais tipos de projeção 
ou prolongamento: os dendritos e os axônios. Com base no uso do método de coloração 
por prata de Golgi, o histologista espanhol Santiago Rámon y Cajal conseguiu marcar as 
células individuais, mostrando dessa forma que o tecido neural não era uma massa con- 
tínua, mas uma rede de células distintas (KANDEL, SCHWARTZ E JESSEL, 1997, p. 6) 
Hoje existem inúmeros e avançados métodos de estudo do sistema nervoso, os quais 
são utilizados em conformidade com o objetivo da pesquisa, com o objeto de estudo e o 
problema. Por exemplo, um dos métodos utilizados para o estudo do sistema nervoso é o 
método de produção de lesões seletivas por meio de aplicação múltipla e tópica de drogas 
(neurotoxinas) ou ainda, por meio de aplicação de radiação, com a finalidade de estudar 
os efeitos de determinada lesão no comportamento de um animal (SOARES, 2003). 
UNIDADE I Método Científico 13 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2 METODOLOGIA CIENTÍFICA:CONCEITOS E DEFINIÇÕES 
 
Olá aluno(a) você já deve ter ouvido falar dela, a metodologia científica, mas muitos 
estudantes ficam confusos sobre o que ela trata e como aplicá-la em seus trabalhos. Por 
isso vamos falar aqui sobre a metodologia científica e tudo o que é importante você saber 
sobre ela para conseguir concluir seu curso com êxito em seus trabalhos. 
A metodologia científica tem fundamental importância para a elaboração de vários 
tipos de pesquisa acadêmica, tais como: TCC, monografia, artigo científico, tese, disserta- 
ção, entre outros. É importante salientar que, para a formação do conhecimento científico 
é necessário compreender que a Ciência atende a um procedimento metódico onde 
partimos do problema de pesquisa. 
Assim, a metodologia, de uma forma geral, é o estudo dos métodos e dos instru- 
mentos que visam e auxiliam a elaboração de um trabalho científico (KOCHE, 1997). 
De uma maneira geral, o método pode ser entendido como um conjunto de proces- 
sos ou etapas, dos quais é possível chegar a algum conhecimento (LAKATOS E MARCONI, 
2003). 
Neste contexto, Cervo e Bervian (2007) afirmam que o pesquisador não pode se 
dar ao luxo de fazer tentativas ao acaso para ver se obter algum êxito inesperado. Em 
outras palavras, o método não é escolhido ao acaso ou inventado. 
Você como aluno(a) aplicará uma metodologia para a conclusão de um curso de 
graduação ou pós graduação, seja no formato de um artigo, tcc ou monografia. 
https://blog.mettzer.com/monografia
UNIDADE I Método Científico 14 
Portanto,compreender o método científico é vital para a produção da ciência, mas 
também pode ser utilizado em situações da sua vida profissional ou até mesmo em situa- 
ções simples do seu dia a dia. 
Imagine caro(a) aluno(a), por exemplo, que ao chegar em casa após um dia cansa- 
tivo de trabalho, você decide ligar sua televisão para assistir seu canal preferido. Porém, ao 
apertar o botão do controle remoto para ligá-la nada acontece. Mais do que depressa, você 
começa a pensar nas hipóteses que possam explicar esse problema. 
Por exemplo, pensando em uma das hipóteses: o cabo de alimentação não está li- 
gado na tomada de energia. Entretanto, você observa que o mesmo está conectado. Assim, 
a primeira hipótese é refutada. 
Agora pensando em outra hipótese: acabou a energia da sua rua. Para verificar 
você tenta ligar alguma luz ou outro aparelho da sua casa e verifica que tudo está funcio- 
nando perfeitamente. Ou seja, a segunda hipótese também é rejeitada. 
Você poderia pensar em inúmeras hipóteses na tentativa de descobrir a causa da 
televisão não ligar. Descobrindo ou não, você acabou de aplicar o método científico em uma 
simples situação corriqueira 
Assim, o método científico pode ser definido como um conjunto de regras básicas 
para realizar uma experiência, a fim de produzir um novo conhecimento, bem como corrigir 
e integrar conhecimentos pré-existentes (VIANNA, 2001). 
 
a. Método racional e método científico 
Alguns autores identificam a ciência com o método. O método científico quer des- 
cobrir a realidade dos fatos e assim orientarem o seu uso. Porém o método é apenas um 
meio de acesso, só o pesquisador por meio da inteligência e reflexão descobrem a verdade 
sobre os fatos e fenômenos (CERVO, BERVIAN E SILVA, 2007). 
“Em suma, método científico é a lógica geral, tácita ou explicitamente empregada 
para apreciar os méritos de uma pesquisa” (NAGEL, 1969, p.19) 
O outro tipo de método, o racional, também é científico, embora os assuntos a que 
se aplica não seja, realidades, fatos ou fenômenos que possam ser comprovados experi- 
mentalmente. Desta maneira as disciplinas que o empregam, como por exemplo as áreas 
da filosofia, não por isso deixam de ser verdadeiras ciências (KOCHE, 1997). 
UNIDADE I Método Científico 15 
b. Etapas do método científico 
Como vimos nos tópicos anteriores, método é a ordem que se deve impor aos 
diferentes processos necessários para atingir um objetivo. Nas ciências, por exemplo, é o 
conjunto de processos empregados na investigação e demonstração da verdade (CERVO, 
BERVIAN E SILVA, 2007) 
Agora que você compreendeu a definição de método científico, vamos falar das 
etapas do mesmo. 
Marconi e Lakatos (2003) definem que o método científico é dividido em quatro 
etapas, sendo elas: 
a) A observação que é a etapa em que há execução dos questionamentos sobre 
o fato observado, a formulação de uma hipótese que é uma possível explicação para o 
problema em questão; 
b) A experimentação, onde o pesquisador realiza experiências para provar a vera- 
cidade de sua hipótese; 
c) A interpretação dos resultados, momento em que o pesquisador interpreta os 
resultados de sua pesquisa; e, por fim, 
d) A conclusão, onde é feita uma análise final e considerável sobre o fato em 
questão. 
Segundo Nagel (1969, p.19) “o método científico é a lógica geral, tácita ou 
explicitamente empregada para apreciar os méritos de uma pesquisa.” 
Assim, vemos que o método científico faz uso da observação, analise, descrição, 
comparação e processos de dedução e indução para se chegar ao objetivo da pesquisa. 
UNIDADE I Método Científico 16 
 
SAIBA MAIS 
 
Elaborar um mapa mental pode ajudar a memorizar o conteúdo estudado, assim como 
organizar informações e ideias. Muitas pessoas tem dificuldade de memorizar conteú- 
dos e os seus detalhes importantes. Dessa maneira, uma das técnicas que auxiliam 
nessa memorização é elaborar um mapa mental: ele consiste em um maneira de orga- 
nizar essas informações e assim facilitar sua compreensão. Para assimilar as etapas 
do método científico, por exemplo, uma dica é fazer uso do mapa mental, onde você 
mesmo(a) aluno(a) pode elaborar o seu. 
Beatriz Rohling
Apagar somente a imagem.
UNIDADE I Método Científico 17 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3 O MÉTODO CIENTÍFICO E SUAS ABORDAGENS 
 
Caro(a) aluno(a), ao desenvolvermos uma pesquisa científica as principais aborda- 
gens metodológicas utilizadas são qualitativas e quantitativas (KOCHE, 1997). Há autores, 
porém, que apresentam a possibilidade da junção entre as duas abordagens, surgindo 
assim uma pesquisa considerada mista. 
Repensando o conceito de paradigma postulado por Kuhn (1962), existe um con- 
junto de crenças e valores partilhados por uma comunidade científica; a escolha de um 
pesquisador por um paradigma envolve uma visão de mundo e a forma de como estudá-lo. 
Agora você deve estar se perguntando: e qual forma devo utilizar em minha pes- 
quisa científica? A resposta é: depende do tipo de pesquisa que vc está desenvolvendo. 
Lalande (1996, p.899) faz a seguinte comparação: 
“O estudo qualitativo de uma curva, por exemplo, é a descrição de seu aspecto 
geral e, por assim dizer, físico, por oposição ao estudo quantitativo que analisa exatamente 
a sua equação.” 
Falaremos a partir de agora de cada uma dessas abordagens. 
 
a. Abordagem quantitativa 
De acordo com Soares (2003) esse tipo de abordagem, como já diz o nome, tem 
a ver com a quantificação de dados por meio de uma pesquisa, dessa maneira são neces- 
UNIDADE I Método Científico 18 
sários estudos e técnicas estatísticas (porcentagem, medidas de tendência central e de 
dispersão, entre outras). 
O autor ainda aconselha a utilização desse tipo de abordagem quando se estuda e 
dimensiona a relação entre variáveis, ou ainda, relação entre fenômenos. 
 
b. Abordagem qualitativa 
Para Oliveira (1997) ao contrário da abordagem quantitativa, a qualitativa não apli- 
cará métodos e ferramentas estatísticas para análise de um problema. 
O autor destaca ainda que, na abordagem qualitativa, o pesquisador irá analisar 
os fatos por meio de teorias, buscando então a solução do problema inicial. São exemplos 
de aplicações desse tipo de abordagem: descrever hipóteses e problemas, classificar e 
compreender processos sociais, interpretar fatos, leis, teorias, entre outros. 
 
c. Abordagem mista 
Como o nome já diz, trata-se de uma abordagem que mistura técnicas de pesquisa 
qualitativa juntamente com a abordagem quantitativa. 
Essa combinação de diferentes formas de coleta de dados inicia-se na década de 
1950 e nos anos 70 houve um crescimento no número de pesquisas que juntavam dados 
qualitativos e quantitativos. Já na década de 80 cresce o interesse quanto aos procedimen- 
tos que caracterizam estudos mistos e, finalmente, nos anos 90, surgem obras escritas 
sobre metodologia mista. 
Rocco (2003) apresenta as divisões das etapas de um estudo misto que são: 
-Primeira Etapa: tipo de projeto a investigar podendo ser exploratórios ou confirma- 
tórios; 
-Segunda Etapa: tipo de coleta de dados; 
-Terceira Etapa: análise e Inferência dos dados. 
Tanto os métodos quantitativos quanto os métodos qualitativos apresentam limi- 
tações. Nesse sentido, a utilização da abordagem mista, aparece como forma de se obter 
uma compreensão mais abrangente dos fenômenos ao combinar os diferentes métodos 
utilizando os pontos fortes de cada um deles (CRESWELL; 2009). 
Segundo Silverman (2009), na prática, há três maneiras principais de combinar a 
pesquisa qualitativa e quantitativa. A primeira consiste na utilização da pesquisa qualitativa 
para explorar um tema específico, visando montar um estudo quantitativo. O autor ressalta 
também que é possível começar com um estudo quantitativo a fim de estabelecer os con- 
tornos amplos do campo para, a seguir, utilizar a pesquisa qualitativa. E por fim, existea 
UNIDADE I Método Científico 19 
 
#REFLITA# 
 
O trinômio verdade - evidência - certeza: o problema do conhecimento é, em grande 
parte, enigmático. O ser humano é cheio de limitações, e a realidade que pretende 
conhecer e dominar é múltipla e complexa. Diante disso, surgem inúmeras questões: 
o ser humano pode conhecer a verdade? O que é verdade? Quais são as evidências 
que temos de que as verdades reveladas pela religião ou descobertas pela ciência são 
realmente a verdade? Como podemos ter certeza de que o ser humano e a humanidade 
estão no caminho certo? (CERVO; BERVIAN E SILVA, 2007) 
possibilidade da elaboração de um estudo qualitativo que utiliza dados quantitativos para 
localizar resultados em um contexto mais amplo. 
 
 
UNIDADE I Método Científico 20 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Prezado(a) aluno(a), vimos nessa unidade conceitos da ciência e da metodologia 
científica como forma de prepará-lo(a) para as unidades seguintes que tratam mais espe- 
cificamente da pesquisa científica. 
Observamos que, a pesquisa, o conhecimento e a produção de informações 
novas evo- luem constantemente nos dias atuais tornando assim o assunto complexo. 
Há alguns anos, a pesquisa era mais voltada para a formação profissional e ingresso 
no mercado de trabalho, já nos dias de hoje muitas das pesquisas respondem a 
demandas do governo e da sociedade. 
Assim, a ciência é o conhecimento que almeja a compreensão das verdades, teo- 
rias ou leis para assim conseguir explicar o funcionamento do universo como um todo. É por 
isso que cientistas fazem observações, verificações, medições, análises e classificações, 
procurando entender os fatos e traduzi-los para uma linguagem estatística. 
E é aí que entra o método científico. A metodologia, de uma forma geral, é o 
estudo dos métodos e dos instrumentos que visam e auxiliam a elaboração de um trabalho 
científico. Você como aluno(a) aplicar uma metodologia para a conclusão de um curso de 
graduação ou pós graduação, seja no formato de um artigo, tcc ou monografia. 
 
Bons estudo e até a próxima! 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
UNIDADE I Método Científico 21 
 
 
 
A importância da Ciência para a sociedade 
 
 
A Ciência exerce uma grande influência em nossa vida cotidiana a ponto de ser 
difícil imaginar com seria o mundo atual sem a sua contribuição ao longo do tempo. Parti- 
cularmente no mundo dos medicamentos é fácil relembrar a grande evolução acontecida 
após a segunda guerra mundial. 
A Ciência tem sido a grande responsável pelas transformações tecnológicas que 
têm suportado as incríveis evoluções nas concepções dos novos medicamentos, aos en- 
tendimentos de mecanismos de ação de fármacos, das particularidades das relações entre 
estruturas químicas e efeitos farmacológicos, assim como dos efeitos adversos. 
Contudo, a Ciência, ao lado de proporcionar novas abordagens em torno da maioria 
dos aspectos envolvidos em nossa vida, também produziu seus efeitos colaterais, tais como 
as questões éticas importantes envolvidas na clonagem ou nas manipulações genéticas, no 
uso de animais de laboratório, entre outros. 
Dessa forma, é inegável que muitas coisas não existiriam ou teriam um entendi- 
mento muito limitado sem a contribuição decisiva das teorias científicas, mas também é 
certo que muitos outros novos problemas derivados dessa evolução virão a existir num 
futuro próximo. 
Embora, no passado, nem sempre houve uma percepção clara da contribuição da 
Ciência na vida cotidiana, ela sempre esteve presente nos grandes eventos da humanida- 
de, por exemplo, desde a percepção do ser humano para a manutenção e aproveitamento 
do fogo e das técnicas de preparação de corpos por mumificação. Na atualidade, a Ciência 
tem um papel fundamental no conhecimento do ser humano em torno da realidade e do 
significado do mundo em que vivemos. 
 
Fonte: OLIVEIRA A.G.; SILVEIRA D. A importância da Ciência para a sociedade. Revista Infarma. V. 25, Nº 
4, 2013. Disponível em: http://revistas.cff.org.br/?journal=infarma&page=article&op=download&path%5B%- 
5D=572&path%5B%5D=pdf. 
LEITURA COMPLEMENTAR 
http://revistas.cff.org.br/?journal=infarma&page=article&op=download&path%5B%5D=572&path%5B%5D=pdf
http://revistas.cff.org.br/?journal=infarma&page=article&op=download&path%5B%5D=572&path%5B%5D=pdf
UNIDADE I Método Científico 22 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LIVRO 
Título: Scielo 15 anos de acesso aberto: um estudo analítico sobre acesso 
aberto e comunicação científica Autor: Abel 
Packer e outros Editora: Unesco 
Sinopse: este é um livro sobre o Scielo que buscou documentar uma boa prática 
de publicação em acesso aberto. Os acessos aos portais da Rede Scielo de mais de 
1 milhão por dia para explorar as ciências e um número semelhante de downloads 
de pesquisa científica dão o testemunho de que o Scielo tem sido um guia para 
difundir e ampliar o conhecimento contido nas páginas de periódi cos e de livros. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
MATERIAL COMPLEMENTAR 
UNIDADE I Método Científico 23 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FILME/VÍDEO 
Título: Antônio conselheiro - o taumaturgo dos sertões 
Ano: 2012 
Sinopse: o filme retrata a famosa guerra de Canudos, quando o governo 
republicano enviou expedições para derrubar a cidade erguida no sertão por 
Antônio Conselheiro, líder espiritual e político que propunha protestos contra o 
governo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
UNIDADE I Método Científico 24 
WEB 
Para melhor fixação dos conteúdos abordados neste capítulo sugerimos a você 
aluno. Acessar o seguinte link abaixo. Nele você terá uma abordagem do 
conhecimento científico bem como o senso comum narrado por Mário Sérgio Cortella 
que trará uma representação bem real sobre conhecimento. 
Para saber mais sobre o assunto, acesse: o link disponível em: 
https://www.youtube.com/watch?v=u7eVkTJC2ds. Acessado em: 09 mar. 2020. 
Publicado por Mário Sérgio Cortella. 
http://www.youtube.com/watch?v=u7eVkTJC2ds
 
 
 
UNIDADE II 
Pesquisa Científica 
Professora Dra. Ana Paula Stroher 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Plano de Estudo: 
• Conceitos e Definições de pesquisa científica; 
• Cuidados com a escolha das fontes de pesquisa; 
• Principais aspectos da ética da pesquisa. 
 
Objetivos da Aprendizagem 
• Conceituar e contextualizar a pesquisa científica; 
• Compreender a ética na pesquisa; 
• Estabelecer a importância da escolha das fontes de pesquisa. 
23 
UNIDADE II Pesquisa Científica 24 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Prezado(a) aluno(a) daremos início a segunda unidade da nossa apostila. Aqui 
falaremos mais especificamente sobre a pesquisa científica e as questões éticas que estão 
envolvidas nesse contexto. 
A pesquisa científica é um dos instrumentos que permitem se manter informado e 
também gerar conhecimento. 
Veremos que a pesquisa é iniciada a partir de fontes de informação que possam 
trazer o conteúdo desejado, seja em livros, teses, dissertações, artigos científicos etc. É aí 
que falaremos também sobre a importância da escolha das fontes de pesquisa. 
A escolha das fontes de pesquisa faz parte da ética do pesquisador. Entre outros 
quesitos se o pesquisador não obedecer a regras de conduta, ética, métodos 
rigorosos da pesquisa científica, padrões de qualidade e a procedimentos reconhecidos no 
meio científico, esse legado não será deixado de forma íntegra e com credibilidade. 
Com a intensificação do uso da internet o plágio tem sido um assunto preocupante 
no meio acadêmico. Além disso, muitas pessoas acham que tudo o que é publicado na 
internet é válido. Veremos que não é bem assim. 
Dessa maneira, é essencial que os pesquisadores em seus diferentes níveis, utili- 
zem-se de preceitos éticos e ao desenvolverem suas pesquisas. 
Ao longo dessa unidade abordaremos esses preceitos e ajudaremos você aluno(a) 
com os primeiros passos para ingressar na pesquisa científica. 
 
 
Bons estudos!INTRODUÇÃO 
UNIDADE II Pesquisa Científica 25 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1. PESQUISA CIENTÍFICA 
 
Caro(a) aluno(a) quando falamos em pesquisa várias são as definições que pode- 
mos apresentar, tanto em um simples pesquisa no nosso dia a dia como em uma pesquisa 
para descoberta de um novo medicamento. Nosso foco aqui será a pesquisa científica no 
âmbito acadêmico. 
A pesquisa é definida como um questionamento, uma investigação, uma indagação 
que leva ao conhecimento, ou seja, visa o conhecimento de aspectos da realidade. Pode-se 
dizer que é um processo de produção de conhecimento (TOZONI-REIS, 2007). 
Para Knechtel (2014), a pesquisa é uma investigação científica, que produz co- 
nhecimento por meio de uma atividade intelectual, intencional e sistemática, procurando 
respostas para necessidades do ser humano. 
Dependendo da qualificação do pesquisador, a pesquisa terá objetivos e resultados 
diferentes. O estudante universitário, iniciante na pesquisa e o pesquisador profissional (já 
há tempos trabalhando com pesquisa) terão objetivos diferentes. O objetivo dos iniciantes 
é a aprendizagem e treino de técnicas, refazendo então caminhos já percorridos por pes- 
quisadores (CERVO, BERVIAN, SILVA, 2007). 
Segundo Leite (2008), a pesquisa científica obrigatoriamente usa o método científi- 
co e tem por por objetivo buscar, através dos métodos e das técnicas, as soluções para os 
problemas identificados. Além disso, por meio dela é possível a elaboração de teorias e a 
construção de um conhecimento metódico, sistemático, válido e universal. 
UNIDADE II Pesquisa Científica 26 
 
#SAIBA MAIS# 
 
Os cursos de pós graduação são divididos em Lato Sensu e Stricto Sensu. Lato Sensu 
significa “em sentido amplo” e compreende os cursos de pós-graduação voltados para 
especializações. Stricto Sensu significa “em sentido limitado”, ou seja, essa pós-gradua- 
ção está restrita aos cursos de mestrado e doutorado. Assim como no Lato Sensu, os 
alunos que desejam fazer um curso Stricto Sensu devem ter concluído uma graduação. 
 
Fonte: ANPG, 2020. 
Veremos ao longo desta apostila que ao realizarmos uma pesquisa científica utili- 
zamos a metodologia científica, definindo uma série de etapas como: escolha do tema, a 
definição dos objetivos, o procedimento de coleta de dados (método e técnica), a interpre- 
tação das informações e apresentação dos resultados 
 
 
 
1.1 Tipos de pesquisa 
O interesse e curiosidade do homem pelo saber levam-no a investigar a realidade e 
cada abordagem permite diferentes aprofundamentos e enfoques, isso porque depende do 
objeto de estudo e da qualificação do pesquisador. Dessa maneira, existem diferentes tipos 
de pesquisa (CERVO, BERVIAN E SILVA, 2007). 
Koche (1997) define os tipos de pesquisa de acordo com o procedimento geral que 
é utilizado para investigar o problema e os distingue em: 
• Pesquisa bibliográfica: é a que se executa tentando explicar um problema, 
utilizando conhecimentos prévios já publicados. Seu objetivo é o de conhecer 
e analisar as contribuições teóricas existentes sobre um determinado tema ou 
problema. 
• Pesquisa experimental: o pesquisador analisa o problema, constrói hipóteses 
e manipula variáveis para avaliar suas relações com o fenômeno em estudo. 
Neste tipo de pesquisa o pesquisador pode controlar e avaliar os resultados 
dessas relações. 
• Pesquisa descritiva, não experimental ou ex post facto: estuda a relação 
entre as variáveis de um fenômeno, porém sem manipulá-las. Ela constata e 
avalia as relações à medida que as variáveis se manifestam espontaneamente. 
• Pesquisa exploratória: é utilizada nos casos onde ainda não tem-se teorias e 
conhecimentos desenvolvidos. É necessário então, desencadear um processo 
de investigação que identifique a natureza e as variáveis do fenômeno. 
UNIDADE II Pesquisa Científica 27 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2. ÉTICA NA PESQUISA CIENTÍFICA 
 
Caro(a) aluno(a) ao se elaborar e apresentar uma pesquisa científica acredita que 
o que se tem são linhas que transcrevem a verdade de um sujeito de moral, baseado em 
suas pesquisas e estudos. 
É fácil perceber isso. Quando você vai até a biblioteca e escolhe um livro para 
entender melhor um determinado assunto: você acredita no autor do livro ou desconfia 
daquilo que ele escreveu? Acreditamos, pois partimos do princípio que o autor teve ética 
em sua pesquisa e assim entre vários dos seus deveres, está transmitindo informações 
verdadeiras. 
Segundo Chauí (1994), o termo ético advém do sentido grego de ethos: “caráter, 
índole natural, temperamento”. 
Nesse sentido, a ética é utilizada para estabelecer deveres e regras de um indivíduo 
em sociedades: seja em suas atividades profissionais, em seu relacionamento com clientes 
ou até mesmo nas amizades. 
Booth, Colomb e Willians (2000) afirmam que a pesquisa começa com nossa con- 
vicção de que essa é uma atividade inteiramente social, que nos une àqueles cuja pesquisa 
usamos e, da mesma forma àqueles que usarão a nossa. 
Quando falamos em pesquisa científica, é importante citar o Conselho Nacional de 
Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) que é uma agência governamental, junto 
ao Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT). 
UNIDADE II Pesquisa Científica 28 
O CNPq tem como finalidade o incentivo da pesquisa científica e tecnológica e a 
formação de pesquisadores no Brasil. Para tanto, fez-se necessário definir um conjunto 
de diretrizes para promover a ética na publicação de pesquisas científicas e estabelecer 
parâmetros de investigação para condutas não adequadas. 
Assim, o CNPq (2020) estabelece diretrizes básicas para a integridade na atividade 
científica, sendo algumas delas: 
• O autor deve sempre dar crédito a todas as fontes que fundamentam 
diretamente seu trabalho. 
 
• Quando se resume um texto alheio, o autor deve procurar reproduzir o 
significado exato das ideias ou fatos apresentados pelo autor original, 
que deve ser citado. 
 
 Para evitar qualquer caracterização de autoplágio, o uso de textos e tra- balhos anteriores do próprio 
autor deve ser assinalado, com as devidas referências e citações. 
 
• Quando estiver descrevendo o trabalho de outros, o autor não deve 
confiar em resumo secundário deste trabalho, o que pode levar a uma 
descrição falha do trabalho citado. Sempre que possível consultar a 
literatura original. 
 
• Somente as pessoas que emprestaram contribuição significativa ao 
trabalho merecem autoria em uma publicação, ou seja, participaram da 
realização de experimentos, na elaboração do planejamento experimen- 
tal, análise de resultados ou elaboração do corpo do manuscrito. 
 
• Falsificação e fabricação de resultados. 
 
Além disso, outro ponto que merece atenção é o plágio. A apropriação indevida 
de obras de outros autores é antiético e é caracterizado como crime de violação do direito 
autoral pela lei brasileira, assim como pela legislação de outros países. 
Hoje já existem ferramentas para verificação de plágio em questões dissertativas 
e produções textuais por exemplo, que pode ser facilmente detectado em programas com- 
putacionais. 
De acordo com Maurer, Kappe e Zaka (2006) os métodos de descoberta de plágio 
através de softwares geralmente são divididos em três categorias: comparação entre docu- 
mentos, busca por parágrafo suspeito na internet e a estilometria. 
Portanto para evitar uma situação desagradável, toda obra que você utilizar em seu 
trabalho deve ser dado os devidos créditos aos autores por meio das citações. 
Caro(a) aluno(a) é importante ressaltar que quando se pratica pesquisa, é indispen- 
sável pensar na responsabilidade do pesquisador no processo de suas investigações e de 
seus produções científicas. 
UNIDADE II Pesquisa Científica 29 
 
 
#REFLITA# 
 
A ética manifesta-se a partir do momento que o sujeito começa a se relacionar, esta- 
belecer vínculos sociais. Aquestão do bem e do mal se manifesta na dimensão social 
cotidiana em consequência dos valores que norteiam as escolhas do sujeito. Essas 
escolhas constroem e significam conceitos comportamentais que se constituem em va- 
lores almejados ao longo da história em sociedade (CORDI, et al, 2007). 
UNIDADE II Pesquisa Científica 30 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3. CARACTERÍSTICAS DA PESQUISA CIENTÍFICA 
 
De acordo com Ruiz (1985) “Pesquisa científica é a realização concreta de uma 
investigação planejada, desenvolvida e redigida de acordo com as normas da metodologia 
consagradas pela ciência” 
Naves (1998) destaca algumas características da pesquisa científica: 
- Ocorre e se desenvolve em torno de um problema: a razão de ser de uma pesquisa 
é a de estar ligada a um problema e não necessariamente resolvê-lo ou ter uma aplicação 
imediata. 
- É necessário trabalho criativo em todas as fases, para tanto é preciso ter curiosi- 
dade científica. 
- Visa descobrir generalizações, isto é, transferir a informação obtida a partir de 
uma amostra, para toda a população de origem. 
- Busca “dominar” um fenômeno: através da geração de novos conhecimentos e 
novos problemas, levando a um maior entendimento do fenômeno . 
- Faz uso de método científico: o estudo que não utiliza métodos e técnicas fun- 
damentados na ciência, não constitui uma pesquisa (falaremos do método científico mais 
adiante ) 
- Envolve informações precisas. 
A autora ainda destaca que é importante que o pesquisador também tenha algumas 
características: 
UNIDADE II Pesquisa Científica 31 
 
#SAIBA MAIS# 
 
Conforme o estudante progride na carreira acadêmica, seguindo para programas de 
pós-graduação, seu entendimento sobre pesquisa científica também avança e ele é ca- 
paz de aplicar metodologias mais complexas em seus estudos. 
Fonte: BARTHES, R. Escritores, intelectuais, professores. In: O rumor da língua. Editora 
Brasiliense: São Paulo, p. 313-332, 1988. 
• Espírito científico e curiosidade para investigar o problema; 
• Raciocínio lógico, capacidade de observar e interpretar; 
• Criatividade; 
• Disciplina; 
• Rigor científico. 
 
Dessa maneira, pode-se dizer que a pesquisa científica é essencial para a cons- 
trução do saber nas universidades, para que assim elas possam cumprir com o seu papel 
social e do bem-estar e soberania da sociedade. 
Caro(a) aluno(a) visto a importância da pesquisa científica para a sociedade como 
um todo, pense na possibilidade em fazer parte desse meio científico já na graduação, 
quem sabe até por meio de uma Iniciação Científica! Mas lembre-se, é importante que você 
esteja disposto a cumprir com os deveres de um pesquisador, pois pesquisa científica é 
rigorosa! 
 
 
UNIDADE II Pesquisa Científica 32 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4. ETAPAS DA PESQUISA CIENTÍFICA 
 
Caro(a) aluno(a), de acordo com Severino (2013) a documentação é uma prática 
do trabalho e da pesquisa. Cabe ao aluno recolher as informações dadas em sala de aula, 
anotações e depois submetê-las a uma triagem. 
Dessa maneira, é possível fazer uma comparação com a pesquisa científica: esse 
mesmo processo equivale ao início da estruturação do trabalho acadêmico. 
O estudante deve identificar qual o tema será trabalhado em sua pesquisa científi- 
ca, e posteriormente buscar as fontes que o ajudarão no desenvolvimento de seu trabalho. 
Nesse processo de escolha das fontes de pesquisa, deve-se fazer uma análise 
textual para que o embasamento teórico deste estudo seja o mais adequado e delimitado 
possível. Atenção: nesse processo deve cuidar para não se distanciar do tema. 
Aqui, ainda, deve-se atentar às fontes confiáveis de informação, evitando-se assim 
o uso de informações incorretas e não validadas cientificamente. 
Prezado(a) aluno(a), as fontes de pesquisa farão parte de todo o trabalho acadê- 
mico desenvolvido por você ao longo do seu curso. As fontes de pesquisa se referem ao 
conjunto de materiais que você utilizará para fundamentar o seu projeto de pesquisa. 
É importante ressaltar que por mais simples que seja o trabalho ou a pesquisa, es- 
tes não poderão ser desenvolvidos com apenas uma fonte de pesquisa. É necessário fazer 
uma pesquisa ampla, selecionando as melhores fontes de pesquisa para dar embasamento 
ao seu trabalho . 
https://blog.mettzer.com/projeto-de-pesquisa/
UNIDADE II Pesquisa Científica 33 
Lembre-se é necessário termos ética em nossa pesquisa, por isso, é preciso ser 
criterioso com as referências que se utiliza e tomar cuidado para não reproduzir conteúdos 
sem validade científica. 
A seguir vamos apresentar algumas dicas que auxiliarão você aluno(a) em buscar 
adequadamente as fontes de pesquisa para o seu trabalho. 
• Saber o que você procura: delimite por meio de palavras-chave e assim 
evita de ir muito além do assunto que pesquisa. Quando maior a delimi- tação da sua 
pesquisa, maior a quantidade de fontes específicas sobre o tema que procura. 
 
• Dê preferência para as fontes de pesquisa que tem maior envolvimento com 
seu tema e sua área. 
 
• Evite fazer as citações de citações (quando você cita um autor por meio da 
obra de outro). Sempre que possível busque a obra original para sua pesquisa. 
 
• Utilize fontes de pesquisa diversificadas. Sabemos que a internet facilita 
muito o acesso a materiais, porém livros em bibliotecas físicas são muito válidos e 
confiáveis, portanto não podem ser deixados de lado. 
 
Você pode estar se questionando: mas então quais são os meios confiáveis que 
posso utilizar para minha pesquisa? 
Aluno(a) é natural que você fique um pouco perdido nas suas primeiras pesquisas. 
Vamos aqui então indicar algumas fontes que você pode consultar quando precisar: 
• Livros: tanto no formato físico como e-books; 
• Periódicos: revistas cientificas nacionais e internacionais; 
• Artigos científicos; 
• Legislações; 
• Teses e dissertações. 
Lembre-se: a correta escolha da fonte de pesquisa também faz parte da ética do 
pesquisador! 
Agora você pode estar se perguntando: mas onde encontrar todo esse material? 
Segue abaixo algumas bases que você pode acessar. 
• Bibliotecas universitárias: a maioria das universidades já têm inclusive as biblio- 
tecas online; 
• Google acadêmico: muito utilizado para fazer busca de artigos, livros e revistas. 
• Scielo: possui revistas de diferentes países, além de livros e revistas; 
• Scopus: é o site da editora Elsevier onde também podemos encontrar artigos, 
livros e revistas de diversas áreas; 
• Plataforma sucupira: permite o acesso a revistas nacionais e internacionais. 
UNIDADE II Pesquisa Científica 34 
Entre outras inúmeras bases de publicações científicas que existem. 
De acordo com Beaud (2000) apresentamos aqui, de uma forma resumida, as 
etapas do processo de pesquisa científica: 
 
1. Escolha do tema: O que eu pretendo estudar? 
2. Revisão de literatura: Pesquisa bibliográfica da literatura relacionada ao tema; 
3. Justificativa: o porquê de ter escolhido o tema; 
4. Formulação do problema de pesquisa; 
5. Metodologia: como irei chegar aos resultados? 
6. Análise e discussão dos resultados; 
7. Conclusão: relacionada aos resultados obtidos. 
 
Posteriormente falaremos mais detalhadamente de cada uma dessas etapas. 
UNIDADE II Pesquisa Científica 35 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Prezado(a) aluno(a) o objetivo dessa unidade foi fornecer conhecimentos sobre a 
pesquisa científica e principalmente com as questões éticas envolvidas nesse meio. 
Assim como devemos ter ética nas nossas relações com clientes, colegas, etc, ao 
desenvolver uma pesquisa científica temos também um conjunto de regras e deveres a 
serem cumpridos. 
Ao iniciar no mundo da pesquisa é importante termos a convicção que estamos 
unidos tanto àqueles cuja pesquisa utilizamos quanto àqueles que utilizarão a nossa futura- 
mente. Dessa maneira, mais uma vez ressaltamos a importânciado cuidado ao desenvol- 
vermos uma pesquisa: estamos produzindo conhecimento para a sociedade. 
Uma das coisa que mais assusta o estudante é desenvolver uma pesquisa científi- 
ca. Muitos deles não sabem nem por onde começar. Vimos aqui que escolher boas fontes 
de pesquisa já é um primeiro passo para o sucesso no seu trabalho. 
Dessa maneira, ao longo das nossas unidades queremos oferecer a você subsídios 
para garantir o maior nível de qualidade nos trabalhos científicos a serem apresentados 
durante a sua vida acadêmica. 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
UNIDADE II Pesquisa Científica 36 
 
 
 
O CNPQ, O PLÁGIO E A ÉTICA NA PESQUISA ACADÊMICA 
Longe de um devido aprofundamento técnico, já que a proposta do presente texto 
é o trato objetivo-informativo da temática em voga, o plágio possui várias peculiaridades, 
como se pode observar, não obstante, existirem duas características das quais não se pode 
desviar: é prática de ato fraudulento e é mera repetição de algo já existente, não consti- 
tuindo nenhum tipo de evolução tecnológica para qualquer área da ciência – trata-se de 
atraso na produção de conhecimento humano, com reflexos sociais, econômicos, culturais 
e políticos. 
O Conselho Nacional de Pesquisa (CNPq), atualmente chamado de Conselho 
Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico, órgão público classificado como 
agência vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, preo- 
cupado com o aumento da incidência de plágios e fraudes no meio científico e com a 
necessidade de nortear boas condutas nesta área, que evitem ou amenizem os malefícios 
da “cópia desmedida”, instituiu em 2011 uma Comissão com a missão, dentre outras, de 
produzir relatório específico sobre a “integridade” da pesquisa no Brasil. 
Este citado relatório define modalidades de fraude e más condutas nas publicações 
(entre elas, o plágio e o autoplágio) e é profícuo em boas observações e contribuições para 
a pesquisa nacional e respectivo desenvolvimento tecnológico futuro, entretanto, ele se 
destaca por criar parâmetros éticos (com reflexos no âmbito normativo, claro), no que tange 
à fraude na pesquisa, recomendando ao CNPq duas linhas de atuação: 
a) ações preventivas e pedagógicas – diante da importância de uma boa orientação 
na área da pesquisa e produção de conhecimento, o CNPq deve definir para todos, princi- 
palmente para os jovens, as boas práticas e as práticas que não são consideradas aceitá- 
veis, deve estimular o oferecimento de disciplinas com conteúdo ético e de integridade de 
pesquisa nos cursos de pós-graduação e de graduação e qualificar/nortear os professores, 
devido a importância dos mesmos como orientadores acadêmicos. (CNPq, 2017). 
b) ações de desestímulo a más condutas (inclusive, com punições): instituição de 
uma comissão permanente pelo Conselho Deliberativo do CNPq, constituída de membros 
de alta respeitabilidade de diferentes áreas do conhecimento, com competência para exa- 
minar situações em que surjam dúvidas fundamentadas quanto à integridade da pesquisa 
realizada/publicada (não estimulando denúncias falsas ou infundadas), decidir preliminar- 
LEITURA COMPLEMENTAR 
UNIDADE II Pesquisa Científica 37 
mente se há fundamentação que justifique uma investigação específica, a ser realizada por 
especialistas da área nomeados ad hoc, propor ou não à Diretoria Executiva do CNPq os 
desdobramentos adequados, e, por fim, avaliar a qualidade do material disponível sobre 
ética e integridade de pesquisa, a ser publicado nas páginas do CNPq. (CNPq, 2017). 
Além disso, e talvez como maior contribuição, esse citado relatório cria um conjunto 
das principais e mais adequadas posturas éticas (‘diretrizes’ é o termo no teor do texto), no 
que tange a citações, indicações de fonte de consulta, respeito à pesquisa e à produção de 
conhecimento de outrem, aqui no Brasil – regras morais norteadoras de arcabouço jurídico 
constituído a partir de então e inspiradas em condutas anteriormente já disciplinadas – a 
saber: 
1: O autor deve sempre dar crédito a todas as fontes que fundamentam diretamente 
seu trabalho. 
2: Toda citação in verbis de outro autor deve ser colocada entre aspas. 
3: Quando se resume um texto alheio, o autor deve procurar reproduzir o significado 
exato das ideias ou fatos apresentados pelo autor original, que deve ser citado. 
4: Quando em dúvida se um conceito ou fato é de conhecimento comum, não se 
deve deixar de fazer as citações adequadas. 
5: Quando se submete um manuscrito para publicação contendo informações, con- 
clusões ou dados que já foram disseminados de forma significativa (p.ex. apresentado em 
conferência, divulgado na internet), o autor deve indicar claramente aos editores e leitores 
a existência da divulgação prévia da informação. 
6: Se os resultados de um estudo único complexo podem ser apresentados como 
um todo coesivo, não é considerado ético que eles sejam fragmentados em manuscritos 
individuais. 
7: Para evitar qualquer caracterização de autoplágio, o uso de textos e trabalhos 
anteriores do próprio autor deve ser assinalado, com as devidas referências e citações. 
8: O autor deve assegurar-se da correção de cada citação e que cada citação na 
bibliografia corresponda a uma citação no texto do manuscrito. O autor deve dar crédito 
também aos autores que primeiro relataram a observação ou ideia que está sendo apre- 
sentada. 
9: Quando estiver descrevendo o trabalho de outros, o autor não deve confiar em 
resumo secundário desse trabalho, o que pode levar a uma descrição falha do trabalho 
citado. Sempre que possível consultar a literatura original. 
Beatriz Rohling
Está correto este termo?
UNIDADE II Pesquisa Científica 38 
10: Se um autor tiver necessidade de citar uma fonte secundária (p.ex. uma re- 
visão) para descrever o conteúdo de uma fonte primária (p. ex. um artigo empírico de 
um periódico), ele deve certificar-se da sua correção e sempre indicar a fonte original da 
informação que está sendo relatada. 
11: A inclusão intencional de referências de relevância questionável com a finalidade 
de manipular fatores de impacto ou aumentar a probabilidade de aceitação do manuscrito 
é prática eticamente inaceitável. 
12: Quando for necessário utilizar informações de outra fonte, o autor deve escrever 
de tal modo que fique claro aos leitores quais ideias são suas e quais são oriundas das 
fontes consultadas. 
13: O autor tem a responsabilidade ética de relatar evidências que contrariem seu 
ponto de vista, sempre que existirem. Ademais, as evidências usadas em apoio a suas 
posições devem ser metodologicamente sólidas. Quando for necessário recorrer a estudos 
que apresentem deficiências metodológicas, estatísticas ou outras, tais defeitos devem ser 
claramente apontados aos leitores. 
14: O autor tem a obrigação ética de relatar todos os aspectos do estudo que 
possam ser importantes para a reprodutibilidade independente de sua pesquisa. 
15: Qualquer alteração dos resultados iniciais obtidos, como a eliminação de dis- 
crepâncias ou o uso de métodos estatísticos alternativos, deve ser claramente descrita 
junto com uma justificativa racional para o emprego de tais procedimentos. 
16: A inclusão de autores no manuscrito deve ser discutida antes de começar a 
colaboração e deve se fundamentar em orientações já estabelecidas, tais como as do 
International Committee of Medical Journal Editors. 
17: Somente as pessoas que emprestaram contribuição significativa ao trabalho 
merecem autoria em um manuscrito. Por contribuição significativa entende-se realização 
de experimentos, participação na elaboração do planejamento experimental, análise de 
resultados ou elaboração do corpo do manuscrito. Empréstimo de equipamentos, obtenção 
de financiamento ou supervisão geral, por si só não justificam a inclusão de novos autores, 
que devem ser objeto de agradecimento. 
18: A colaboração entre docentes e estudantesdeve seguir os mesmos critérios. Os 
supervisores devem cuidar para que não se incluam na autoria estudantes com pequena 
ou nenhuma contribuição nem excluir aqueles que efetivamente participaram do trabalho. 
Autoria fantasma em Ciência é eticamente inaceitável. 
UNIDADE II Pesquisa Científica 39 
19: Todos os autores de um trabalho são responsáveis pela veracidade e idonei- 
dade do trabalho, cabendo ao primeiro autor e ao autor correspondente responsabilidade 
integral, e aos demais autores responsabilidade pelas suas contribuições individuais. 
20: Os autores devem ser capazes de descrever, quando solicitados, a sua contri- 
buição pessoal ao trabalho. 
21: Todo trabalho de pesquisa deve ser conduzido dentro de padrões éticos na sua 
execução, seja com animais ou com seres humanos. (CNPq, 2017). 
Como se pode ver, cada um dos itens elencados acima mereceria uma reflexão 
profunda e isso seria campo fértil para a produção de um novo texto acadêmico que de- 
monstrasse a importância de uma postura de respeito a tais condutas no processo de 
criação do conhecimento; contudo, a lista em foco, além de ser parâmetro ético para todos 
que desenvolvem pesquisa, serve de referencial, devido a uma razoável e sinérgica relação 
com os ideais de um Estado de Direito, para as regras de padronização para trabalhos 
científicos da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), por exemplo – entidade 
privada, sem fins lucrativos e de grande utilidade pública –, que por sua vez, se apresentam 
como norteadoras das normas de padronização que cada instituição de ensino superior 
(IES) disponibiliza para seus discentes! Portanto, vejam a dimensão e o alcance destas 
presentes ‘diretrizes’. 
 
Fonte: Adaptado de: VILAÇA, L.F. Plágio: impressões gerais sobre questões éticas e o prejuízo ao 
progresso acadêmico. Revista Jus Navigandi. 2017. Disponível em https://jus.com.br/artigos/61218/plagio- 
-impressoes-gerais-sobre-questoes-eticas-e-o-prejuizo-ao-progresso-academico 
https://jus.com.br/tudo/processo
https://jus.com.br/artigos/61218/plagio-impressoes-gerais-sobre-questoes-eticas-e-o-prejuizo-ao-progresso-academico
https://jus.com.br/artigos/61218/plagio-impressoes-gerais-sobre-questoes-eticas-e-o-prejuizo-ao-progresso-academico
UNIDADE II Pesquisa Científica 40 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LIVRO 
Título: Metodologia Científica 
Autor: Amado L. Cervo, Pedro A. Bervian, Roberto da Silva Editora: Pearson 
Sinopse: Referência na área, Metodologia científica já se tornou um 
clássico, mas continua em evolução. Esta nova edição, totalmente revista, 
procura atender aos anseios dos leitores com uma concepção mais prática, 
refletindo a ênfase atual adotada por agências, institutos, fundações e 
empresas que investem em estudos para a qualidade do projeto e para a 
produtividade do pesquisador. O caráter mais prático do livro transparece, por 
exemplo, no modo como ele aborda a elaboração de projetos e de relatórios 
finais de pesquisa. É também evidente em seu novo projeto gráfico que, com 
um aproveitamento mais racional do espaço, ele foi totalmen- te otimizado, o 
que tornou o conteúdo mais dinâmico e acessível. Complementa a obra um 
site de apoio exclusivo, com exercícios e materiais adicionais que ajudam a 
embasar o conhecimento teórico adquirido, além de links que proporcionam 
um maior envolvimento do leitor com a comunidade científica brasileira. 
Todas essas características fazem da sexta edição desta obra uma 
ferramenta indispensável para estudantes de graduação e pós-graduação que 
precisam de orientações consistentes não somente para a produ- ção 
acadêmica, mas também para a elaboração de trabalhos de conclusão de 
curso, dissertações e teses. 
 
 
 
 
 
MATERIAL COMPLEMENTAR 
UNIDADE II Pesquisa Científica 41 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FILME/VÍDEO 
Título: O óleo de Lorenzo 
Ano: 1993 
Sinopse: Um garoto levava uma vida normal até que, quando tinha seis 
anos, estranhas coisas aconteceram, pois ele passou a ter diversos 
problemas de ordem mental que foram diagnosticados como ALD, uma 
doença extremamente rara que provoca uma incurável degeneração no 
cérebro, levando o paciente à morte em no máximo dois anos. Os pais do 
menino ficam frustrados com o fracasso dos médicos e a falta de 
medicamento para uma doença desta natureza. Assim, começam a estudar e 
a pesquisar sozinhos, na esperança de descobrir algo que possa deter o 
avanço da doença 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
UNIDADE II Pesquisa Científica 42 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
WEB 
A importância em se verificar as fontes de informação na internet. Perfil falso 
na Wikipédia é citado em decisão judicial e trabalho acadêmico. 
Link do site: http://g1.globo.com/globo-news/jornal-globo-
news/videos/v/perfil--falso-na-wikipedia-e-citado-em-decisao-judicial-e-em-
trabalho-a-cademico/4833592/
http://g1.globo.com/globo-news/jornal-globo-news/videos/v/perfil-
http://g1.globo.com/globo-news/jornal-globo-news/videos/v/perfil-
 
 
 
UNIDADE III 
Projeto de Pesquisa 
Professora Dra. Ana Paula Stroher 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Plano de Estudo: 
• Conceitos e importância do projeto de pesquisa; 
• Importância e aplicação do projeto de pesquisa; 
• Etapas de um projeto de pesquisa. 
 
Objetivos da Aprendizagem 
• Conceituar o projeto de pesquisa; 
• Estabelecer a importância da elaboração do projeto de pesquisa; 
• Compreender as etapas de um projeto de pesquisa. 
41 
UNIDADE III Projeto de Pesquisa 42 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Caro(a) acadêmico(a), daremos continuidade a nossa ementa, agora falaremos 
sobre o projeto de pesquisa, que não é considerado algo fixo, ou seja, caso o objetivo da 
sua pesquisa seja alterado no decorrer da sua estruturação, você pode realizar alteração 
do mesmo e manter o tema proposto inicialmente. Em geral, o projeto de pesquisa possui 
os seguintes pontos principais: fundamentação teórica, objetivos, justificativa, metodologia, 
cronograma e lista de referenciais. O projeto pode apresentar também os recursos neces- 
sários, os resultados esperados, entre outros pontos que auxiliam no desenvolvimento da 
pesquisa. 
Pensamos, durante a construção de uma casa ou algo que precisa ser planejado a 
primeira situação envolvida é a busca por materiais de construção para obter as matérias 
primas necessárias como areia, cimento, pedras, tijolos, madeira entre outros. 
No entanto, realizar uma construção é algo de grande importância para nossas 
vidas, assim como é um trabalho de TCC, Monografia, Dissertação e/ou Tese. Para tanto, 
tudo precisa ser planejado a fim de garantir uma estruturação perfeita que agradará a nós 
como autores, bem como a todos que realizaram a leitura ou no caso, de uma casa a ser 
construída as pessoas terão uma posição a respeito da construção como bela, razoável, 
etc. 
Assim, um projeto de pesquisa apresenta fases que são necessárias para que pos- 
samos divulgar nosso trabalho. E quando falamos em trabalho, é necessário estabelecer os 
passos que devem ser seguidos para obter um bom resultado final. 
 
Bons estudos! 
INTRODUÇÃO 
UNIDADE III Projeto de Pesquisa 43 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1. INICIANDO UM PROJETO DE PESQUISA: DEFINIÇÃO DO TEMA, TÍTULO E OB- 
JETIVOS 
 
Prezado (a) um projeto de pesquisa pode ser simbolicamente comparado com 
coordenadas, isso mesmo, coordenadas geográficas como latitude e longitude. Para isso, 
é necessário que o pesquisador busque ao longo de todo o processo de sua pesquisa a 
sincronia com os seguintes tópicos que falaremos ao longo desta unidade. 
 
1.1 Escolhendo o tema e o título da pesquisa 
Segundo Cervo, Bervian e Silva (2007) a escolha do tema é o primeiro passo da 
pesquisa, porém muitas vezes já nessa etapa o pesquisador encontra dificuldades para 
defini-lo, visto os inúmeros temas existentes. O tema da pesquisa se refere a um assunto 
que necessite melhores definições e clarezadaquilo já publicado. 
Um tema deve ser apresentado como uma competência do autor, ou seja, preci- 
samos nos identificar com o propósito a ser instituído. Sua escolha deve levar em conta 
possibilidade de desenvolvê-lo e capacidade de quem irá elaborar a pesquisa (em conjunto 
com seu orientador). Dessa maneira, espera-se que o grau de conhecimento sobre o as- 
sunto possa ser aumentado em função da pesquisa (KOCHE, 1996) 
Aluno(a), vamos iniciar nossa jornada, enumerando aqui algumas pretensões 
quanto a escolha do tema. De acordo com Beaud (2000) podemos citar: 
UNIDADE III Projeto de Pesquisa 44 
 
#SAIBA MAIS# 
 
A leitura, é um fator decisivo no processo de estudo sobre um assunto, pois propicia a 
ampliação de conhecimentos, a obtenção de informações básicas ou específicas. Isso 
amplia a abertura de novos horizontes para a mente, a sistematização do pensamento, o 
enriquecimento voltado ao vocabulário e o melhor entendimento do conteúdo das obras. 
 
Fonte: Lakatos e Marconi (2009). 
O pesquisador e a abordagem do tema: um tema deve ser proposto de ideo- 
logias, aquelas que vêm na nossa mente por meio de muita pesquisa realizada. Assim, o 
pesquisador precisa iniciar seu trabalho, com muita dedicação na leitura e discussões que 
possam despertar o leitor por sua pesquisa. Por isso, nunca deixe de buscar a interação 
com artigos científicos, livros e muita pesquisa sobre o seu tema, para que possa viabilizar 
a pesquisa de uma forma interativa e não monótona. 
Gosto e curiosidade pela pesquisa: quando apresentamos um interesse pela 
leitura é um fator de grande prestígio pela academia (estudos), especialmente pelo objetivo 
da descoberta de fontes e/ou conhecimento que possam estabelecer uma conversação e 
acima de tudo uma escrita bem fluida. 
Muitas pessoas acham, erroneamente, que tema e título são sinônimos dentro de 
uma pesquisa científica. Título e tema não são sinônimos, mesmo que estejam ligados e 
se completem. 
É importante ressaltar que tão importante quanto a escolha do tema é a elaboração 
do título, pois ele surge em primeiro lugar como anúncio ou mesmo um rótulo da sua 
pesquisa. 
Volpato (2006) sugere que o título deve ser curto, pois, por possuir uma leitura 
rápida, o leitor quase sempre irá ignorar títulos longos; uma vez que o excesso de artigos 
científicos existentes demandam uma triagem daqueles que serão lidos. 
Ainda, de acordo com o autor, o título deve ser simples, conciso, claro, curto e 
impactante. O título deve ser um “resumo bem compactado” de cada trabalho científico. 
Se bem escrito, pode ser o principal motivo para que alguém leia o que está sendo ofere- 
cido. Outro ponto importante é que ele deve ser fiel ao conteúdo do trabalho, não podendo 
confundir o leitor. Dessa maneira ele deve informar precisamente o conteúdo do trabalho, 
ressaltando seu objetivo ou sua conclusão. 
UNIDADE III Projeto de Pesquisa 45 
 
 
1.2 Definindo o objetivo geral e específico 
Para Cervo, Bervian e Silva (2007) os objetivos que se tem em vista, definem a 
natureza do trabalho, o tipo de problema, o material e dados de coleta, etc, e podem ser 
definidos como geral e específico como seguem: 
Geral: procura-se determinar, com clareza e objetividade, o propósito do estudante 
com a realização da pesquisa. 
Específico: procura-se aprofundar as intenções apresentadas no objetivo geral, ou 
seja, irá detalhar o que se pretende com a pesquisa. Desta maneira, os objetivos específicos 
estão sempre ligados ao objetivo geral. 
Caro (a) aluno (a), para exemplificar melhor a diferença entre os objetivos, segue 
abaixo um exemplo de uma pesquisa envolvendo o tema “cadeia produtiva”. Dessa manei- 
ra o objetivo geral do trabalho é: 
“Contextualizar a partir de uma abordagem de revisão de literatura, os principais 
fatores envolvidos no processo de gerenciamento da cadeia produtiva, focada no envolvi- 
mento de ações que possam limitar o aumento dos custos” 
Veja que no objetivo geral, de uma forma clara e sucinta, o autor deixou claro as 
pretensões de sua pesquisa. Já os objetivos específicos devem estar de acordo com o 
objetivo geral e apresentar a seguinte conformação: 
- Avaliar formas de minimizar o impacto negativo, que envolvam o setor da gestão 
de processos; 
- Aplicar procedimentos que visam a melhoria da capacidade de crescimento das 
empresas mediante ao consumo consciente de matérias primas, redução de estoques e 
gerenciamento ativo. 
Neste sentido, os objetivos específicos precisam ser aprofundados ao tema, para 
detalhar todo o contexto explorado pelo autor. Assim, a utilização dos verbos, devem seguir 
o tempo verbal infinitivo, por exemplo: interpretar, levantar, relatar, definir, propor entre 
outros. 
 
#REFLITA# 
 
Um acadêmico deve buscar a interação com o tema e ter em mente que o título não per- 
tence ao tema. Mas, ao criarmos um trabalho acadêmico saberemos distinguir a relação 
entre ambos, pois o título pode ser incluído no final do trabalho, já o tema é o primeiro 
a ser definido. 
 
Fonte: Marconi e Lakatos, 2009. 
UNIDADE III Projeto de Pesquisa 46 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2. DEFININDO O PROBLEMA , HIPÓTESES E JUSTIFICATIVA DA PESQUISA 
 
2.1 Determinando um problema de pesquisa e aplicando hipóteses 
Após realizarmos a escolha do tema para abordar a nossa pesquisa científica, pre- 
cisamos focar no desenvolvimento do problema, que será exposto no projeto de pesquisa. 
Inúmeras são as definições da palavra ¨problema¨ segundo o dicionário, porém na 
pesquisa científica consiste em dizer de maneira explícita, clara, compreensível e operacio- 
nal, qual a dificuldade nos defrontamos e que pretendemos resolver (KOCHE, 1996). 
Segundo Gil (1991), nem todo problema é passível de tratamento científico, é pre- 
ciso identificar o que é científico daquilo que não é. Um problema é de natureza científica 
quando envolve variáveis que podem ser definidas como testáveis. 
Uma vez formulado o problema, com a certeza de ser cientificamente válido, 
propõe-se uma resposta “suposta”, provável e provisória, isto é, uma hipótese. Ambos, 
problema e hipótese são enunciados de relações entre variáveis, a diferença reside em que 
o problema constitui sentença interrogativa e a hipótese sentença afirmativa (MARCONI E 
LAKATOS, 2009). 
De acordo com Koche (1996) ao delimitar o problema de pesquisa, o investigador 
propõe, através da sua imaginação e conhecimento, uma possível relação entre fatos. Essa 
fase é resultado de um trabalho mental onde estrutura-se as peças de um quebra-cabeça, 
procurando entender as ligações entre os fatos. Essa busca é determinada pelo problema 
da investigação. 
UNIDADE III Projeto de Pesquisa 47 
Após a formulação do problema é necessário propor explicações que nortearão 
o processo de investigação. Para Cervo e Bervian (2002), a formulação de hipóteses é 
essencial para o processo da investigação, que visa a busca de informações. Para tanto, 
quando relacionamos hipóteses é necessário considerar a busca por explicação. Assim, a 
formação de uma hipótese deve ser destinada a suposições ou causas que visam a sua 
inclusão ao projeto de pesquisa. 
Portanto, a aplicação das hipóteses, visam agregar aos pesquisadores a indicação 
de um caminho a ser seguido. Para isso, é necessário utilizar explicações que possam ser 
plausíveis de respostas e apontamentos do problema lançado (GIL, 1999). 
 
2.2 Justificativa do projeto de pesquisa 
Prezado aluno(a) a justificativa é muito importante para avaliarmos a nossa trajetória 
relacionada a um projeto de pesquisa. Assim, a justificativa é baseada em uma resposta no 
formato do “por quê”? Em outras palavras: por que estou desenvolvendo essa pesquisa ? 
Nessa frase, é importante refletir e explanar sobre relações que levaram o pesqui- 
sador a escolher o tema proposto (MARCONI e LAKATOS, 2009). 
Assim de acordo com Beaud (2000), precisamos ficar atentos nas seguintesinfor- 
mações aplicadas na justificativa como: 
• Importância da pesquisa: no âmbito da prática e intelectual; 
• Contribuições para compreensão ou solução do problema que poderá advir com 
a realização de tal pesquisa; 
• Contribuições teóricas que o trabalho pode trazer; possíveis respostas/soluções 
para problemas gerais e/ou específicos; possíveis modificações que poderão 
ser geradas a partir deste estudo 
• Estado da arte, estágio de desenvolvimento do tema proposto, como vem sendo 
tratado na literatura. 
Prezado(a) aluno para finalizar, segue alguns questionamentos que podem ser 
feitos para facilitar a construção da justificativa : 
• Qual a importância deste estudo? 
• Quem ganha? 
• O que ganha? 
Portanto, na formação da justificativa o autor deve atuar em evidências de sua 
trajetória ao tema e do fortalecimento das evidências sobre sua formação. 
UNIDADE III Projeto de Pesquisa 48 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3. METODOLOGIA, EMBASAMENTO TEÓRICO E CRONOGRAMA 
 
3.1 Metodologia 
Prezados alunos(as) aqui trataremos sobre a descrição dos procedimentos que 
devem ser abordados na obtenção de resultados, objetivos bem como, funcionalidades 
com base em definições e desenvolvimento da pesquisa. 
Em resumo, a metodologia é o tópico do projeto de pesquisa que responde às 
seguintes questões: Como? Com quê? Onde? Quanto? (LAKATOS E MARCONI, 2003). 
Então, pensamos precisamos estabelecer o perfil da pesquisa como uso da amos- 
tragem populacional, descrição da obtenção dos dados e apresentação dos mesmos. (GIL, 
2009). 
Para tanto, segundo o autor, é necessário estabelecer as seguintes informações: 
- Modelo ou tipo de pesquisa: a apresentação sobre a pesquisa deve relacionar 
sua ação ou natureza, podendo ser exploratória, descritiva e/ou explicativa. Assim, deve ser 
analisado no formato de delineamento entre eles: trata-se de uma pesquisa experimental, 
levantamento, estudo de caso e pesquisa bibliográfica; 
- Amostragem ou população: busca a interação do estudo como a extensão e 
formato a ser aplicado; 
- Coletando dados da pesquisa metodológica: os dados serão desenvolvidos e 
interpretados mediante as coletas que envolvam o perfil aplicado. Dentre eles, formatos en- 
UNIDADE III Projeto de Pesquisa 49 
volvendo: questionários estruturados e semiestruturados, testes focados em escalas. Bem 
como, o uso de pesquisas no formato de entrevista e observações a serem destacadas; 
- Analisando dados da pesquisa metodológica: com base em procedimentos 
abordados em seu estudo, é necessário a utilização de análises que envolvam análise de 
conteúdo, testes focados em hipóteses, de análises qualitativa e quantitativa. 
 
3.2 Embasamento teórico 
A formação da etapa de embasamento é basicamente o processo teórico da pes- 
quisa a ser desenvolvida. Para tanto, toda a pesquisa precisa do embasamento teórico 
para dar continuidade ao tema proposto pelo pesquisador. 
Assim, aluno(a) pensamos em trabalhar com um determinado tema de grande im- 
portância na atualidade. Para tanto, o pesquisador irá abordar todo o contexto sobre esse 
tema buscando fontes científicas e dados confiáveis para redigir o embasamento teórico e 
posterior fechamento da sua pesquisa com seus resultados e posterior conclusão. 
Assim, as autorias citadas no embasamento teórico devem seguir uma legitimidade 
da abordagem, segundo Gil (2009), descrever citação de trabalhos e concluir sobre o tema 
abordado auxilia e muito na pesquisa criada pelo autor, especialmente no quesito conheci- 
mento, fontes abordadas e escrita aplicada. 
Para tanto Marconi e Lakatos (2009) atribuem ao autor a função de interpretar e 
organizar a citação de fontes que irão compor a sua pesquisa para auxiliar na formação do 
escopo e acima de tudo na solução do problema, verificação das hipóteses e por último as 
conclusões para finalização da pesquisa. 
De acordo com Cervo, Bervian e Silva (2007) a citação pode ser: 
Direta, quando representa transcrição textual de parte da obra do autor consultado. 
Indireta, quando o texto é baseado na obra do autor consultado. 
A formatação das citações deve seguir orientação da NBR 10520 de 2002. 
 
3.3 O cronograma 
No projeto de pesquisa é necessário também apresentar o cronograma que deve 
ser elaborado para atender às diversas etapas do projeto de pesquisa. O cronograma 
indica com clareza o tempo de execução previsto para as diversas fases da pesquisa e 
apresentará desde o período da escolha do tema e definição do problema até o momento 
da apresentação do trabalho final (defesa). 
UNIDADE III Projeto de Pesquisa 50 
Figura 1: modelo de cronograma 
 
 
Fonte: o autor 
É importante ressaltar que não existe um modelo único para o cronograma, cada 
pesquisador deve elaborá-lo de acordo com suas necessidades específicas. 
UNIDADE III Projeto de Pesquisa 51 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4. CONCLUSÃO/ CONSIDERAÇÕES FINAIS, RESUMO E LISTA DE REFERÊNCIAS 
 
4.1 Conclusão e/ou Considerações finais 
Ao chegarmos às considerações finais do nosso projeto de pesquisa deveremos 
considerar o estado da arte, ou seja, todo o processo anteriormente contextualizado. Assim, 
o encerramento de um projeto exige muita sincronia e concentração sobre o tema abordado, 
e deve ser conciso e pontual. 
Prezado(a) aluno(a) quando trabalharmos com a consideração final, não é usual 
utilizarmos citações de outros autores para o encerramento do nosso projeto, especialmente 
por serem acordos que abordam o nosso conhecimento adquirido ao longo da confecção. 
Assim, a busca de respostas e seu fechamento da conclusão elevam o nível de 
confiança do escritor, pois é nessa sintonia que ele será o facilitador relacionado ao conteú- 
do por ele descrito ao longo do escopo do projeto (THIOLLENT, 1997). 
Neste sentido, a consideração final deve ser realizada e trabalhada sobre o objetivo 
inicial tratado no seu projeto de pesquisa, que deve ser respondido bem como, os 
objetivos específicos ligados a justificativa e fundamentação teórica focando em 
informações que irão estabelecer conexão com seus tema proposto com conclusões 
significativas conforme dados obtidos ao longo do estudo. 
Prezado(a) aluno(a), caso a escrita não esteja de acordo com o seu conhecimento, 
aplique listas fortalecendo os principais tópicos relacionados ao seu projeto de pesquisa, 
utilize um resumo de cada item proposto. Assim, posterior a isso, inclua textos dissertativos 
UNIDADE III Projeto de Pesquisa 52 
a partir de resumos. Veja um exemplo da aplicação que poderá ser alinhada ao elaborar 
uma conclusão: 
- Faça um breve resumo de cada capítulo abordado; 
- Aplique uma síntese dos resultados alcançados; 
- Disponha de sugestões para outras pesquisas. 
 
4.2 Resumo 
Um resumo deve seguir a normativa ABNT NBR 6028. Assim a sua aplicação é 
obrigatória, e trata-se de um síntese do trabalho desenvolvido pelo pesquisador, o que 
prevê em sua escrita é a informação, na qual a primeira frase adiciona-se o assunto a ser 
estudado, seguido pelo objetivo do estudo e aplicação da metodologia imposta na pesquisa 
e finaliza-se com considerações finais conhecidas também conhecida como conclusão do 
trabalho. Lembrando prezados alunos (as) toda o resumo deve ser apresentado em espaço 
simples sem a adição de parágrafos e conter entre 250 a 500 palavras. 
Além destes recursos aplicados ao resumo o mesmo deve apresentar palavras- 
-chave ( em geral de 3 a 5), que são de extrema importância e devem estar direcionadas ao 
tema da pesquisa. Ainda é importante ressaltar que, um resumo não recebe citações de 
autores, é de cunho próprio do autor da presente obra. 
Segundo Cervo, Bervian e Silva (2007) duas técnicas podem ser utilizadas na ela- 
boração do resumo. Na primeira utilizam-se apenas a ideia principal e as ideias secundárias 
para articular um texto explicativo. Na segunda utilizam-se apenas as palavras-chave

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