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30 estratégias para inclusão da pessoa com TDAH na educação

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30 estratégias
para inclusão da pessoa
com TDAH na educação 
30 estratégias para inclusão da pessoa com TDAH na educação
 Por Vamos Falar de TDAH? 
Os Direitos Autorais deste material estão protegidos pela Lei n° 9.610/98. 
É proibida a reprodução parcial ou total por qualquer meio de distribuição, em 
forma idêntica, resumida ou modificada, em língua portuguesa ou qualquer outro 
idioma, sem a devida autorização oficial do autor. 
sumário
Para quem é esse ebook
Introdução
Cotidiano escolar e acadêmico
Formas de avaliação
Gestão escolar e Acadêmica
Conclusão
Referências
04
05
06
13
16
17
18
Para quem é esse ebook 
Para pais que desejam conhecer estratégias de inclusão a serem construídas na escola. 
Para estudantes de todos os níveis e idades que querem ter um ensino inclusivo e precisam 
de referências para ajudar neste processo. 
Para educadores(as) e gestores(as) escolares que querem promover uma educação mais 
próxima e inclusiva na sua instituição de ensino. 
Para profissionais de saúde mental que desejam formar educadores(as) e pais mais 
conscientes das práticas inclusivas para TDAH. 
Para todos e todas que desejam e fazem um mundo mais inclusivo e acolhedor. 
Introdução 
"As dificuldades de aprendizagem na escola apresentam-se como um 
contínuo, compreendendo desde situações mais simples e/ou 
transitórias que podem ser resolvidas espontaneamente no curso do 
trabalho pedagógico até situações mais complexas e/ ou 
permanentes que requerem o uso de recursos ou técnicas 
especiais para que seja viabilizado o acesso ao currículo por parte do 
educando. Atender a esse contínuo de dificuldades requer 
respostas educativas adequadas , que abrangem graduais e 
progressivas adaptações de acesso ao currículo, bem como 
adaptações de seus elementos.".
A educação é um direito universal garantido pela Constituição (BRASIL, 
1988) no Art. 6, no artigo 53 do Estatuto da Criança e do Adolescente 
(BRASIL, 1990) e na Declaração Universal de Direitos Humanos da ONU 
(1948), no Artigo XXVI. Toda pessoa, em qualquer faixa etária, tem direito a 
se capacitar para a vida e para o trabalho e a integrar um ambiente escolar 
ou acadêmico. Mas como garantir este direito diante de condições 
adversas, que atrapalham o acesso e a manutenção em um processo de 
educação justa e que beneficie o desenvolvimento humano integral?
 
É para isso que é pensada a educação inclusiva . Para além das limitações 
em casos de deficiências, ela garante que toda pessoa em qualquer 
condição possa se desenvolver através da educação formal. Segundo 
Manzoni et al (2017, p.23372), inclusão é “a garantia de acesso contínuo 
aos espaços comuns da vida social e que deve estar orientada pelo 
acolhimento à diversidade e à equiparação de oportunidades ”, sob a 
perspectiva não de tratar a todos da mesma forma, mas de “evitar a 
exclusão e a segregação a que foram submetidos durante tanto tempo” 
(LIMA; LUSTOSA, s/d apud MANZONI, 2017, p.23372). 
Segundo a cartilha do Ministério da Educação sobre as Diretrizes nacionais 
para a educação especial na educação básica (2001, p.58): 
Ou seja, existem adaptações que devem ser feitas para o acesso e 
manutenção da p essoa com necessidades educacionais especiais no 
sistema de ensino, adequando a cada necessidade. Mas tanto as 
instituições quanto as pessoas com TDAH e/ou seus responsáveis podem, 
muitas vezes, sentirem-se de mãos atadas, sem saber como mediar esse 
processo. E então surgem os mitos de que é necessário fazer grandes 
investimentos financeiros para obter a inclusão adequada e que a pessoa 
com TDAH seria vitimizada e teria seu processo educativo banalizado, 
dificultando ainda mais o desfecho positivo de milhões de histórias de 
TDAHs na educação formal. 
Seguindo essa lógica, pensamos 30 estratégias que podem equiparar as 
oportunidades da pessoa com TDAH e respeitar suas características 
dentro do espaço educacional sem deixar de promover o 
desenvolvimento que a educação formal propõe. São mudanças mínimas, 
que envolvem muito mais barreiras atitudinais do que estruturais ou 
financeiras, mas que provocam mudanças de grande impacto - 
especialmente a longo prazo - no desenvolvimento da pessoa com o 
transtorno. 
Separamos elas em três blocos: Cotidiano escolar e acadêmico , 
 Formas de avaliação e Gestão escolar e Acadêmica . Cada um abarca 
as estratégias de inclusão do seu contexto. 
Tudo pronto aí para entendermos mais sobre como aplicar a 
inclusão educacional para pessoas com TDAH? 
Cotidiano escolar e acadêmico 
1. Antecipar o envio dos materiais de texto 
a serem utilizados nas aulas com leitura 
prévia.
Esta é uma atitude simples, mas que facilita 
muito o planejamento do aluno(a). A leitura é 
um tipo de atividade que pode demandar de 
mais tempo da pessoa com TDAH, devido à 
dificuldade de se manter a concentração. Uma 
página pode requerer diversas releituras até 
que o foco seja estabelecido e a pessoa 
consiga entender a linha de raciocínio do 
material. Com a antecipação dos textos, fica 
mais fácil dar conta das leituras e conciliar com 
outras atividades, acadêmicas ou não. 
2. Disponibilizar uma bibliografia 
complementar em recurso audiovisual 
(vídeos, áudios, podcasts, filmes, 
documentários, etc).
Como falado acima, a atenção da pessoa com 
TDAH é bastante difícil de controlar, 
especialmente quando se tratam de atividades 
longas, complexas e que demandam de muita 
concentração, como a leitura. Para facilitar a 
apreensão dos conteúdos educacionais, é 
importante que hajam outros recursos que 
revisem, discutam ou complementem os 
conteúdos textuais. 
Os materiais em vídeo (incluindo vídeo aulas, 
filmes, documentários, etc) são uma excelente 
ferramenta para facilitar o aprendizado da 
pessoa TDAH. São ricos, estimulantes e 
permitem o aprofundamento do conteúdo. Vale 
a pena investir em adicioná-los como opções 
complementares ou substitutivas dos 
tradicionais textos. 
3. Planejar previamente o roteiro da aula e 
disponibilizá-lo em um local acessível para 
o acompanhamento por parte do aluno(a) 
com TDAH e sua adequação, caso tenha se 
distraído.
A pessoa com TDAH tem uma facilidade muito 
grande de se dispersar durante as aulas, e isso 
não é novidade. Porém, ter um roteiro de aula 
claro e ao fácil acesso ajuda muito que esta 
pessoa acompanhe o progresso da aula e 
retome a ele sempre que se distrair. Assim 
também fica bem mais fácil de entender qual 
parte da aula tem sido mais difícil de 
acompanhar, de uma forma geral, e o que 
precisa correr atrás para recuperar, no dia-a-dia. 
Cotidiano escolar e acadêmico 
4. Utilizar atividades mais dinâmicas e que 
envolvam participação da pessoa com 
TDAH.
A monotonia não contribui para a 
manutenção da atenção de quem tem TDAH, 
e a situação é simples: dinamizar as 
atividades em sala e provocar a participação 
dos(as) estudantes, especialmente 
daqueles(as) que têm TDAH. Gincanas, 
dinâmicas de grupo, aulas práticas, trabalhos 
em equipe, charadas e outros desafios são 
muito bem-vindos. Estas atividades 
estimulam a motivação do aluno(a), gerando 
maior atenção e envolvimento, que por 
consequência elevam o desempenho em 
sala. 
5. Intercalar as atividades em sala com 
intervalos e/ou atividades lúdicas.
Pausas ajudam a refrescar a mente, não é 
mesmo? No caso de alguém com TDAH, elas 
se tornam imprescindíveis para manter o foco 
durante as atividades em sala. Essas pausas 
podem acontecer em forma de intervalos ou 
mesmo de atividades em sala com um tom 
mais lúdico, trabalhando competências 
através de brincadeiras, dinâmicas e 
gincanas. 
6. Utilizar instruções simples para as 
atividades e entregá-las para a pessoa com 
TDAH.
Quanto mais simples, mais difícil de se distrair 
em meio a elas e melhor para acompanhar. 
Por isso também faz-se necessário que estas 
instruções sejam entregues ao aluno(a) com 
TDAH, para que faça seu próprio 
monitoramento dos critérios e procedimentosque envolvem a atividade. 
Cotidiano escolar e acadêmico 
8. Posicionar a pessoa com TDAH ao 
máximo longe de portas e janelas e 
próxima do educador(a).
As janelas e portas são portais por onde 
circulam muitos estímulos distratores, 
perigosos à manutenção da atenção de 
quem tem TDAH. Por isso, é importante 
manter a pessoa com TDAH longe destes 
locais e ao máximo próximo do professor(a), 
facilitando que o objeto-alvo da sua atenção 
esteja ali, bem à sua frente, sem distrações. 
7. Dar feedbacks regulares à pessoa com 
TDAH, a fim de pontuá-la sobre seu 
progresso, contribuir com os ajustes 
necessários e motivá-la sobre seus pontos 
positivos.
Todo mundo gosta de receber feedbacks, 
mas no caso do TDAH é uma questão de 
necessidade motivacional. Nas pessoas que 
têm TDAH, existem alterações em dois 
neurotransmissores muito importantes: a 
dopamina e a noradrenalina. 
Eles trabalham nas conexões entre os 
neurônios na região frontal do cérebro, além 
de influenciarem - juntos - na memória, no 
estado de alerta e atenção, motivação e 
emoções, aprendizado e outras tantas 
funções cerebrais importantes. Por essa 
alteração é que temos o TDAH.
Uma das consequências ao desequilíbrio 
cerebral do transtorno é a oscilação 
constante do controle emocional e 
motivacional da pessoa. Os feedbacks 
positivos têm o papel, então, de inspirar que 
as pessoas com TDAH se sintam motivadas 
frente aos desafios escolares e acadêmicos e 
possam dar continuidade às suas atividades. 
E como processo cerebral, as emoções têm 
também um papel fundamental na 
consolidação do aprendizado, ou seja, estas 
práticas podem contribuir para o processo de 
ensino-aprendizagem a curto, médio e longo 
prazo.
9. Tocar, discretamente, em áreas de maior 
propriocepção no corpo da pessoa como 
TDAH (como rosto, ombro e acima das 
mãos) em caso de distração.
Esse é um gesto simples muito eficaz. É 
importante que, sempre que uma pessoa com 
TDAH se distrai, alguém a faça voltar ao foco 
de maneira muito sutil, tocando levemente 
seu ombro ou mão, para que ela note e volte a 
endereçar sua atenção à sala de aula. 
Cotidiano escolar e acadêmico 
10. Auxiliar a pessoa com TDAH no 
planejamento da sua rotina de estudos e na 
gestão do seu tempo para executar as 
atividades complementares.
Sempre que possível, é importante estimular 
pausas para planejamento para as pessoas 
com TDAH. Nestes momentos, devem ser 
avaliadas as atividades que devem ser 
executadas, quanto tempo há disponível para 
elas e o que precisa ser feito. Tudo isso deve 
ser organizado de forma ao máximo simples e 
visual para facilitar o acompanhamento do 
TDAH na execução desses objetivos. 
11. Valorizar as conquistas e os pontos 
fortes do aluno(a) com TDAH, pontuando 
rotineiramente os pequenos progressos 
obtidos.
Já falamos sobre a importância dos 
momentos de feedbacks, mas eles devem se 
estender para além de momentos mais 
formais ou extensos. Os pontos positivos e as 
conquistas devem sempre ser reforçados no 
cotidiano, para que a pessoa com TDAH 
mantenha-se confiante e motivada para os 
estudos. 
12. Apresentar as dificuldades da pessoa 
com TDAH como metas a serem 
alcançadas, e não como déficits ou 
características pessoais.
Os pontos positivos e conquistas devem ser 
sempre levantados, e já falamos isso algumas 
vezes por aqui. Mas e sobre as dificuldades e 
pontos de melhoria? Estes são pontos que 
também precisam ser trabalhados, mas não 
com a ótica de defeito, como se fossem 
características negativas e permanentes no 
jeito de ser da pessoa. 
As dificuldades devem ser encaradas como 
metas, sem atribuição pessoal. Ao invés de 
indicar que a pessoa não sabe falar em 
público, pode ser colocado o objetivo de 
conseguir apresentar o trabalho de 
português sem gaguejar, por exemplo. Assim, 
a pessoa com TDAH não se visualiza com os 
olhos de inferioridade e motiva-se a superar o 
desafio e desenvolver aquela competência 
através da meta. 
Cotidiano escolar e acadêmico 
13. Iniciar as aulas com uma revisão do 
conteúdo anteriormente dado.
Começar a aula dessa forma ajuda a pessoa 
com TDAH a fixar o conteúdo e a construir 
uma linha de raciocínio. Contudo, esta deve 
ser uma prática de exercício do 
conhecimento, não como uma avaliação ou 
cobrança. Assim, se torna algo leve e 
convidativo. 
14. Fazer retomadas e conexões entre o 
assunto dado atualmente e os anteriores, a 
fim de exercitar a memória e consolidar o 
conhecimento no(a) estudante.
Para além da revisão no início da aula, é 
importante que os conteúdos conversem 
com os anteriores a partir de retomadas, 
formando conexões entre eles. Assim fica 
bem mais fácil de gerar interesse, consolidar 
os conhecimentos e exercitar a memória na 
pessoa com TDAH. 
15. Elaborar atividades complementares 
com a finalidade explícita de exercitar os 
conhecimentos aprendidos, 
estabelecendo seu nível de dificuldade de 
acordo com o potencial do aluno(a).
Algumas das melhores formas de exercitar a 
memória são: colocar o conhecimento em 
prática e explicar o que você sabe para 
alguém. As atividades complementares 
podem ter esse teor, consolidando os 
aprendizados e ampliando o nível de 
autonomia do(a) estudante com TDAH. Dessa 
forma, ele(a) se sentirá mais motivado(a) e 
poderá ter um melhor rendimento nos 
estudos. 
Cotidiano escolar e acadêmico 
16. Ter cautela com estigmas e rótulos. O 
aluno(a) deve ser tratado sem 
discriminação, respeitando sua 
individualidade.
Evite chamar a pessoa pelo transtorno(s) que 
carrega e desestimule quem faz. Quem tem 
TDAH é uma pessoa como todas, cheia de 
características particulares e que merece 
respeito. 
Algo que é muito comum no caso do TDAH é o 
uso ou a omissão diante do uso de termos 
pejorativos referentes aos sintomas, como: 
avoado(a), desajeitado(a), desastrado(a), 
elétrico(a), agitadinho(a), "ligado(a) no 220v", 
"no mundo da lua”, "cabeça de vento" e 
similares. Estas são práticas desrespeitosas 
que podem ser caracterizadas como bullying 
e prejudicar a formação da personalidade, da 
autoestima, do tratamento e do processo de 
aprendizagem da pessoa com o transtorno. 
Trate a pessoa pelo nome (civil ou social) ou 
apelido que ela se sentir mais confortável em 
ser chamada. Isso é um enorme passo para 
uma relação de respeito e confiança e mostra 
que você vê uma pessoa, para além do 
diagnóstico.
18. Estabelecer uma relação de respeito e 
confiança entre professor(a) e estudante 
com TDAH, permitindo que este(a) se sinta 
à vontade para solicitar ajuda e ser 
ajudado(a).
Se você é alguém que acompanha uma 
pessoa com TDAH - seja educador(a), pai, 
mãe, esposo(a) ou responsável - esteja 
sempre aberto(a) a estabelecer essa relação 
de confiança. A autoaceitação diante um 
transtorno nem sempre é um processo fácil 
(especialmente diante de tantas barreiras 
atitudinais, políticas e financeiras que são 
encontradas) e todo o contexto difícil faz com 
que o apoio sincero de alguém seja algo 
muito importante no acompanhamento de 
uma pessoa com o transtorno. 
17. Reavaliar regularmente as estratégias 
utilizadas, adaptando as que não foram 
bem sucedidas.
Toda estratégia pode deixar de fazer efeito 
positivo ou pode mostrar que deve ser 
melhorada em algum aspecto. É por isso que 
sempre devemos reavaliar as ações que estão 
sendo desenvolvidas para a inclusão da 
pessoa com TDAH, acompanhando as 
orientações dos profissionais que a 
acompanham e - principalmente - de suas 
próprias queixas e conquistas. 
Reforce os pontos que trouxeram melhoria e 
ajuste o que não funciona mais. Vale também 
manter-se sempre atento(a) para novas ideias 
e necessidades, pois ao lidar com o apoio à 
vida humana, sempre há espaço para 
ampliarmos o nosso potencial de atuação. 
Cotidiano escolar e acadêmico 
19. Encorajar a turma a compreender as 
necessidades especiais da pessoa com 
TDAH e a colaborar com as estratégias 
executadas.
O entorno deve favorecer o crescimentoda 
pessoa com o transtorno, e para isso é 
importante que a turma esteja consciente das 
necessidades especiais dos seus colegas, 
caso haja mais de um, seja TDAH ou qualquer 
outro diagnóstico. É ideal que estejam ao 
máximo cientes de como a contribuição deles 
é crucial para a construção de uma melhor 
convivência e de um mundo mais inclusivo. 
Dessa forma, as estratégias podem fluir com 
mais apoio e tranquilidade, sem gerar um ar 
de estranhamento ou hostilidade por parte 
dos outros estudantes. 
20. Sempre que possível, realizar aulas com 
diferentes disposições de cadeiras, em 
outros ambientes e com propostas mais 
horizontalizadas.
Novidades são especialmente atraentes para 
pessoas com TDAH, e por isso tendem a pular 
de atividade em atividade sempre que 
sentem que algo está se tornando tedioso. Na 
sala de aula não é diferente. Infelizmente a 
realidade é que a maioria das aulas é tediosa 
e gera muita distração até mesmo para 
alguém sem o transtorno. Como mudar isso? 
O formato da aula em si pode propor essa 
novidade. A criatividade deve ser levada 
muito em conta para criar espaços de aula 
interativos e que se modifiquem, sempre que 
possível. Como isso é uma realidade rara, 
pode ser adaptada para soluções mais 
simples: fazer a aula em outro lugar, com 
outras disposições de aula, com os 
estudantes dando aula, sentados no chão… 
Mudando os padrões! 
21. Estimular que a pessoa com TDAH traga 
seus conhecimentos e dúvidas em sala, 
dinamizando o formato da aula.
O tratamento da pessoa com TDAH deve 
priorizar a construção da autonomia dela 
através das diversas modalidades que 
envolvem-o. A escola pode e deve ser mais um 
espaço de desenvolvimento desta 
autonomia. Provoque o(a) estudante com 
TDAH a falar, dar exemplos, contar mais sobre 
o que sabe sem medo de errar, bem como 
perguntar sobre o que não ficou claro 
também. Promover uma cultura aberta ao erro 
ajuda muito aos estudantes em geral se 
sentirem livres para falarem sem medo de 
errar e perguntar sem medo de parecerem 
bobos, o que é de suma importância no 
espaço escolar. 
Formas de avaliação
22. Disponibilizar tempo adicional para a 
realização de avaliações e entrega das 
atividades complementares.
Muitas provas oficiais já reconhecem este 
recurso, como o ENEM (Exame Nacional do 
Ensino Médio). Nas salas de aula - de diversos 
níveis - isto também deve ser uma prática 
para pessoas com NEE - Necessidades 
Educacionais Especiais. 
Não há uma norma sobre quanto tempo extra 
deve ser destinado, mas usualmente ele é de 
até 50% do tempo regular. E engana-se quem 
pensa que esta é uma medida desnecessária, 
que favorece as pessoas com o transtorno em 
relação a quem não tem. Ela ajuda os TDAHs 
a lidarem com três grandes dificuldades: 
trabalhar sob pressão, manter o foco em uma 
única atividade e exercitar a memória. Para 
alguns casos mais graves (principalmente 
quando estão fora do tratamento e têm outras 
comorbidades), os 50% extra ainda não dão 
conta. 
23. Avaliar dando ênfase nos aspectos 
qualitativos - e não quantitativos - de provas 
dissertativas e atividades complementares.
Devido à perda de foco, as pessoas com TDAH 
podem ter muita dificuldade na hora de 
responder questões dissertativas, escreverem 
textos e outras tantas formas de expressão 
que pedem um longo tempo de 
concentração. Por esse motivo, elas podem 
responder corretamente a alguma atividade, 
mas recheá-la com outros tantos dados 
aleatórios ou ter dificuldade de conectá-la da 
forma mais apropriada à questão. 
É por este motivo que as avaliações de 
estudantes com TDAH devem prezar por 
compreender qualitativamente a resposta, e 
não atribuir pontuação sob critérios 
quantitativos. Na enorme maioria dos casos, 
isso seria como julgar um elefante por não 
saber subir em uma árvore da mesma forma 
que um chimpanzé faz. 
24. Sempre que possível, permitir diversas 
formas de expressão do aprendizado 
(desenho, texto, vídeo, apresentação oral, 
etc) durante uma avaliação ou atividade 
complementar.
As pessoas com TDAH não sofrem perdas de 
inteligência devido ao transtorno (algumas 
podem ser muito inteligentes, como o próprio 
Einstein), mas sua capacidade de manter uma 
linha de raciocínio oral ou escrita pode ser 
muito comprometida devido à dificuldade de 
gerenciar sua atenção. Cada caso pode 
apresentar dificuldades mais específicas ou 
mais agravadas, a depender do nível do 
transtorno, se há comorbidades, das 
oportunidades de estimulação cognitiva que 
a pessoa teve durante a vida e muito mais. 
Para abarcar essa pluralidade que é ser 
(humano?) TDAH, é interessante deixar aberta 
a possibilidade de expressão em diferentes 
formatos durante uma avaliação, sempre que 
couber. Assim, a avaliação é devidamente 
realizada sem submeter o aluno(a) com o 
transtorno a mais uma situação à qual não tem 
as condições adequadas para realizar. 
Formas de avaliação
25. Evitar avaliações de longa duração para 
preservar a manutenção do foco e facilitar 
a boa gestão do tempo do(a) estudante.
Seguindo a lógica de que manter o foco por 
muito tempo é uma dificuldade, podemos 
concluir de imediato que as avaliações 
longas devem ser evitadas, por não 
oferecerem as melhores condições de avaliar 
alguém com TDAH.
26. Disponibilizar avaliação adaptada 
através de recursos audiovisuais 
(apresentações de slides, filmes, 
documentários, etc), caso a pessoa com 
TDAH demonstre necessidade.
Da mesma forma que o(a) estudante com 
TDAH pode se expressar de diversas formas 
em uma prova, ela também pode ser 
apresentada a ele(a) de formas diferentes. 
Usar os recursos audiovisuais para ampliar a 
apreensão da pessoa sobre o conteúdo 
avaliativo é um excelente caminho para fazer 
uma análise justa do que foi aprendido por 
ela.
27. Aplicar avaliações em salas separadas.
Esta é uma medida muito simples que pode 
ajudar muito na manutenção do foco de quem 
tem TDAH durante uma prova. Com a ajuda de 
uma pessoa, que irá fazer o papel de 
monitorar o(a) estudante com TDAH, a prova é 
aplicada em outra sala, a fim de que os 
estímulos (mais propícios em uma sala com 
mais pessoas) não tirem tanto sua 
concentração. Dessa forma é possível 
dedicar-se com mais tranquilidade para 
apresentar o conteúdo que foi aprendido. 
25
Formas de avaliação
28. Criar e apresentar à pessoa com TDAH um plano com os 
objetivos cognitivos, práticos e atitudinais de aprendizagem a 
serem alcançados.
Um plano de metacompetências é um guia que aponta "competências 
a serem cumpridas dentro de outras três competências": 
conhecimentos, habilidades e atitudes. Esse mapeamento ajuda muito 
a pessoa com TDAH a visualizar a trilha de aprendizado que irá 
acompanhar e por quais critérios ela será avaliada. A nossa proposta é 
que o plano siga mais ou menos esta configuração: 
Assim a organização dos conteúdos fica bem clara e a avaliação pode 
ser melhor mensurada, tomando os critérios que são propostos em um 
conceito de educação inclusiva para pessoas com TDAH. 
Gestão escolar e Acadêmica 
29. Elaborar, em um colegiado com todos 
educadores(as) que atuam com a pessoa 
com TDAH, estratégias de manejo do 
aluno(a).
A participação de todas pessoas envolvidas 
com o(a) estudante com o transtorno é de 
suma importância, e quando se fala em 
ambiente educacional é necessário que o 
corpo de educadores que lidam com a 
pessoa com TDAH participe, dando 
sugestões sobre como lidar com o caso a 
partir de suas experiências teóricas e práticas. 
30. Realizar capacitações regulares aos 
educadores(as) sobre estratégias de 
inclusão.
Como toda pessoa, os(as) educadores não 
são seres que não precisam aprender mais 
nada, e a realidade sobre inclusão nas escolas 
nos mostra bastante a respeito. Por mais que 
se esforcem para se sobressaírem às 
condições adversas de ensino, os professores 
e professoras nem sempre estão prontos para 
lidar com as demandas dos estudantes com 
Necessidades EducacionaisEspeciais (NEE). 
Por isso, é necessário que as capacitações 
sobre políticas e práticas de inclusão sejam 
rotina no calendário do corpo docente. Há 
uma diversidade de necessidades especiais, 
desde da ordem dos transtornos mentais a 
questões físicas ou socioculturais, que 
precisam ser acolhidas dentro dos ambientes 
de ensino. TDAH é uma dessas possibilidades.
Conclusão 
As ideias listadas aqui não requerem salas de aula altamente instrumentalizadas ou grande disponibilidade financeira para 
investir em recursos e ferramentas, mas apenas no esforço conjunto em construir uma educação pautada na pessoa , sem rótulos 
e sem tentar aplicar fórmulas educacionais prontas, como se todo mundo aprendesse da mesma forma. 
Além do mais, estas estratégias são altamente benéficas para o processo educativo não só para a pessoa com TDAH. Estudantes 
com dislexia, autismo, idosos, com déficit cognitivo, com uma precária base educacional e até mesmo pessoas com altas 
habilidades se beneficiam amplamente com essas ideias. Isso acontece porque elas são baseadas em uma educação inclusiva 
para todos e todas, acolhendo as particularidades, os níveis de dificuldade e os potenciais individuais. 
Uma educação inclusiva não se pauta na ideia de dependência e de uma soberania inabalável do conhecimento do educador(a). 
A ideia é desenvolver a autonomia do aluno(a) através da aceitação incondicional de suas características individuais e da 
compreensão dele(a) como uma pessoa cheia de potencialidades que podem ser desenvolvidas a partir de um ambiente 
estimulante. Assim todo mundo aprende e todo mundo compartilha, sempre se desenvolvendo nesse processo. 
A proposta deste breve livro é provocar você a buscar uma educação mais igualitária , seja na sua realidade, de um filho ou filha, 
de estudantes aos quais você dá aula ou de pessoas que um dia cruzarão sua vida. 
Se você sentiu que a inquietude agora tá te inspirando a agir em busca de inclusão, a nossa missão aqui foi cumprida. 
Vamos Falar de TDAH? 
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Referências 
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 Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil , Brasília, DF, 16 jul. 1990. Disponível em: 
< http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L8069.htm#art266 >. Acesso em 05 abr. 2020. 
________. Declaração de Salamanca e Linha de Ação sobre Necessidades Educativas Especiais . Brasília: Coordenadoria 
Nacional para Integração da Pessoa Portadora de Deficiência, 1994. 
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1994. 
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Especial - MEC; SEESP, 2001. 
DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS HUMANOS. Assembleia Geral das Nações Unidas em Paris . 10 dez. 1948. Disponível 
em: 
< https://nacoesunidas.org/wp-content/uploads/2018/10/DUDH.pdf >. Acesso em: 26 jun. 2015. 
MANZONI, P. B. et al. As possibilidades e desafios da inclusão de alunos com altas habilidades/superdotação no ensino superior . 
Curitiba: Educere - XIII Congresso Nacional de Educação, 2017. 
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