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AULA 6 SELEÇÃO ESTRATÉGICA DE TALENTOS Profª Jaqueline Becker 2 CONVERSA INICIAL Nesta aula sobre a etapas finais do recrutamento e seleção, você acessará informações sobre o fechamento do processo seletivo e sobre o início da trajetória do empregado na empresa. Abordaremos os seguintes assuntos: escolha do candidato, importância da realização das devolutivas aos candidatos, indicadores do processo, burocracia da admissão e integração. A aula foi didaticamente separada em cinco temas, e os assuntos interligam-se e relacionam-se. No primeiro tópico abordaremos a decisão da contratação. No segundo, trataremos do acompanhamento do processo junto aos gestores e da importância de entregar uma devolutiva aos candidatos. No terceiro tópico analisaremos indicadores do processo de recrutamento e seleção. No quarto, abordaremos o processo de administração da contratação e, no quinto e último tópico, relataremos o início da socialização do contratado na empresa. O objetivo da aula é que você estude aspectos importantes que permeiam o processo de recrutamento e seleção e compreenda as fases finais de sua operacionalização, que também são fundamentais para a obtenção das metas organizacionais. CONTEXTUALIZANDO Iniciando os estudos sobre as etapas finais do recrutamento e seleção, vamos refletir sobre o processo de devolutiva aos candidatos. Solange esteve em processo seletivo para atendente de caixa em uma rede de supermercados. Durante a seleção, participou de uma dinâmica de grupo e preencheu uma prova na qual respondeu questões de matemática básica e português; na última etapa, foi entrevistada pelo supervisor de caixa com uma profissional de recursos humanos. Solange foi convocada para participar das etapas de seleção por meio do envio de uma mensagem por WhatsApp. Após passar seis dias da realização da última entrevista, está pensando se é adequado fazer contato com a empresa para perguntar se ainda está sendo considerada para esta vaga. Na entrevista final, a selecionadora informou que a empresa telefonaria para os candidatos aprovados a fim de que providenciassem a documentação de contratação no prazo de cinco dias. E então...? Solange deve ou não deve fazer contato com a empresa para perguntar se ainda está sendo considerada para a vaga? Qual a melhor forma 3 para fazer este contato? Convido-lhe a estudar os assuntos desta aula para responder essa questão ao final deste percurso. TEMA 1 – TOMADA DE DECISÃO Após a realização do processo seletivo, cabe à empresa a importante decisão da escolha do candidato mais adequado aos requisitos da vaga. Esta é uma etapa de comparação (candidatos versus perfil da vaga) e de verificação da aderência aos valores da organização. A escolha do candidato mais adequado à organização minimiza o risco da escolha errada; precisa, assim, basear-se em fatos e dados mensuráveis, eliminando decisões abalizadas em percepções. Uma escolha assertiva gera satisfação, mais produtividade, redução de ações de treinamento e, consequentemente, de turnover. Por exemplo, ao contratar um analista de TI, o processo seletivo precisa gerar informações sobre: grau de conhecimento no assunto técnico requerido, realização de formação em ferramentas digitais necessárias, indicação das competências comportamentais avaliadas por meio de uma entrevista por competências – ou seja, dados e fatos sobre a capacidade de atuar no posto, visando uma tomada de decisão concreta, livre de especulações e suposições. 1.1 Atores do processo A responsabilidade pela escolha do candidato é do gestor imediato da vaga; o RH participa desta etapa auxiliando com informações dos candidatos, aportando parecer e percepções recolhidas durante o processo seletivo. Esta atribuição é do gestor, pois será ele o responsável pelo acompanhamento, orientação e gestão diária. Esta é uma atribuição fundamental do gestor para que o contratado tenha sucesso, visto que precisará de uma boa condução no início de sua trajetória na organização. A partir do momento em que o gestor decide pelo candidato, ele se responsabiliza e se compromete a desenvolvê-lo, sendo conhecedor das qualidades e das fraquezas do selecionado. Quando há na estrutura da organização uma área de RH, fica sob sua competência conduzir o processo seletivo, desde o recebimento da requisição de pessoal e abertura da vaga até o desenvolvimento do processo de integração do novo contratado. Os profissionais de seleção manipulam as informações dos 4 candidatos – currículo, testes, provas, avaliações das entrevistas e dinâmicas de grupo – e têm a incumbência de consolidar esses dados emitindo pareceres, com o objetivo de auxiliar os gestores na tomada de decisão. Figura 1 – Modelo de parecer de RH A condução do processo e a elaboração do parecer são atribuições de profissionais especializados, que detenham conhecimentos e competência para gerir este processo tão importante. 1.2 Facilitadores e barreiras Muitas organizações estão compartilhando a responsabilidade da escolha do candidato. Neste caminho, incluem outras pessoas da empresa, como subordinados à vaga aberta, outros gestores e principais executivos no processo seletivo. Esta ação auxilia na discussão das características dos candidatos diante dos requisitos da vaga, pois podem surgir pontos de vista distintos, observações e constatações que um selecionador tenha visto e outro não, o que torna a escolha mais assertiva. O pedido de referências profissionais é mais uma fonte de informação para auxiliar a tomada de decisão, apesar da possibilidade de manipulação desta situação (é o próprio candidato que indica as pessoas que podem passar referências sobre ele, tendo, assim, a possibilidade de orientar seus conhecidos). Esta é mais uma fonte de informação que precisa ser avaliada com bom senso. 5 As informações do currículo precisam ser validadas, ou seja, é preciso identificar se o que está escrito é verídico ou não (formação acadêmica, experiências profissionais, carteira de habilitação válida, entre outros). As experiências profissionais podem facilmente ser verificadas na carteira de trabalho (CTPS); a carteira de habilitação válida e as formações acadêmicas precisam ser perguntadas ao próprio candidato. Uma barreira comum nos processos seletivos é a tomada de decisão precipitada, quando não são comparados candidatos versus requisitos da vaga devido à urgência de fechamento desse processo, muitas vezes justificado pela falta de um profissional. Com a intenção de resolver um problema (o da falta de uma pessoa), é possível criar outro (o de um candidato inadequado, que permaneceria pouco tempo na empresa). Assim, o problema na organização se manterá, devido à necessidade de contratar outra pessoa. Por exemplo: um caixa de posto de combustível que trabalha 24 horas em turnos de revezamento – quando falta um empregado no caixa, os demais colegas precisam cobrir a vaga, gerando excesso de horas extras e desgaste. A tendência é a de contratar um novo empregado com urgência, sem uma seleção muito criteriosa, o que pode perpetuar o problema. A tomada de decisão sempre deve estar embasada nas características dos candidatos levantadas no processo seletivo. A seleção pode medir o potencial dos candidatos, ou seja, a possibilidade de o indivíduo obter resultados diante do seu prognóstico, assim como os dados do seu desempenho, ou seja, a atuação identificada nas experiências profissionais por meio das perguntas por competência ou na investigação de suas referências profissionais. A subjetividade e a especulação devem ser reduzidas ou eliminadas para uma boa tomada de decisão. TEMA 2 – ACOMPANHAMENTO E DEVOLUTIVAS Uma das etapas finais do processo de recrutamento e seleção consiste no acompanhamento dos candidatos nas entrevistas finais com os gestores e na devolutiva,com a informação de quem foi selecionado (e também em relação aos candidatos não selecionados). 2.1 Acompanhamento 6 O profissional de RH que conduz o processo seletivo deve acompanhar as entrevistas com os gestores, podendo participar destas ou buscar o feedback dos gestores após a sua realização. A realização das entrevistas em conjunto pode ser uma forma de capacitar os gestores sobre a técnica de entrevista, auxiliando na investigação do perfil dos candidatos à medida que o gestor pesquisa sobre o conhecimento técnico e enquanto o RH dá mais enfoque às questões comportamentais. A realização da entrevista conjunta – RH e gestor – gera o compartilhamento de dados e amplia a análise das informações. Acompanhar o processo também significa verificar o resultado das entrevistas realizadas pelo gestor. Por princípio, uma vaga aberta é uma prioridade do gestor, que deverá disponibilizar tempo para participar do processo e analisar as informações. Muitas vezes, o gestor posterga sua tomada de decisão, mas procrastinar gera o risco de perder bons candidatos, que podem optar por outra empresa. Assim, é papel do RH buscar o feedback do gestor. 2.2 Devolutiva A devolutiva positiva, ou seja, informar ao candidato que ele foi escolhido para a vaga a que se candidatou, pode ser realizada pela equipe de RH, pela consultoria que conduz o processo seletivo, ou mesmo pelo gestor direto. É mais adequado que este comunicado ocorra por telefone ou presencialmente, gerando a oportunidade de confirmar se o candidato tem interesse na vaga. Deve-se evitar uma comunicação por e-mail ou WhatsApp, ou qualquer outra forma eletrônica, devido à sua impessoalidade, pois pode gerar sentimento de desvalorização em relação ao candidato e à vaga. As empresas que têm os processos de gestão de pessoas como estratégicos e prezam pelo respeito aos candidatos, os quais se expõem e disponibilizam seu tempo para participar da seleção, realizam o feedback quando estes não são selecionados. A falta de devolutiva é muito mais contraproducente do que realizar o comunicado da não contratação, pois demonstra interesse pelo esforço realizado e consideração em relação ao sentimento do candidato. Infelizmente, a devolutiva negativa ainda é uma prática pouco realizada pela maioria das organizações. Não se importar em dar um feedback, esquecendo ou considerando esta tarefa como não prioritária gera a perda de credibilidade da organização. 7 Quando um candidato se dispõe a participar de um processo seletivo, ele sabe que poderá não ser selecionado, e esta comunicação deve fazer parte das etapas do R&S. A razão da não devolutiva pode estar no fato de as organizações não saberem como fazer este comunicado, somado ao desconforto e à negatividade da situação. Esta é uma responsabilidade a ser executada pelo setor de Recursos Humanos que precisa, acima de tudo, atuar com respeito e consideração com os candidatos. Uma devolutiva pode ser realizada por e-mail ou por telefone; algumas empresas encaminham uma carta de agradecimento com a assinatura de um gestor, seja o RH ou o próprio presidente. Figura 2 - Modelo de devolutiva Quando as empresas possuem um sistema de gestão auxiliando, as devolutivas podem ocorrer por meio de mensagens automáticas; e-mails padrão também são ações simples de realizar. TEMA 3 – INDICADORES DE RECRUTAMENTO E SELEÇÃO Todos os processos de uma organização passam por constante avaliação de seus resultados com a intenção de aprimorá-los. Da mesma forma, o Recrutamento e Seleção precisa ser medido para ser revisto e aperfeiçoado. Avaliamos os indicadores do recrutamento na Aula 3, quando identificamos possíveis métricas, como: Meio de recrutamento mais eficiente. Bom dia ou Boa tarde, (NOME DO CANDIDATO), Informo que o processo seletivo da vaga NOME DA VAGA foi finalizado. Optamos pela contratação de um profissional com vasta experiência no setor buscado. Agradecemos muito seu interesse e sua participação no processo seletivo. Desejamos sucesso na busca de uma colocação profissional, certos de que suas qualificações e atitude conduzirão para uma boa oportunidade. Atenciosamente, Assinatura 8 Vagas mais frequentes. Números de currículos recebidos. Rapidez no recebimento dos currículos. Total de candidatos triados dentro dos requisitos. Número de candidatos encaminhados à seleção. Custo do processo. O processo de seleção também gera informações que podem ser quantificadas e avaliadas, como: Número de entrevistas realizadas pelo RH. Número de entrevistas realizadas pelo gestor. Número de candidatos que desistem do processo. Tempo de fechamento da vaga; motivos de fechamento fora do prazo. Custo do processo, com aplicação de testes, utilização de consultorias, aquisição de software de gestão do processo, entre outros. Satisfação com o fechamento da vaga, desempenho, resultados apresentados pelos candidatos. Tempo que o candidato permanece na empresa – turnover nas contratações recentes. Satisfação do empregado. Rapidez no processo de integração do novo empregado. Efetivação do empregado após período de experiência. Entrevista de desligamento. Com base nos indicadores estabelecidos e analisados, pode-se encontrar uma diversidade de motivos da ineficiência do processo de recrutamento e seleção – desde uma vaga divulgada em meios incorretos ou parcamente, gerando poucos candidatos interessados e sem os requisitos, até a demora em realizar a seleção devido à má definição do perfil. Chiavenato (2014, p. 142) afirma que avaliar os resultados do recrutamento e seleção é um desafio para as organizações: Cada organização precisa determinar quais são os processos e procedimentos de seleção mais adequados e que proporcionam os melhores resultados. O processo seletivo precisa ser eficiente e eficaz. A eficiência reside em fazer corretamente as coisas: saber entrevistar bem, aplicar testes de conhecimento que sejam válidos e precisos, dotar a seleção de rapidez e agilidade, contar com um mínimo de custos operacionais, envolver as gerências e suas equipes no processo de 9 escolher candidatos etc. A eficácia reside em alcançar resultados e atingir objetivos: saber trazer os melhores talentos para a empresa e, sobretudo, tornar a empresa cada dia melhor com as novas aquisições de pessoal. Mas a pergunta que geralmente paira é: Como saber que o processo de provisão de pessoas apresenta eficiência e eficácia? Um dos problemas principais na administração de um processo é exatamente medir e avaliar o seu funcionamento por meio de resultados, ou seja, através de suas saídas. Somente com essa retroação (retroinformação) é possível saber se se devem fazer intervenções no sentido de corrigir inadequações e ajustar o funcionamento do processo para melhorá-lo cada vez mais. Os indicadores do processo de recrutamento e seleção não finalizam com a contratação do escolhido, pois a permanência do empregado na empresa é uma das medidas mais significativas de sucesso. A organização apenas conseguirá assegurar que o candidato escolhido foi o mais adequado quando ele estiver trabalhando e se estiver satisfeito, trazendo resultados e com estabilidade na empresa. Os indicadores de recrutamento e seleção podem ser classificados como medidas de custo, prazo e assertividade. Sua métrica deve ser muito simples, útil e que atenda às necessidades da organização. Tem o objetivo de elucidar em que pontos o processo pode melhorar para, assim, obter resultados mais eficientes em toda a empresa. TEMA 4 – ADMINISTRAÇÃO DA CONTRATAÇÃO Após a definição do candidato, cabe ao RH ou ao gestor comunicar o candidato escolhido e informar os dados precisos sobre a vaga, como: nomenclatura do cargo, remuneração (salário, variáveis e benefícios), data de admissão,horário de trabalho, entre outros; deve-se confirmar o interesse do candidato e, em caso positivo, orientar sobre a documentação necessária. Esta é uma etapa burocrática que visa atender às normas trabalhistas, assegurando os direitos e deveres dos empregados e da empresa e reduzindo possíveis conflitos das duas partes. O exame médico é obrigatório para todo novo contratado, que deve realizá- lo antes do início na empresa. Tem como objetivo verificar se o candidato está com condição física adequada para o tipo de trabalho que irá executar e, ao longo de sua permanência na empresa, atestar se doenças foram adquiridas durante seu percurso no trabalho ou se já existiam antes da contratação. O exame admissional gera um documento intitulado ASO – Atestado de Saúde 10 Ocupacional, indicando se o candidato está apto ou inapto. O custo gerado pelo ASO é financiado integralmente pela empresa. A etapa do exame admissional ainda faz parte do processo seletivo; caso o candidato apresente uma restrição para a vaga proposta, ele não deve ser contratado. As restrições podem ser da seguinte ordem: problemas com coluna em um trabalho que exigirá carregamento de objetos; gravidez em uma atividade insalubre, oferecendo risco à gestante e ao bebê; problemas de dependência química para vaga de motorista ou manobrista, entre outros. A demanda de exames complementares segue regras legais; estes somente podem ser solicitados quando há uma exigência da vaga. Exemplo: é proibido solicitar exame de gravidez, exceto se a vaga foi identificada no programa interno de medicina e segurança do trabalho como uma vaga gera risco às mulheres grávidas. A restrição médica para uma vaga somente pode ser emitida por um médico do trabalho, que gera seu parecer baseado em dados e exames. Durante o processo administrativo de admissão, as empresas entregam aos novos admitidos a lista dos documentos a providenciar, a indicação de prazo de entrega, pessoa de contato, data para assinatura de contrato, dia de início e programa de integração. Os documentos solicitados (cópias e originais) ao novo empregado têm a função de registrá-lo no sistema de folha de pagamento, garantindo o recebimento de benefícios sociais e protegendo a organização de riscos trabalhistas. É importante considerar que os documentos originais não devem ficar sob a guarda das empresas, e que a CTPS – Carteira de Trabalho e Previdência Social tem o prazo de devolução ao empregado de 48 horas. Todos os documentos devem ser entregues antes da data de admissão. As empresas precisam creditar o salário do empregado e, para tanto, geralmente mantêm convênios com instituições bancárias, escolhendo por facilidades específicas; os bancos realizam a abertura de conta salário sem gerar taxas. A possibilidade de abrir uma conta-corrente configura um procedimento entre o empregado e o banco representante da empresa; neste caso, as taxas geradas são de responsabilidade do empregado, exceto se a empresa tiver uma negociação distinta com o banco, oferecendo mais facilidades. O empregado assinará contrato de trabalho, acordos, documentos de opção de benefícios, autorização de descontos em folha de pagamento, comprovante de entrega de CTPS, entre outros específicos à organização; 11 receberá fotocópia idêntica dos documentos assinados com o objetivo de regularizar a relação comercial de trabalho. Registrar o empregado é de grande importância; as empresas que descumprem os prazos legais correm o risco de receber multas e sanções, além dos desgastes com sua imagem e com os colaboradores, perdendo seu poder de atração, retenção de talentos e resultados. TEMA 5 – INTEGRAÇÃO DO COLABORADOR As organizações preocupadas em facilitar a adaptação dos novos contratados têm a prática de promover programas de integração para transmitir diversas informações da empresa, como cultura, práticas, processos, forma de funcionamento, estrutura física, direitos e deveres, entre outras. Este processo de transmissão de informações, apresentação da cultura, valores e práticas internas é intitulado “integração” ou “socialização”. 5.1 Temas a tratar na integração Um bom programa de integração ocorre por meio da realização de etapas de transmissão de informações de maneira formal. Pode ser desenvolvido por meio de reuniões coletivas, treinamentos em sala de aula, palestras com responsáveis pelos assuntos a tratar ou agendando uma apresentação individual. A forma como a informação será transmitida é determinada pela empresa, em função do número de pessoas contratadas e da disponibilidade de tempo dos participantes. Independentemente da forma, deve ter uma pauta, roteiro, objetivo, gerar registros de participação e ter a assinatura nos documentos, pois não se trata de uma rápida apresentação entre pessoas com cunho social, e sim da transmissão séria de informações importantes que serão úteis ao novo contratado. Uma integração pode apresentar os seguintes temas: Figura 3 – Modelo de conteúdos de integração 12 Apresentação da organização – vídeo de boas-vindas do presidente, histórico da empresa, visão, missão, valores, negócio, produtos ou serviços, apresentação do espaço físico (refeitório, vestiário, área médica, banheiros, copa, entre outros), apresentação aos colegas de trabalho. Apresentação das políticas de RH – férias, controle de jornada, faltas, atrasos, benefícios, utilização de EPIs – Equipamento de Proteção Individual, código de ética e conduta, avaliação de desempenho, programa de remuneração, CCT – Convenção Coletiva de Trabalho, processo de treinamentos, pesquisa de clima; organograma, cultura de comemorações, apresentação dos profissionais do RH e quem faz o que. Apresentação dos macroprocessos – utilização dos softwares da empresa, e-mail, comunicação interna, ramais, acesso à rede interna, política de uso da internet, demandas de equipamentos eletrônicos, como efetuar pedido de material de escritório, política de viagens, política de reembolso, política da qualidade. Os assuntos apresentados na integração estão ligados a necessidades legais, de facilidade de acesso a informações rotineiras e estratégicas. Não existe um roteiro de integração universal, que seja ideal para todas as organizações; muitos assuntos são semelhantes e outros ocorrem em função da especificidade da empresa. Pode ser executado de maneira simples ou elaborado como um treinamento corporativo. Independentemente da forma, o fundamental é que o 7. ... sites 13 indivíduo receba todas as informações necessárias (o que demoraria muito, caso tivesse que buscar por conta própria). A integração não é finalizada após a realização das apresentações corporativas, pois continuará no posto de trabalho, com a obtenção de informações sobre a forma de execução das atividades no posto, políticas e procedimentos específicos do setor. Por lei, os empregados são admitidos pelo período de experiência de 90 dias; este período tem a pretensão de avaliar se há compatibilidade entre as duas partes, o empregado e a empresa. Sendo assim, este prazo serve para realizar o alinhamento de expectativas e integração. Todavia, uma boa integração, ou seja, boa compreensão de processos internos, políticas, cultura e forma de relacionamento para a obtenção de resultados pode levar mais de 90 dias para ocorrer em função do cargo e dos diferentes perfis dos indivíduos e estruturas organizacionais. 5.2 Avaliação do período de experiência A avaliação do período de experiência objetiva confirmar se o colaborador atende aos requisitos propostos durante o processo seletivo, identificando-se com a empresa e conseguindo apresentar os resultados necessários. Em relação ao empregado, este período também é um momento de verificar se suas expectativas serão atendidas pela organização. O período de experiência, por lei,não pode ultrapassar 90 dias; ocorrendo a permanência do empregado na organização, o seu contrato automaticamente passa a ser de tempo indeterminado, com implicações financeiras distintas, caso ocorra um desligamento sem causa por parte da empresa. Normalmente o RH encaminha ao gestor imediato um aviso com antecedência sobre o período de 90 dias, informando que o tempo de experiência será finalizado. Neste momento, encaminha também um formulário de avaliação do desempenho e do comportamento do colaborador e solicita que este seja preenchido, informando se o contrato será convertido em contrato de tempo indeterminado ou não. O gestor é responsável por avaliar o desempenho do novo funcionário em suas atividades durante o período de experiência, pois ele terá mais subsídios para esta definição, visto que acompanha e orienta o novo empregado. 14 Atrair, reter e manter um empregado satisfeito e produtivo em uma organização é uma responsabilidade compartilhada entre o gestor, o setor de recursos humanos e os dirigentes da organização. Essa tarefa é de grande complexidade, mas é possível de realizar para aqueles se engajam no compromisso de desenvolver pessoas para um mundo melhor. FINALIZANDO Analisamos as etapas finais do processo de recrutamento e seleção; consideramos a importância da escolha do candidato; refletimos sobre o acompanhamento do Recursos Humanos e sobre a necessidade de devolutivas para os candidatos; discutimos os indicadores e resultados do processo de recrutamento e seleção; investigamos como deve ocorrer a etapa de administração da contratação e tratamos da importância de um programa de socialização dos novos contratados. Retomando o dilema apresentado no início da aula, e contando com os conhecimentos adquiridos, Solange deve ou não fazer contato com o RH da empresa para saber se ainda está sendo considerada no processo seletivo? Qual a melhor maneira de fazer este contato? Estudamos que a devolutiva é uma das etapas mais importantes no processo seletivo e demonstra respeito e boas práticas de gestão. Solange recebeu uma informação da empresa avisando que teria um retorno em cinco dias; já se passaram seis dias. Ela pode fazer contato com a organização e solicitar esta informação (se a vaga já foi fechada ou não), para saber se ainda está sendo avaliada no processo. Como ela tem o contato da empresa pelo WhatsApp, pode utilizar este meio ou, ainda, telefonar e solicitar falar com o RH. Após receber um retorno, e se este retorno orientar que o processo ainda está em andamento, convém aguardar novamente o prazo informado e perguntar se pode voltar a fazer contato e em que prazo. Buscar informação não é um problema, pois demonstra interesse pela vaga. Inadequado é realizar contatos frequentes, com muita insistência, criticando o processo e a empresa. Este estudo não tem a pretensão de esgotar o tema sobre as etapas finais do processo de recrutamento e seleção. A explanação teve como meta demonstrar pontos referenciais para que você aprofunde seu estudo e possa aplicar os conhecimentos na sua vida pessoal e profissional. 15 LEITURA COMPLEMENTAR Texto de abordagem teórica Leitura e estudo do capítulo 5 – O processo de contratação; Leitura e estudo do capítulo 6 – A integração do colaborador: LOTZ, E. G.; BURDA, J. A. Recrutamento e seleção de talentos [livro eletrônico]. Curitiba: InterSaberes, 2015. Leitura e estudo da unidade 3 – Administração do processo de recrutamento e seleção de pessoal / Gerenciamento dos processos de recrutamento e seleção e indicadores; Leitura e estudo da unidade 4 – Lidando com a diversidade da força de trabalho e da ética do processo / Integração e socialização: FARIA, M. H. A. Recrutamento, seleção e socialização [livro eletrônico]. São Paulo: Pearson, 2015. Saiba mais Assista ao filme: A rede social. Direção: David Fincher, 2010. No filme, um estudante de Harvard que domina informática descobre um novo conceito que se transforma na maior rede social do mundo – o Facebook. O filme retrata a vida do criador desta rede, Mark Zuckerberg. Analise os trechos em que o filme mostra a necessidade de inovar no processo de recrutamento e seleção para obtenção de sucesso nas contratações. http://pgsskroton.com.br/seer/index.php/rcger/article/view/3522%20Acesso%20em%2021/03/18 http://pgsskroton.com.br/seer/index.php/rcger/article/view/3522%20Acesso%20em%2021/03/18 16 REFERÊNCIAS CHIAVENATO, I. Gestão de pessoas: o novo papel dos recursos humanos na organização [livro eletrônico]. Barueri: Manole, 2014. _____, I. Iniciação à administração de recursos humanos. Barueri: Manole, 2010. _____. Planejamento, recrutamento e seleção de pessoal – como agregar talentos à empresa [livro eletrônico]. Barueri: Manole, 2009. DESSLER, G. Administração de recursos humanos [livro eletrônico]. São Paulo: Pearson, 2014. FARIA, M. H. A. Recrutamento, seleção e socialização [livro eletrônico]. São Paulo: Pearson, 2015. FERREIRA, A. B. H. Miniaurélio. Curitiba: Positivo, 2010. JOHNSON, M. Vencendo a guerra da caça aos talentos – como obter e conservar as pessoas talentosas de que você precisa. São Paulo: Prentice Hall, 2004. LOTZ, E. G.; BURDA, J. A. Recrutamento e seleção de talentos [livro eletrônico]. Curitiba: InterSaberes, 2015. ULRICH, D. Os campeões de recursos humanos: inovando para obter melhores resultados. São Paulo: Futura, 1998.
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