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09/04/2021 1 Processos de Inflamação e Reparo Interação Clínico-Patológica Profa. Ms. Rayanne Cruz Habilidade para ficar livre dos tecidos danificados ou necróticos e invasores estranhos; Resposta do hospedeiro que executa esses objetivos é inflamação. Resposta protetora, destinada a livrar os organismos tanto da causa inicial da injúria celular (m.o., toxinas) quanto das consequências (células e tecidos necróticos). Visão Geral da Inflamação Robbins & Cotran, 2016. Sem a inflamação, as infecções poderiam passar desperce- bidas. Ferimentos poderiam nunca cicatrizar. Tecidos injuriados poderiam ficar com permanentes feridas infeccionadas Robbins & Cotran, 2016. A inflamação é importante! “Importância da inflamação é que ela pode, algumas vezes: Inapropriadamente iniciada Fracamente controlada CAUSA DE INJÚRIA TECIDUAL EM MUITAS DESORDENS O que é inflamação? <a href='https://br.freepik.com/fotos/pessoas'>Pessoas foto criado por wayhomestudio - br.freepik.com</a> Principais defesas do organismo contra invasores estranhos : A inflamação é uma reação complexa em tecidos que consiste nas respostas dos vasos sanguíneos e leucócitos. O que é inflamação? Robbins & Cotran, 2016. Proteínas plasmáticas Leucócitos circulantes (cél. brancas) Fagócitos (derivados de cél. circulantes) • Recrutamento das células e proteínas para os locaisextravasculares.Os invasores como micro- organismos e células necróticas estão tipicamente presentes nos tecidos. Robbins & Cotran, 2016. A resposta inflamatória Coordena as reações dos vasos, leucócitos e proteínas plasmáticas para alcançar esse objetivo. Robbins & Cotran, 2016. Os sinais da Inflamação Robbins & Cotran, 2016. 09/04/2021 2 Robbins & Cotran, 2016. • As reações vasculares e celulares da inflamação são disparadas por fatores solúveis produzidos por várias células ou derivadas de proteínas do plasma e são geradas ou ativadas em resposta aos estímulos inflamatórios. • M.o., células necróticas e hipóxia podem disparar a produção de mediadores. Robbins & Cotran, 2016. Aguda Crônica Natureza do estímulo Efetividade da reação inicial Robbins & Cotran, 2016. •Rápida no início (tipicamente minutos) •Curta duração •Persiste por horas ou poucos dias. Aguda Robbins & Cotran, 2016. PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS: •Exsudação de fluido e proteínas do plasma (edema) •Migração de leucócitos, + neutrófilos (leucócitos polimorfonucleares). Aguda Neutrófilo Robbins & Cotran, 2016. •Pode se seguir à inflamação aguda ou ser insidiosa no início. Crônica Robbins & Cotran, 2016. •Longa duração; •Associada à presença dos linfócitos e macrófagos, proliferação de vasos sanguíneos, fibrose e destruição tecidual. Crônica Linfócito Macrófago Robbins & Cotran, 2016. Término da Inflamação Robbins & Cotran, 2016. • Quando o agressor é eliminado. • Reação se resolve rapidamente, porque mediadores são esgotados e dissipados. • Leucócitos têm curtas meias vidas. • Mecanismos anti-inflamatórios ativados e servem para controlar a resposta e preveni-la de causar dano excessivo. Resposta Inflamatória Ao mesmo tempo em que a inflamação destrói, dilui e retira os agentes injuriantes, ela põe em movimento uma série de eventos que tentamcurar o tecidodanificado. Entrelaçada com o Reparo Robbins & Cotran, 2016. 09/04/2021 3 A inflamação pode ser prejudicial? Robbins & Cotran, 2016. Inflamação pode ser prejudicial • Mecanismos designados para destruir os agentes invasores e tecidos necróticos têm uma habilidade intrínseca para danificar os tecidosnormais. • Quando a inflamação é inapropriadamente direcionada contra os tecidos próprios ou não é adequadamente controlada, ela se torna a causa de injúria e doença. SIM Robbins & Cotran, 2016. Inflamação pode ser prejudicial SIM Artrite Reumatoide Aterosclerose Fibrose Pulmonar Reações de Hipersensibilidade Robbins & Cotran, 2016. • A inflamação pode contribuir para uma variedade de doenças que não são primariamente devidas a respostas anormais do hospedeiro; • Por ex., a inflamação crônica pode ter um papel na aterosclerose, diabetes tipo 2, desordens degenerativas tipo a doença de Alzheimer, e câncer. Inflamação pode ser prejudicial SIM Robbins & Cotran, 2016. Inflamação Aguda Aguda Robbins & Cotran, 2016. Inflamação Aguda • Rápida resposta do hospedeiro que serve para levar leucócitos e proteínas do plasma, tais como anticorpos, para os locais de infecção ou tecido injuriado. • Tem trêsprincipais componentes: Alterações no calibre vascular que levam a um aumento no fluxo sanguíneo. Mudanças estruturais na microvasculatura que permitem que as proteínas do plasma e os leucócitos saiam da circulação. Emigração de leucócitos da microcirculação. Robbins & Cotran, 2016. NORMAL INFLAMADO Matriz Extracelular Ocasionais macrófagos ou linfócitos residentes As principais manifestações locais da inflamação aguda, comparadas ao normal. Robbins & Cotran, 2016. Estímulos da Inflamação Aguda 1. INFECÇÕES (bacteriana, viral, fúngica, parasítica) e toxinas microbianas estão entre as causas clinicamente importantes mais comuns da inflamação. Robbins & Cotran, 2016. Estímulos da Inflamação Aguda 2. NECROSE TECIDUAL de qualquer causa, incluindo isquemia (como em um infarto do miocárdio), trauma e injúria física e química (p. ex., injúria térmica, como em queimaduras ou úlceras de frio; irradiação; exposição a alguns agentes químicos ambientais). Robbins & Cotran, 2016. 09/04/2021 4 Estímulos da Inflamação Aguda 3. CORPOS ESTRANHOS (lascas de madeira, sujeira, suturas) 4. REAÇÕES IMUNES (também chamadas de hipersensibilidade) Robbins & Cotran, 2016. Reações dos vasos • Série de mudanças • Destinadas a maximizar o movimento de proteínas plasmáticas e células circulantes para fora da circulação e para dentro do local da infecção. • O escape de fluidos, proteínas e células sanguíneas do sistema vascular para dentro do tecido intersticial ou cavidades corporais é conhecido como EXSUDAÇÃO. Robbins & Cotran, 2016. Reações dos vasos EXSUDATO EDEMA TRANSUDATO Alta concentração proteica, contém restos celulares e tem uma alta gravidade específica. Excesso de fluido no tecido intersticial ou cavidades serosas Fluido com baixo conteúdo proteico Robbins & Cotran, 2016. A. NORMAL B. TRANSUDATO C. EXSUDATO Pressão hidrostática aumentada (obstrução do fluxo venoso, p ex. insuficiência cardíaca congestiva) Pressão osmótica coloidal diminuída (síntese de proteínas diminuída. P ex. doença hepática; perda protéica aumentada, p ex doença renal) Robbins & Cotran, 2016. Reações dos leucócitos na inflamação • Os leucócitos mais importantes nas reações inflamatórias crônicas são aqueles capazes de fagocitar. • NEUTRÓFILOS e MACRÓFAGOS. • Esses leucócitos ingerem e destroem bact. e outros micróbios e eliminam o tecido necrótico e substâncias estranhas. • Os leucócitos também produzem fatores de crescimento que ajudam noreparo. Robbins & Cotran, 2016. A jornada dos leucócitos da luz dos vasos para o tecido intersticial, extravasamento, pode ser dividida nos seguintes passos: 1. Na luz: marginação, rolamento e adesão ao endotélio. O endotélio no estado normal não ativado não se liga às células circulantes ou impede sua passagem. Na Inflamação, é ativado e pode se ligar aos leucócitos, como um prelúdio de sua saída dos vasos sanguíneos. 2. Migração através do endotélio e parede do vaso. 3. Migração nos tecidos em direção aos estímulos quimiotáticos. Robbins & Cotran, 2016. Múltiplas etapas da migração de neutrófilos ao longo dos vasos sanguíneos Rolamento Ativação da integrinapelas quimiocinas Adesão estável Migração através do endotélio Robbins & Cotran, 2016. Padrões Morfológicos da Inflamação Aguda Pulmão normal Congestão vascular e estase Infiltrado de leucócito Robbins & Cotran, 2016. Inflamação Crônica Crônica Robbins & Cotran, 2016. 09/04/20215 Inflamação Crônica Robbins & Cotran, 2016. Causas da Inflamação Crônica • Infecções persistentes por m.o. que são difíceisde erradicar. • Doenças inflamatórias imunomediadas. • Exposição prolongada a agentes potencialmente tóxicos, exógenos ou endógenos. Robbins & Cotran, 2016. Características Morfológicas • Em contraste com a inflamação aguda, que é manifestada pelas mudanças vasculares, edema e Infiltração predominantemente NEUTROFÍLICA. • Caracterizada por: Macrófagos, linfócitos e células plasmáticas Destruição tecidual Infiltração com cél. mononucleares Robbins & Cotran, 2016. Inflamação crônica no pulmão, mostrando todas as três características histológicas Robbins & Cotran, 2016. Participação dos Macrófagos na Inflamação Crônica • O MACRÓFAGOé o jogador celular predominante na inflamação crônica • Os macrófagos são um dos componentes do Sistema mononuclear fagocítico. Robbins & Cotran, 2016. Maturação dos fagócitos monocucleares Medula Óssea Sangue Tecidos Robbins & Cotran, 2016. Os papéis dos macrófagos ativados na inflamação crônica Os macrófagos são ativados por estímulos não imunológicos tais como endotoxina ou por citocinas das células T imunoativadas (IFN-γ). Os produtos feitos pelos macrófagos ativados que causam injúria tecidual e fibrose são indicados Robbins & Cotran, 2016. • PRODUTOS DOS MACRÓFAGOS ativados servem para eliminar o agente injuriante tal como micróbios e para iniciar o processo de reparo, e são responsáveispor grande parte da injúria tecidual na inflamação crônica. Robbins & Cotran, 2016. Outras Células na Inflamação Crônica • LINFÓCITOS são mobilizados emambas as reações imunomediadas - por anticorpo e por célula. • PLASMÓCITOS se desenvolvem a partir dos linfócitos B ativados e produzem anticorpos direcionados ou contra antígenos persistentes estranhos ou próprios no local inflamatório ou contra componentes teciduais alterados. • EOSINÓFILOS Robbins & Cotran, 2016. 09/04/2021 6 Linfócitos • Células T e B estimulados por antígeno (efetor e de memória) • Usam vários pares de moléculas de adesão (selectinas, integrinas e seus ligantes) e quimiocinas para migrar para os locais inflamatórios. Robbins & Cotran, 2016. Plasmócitos • Em fortes reações inflamatórias crônicas, o acúmulo de linfócitos, células apresentadoras de antígenos e plasmócitos pode assumir as características morfológicas de órgãos linfoides, particularmenteos linfonodos. Robbins & Cotran, 2016. Eosinófilos • Uma quimiocina que é importante para o recrutamento é a eotaxina. • Grânulos que contêm a proteína básica principal, altamente catiônica que é tóxica para parasitos • Também causa lise das células epiteliais dos mamíferos. Robbins & Cotran, 2016. Reparo Tecidual Robbins & Cotran, 2016. Renovação, Regeneração e Cicatrização dos Tecidos • A lesão a células e tecidos coloca em movimento uma série de EVENTOS que contéma lesão. • Inicia o processo de cura. Robbins & Cotran, 2016. Renovação, Regeneração e Reparo dos Tecidos CICATRIZAÇÃO Robbins & Cotran, 2016. REGENERAÇÃO Tecidos são capazes de substituir células lesadas e retornar ao estado normal. Um tecido neoformado, originado do estroma (conjuntivo ou glia), substitui o tecido perdido Regenração Tecidual Robbins & Cotran, 2016. Regeneração Robbins & Cotran, 2016. A regeneração depende da nobreza das células. A) Células lábeis; B) Células estáveis; C) Células permanentes (perenes). SUBSTITUIÇÃO de células perdidas por células semelhantes, estrutural e funcionalmente completa. Regeneração Robbins & Cotran, 2016. A) Células lábeis; B) Células estáveis; C) Células permanentes (perenes) EPITÉLIOS, PELE, MUCOSAS, DUCTOS, TECIDO HEMATOPOÉTICO 09/04/2021 7 Regeneração Robbins & Cotran, 2016. A) Células lábeis; B) Células estáveis; C) Células permanentes (perenes) CÉLULAS PARENQUIMATOSAS (FÍGADO, RIM, PÂNCREAS) - TECIDO OSTEOCARTILAGINOSO Regeneração Robbins & Cotran, 2016. A) Células lábeis; B) Células estáveis; C) Células permanentes (perenes) SISTEMA NERVOSO (NEURÔNIOS), MÚSCULO ESTRIADO, CARDÍACO Regeneração Robbins & Cotran, 2016. EPITÉLIOS: Facilmente regenerados ADIPOSO: Facilmente regenerado (fibroblastos – adipócito FÍGADO: Regenera-se desde que mantido o arcabouço conjuntivo Regeneração Resulta na restituição completa do tecido perdido ou lesado. FASE 1 FASE 4 FASE 3 FASE 2 Robbins & Cotran, 2016. REGENERAÇÃO TECIDUAL • A regeneração refere-se à PROLIFERAÇÃO DE CÉLULAS e TECIDOS para substituir estruturas perdidas. • Como ocrescimento, em anfíbios, de um membro amputado. • Nos mamíferos, órgãos inteiros e tecidos complexos raramente se regeneram após lesão e o termo é geralmente aplicado a processos como crescimento hepático após ressecção parcial ou necrose. • Porém esses processos consistem em crescimento compensatório, em vez de uma regeneraçãoverdadeira. Regeneração Robbins & Cotran, 2016. Cicatrização Tecidual Robbins & Cotran, 2016. Instalação de reação inflamatória – células do exsudato de células fagocitárias reabsorvem restos celulares e sangue extravasado. Robbins & Cotran, 2016. Processo pelo qual o tecido lesado é substituído por TECIDO CONJUNTIVO vascularizado. Proliferação fibroblástica e endotelial formando o tecido conjuntivo cicatricial (tecido de granulação). Remodelação com redução do volume da cicatriz. Cicatrização • Pode restaurar algumas estruturas originais, mas pode causar desarranjos estruturais. • Em tecidos saudáveis, a cura, na forma de regeneração ou reparo, ocorre praticamente após qualquer insulto que cause destruição tecidual e é essencial para a sobrevivência do organismo. Cicatrização Robbins & Cotran, 2016. Robbins & Cotran, 2016. • Consiste em uma combinação de REGENERAÇÃO e FORMAÇÃO DE CICATRIZ pela deposição de colágeno. • A relativa contribuição de regeneração e cicatrização no reparo depende da habilidade do tecidoem regenerar e da extensão da lesão. • Por ex., uma ferida cutânea superficial cicatriza através da regeneração do epitélio superficial. • A cicatriz constitui o processo predominante de reparo que ocorre quando a rede de MEC é danificada por uma grave lesão. Cicatrização 09/04/2021 8 Robbins & Cotran, 2016. Cicatrização 1ª INTENÇÃO Ocorre em incisões cirúrgicas - bem orientada com um mínimo de fibrose possível. Robbins & Cotran, 2016. Cicatrização 2ª INTENÇÃO Preenchimento de grandes espaços de tecidos destruídos como úlceras, lacerações extensas de pele e músculos, abscessos. Robbins & Cotran, 2016. Cicatrização Formação do coágulo Ativação da inflamação (liberação de mediadores provenientes do coágulo, das células aprisionadas, do tecido conjuntivo das bordas e das células epiteliais das margens da lesão; Liberação de IL-1 e TNF-a por macrófagos residentes e ceratinócitos; Robbins & Cotran, 2016. Cicatrização Exposição de moléculas de adesão (ICAM, VCAM) e selectinas Vasodilatação arteriolar por liberação de taquicininas (terminações nervosas) e histamina (mastócitos) devido ao efeito mecânico; Migração dos leucócitos para a área; – Primeiras horas quimiotaxinas CXC - atração de neutrófilos – Após 18 horas – quimiotaxinas CC – atração de monócitos Robbins & Cotran, 2016. Cicatrização Produção de tecido de cicatrização e proliferação do epitélio – Liberação de fatores de crescimento por macrófagos. Formação de novos vasos – Fatores de crescimento + TNFa – Células endoteliais formam brotos em direção do coágulo, os quais formam novos tubos e se conectam restabelecendo a circulação caplar no tecido neoformado. Liberação de IL-1 e TNF-a por macrófagos residentes e ceratinócitos; Robbins & Cotran, 2016. Cicatrização REMODELAÇÃO DO TECIDO CICATRICIAL • Aumento da quantidade de colágeno; • Substituição do colágeno do tipo I para do tipo III (mais grosso); • Redução da capilarização; • Redução das células inflamatórias;• Diferenciação de fibroblastos em miofibroblastos; • Contração da cicatriz (pode chegar a 90% do volume inicial em cicatrização de 2ª intenção). Visão Geral da Cura Robbins & Cotran, 2016. Visão geral das respostas de cura após lesão HOMEOSTASIA NORMAL (equilíbrio de proliferação e apoptose) REGENERAÇÃO REPARO Robbins & Cotran, 2016. Papel da matriz extracelular na regeneração e reparo A regeneração do fígado com restauração do tecido normal, após lesão, requer uma matriz celular intacta. Se a matriz for lesada, a lesão é reparada por deposição de tecido fibroso e formação de cicatriz. Robbins & Cotran, 2016. 09/04/2021 9 Literatura Recomendada Processos de Inflamação e Reparo Interação Clínico-Patológica Profa. Ms. Rayanne Cruz Obrigada
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