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BIODIVERSIDADE NA AMÉRICA LATINA E CARIBE (ALC)

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BIODIVERSIDADE NA AMÉRICA LATINA E CARIBE (ALC)
Natally Sato
A biodiversidade pode ser definida, de forma resumida, como a riqueza de
espécies presentes em um ecossistema. No mundo, já foram contabilizadas cerca
de 1,5 a 2 milhões de espécies, sendo que 70% dessas espécies se encontram em
aproximadamente 13 países, localizados na região intertropical e com alta
incidência solar. Nesse contexto, observa-se que a América Latina e Caribe (ALC),
principalmente por sua localização estratégica, desenvolveram uma biodiversidade
única no planeta. A ALC também possui uma grande reserva de recursos hídricos
se comparada com o restante do mundo. Dessa forma, deve-se ressaltar que, nessa
região, essa diversidade biológica e seus recursos naturais têm uma importância
significativa para os seres humanos.
É possível dividir, didaticamente, a importância da biodiversidade em quatro
categorias: fatores intrínsecos, serviços ecossistêmicos, valoração ambiental e
commodities. Os valores intrínsecos são aqueles relacionados à questão ética, na
qual todas as espécies são consideradas importantes por existirem, ou seja, elas
têm valor próprio e devem ser conservadas, não importando se existe alguma
função ou utilidade para aquela determinada espécie. Já os serviços
ecossistêmicos, são aqueles benefícios que as pessoas podem retirar dos
ecossistemas, que vão desde coisas mais simples como a água doce, o alimento,
até benefícios mais complexos como o controle de doenças e pragas, o controle do
clima, a ciclagem de nutrientes do solo, a polinização, entre outros. Nesse sentido,
um grande serviço ecossistêmico oferecido pela floresta Amazônica são os "rios
voadores", responsáveis por levar a água da evaporação da floresta por meio de
correntes de ar para as regiões sul e sudeste do Brasil, impedindo que se forme
uma grande área desértica.
Para se ter uma noção mais concreta das suas vantagens, pode-se recorrer a
valoração ambiental, ou seja, associar um valor monetário a esses serviços
oferecidos pela natureza. De modo geral, esse cálculo é feito a partir do custo obtido
para se reproduzir os mesmos benefícios, porém com tecnologias e biosfera
artificiais. Normalmente esse custo é bastante elevado, visto que existem inúmeros
proveitos diretos e indiretos relacionados aos serviços ecossistêmicos. Um exemplo
disso são as Cataratas do Iguaçu, que além de possuir grande biodiversidade e
oferecer inúmeros serviços ecossistêmicos, movimenta muitos recursos financeiros
para Foz do Iguaçu e região, por se tratar de uma rota turística bastante procurada
por sua exuberante paisagem.
Por fim, deve-se considerar que os países da ALC em sua grande maioria
são exportadores de commodities, ou seja, vendem seus recursos naturais, que são
serviços ecossistêmicos com valor agregado de importância global. Nesse
panorama, o preço das commodities é infinitamente mais baixo se comparado aos
produtos tecnológicos importados dos países desenvolvidos. Além disso, os países
da ALC estão sujeitos à grande oscilação dos preços de mercado. Isso gera uma
balança comercial desfavorável e um déficit econômico da ALC em relação aos
países desenvolvidos. Nesse contexto, percebe-se a importância socioeconômica
da biodiversidade e seus serviços ecossistêmicos. O desafio é, portanto, saber
como conciliar o uso e exploração de recursos com o desenvolvimento
socioeconômico de seus países.

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