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1. INTRODUÇÃO O abdome é a maior cavidade do corpo humano e compreende a região do tronco que fica entre o tórax e a pelve. A divisão entre o tórax e o abdome é demarcada pelo diafragma, enquanto a abertura superior da pelve demarca os limites entre as cavidades abdominal e pélvica. Assim, o abdome comporta órgãos do sistema digestório e algumas estruturas do sistema urinário. Anatomicamente, o abdome é dividido em 9 regiões e 4 quadrantes, o que auxilia na descrição de sinais, sintomas e anormalidades anatômicas que podem estar presentes no paciente para diagnóstico e registro no prontuário médico. A cavidade abdominal comporta o estômago, fígado, vesícula biliar, pâncreas e ductos biliares, baço, intestinos delgado e grosso, rins, glândulas suprarrenais e os vasos abdominais, que são ramificações da aorta abdominal. A bexiga urinária, útero, tuba uterina e ovários (em mulheres) são considerados órgãos abdominais e pélvicos. O exame físico abdominal, feito corretamente, é capaz de identificar massas anormais (tumores), irritação peritoneal, íleo paralítico, sopros arteriais e outros problemas de saúde. 2. ANATOMIA FISIOLÓGICA DO ABDOME O abdome, como já mencionado, fica entre o tórax e a pelve, e comporta todo o sistema digestório e parte do sistema urogenital. Esses órgãos são contidos pelos músculos abdominais, diafragma e músculos da pelve, e a posição (entre tórax e pelve) torna o abdome capaz de proteger seu conteúdo e ainda manter flexibilidade para respiração, postura e locomoção. Apesar da proximidade, o abdome é contínuo com a cavidade pélvica, e por isso não possui assoalho, sendo a abertura da pelve superior apenas uma demarcação arbitrária para separar didaticamente as duas cavidades. Com a contração voluntária ou reflexa, os músculos abdominais aumentam a pressão intra- abdominal para promover tanto a expulsão de líquidos, flatos, fezes e fetos da cavidade abdominopélvica, quanto a expulsão de ar da cavidade torácica adjacente. As paredes abdominais são formadas por diversas camadas, que além de se contrair, é capaz de se distender a fim de acomodar as expansões causadas pela ingestão alimentar, gravidez, deposição de gordura e outras doenças. Os órgaos internos são revestidos pelo peritônio, uma membrana serosa que se dobra sobre as vísceras abdominais como uma bolsa, formando a cavidade peritoneal, cujas dobras dão passagem aos vasos sanguíneos, linfáticos e nervos. A parede abdominal tem três pares de músculos planos e dois pares de músculos verticais, são eles respectivamente: m. oblíquo externo do abdome, m. oblíquo interno do abdome, m. transverso do abdome (planos), m. reto do abdome e m. piramidal (verticais), esses dois últimos são contidos na bainha do músculo reto do abdome. Devido ao sua grande atividade, a cavidade abdominal requer boa vascularização. Com isso, o abdome é suprido pela aorta abdominal e suas ramificações, que são: artérias suprarrenais, renais, mesentéricas e ilíacas, que por sua vez irão se ramificar para suprir a pelve e membros inferiores, e o tronco celíaco, que dá origem às artérias hepática comum, esplênica e gástrica esquerda. Assim, o tronco celíaco irriga fígado, estruturas biliares, estômago e parte do pâncreas, a artéria mesentérica superior irriga os intestinos delgado e grosso, até a porção proximal do colo transverso, a mesentérica inferior irriga o restante do intestino grosso e porção proximal do reto. As vísceras abdominais são responsáveis principalmente pela digestão dos alimentos, absorção dos nutrientes ingeridos e eliminação dos resíduos. Assim, o alimento, que entra pela boca, chega pelo esôfago ao estômago, onde é triturado e misturado ao suco gástrico, graças aos movimentos peristálticos, a fim de reduzir o conteúdo alimentar às suas moléculas absorvíveis. Daí, o bolo alimentar é encaminhado para o intestino delgado. O intestino delgado é o principal local de absorção dos nutrientes ingeridos na alimentação, e fica situado entre o estômago e o intestino grosso. É no intestino grosso que ocorre a absorção da maior parte de água que está misturado ao bolo alimentar, que nessa porção do tubo gastrointestinal se torna bolo fecal. Do intestino grosso, o bolo fecal é transportado para o reto e expelido pelo canal anal. Os intestinos são supridos pelas artérias mesentéricas inferior e superior e suas ramificações, enquanto o estômago é suprido principalmente pelas artérias gástricas esquerda e direita, e drenado pelas veias gástricas direita e esquerda, que drenam para a veia porta. Além do tubo gastrointestinal, a digestão depende de glândulas anexas para acontecer, sendo elas o fígado e o pâncreas, que produzem secreções e hormônios que auxiliam nesse processo. O fígado é um órgão macio e altamente vascularizado, visto que recebe uma grande quantidade de sangue imediatamente antes de entrar no coração. A maior parte da irrigação do fígado vem da veia porta hepática e uma porcentagem menor da artéria hepática, enquanto a drenagem é feita pela veia cava inferior (VCI) e pelas veias hepáticas, que não possuem válvulas. É um importante órgão no metabolismo de drogas, síntese de proteínas sanguíneas, armazenamento de nutrientes e secreção da bile, que é armazenada e expelida pela vesícula biliar. O pâncreas, por sua vez, é responsável por sintetizar principalmente a insulina e o glucagon, que regulam a glicemia, mas também produz o suco gástrico que participa da digestão de lipídios e proteínas. Além dos órgãos digestórios, o abdome engloba o baço e a bexiga urinária. O baço é o maior órgão linfático do corpo, participando do sistema de defesa do corpo, e também contém uma grande quantidade de sangue, que é expelida para a circulação pela ação do músculo liso de sua cápsula. Com isso, os vasos esplênicos são mais calibrosos, sendo que a irrigação deste órgão é feita principalmente pela artéria esplênica, ramo do tronco celíaco. CONCEITOS! Inapetência: perda do apetite Disfagia: sensação de obstrução do esôfago (entalado) Dispepsia: desconforto abdominal caracterizado por plenitude, saciedade precoce, distensão e/ou náusea. Regurgitação: sensação de conteúdo gastroesofágico na boca, sem que ocorra vômito. Pirose: sinônimo de azia, sensação de queimação retroesternal. Constipação/obstipação: dificuldade ou esforço para evacuar, fezes endurecidas, menos de 3 evacuações semanais Plenitude gástrica: sensação de saciedade precoce (empachamento). Hematêmese: vômito com sangue proveniente do aparelho digestivo, podendo ser sangue vivo ou borráceo. Deve-se diferenciar de hemoptise, que é sangue proveniente do sistema respiratório Esteatorreia: fezes gorduras (boiam no vaso) Melena: fezes enegrecidas, tipo borra-de-café, sugestivo de sangramento digestivo alto (“sangue digerido”). Tenesmo: sensação de evacuação incompleta associado a esforço para defecar. Hematoquezia: presença de sangue vivo nas fezes, sugestivo de sangramento retal. Disúria: dor ao urinar Poliúria: aumento significativo no volume urinário em 24 horas, definido grosseiramente como 3 litros. Polaciúria: aumento na quantidade de micções Nictúria: aumento da frequência urinária durante a noite. Oligúria: diurese diminuída (inferior a 400 ml/24h) Anúria: diurese inferior a 100 ml/24h Enurese: incapacidade de reter a urina durante o sono Urgência urinária: desejo intenso e imediato de urinar, as vezes causando micção involuntária. Incontinência urinária: eliminação involuntária da urina. Hematúria: presença de sangue na urina INSPEÇÃO É importante pontuar que todo o exame físico é feito à direita do paciente, e o mesmo deve estar em decúbito dorsal e com os braços ao lado corpo. Além disso, éimportante que se siga uma ordem no exame para evitar que alguma região deixe de ser devidamente examinada. A inspeção do abdome deve se iniciar observando a pele da região, à procura de manchas, lesões e cicatrizes, especialmente cicatrizes cirúrgicas – a cicatriz umbilical também deve ser descrita, indicando se é centralizada ou descentralizada e protrusa ou intrusa. Com isso, deve-se observar a conformação do abdome, identificando se ele é plano, escavado ou globoso. Abdome escavado normalmente é sinal de desnutrição, enquanto o abdome pode ser globoso às custas de panículo adiposo, ascite, gases, tumores, etc, sendo importante sinalizar quando é globoso às custas de panículo adiposo e ascite. E além da conformação, é importante sinalizar se o abdome é simétrico ou não e se apresenta deformidades, utilizando as regiões e quadrantes para descrever a localização das anormalidades. Na inspeção também deve se observar a presença de circulação colateral, peristalse e pulsações visíveis. A circulação colateral pode ser do tipo porta ou do tipo veia cava inferior, e indicam hipertensão portal. Hipertensão portal é uma condição em que o sistema porta apresenta aumento da resistência ao fluxo de sangue, o que pode ser causado por doenças dentro do fígado, obstrução da veia esplênica ou portal e fluxo venoso hepático insuficiente. A principal causa de hipertensão portal é a cirrose alcoólica, que é caracterizada por hepatomegalia e superfície com aspecto nodular. A cirrose é provocada pela destruição progressiva dos hepatócitos, que são substituídos por gordura e tecido fibroso, e por isso o aumento da resistência ao fluxo sanguíneo, visto que o tecido fibroso circundando os vasos hepáticos torna o fígado mais firme, impedindo a circulação. Sinais de Hipertensão Portal: • Ascite • Edema de membros inferiores • Hematêmese • Varizes esofágicas • Hemorroidas Na inspeção, também é preciso avaliar a presença de hérnias, e para isso se realiza a manobra de Valsalva, que nada mais é do que solicitar ao paciente que sopre o punho fechado. Com isso, aumenta-se a pressão intra-abdominal, forçando o aparecimento das hérnias que podem estar presentes. Hérnia é definida como uma protrusão parcial ou total de um ou mais órgãos por um orifício que se abriu, o que pode ocorrer por enfraquecimento da parede abdominal ou por má formação e a depender de sua localização, recebe diferentes nomenclaturas. 5. PERCUSSÃO Para essa parte do exame físico, é importante que o médico esteja com as unhas cortadas e aqueça as mãos. Antes de começar as manobras, é importante perguntar ao paciente se ele está sentindo alguma dor abdominal, se está com a bexiga cheia e se defecou no dia do exame (ou se estar com vontade de ir ao banheiro). Durante a percussão, especialmente naqueles pacientes que referirem dor, é necessário que o profissional pesquise sinais de desconforto na expressão do paciente. A percussão é usada para fazer a hepatimetria, ou seja, mensuração do tamanho do fígado, percussão do espaço de Traube, a fim de identificar visceromegalia (VCM) e percussão geral para identificar se o som é timpânico (normal) ou maciço, indicando que há massas sólidas anormais na cavidade abdominal. A hepatimetria é feita utilizando os dedos como medida. Começando na região abaixo do umbigo, deve-se percurtir em direção ao fígado até que o som mude de timpânico (abdominal normal) para maciço, indicando a margem inferior do fígado. Após isso, deve-se percurtir da região hemiclavicular direita na altura dos pulmões em direção ao fígado, até o som mude de som claro pulmonar (atimpânico) para maciço, indicando o início do fígado. Com isso, mede-se a distância entre esses dois pontos (início e margem inferior do fígado), considerando que cada dedo tenha 1 cm de largura. Vale pontuar que a percussão normalmente fornece estimativas inferiores à realidade e o fígado pode ser deslocado para baixo pelo diafragma em pacientes com DPOC. Hepatometria normal A esplenomegalia pode ser identificada através de duas técnicas: percussão da região inferior esquerda da parede torácica anterior (espaço de Traube) e verificação da presença do sinal de percussão esplênica. O espaço de Traube fica entre a área de atimpanismo pulmonar e o rebordo costal abaixo, e ao percurtir esse espaço, deve-se ouvir som timpânico, indicando que não há visceromegalia, ou seja, que o espaço de Traube está livre. Para verificar o sinal de percussão esplênica, deve percurtir o espaço intercostal mais abaixo da linha axilar anterior esquerda, região que costuma ser timpânica. Em seguida, é importante solicitar ao paciente que respire fundo e percutir novamente esta região. Quando o tamanho do baço está normal, o som timpânico à percussão se mantém mesmo com a respiração funda. O baço cresce em direção ao umbigo (sentido anterior, inferior e medial), e muitas vezes substitui o timpanismo do estomago e do cólon pela macicez de órgão, que é sólido (assim como fígado). Então deve-se percutir nesse sentido (direção do umbigo) para mensurar o tamanho deste órgão, lembrando que isso só é possível quando já há esplenomegalia, pois o baço não deve ser palpado abaixo do rebordo costal esquerdo. Visceromegalia (VCM) Devido à ausência de válvulas em suas veias, a elevação da pressão venosa central (HAS) é transmitida ao fígado, que aumenta de tamanho quando se enche de sangue, e o ingurgitamento temporário acentuado distende a cápsula fibrosa do fígado, causando hepatomegalia. Esse ingurgitamento é causado frequentemente por insuficiência cardíaca congestiva. Hepatomegalia também pode ser causada por doenças bacterianas, virais (hepatite) e tumores. Quando fígado está aumentado, sua margem inferior pode ser palpada abaixo do rebordo costal direito, e quando a massa é tumoral, normalmente é possível palpar nódulos endurecidos e arredondados no parênquima hepático. 6. PALPAÇÃO Antes de iniciar as manobras de palpação, é importante perguntar ao paciente se ele sente alguma dor abdominal, se está com a bexiga cheia e se defecou no dia do exame (assim como na percussão). Essa parte do exame é realizada em dois momentos: palpação superficial e palpação profunda. Na palpação superficial, deve-se palpar todos os quadrantes, com apenas uma mão, sem excluir as regiões laterais, buscando áreas sensíveis e/ou alteração de consistência durante a palpação. Na palpação profunda são palpados as mesmas regiões, também buscando áreas sensíveis e alterações de consistência, mas nessa manobra devem se usar as duas mãos, uma apoiada sob a outra, pesquisando a presença de massas. É importante saber que algumas estruturas podem ser palpadas mas que não indicam anormalidades patológicas, como a aorta, a borda do fígado, alguns linfonodos, bexiga distendida, polo inferior do rim direito, músculo reto abdominal e seus tendões, cólon e fezes. Além disso, algumas manobras buscando palpar algumas estruturas devem ser realizadas nesse parte do exame físico, como o fígado, o baço e o rim direito. A palpação do fígado pode ser feita utilizando duas técnicas. Na técnica habitual, deve-se posicionar a mão por debaixo do paciente, paralela às 11a e 12a costelas, apoiando-as. Com isso, faz-se a compressão da mão esquerda para frente, palpando o fígado com a outra mão. Deve- se posicionar a mão direita à direita do abdome do paciente, lateralmente ao músculo reto, com as pontas dos dedos bem abaixo da borda inferior hepática. Nessa parte, deve-se fazer uma compressão suave para dentro e para fora, solicitar ao paciente que respire fundo, e na expiração deve sentir a borda do fígado, quando ela descer ao encontro dos dedos do médico (Figura). Nessemomento, deve-se diminuir a pressão na mão que está palpando e deslizar a ponta dos dedos para palpar a superfície anterior do fígado. É importante observar a presença de alguma hipersensibilidade ao toque e tentar delimitar as bordas medial e lateral do fígado. A outra técnica para palpar o fígado é a mão em garra, que é muito útil em pacientes obesos. Nessa manobra, deve-se posicionar as duas mãos, lado a lado, do lado direito do abdome, logo abaixo da borda do fígado (Figura). Em seguida, faz-se uma pressão com os dedos, para dentro e para cima, em direção ao rebordo costal, e nesse momento solicita-se ao paciente que respire fundo. Quando palpado, a borda do fígado saudável é mole, nítida e regular, e a superfície é lisa. Quando o baço está aumentado, ele começa a ser palpado abaixo do rebordo costal. O baço fica acoplado no diafragma, na altura da 9a, 10a e 11a costelas, ocupando grande parte da região posterior à linha axilar média esquerda. Porém, em alguns adultos é possível palpar a ponta do baço normal abaixo do rebordo costal esquerdo. A técnica para palpar o baço é semelhante à técnica habitual de palpação do fígado: o médico deve segurar o paciente com a mão esquerda, apoiando e comprimindo para frente a região inferior da caixa torácica e dos tecidos moles adjacentes; com a mão direita, por baixo do rebordo costal esquerdo, faz-se pressão para dentro, na direção do baço. Então, inicia-se a palpação em um nível baixo suficiente que seja capaz de detectar um possível aumento, e nesse momento deve se solicitar ao paciente que inspire profundamente; quando o baço descer de encontro aos dedos do examinador, este deve palpar a margem ou ponta do baço, pesquisar sensibilidade ao toque e avaliar o contorno esplênico e a distância entre o ponto mais baixo do baço e o rebordo costal esquerdo. Após isso, deve-se repetir a mesma manobra com o paciente em decúbito lateral direito (ou seja, de frente para o examinador), pois nessa posição, a gravidade desloca o baço para um local mais acessível para palpação. Essa posição também é chamada de posição de Schust. Mão em garra Os rins normalmente não são palpados, mas é importante que se domine esta técnica também. Para palpar o rim direito, o médico deve posicionar a mão esquerda atrás do paciente, logo abaixo e paralela à 12a costela, com as pontas dos dedos no ângulo costovertebral. Com isso, deve-se elevar a mão tentando deslocar o rim para a frente, e colocar a mão direita para devagar no quadrante superior direito, lateral e paralelamente ao músculo reto. Nesse momento, é solicitado ao paciente que respire fundo, e no pico da inspiração, comprime-se a mão direita profundamente ao quadrante superior direito, abaixo do rebordo costal, tentando capturar o rim entre as mãos. Nesse momento, o paciente deve expirar e ficar em apneia em curto período, com isso, o médico deve liberar lentamente a compressão exercida pela mão direita simultaneamente, tentando sentir o deslizamento do rim e seu retorno à posição que estava durante da expiração. Caso seja possível palpar o rim, é importante que se descreva seu tamanho, contorno e presença de sensibilidade ao toque. Existem ainda algumas técnicas de palpação/percussão que auxiliam na pesquisa de ascite. As principais são as técnicas de macicez móvel, semi-círculo de skoda e pesquisa do sinal de piparote. Ascite consiste no acúmulo anormal de líquido na cavidade abdominal, que além de causar aumento do volume abdominal, pode gerar aumento de peso, desconforto abdominal e dispneia. Normalmente, a ascite está associada à doenças hepáticas graves associadas à hipertensão portal e déficit na síntese de albumina, que causam desequilíbrio entre as pressões osmótica e coloidosmótica, forçando o extravasamento de líquido para o terceiro espaço (vasos linfáticos). 7. AUSCULTA A ausculta abdominal visa identificar dois principais sinais: ruídos hidroaéreos (RHA) e sopro nas artérias abdominais – aorta, artérias renais e artérias ilíacas. Para isso, é preciso posicionar o estetoscópio em 7 pontos. A ausência de sopros pode ser confirmada quando não se ouve nenhum ruído nos pontos abaixo. Para ouvir os RHA basta posicionar o estetoscópio em áreas difusas do abdome, permanecendo por cerca de 2 minutos – ouvir um ruído já exclui a possibilidade de íleo paralítico e não é necessário ficar os 2 minutos inteiros caso se ouça antes disso. Íleo paralítico é um doença causada por defeitos ou ausência da motilidade intestinal (peristalse). Isso gera inapetência, obstipação grave, vômitos, obstrução intestinal, que causa muito desconforto para o paciente, além de muita flatulência e risco de peritonite e sepse, visto que o conteúdo intestinal fica paralisado, gerando aumento das microbiota residente.}
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