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Neurologia – FMBM Pamela Barbieri – T23 Prof. Dr. Guilherme Ricciopo Rodrigues 1 Febre, cefaleia, rebaixamento de consciência → atentar a possibilidade de síndrome neuroinfecciosa. Paciente com sd. neuroinfecciosa? Dividir em 2 grupos: rigidez de nuca x sinais focais. Algoritmo: Rigidez de nuca: Relembrando anatomia: 3 meninges – duramater (mais externa, mais espessa, em contato com o crânio), pia-máter (mais interna, colada ao tecido cerebral), e entre as duas aracnoide. Espaço entre a dura-máter e pia-máter: espaço meníngeo, preenchido pelo LCR. É nesse espaço meníngeo em que há infecção nas meningites. O LCR é produzido no ventrículo lateral, IV ventrículo, através da filtração do sangue, no plexos poroide. Esse líquor circula no espaço meníngeo, desce até a cauda equina, sobe novamente e é reabsorvido nas granulações aracnoides. Funções: proteção mecânica; barreira contra entrada de microorganismos no tecido cerebral (quando entram diretamente no tecido cerebral, trata-se de abscesso ou encefalite ou evolução na meningite); Neurologia – FMBM Pamela Barbieri – T23 Prof. Dr. Guilherme Ricciopo Rodrigues 2 Meningite – presença de pus. Relembrando semiologia: Febre, cefaleia, rebaixamento de consciência + rigidez de nuca. Achados semiológicos: sinal de Brudzinski (ao fletir o pescoço do paciente, ele irá fazer uma flexão das pernas). Sinal de Lasègue (extensão da coxa; se irritação meníngea, 30, 40° paciente queixa de dor). Sinal de Kernig (contractura dolorosa da região lombar, quando se faz a flexão da coxa sobre a bacia com a perna em extensão). MENINGITE BACTERIANA AGUDA: →Quadro clássico: cefaleia, rigidez de nuca, febre e alteração do estado mental. Principais agentes: Pneumococo Meningococo (surtos; rápida evolução para óbito) – sd neuroinfecciosa + lesões purpúricas. Hemófilos Listéria Púrpuras da meningite meningocócica. →Diagnóstico: Análise do Líquor (LCR) Necessário para confirmar dx de meningite; orienta terapêutica inicial; identifica microrganismo responsável; permite realização de antibiogramas; pode auxiliar no seguimento do paciente. Contraindicações à punção lombar sem TC: Papiledema (hipertensão intracraniana → herniação cerebral) Presença de déficit focal Crises epilépticas Rebaixamento do nível de consciência Imunossupressão Nos casos em que a punção lombar precise aguardar o exame de imagem, devemos coletar hemocultura e iniciar o tratamento com antibióticos imediatamente! Neurologia – FMBM Pamela Barbieri – T23 Prof. Dr. Guilherme Ricciopo Rodrigues 3 ANÁLISE DO LCR: Diagnóstico diferencial de MB: • Hemorragia subaracnóide (instalação abrupta) • Meningites virais Quadro mais benigno, LCR <1000cels, predomínio linfocítico e sem consumo de glicose. Tratamento é de suporte. • Meningites fúngicas Subagudo, mais imunocomprometidos; SIDA *criptococose – HIC (nesse caso pode puncionar); dx por visualização, cultura ou sorológico. Tto anfotericina. • Meningite por amebas de vida livre: antecedente de nadar em lagoa de agua quente não tratada – N. fowleri. Neurologia – FMBM Pamela Barbieri – T23 Prof. Dr. Guilherme Ricciopo Rodrigues 4 TRATAMENTO DA MB: • Dexametasona 10mg antes da primeira dose de antibiótico e manter de 6/6horas por 4 dias. • Ceftriaxona 2g de 12/12horas por 14 dias. • Se idoso, adicionar Ampicilina 2g de 4/4horas. Se confirmar a suspeita de Listeria, manter o tratamento por 21 dias. • Isolar o paciente com Meningococo, por 24 horas e realizar quimioprofilaxia em pessoas de contato íntimo, profissinais de saúde que manipularam vias aéreas: – Cipro ou Azitro 500mg dose única ou Rifampicina 600mg 12/12horas por 2 dias. MENINGITES CRÔNICAS • Meningite tuberculosa Clínica: febre, cefaleia, alteração do nível de consciência (clínica mais espaçada); imagem: realce das meninges na base do crânio (aracnoidite de base). LCR: aumento de céls (< 500), aumento de proteínas, consumo de glicose e PCR positivo. • Meningite sifilítica T. pallidum; síndrome de neuroinfecção, de evolução mais crônica; VDRL+; teste treponêmico +. • Fungos: criptococos, aspergilos, blastomicis e histoplasma. LCR com características de infecção crônica + testes sorológicos para confirmação de etiologia. Neurologia – FMBM Pamela Barbieri – T23 Prof. Dr. Guilherme Ricciopo Rodrigues 5 • Parasitas: acantamoeba, plasmodium e tripanossomíases. SINAIS FOCAIS: Signigica que a infecção não se restringe mais a meninge e agora acomete tecido encefálico. Encefalite ou abscesso? Diferencia-se através do exame de imagem: Se apenas edema: encefalite (principalmente virais; outro grupo: autoimunes). Se lesão com realce ovalar: abscesso (bactéria, fungo, parasita ou neoplasia). →Encefalites virais Principais agentes: • HSV-1 (tropismo pelos lobos temporais). • VZV • Sarampo • Arboviroses Neurologia – FMBM Pamela Barbieri – T23 Prof. Dr. Guilherme Ricciopo Rodrigues 6 Outras neuroinfecções virais • Poliomielite • Raiva • LEMP (JC) Imunossuprimidos – SIDA: destrói substância branca. →Abscessos cerebrais • Bacterianos (strepto, stafilo, anaeróbios e nocardia) • Fúngicos (cândida, aspergilos, blastomices ou histoplasma) • Parasitas (Toxoplasma gondii (HIV); Neurocisticercose) Nocardia – infecção pulmonar que migra para o cérebro e faz múltiplos abscessos: Presença de sinal focal – hemiparesia/afasia contralateral à lesão. Neurologia – FMBM Pamela Barbieri – T23 Prof. Dr. Guilherme Ricciopo Rodrigues 7 Neurotoxoplasmose: forma vários abscessos em regiões de núcleos da base. *Paciente HIV: lesão com abscesso: pensar em neurotoxo; quadro que lembra mais meningite: lembrar de neurocripto. Neurocisticercose – ingesta de cisticercos (ovos). Cada lesão é um abscesso onde está se desenvolvendo a larva.
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