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DIDÁTICA E-book 4 Janice Natera Neste E-Book: INTRODUÇÃO ���������������������������������������������� 3 A AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM ESCOLAR �������������������������������������������������������4 Tendências ������������������������������������������������������������� 5 AVALIAÇÃO �������������������������������������������������17 Etapas de correção para uma avaliação ������������� 21 Feedback ao aluno da Avaliação �������������������������22 AVALIAÇÕES EXTERNAS ������������������������24 CONSIDERAÇÕES FINAIS ����������������������27 SÍNTESE �������������������������������������������������������29 2 INTRODUÇÃO Neste módulo você estudará a prática pedagógica sobre a avaliação de aprendizagem aplicada aos alunos e as práticas avaliativas que o professor tem aplicado em sala de aula, e a importância que elas têm tanto para o aluno quanto para o professor� Analisará também o significado e a concepção da avaliação de aprendizagem e um pouco sobre as transformações da avaliação� Além disso, faremos uma análise sobre a compreensão da avaliação dos alunos a partir da literatura, documentos oficiais e das práticas pedagógicas do professor� 3 A AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM ESCOLAR Quantas vezes passamos por avaliações cujos pressupostos ou objetivos desconhecemos? É ne- cessário que a avaliação tenha um significado para o aluno� Pensar na adequação do instrumento de forma que sirva para caracterizar a aprendizagem� É preciso que o professor sempre esteja se questio- nando e buscando novos conhecimentos e o aluno seja o protagonista do ensino-aprendizagem� Existem alguns questionamentos: ● O que o professor avalia, quem ele avalia, para que avalia, por que avalia? E, sobretudo, como ele deve avaliar, ou seja, que instrumento irá utilizar? ● Qual a sensação do aluno quando é avaliado sem saber por que está sendo avaliado, como está sendo avaliado, quais os critérios que serão utilizados para esta avaliação? ● O professor, além de avaliar, está deixando claro para o aluno quais são os pressupostos, quais são os critérios, como essa avaliação foi pensada, foi programada, por que ela está ocorrendo naquele instante como processo ensino-aprendizagem? Os instrumentos de avaliação precisam estar ade- quados ao que se quer avaliar� As escolhas das ava- 4 liações precisam sempre trazer clareza e precisão� É muito comum que o aluno, quando está sendo avaliado, tenha problema com a avaliação, porque, às vezes, o instrumento não está claro para ele, não fica explícito o que efetivamente precisa ser feito. O entendimento do aluno em uma avaliação: Avaliação Entendimento do aluno Não entendeu Tentando entender Entendeu, mas não claramente Entendeu e conseguiu resolver Informações da avaliação Não com- preendeu as informações Tentando compreender Compreende, mas não assimilou as informações Compreendeu as informações Tabela 1: Entendimento de avaiação para o aluno. Fonte: Elaboração própria. Portanto, o professor precisa saber o que e como aplicará a avaliação para seu aluno, tendo um ob- jetivo, deixando bem explícito o que ele quer, para que seu aluno entenda bem o que e como ele deve fazer para atingir as metas propostas pelo professor� Tendências As inovações, ou mesmo as propostas oficiais sobre avaliação, trazem um significado diferenciado so- bre o que é avaliação, com mudanças de valores e de concepções acerca da relação professor-aluno, sobre o que é necessário, ou mínimo, a ser adquirido 5 pelos alunos para cursarem as séries subsequentes, sobre as estratégias para recuperar as defasagens ou dificuldades de aprendizagem etc. “O que é avaliar” e “como avaliar” não são novidades – isso está expresso nos documentos oficiais, nas orientações e nos subsídios para os professores –, porém existe uma grande dificuldade por parte dos professores em efetivar uma avaliação significativa. Para o professor, com as mudanças da LDB 9394/96, a avaliação se tornou problemática, parecendo não existir mais um significado coeso para ela. Além disso, observa-se também uma resistência às mu- danças, principalmente porque, durante muito tem- po, convivemos com uma concepção de avaliação classificatória e excludente. Sobre a “Avaliação Classificatória”, fala Hoffmann (2001): Avaliação Classificatória: Corrigir tarefas e provas do aluno para verificar respostas certas e erradas e, com base nessa verifica- ção periódica, tomar decisões quanto ao seu aproveitamento escolar, sua aprovação ou reprovação em cada série ou grau de ensino (prática avaliativa tradicional) (p.95). O professor precisa deixar de seguir paradigmas conservadores, em que o objetivo das práticas avaliativas era o de julgar/classificar o aluno num 6 modelo tradicional� Ele precisa sempre estar se atualizando� Com a LDB 9394/96, determina-se que a avaliação seja contínua e cumulativa e que os aspectos qua- litativos prevaleçam sobre os quantitativos� Assim, os resultados obtidos pelos estudantes ao longo do ano escolar devem ser mais valorizados do que a nota da prova final. É preciso que o professor sempre valorize o aluno� Essa nova forma de avaliar, continuamente, passou a ser chamada de avaliação formativa e muitos veem nela uma “oposição” à avaliação tradicional, também conhecida como somativa ou classificatória, e que se caracteriza por ser realizada geralmente ao final de um programa, com o único objetivo de definir uma nota ou estabelecer um conceito — ou seja, dizer se os estudantes aprenderam ou não a ordená-los� Mesmo hoje, no século 21, apesar de ser muito criti- cada, a avaliação tradicional ainda vem sendo muito usada pelos professores, principalmente em relação à avaliação classificatória. O professor precisa estar atento a como ele avaliará seu aluno� As inovações, ou mesmo as propostas oficiais sobre avaliação, trazem um significado diferenciado sobre o que é avaliação, com mudanças de valores e de concepções acerca da relação professor-aluno, so- bre o que é necessário, ou mínimo, para ser adquirido pelos alunos para cursarem as séries subsequentes, sobre as estratégias para recuperar as defasagens ou dificuldades de aprendizagem etc. 7 Objetivos de aprendizagem Os critérios de sucesso estão diretamente relacionados com os objetivos de aprendizagem A avaliação da tarefa/atividade está de acordo com os objetivos de aprendizagem O questionamento do professor tem sempre em mente os objetivos de aprendizagem O feedback é dado em função dos objetivos de aprendizagem e dos critérios de sucesso Os alunos autoavaliam-se com base nos objetivos de aprendizagem e nos critérios de sucesso As atividades de ensino e de aprendizagem são planificadas para dar oportunidades aos alunos de alcançårem os objetivos de aprendizagem Figura 1: Relação entre os objetivos de aprendizagem, planificação do ensino e avaliação. Fonte: Edupsi. As principais diferenças entre os dois tipos de ava- liação mais conhecidos e utilizados, a Classificatória e a Formativa, podem ser visualizadas no quadro a seguir: 8 http://edupsi.utad.pt/index.php/component/content/article/79-revista2/144 Tabela 2: Principais diferenças entre a avaliação Classificatória e a Formativa. Fonte: Revista Nova Escola. Editora Abril, n. 159, janeiro/ fevereiro de 2003. Avaliar é um processo que, na prática educativa, é difícil de se executar. Normalmente o professor não tem condições de mensurar e nem de qualificar o conhecimento de seus alunos e, através dos instru- mentos avaliativos, busca formas diferenciadas para se certificar se, de fato, o aluno aprendeu ou não o novo conhecimento� Mas nem sempre essas ave- riguações dão certo. De acordo com Haydt (2002): Durante certo tempo, o termo avaliar foi usado como sinônimo de medir... Mas essa abordagem, que identificava avaliação como medida, logo deixou transparecer sua limita- ção: é que nem todos os aspectos da avalia- ção podem ser medidos [...].Testar significa 9 submeter a um teste ou experiências, isto é, consiste em verificar o desempenho de alguém ou alguma coisa [...]. Medir significa determinar quantidade, a extensão ou o grau de alguma coisa, tendo como base um sis- tema de unidades convencionais [...]. Avaliar é julgar ou fazer apreciação de alguém ou alguma coisa tendo como base uma escala de valores (pp. 10-11). É fundamental, para o professor, entender a distinção entre testar, medir e avaliar. Verificar o desempe- nho dos alunos, descrever os fenômenos das des- cobertas e interpretar os resultados, ora de forma qualitativa, ora quantitativa, é necessário para que o processo ensino-aprendizagem ocorra de forma significativa na vida educacional do aluno. O professor precisa estar sempre atento, para não tornar a avaliação um simples instrumento de me- dição e sim uma prática pedagógica contínua de aprendizagem ao aluno� Todo processo de avaliação pressupõe a verificação de um aprendizado� Avalia-se o que foi aprendido� No entanto, a avaliação não deve se restringir a de- terminar-se a quantidade de informação que o aluno possui, mas sim até que ponto vai sua capacidade e disposição para usar e comunicar essa informação como um termômetro, tanto para o aluno como para o professor� 10 Assim, o papel da avaliação é o de fornecer ao pro- fessor dados importantes a respeito das aptidões, preferências e dificuldades dos alunos e, ainda, gerar nos alunos a oportunidade de aprender, melhorar e refletir sobre o seu desempenho em sala de aula� A avaliação do desempenho do aluno sempre es- teve relacionada à medição e ao julgamento sobre ele� Basicamente, nossa memória histórica sobre a avaliação escolar está relacionada a: se aprendeu merece ser promovido para a série subsequente e se não aprendeu permanece na série em que estava para aprender� A questão “por que não aprendeu?” nem sempre fez parte das preocupações e discussões internas escolares em busca de estratégias ou ações para o seu enfrentamento� Pelo contrário, a questão do fracasso escolar sempre promoveu o estigma do aluno, porque o marcava por questões ligadas a es- tereótipos, preconceitos e exclusão, principalmente se ele fosse de um nível socioeconômico menos favorecido� A justificativa encontrada para o insucesso escolar do aluno estava nas deficiências de diversas áreas do seu conhecimento� Acreditava-se que as crianças de famílias de nível socioeconômico baixo possuíam atraso no desenvolvimento e eram carentes e defi- cientes culturalmente� “A teoria da carência cultu- ral contribuiu para sacramentar cientificamente as crenças, os preconceitos e estereótipos presentes 11 na ideologia a respeito das classes subalternas” (PATTO, 1999, p�54)� Afonso (2000) considera que as expectativas para as resoluções que a sociedade espera são de grande preocupação para o Estado, porém nenhuma mu- dança ocorre rapidamente� Acredita também que a avaliação formativa possa trazer transformações, pois uma avaliação de emancipação pode modificar a relação professor-aluno, tornando-a mais aberta, deixando de ser uma relação de poder e passando a ser dialógica� Como Afonso (2000) aponta, a emancipação da ava- liação educacional vai ao encontro do que menciona a reforma educacional com a nova LDB 9394/96� Cita Alvarez Méndez para reforçar sua concepção: 1) a avaliação deve conceber-se como parte integrante do processo educativo; 2) a ava- liação é uma operação contínua, sistemática, flexível e funcional da actividade educativa; 3) os instrumentos e procedimentos de que se serve são variados e múltiplos; 4) deve considerar os elementos que intervêm no processo educativo e influenciam o resulta- do; 5) dela deverão participar todas as pes- soas que interferem no processo educativo do aluno; 6) deve reflectir as possíveis defici- ências do processo e orientar a sua correção (valor diagnóstico); 7) deve estar integrada na planificação mediata e imediata do tra- balho escolar (ALVAREZ MÉNDEZ, 1991 apud AFONSO, 2000). 12 Deve-se priorizar a verificação do rendimento es- colar de forma diagnóstica, facilitadora, contínua, formativa, dialógica e participativa – para que se tenha uma avaliação emancipatória e justa –, que não vem sendo aplicada em sala de aula, pois requer reflexão e retomada de conceitos, para que o aluno não seja o maior prejudicado e injustiçado� O professor precisa se desvencilhar da avaliação tra- dicional e conservadora, ele tem que se dar a oportu- nidade de compreender a reforma educacional, o que auxiliará sua prática docente no acompanhamento da avaliação do rendimento escolar do aluno� Para que os resultados da aprendizagem tenham significado, o educando precisa ter um padrão mí- nimo de conhecimento, e não a média mínima das notas. O educador deveria trabalhar com o míni- mo necessário de aprendizado do educando em cada conteúdo e, se não alcançado, ele deveria ser reorientado� Uma possibilidade de mudança deste quadro autori- tário seria a proposta de uma avaliação diagnóstica� Nesse sistema, o educando precisa ter o “mínimo necessário” de aprendizagem, não o “mínimo pos- sível”: “Para não ser autoritária e conservadora, a avaliação terá de ser diagnóstica, ou seja, deverá ser o instrumento dialético do avanço, terá de ser o ins- trumento da identidade de novos rumos” (LUCKESI, 1995, p�43)� Para dar um suporte ao sistema educacional, espe- cialmente em relação à avaliação, o MEC elaborou 13 os Parâmetros Curriculares Nacionais (1998) e, mais tarde, a Base Nacional Comum Curricular (2017) para poder dar um norte aos professores em vários segmentos, inclusive diretrizes para a construção de várias formas de avaliar o aluno� Foi elaborada uma proposta para subsidiar as escolas nas suas práticas pedagógicas, os PCN’s falam que: O professor realiza a avaliação por meio de: • observação sistemática: acompanhamento do processo de aprendizagem dos alunos, utilizando alguns instrumentos, como re- gistro em tabelas, listas de controle, diário de classe e outros; • análise das produções dos alunos: consi- derar a variedade de produções realizadas pelos alunos, para que se possa ter um qua- dro real das aprendizagens conquistadas. Por exemplo: se a avaliação se dá sobre a competência dos alunos na produção de tex- tos, deve-se considerar a totalidade dessa produção, que envolve desde os primeiros registros escritos, no caderno de lição, até os registros das atividades de outras áreas e das atividades realizadas especificamente para esse aprendizado, além do texto pro- duzido pelo aluno para os fins específicos desta avaliação; 14 • atividades específicas para a avaliação: os alunos devem ter objetividade ao expor so- bre um tema, ao responder um questionário. Para isso, é importante, em primeiro lugar, garantir que sejam semelhantes às situações de aprendizagem comumente realizadas em sala de aula; em segundo lugar, deixar cla- ro para os alunos o que se pretende avaliar, pois, inevitavelmente, estarão mais atentos a esses aspectos (BRASIL, 1998, p. 98). No BNCC diz-se: [...] construir e aplicar procedimentos de avaliação formativa de processo ou de re- sultado que levem em conta os contextos e as condições de aprendizagem, tomando tais registros como referência para melhorar o desempenho da escola, dos professores e dos alunos (BRASIL, 2018, p.17). Todo instrumento de avaliação é sempre uma ava- liação parcial. Não é possível avaliar um educan- do usando-se apenas um único instrumento� São necessários vários: questionários, provas escritas, pesquisas de opinião, debates e arguição oral� Os instrumentos são diferentes, mas todos devem trazer características significativas e de qualidade, pois serão utilizados pelo educador como um momento de reflexão� 15 A elaboração e a aplicação desses instrumentos deverão estar adequadas tanto para que o educando consiga entender os seus objetivos quanto para que o educador consiga,com esses instrumentos, coletar dados para a qualificação do educando. Hoffmann (2001) acredita que a aprendizagem de cada aluno pode ser entendida diferentemente, con- forme sua vivência, ou mesmo conforme a vivência do professor� Diante desse contexto, os professores precisam tomar cuidado ao avaliar o aluno� É neces- sário observar e refletir� É necessário que o processo de construção do co- nhecimento do aluno seja permanente e sucessivo e que se tenha uma relação dialógica de troca, através de discussões que possibilitarão o entendimento progressivo aluno/professor: o desenvolvimento do indivíduo se dá por estágios do pensamento, a partir de sua maturação e suas vivências� 16 AVALIAÇÃO Partindo-se do pressuposto de que o trabalho que o professor desenvolve em sala de aula está sempre num avaliar constante do aluno, “os resultados da avaliação deverão ser utilizados para diagnosticar a situação do aluno” (LUCKESI, 1995, p� 84)� A avaliação não serve só para avaliar o aluno, mas também para que o professor possa ter capacidade de ler e analisar os dados coletados, não só pensar em determinados instrumentos de avaliação, mas pensar o que fazer com esses dados� O avaliado também precisa perceber que essa avaliação é útil para o seu próprio processo de formação� O professor, por meio de sua prática e de suas consi- derações sobre o tema, precisa buscar problematiza- ções sobre a realidade do aluno, que se expressa em práticas pedagógicas, em especial o que estamos vendo agora, a avaliação de aprendizagem que o professor deve aplicar ao aluno� A prática avaliativa ainda continua sendo de grande importância para o professor� O avaliar é necessário e fundamental, porém hoje não podemos apenas cobrar o conteúdo em que o aluno não aprendeu e só decorou, a avaliação tem que ter sentido para o aluno� Podcast 1 17 https://famonline.instructure.com/files/407245/download?download_frd=1 Avaliação para DIAGNOSTICAR Conhecimento e reflexão (RE)Agir (RE)Planejar Avaliar para mudar paradigmas Figura 2: Avaliação diagnóstica. Fonte: Elaboração própria. A avaliação pode ser de formas diversas: ● Diagnóstica; ● Formativa; ● Contínua; ● Somativa� O professor pode utilizar diferentes instrumentos� Você verá, agora, algumas propostas de instrumen- tos de avaliações que podem ser aplicados aos alu- nos na prática� ● Avaliações escritas: � Objetivas; 18 � Dissertativas; � Verdadeiro ou falso; � Preenchimentos de lacunas� � Avaliação oral; � Dramatização; � Trabalho; � Relatório; � Exposição oral dos alunos; � Experimentação; � Desenho; �Maquete; � Produção textual; � Seminário; � Portfólios; � Feiras; Esses exemplos de avaliações podem ser individuais ou em equipe� O professor deve sim utilizar diferentes instrumentos para avaliar o aluno, nunca um único tipo, sempre vários, assim ele pode obter um melhor diagnóstico do aluno� 19 Avaliação Interna Avaliação Educacional Avaliação de Aprendizagem Avaliação Externa Figura 3: Avaliação. Fonte: Elaboração própria. Podcast 2 Para subsidiar o professor em sua prática docente e, consequentemente, auxiliar na avaliação do ren- dimento escolar do aluno, segue sugestões: ● Utilização dos resultados da avaliação como um dos elementos norteadores do trabalho do professor� ● Uso de mais de uma forma de avaliação para a verificação do desempenho do aluno. ● Aplicação de vários tipos de provas para avaliar a aprendizagem� ● Desempenho do aluno refletido no conceito que lhe foi atribuído. Essas sugestões são de grande importância para a aplicação de avaliações para o desempenho do aluno� 20 https://famonline.instructure.com/files/407246/download?download_frd=1 Etapas de correção para uma avaliação Ao fazer uma avaliação, o professor deve pensar em vários aspectos, independentemente do tipo de ava- lição que ele irá aplicar� Para isso, ele terá que saber o instrumento que realizará e como será avaliado; é preciso que ele tenha em mente algumas estratégias para todas as etapas da avaliação, ou seja, é preci- so ter começo, meio e fim bem claros, não só para o aluno que realizará a prova, mas também para o professor no momento de corrigi-la� Analise alguns passos para que o professor tenha um método pedagógico para a correção: ● Ter foco; ● Definir objetivos; ● Ter coerência; ● Ter fundamentação; ● Ter indicadores; ● Não colocar errado, porém orientar; ● Feedbacks: “muito bom”, “parabéns”, “ótimo”; ● Divulgar o resultado individualmente, mostrando onde e o que ele não aprendeu; ● Resolver coletivamente as provas após a corre- ção� Sempre que o aluno estiver já com a prova em mãos, para ele poder perceber onde não alcançou suas expectativas; 21 ● Dar dicas durante a correção coletiva, para que a prova seja uma garantia de aprendizagem e não de medição; ● Dessa forma, separamos algumas dicas para ga- rantir que a correção seja uma forma de fazer os alunos avançarem� ● Após a correção coletiva, estar sempre pronto a atender aos alunos e orientá-los conforme suas necessidades� Feedback ao aluno da Avaliação É fundamental para o aluno que o professor dê um feedback para ele, ou melhor, não só para o aluno, é importante também para o professor. A partir daí o professor poderá fazer uma avaliação diagnóstica do aluno e o aluno, sabendo o que e onde não aprendeu, saberá o que terá que estudar� O professor saberá onde poderá ajudá-lo� Esse feedback aos alunos tem que ter clareza, assim ao aluno, tendo este retorno, o ensino passa a ter mais significado, e com a ajuda do professor ele terá a oportunidade de rever os conteúdos não aprendi- dos, motivando-o a rever o que não aprendeu� O professor deve ter muito cuidado ao conversar com o aluno� Ele precisa se preocupar com que o aluno seja motivado para entender o que realmente ele está pedindo, para que o aluno não se acomode e acabe se desinteressando e desligando do conceito 22 pedido, pois haverá consequências ao aprendizado do aluno� Nesse retorno ao aluno: ● O professor deve ser claro; ● É necessário mostrar ao aluno o que ele estava pedindo na avaliação; ● Se o feedback tiver acertos, o professor deve elogiá- -lo, se não tiver, deve motivá-lo e mostrar onde ele deve melhorar; ● O retorno precisa ser o mais rápido o possível, para que o aluno tenha mais chances de desenvolver suas capacidades; ● A retomada do conteúdo tem que ser de uma for- ma que não atrapalhe o desenvolvimento da sala� O professor precisa se adequar de maneira que o aluno prejudicado não seja exposto� Ele precisa de um momento e um lugar certo; ● Não fazer comparações entre os alunos; ● O professor deve estar sempre acompanhando o aluno, isso é fundamental para a aprendizagem� 23 AVALIAÇÕES EXTERNAS É importante lembrarmos essa necessidade da ideia da avaliação e que serve como um instrumento de orientação e condução, para que o currículo possa, depois, inclusive, ser replanejado e repensado� Mas sabemos que existem avaliações que são mais lo- calizadas, mais direcionadas� Quando se trata, por exemplo, de uma avaliação externa, que visa uma avaliação mais integral, mais conjunta de todo o processo, o trabalho de todos os envolvidos acaba por ser evidenciado, avaliado� Além da avaliação interna, aqui no Brasil existem avaliações externas, que servem para diferentes fins, na verdade as duas se opõem, conforme a LDB 9394/96, que diz que a avaliação deve ser contínua, porém as avaliações externas são para classificar, é uma avaliação somativa, é o melhor jeito de listar os alunos pela quantidade de conhecimentos que eles dominam — além das avaliações externas também no caso dos vestibulares ou de outros concursos —, enquanto a formativa é muito mais adequada ao dia a dia da sala de aula� Na avaliação interna é: [...] fundamental o desvelamento dos prin- cípios que norteiam as práticas avaliativas, procedendo à sua análise não apenas emuma dimensão técnica, mas, também, em uma dimensão política e ideológica (SOUSA, 1997, p. 131). 24 As avalições externas são ações federais e têm sido a questão pedagógica nesse campo� Vamos os tipos de avaliações externas que temos aqui no Brasil: Tabela 3: Tipos de avaliação externas. Fonte: Instituto Unibanco. Os diversos atos normativos que têm definido a po- lítica educacional parecem apontar para o sentido de uma educação democrática comprometida com a qualidade de formação do aluno� Portanto, o de- safio maior agora é compreender o fenômeno da avaliação diante desses processos desencadeados pelas diferentes políticas educacionais. SAIBA MAIS Para compreender melhor a avaliação diagnós- tica, acesse o link a seguir e analise a imagem apresentada� Fonte: https://perolastic.blogspot.com/2017/09/ sintese-avaliacao-diagnostica.html 25 https://www.institutounibanco.org.br/wp-content/uploads/2016/04/Aprendizagem_em_foco-n.08.pdf https://perolastic.blogspot.com/2017/09/sintese-avaliacao-diagnostica.html https://perolastic.blogspot.com/2017/09/sintese-avaliacao-diagnostica.html SAIBA MAIS O vídeo a seguir traz uma breve reflexão acerca da avaliação de aprendizado para o aluno, aces- se e aprofunde os seus estudos: https://www.youtube.com/watch?v=KNJS9- -m7hcI&list=RDKNJS9-m7hcI&index=1 26 https://www.youtube.com/watch?v=KNJS9-m7hcI&list=RDKNJS9-m7hcI&index=1 https://www.youtube.com/watch?v=KNJS9-m7hcI&list=RDKNJS9-m7hcI&index=1 CONSIDERAÇÕES FINAIS A intenção deste módulo foi a de fazer algumas re- flexões sobre a avaliação da aprendizagem, a qual assume uma condição estratégica que pode con- tribuir tanto para a democratização da educação quanto para uma discriminação injusta� O objetivo da avaliação visa a respeitar os ritmos individuais de aprendizagem de cada aluno, garan- tindo uma vida escolar de sucessos� Um dos problemas atuais que atinge os professores é saber como implementar um processo de avalia- ção que não seja punitivo, seletivo ou excludente� Além disso, é preciso descobrir como fazer da avalia- ção um instrumento de acompanhamento e diálogo� Um sistema de avaliação, como visto, precisa ser considerado parte fundamental de todo o proces- so educacional, servindo ao desenvolvimento das capacidades dos alunos no sentido de possibilitar uma ligação entre teoria e prática� O professor precisa se desvencilhar da avaliação tradicional e conservadora, dar-se a oportunidade de compreender os documentos oficiais que auxi- liarão sua prática docente no acompanhamento da avaliação do rendimento escolar do aluno� Não é possível sustentar uma prática contínua e sistemática de avaliação escolar se não houver a 27 conscientização dessas mediações necessárias, ou seja, se no planejamento de ensino não se propuser o que irá acontecer na sala de aula, se não se pensar na teoria pedagógica que estará sendo adotada em suas mediações com as teorias que devem sustentar o processo avaliativo da escola� 28 SÍNTESE • A avaliação ainda é de grande importância, desde que seja para a construção da aprendizagem significativa do aluno. • A importância do feedback da avaliação é que o professor precisa ter várias estratégias, inclusive para não deixar o aluno constrangido, ele pode fazer a correção e a entrega da prova individual, depois sim fazer uma correção coletiva; • O professor deve estar atento às correções de suas avaliações para que não seja imparcial quanto aos resultados. Ele pode utilizar métodos como indicadores de correção; • Instrumentos de avaliação que o professor pode trabalhar: o professor não deve trabalhar com um único instrumento, deve diversificá-los para que o aluno tenha oportunidades e experiências diferentes; • A avaliação deve servir como instrumento de diagnóstico para que o professor possa conseguir avaliar o aluno com qualidade e não com quantidade, deixando de ser uma avaliação meritória e passando ser mediadora; DIDÁTICA • Práticas avaliativas aplicadas pelo professor em sala de aula para os alunos; • A avaliação dos alunos sofreram mudanças diante de documentos oficiais e alguns teóricos, ainda que exista um descompasso de alguns professores em relação à avaliação tradicional e a prática avaliativa a partir da LDB 9394/96; Referências Bibliográficas & Consultadas AFONSO, Almerindo J� Avaliação Educacional: re- gulação e emancipação� São Paulo: Cortez, 2000� ANTUNES, C� Como desenvolver competências em sala de aula� 11� ed� Petrópolis, RJ: Vozes, 2014� [Biblioteca Virtual]� ARAÚJO, U� Temas transversais, pedagogia de projetos e mudanças na educação� São Paulo: Summus, 2014� [Biblioteca Virtual]� BECKER, Fernando� Educação e Construção do Conhecimento� 2� ed� Porto Alegre: Artmed, 2012� [Minha Biblioteca]� BRASIL� Lei nº 4.024, de 20 de dezembro de 1961� Fixa as Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Diário Oficial da União. Brasília, 1961. BRASIL� Lei nº 5.692, de 11 de agosto de 1971� Fixa diretrizes e bases para o ensino de 1º e 2º graus e dá outras providencias. Diário Oficial da União. Brasília, 1971� BRASIL� Lei nº 9394, de 20 de dezembro de 1996� Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. Diário Oficial. Brasília, 1996. BRASIL� Parâmetro Curricular Nacional – Introdução (PCN). Brasília: MEC, 1998 HAYDT, R. C. Avaliação do Processo Ensino- Aprendizagem� São Paulo: Editora Ática, 2002� HOFFMANN, J. Avaliação, Mito e Desafio: uma perspectiva construtivista� Porto Alegre: Mediação, 2001� LUCKESI, C� C� Avaliação da aprendizagem escolar� São Paulo: Cortez, 1995� MALHEIROS, B. T. Didática Geral� Rio de Janeiro: LTD, 2017� [Minha Biblioteca]� MELO, A�; URBANETZ, S� T� Curitiba: InterSaberes, 2012� Fundamentos de Didática� [Biblioteca Virtual]� PATTO, M. H. S. A Produção do Fracasso Escolar: histórias de submissão e rebeldia� São Paulo: Casa do Psicólogo, 1999� SOUSA, S� M� Z� L� Avaliação escolar e democratiza- ção: o direito de errar. In: AQUINO, J� G� (org�)� Erro e fracasso na escola: alternativas teóricas e práticas� São Paulo: Summus, 1997� p� 125-138� ZABALA, A� et al Didática Geral� Porto Alegre: Penso, 2016� [Minha Biblioteca]� _GoBack Introdução A avaliação da aprendizagem escolar Tendências Avaliação Etapas de correção para uma avaliação Feedback ao aluno da Avaliação Avaliações Externas Considerações finais Síntese
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